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7.7.2023
A OFENSIVA
DO GOVERNO
LULA
CONTRA O
DISCURSO
DE ÓDIO E O
EXTREMISMO
66
CLUBE DE REVISTAS
/ Capa
A OFENSIVA DO GOVERNO LULA
CONTRA O DISCURSO DE ÓDIO E O
EXTREMISMO
3 | por Ivan Longo
edição #66
/ Política
25 | André Valadão é a isca bolsonarista
para pautar discurso de "perseguição
religiosa", por Plinio Teodoro
conteúdo |
87 / Expediente
CLUBE DE REVISTAS
Capa
A OFENSIVA
DO GOVERNO
LULA
CONTRA O
DISCURSO
DE ÓDIO E O
EXTREMISMO
O
s atos golpistas do dia 8 de janeiro
evidenciaram que o governo Lula
tem como um de seus principais
desafios, além da construção de políticas que
restabeleçam o desenvolvimento e o bem-estar
social no país, a manutenção da democracia.
Isso passa, necessariamente, pelo
enfrentamento à cultura do ódio e violência
que explodiu no país durante o governo de Jair
Bolsonaro, que foi amplificada por meio das
redes sociais e que, atualmente, é utilizada por
parlamentares e personalidades de extrema
direita como forma de aumentar seus capitais
políticos e até mesmo financeiros.
Nos últimos dias, dois casos evidenciaram a
urgência de se adotarem medidas para combater
o discurso de ódio que oprime inúmeros
segmentos da sociedade e que ameaça o
Estado Democrático de Direito. Trata-se de
CLUBE DE REVISTAS
Foto Reprodução
O deputado federal bolsonarista Gustavo Gayer (PL-GO)
Foto Reprodução
O pastor bolsonarista André Valadão, líder da Igreja Batista da Lagoinha
“A MANIFESTAÇÃO É CLARAMENTE
DISCRIMINATÓRIA, POIS DIFERENCIA
A CAPACIDADE COGNITIVA DE SERES
HUMANOS CONSIDERANDO A ORIGEM
AFRICANA, CONTINENTE EM QUE
SABIDAMENTE A MAIORIA DA POPULAÇÃO
É NEGRA, CONCLUINDO QUE NÃO TERIAM
APTIDÃO PARA COMPREENDER REGIME
DEMOCRÁTICO”, DIZ UM TRECHO DA
NOTÍCIA-CRIME PROTOCOLADA NA PGR.
Fotos Reprodução
Entre os participantes do grupo de trabalho estão a antropóloga Débora Diniz, o
psicanalista Christian Dunker e o influenciador Felipe Neto
Foto Reprodução
O advogado Camilo Onoda Caldas, relator do texto produzido
pelo Grupo de Trabalho
Bolsonarismo
Relator do texto produzido pelo grupo de
trabalho, o advogado Camilo Onoda Caldas,
que é doutor em filosofia e teoria geral do
direito, falou à Fórum sobre a produção do
trabalho e destacou que as expectativas após a
apresentação do relatório são “as mais positivas”.
“Tanto o GT quanto os ministérios,
sobretudo o dos Direitos Humanos, estão
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compactuando com o sentimento de que a
pauta do enfrentamento ao discurso de ódio e
extremismo entrou definitivamente na agenda
não apenas deste governo, mas do Brasil”,
celebra o advogado.
Caldas chama atenção para o fato de que
a maior parte do discurso de ódio parte da
extrema direita, atualmente composta por
apoiadores radicais de Jair Bolsonaro.
Educação
O relatório, além da criação do fórum
permanente, propõe, no âmbito do tema
educação e cultura, por exemplo, ações de
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Foto Reprodução
proteção e prevenção, desenvolvidas a partir de
um Plano Nacional de Enfrentamento à Violência
nesses locais, com ações de educação
midiática para promover uma postura ativa de
docentes, estudantes, familiares; programas
de saúde mental; e uma rede de inteligência
entre os órgãos responsáveis pela garantia
da segurança pública e as organizações da
sociedade civil, universidades e instituições que
produzem monitoramentos e estudos.
Com relação ao discurso de ódio on-line,
o documento recomenda a estruturação
de uma política de educação midiática e
responsabilização dos “superspreaders e
os fiadores do ódio", tal como fortalecer a
mobilização com o objetivo de construir um
novo marco regulatório para as plataformas
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digitais e a inteligência artificial.
Para Camilo Onoda Caldas, apenas a
judicialização e repressão dos casos que
envolvem discurso de ódio, entretanto, não são
suficientes e, por isso, o relatório apresentado
ao Ministério dos Direitos Humanos elenca
medidas atreladas à questão da prevenção, que
passa, essencialmente, pela educação.
“É necessário pensar o aspecto da
formação, da educação. Isso é um ponto
central porque esse problema não surgiu
agora. Ele não é um episódio. Ele não está
baseado em um indivíduo exclusivamente, ele
é um processo que foi construído ao longo
de vários anos e, portanto, para que a gente
consiga enfrentar e desfazer isso, é necessário
igualmente um processo de desconstrução
contínua. É emergencial o desenvolvimento
dessas políticas públicas de informações,
educação e direitos humanos que podem
iniciar uma reversão desse quadro”, avalia.
Liberdade de expressão
Caldas considera igualmente fundamental a
colaboração da sociedade civil para enfrentar
o problema, já que os “mercadores do ódio”
agem de maneira premeditada, já esperando
reações das autoridades, governo ou imprensa,
para depois alegarem que estariam sendo alvo
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de “censura”.
“A todo momento os mercadores do ódio
dizem que o governo, o Poder Judiciário, o
Legislativo ou a imprensa querem atuar para
censurar as pessoas e restringir a liberdade de
expressão. Isso é absolutamente falso porque
a Constituição já estabelece limites. O que se
quer é apenas que esses limites constitucionais
sejam respeitados. Mas a estratégia deles tem
sido, consciente e deliberadamente, extrapolar
esses limites para gerar uma resposta contra
eles e, a partir disso, dizer que estão sendo
censurados”, assinala.
“Episódios recentes que ocorreram
envolvendo líderes religiosos, políticos, ilustram
isso. Claramente, eles sabiam que estavam
extrapolando o limite, sabiam que estavam
agindo de maneira criminosa e eles esperavam
essa reação contra eles justamente para veicular
a ideia de que se trata de um movimento de
censura, de repressão, quando na realidade
se trata de fazer valer a lei, a Constituição e os
tratados que o Brasil assinou em defesa dos
direitos humanos e contra o discurso de ódio”,
finaliza o advogado.w
FILMES
EP.1
Terrorismo de Estado
Foto Reprodução
Política
André Valadão é a
isca bolsonarista
para pautar discurso
de "perseguição
religiosa"
por Plinio Teodoro
CLUBE DE REVISTAS
A
simbiose entre a extrema direita
fascista e setores do cristianismo
ultraconservador é uma das heranças
mais nocivas do bolsonarismo para a
sociedade brasileira.
Não é à toa que Jair Bolsonaro (PL),
que se diz católico, aliou-se à escória do
neopentecostalismo, que há décadas domina
a política estadunidense e desembarcou no
Brasil levando aos templos a pregação dualista
— que divide o mundo entre Deus e o diabo, o
bem e o mal —, e sua teologia da prosperidade,
versão religiosa da meritocracia, dentro de
uma organização empresarial onde o Pix e as
oferendas imperam.
Durante a campanha eleitoral, Bolsonaro e
sua trupe de pastores utilizaram do terror dentro
das igrejas para dizer que Lula fecharia templos
e iniciaria uma perseguição religiosa implacável
CLUBE DE REVISTAS
Foto Reprodução
Bolsonaro e o pastor André Valadão
Reforma tributária:
vitória de Lula,
de Haddad e da
democracia
por Plinio Teodoro
P
" Parecia impossível. Valeu lutar!" O tuíte do
ministro da Fazenda, Fernando Haddad,
às 21h54 da quinta-feira (6), minutos
após a aprovação em primeiro turno da reforma
tributária por 382 votos a 118 — no segundo
turno o placar foi de 375 a 113 — selou a vitória
CLUBE DE REVISTAS
de um Brasil que arcava com muitos resquícios
da ditadura militar.
"DEPOIS DE DÉCADAS,
APROVAMOS UMA
REFORMA TRIBUTÁRIA.
DEMOCRATICAMENTE", DIZIA
AINDA A MENSAGEM DE
HADDAD SOBRE A CONQUISTA,
QUE MODERNIZOU O SISTEMA
TRIBUTÁRIO DO PAÍS APÓS 56 ANOS.
Bomba de fragmentação
A troca de farpas que tomou as redes
causou um efeito semelhante às bombas de
fragmentação e atingiu todo o Centrão. Em
um gesto incomum, o presidente da Câmara,
Arthur Lira (PP-AL), ocupou a tribuna e, em
duro discurso, rompeu com o "radicalismo"
de Bolsonaro.
PEC, JUSTIÇA
TRIBUTÁRIA
E DESIGUALDADE
SOCIAL
"CERTAMENTE NÃO É O
TEXTO PERFEITO QUE QUER
O HADDAD. E CERTAMENTE
NÃO É O TEXTO QUE QUER
A CÂMARA. É UM TEXTO QUE
VAI SER POSSÍVEL CONSTRUIR,
PORQUE UMA REFORMA TRIBUTÁRIA
ENVOLVE 203 MILHÕES DE INTERESSES.
UMA REFORMA
POSSÍVEL
Pontos negociados
Além da isenção dos produtos da cesta
básica nacional, as negociações na Câmara
resultaram em diversas emendas ao projeto
original, entre elas a que cria o “cashback”,
mecanismo que prevê a devolução de impostos
para um público determinado, como a
população de baixa renda.
Além disso, diversos setores conseguiram
a redução de desconto de 40% do IBS (IVA
estadual e municipal) e do CBS (IVA federal).
Foram incluídas atividades artísticas e culturais,
serviços de educação, medicamentos e
dispositivos médicos e serviços de saúde, além
de produtos agropecuários.
Já outros produtos e serviços terão a
isenção de impostos, como medicamentos
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contra o câncer, produtos hortícolas,
frutas e ovos e dispositivos médicos e de
acessibilidade para pessoas com deficiência.
A lei ainda permitirá a redução de 100% da
alíquota do CBS incidente sobre serviços de
educação de ensino superior (Prouni).
Imposto do "pecado"
e tributação de jatinhos
Para compensação das isenções e descontos
nos setores beneficiados, a proposta prevê a
cobrança do chamado "imposto do pecado",
de competência federal, sobre bens e serviços
prejudiciais à saúde e ao meio ambiente, como
cigarros e bebidas alcoólicas.
Além disso, uma antiga bandeira
progressista, capitaneada em grande parte por
Guilherme Boulos (PSOL-SP), passará a valer: a
cobrança de IPVA para jatinhos, iates e lanchas.
A proposta ainda busca fechar o cerco contra
sonegadores que recebem heranças ou doações
de famílias, que hoje buscam locais com
tributações menores para processar o inventário.
A nova legislação prevê que a cobrança seja feita
no domicílio da pessoa falecida.w
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P
arlamentares que compõem a base do
governo Lula no Congresso Nacional
seguem mobilizados na tentativa de
fazer com que o Banco Central (BC), presidido
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atualmente pelo indicado de Jair Bolsonaro,
Roberto Campos Neto, reduza a taxa básica de
juros (Selic), que está em astronômicos 13,75%
— o maior índice de juros real do mundo.
Para além dos discursos do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva com tom crítico a
Campos Neto, que representam uma forma de
pressão na empreitada pela redução dos juros,
deputados petistas e de outros partidos vêm
adotando medidas para solucionar o problema.
Lindbergh Farias (PT-RJ), por exemplo, pediu a
exoneração do presidente do BC em denúncia
protocolada junto ao Conselho Monetário
Nacional (CMN), apontando que Campos Neto
teria descumprido os objetivos da instituição.
A denúncia de Lindbergh contra Campos
Neto foi apresentada um dia após o Comitê de
Política Monetária (Copom) do BC, em reunião
realizada no dia 21 de junho, decidir manter
a taxa de juros em 13,75%. A princípio, o
presidente da instituição sustentava que a taxa
de juros nas alturas seria necessária por conta
da inflação alta. Acontece que, nos últimos
meses, o Brasil melhorou seus indicadores
econômicos, registrando queda inflacionária,
crescimento do Produto Interno Bruto (PIB),
valorização do real e aumento da perspectiva da
nota de crédito no cenário internacional.
Todos esses fatores, segundo economistas,
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“A decisão do Conselho de
Política Monetária (Copom) de
manter a taxa Selic em 13,75%
é inaceitável. Fica parecendo,
cada vez mais, que Roberto
Campos Neto e o Banco
Central não estão agindo de
forma técnica”
Lindbergh Farias
A nova cartada
Como forma de aumentar a pressão sobre
Campos Neto e fazer com que a taxa de juros,
finalmente, seja reduzida, parlamentares do PT
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se uniram a lideranças de outros oito partidos
(PV, MDB, PSD, PSOL, PSB, PDT, PCdoB e
Rede) e elaboraram uma petição, apresentada na
quarta-feira (5) ao presidente do Senado, Rodrigo
Pacheco (PSD-MG), solicitando uma investigação
sobre a política monetária do Banco Central,
que segundo esses parlamentares vem sendo
marcada por uma "motivação viciada e vício de
finalidade, desconectada dos acontecimentos
fáticos precedentes".
Foto Reprodução
Sede do Banco Central, em Brasília
O
Brasil assumiu na terça-feira (4) a
presidência temporária, por seis meses,
do Mercosul. Durante a 62ª Cúpula
de Chefes de Estado do Mercosul e Estados
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Associados, em Puerto Iguazú, na Argentina,
o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou
que o acordo de livre comércio do Mercosul
com a União Europeia (UE) é inaceitável.
Ele disse que o bloco europeu enviou
aditivos ao acordo com previsão de aplicação
de multas em caso de descumprimento de
obrigações ambientais.
“A PROLIFERAÇÃO DE
BARREIRAS UNILATERAIS
AO COMÉRCIO PERPETUA
DESIGUALDADES E
PREJUDICA OS PAÍSES EM
DESENVOLVIMENTO”, DISSE
LULA.
Moeda comum
O presidente voltou a defender a adoção de
uma moeda comum para os países da região.
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Acordos comerciais
Lula afirmou que tem uma agenda externa
ambiciosa para o Mercosul, na ampliação de
mercados para exportação dos produtos locais.
"Embora já tenhamos uma área de livre
comércio de fato com nossos vizinhos sul-
americanos, há espaço para ampliar e
aprimorar os acordos comerciais com Chile,
Colômbia, Equador e Peru. Retomaremos
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uma agenda externa ambiciosa para ampliar
o acesso a mercados por nossos produtos de
exportação", enfatizou.
Presidência do Mercosul
O presidente Lula agradeceu os esforços
feitos pela Argentina, que entregou a
presidência temporária do Mercosul. Ao longo
dos últimos seis meses, a Cúpula Social do
Mercosul foi retomada – após sete anos de
paralisação, – houve o Fórum Empresarial do
bloco e um avanço na revisão do Regime de
Ordem e na negociação do acordo de direito
de família.
Mercosul
Fundado em 1991, o Mercado Comum do
Sul (Mercosul) é a mais abrangente iniciativa
de integração regional da América Latina,
surgida no contexto da redemocratização
e reaproximação entre os países da região,
ao final da década de 1980. Os países do
Mercosul correspondem a 67% do território da
América do Sul, o equivalente a 11,9 milhões
de quilômetros quadrados. Os 270 milhões
de habitantes do países do bloco equivalem a
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62% da população sul-americana. Os países do
Mercosul detinham 67% do PIB da América do
Sul em 2021.
As trocas comerciais dentro do bloco
passaram de US$ 4,5 bilhões em 1991 para US$
46,1 bilhões em 2022. Nos últimos dez anos, a
média do comércio dentro da região tem girado
em torno de US$ 39 bilhões. O intercâmbio
comercial do Mercosul com o mundo foi de US$
727 bilhões em 2022, dos quais US$ 398 bilhões
referem-se a exportações.
Os principais destinos das vendas do
Mercosul foram China, Estados Unidos e
Países Baixos. As exportações do Brasil para
o Mercosul alcançaram US$ 21,9 bilhões de
dólares em 2022, o equivalente a 6,5% das
exportações brasileiras, contra US$ 18,9 bilhões
em importações (ou 6,9% das importações
totais), gerando um superávit de US$ 3 bilhões
para o Brasil.w
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A N O S
22JORNALISMO
DE
INDEPENDENTE
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Treinamento militar
para crianças
Santa Catarina resiste: grupo neofascista
que leva proselitismo armamentista a crianças
é denunciado
por Raphael Sanz
O
Movimento Humaniza SC, sediado
em Florianópolis, protocolou na última
segunda-feira (3) uma denúncia no
Ministério Público e na Procuradoria de Justiça
da Infância e Juventude de Santa Catarina
contra a organização denominada Fope (Força
Pré-Militar Brasileira) por pressionar escolas
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do estado a permitir que seus cursos sejam
oferecidos no contraturno escolar, carregados
de conteúdos de proselitismo armamentista,
para alunos a partir de 8 anos.
Após o ataque a uma creche em Blumenau,
que vitimou crianças pequenas em abril, foi
criado o Comitê de Operações Integradas de
Segurança Escolar (Comseg), da Assembleia
Legislativa de Santa Catarina (Alesc), que
recorreu às principais cidades catarinenses
buscando estabelecer um diálogo com as
comunidades escolares a fim de debater o
problema. A denúncia do Movimento Humaniza
SC contra a Fope foi anunciada na última
reunião do Comseg, também na segunda-feira,
pela ex-senadora Ideli Salvatti (PT). Ela explicou
o que é a Fope e por que suas atividade vão
de encontro ao Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA).
“Aqui, em Santa Catarina, em Florianópolis, e
no Brasil, tem uma coisa chamada Fope, Força
Pré-militar Brasileira. Alguém já ouviu falar? Pois
é. Essa tal de Fope tem como objetivo preparar
jovens entre 8 e 18 anos de idade que estejam
interessados em seguir a carreira militar. No
entanto, fotos e publicações do grupo revelam
que crianças de 5 anos já estão envolvidas nas
atividades de treinamento militar quando nós
temos um Estatuto da Criança e do Adolescente
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Foto Reprodução
Crianças militarizadas durante o regime de Benito Mussolini, na Itália
D
e acordo com o Censo 2022 recém-
divulgado pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), há
588.978 imóveis particulares desocupados sem
moradores na capital paulista, enquanto há
48.261 pessoas vivendo nas ruas da cidade.
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Várias razões
O arquiteto, urbanista e professor Nabil
Bonduki enfileirou, em entrevista à Fórum, uma
série de motivos para a grande quantidade de
imóveis vagos na cidade. Para ele, o fenômeno
tem diferentes motivos. “Uma razão básica é
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a falta de capacidade de pagamento de parte
da população que não tem habitação e mora
em situação precária, de aluguel, em cortiços,
convivendo com outras famílias ou até mesmo
as famílias que vivem nas ruas. São pessoas
que não têm renda nem pra alugar nem pra
comprar”, afirma.
“EXISTEM, NO ENTANTO,
OUTRAS RAZÕES PARA A
EXISTÊNCIA DE IMÓVEIS
CONSIDERADOS VAGOS.
DOS 12% DE IMÓVEIS
VAGOS EM SÃO PAULO,
EM TORNO DE 6% A 8%
ESTÃO EM CIRCULAÇÃO, OU
SEJA, ESTÃO À VENDA OU PARA ALUGAR.
SE NÃO TIVER ESSA MARGEM, O PREÇO
DOS IMÓVEIS DISPARA, POIS VOCÊ NÃO
TERIA DISPONIBILIDADE PARA QUEM TEM
CONDIÇÃO DE ALUGAR”, EXPLICA
O URBANISTA.
O DEPUTADO FEDERAL
E LÍDER DO MTST,
GUILHERME BOULOS
(PSOL-SP), AFIRMOU,
AO COMENTAR OS
DADOS DO IBGE, QUE
“É URGENTE INVESTIR EM
POLÍTICAS PÚBLICAS COMO
O ALUGUEL SOCIAL E A REQUALIFICAÇÃO
DE IMÓVEIS NO CENTRO EXPANDIDO PARA
DIMINUIR O DÉFICIT DE HABITAÇÃO
NA CAPITAL”.
500k
Valeu,
comunidade!
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Cultura
Morre
Zé Celso
O cidadão de bem
finalmente vai dormir
em paz
por Julinho Bittencourt
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Q
uem já assistiu a algum espetáculo do
Teatro Oficina nunca mais foi o mesmo.
Ninguém, amando ou odiando, passava
por aquilo incólume. Desde sempre, Zé Celso e
seu grupo viraram do avesso o teatro brasileiro.
O espectador, atônito, não conseguia decidir
se o que via era teatro, um show de rock,
performance ou tudo ao mesmo tempo.
Cresci assombrado com sua direção do
espetáculo – a que nunca assisti – Roda Viva, de
Chico Buarque. Os relatos, em plena ditadura,
eram de uma ousadia sem precedentes com,
entre outras coisas, pedaços de carne e
respingos de sangue atirados no público.
O próprio Chico chegou a dizer que o que
levou à reação desmedida da direita e da
ditadura contra a peça foi, sobretudo, a direção
do Zé. Seu texto, declarou modestamente o
compositor, não trazia nada de tão ofensivo.
Em um fato histórico tão triste quanto
inesquecível e revoltante, militantes do grupo
paramilitar Comando de Caça aos Comunistas
(CCC) invadiram o Teatro Ruth Escobar, em São
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Fotos Reprodução
Fotos Reprodução
O casamento de Zé Celso com o ator Marcelo Drummond; o diretor
encontra Silvio Santos; Zé Celso no Teatro Oficina em ato pró-Dilma; e
Caetano Veloso nu na peça As Bacantes
N
a manhã de terça-feira (4), ao abrir
o Twitter para verificar o que estava
acontecendo no Brasil e no mundo, a
primeira coisa que surgiu na minha timeline foi
a divulgação da nova campanha publicitária da
Volkswagen, que anunciava sua linha de carros
elétricos e também celebrava seus 70 anos
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de existência. Até aí, nada de mais, apenas
mais um dia no capitalismo; mas os problemas
começam com o tema da campanha: um
suposto "reencontro" de Maria Rita com sua
mãe Elis Regina, falecida em 1982.
Diretor de Redação
_ Renato Rovai
Editora executiva
_ Dri Delorenzo
Designer Revisão
_ Marcos Guinoza _ Laura Pequeno
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