O documento discute a Luta Antimanicomial no Brasil, inspirada pelas ideias do psiquiatra italiano Franco Basaglia de substituir o tratamento manicomial por atendimentos comunitários. O Movimento dos Trabalhadores em Saúde Mental emergiu nesse período defendendo os direitos dos pacientes psiquiátricos e a eliminação dos manicômios, que eram locais de violência e negligência. A data de 18 de maio tornou-se o Dia da Luta Antimanicomial para promover uma psiquiatria mais humanizada.
O documento discute a Luta Antimanicomial no Brasil, inspirada pelas ideias do psiquiatra italiano Franco Basaglia de substituir o tratamento manicomial por atendimentos comunitários. O Movimento dos Trabalhadores em Saúde Mental emergiu nesse período defendendo os direitos dos pacientes psiquiátricos e a eliminação dos manicômios, que eram locais de violência e negligência. A data de 18 de maio tornou-se o Dia da Luta Antimanicomial para promover uma psiquiatria mais humanizada.
O documento discute a Luta Antimanicomial no Brasil, inspirada pelas ideias do psiquiatra italiano Franco Basaglia de substituir o tratamento manicomial por atendimentos comunitários. O Movimento dos Trabalhadores em Saúde Mental emergiu nesse período defendendo os direitos dos pacientes psiquiátricos e a eliminação dos manicômios, que eram locais de violência e negligência. A data de 18 de maio tornou-se o Dia da Luta Antimanicomial para promover uma psiquiatria mais humanizada.
No dia 18 de Maio é comemorado o dia da luta antimanicomial no Brasil, mas
foi em Maio de 1987, que se realizou um encontro de grupos favoráveis a políticas antimanicomiais. Nesse encontro, surgiu a proposta de reformar o sistema psiquiátrico brasileiro. Por sua relevância no meio social e da saúde, a data de 18 de maio tornou-se o dia de Luta Antimanicomial. Mas o que é a Luta Antimanicomial? Nos anos sessenta e setenta, um psiquiatra chamado Franco Basaglia, era responsável pela direção de um hospital psiquiátrico em Gorizia, na Itália. Imerso nesse sistema, o psiquiatra identificou uma série de abusos e negligências no tratamento dos enfermos. Situação que foi estopim para que, Basaglia, promovesse, junto a um corpo de psiquiatras, mudanças práticas e teóricas no tratamento de seus pacientes, conhecidas como Psiquiatria Democrática, ou o movimento de “negação à psiquiatria”, que deu origem à luta antimanicomial. Desse modo, a finalidade da luta antimanicomial proposta por Basaglia e sua equipe de profissionais, era de remodelar a estrutura psiquiátrica tal como era conhecida. Além de, substituir o tratamento manicomial por atendimentos terapêuticos através de centros comunitários, centros de convivências e tratamento ambulatorial. Franco Basaglia, também esteve no Brasil, em 1979, para realizar um ciclo de conferências, em São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro. Nessas conferências, Basaglia falava sobre o uso perverso do discurso científico dessa disciplina que, utilizando-se da instituição manicômio, fazia a gestão das massas de indesejáveis do ponto de vista econômico (na figura daqueles que não produzem), social (na figura daqueles que não seguem a ordem moral) e político (na figura daqueles que não obedecem ao regime vigente). Seu maior choque, foi ao visitar o Centro Hospitalar Psiquiátrico de Barbacena, em Minas Gerais, lugar onde o horror era visível e, segundo relatos do psiquiatra, o hospital se apresentava “pior do que um campo de concentração”. As ideias e propostas de Basaglia, contagiaram os movimentos antimanicomiais que emergiram no país naquele período, como o Movimento dos Trabalhadores em Saúde Mental (MTSM), fundado em 1978 e formado por trabalhadores da saúde, associações de familiares, sindicalistas e pessoas com longo histórico de internações psiquiátricas. O movimento carrega-se de propostas mais humanizadas, que colocam o interno como um ser de direitos e deveres, que precisa estar em sociedade, conviver com a família, ter acesso à arte, cultura, e uma vida de qualidade tal qual qualquer outro indivíduo. O MTSM, regidos pelo lema: “Por uma sociedade sem manicômios", fizeram parte do Manifesto de Bauru, buscando, justamente, promover uma ruptura com a exclusão e a violência institucionalizadas, que desrespeitam os mínimos direitos da pessoa humana, inaugurando um novo compromisso. Nesse sentido, dá-se a importância do movimento, uma vez que o manicômio é expressão de uma estrutura, presente nos diversos mecanismos de opressão desse tipo de sociedade. A opressão nas fábricas, nas instituições de adolescentes, nos cárceres, a discriminação contra negros, homossexuais, índios, mulheres. Lutar pelos direitos de cidadania dos doentes mentais significa incorporar-se à luta de todos os trabalhadores por seus direitos mínimos à saúde, justiça e melhores condições de vida. Devemos ressaltar também, para qual finalidade existem os Hospitais Psiquiátricos. Trata-se de um serviço de reabilitação e suporte psicoemocional para pessoas com limitações funcionais decorrentes dos transtornos mentais, bem como dificuldades de reinserção e readaptação ao ambiente sociofamiliar. Essa proposta, se distancia muito da realidade que vemos nos manicômios. Os internos, são deixados pela sociedade, pelos profissionais e até mesmo pelas suas famílias. A violência instalada nesse ambiente não promove a reabilitação, mas sim, o agravamento da situação de saúde dos doentes mentais. Um caso que se popularizou no Brasil, foi o de Damião Ximenes Lopes, o senhor foi espancado e morto em uma clínica psiquiátrica. A crítica aos manicômios está ligada, intrinsecamente, a essas práticas extremamente violentas que degradam os usuários desse sistema. Apenas fechar os Hospitais Psiquiátricos não vai promover a solução do problema, pelo contrário, irá criar outro, pois, para onde vão os internos? O que se deve realmente fazer, é abandonar essas práticas negligentes, e cada vez mais, exercer a psiquiatria democrática, que é uma das principais propostas de Basaglia, é dessa forma que, os hospitais psiquiátricos, serão, de fato, um serviço de reabilitação e suporte psicoemocional.