Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1 INTRODUÇÃO
Signo [ISSN 1982-2014]. Santa Cruz do Sul, v. 38, n. 64, p. 135-149, jan./jun. 2013.
http://online.unisc.br/seer/index.php/signo
136
Signo [ISSN 1982-2014]. Santa Cruz do Sul, v. 38, n. 64, p. 135-149, jan./jun. 2013.
http://online.unisc.br/seer/index.php/signo
137
Signo [ISSN 1982-2014]. Santa Cruz do Sul, v. 38, n. 64, p. 135-149, jan./jun. 2013.
http://online.unisc.br/seer/index.php/signo
138
Signo [ISSN 1982-2014]. Santa Cruz do Sul, v. 38, n. 64, p. 135-149, jan./jun. 2013.
http://online.unisc.br/seer/index.php/signo
139
Signo [ISSN 1982-2014]. Santa Cruz do Sul, v. 38, n. 64, p. 135-149, jan./jun. 2013.
http://online.unisc.br/seer/index.php/signo
140
Signo [ISSN 1982-2014]. Santa Cruz do Sul, v. 38, n. 64, p. 135-149, jan./jun. 2013.
http://online.unisc.br/seer/index.php/signo
141
Signo [ISSN 1982-2014]. Santa Cruz do Sul, v. 38, n. 64, p. 135-149, jan./jun. 2013.
http://online.unisc.br/seer/index.php/signo
142
Signo [ISSN 1982-2014]. Santa Cruz do Sul, v. 38, n. 64, p. 135-149, jan./jun. 2013.
http://online.unisc.br/seer/index.php/signo
143
Signo [ISSN 1982-2014]. Santa Cruz do Sul, v. 38, n. 64, p. 135-149, jan./jun. 2013.
http://online.unisc.br/seer/index.php/signo
144
objeto a que faz alusão como “erros”, os desvios ortográficos, e que no texto
consiste na representação da má qualidade de ensino no Brasil, não havendo
menção à formação do sujeito social, mas de um indivíduo que deve adquirir
conhecimentos prontos, predeterminados que o instrumentalizarão para o mercado
de trabalho. Trata-se da educação bancária criticada por Freire. A forma como a
questão do ensino é tratada leva à suposição de que os responsáveis por essa
educação são os pais e os professores, que se mostram satisfeitos com a mesma e
em nenhum momento essa questão é focalizada de forma a considerar as
implicações políticas, econômicas e sociais que interferem diretamente nelas.
Para que possamos compreender o que se defende no discurso subjacente
ao texto da capa, isto é, sua intencionalidade, devemos situá-lo em seu contexto
sócio-histórico imediato, a sociedade brasileira do século XXI e relacioná-lo à esfera
escolar e ao ensino que se tem defendido e procurado colocar em prática nas
escolas públicas e particulares. Um ensino interacionista que visa viabilizar o
alçamento do aluno enquanto cidadão e garantir sua inserção crítica e ativa nas
diferentes esferas sociais.
Diante dessas considerações, percebemos que a preocupação da revista não
é com as causas, tampouco com as implicações dos problemas educacionais para a
vida dos sujeitos da classe menos favorecida economicamente, mas todo o seu
discurso é elaborado na intenção de fazer apologia ao consumo, aos valores
impostos pelo sistema capitalista e globalizante que aliena e deturpa as
necessidades e determina as ações humanas. E nesse sentido, o ensino que se
deseja é o de aquisição de conhecimentos pré-estabelecidos, que devem ser
decodificados e assimilados passivamente pelos alunos, a fim de que esses se
constituam eficientes produtores para a demanda do mercado de trabalho. O ensino
medido por coeficiente de rendimento e de acertos de respostas decoradas.
Tal leitura demanda um conhecimento prévio do leitor, um conhecimento de
mundo que é tratado em seu discurso e que é (ou se pressupõe) ser compartilhado
com o autor do texto. No entanto, conseguimos confirmar com maior clareza o
projeto discursivo veiculado nesse, se estendermos nossa leitura para a matéria que
o complementa, o que também é importante tratar em sala de aula, haja vista a
peculiaridade do gênero capa de revista constituir-se como parte de uma unidade
que se sobrepõe a ele e, de certa forma, o determina.
Signo [ISSN 1982-2014]. Santa Cruz do Sul, v. 38, n. 64, p. 135-149, jan./jun. 2013.
http://online.unisc.br/seer/index.php/signo
145
Signo [ISSN 1982-2014]. Santa Cruz do Sul, v. 38, n. 64, p. 135-149, jan./jun. 2013.
http://online.unisc.br/seer/index.php/signo
146
não apenas a seleção das informações a serem levadas aos sujeitos sociais mas,
sobretudo, o poder de manipulação dessas informações.
Poderíamos nos estender mais na leitura do texto, mas o exíguo espaço
destinado ao artigo nos coloca o encargo de finalizar a análise, sem maiores
adentramentos. Desta forma, concluímos prefigurando a Capa da revista como um
discurso que coaduna com os sistemas político e econômico hegemônicos no Brasil,
que se utiliza do poder de controle de informação que possui para trabalhar
discursivamente em prol da ideologização dos leitores a que se destina, a fim de
que, dominados por essa imposição ideológica disfarçada nos moldes atrativos da
Capa, ajam sob sua força e transformem-se em seus agentes propagadores,
perpetuando as esferas econômicas e políticas que através do discurso veiculado
por ela se mantém no controle social.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Signo [ISSN 1982-2014]. Santa Cruz do Sul, v. 38, n. 64, p. 135-149, jan./jun. 2013.
http://online.unisc.br/seer/index.php/signo
147
aspecto multimodal atualmente presente na grande maioria dos textos que circulam
socialmente em suportes impressos e que é imprescindível para sua
contextualização e compreensão, o que nos leva à ressignificação do conceito de
texto ainda entendido por muitos como constituído exclusivamente por signos
linguísticos.
Esperamos ter deixado claro também a relação não dicotômica entre
pressupostos da Linguística Textual e os de cunho Discursivo Interacionista, mas
apresentá-los, ambos, como inerentes à constituição da linguagem, seja no âmbito
da materialidade textual, seja no âmbito da concretização discursiva, o que
pressupõe que se complementam e são, portanto, imprescindíveis a uma leitura
afinada à proposta deste trabalho, o que pressupõe que a concepção de texto não
pode permanecer restrita ao domínio da matéria textual, da mesma forma que, como
dito no parágrafo anterior, não se pode restringir seus elementos constitutivos ao
âmbito linguístico.
Finalmente, concluímos, propositadamente sem fechar a análise do texto,
ancorados na perspectiva interacionista bakhtiniana que funda a linguagem e,
portanto, o texto que materializa seu uso como uma relação dialógica compreendida
entre infinitos diálogos anteriores e posteriores e que por isso pode ser eternamente
re-lido e re-significado, a partir do momento histórico e das posições axiológicas dos
sujeitos sociais que a ele têm acesso.
NOTAS
1
Doutoranda em Linguística pela Universidade Federal de Santa Catarina (Florianópolis, SC),
professora da Universidade Federal do Amazonas (Humaitá, AM) e bolsista da Fundação de Amparo
à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM).
___________________________________________________________________
THE INTERACTIONIST APPROACH OF MULTIMODALITY TEXTUAL AND
TEACHING CRITICAL READING
ABSTRACT
Given the emergence of new literacies, especially with regard to the aspect of
multimodal texts belonging to genres recurrent in public spheres, whereby interact
different social subjects of the current globalized world, impose ourselves the urgent
task of reflecting on the status of the text in the social practices of contemporary life
and to reconsider the processes of teaching and learning of reading they undergo the
Signo [ISSN 1982-2014]. Santa Cruz do Sul, v. 38, n. 64, p. 135-149, jan./jun. 2013.
http://online.unisc.br/seer/index.php/signo
148
students – subjects in training, potential critical readers. This time, we aimed in this
paper is present to the reading of a text belonging to the genus multimodal magazine
cover under assuming the reading as should be done at school. Therefore, the
prospects are based on the interactional language and critical reading, respectively
subsidized in Bakhtin and Freire and somehow both contemplated in the ideals
underlying the Parâmetro Curricular Nacional de Língua Portuguesa. We emphasize
here that reading made is more suitable for the high school segment, depending on
the topic and knowledge collected for his apprehension, not intending, however,
serve as a model or methodological proposal, which would go against the
perspectives that guided this work.
REFERÊNCIAS
BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes,
2003.
BENTES, A. C.; RAMOS, P.; ALVES FILHO, F.. Enfrentando desafios no campo dos
estudos do texto. In: BENTES, A. Christina; LEITE, Marli Quadros (Orgs.).
Linguística de texto e análise da conversação: panorama das pesquisas no Brasil.
São Paulo: Cortez, 2010.
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. São
Paulo: Cortez, 1982.
KOCH, Ingedore Villaça; TRAVAGLIA, Luiz Carlos. A coerência textual. 11.ed. São
Paulo: Contexto, 2001.
Signo [ISSN 1982-2014]. Santa Cruz do Sul, v. 38, n. 64, p. 135-149, jan./jun. 2013.
http://online.unisc.br/seer/index.php/signo
149
VEJA. 2008. São Paulo: Abril, n. 33, ago. 2008, edição 2074, ano 41, p. 140. Capa.
Disponível em: <http://veja.abril.com.br/acervodigital/home.aspx>. Acesso em: 02
dez. 2012.
Signo [ISSN 1982-2014]. Santa Cruz do Sul, v. 38, n. 64, p. 135-149, jan./jun. 2013.
http://online.unisc.br/seer/index.php/signo