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1.1 Tema
Esta pesquisa tem por finalidade, a reflexão sobre a noção de carnaval como
representação da espetacularização da vida, bem como da desconstrução, visto que o
mesmo traz a desordem, pois exige fantasia, exagero, humor, criando a paródia e a
conseqüente destruição do objeto. Desse modo, nota-se que a desordem tornar-se-á um
campo fértil, no qual desaparece, a princípio, a ordem hierárquica, pois de acordo com
Bakthin( 2002): não há divisão entre atores e espectadores.(P.122-3).
A história de Manuel Rui mostra a rotina de uma família que mora num prédio
(com falhas estruturais) de Luanda (como já foi mencionado anteriormente). O narrador
deixa nas entrelinhas, com ironia essas questões ocorridas no local: Faustino só tirava o
dedo do botão quando o elevador aparecia[...]Carregaram no botão. O elevador nunca
mais.[...].( Rui, Manuel In: Quem me dera ser onda. P.7-8)
revolucionária, o que passou a ter relação como o fato da não descoberta do bicho. Ou
seja, a denominação do próprio ato revolucionário das crianças.
A pequena guerra travada pelos três meninos naquele prédio (onde as leis são
burladas o tempo todo) pode representar a desconstrução do discurso socialista imposto,
não só naquela comunidade, como também no âmbito geral.
Retomando o crítico russo, o qual afirma que a principal ação carnavalesca (a ser
refletida neste trabalho) trata-se da coroação da bufa e a seguir o destronamento do rei
do carnaval.(P.124) , fatos que trarão as mudanças e a conseqüente renovação.
Desse modo podemos nos transportar ao conto e refletir que o mesmo faz uma
paródia sobre as organizações estatais.
A fábula conta a insurgência dos animais de uma fazenda, insuflada pelas palavras
de ordem de um porco idoso, que em uma noite, após o dono da fazenda se embriagar,
comenta um sonho visionário: habitar num mundo sem a presença humana, isto posto,
reitera a necessidade de os bichos assumirem as rédeas de seus destinos.
Com a morte do porco, há uma elevação de sua figura heróica, então ocorre a
premeditação do levante, salvo os argumentos dos mais conservadores, que temiam
morrer de fome.
Essa revolução, como todas as outras está condenada ao fracasso, posto que a sede
de poder inebrie o ser, desse modo ocorrerá a tirania e o desrespeito para com o
próximo, já que o conceito de igualdade não é para todos.
Manuel Rui Alves Monteiro nasceu no Huambo em 1941, tendo sido Ministro da
Informação do Governo de Transição. Ele está no rol dos principais ficcionistas
angolanos.
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O autor com essa obra aparentemente despretensiosa produz algo, que até à época
da publicação, 1985 não havia sido descrito: os problemas estruturais de uma cidade
dentro do contexto-social. Como o regime socialista burocrático e que privilegia a
poucos dará conta das necessidades daquela população.?
2. JUSTIFICATIVAS E OBJETIVOS.
Ressalta-se a importância de Manuel Rui nesse contexto, pois o mesmo fez uma
abordagem irônica e sutil das dificuldades de funcionamento daquela nova sociedade
angolana, colocada no plano sócio-político, porém é preciso trilhar outros caminhos,
quanto aos estudos dos processos ocorridos nesses vinte anos de história, ou seja, o
aprofundamento não só nos fatos oficiais (os que todos sabem) da revolução, como
também, nos espaços vazios da memória (o que nem todos sabem.).
O autor deixa claro que o sistema “consagrado” criou vários problemas para a
população, assim Manuel Rui deixa nas entrelinhas, a necessidade de mudanças.
3. PRESSUPOSTOS TEÓRICOS
4- METODOLOGIA
Para a produção deste trabalho, foi analisada a novela de Manuel Rui: Quem me
dera ser onda com o apoio dos autores citados: Mikhail Bakhtin em: Problemas da
poética de Dostoievski, George Orwel em: A revolução dos bichos, Jacques Rancière
em A partilha do sensível , Demétrio Magnoli em Sociologia de combate e da
Professora Doutora Laura Cavalcante Padilha em: Entre voz e letra. O lugar da
ancestralidade na ficção angolana do século XX.
Serão usadas outras obras para o diálogo com a obra principal, dados geopolíticos
e produções crítico - filosóficas, além da fábula em questão.
A análise dos dados será feita através de fontes literárias, virtuais, mídia, revistas,
entre outros.
Fundamentação teórica;
5. BIBLIOGRAFIA
ORWEL, George. In: Revolução dos bichos(Apud:Sut, Helena.IN: Recanto das Letras).
Disponível em: http://www.recantodasletras.com.br. Acessado em 22/10/2006
RUI, Manuel. In: Quem me dera ser onda. UniãoEndiama. 1989. P.10-19-30-31
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