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Obra: Edificação Mista para Fins Industriais.

Endereço: Linha Santa Bárbara, Interior, Videira/SC.


Proprietário: Vinícola Santa Augusta Ltda
CNPJ: 07.809.855/0001-07
Responsável Técnica: Natalia da Rocha Pinto
CREA/SC: 155953-1
ART: 8530859-3
SUMÁRIO

1. CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES ..................................................................... 2


1.1. OBJETO ......................................................................................................................... 2
1.2. CLASSIFICAÇÃO DA EDIFICAÇÃO ......................................................................... 5
1.3. CARGA DE INCÊNDIO ................................................................................................ 7
1.4. CAPACIDADE DE LOTAÇÃO .................................................................................... 8
1.5. CLASSIFICAÇÃO DE RISCO ...................................................................................... 8
1.6. QUADRO RESUMO DA EDIFICAÇÃO ..................................................................... 9
1.7. SISTEMAS E MEDIDAS DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO ....................... 10
2. SISTEMAS E MEDIDAS DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO .................. 13
2.1. ACESSO DE VIATURA NA EDIFICAÇÃO – IN 35 ................................................ 13
2.2. SISTEMA DE ALARME E DETECÇÃO DE INCÊNDIO – IN 12 ........................... 13
2.3. BRIGADA DE INCÊNDIO – IN 28 ............................................................................ 13
2.4. COMPARTIMENTAÇÃO, TEMPO DE RESISTÊNCIA AO FOGO E ISOLAMENTO
DE RISCO – IN 14 ................................................................................................................... 15
2.5. CONTROLE DE MATERIAIS DE REVESTIMENTO E ACABAMENTO – IN 18 16
2.6. SISTEMA PREVENTIVO POR EXTINTORES – IN 6 ............................................. 19
2.7. SISTEMA HIDRÁULICO PREVENTIVO – IN 7 ...................................................... 20
2.8. SISTEMA DE ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA – IN 11 ..................................... 20
2.9. INSTALAÇÕES ELÉTRICAS DE BAIXA TENSÃO – IN 19 .................................. 21
2.10. SAÍDAS DE EMERGÊNCIA – IN 9 ........................................................................... 23
2.11. SINALIZAÇÃO PARA ABANDONO DE LOCAL – IN 13 ...................................... 29
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 31
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1. CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES

1.1. OBJETO
O presente memorial tem por objetivo discriminar as especificações, detalhamentos e
serviços das instalações de prevenção contra incêndio e pânico de edificação existente, de
caráter recente, em materiais mistos, destinada a uso industrial.
A edificação é distribuída em três blocos, todos isolados um dos outros:
• Depósito: construído em alvenaria convencional, com apenas 01 (um) pavimento,
possuindo área de 153,00 m², regularizado conforme RPCI Protocolo A8379000239A
em 30/11/2020.
• Container: container com 01 (um) pavimento, possuindo área de 82,00 m², regularizado
conforme RPCI Protocolo A8379000239A em 30/11/2020.
• Vinícola: construída em materiais mistos, com 01 (um) pavimento, com área total de
2.147,76 m², da qual 1.432,19 m² se trata de área existente regularizada conforme
Atestado de Aprovação de Projeto Protocolo 0000028597 para RE 608, em 19/06/2015
e Habite-se Protocolo 10589 para RE 608, emitido em 26/06/2015. Os demais 715,57
m² se refere à uma ampliação recente que corresponde à 57,87% da área original de
1.236,46 m², conforme Atestado de Aprovação de Projeto Protocolo 0000025890 para
RE 608, em 24/10/2013.

Para fins de comprovação da existência da edificação, apresenta-se uma imagem de


satélite, de 06/10/2020, que contempla as áreas já regularizadas e as de ampliação recente:
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LEGENDA:
ÁREA RESIDENCIAL

ÁREA EXISTENTE REGULARIZADA

ÁREA DE AMPLIAÇÃO RECENTE

Conforme Art. 7º da IN 5 do CBMSC, edificações existentes e recentes são


regularizadas com base no disposto nesta IN, no tocante às adequações dos SMSCI. O
fluxograma do Anexo B da IN 5 ilustra o processo para regularização.
Sendo assim, observando o Art. 15 da IN 5, para ampliações de área superior a 50% em
relação a área construída original - que é o caso da edificação em questão - se não houver
compartimentação entre área construída original e área ampliada, o PPCI deve atender os
preceitos da IN 1, sem adequações aos sistemas e medidas de segurança contra incêndio.
Neste caso, observa-se o fluxograma no Anexo B da IN 5, apresentado na Figura 1
abaixo, para determinar a forma de regularização dos SMSCI desta edificação.
Seguindo o fluxograma, observado que a área original regularizada da edificação –
1.236,46 m², não possui compartimentação com a área ampliada – 715,57 m³, de 57,87%, a
regularização se valerá das normativas da IN 1 para toda a edificação.
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Figura 1 - Fluxograma Anexo B da IN 5 para processos de regularização dos SMSCI.


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1.2. CLASSIFICAÇÃO DA EDIFICAÇÃO


Para dimensionamentos dos SMSCI, deve-se considerar, conforme preconizado pelo
Art. 5º da IN 1 – Parte 2, a ocupação ou uso do imóvel, a área total construída, a altura ou
número de pavimentos, a carga de incêndio, a capacidade de lotação e os riscos especiais.
Para classificação da edificação, deve-se considerar, conforme Art. 4º da IN 1 – Parte 1,
os conceitos de edificações mistas, secundárias e subsidiárias:
• ocupação mista: aquela na qual a área destinada às ocupações secundárias seja superior
a 10% (dez por cento) da área total da edificação, caracterizando-se também como
ocupação mista as edificações que possuam em qualquer pavimento ocupações
secundárias estabelecidas em área igual ou maior a 90% (noventa por cento) do mesmo
pavimento.
• ocupação secundária: atividade ou uso exercido na edificação não subsidiária ou
correlata com a ocupação principal;
• ocupação subsidiária: atividade ou dependência vinculada a uma ocupação principal,
correlata e fundamental para sua concretização, sendo considerada parte integrante desta
para a determinação dos parâmetros de proteção contra incêndio e desastres. Caso a
dependência seja depósito, esta não poderá exceder 10% (dez por cento) da área total,
nem a 1.000 m² (mil metros quadrados), para que seja caracterizada subsidiária;

Para determinação dos SMSCI, conforme Art. 27 da IN 1 – Parte 2, o imóvel é


classificado em uma das ocupações presentes na Tabela 1, do Anexo B, da IN 1 – Parte 2. Em
caso de ocupação não definida na tabela, utiliza-se a similaridade entre as ocupações para
enquadramento.
O imóvel descrito acima trata-se de uma edificação de ocupação/ uso
predominantemente industrial, destinada à fabricação de vinhos e espumantes, que são
consideradas bebidas de fermentação natural, não destiladas. Em observância à Tabela 1, do
Anexo B, da IN 1 – Parte 2, conforme a Figura 2 mostrada na sequência, não há este tipo de
ocupação específica, portanto, conforme orientação desta mesma IN, utilizaremos para critérios
de classificação, a similaridade com ocupações definidas na Tabela 1. Estipula-se como
ocupação mais semelhante à vinícolas, as cervejarias, por se referir também a um local com
produção de bebidas fermentadas.
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Figura 2 - Seção da Tabela 1, do Anexo B, da IN 1 - Parte 2, referente à classificação das edificações.

Observa-se também, que na edificação em questão, existem ocupações subsidiárias,


inclusive destinadas à depósitos. Verifica-se que a área dos ambientes destinados à depósitos é
superior à 10% da área total da edificação, portanto, para sua classificação e determinação da
carga de incêndio, conforme Art. 7º da IN 3, devem adotar obrigatoriamente a tabela relativa à
altura de armazenagem constante do Anexo C da IN 3.

Carga de
Altura de
Ambiente Área Material Estocado Incêndio
Armazenamento
Específica
Câmara Fria 31,57 m² Fruta (Incombustível) 2,00 m 18 MJ/m²
Caves 01, 02 Pipas de Vinho
616,16 m² 2,00 m 18 MJ/m²
e 03 (Incombustível)
Estoque Garrafas
66,15 m² 2,00 m 18 MJ/m²
Materiais (Incombustível)
Estoque Garrafas de Vinho
134,66 m² 3,00 m 27 MJ/m²
Intermediário (Incombustível)
Estoque P. Garrafas de Vinho
71,71 m² 3,00 m 27 MJ/m²
Pronto (Incombustível)
Garrafas de Vinho
Estoque
234,80 m² Embaladas em Caixas 3,00 m 270 MJ/m²
Expedição
(Incombustível)
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Os depósitos possuem diferentes características quanto à classificação de sua ocupação,


em virtude da carga de incêndio de cada ambiente.

Divisão Descrição Área


J-1 Depósitos de material incombustível 920,25 m²
Depósitos com baixa carga de incêndio: locais com carga de
J-2 234,80 m²
incêndio até 300 MJ/m² (Estoque Expedição)

Elaborou-se a tabela a seguir para resumir as ocupações da edificação a qual estamos


tratando neste PPCI:

Divisão Descrição Área


J-1 Depósitos de material incombustível 920,25 m²
Depósitos com baixa carga de incêndio: locais com carga de
J-2 234,80 m²
incêndio até 300 MJ/m²
Indústria: locais onde a carga de incêndio não chega a 300 MJ/m²
I-1 992,71 m²
(Vinícola – Classificada pela similaridade com cervejarias)

1.3. CARGA DE INCÊNDIO


Conforme orientação da IN 3, no seu Art. 11, para edificações com ocupação mista,
aplica-se a média ponderada entre as cargas de incêndio específicas, sendo o peso dado pela
área de cada uma das ocupações.

Grupo/Divisão Carga de Incêndio Específica Área


J-1 18 MJ/m² 713,88 m²
J-1 27 MJ/m² 206,37 m²
J-2 (Expedição) 270 MJ/m² 234,80 m²
I-1 80 MJ/m² 992,71 m²

(18 ∗ 713,88) + (27 ∗ 206,37) + (270 ∗ 234,80) + (80 ∗ 992,71)


𝑞𝑓𝑖 =
(713,88 + 206,37 + 234,80 + 992,71)
8

161.234,63
𝑞𝑓𝑖 = → 𝒒𝒇𝒊 = 𝟕𝟓, 𝟎𝟕 𝑴𝑱/𝒎²
2.147,76

Com a aplicação da média ponderada, a carga de incêndio desta edificação é aferida


em 75,07 MJ/m². Consoante a IN 3, no seu Art. 10, a carga de incêndio desta edificação é
classificada como DESPREZÍVEL, abaixo de 100 MJ/m².

1.4. CAPACIDADE DE LOTAÇÃO


A população ou lotação máxima da edificação deve ser calculada, de acordo com o Art.
11 da IN 9, conforme os coeficientes de densidade populacional para cada um dos
ambientes/ocupações do pavimento, previstos no Anexo C da IN 9.

Grupo/Divisão Coeficiente de Densidade Populacional Área Lotação


J-1 e J-2 1 pessoa/30m² de área 1.155,05 m² 39
I-1 1 pessoa/10m² de área 992,71 m² 100

Portanto, estabelece-se para esta edificação, a população de 139 pessoas.

1.5. CLASSIFICAÇÃO DE RISCO


A classificação de risco dos imóveis se dá, conforme Art. 5º da IN 1 – Parte 1,
considerando os aspectos relacionados à ocupação, complexidade dos SMSCI necessários no
local e atividade, econômica ou social, desenvolvida. O risco, que determina o grau de
periculosidade do imóvel, é classificado em I, II, III, IV e V, conforme definições contidas no
§ 2º do Art, 5º da IN 1 – Parte 1.
Considera-se a ocupação mista deste imóvel, sendo altura e área de cada ocupação
elencada na tabela abaixo:
Grupo/Divisão Ambiente Área Altura
J-1 Cave 01 165,10 m² 4,85 m
J-1 Cave 02 89,54 m² Var. 5,90 a 5,50 m
J-1 Cave 03 361,52 m² 5,00 m
J-1 Estoque Intermediário 134,66 m² 7,70 m
J-1 Estoque de Produto Pronto 71,71 m² 2,85 m
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J-2 Estoque Expedição 234,80 m² Var. 7,30 a 5,40 m


I-1 Produção e Áreas Subsidiárias 905,55 m² Var. 7,70 a 2,55 m

De acordo com o observado na IN 1 – Parte 1, para enquadramento no grau de risco III,


a edificação deve possuir as características definidas no Anexo A2 da IN 1 – Parte 1, ilustrado
na Figura 3, a seguir.

Figura 3- Seção do Anexo A2 da IN 1 - Parte 1 quanto à classificação de risco dos imóveis.

Verifica-se que as ocupações se enquadram, de acordo com sua classificação, no tocante


à altura e área máxima. Portanto, enquadra-se a edificação com grau de risco III.

1.6. QUADRO RESUMO DA EDIFICAÇÃO


Com o intuito de concentrar as informações dos itens abordados até então neste
memorial descritivo e de dimensionamento, elaborou-se o quadro resumo a seguir, de forma a
facilitar o dimensionamento dos sistemas e medidas de SCI.
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Ocupação/Uso do Imóvel Mista


Área Total Construída 2.147,76 m²
Área do PPCI Original 1.432,19 m²
Área Ampliada 715,57 m²
Número de Pavimentos 01
Altura Variável entre 7,70 m e 2,55 m
Carga de Incêndio 75,07 MJ/m² - Desprezível
Lotação 139 pessoas
Grau de Risco III
Riscos Especiais Não Há
Faz Uso de GLP? Não
Tipo e Quantidade de Escada 01 Escada Comum na Copa
Altura da Escada 80 cm
Sistema Construtivo Alvenaria Comum + Estrutura Metálica = Misto
Situação Recente

1.7. SISTEMAS E MEDIDAS DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO


Considerando as características da edificação supra identificadas e sintetizadas no
quadro resumo apresentado no item 1.5 deste memorial, e em observância ao §1º do Art. 11, da
IN1 – Parte 2, a exigência dos sistemas e medidas de SCI para cada ocupação é definida nas
tabelas 2 a 29 do Anexo C da própria IN 1 – Parte 2, observadas as notas gerais e específicas.
Em edificações mistas, como o caso em questão, deve ser atendido, segundo o Art. 7º
da IN 1 – Parte 2, no caso de blocos não isolados, os SMSCI exigidos para o imóvel devem ser
definidos pelo somatório dos SMSCI de cada ocupação.
Elaborou-se um quadro das ocupações existentes no imóvel com os respectivos SMSCI
definidos nas tabelas do Anexo C da IN 1 – Parte 2 para cada uma delas.
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Grupo/Divisão SMSCI
Acesso de viatura na edificação
Alarme de incêndio
Brigada de incêndio (conforme população fixa)
Compartimentação horizontal ou de áreas
J-1 e J-2 Controle de materiais de acabamento

(Área ≥ 750 m² Extintores

Altura 6 a 12 m) Hidráulico Preventivo


Tabela 21 Iluminação de emergência
Instalação elétrica de baixa tensão
Saídas de emergência
Sinalização para abandono de local
Proteção Estrutural (TRRF)

Grupo/Divisão SMSCI
Acesso de viatura na edificação
Alarme de incêndio
Brigada de incêndio (conforme população fixa)
Compartimentação horizontal ou de áreas
I-1
Controle de materiais de acabamento
(Área ≥ 750 m²
Extintores
E Altura ≥ 12,00)
Iluminação de emergência
Tabela 18
Instalação elétrica de baixa tensão
Saídas de emergência
Sinalização para abandono de local
Proteção Estrutural (TRRF)
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Portanto, os SMSCI exigidos para a edificação, conforme IN 1 – Parte 2, são:


Acesso de viatura na edificação IN 35
Alarme de incêndio IN 12
Brigada de incêndio (conforme população fixa) IN 28
Compartimentação horizontal ou de áreas IN 14
Controle de materiais de acabamento IN 18
Extintores IN 6
J-1+J-2+I-1
Hidráulico Preventivo IN 7
Iluminação de emergência IN 11
Instalação elétrica de baixa tensão IN 19
Saídas de emergência IN 9
Sinalização para abandono de local IN 13
Proteção Estrutural (TRRF) IN 14
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2. SISTEMAS E MEDIDAS DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO

2.1. ACESSO DE VIATURA NA EDIFICAÇÃO – IN 35


As condições mínimas exigíveis para o acesso e estacionamento de viaturas do Corpo
de Bombeiros nas edificações e áreas de risco, visando a disciplinar o seu emprego operacional
na busca e salvamento de vítimas e no combate a incêndios, são regulamentadas pela IN 35.
Conforme Art. 6º da IN 35, as vias de acesso para viaturas devem atender:
I – largura mínima de 6,00 metros;
II - suportar viaturas com peso de 25.000 kgf (245.166,25 N) em toda sua extensão;
III – desobstrução em toda a largura;
IV – altura livre mínima de 4,50 metros;
V – a via de acesso (interna ao imóvel) deve distar, no máximo, 20 metros da edificação,
quando não houver previsão de sistema de hidrantes, ou 10 metros do hidrante de recalque,
quando houver previsão de sistema hidráulico preventivo; e
VI – o portão de acesso (quando houver) deve ter as dimensões mínimas de 4 metros de
largura e 4,50 metros de altura.
Na edificação em questão, a via que dá acesso à edificação possui 12 metros de largura,
e por se tratar de uma estrada municipal rural, recebe veículos de carga com frequência,
suprindo o exigido pela IN 35.

2.2. SISTEMA DE ALARME E DETECÇÃO DE INCÊNDIO – IN 12


A IN 12 estabelece e padroniza os critérios de exigência do Sistema de Alarme e
Detecção de Incêndio (SADI), nos processos analisados e fiscalizados pelo Corpo de
Bombeiros Militar de Santa Catarina (CBMSC).

2.3. BRIGADA DE INCÊNDIO – IN 28


A IN 28 estabelece os critérios mínimos de concepção e dimensionamento da Brigada
de Incêndio (BI), como medida de SCI, assim como os requisitos necessários para
credenciamento e recredenciamento de brigadistas, instrutores, empresas de formação e
prestação de serviços de brigadista, nos processos analisados e fiscalizados pelo CBMSC.
Conforme Art. 4º, para fins de aplicação da IN 28, consideram-se:
• brigadista particular: profissional qualificado e capacitado para prestar serviços de
primeiros socorros, prevenção e segurança contra incêndio e pânico em plantas e/ou
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edificações privadas ou públicas, com dedicação exclusiva às atribuições inerentes à sua


função, sendo responsável por executar ações de prevenção e de emergência
exclusivamente no local em que atua como brigadista;
• brigadista voluntário: pessoa capacitada para auxiliar nos serviços de prevenção,
combate a princípios de incêndio e salvamento, em caráter voluntário, podendo ser
usuário ou funcionário da edificação, que exerça outras funções.
• empresa de formação de brigadistas: instituição responsável pela capacitação técnica
dos brigadistas e instrutores de brigadistas; e
• planta industrial: unidade industrial, ou setor de uma indústria, que realiza processos
(exemplo: planta de fundição, planta de moldagem, planta de extrusão, planta de
estamparia, planta de laminação, etc.)

A IN 28, de acordo com o seu Art. 5º, se aplica aos imóveis onde a Brigada de Incêndio
é exigida, conforme previsto na IN 1 - Parte 2 e aos eventos temporários consoantes na IN 24.
Conforme Art. 6º e 7º da IN 28, fica isenta a presença de brigadista particular nas
microempresas e empresas de pequeno porte enquadradas como tal, na legislação estadual ou
federal. Nos imóveis em que a população fixa seja inferior ao quantitativo da Tabela 3 do Anexo
B, da IN 28 não são exigidos brigadistas voluntários.
Considerando o Art. 5º da IN 28, verifica-se na IN 1 – Parte 2, observa-se que, para as
ocupações J-1, J-2 e I-1, a BI é exigida conforme população fixa do imóvel, observando a IN
28.
O dimensionamento dos brigadistas é feito observando o Anexo B da IN 28, de acordo
com a ocupação do imóvel e classificação da carga de incêndio, sendo, no caso do imóvel em
questão, ocupação mista J-1, J-2 e I-1, e classificação da carga de incêndio como desprezível.
Observando a Tabela 1 do Anexo B para dimensionamento dos brigadistas, percebe-se
que não se aplica o dimensionamento para imóveis com carga de incêndio desprezível, somente
a partir da carga de incêndio baixa. Portanto, para a edificação em questão, a brigada de incêndio
torna-se dispensada.
Conforme preconizado no Art. 8º da IN 28, para os casos isentos de brigada de incêndio,
recomenda-se que toda a população fixa seja treinada para realizar o abandono do local.
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2.4. COMPARTIMENTAÇÃO, TEMPO DE RESISTÊNCIA AO FOGO E ISOLAMENTO


DE RISCO – IN 14
A IN 14 do CBMSC estabelece e padroniza os critérios de compartimentação,
isolamento de risco de propagação de incêndio e tempo requerido de resistência ao fogo
(TRRF), como forma de impedir ou reduzir a propagação de incêndios nas edificações,
aplicando-se aos imóveis onde a compartimentação e o isolamento de risco de propagação de
incêndio são exigidos, conforme previsto na IN 1 - Parte 2.
De acordo com a IN 1 – Parte 2, conforme já citado no item 1.7 deste memorial, exige-
se para esta edificação a aplicação das disposições da IN 14 quanto à compartimentação
horizontal e de áreas e o tempo de resistência ao fogo.
Observando o Art. 5º da IN 14, em relação ao tempo de resistência ao fogo, prevê a
isenção nas edificações térreas, que é o caso do imóvel em questão, quando estas forem do
grupo I (industrial) e do grupo J (depósitos), com carga de incêndio específica menor ou igual
a 1.200 MJ/m².
Em relação à compartimentação horizontal, o Art. 11 da IN 14, orienta que a área
máxima permitida sem compartimentação entre ambientes na horizontal, é definida em função
do tipo de ocupação e altura do imóvel, conforme Tabela 2, do Anexo C, da IN 14, representada
na Figura 4 abaixo.

Figura 4 - Fragmento da Tabela 2, do Anexo C, da IN 14, quanto à área máxima de compartimentação horizontal.
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Verifica-se, portanto, que a edificação possui área total de 2.147,76 m², não
ultrapassando a área máxima permitida de 15.000 m² para isentar-se das características de
compartimentação horizontal ou de áreas.

2.5. CONTROLE DE MATERIAIS DE REVESTIMENTO E ACABAMENTO – IN 18


Para estabelecer as especificações mínimas de fiscalização e controle das propriedades
e características dos materiais de revestimento e acabamento, utilizados em imóveis e nos locais
de eventos, utilizamo-nos da IN 18, visando prevenir acidentes, restringir a propagação do fogo
e o volume de fumaça.
Esta IN 18 é aplicada nos imóveis onde é exigida a implantação do controle de materiais
de revestimento e acabamento, conforme as ocupações e os locais previstos na IN 1 – Parte 2 e
na IN 5, em função da finalidade dos materiais empregados em piso, parede, divisória, teto,
forro, decoração e tratamento termoacústico.
Conforme parágrafo único do Art. 4º da IN 18, no PPCI, deve constar nas plantas baixas
dos ambientes, a localização, os tipos e as propriedades dos materiais de acabamento, de
revestimento, de decoração e de tratamento termoacústico utilizados, e que estão previstos no
Anexo B desta IN.
A IN 18, no seu Art. 6º descreve os materiais e as propriedades fiscalizados pelo
CBMSC, sendo:
• revestimento de piso: antiderrapante, incombustível, retardante ou não propagante;
• revestimento de parede, divisória, teto, forro, decoração e material termoacústico:
incombustível, retardante ou não propagante.

Conforme atenta o parágrafo único do Art. 6º da IN 18, deve-se consultar no Anexo B


desta IN, os ambientes dos imóveis, onde devem ser observadas as propriedades dos materiais
de revestimento e acabamento.
A comprovação das propriedades dos materiais, de acordo com o Art. 7º da IN 18, é
atribuição de responsável técnico legalmente habilitado, mediante a apresentação de laudo ou
de ensaio do material usado no imóvel, a apresentação de ART ou RRT de instalação do
material usado no imóvel, e/ou o fornecimento, quando solicitado pelo CBMSC, de amostra do
material utilizado para a realização de ensaio e avaliação das propriedades do material.
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O proprietário ou o responsável pelo uso do imóvel, conforme explícito no Art. 8º, são
os responsáveis pela manutenção das propriedades dos materiais de acabamento e de
revestimento exigidos nesta IN.
Para fins de legalidade do laudo, conforme Art. 9º e 10 da IN 18, somente são aceitos
laudos ou ensaios emitidos por profissionais legalmente habilitados ou laboratórios de
universidades, faculdades e demais entidades com credibilidade nacional ou internacional
reconhecidas pelo CBMSC, sendo os laudos ou ensaios em língua estrangeira com tradução
juramentada, e, juntamente com o laudo ou o ensaio, deve ser apresentada ART ou RRT do
profissional técnico responsável pela realização do mesmo.
Para fins de aplicação da IN 18 neste imóvel, consulta-se o Anexo B da IN 18, para
verificação dos locais, posição, materiais autorizados, propriedades e meio de comprovação
para os materiais de acabamento e revestimento utilizados, conforme Figura 5 apresentada.
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Figura 5 - Tabela 3, do Anexo B, da IN 18, quanto à comprovação das propriedades dos materiais de revestimento e acabamento.

Os pisos de todos os ambientes da edificação em questão são ou de concreto ou com


revestimento cerâmico, sendo, conforme Tabela 3 acima, isentos de comprovação.
As paredes divisórias deste imóvel são, em sua maioria de alvenaria, e, em alguns
ambientes, paredes metálicas. Ambos os materiais são autorizados para paredes e divisórias,
conforme tabela da IN 18, isentas de comprovação.
No que se refere aos tetos e forros, há ambientes com forração em gesso, metálica e
também ambientes sem forração, ficando aparente a estrutura metálica do telhado. Todos esses
materiais citados são autorizados pela IN 18, e isentos de comprovação por laudo ou ensaio.
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2.6. SISTEMA PREVENTIVO POR EXTINTORES – IN 6


A IN 6 do CBMSC têm por objetivo estabelecer e padronizar critérios de concepção e
dimensionamento do Sistema Preventivo por Extintores (SPE), aplicando-se aos imóveis onde
o SPE é exigido, conforme previsto na IN 1 – Parte 2.
Conforme Art. 6º da IN 6, a seleção do agente extintor é de competência do responsável
técnico.
De acordo com o Art. 7º da IN 6, o tipo de extintor e a distância máxima a ser percorrida
para alcançar o extintor são definidos em função da classe de risco de incêndio do imóvel,
conforme Tabela 1, apresentada na Figura 6 abaixo, sendo que, em cada pavimento, inclusive
para edificações térreas, são exigidos no mínimo 2 extintores com pelo menos uma unidade
extintora cada, mesmo que apenas um extintor atenda a distância máxima a ser percorrida.

Figura 6 - Tabela 1 da IN 6, quanto ao dimensionamento dos extintores portáteis.

Os extintores de incêndio devem estar localizados, conforme preconiza o Art. 15 da IN


6, em circulações e em área comum, onde a probabilidade do fogo bloquear o acesso do extintor
seja a menor possível, e onde possuir boa visibilidade e acesso desimpedido. É proibido, pelo
Art. 16, da IN 6, o depósito de materiais abaixo ou acima dos extintores, e colocar extintor de
incêndio nas escadas, rampas, antecâmaras e em seus patamares.
No tocante à instalação dos extintores portáteis, conforme Art. 17 da IN 6, estes devem
ser instalados de maneira que sua alça de transporte esteja, no máximo, 1,60 m acima do piso
acabado.
Acerca da sinalização dos extintores, segundo o Art. 18, para a sinalização de parede,
deve ser previsto sobre o extintor uma seta vermelha com bordas em amarelo, contendo a
inscrição “EXTINTOR”.
Para imóveis com ocupação industrial e depósitos, como é o caso da edificação em
questão, o Art. 20 da IN 6, exige, além da sinalização de parede, a sinalização de piso. Sendo
assim, deve ser previsto sob o extintor um quadrado com 100 cm de lado na cor vermelha, com
as bordas pintadas na cor amarela com 10 cm.
20

Para o imóvel em questão, parte da área que já estava regularizada perante o CBMSC,
mais especificamente 1.432,19 m², já possuem a instalação de extintores em alguns locais,
sendo estes extintores de água e de pó químico seco (PQS), identificados em projeto. Revisou-
se o posicionamento dos extintores, de forma a atenderem o caminhamento máximo conforme
a Tabela 1 apresentada anteriormente, onde observa-se que, para imóveis com carga de incêndio
até 1.142 MJ/m², a distância máxima a ser percorrida é de 30 metros.

2.7. SISTEMA HIDRÁULICO PREVENTIVO – IN 7


A IN 7 do CBMSC tem por objetivo estabelecer e padronizar critérios de concepção e
dimensionamento do Sistema Hidráulico Preventivo (SHP). Essa IN aplica-se aos imóveis onde
o SHP é exigido, conforme previsto na IN 1 – Parte 2.
Conforme Art. 8º da IN 7, fica isenta a instalação do SHP para imóveis com carga de
incêndio ≤ 100 MJ/m² (desprezível), como é o caso da edificação em questão.

2.8. SISTEMA DE ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA – IN 11


Para estabelecer e padronizar critérios de concepção e dimensionamento do Sistema de
Iluminação de Emergência (SIE), a IN 11 aplica-se aos imóveis fiscalizados pelo CBMSC,
conforme exigência da IN 1 – Parte 2.
Seguindo as disposições da IN 11, pontua-se, inicialmente, os requisitos necessários
para o SIE. De acordo com o Art. 6º, a tensão máxima do SIE não poderá ser superior a 30 Vcc,
e conforme o Art. 7º o SIE deve ter autonomia mínima de 1 hora. Além disso, de acordo com o
Art. 8º, deve-se garantir um nível de iluminamento de 3 lux em locais planos, e 5 lux em locais
com desníveis e com reunião de público.
Ainda de acordo com a IN 11, ressalta-se conforme Art. 9º e 10, que a distância máxima
entre 2 pontos de iluminação de ambiente deve ser equivalente a 4 vezes a altura da instalação
destes em relação ao nível do piso e a altura máxima de instalação dos pontos de iluminação de
emergência é imediatamente acima das aberturas do ambiente. Quando o nível de iluminamento
for atendido, admite-se distâncias entre 2 pontos de iluminação maiores que 4 vezes a altura de
instalação destas.
Segundo o Art. 12 e 13 da IN 11, as luminárias de emergência não podem causar
ofuscamento, seja diretamente, seja por iluminação refletiva. O acionamento das luminárias de
emergência deve ser automático, em caso de falha no fornecimento da energia elétrica
21

convencional. Conforme Art. 15, deve ser previsto circuito elétrico para o SIE, com disjuntor
devidamente identificado, independentemente do tipo de fonte de energia utilizado.
Conforme o Art. 14 da IN 11, são três os tipos de fontes de energia para o SIE: conjunto
de blocos autônomos, sistema centralizado com baterias recarregáveis, ou sistema centralizado
com grupo moto-gerador.
Na edificação em questão, foram utilizados blocos autônomos, conforme localização
indicada no PPCI anexo, respeitando a IN 11 quanto suas características e instalação.

2.9. INSTALAÇÕES ELÉTRICAS DE BAIXA TENSÃO – IN 19


A IN 19 estabelece os parâmetros para a realização de inspeção visual das instalações
elétricas de baixa tensão de edificações e áreas de risco.
Conforme Art. 1º da IN 19, a inspeção visual exigida pelo CBMSC não dispensa o
cumprimento de demais prescrições normativas e legislações pertinentes. Cabe ao proprietário
ou ao responsável pelo imóvel a manutenção e a utilização adequada das instalações elétricas.
A inspeção visual da qual trata a IN 19, orienta, de acordo com os Art. 5º, 6º e 7º, que
os cabos multipolares só devem conter os condutores de um mesmo e único circuito. Somente
é admitido condutores isolados em condutos fechados. As linhas elétricas embutidas em áreas
comuns, de circulação, concentração de público e rotas de saída, devem ser totalmente imersas
em material incombustível. Todos os elementos de linhas elétricas aparentes devem ser não
propagantes de chama, livres de halogênio e com baixa emissão de fumaça e gases tóxicos. Não
são permitidas linhas elétricas aparentes dentro de escadas e antecâmaras. Em rotas de saída e
áreas com concentração de público, se aparente, a linha deve respeitar altura mínima de 2,50 m
do piso acabado.
Conforme Art. 11 da IN 19, é vedado o uso, como eletroduto, de produtos que não sejam
expressamente apresentados e comercializados como tal. Só são admitidos eletrodutos não-
propagantes de chama.
Qualquer condutor isolado, cabo unipolar ou veia de cabo multipolar deve ser
identificado, conforme orientado pelo Art. 12 da IN 19, por cor, conforme sua função:
• Condutor neutro: deve ser usada a cor azul-clara na isolação do condutor isolado ou da
veia do cabo multipolar, ou na cobertura do cabo unipolar;
• condutor de proteção (PE): deve ser usada a dupla coloração verde-amarela ou a cor
verde na isolação do condutor isolado, ou da veia do cabo multipolar, ou na cobertura
do cabo unipolar;
22

• condutor com dupla função de proteção e neutro (PEN): deve ser usada a cor azul-claro,
com anilhas verde-amarelo nos pontos visíveis ou acessíveis, na isolação do condutor
isolado, ou da veia do cabo multipolar, ou na cobertura do cabo unipolar;
• condutor fase: os condutores de fase podem ser de qualquer cor, exceto azul-clara, verde,
amarela ou verde-amarela.

Devem ser observadas as seguintes exigências, dispostas no Art. 14, quanto às medidas
de proteção contra choques elétricos:
• As edificações deverão obrigatoriamente possuir sistema de aterramento;
• todas as massas da instalação situadas em uma mesma edificação devem estar
vinculadas à equipotencialização principal da edificação;
• junto ou próximo do ponto de entrada da alimentação elétrica deve ser provido um
barramento, denominado “barramento de equipotencialização principal” (BEP), ao qual
todos os elementos possam ser conectados e verificados;
• as edificações deverão obrigatoriamente possuir instalações elétricas compatíveis com
a utilização do condutor de proteção;
• as tomadas devem ser do tipo com polo de aterramento;
• como regra geral, todas as massas de equipamentos devem estar ligados a condutores
de proteção, os quais devem abranger toda a extensão dos respectivos circuitos;
• um condutor de proteção pode ser comum a mais de um circuito, desde que
dimensionado adequadamente;
• em toda edificação na qual as massas são ligadas ao ponto da alimentação aterrado, é
obrigatória a utilização de condutores distintos para as funções de neutro e de condutor
de proteção (em outras palavras, é vedado o condutor PEN), pelo menos a partir do
ponto de entrada da linha na edificação ou a partir do quadro de distribuição principal;
• qualquer que seja o esquema de aterramento, o condutor de proteção não deve ser
seccionado, incluindo o condutor PEN, se for o caso.

Quanto às medidas de proteção contra sobrecorrentes, o Art. 17 impõem que todo


circuito deve ser protegido por um ou mais dispositivos de seccionamento automático.
Por orientação do Art. 19, não devem ser admitidos quadros de distribuição com
conservação inadequada.
23

No que se refere à identificação dos componentes, os Art. 21, 22 e 23 da IN 19, orientam


que os quadros de distribuição devem ser instalados em local de fácil acesso, placas, etiquetas
e outros meios adequados de identificação devem permitir identificar a finalidade dos
dispositivos de proteção, de forma que os respectivos circuitos sejam reconhecidos prontamente
e com precisão pelo operador. Os quadros de distribuição devem ser providos de sinalização de
alerta, do lado externo, não facilmente removível.
As instalações elétricas destinadas aos serviços de SCI, devem, de acordo com o Art. 30
e 31, ser independentes de outros circuitos e ter seu funcionamento e desempenho elétrico
assegurados pelo tempo necessário, conforme estabelecido em Instruções Normativas
específicas. Conforme Art. 33, todos os quadros dos equipamentos de serviços de SCI devem
ser providos de identificação no lado externo, legível e não facilmente removível, com a
inscrição “SERVIÇOS DE SCI”, além da identificação de alerta.
No tocante aos dispositivos de proteção, segundo o Art. 38, é vedado o uso de
dispositivo DR para proteção contra choques elétricos nos circuitos dos serviços de segurança.
Conforme Art. 39, deve ser previsto no mínimo um circuito elétrico para cada sistema
preventivo, com dispositivo de proteção exclusivo, independentemente do tipo de fonte de
energia utilizado. De acordo com o Art. 40, é admitido o uso de disjuntor com proteção somente
magnética.

2.10. SAÍDAS DE EMERGÊNCIA – IN 9


A IN 9, que estabelece e padroniza os critérios de concepção e dimensionamento das
saídas de emergência, expõe, no seu Art. 2º, que a finalidade das saídas de emergência é permitir
que a população possa abandonar a edificação com segurança, e que o Corpo de Bombeiros
acesse a edificação para resgatar pessoas e combater o incêndio.
Conforme Art. 8º da IN 9, a saída de emergência deve:
• permitir o escoamento fácil dos ocupantes da edificação;
• permanecer desobstruída, livre de quaisquer obstáculos;
• possuir largura dimensionada conforme Art. 19 e 20 da IN 9;
• ter iluminação de emergência, conforme IN 11;
• ser sinalizada, com indicação clara do sentido de saída, conforme IN 13;
• atender ao controle de materiais de acabamento e de revestimento, conforme IN 18.
24

De acordo com o Art. 10 da IN 9, o desnível no piso da rota de saída deve possuir o


seguinte tratamento:
• se o desnível for menor que 5 mm, pode ser desconsiderado;
• se o desnível estiver entre 5 e 20 mm, deve ter inclinação máxima de 50 % (1:2);
• se o desnível for entre 2 e 48 cm, deve ser vencido por rampa;
• se o desnível maior ou igual a 48 cm, deve ser vencido por escada ou rampa.

Conforme orienta o Art. 11, a população ou lotação máxima da edificação deve ser
calculada considerando os coeficientes de densidade populacional previstos no Anexo C. Este
cálculo da lotação já foi tratado anteriormente no item 1.4 deste memorial, obtendo um total de
139 pessoas.
Para dimensionamento da largura das escadas de emergência, rampas, portas, acessos,
descarga e passarelas, deve atender aos requisitos do Art. 16, devendo esta ser proporcional ao
número de pessoas que por elas transitarem, e ser medida no ponto mais estreito da passagem,
excluindo os corrimãos que podem se projetar até 10 cm de cada lado da passagem.
Conforme Art. 19, a largura da escada de emergência, rampa, porta, acesso, descarga ou
passarela, deve ser calculada conforme a equação a seguir:

𝑃
𝑁=
𝐶
Onde:
N = número de unidades de passagem, (se fracionário, arredonda-se para mais);
P = população ou lotação (ver Anexo C);
C = capacidade de passagem (ver Anexo C).

A largura da saída de emergência (em metros) é calculada multiplicando N por 0,55,


conforme orienta o Art. 20. A Tabela 6, do Anexo C, apresentada na Figura 7, nos apresenta a
capacidade de passagem necessária para cálculo da largura da saída de emergência,
considerando as ocupações desta edificação, e que esta é composta por porta.
25

Figura 7 - Fragmento da Tabela 6, do Anexo C, da IN 9, quanto ao dimensionamento das saídas de emergência.

Portanto, aplicando-se a equação, temos:

139
𝑁= → 1,39 ∗ 0,55 → 0,7645 → 𝑵 = 𝟏 𝒎𝒆𝒕𝒓𝒐
100

A largura calculada para a saída de emergência da edificação em questão é de 1 metro.


Porém, conforme prevê o Art. 21 da IN 9, para ocupações em geral, a largura mínima das rotas
de fuga horizontais, deve ser de 1,20 metros.
De acordo com o Art. 23, devem ser previstas pelo menos 2 saídas de emergência, e a
distribuição das saídas no ambiente deve suprir as distâncias máximas a serem percorridas, e
configurar saídas independentes que, mesmo em condições de abandono urgente, não formem
uma aglomeração unificada de pessoas, reduzindo-se assim o risco de bloqueios nas saídas e
esmagamentos de pessoas.
Conforme Art. 30, o Anexo D, na sua Tabela 7, apresentada na Figura 8, especifica as
distâncias máximas a serem percorridas dentro da edificação para se atingir um local seguro ou
de relativa segurança, de acordo com a ocupação da edificação. No caso em questão, que temos
ocupação mista, consideraremos a menor distância para critérios de adoção da distância máxima
a ser percorrida.
26

Figura 8 - Tabela 7, do Anexo D, da IN 9, referente às distâncias máximas a serem percorridas até a saída de emergência.

Observando a tabela, adotamos como distância máxima a ser percorrida o total de 60


metros, considerando que temos mais de uma saída de emergência na edificação em questão, e
que esta não conta com o sistema de chuveiros automáticos.
Conforme Art. 32 da IN 9, as distâncias máximas a serem percorridas, previstas no
Anexo D, podem ter acréscimo em função da altura média do teto ou forro em relação ao piso
do ambiente, conforme previsto na Tabela 1 da IN 9, apresentada na Figura 9 a seguir:
27

Figura 9 - Tabela 1, da IN 9, quanto ao aumento da distância máx. percorrida.

Para a edificação em questão, possuímos os seguintes ambientes com suas respectivas


alturas:
Ambiente Altura Ambiente Altura
Recepção 2,55 m Rotulagem 2,85 m
Escritório 01 2,65 m Estoque Materiais 3,55 m
Escritório 02 2,60 m Estoque P. Pronto 2,85 m
Laboratório 2,70 m Estoque Expedição 6,35 m
Copa 3,10 m Envase 5,00 m
Recepção de Uva 5,55 m Cave 01 4,85 m
Câmara Fria 3,60 m Cave 02 5,70 m
Produção 7,70 m Cave 03 5,00 m
Estoque Intermediário 7,70 m Máquinas 4,50 m

Sendo assim, aferimos uma altura média para esta edificação de 4,37 metros.
Verificando a tabela na Figura 9, podemos obter um aumento de 10% na distância máxima a
ser percorrida, estabelecendo, portanto, 66 metros como distância máxima a ser percorrida até
a saída de emergência.
Conforme Art. 34, admite-se, alternativamente, o uso dos seguintes tipos de portas nas
rotas de saída das edificações:
28

• porta de abrir;
• porta pivotante;
• porta de esteira;
• porta de correr;
• porta giratória;
• porta basculante.

As portas das rotas de saída da edificação devem ter largura mínima, conforme prevê o
Art. 37, de 0,80 metros para as ocupações em geral.
A IN 9 trata também da proteção das áreas com desnível. Conforme Art. 44, todos os
terraços e sacadas de uso comum, as arquibancadas, os auditórios, as escadas de emergência,
rampas, corredores, mezaninos e patamares devem ser protegidos por guarda-corpo, sempre
que houver desnível superior a 60 cm e risco de queda de nível.
Conforme Art. 45, o guarda-corpo deve satisfazer às seguintes condições:
• ser barreira física de proteção vertical, para evitar a queda de nível;
• quando for constituído por elementos vazados, deve impedir a passagem de uma esfera
com 11 cm de diâmetro nas aberturas;
• quando for implementado em vidro, deve ser vidro de segurança conforme IN 18;
• deve ser projetado de forma a resistir aos esforços estáticos horizontais e verticais, e
suportar os impactos estabelecidos na NBR 14718;
• não pode ser constituído por elementos que possibilitem a escalada por crianças, tais
como: longarinas, grades, barras horizontais, etc.

O guarda-corpo deve ter altura mínima, conforme Art. 46, de:


• 92 cm para a lateral interna de escada ou rampa, quando o vazio da escada ou da rampa
possuir largura menor ou igual a 11 cm;
• 1,10 m para escadas, rampas, mezaninos, sacadas, terraços e outros ambientes internos
ou externos;
• 1,30 m para escada aberta externa e na antecâmara de escada com ventilação externa
por balcões.
29

Conforme, Art. 47, todas as escadas ou rampas devem ter corrimão. Nas rampas e,
opcionalmente nas escadas, os corrimãos devem ser instalados em duas alturas: 0,92 m e 0,70
m do piso acabado. O corrimão deve atender os seguintes requisitos, citados no Art. 48:
• ser instalado em ambos os lados da escada ou rampa, incluindo-se nos seus patamares;
• estar situado entre 80 a 92 cm acima do nível da superfície do piso, medida esta tomada
verticalmente do piso ou da borda do degrau até a parte superior do corrimão;
• ser fixado pela parte inferior, admitindo-se a fixação pela lateral, neste caso devendo ter
no mínimo 8 cm de distância entre a parte superior e os suportes de fixação;
• possuir seção circular de 3 a 4,5 cm (1¼” a 2”) ou retangular com largura máxima de
65 mm;
• possuir afastamento de 4 a 5 cm da face das paredes ou guardas de fixação;
• o corrimão deve ser contínuo, sem interrupção ao longo de toda a sua extensão, inclusive
nos patamares das escadas e rampas;
• não pode possuir elementos com arestas vivas ou quaisquer obstruções;
• não pode proporcionar efeito gancho em sua extremidade;
• deve resistir a uma carga de 90 kgf/m, aplicada a qualquer ponto dele, verticalmente de
cima para baixo e horizontalmente em ambos os sentidos;
• pode ser utilizado qualquer material para a construção do corrimão, desde que atenda as
especificações previstas neste artigo;
• para as escadas e rampas de escolas, jardins de infância e assemelhados, deve haver
corrimãos nas alturas indicadas para os respectivos usuários, além do corrimão
principal.

Nesta edificação, apenas há a presença de um local com desnível, que possui uma
escada, que é o local destinado à copa. Esta escada em questão, possui 4 degraus com altura de
20 cm e largura de 30 cm. Há um guarda-corpo com altura de 1,10 cm, todo em alvenaria entre
a circulação e a copa.

2.11. SINALIZAÇÃO PARA ABANDONO DE LOCAL – IN 13


De acordo com a IN 13, a sinalização de abandono de local (SAL), deve assinalar todas
as mudanças de direção, obstáculos, saídas, escadas, etc, de tal forma que em cada ponto de
SAL seja possível visualizar o ponto seguinte.
30

Conforme o Art. 6º da IN 13, a tensão máxima do SAL não poderá ser superior a 30
Vcc. A SAL deve ser dimensionada conforme Tabela 1 do Art. 7º da IN 13. Para as placas de
SAL com dimensões iguais ou maiores que 75 x 48 cm, pode ser aceita a iluminação da placa
de SAL por meio do uso de iluminação de emergência.
Nos ambientes com pé direito superior a 4 m e com área superior a 400 m², o tamanho
mínimo da placa de SAL deve ser de 50 x 32 cm. Segundo o Art. 9º, a altura máxima de
instalação da SAL é imediatamente acima das aberturas do ambiente (portas, janelas ou
elementos vazados).
De acordo com a IN 13, a placa fotoluminescente deve ter os seguintes requisitos:
• Conter a mensagem "SAÍDA" podendo ser acompanhada de simbologia;
• possuir seta direcional junto à mensagem “SAÍDA” na mudança de direção;
• possuir as dimensões mínimas de acordo com a Tabela 1, da IN 13 DAT/CBMSC;
• possuir fundo na cor verde;
• possuir mensagens e símbolos na cor branca com efeito fotoluminescente.

A placa luminosa, por sua vez, deve ter os seguintes requisitos:


• Conter a mensagem "SAÍDA", na cor vermelha ou verde, podendo ser acompanhada de
simbologia;
• possuir seta direcional junto à mensagem “SAÍDA” na mudança de direção;
• possuir as dimensões mínimas de acordo com a Tabela 1;
• possuir fundo branco leitoso e ser de acrílico ou material similar;
• possuir fonte de energia, sendo esta, conjunto de blocos autônomos, sistema
centralizado com baterias recarregáveis, ou sistema centralizado com grupo moto-
gerador.

Conforme Art. 18 da IN 13, deve ser previsto circuito elétrico para as placas luminosas
da SAL, com disjuntor devidamente identificado, independentemente do tipo de fonte de
energia utilizado.
31

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Deverão ser executados todos os pequenos serviços decorrentes da instalação tais como
abertura e fechamento de rasgos ou passagens, pequenas demolições, pintura das áreas
danificadas e ou afetadas, remoção de entulho e limpeza geral, além das proteções
indispensáveis a execução dos serviços.
Toda e qualquer dúvida quanto à execução da obra deverá ser dirimida por escrito com
o autor do projeto e/ou fiscalização da obra, sempre tendo como base o auxílio das normas
referidas anteriormente. Caberá ao profissional contratado realizar a compatibilização do
projeto com os demais projetos complementares, arquitetônico e estrutural.
Sem mais a declarar, assina-se o presente memorial descritivo e de cálculo, em 31
páginas.

Videira/SC, 01 de junho de 2023.

NATALIA Assinado de forma


digital por NATALIA
DA ROCHA DA ROCHA
PINTO:0986509493
PINTO:098 2
Dados: 2023.06.01
65094932 15:40:41 -03'00'
______________________________ ______________________________
Natalia da Rocha Pinto Vinícola Santa Augusta Ltda
Engenheira Civil Proprietário
CREA/SC 155953-1 CNPJ nº 07.809.855/0001-07

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