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ALUNO: Igor Mendes Lima

MEMORIAL DESCRITIVO
PROJETO PREVENTIVO DE INCÊNDIO

FLORIANÓPOLIS
2022

PROJETO PREVENTIVO DE INCÊNDIO


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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO............................................................................................................3
03
2. EMPREENDIMENTO..................................................................................................3 03
3. DIMENSIONAMENTO................................................................................................5 05
3.1 Classificação do Risco de Incêndio........................................................................6 06
3.2 Dimensionamento da Carga de Incêndio................................................................6 06
3.3 Sistema Preventivo por Extintores..........................................................................6 07
3.4 Sistema de Saídas de Emergência.........................................................................7 10
3.5 Sistema de Iluminação de Emergência..................................................................8 12
3.6 Sistema de Alarme e Detecção de Incêndio...........................................................9 13
3.7 Sinalização para Abandono de Local...................................................................11 14
3.8 Lotação Máxima................................................................................................... 14
3.9 Sistema Hidráulico Preventivo (SHP).................................................................... 17
3.10 Instalação de Gás (GLP)........................................................................................23
4. RECOMENDAÇÕES GERAIS..................................................................................12 36
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................13 37

PROJETO PREVENTIVO DE INCÊNDIO


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1. INTRODUÇÃO
O presente memorial descritivo refere-se a adequação do dimensionamento
dos Projetos Preventivos de Incêndio para o Residencial Lima’s, localizado no
município de Florianópolis.
Os estudos dos projetos foram elaborados com base nas Normas Técnicas e
nas Instruções Normativas do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina.

2. EMPREENDIMENTO
Edificação residencial multifamiliar localizada na Rua Monsenhor Topp, no bairro
Centro. É constituída de um terreno com uma área total de 2.395,31 m², sendo
aproximadamente 40 metros de largura por 60 metros de comprimento.

Fonte: Elaboração Própria (2022)

Apresenta 6 (seis) pavimentos, sendo eles:

I. 4 pavimentos tipos com 4 apartamentos: 2 apartamentos de 2 quartos e 2 com


3 quartos. Todos com 1 banheiro, cozinha, área de serviço, sala de estar;
II. 1 pavimento com salão de festas, área dos funcionários e área de recreação;
III. 1 pavimento com garagem para veículos, bicicletário, banheiro com
acessibilidade, lavabo e recepção.

.No quadro abaixo estão apresentadas as características da edificação e


alguns dados do Projeto Preventivo de Incêndio.

PROJETO PREVENTIVO DE INCÊNDIO


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Quadro 1. Características da Edificação.
Área total construída [m²] 3.567,00 m².
Número de blocos 1 bloco.
Área do pavimento térreo [m²] 745,28 m².
Número de pavimentos 6 pavimentos.
Perímetro do pavimento térreo [m] 180,92 m.
Altura da edificação [m] 17,5 m.
Pé-direito da edificação (piso até a laje) [m] 3,50 m.
Classificação da ocupação Ocupação predominante residencial.
Carga de Incêndio [MJ/m²] 300 MJ/m² A-2 e 600MJ/m² F-6.
Classe de risco de Incêndio Risco III.
Tipo de construção Residencial multifamiliar.
Tipo da Edificação A-2.
Lotação Máxima [Pessoas] 100 pessoas.
Extintores
Tipo ABC e BC.
Capacidade extintora 2-A:20-B:C e 20-B:C, respectivamente.
Peso [kg] 4kg e 6kg, respectivamente.
Quantidade 11 unidades e 5 unidades, respectivamente.
Altura de instalação [m] No máximo, a 1,60 m acima do piso acabado.
Sistema de Alarme e Detecção
Central de Alarme 1 unidade, localizada na guarita.
Comunicação Por fio.
Tipo de avisadores Avisador sonoro e visual.
Potência dos avisadores [dBA] Entre 90 e 115 dBA, medido a 1 m.
Tipo de detectores Detector pontual de fumaça.
Altura de instalação - detectores [m] H < 8 m.
Iluminação de Emergência
Autonomia [horas] 1 hora.
Nível de iluminamento [lux] 3 lux.
Nível de iluminamento na escada [lux] 5 lux.

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Altura de instalação [m] 2,30m
Fonte de energia Bloco autônomo.
Sinalização de Abandono de Local
Tipo da placa Placa luminosa.
Dimensões (L x H) [cm] 25 x 16 cm.
Autonomia [horas] 1 hora.
Altura de instalação [m] 2,30m
Fonte de energia Bloco autônomo
Brigada de Incêndio Sim.
Plano de Emergência Sim.
O imóvel possui comércio ou depósito de
Não.
líquido inflamável?
O imóvel fará uso de GLP ou GN? Sim.
No imóvel haverá fabricação, comércio ou
depósito de explosivos, fogos de artifício,
Não.
artigos pirotécnicos, munições, detonantes
ou materiais radioativos?
Fonte: Elaboração Própria (2022)

Conforme o Art. 137 da IN 001/DAT/CBMSC e com base nas características


descritas acima, este projeto define os procedimentos para a implantação dos
seguintes sistemas de proteção:
● Sistema de Preventivo por Extintores – IN 006
● Sistema de Saídas de Emergência – IN 09
● Sistema de Iluminação de Emergência – IN 11
● Sistema de Alarme e Detecção de Incêndio – IN 12
● Sinalização para Abandono de Local – IN 13

3. DIMENSIONAMENTO
O dimensionamento foi elaborado de forma a atender os requisitos das:
• Normas Técnicas de:
NBR 10897, NBR 10898, NBR 11742, NBR 12615, NBR 12692, NBR 12693,
NBR 13434, NBR 13435, NBR 13437, NBR 13523, NBR 13714, NBR 13714, NBR

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13932, NBR 14039, NBR 14276, NBR 14349, NBR 5410, NBR 5419, NBR 5419, NBR
9077, NBR 9441, NR 23 da Portaria 3214 do Ministério do Trabalho e NR 23 da
Portaria 3214 do Ministério do Trabalho.

• Instruções Normativas do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Santa


Catarina:
IN 001/DAT/CBMSC, IN 002/DAT/CBMSC, IN 003/DAT/CBMSC, IN
004/DAT/CBMSC, IN 005/DAT/CBMSC, IN 006/DAT/CBMSC, IN 007/DAT/CBMSC,
IN 008/DAT/CBMSC, IN 009/DAT/CBMSC, IN 010/DAT/CBMSC, IN 011/DAT/CBMSC,
IN 012/DAT/CBMSC, IN 013/DAT/CBMSC.

3.1 CLASSIFICAÇÃO DO RISCO DE INCÊNDIO

De acordo com o Art. 5º da IN 003/DAT/CBMSC, o Residencial Lima’s, por


ser uma ocupação do tipo A-2, enquadra-se na classificação do risco de incêndio
como Risco III.
Para comprovar essa classificação foi feito o dimensionamento da carga de
incêndio da edificação.

Fonte: Elaboração Própria (2022)

3.2 DIMENSIONAMENTO DA CARGA DE INCÊNDIO

Utilizando o método de cálculo probabilístico, obtemos a carga de 300 MJ/m²


e 600MJ/m², através da Tabela de Cargas de Incêndio Específicas por Ocupação.

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Fonte: IN 003/DAT/CBMSC

Fonte: IN 003/DAT/CBMSC

Dessa forma, ponderando o valor com as áreas residenciais, do salão de


festas e área recreativa, chegamos a um valor total de 1.161.000 MJ.

3.3 SISTEMA PREVENTIVO POR EXTINTORES

O sistema preventivo por extintores é composto por 17 (dezesseis) extintores,


sendo eles:
Extintor Tipo Capacidade Extintora Quantidade
Portátil Pó BC 6Kg 20-B:C 6
Portátil Pó ABC 4Kg 2-A:20-B:C 11
Fonte: Elaboração Própria (2022).

Exemplo:
Os extintores localizados na área do Térreo estão locados de forma que a
distância máxima a ser percorrida para alcançar o extintor é de, aproximadamente,30
m, respeitando o Art. 7 da IN 06/DAT/CBMSC. Os extintores portáteis devem ser
instalados de maneira que sua alça de transporte esteja, no máximo, 1,60 m acima do
piso acabado.
Todos os extintores devem ser instalados placas de sinalização indicando a
localização do equipamento e placa de advertência proibindo o depósito de materiais
na área em que o extintor estará localizado, conforme detalhe. Acima de cada extintor
deverá ser instalada uma placa, com uma seta vermelha com bordas amarelas
contendo a inscrição “EXTINTOR”, a 1,80 m de altura do chão.

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Fonte: Disponibilizado pelo docente (2022)

Fonte: Disponibilizado pelo docente (2022)

Existem diversas marcas de mercado e tipos diferentes de extintores, segue


abaixo um modelo ABC e BC.

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Extintor Mega Thor ABC 4Kg
(2-A:20-B:C)

O extintor ABC de 4 quilos é portátil de


pressurização direta, com carga de pó químico
seco ABC, fabricado conforme ABNT NBR
15808/2010 em chapa de aço carbono. É
destinado ao combate de princípios de incêndio
das Classes A (Resíduos Sólidos), B (Líquidos
inflamáveis), C (equipamentos Elétricos).
É pintado pelo processo eletrostático com
tinta em pó na cor vermelha e acompanha
mangueira e suporte de parede.
O extintor ABC de 4 kg possui a validade da
carga de 03 anos e validade do teste
hidrostático de 5 anos.

NCM Extintor: 8424 1000

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Extintor Mega Thor BC 6Kg
(20-B:C)

O extintor BC de 6 quilos é portátil de


pressurização direta, com carga de pó químico
seco ABC, fabricado conforme ABNT NBR
15808/2010 em chapa de aço carbono. É
destinado ao combate de princípios de incêndio
das Classes B (Líquidos inflamáveis), C
(equipamentos Elétricos).
É pintado pelo processo eletrostático com
tinta em pó na cor vermelha e acompanha
mangueira e suporte de parede.
O extintor BC de 6 kg possui a validade da
carga de 01 ano e validade do teste hidrostático
de 5 anos.

NCM Extintor: 8424 1000

3.4 SISTEMA DE SAÍDAS DE EMERGÊNCIA

As saídas de emergências foram projetadas, com base na IN


009/DAT/CBMSC, a fim de que a população possa abandonar o local, em caso de
incêndio, completamente protegida em sua integridade física. E, também, para
permitir o fácil acesso de auxílio externo para o combate ao fogo e a retirada da
população.
As saídas de emergência estão separadas em:
• Acessos (circulação, corredores e hall);
• Saídas adequadas em todos os pavimentos (escadas);
• Saídas finais adequadas (descargas e portas).

Acessos: Corredores e circulação

Os corredores e espaços de circulação, por norma, devem ter no mínimo


1,20m para ocupações em geral. Assim, como a descarga não pode ter ter largura

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menor que a soma das larguras das escadas ou rampas que com ela se comunique,
os corredores do projeto são caracterizados pelo amplo espaço de aproximadamente
4 metros de largura. Compreendendo uma distância máxima de aproximadamente 11
metros até uma saída adequada de emergência.

Saídas adequadas: Escadas


Segundo as características de ocupação/uso do local, a escada de
emergência a ser adotada é a Escada Protegida.

Fonte: IN 009/DAT/CBMSC

Contém área de resgate para pessoas com deficiência, resistência ao fogo


por 2 horas (paredes de compartimentação da caixa da escada, degraus, patamares
e estrutura), ventilação em todos os pavimentos e portas corta fogo tipo P-30, com
abertura para o ambiente interno da escada, exceto em área de descarga. Conforme
a planta apresentada abaixo:

Fonte: Elaboração Própria (2022)

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Fonte: Disponibilizado pelo docente (2022)

Saídas finais adequadas: Portas

Todas as portas de descarga apresentam abertura para a área externa,


possuindo folha dupla e um vão livre maior que o vão mínimo (de 1,20 metros),
apresentando um vão livre de 2 metros de largura por 2,10 de altura.

3.5 SINALIZAÇÃO PARA ABANDONO DE LOCAL

Fica dispensada a SAL em ambientes internos com as seguintes


características: Com área de até 200 m² e com caminhamento máximo de 15 m até a
porta de acesso para a circulação comum do pavimento, ou até a saída para área
externa do imóvel.
O Sistema para Abandono de Local (SAL) é instalado de tal forma que
assinala todas as mudanças de direção, obstáculos, saídas e rampas e que em cada
ponto é possível visualizar o ponto seguinte. As placas luminosas de SAL, com 25 x
16 cm, terão autonomia mínima de 1 hora e não poderão ser superior a 30 Vcc.

Fonte: IN 013/DAT/CBMSC

O tipo de fonte de energia das placas do SAL será por Conjunto de blocos
autônomos. O SAL, por ser alimentado por um conjunto de blocos autônomos, possui

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uma tomada exclusiva para cada bloco autônomo. Exemplos de placas luminosas
conforme a IN 013/DAT/CBMSC, 2018.
A altura máxima de instalação da SAL é imediatamente acima das aberturas
do ambiente (portas, janelas ou elementos vazados).
Os tipos de sinalização utilizados para SAL são: Placa fotoluminescente e
placa luminosa.
Imóveis que possuam saídas com acesso para pessoas com deficiência ou
com mobilidade reduzida devem possuir placas (fotoluminescentes ou luminosas)
com a mensagem "SAÍDA" e o símbolo internacional de acessibilidade.
Deve ser previsto circuito elétrico para as placas luminosas da SAL, com
disjuntor devidamente identificado, independentemente do tipo de fonte de energia
utilizado.

Fonte: Disponibilizado pelo docente.

3.6 LOTAÇÃO MÁXIMA

Conforme a IN 001/DAT/CBMSC, a lotação máxima deve constar no PPCI ou


no RPCI, nos atestados de vistoria para habite-se e funcionamento, e fixado próximo
a entrada do local de reunião de publico.
De acordo com a tabela da Instrução Normativa, para ocupação A-2, se
considera duas pessoas por dormitório (80 pessoas). No entanto, considerando a
ocupação total do salão de festas que equivale a 42 pessoas, o porteiro e dois
funcionários se chega no valor de 125 pessoas.
Portanto, recomenda-se o máximo de 125 pessoas.

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3.7 SISTEMA DE ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA

O Sistema de Iluminação de Emergência (SIE) do projeto deve ter autonomia


de, no mínimo, 1 hora e garantir um nível mínimo de iluminamento de 3 lux em locais
planos (corredores, halls, áreas de refúgio, salas, etc.) e 5 lux em locais com desnível
(escadas, rampas ou passagens com obstáculos) ou locais de reunião de público com
concentração.
A distância máxima entre 2 pontos de iluminação de ambiente deve ser
equivalente a 4 vezes a altura da instalação destes em relação ao nível do piso.
A altura máxima de instalação dos pontos de iluminação de emergência é
imediatamente acima das aberturas do ambiente (portas, janelas ou elementos
vazados).
Nas rotas de fuga horizontais e verticais do imóvel (circulação, corredores,
hall, escadas, rampas, etc.), a iluminação convencional destes ambientes deve ter
acionamento automático (uso de sensor de presença).
As luminárias de emergência são do tipo bloco autônomo bivolt e não podem
causar ofuscamento, seja diretamente, seja por iluminação refletiva.

3.8 SISTEMA DE ALARME E DETECÇÃO DE INCÊNDIO

O Sistema de Alarme e Detecção de Incêndio (SADI) é composto pelos


seguintes dispositivos:
• Central de alarme;
• Detectores de incêndio;
• Acionadores manuais; e
• Avisadores sonoros.
O SADI do projeto apresenta comunicação por radiofrequência wireless entre
os dispositivos.
A seleção do tipo de detector de incêndio se dá em função das características
do imóvel e da atividade desenvolvida. Com isso foi definido o Detector Pontual de
Temperatura.

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Fonte: IN 012/DAT/CBMSC

Cada pavimento da edificação deve possuir no mínimo um acionador manual


próximo às rotas de fuga ou equipamentos de combate ao incêndio, na cor vermelha
e com instruções de uso. Deve ser instalado a uma altura entre 0,9 m e 1,35 m acima
do piso acabado. O caminhamento máximo até o acionador manual mais próximo do
usuário é de 30 m.
O som emitido por avisadores sonoros deve ser perceptível em toda a área
protegida pelo SADI, devendo a potência sonora ser entre 90 e 115 dBA, medido a 1
m de distância da fonte sonora e no mínimo 15 dBA acima do nível médio do ruído de
fundo do ambiente, ou 5 dBA acima do nível máximo do ruído de fundo do ambiente,
medidos a 3 m de distância da fonte.
Os avisadores visuais devem ser perceptíveis em toda a área protegida pelo
SADI, devendo ser instalados nas áreas comuns de acesso e/ou circulação, próximo
às rotas de fuga ou a equipamentos de combate a incêndio.
Os avisadores sonoros e avisadores visuais devem ser instalados a uma
altura mínima de 2,2 m.
A central de alarme deve ser instalada em local com vigilância permanente.

PROJETO PREVENTIVO DE INCÊNDIO


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Caso o imóvel não possua local com vigilância permanente, a central de alarme deve
ser instalada na portaria, guarita ou hall de entrada.
A central de alarme deve indicar: Local do acionamento manual ou local da
detecção automática de incêndio; Fonte de energia reserva ativada; Nível crítico de
energia (energia insuficiente para garantir a autonomia requerida para os
componentes do SADI); Falha de alimentação ou comunicação com os demais
componentes do SADI.
Os imóveis com vigilância permanente, podem possuir central temporizada,
atrasando o alarme geral de incêndio entre 1 a 3 minutos, a critério do responsável
técnico pel o PPCI. Nos imóveis sem vigilância permanente, o alarme geral de
incêndio deve ser acionado imediatamente.
A autonomia das fontes de alimentação de emergência do SADI deve garantir
o funcionamento durante: 1 hora, em operação contínua do alarme geral; 24 horas,
em modo supervisão, nos imóveis com vigilância permanente; ou 72 horas, em modo
supervisão, nos imóveis sem vigilância permanente.
Os detectores de incêndio, acionadores manuais, avisadores sonoros e
visuais podem ter bateria incorporada, com carga de longa duração, no mínimo 2
anos, sem a necessidade de ponto para recarga elétrica da bateria, desde que seja
possível o monitoramento pela central de alarme destes dispositivos, individualmente,
informando a necessidade de trocar a ba teria quando o nível de carga atingir 20%.
A tensão elétrica máxima do SADI deve ser inferior a 30 Vcc.

Fonte: IN 012/DAT/CBMSC

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3.9 SISTEMA HIDRÁULICO PREVENTIVO (SHP)

A tubulação do SHP deve ser metálica, com diâmetro mínimo de 65 mm


(21⁄2"). Para tubulação de cobre admite-se diâmetro mínimo de 50 mm (2").
As tubulações, conexões e válvulas do SHP, quando aparentes, devem ser
pintadas na cor vermelha.
A escolha do tipo de mangueira é em função do seu local de uso e da
condição de aplicação, conforme previsto na Tabela 1.

Fonte: IN 007/DAT/CBMSC

A manutenção das mangueiras de incêndio é responsabilidade do proprietário


do imóvel.
As mangueiras devem ser acondicionadas em zigue-zague ou aduchadas,
dentro de abrigo, permitindo sua utilização com facilidade e rapidez. Quando a linha
de mangueira for em lance único, a mangueira deve estar conectada ao hidrante e ao
esguicho. Porém, quando a linha de mangueira for composta por 02 ou mais lances
de mangueiras, as mangueiras não devem estar conectadas entre si, nem ao hidrante
ou ao esguicho.
O hidrante deve ter mangueira flexível, com junta de união tipo rosca x storz,
sendo que as linhas de mangueiras devem ser compostas por lances, conforme a
Tabela 2.

Fonte: IN 007/DAT/CBMSC

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No interior do abrigo de mangueiras devem ser acondicionados: A chave de
mangueira (apenas para hidrantes), a mangueira e o esguicho e o hidrante e/ou
mangotinho.
O hidrante pode ficar fora do abrigo de mangueiras, porém o abrigo de
mangueiras não pode ser instalado a mais de 3 m de distância do hidrante.
A porta do abrigo de mangueiras deve ser fácil de abrir, sem tranca ou
cadeado, possuir abertura para ventilação e permitir a retirada rápida das mangueiras.
Deve ser de material metálico ou de madeira (na cor vermelha) com a inscrição
“INCÊNDIO”. Ou então em vidro temperado: liso, transparente, incolor e sem película.
A válvula para abertura do hidrante deve ser do tipo globo angular, com
diâmetro mínimo de 65 mm (21⁄2"). Para a tubulação de cobre essa válvula pode ter
diâmetro mínimo de 50 mm (2”) desde que a tubulação de cobre também tenha um
diâmetro de 50 mm.
O hidrante deve ter o centro geométrico da tomada d’água variando entre as
cotas de 100 cm a 150 cm, tendo como referencial o piso.
Os hidrantes ou mangotinhos devem estar localizados na circulação ou na
área comum da edificação, onde existir boa visibilidade e fácil acesso e em lugar que
evite que fiquem bloqueados em caso de incêndio.
É proibido depositar materiais que dificultem o uso do hidrante ou mangotinho
e instalar hidrante ou mangotinho em rampas, escadas, antecâmaras e seus
patamares.
Nos imóveis com ocupação industrial, depósitos, garagens, postos para
reabastecimento de combustíveis ou edificações especiais, os hidrantes ou
mangotinhos devem ser sinalizados no piso com a pintura de um quadrado, com 100
cm de lado na cor vermelha e com as bordas pintadas na cor amarela com 10 cm.
A quantidade de hidrantes ou de mangotinhos de uma edificação é
determinada pela cobertura proporcionada pelas mangueiras, de tal forma que
qualquer ponto da área a ser protegida seja alcançado pelo esguicho, considerando-
se o comprimento da mangueira e seu trajeto real e desconsiderando-se o alcance do
jato d'água. Nas edificações verticalizadas, deve existir, no mínimo, um hidrante ou
mangotinho por pavimento.
O SHP deve ter hidrante de recalque, do tipo coluna, dotado de:

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I – válvula globo angular para abertura, com adaptador rosca x storz soldado
à válvula (para evitar o furto do adaptador), com saída de 65 mm (21⁄2") para
mangueira;
II – engate para mangueira voltada para baixo em ângulo de 45°;
III – centro geométrico da tomada d’água variando entre as cotas de 60 cm a
150 cm, tendo como referencial o piso;
IV – tampão cego 21⁄2" storz com corrente (tampão opcional).
O hidrante de recalque aparente deve apenas ser pintado na cor vermelha,
enquanto o hidrante de recalque embutido em muro ou parede deve ter sinalização na
parede ou no muro, composta por um retângulo vermelho nas dimensões de 30 cm x
40 cm, com a inscrição “INCÊNDIO” na cor branca. Já no caso de um hidrante de
recalque dentro de abrigo, deve ter as dimensões adequadas para o seu uso.
Quando existir abrigo para o hidrante de recalque, a porta do abrigo deve ser
fácil de abrir, sem tranca ou cadeado, possuir abertura para ventilação, permitir o
manuseio fácil de mangueiras e ser de material metálico ou de madeira.
O hidrante de recalque deve ser instalado junto à entrada principal da
edificação. Na parede externa da fachada principal da edificação, no muro da divisa
do imóvel com a rua ou na área externa da circulação do imóvel.
A localização do hidrante de recalque sempre deve permitir o livre acesso e a
aproximação do caminhão de combate a incêndio do Corpo de Bombeiros, a partir do
logradouro público, sem existir qualquer obstáculo que dificulte o seu uso e a sua
localização.
A definição do tipo de SHP é em função da classificação da carga de incêndio
do imóvel, conforme especificado na Tabela 3.

Fonte: IN 007/DAT/CBMSC

O volume d’água da RTI é definido em função da carga de incêndio e da área


total construída do imóvel, conforme Tabela 4.

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Fonte: IN 007/DAT/CBMSC

Quando o reservatório é do tipo inferior (ao nível do solo, térreo,


semienterrado, subterrâneo ou cisterna), o abastecimento do SHP é feito através de
02 bombas de incêndio, conforme especificação.
Quando a vazão do SHP é fornecida ou reforçada por bombas de incêndio,
devem ser previstas sempre 02 bombas de incêndio, sendo:
I – uma bomba principal: bomba elétrica ligada à rede elétrica da
concessionária;
II – uma bomba reserva: bomba a combustão, ou outra bomba elétrica ligada
a um gerador de emergência ou a um grupo de baterias.
As bombas de incêndio (principal e reserva), com funcionamento à plena
carga, devem ter uma autonomia mínima de 02 horas para carga de incêndio com até
1.142 MJ/m2, 04 horas para carga de incêndio de 1.143 a 2.284 MJ/m2 e 06 horas
para carga de incêndio maior de 2.284 MJ/m2.
Na saída das bombas de incêndio é obrigatória a colocação de registro de
gaveta ou de esfera (para manutenção) e válvula de retenção (para bloqueio de
recalque).
A partida das bombas de incêndio (principal e reserva) deve ser automática,
com a simples abertura de qualquer hidrante ou mangotinho, sendo o seu
desligamento apenas manual através do painel de comando localizado na casa de
bombas.
As tomadas de admissão (sucção) das bombas de incêndio devem ser
independentes.
As bombas de incêndio devem ser instaladas em compartimento próprio,
denominado casa de bombas, devendo ter as seguintes características:
I – permitir o fácil acesso, com espaço interno para manobra e manutenção
das bombas, com pé direito mínimo de 1,20 m;
II – oferecer proteção ao fogo, no mínimo, por 02 horas;
III – ter a porta de acesso metálica (sem elemento vazado) ou tipo P-30;
IV – ter o escapamento do motor a combustão direcionado para o exterior da

PROJETO PREVENTIVO DE INCÊNDIO


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edificação (quando houver);
V – ter dispositivo para acionamento e desarme manual das bombas de
incêndio.
A bomba de incêndio pode ser a motor elétrico ou a combustão, conforme for
a definição delas deve-se seguir a especificação do Corpo de Bombeiros de Santa
Catarina.

Para a escolha do projeto foram definidos as quantidades e tipos de hidrantes


abaixo:

LANCES DE
LOCAL TIPO QTD
MANGUEIRAS
Externo Hidrante Aparente 25m 1
Garagem Hidrante em Abrigo 15+20m 1
Pav. Térreo Hidrante em Abrigo 15m 1
1º Pav. Hidrante em Abrigo 25m 1
Pav. Tipos Hidrante em Abrigo 15+15m 4
Fonte: Elaboração Própria (2022)

Fonte: Disponibilizado pelo docente

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Fonte: Elaboração Própria (2022)

Fonte: Elaboração Própria (2022)

Fonte: Elaboração Própria (2022)

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Fonte: Elaboração Própria (2022)

3.10 INSTALAÇÃO DE GÁS (GLP)

A escolha do sistema de instalação de gás é a de Gás Liquefeito de


Petróleo (GLP). Sendo assim:
A Locação dos recipientes de GLP deve ser realizada das seguintes formas:
I – Recipientes em Abrigo de GLP: recipientes instalados sobre o solo em
cabine de proteção simples, para capacidade total com até 90 kg de GLP;
II – Recipientes em Central de GLP: recipientes instalados sobre o solo em
cabine de proteção, para capacidade total superior a 90 kg de GLP;
III – Recipientes de superfície: recipientes instalados diretamente sobre o solo
ou sobre suportes rente ao chão, sem nenhum tipo de cabine de proteção, instalados
em bases ou suportes estáveis, de material incombustível;
IV – Recipientes aterrados: recipientes recobertos de terra compactada, com
no mínimo 30 cm de espessura em qualquer ponto do costado do recipiente;
V – Recipientes enterrados: recipientes instalados a uma profundidade
mínima de 30 cm, medida entre a tangente do topo do recipiente e o nível do solo.
Não podem ser instaladas em fossos de iluminação ou ventilação, garagens,
subsolos, porões, cota negativa, locais onde o piso fique em desnível, e os cilindros
fiquem instalados em rebaixos, nichos ou recessos abaixo do nível externo, teto, laje
de cobertura ou terraço, local de difícil acesso e locais que possibilitem acúmulo de
volume de GLP em caso de vazamento. Em zonas sujeitas à inundação, os

PROJETO PREVENTIVO DE INCÊNDIO


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recipientes devem ser ancorados para evitar flutuação.
Devem ser previstos extintores de incêndio junto às Locações de GLP, exceto
para recipientes em Abrigo de GLP. Os extintores podem ser instalados em outras
áreas além das Locações de GLP, desde que o caminhamento para alcançá-los
obedeça ao previsto na IN 006.
A área de Locação dos recipientes de GLP, exceto para Abrigo de GLP, deve
possuir a seguinte sinalização: Placa com inscrição “CENTRAL DE GÁS”, "PERIGO",
"INFLAMÁVEL" e "PROIBIDO FUMAR", nas dimensões mínimas de: 30 cm x 40 cm,
fonte Arial em negrito 115 pt. As placas devem ser locadas de tal modo que possam
ser visualizadas de qualquer direção de acesso a área dos recipientes.
Não é permitida a colocação de material combustível dentro da área
delimitada para as Locações de GLP.
A Locação de recipientes em Abrigo de GLP deve possuir:
I – Cabine de proteção simples: Com paredes construídas em concreto ou
alvenaria (blocos maciços ou vazados); Externa à edificação; Em local de fácil acesso;
Em cota igual ou superior ao nível do piso circundante;
II – Portas ventiladas por venezianas, grade ou tela;
III – Em seu interior: regulador de pressão adequado ao tipo de aparelho de
queima e registro de corte (tipo fecho rápido) do fornecimento de gás.
Quando houver mais de uma unidade consumidora, podem ser instalados até
6 recipientes de 13 kg, em Abrigos de GLP individuais, agrupados, podendo ser
instalado um Abrigo sobre o outro em duas fileiras.
Admite-se fornecimento de GLP por recipiente de 13 kg até o 2º pavimento
das edificações.
A Locação de recipientes em Central de GLP deve possuir:
I – cabine de proteção:
a) com paredes construídas em concreto ou alvenaria (blocos maciços ou
vazados), rebocadas, e com espessura mínima de 12 cm;
b) com teto em concreto, com declividade para escoamento de água;
c) altura interna mínima de 180 cm;
d) externa a edificação;
e) em local de fácil acesso;
f) em conta igual ou superior ao nível do piso circundante;

PROJETO PREVENTIVO DE INCÊNDIO


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II – portas:
a) com dimensões no mínimo 90 x 170 cm;
b) ventiladas por veneziana (com 8 mm entre palhetas), ou por grade (com
até 10 cm entre barras) guarnecida por tela metálica (com malha de 2 a 5 mm);
c) no mínimo 2 portas, quando o comprimento da Central de GLP for maior
que 5 m;
III – piso em concreto ou argamassa;
IV – espaço interno livre para circulação, operação e manutenção, no mínimo
de: 90 cm, para recipientes trocáveis ou 50 cm para recipientes abastecidos no local.
A quantidade máxima de armazenagem de GLP numa Central de GLP é de
5.000 kg. Sendo a capacidade individual máxima do recipiente de 2.000 kg.
A área dos recipientes de superfície aterrado ou enterrado, deve ser protegida
e delimitada através de cerca de tela, gradil ou elemento vazado com 180 cm de
altura, que não interfira na ventilação, e conter no mínimo 2 portões em lados distintos
ou locados nas extremidades de um mesmo lado dos recipientes de GLP, abrindo
para fora, com no mínimo 100 cm de largura.
As tomadas de abastecimento devem estar localizadas no exterior das
edificações dentro da propriedade (mesmo que na divisa), podendo ser nos próprios
recipientes, junto às locações ou em um ponto afastado das mesmas, desde que
devidamente demarcadas, obedecidos os afastamentos.
A tomada de abastecimento deve ser instalada a 2,8 m acima do nível do piso
e deve ser protegida contra danos por manobras irregulares e agentes físicos.
O trecho de tubulação entre a tomada de abastecimento e o recipiente de
GLP não pode passar no interior da edificação e nem em áreas fechadas.
As tomadas de abastecimento não podem ser instaladas em:
I – fossos de iluminação ou ventilação, garagens, subsolos, porões;
II – cota negativa, sendo que a Locação de GLP deve estar situada em cota
igual ou superior ao nível do piso onde está estiver situada;
III – locais onde o piso fique em desnível, e os cilindros fiquem instalados em
rebaixos, nichos ou recessos abaixo do nível externo;
IV – teto, laje de cobertura ou terraço;
V – local de difícil acesso ou que possibilitem acúmulo de volume de GLP em

PROJETO PREVENTIVO DE INCÊNDIO


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caso de vazamento;
VI – caixas ou galerias subterrâneas e próximas de depressões do solo,
valetas para captação de águas pluviais, aberturas de dutos de esgoto ou aberturas
para acesso a compartimentos subterrâneos.
O abrigo, do conjunto de controle e manobra para GLP, deve ter dimensões
mínimas de 30 x 60 x 20 cm, altura de instalação mínima de 100 cm do piso externo,
sobreposto na própria parede externa da Central de GLP ou na cerca/tela de proteção
dos recipientes de superfície, aterrados ou enterrados e aberturas para ventilação na
parte inferir do abrigo e/ou nas laterais. Além disso deve ter fechamento em material
transparente, com a inscrição: “EM CASO DE INCÊNDIO, QUEBRE O VIDRO E
FECHE O REGISTRO”.
A rede coletora (gambiarra) se aplica às Centrais de GLP, sendo a sua
conexão com os recipientes realizada através de mangotes ou pig-tail.
A rede de distribuição de gás primária, compreendida entre a válvula de
redução de pressão de 1º estágio até a válvula de 2º estágio, deve possuir pressão
máxima de 1,5 kgf/cm2.
A rede de distribuição de gás secundária, compreendida entre a válvula de
redução de pressão de 2º estágio até os pontos de consumo, deve possuir pressão
entre 0,02 e 0,03 kgf/cm2.
Quando a pressão de saída do recipiente de gás for igual a do aparelho
técnico de queima, pode ser usada a válvula de estágio único.
Para a execução das redes de distribuição de gás (GLP ou GN), são
admitidos os seguintes tipos de materiais:
I – tubo de aço preto ou galvanizado, com ou sem costura, classe média ou
normal;
II – tubo de cobre, rígido ou flexível, sem costura;
III – tubo de polietileno (PE80 ou PE100), conforme especificações desta IN;
IV – tubo multicamadas, conforme especificações desta IN;
V – mangueiras flexíveis, para interligação entre ponto de utilização e
aparelho de queima a gás, compatíveis com o uso e a pressão de operação.
VI – tubos metálicos flexíveis.
As tubulações multicamadas ou de polietileno (PE80 ou PE100), quando
utilizadas em redes de distribuição de gás primárias, devem ser utilizadas somente

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em redes externas às projeções verticais das edificações, possuir caixa de inspeção
na transição entre as tubulações (metálica/não metálica) de 25 x 30 cm com tampa
metálica na cor vermelha e estar enterradas a 60 cm de profundidade e possuir
envelopamento em concreto ou com sobreposição de placas de concreto com
dimensões de 5x20x50 cm para a proteção mecânica da tubulação enterrada.
Não se admite tubulações multicamadas e de polietileno (PE80 ou PE100),
instaladas aparentes ou aéreas, quando utilizadas em redes de distribuição de gás
primárias.
As tubulações multicamadas, quando utilizadas em redes de distribuição de
gás secundárias, devem ser embutidas no contrapiso da laje, possuir apenas trecho
vertical, envelopado e embutido nas paredes, para a ligação no ponto de consumo e
ter a conexão com a válvula de corte do ponto de consumo em material metálico. Não
é permitida a instalação de tubulação multicamadas no teto, em trechos horizontais
de paredes ou de forma aparente.
As tubulações para gás não podem passar em dutos de lixo, de ar
condicionado ou de águas pluviais, reservatórios de água e incineradores de lixo,
locais de difícil acesso, subsolos, porões ou locais que possibilitem acúmulo de
volume de gás em caso de vazamento, caixas ou galerias subterrâneas, valetas para
captação de águas pluviais, cisternas ou reservatórios de água, aberturas de dutos de
esgoto ou aberturas para acesso a compartimentos subterrâneos, compartimentos
não ventilados ou dutos em atividade (ventilação de ar condicionado, exaustão,
chaminés, etc.), poços de ventilação ou iluminação capazes ter um eventual
vazamento de gás, qualquer vazio ou parede contígua a qualquer vão formado pela
estrutura ou alvenaria, mesmo que ventilado, ao longo de qualquer tipo de forro falso,
salvo se for ventilado por tubo luva, pontos de captação de ar para sistemas de
ventilação, compartimento de equipamento ou dispositivo elétrico, elementos
estruturais: lajes, pilares ou vigas, escadas e antecâmara, inclusive nos dutos de
ventilação da antecâmara, poço ou vazio de elevador, garagens (quando em cota
negativa), ambientes de cota negativa e dormitórios ou banheiros.
A rede de distribuição não deve ser embutida em tijolos vazados ou outros
materiais que permitam a formação de vazios no interior da parede.
As tubulações de gás, quando aparentes, devem ser da cor alumínio para

PROJETO PREVENTIVO DE INCÊNDIO


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GLP ou amarelo para GN.
As tubulações devem possuir afastamento mínimo de 30 cm das tubulações
de outra natureza e dutos de cabo de eletricidade e igual ao diâmetro da maior das
tubulações de gás contíguas;
Tubulações com GLP em fase líquida não podem passar no interior das
edificações ou áreas fechadas, exceto para edificações com ocupação industrial que
façam uso do GLP em fase líquida na produção.
Entre a rede de distribuição de gás primária e a rede secundária deve existir
um abrigo de medidores de gás. Onde devem:
I – estar localizados nos pavimentos dos respectivos pontos de consumo,
instalados na área de circulação comum;
II – possuir sinalização na porta, com a inscrição: “MEDIDORES DE GÁS”;
III - possuir em seu interior, para cada unidade consumidora (por exemplo,
apartamento), um registro de corte de fecho rápido, uma válvula reguladora de
pressão de 2º estágio e um medidor de gás.
IV – possuir dimensões compatíveis com a quantidade de medidores,
registros e válvulas instalados, considerando espaço para manobras de manutenção;
V – possuir portas com sistema de fechamento que não impeça, dificulte ou
retarde qualquer acesso aos registros de corte de fornecimento de gás;
VI – estar instalados entre cotas de 20 a 160 cm, tendo como referencial o
piso acabado e apresentar as tampas das caixas dos abrigos ventiladas.
É vedada a instalação de medidores de gás em rampa, antecâmara ou
escada. Os medidores de um pavimento devem estar racionalmente agrupados e no
menor número de locais possíveis.
O medidor de gás deve possuir a identificação da unidade consumidora. Onde
a entrada da tubulação de gás nos abrigos de medidores de gás deve ser feita pela
parte superior e a saída da tubulação, para as unidades consumidoras, deve ser feita
pelo piso.
Os terminais de tubulações, para ligação dos aparelhos de queima a gás,
devem:
I – para aquecedores de passagem a gás, ser instalados com altura entre 100
e 120 cm acima do piso acabado e para os demais aparelhos de queima a gás, entre
20 e 80 cm;

PROJETO PREVENTIVO DE INCÊNDIO


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II – distar, no mínimo, 3 cm fora das paredes acabadas;
III – possuir registro de corte de fecho rápido.
As mangueiras para a ligação aos aparelhos técnicos de queima de gás
devem atender ao disposto na NBR 14.177 ou NBR 8.613.
O diâmetro mínimo da tubulação, permitido para as redes de distribuição de
gás é: I – 3/4” para rede primária; e II – 1/2” para rede secundária.
Os locais que fizerem uso de aparelhos de queima a gás devem possuir
aberturas de ventilação permanente superior e inferior.
As aberturas de ventilação permanente superior e inferior podem se
comunicar com a área externa por uma das seguintes alternativas:
I – diretamente, através de uma parede ou para prisma de ventilação;
II – indiretamente, por meio de um duto na horizontal, exclusivo, com
declividade mínima de 1%.
É vedada a passagem de qualquer tipo de fiação, canalizações,
encanamentos, etc., através do duto para ventilação permanente.
O prisma de ventilação para adequação de ambientes deve:
I - possuir área mínima em planta de 2 m², sendo a menor dimensão de 1 m;
II - caso possua uma cobertura, esta deve deixar livre uma superfície
permanente para ventilação com o exterior da edificação de no mínimo 2 m².
III - possuir abertura na parte inferior, com área mínima de 200 cm²,
garantindo a renovação de ar no interior do prisma, sendo a menor dimensão no
mínimo 10 cm.
IV - ser de uso exclusivo para ventilação de ambientes, não podendo servir
para outro fim, tal como a passagem de chaminés, canalizações, tubulações e fiação;
V - a seção útil do prisma de ventilação deve ser uniforme em toda sua
extensão;
VI - a seção do prisma deve ter uma área mínima equivalente a 0,1 m² vezes
o número de pavimentos úteis da edificação, não podendo ser inferior a 2 m²;
VII - quando a seção real do prisma for retangular, o lado maior deve ser no
máximo 1,5 vezes o lado menor;
Somente é permitida a instalação de aquecedores de passagem a gás no
interior da edificação, dos seguintes tipos: Exaustão forçada ou Fluxo balanceado.

PROJETO PREVENTIVO DE INCÊNDIO


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Somente é permitida a instalação de aquecedor de passagem a gás com
exaustão natural ou por acumulação com exaustão natural no exterior da edificação.

Com essas informações pode-se iniciar o dimensionamento da rede primária


e secundária.
Sendo assim, é necessário definir os equipamentos e locais de instalação no
projeto. Conforme a IN 008/DAT/CBMSC, o consumo desses equipamentos são
definidos como:

Aquecedor de passagem de 20L/min: 410 Kcal/min.


Fogão (6 Bocas e Forno): 184 Kcal/min.

Realizando as vistas isométricas das redes, se obtém o valor do comprimento


e as potências dos trechos. Com isso, utilizando das tabelas disponibilizadas na
Instrução Normativa, se encontra o diâmetro da tubulação.
Rede Primária

As tabelas utilizadas são “Potência adotada para o dimensionamento da rede


primária” e “Tabela de dimensionamento da rede primária”.

PROJETO PREVENTIVO DE INCÊNDIO


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Fonte: IN 008/DAT/CBMSC

PROJETO PREVENTIVO DE INCÊNDIO


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Fonte: IN 008/DAT/CBMSC

Dessa forma, se chegou nos seguintes resultados:

REDE PRIMÁRIA
∑Pc L ∑L Pa Ø
TRECHO
(Kcal/min) (m) (m) (Kcal/min) Polegadas
Q-R 2376 2,19 73,78 1500 2’’
O-Q 2376 3,50 71,59 1500 2’’
O-P 2376 2,19 70,28 1500 2’’
M-O 4752 3,50 68,09 2020 2’’
M-N 2376 2,19 66,78 1500 1 1/2’’
K-M 7128 3,50 64,59 2340 2’’
K-L 2376 2,19 63,28 1500 1 1/2’’
G-K 9504 3,50 61,09 2560 2’’
G-J 410 16,63 74,22 423 1’’
A-G 9914 57,59 57,59 2560 2’’

Para a rede secundária foi utilizada apenas a “Tabela de Dimensionamento

PROJETO PREVENTIVO DE INCÊNDIO


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da Rede Secundária” e as informações como potência e comprimento da rede.

Rede Secundária

Fonte: IN 008/DAT/CBMSC

Dessa forma, se chegou nos seguintes resultados:

PROJETO PREVENTIVO DE INCÊNDIO


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REDE SECUNDÁRIA
Pc ∑L Ø
TRECHO
(Kcal/min) (m) Polegadas
PAVIMENTO TIPO
B-D 184 19,69 1/2’’
B-C 410 17,26 3/4’’
A-B 594 15,49 1’’
1º PAVIMENTO
A’-B’ 410 7,74 3/4’’

Após ter todas as informações sobre a rede do empreendimento, já é possível


realizar o cálculo da quantidade de recipientes e seu tipo para a casa de gás.
Tendo já definido as máquinas que serão utilizadas internamente, temos que
o consumo total da edificação é de 9914 Kcal/min ou 53 Kg/h.
Porém, para definir a potência adotada é necessário fazer a multiplicação
desse valor por um Fator de Simultâniedade (F). Que é definido pela tabela abaixo.

Fonte: IN 008/DAT/CBMSC

Conforme apresenta a tabela, o Fator de Simultaniedade (F) é igual a 26.


Assim, sua potência adotada é de aproximadamente 13,81 Kg/h.
E, para dar prosseguimento ao cálculo, é necessária a Taxa de Vaporização
de cada recipiente. Também disponibilizada por tabela.

PROJETO PREVENTIVO DE INCÊNDIO


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Fonte: IN 008/DAT/CBMSC

Para encontrar a quantidade de recipientes referentes a cada tipo, se utiliza


da seguinte fórmula matemática:

Fonte: IN 008/DAT/CBMSC

Com o valor da potência adotada e a taxa de vaporização se obteve a


quantidade de recipientes.
P-45: 14 recipientes GLP 14+14 / P-45.
P-190: 4 recipientes GLP 4 / P-190.
P-500: 2 recipientes GLP 2 / P-500.

No entanto, por se tratar de uma edificação residencial multifamiliar, aplica-se


um Fator de Redução. E, por possuir até 20 unidades habitacionais, esse Fator de
Redução é igual a 25%.
Aplicando na Fórmula que NrF = Nr x (1 - FR/100) se chega aos valores de
cada recipiente.

PROJETO PREVENTIVO DE INCÊNDIO


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P-45: 10 recipientes GLP 10+10 / P-45 .
P-190: 3 recipientes GLP 3 / P-190.
P-500: 1 recipientes GLP 1 / P-500.

Conforme a necessidade do local e o tamanho do equipamento, foi definido


para o projeto o seguinte recipiente:

P-190: 3 recipientes GLP 3 / P-190.

4. RECOMENDAÇÕES GERAIS

Efetuar manutenção preventiva do sistema de Prevenção e Combate a


Incêndios, conforme normas vigentes.
Vistoriar todos os sistemas periodicamente conforme recomendações dos
fabricantes.
Para garantir a eficácia do sistema de prevenção a incêndios, criar uma
Brigada de Incêndio, garantindo pessoal treinado para agir com eficiência e rapidez
em caso de sinistro.

PROJETO PREVENTIVO DE INCÊNDIO


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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE SANTA CATARINA. 001 - PARTE 1:


PROCESSOS GERAIS DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO.
Florianópolis, 2022. 50 p.

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE SANTA CATARINA. 001 - PARTE 2:


SISTEMAS E MEDIDAS DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO.
Florianópolis, 2019. 66 p.

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE SANTA CATARINA. 002: INFRAÇÕES


ADMINISTRATIVAS. Florianópolis, 2022. 34 p.

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE SANTA CATARINA. 003: CARGA DE


INCÊNDIO. Florianópolis, 2019. 17 p.

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE SANTA CATARINA. 004: TERMINOLOGIA DE


SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO. Florianópolis, 2018. 40 p.

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE SANTA CATARINA. 006: SISTEMA


PREVENTIVO POR EXTINTORES. Florianópolis, 2020. 7 p.

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE SANTA CATARINA. 007: SISTEMA


HIDRÁULICO PREVENTIVO Florianópolis, 2017. 19 p.

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE SANTA CATARINA. 008: INSTALAÇÃO DE


GÁS COMBUSTÍVEL (GLP E GN). Florianópolis, 2018. 25 p.

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE SANTA CATARINA. 009: SAÍDAS DE


EMERGÊNCIA. Florianópolis, 2021. 58 p.

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE SANTA CATARINA. 011: SISTEMA DE


ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA. Florianópolis, 2018. 7 p.

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE SANTA CATARINA. 012: SISTEMA DE


ALARME E DETECÇÃO DE INCÊNDIO. Florianópolis, 2021. 13 p.

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE SANTA CATARINA. 013: SINALIZAÇÃO PARA


ABANDONO DE LOCAL. Florianópolis, 2018. 10 p.

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