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BIM
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4 Monitoramento e atualização diária das normas técnicas;
4 Acesso às normas técnicas em formato digital.
A ABNT desenvolveu uma coleção especializada de
normas técnicas para Modelagem de Informação
da Construção – BIM.

Building
Information
Modeling

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BIM na Infraestrutura
do país
O estado atual das ações relacionadas ao BIM em Infraestrutura – visão
e as ações em cada segmento representado pelos subgrupos do GT

E
sta edição especial do relacionados aos seus desafios para As contribuições de cada seg-
boletim ABNT tem adoção e disseminação do BIM, as- mento relacionados a seguir estão
o objetivo de ofere- sim como as ações encaminhadas coordenadas no âmbito do Grupo
cer um panorama das como contribuição para a supera- de Trabalho (GT) “BIM PARA IN-
atuais ações relacio- ção dos desafios relacionados ao FRAESTRUTURA” da comissão
nadas a Modelagem desenvolvimento da normalização ABNT/CEE-134, sendo este GT
da Informação da Construção BIM no Brasil em colaborações por atualmente relatado pelo Sr. Cel.
(Building Information Modeling meio das respectivas ações em an- Washington Luke em representa-
-BIM) aplicadas nos segmentos de damento no âmbito da Comissão ção a empresa VALEC, contando
infraestrutura do Brasil. Numa sé- de Estudo Especial de Modelagem com o apoio de diversas lideranças
rie de artigos, a partir dessa edição, de Informação da Construção – a partir de subgrupos organizados
apresentaremos parte dos traba- ABNT/CEE-134 – atualmente co- por meio de cada segmento repre-
lhos que vem sendo desenvolvidos ordenada pelo Sr. Rogério da Silva sentado no GT.
pelas empresas atuantes de cada Moreira em representação ao SE- Assim, os convidamos para
segmento de infraestrutura do país NAI-SP na comissão. acompanharem os avanços e ações:

Comissão de Estudo Especial de Modelagem de Informação da Construção –


ABNT/CEE-134
Coordenação: Rogério Moreira – SENAI-SP
Secretaria: João Gaspar – TiLab
Grupo de Trabalho – GT “BIM PARA INFRAES- SUBGRUPO: BIM no segmento de SANEAMENTO
TRUTURA” Líder: Nagip Abrahão – [SABESP]
Relator: Washington Luke [VALEC]
SUBGRUPO: BIM no segmento de TRANSPORTE
SUBGRUPO: BIM no segmento de AERÓDROMO POR TRILHOS
Líder: Ricardo Ferreira [INFRAERO] Líder: Ivo Mainardi [METRO SP]

SUBGRUPO: BIM no segmento de AQUAVIÁRIO COLABORADORES


Líder: Ednilson Oliveira [SEC. PORTOS-MI] Eduardo Soethe Cursino – Engenheiro Civil / BIM Ma-
nager – autor do texto do modal rodovias
SUBGRUPO: BIM no segmento de ENERGIA Wagner Oliveira de Carvalho – BIM Manager / Engine-
Líder: Ana Marotti [FURNAS] er MS (BIM Infrastructures Management) – autor do texto do
modal Saneamento
SUBGRUPO: BIM no segmento de OBRAS DE
ARTE Autores do texto do modal Transporte por Trilhos
Líder: Pedro Guilherme [ENGEMAP] Alex Paiva Rampazzo
Emerson Marcello Ferreira Anastácio
SUBGRUPO: BIM no segmento de ÓLEO E GÁS Superintendência de Gestão Ambiental e Territorial da VALEC
Líder: André Maues [UFF] – Engenharia, Construções e Ferrovias S/A
Ramon Saleno Yure Costa Silva
SUBGRUPO: BIM no segmento de RODOVIAS Superintendência de Projetos da VALEC – Engenharia, Cons-
Líder: Anderson Alvarenga [DNIT] truções e Ferrovias S/A

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INTRODUÇÃO
Infraestrutura pode ser definida todologia BIM aplicada aos serviços de Portaria Nº 1.014, de
como o conjunto de elementos que Engenharia e Arquitetura em órgãos e 6 de maio de 2020
suportam uma estrutura de constru- entidades públicas a nível nacional.
ção civil, serviços básicos indispen- Propõe-se a implementação do O Ministério de Infraestrutura
sáveis para cidade e elementos que BIM, de forma gradual, nas esferas constituiu por intermédio da sua
possibilitam a produção de bens e dos Ministérios da Defesa e da Infra- Portaria Nº 1.014, publicada em 06
serviços. Tais elementos estruturais estrutura, por meio de atividades pla- de maio de 2020, o Comitê BIM In-
são fundamentais para o desenvol- nejadas, coordenadas e executadas, fraestrutura com o propósito prin-
vimento de um país, com impulso apoiadas por um conjunto de tecnolo- cipal de estabelecer entre outras di-
socioeconômico regional. gias e processos integrados no âmbito retrizes, a difusão e a implantação
São exemplos de infraestrutura de de projeto e construção, com a cria- da Estratégia BIM BR no âmbito do
um país: transporte em aeroportos, ção de modelos digitais que abrange a próprio Ministério e das instituições
portos, rodovias e ferrovias; energia todo o ciclo de vida do projeto. a ele vinculadas.
elétrica em usinas hidrelétricas, ter- Como estratégia de implementa- Como pontos de destaque, a
melétrica e nucleares, subestações, e ção foram definidas 3 fases a saber: portaria propõe além de outras
linhas de transmissão e de distribui- • FASE 1 (2021): Esta fase que ações, a realização de atividades
ção; óleo e gás; sistemas de telecomu- envolve PROJETOS DE AR- estruturantes e precursoras para
nicação; saneamento ambiental, seja QUITETURA E ENGENHA- sensibilizar, promover, difundir,
por tratamento e abastecimento de RIA (BIM 3D), deverá ser engajar, desenvolver, capacitar, via-
água ou coleta, tratamento e dispo- possível realizar a compatibi- bilizar, facilitar, acelerar, avaliar e
sição de esgotos e drenagem urbana”. lização dos projetos através manter o processo de adoção e im-
Para subsidiar as contribuições da Detecção de Interferências plantação do BIM.
que envolvam o setor de infraes- (Clash Detection) entre as Além dos destaques acima, a
trutura, é fundamental discernir disciplinas projetadas. Como portaria também propõe identificar
inicialmente sobre o Decreto nº produtos principais deverão e acompanhar as iniciativas, pro-
10.306/2020, bem como sobre a Por- ser possíveis, a partir dos mo- gramas e projetos BIM, com vistas
taria nº 1.104, de 6 de maio de 2020. delos digitais, a extração de a orientar o alinhamento à Estraté-
quantitativos e a geração de gia BIM BR.
Decreto 10.306/2020 documentação gráfica. À luz das ilustrações que contem-
• FASE 2 (2024): Esta fase en- plam o GT “BIM PARA INFRAES-
O Decreto nº 10.306/2020 foi pu- volve a utilização efetiva dos TRUTURA”, a seguir são destacadas
blicado no Diário Oficial da União projetos da FASE 1, mas tendo as contribuições de cada segmento,
no dia 03.04.2020, o qual “estabelece como foco principal o PLANE- atualmente distribuídos em 8 sub-
a utilização do Building Information JAMENTO (BIM 4D), a OR- grupos da seguinte forma:
Modeling na execução direta ou indi- ÇAMENTAÇÃO (BIM 5D) e
reta de obras e serviços de engenharia CONTROLE DE OBRAS. 1) Aeródromo;
realizada pelos órgãos e pelas entida- O produto principal desta fase 2) Aquaviário;
des da administração pública federal, será a atualização do modelo “As
no âmbito da Estratégia Nacional de 3) Energia;
Built” para obras realizadas.
Disseminação do Building Informa- • FASE 3 (2028): Esta fase en- 4) Obras de Arte;
tion Modeling – Estratégia BIM BR, volve o uso efetivo das FASES 5) Óleo e Gás;
instituída pelo Decreto nº 9.983, de 1 e 2, tendo como principal
22 de agosto de 2019”. Este decreto é a 6) Rodovias;
objetivo a utilização do BIM
maior ação do poder executivo federal para GESTÃO e MANUTEN- 7) Saneamento;
na estratégia de disseminação da me- ÇÃO de projetos. 8) Transporte por Trilhos.

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1 AERÓDROMO
SUBGRUPO
BIM no segmento de

Líder: Ricardo Ferreira [INFRAERO]

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Os aeródromos podem ser classificados de
acordo com o uso e função ou em virtude das
estruturas ou instalações

A
eródromos são in- da Segurança e movimentação de e) Partes Interessadas;
fraestruturas que passageiros, aeronaves e cargas, é f) Escopo;
agrupam aeropor- Lado Ar e Lado Terra, sendo os Ter- g) Cronograma;
tos, heliportos e minais de Passageiros e de Logística h) Estimativa de Orçamento
campos de avia- de Cargas os elementos construti- do Programa Adoção BIM
ção, inclusive edi- vos divisórios, juntamente com as na Infraero;
ficações principais e de apoio, como cercas e demais barreiras físicas. i) Metodologia: Gerenciamen-
Terminais de Passageiros, Terminas Na Infraero a definição do ter- to do Projeto, Pessoas (per-
de Logística de Cargas, Torres de mo BIM é a representação digital, fil, comitê, capacitação e
Controle, Seções Contra Incên- orientada ao objeto, abastecida de treinamento, consultoria),
dio, Centrais de Resíduos Sólidos, dados, inteligente e paramétrica do Processo (diagnóstico da En-
Subestações Elétricas, Sistemas de ativo, a partir da qual podem ser genharia, mapeamento de
Auxílios à Navegação Aérea e Tele- extraídos e analisados vistas e da- processo organizacional, Po-
comunicações. dos apropriados para cada necessi- lítica BIM, plano de comuni-
Outras estruturas e sistemas dade de usuário. Estes geram infor- cação, integração organiza-
podem existir em um determinado mações que podem ser utilizadas cional, relação institucional,
aeródromo, em função da sua vo- na tomada de decisão e na melhora requisitos de informação,
cação e condição técnica do sítio de processos durante todo o ciclo manual BIM e normativos,
aeroportuário, como Obras de Arte de vida do ativo. biblioteca e protocolo), tec-
Especiais, Drenagem, Saneamento Como forma de potencializar a nologias (atualização do
e Energia Elétrica. adoção BIM na empresa, foi criada parque tecnológico, Am-
Por sua vez, os aeródromos po- uma Política BIM com capítulos biente Comum de Dados e
dem ser classificados de acordo com para escopo e abrangência, justifi- laboratório BIM);
o uso e função ou em virtude das cativa legal e normativa, conceitos j) Condicionantes e Restri-
estruturas ou instalações, a saber: e definições, princípios e objetivos, ções do Programa;
a) Sistemas e Equipamentos competências e disposições finais.O k) Conclusão.
Espaciais de: Planejamento escopo e estrutura organizacional Uma ferramenta dinâmica e pe-
de Arquitetura e Engenha- considera um Comitê BIM, Núcleo riódica para auxílio na fase de Diag-
ria, Geral, Infraestrutura, BIM e Laboratório BIM, com atua- nóstico e implementação de melho-
Arquitetura, Estrutura, Elé- ções em Planejamento Aeroportuá- rias é a Matriz de Maturidade BIM,
trica, Eletromecânica e Ele- rio, Projeto, Fiscalização de Obras, sendo os eixos: Estratégico, Usos dos
trônica, Hidráulica, Sanea- Manutenção de Ativos, Sistema de Modelos, Processos, Informação, In-
mento e Fluidos Industriais, Informação Geográfica, Gêmeo Di- fraestrutura e Pessoas. Sua avaliação
Instalações e Equipamentos gital e Meio Ambiente. deve ser constante na Organização.
Contra Incêndio, Instala- Já para materialização das ações Os Usos dos Modelos de acordo
ções de Proteção ao Voo; previstas, um Plano de Trabalho foi com a Estratégia de Disseminação
b) Área de Movimentação, Edi- desenvolvido com tais capítulos: BIM-BR do Governo Federal foram:
ficações e Instalações Indus- a) Objetivo; a) Projeto: Modelagem e Verifi-
triais e Auxílios à Navegação b) Perspectiva BIM Infraero; cação do Modelo, Detecção
e Instalações de Controle de c) Breve Histórico e Contextu- de Interferências, Levan-
Tráfego Aéreo no Aeroporto. alização; tamento de Quantidades e
Uma segregação de áreas funcio- d) Benefícios e Resultados Es- Geração de Documentação
nais em um aeródromo, resultado perados; Gráfica;

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b) Obra: Custo, As Built, Plane-
jamento e Controle da Exe-
cução;
c) Gerenciamento de Ativos:
Facilities Management.
Logo, o ciclo de vida da informa-
ção pode ser observado como prin-
cipal ativo da Organização, com va-
lor agregado para desenvolvimento
da infraestrutura nacional nas fases
de Planejamento, Projeto, Constru-
ção e Operação de aeroportos.
Com isso, alguns resultados
práticos já se observam na Organi-
zação, em especial na Engenharia,
a saber:
a) Aeroporto de Santos Du-
mont (Rio de Janeiro – RJ)

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b) Aeroportos Regionais (Cáceres-MT)

Infraero implanta tecnologia BIM no Aeroporto de Londrina


O projeto piloto Aeroporto Di- 3D de todo o Aeroporto de Londri- acessíveis por aplicativos dentro de
gital consiste num ambiente co- na, que incluem dados do sítio aero- uma plataforma única de informa-
mum de dados em modelo digital portuário e das edificações e que são ções. Nela, a representação do mun-
do real em ambiente 3D que reúne
dados sobre todas as instalações do
sítio aeroportuário, deverá permitir,
futuramente, a integração com da-
dos do próprio município.
O projeto prevê uma economia
anual de até R$ 540 mil para o ae-
roporto através da diminuição dos
custos de cadastramento, projeto
e manutenção, do aprimoramen-
to da operação aeroportuária, da
gestão de informações e do au-
mento da rentabilidade comercial,
além da diminuição de paradas de
equipamentos e agilidade em pro-
cessos fundiários que terão os cál-
Fonte da imagem – https://www.jornaldeturismo.tur.br/aviacao/81713-infraero- culos efetuados após a conclusão
implanta-tecnologia-bim-no-aeroporto-de-londrina do projeto.

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2 AQUAVIÁRIO
SUBGRUPO
BIM no segmento de

Líder: Ednilson Oliveira Ferreira [SNPTA-MINFRA1]

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Fonte da imagem: http://infraroi.com.br/movimentacao-em-portos-publicos-cresce-66-no-primeiro-semestre-de-2020/

H
á muito que o se- por métodos antigos de planeja-
tor portuário re- mento e construção. O uso de fer-
presenta um dos ramentas de desenho baseada em
maiores respon- CAD para planejar suas obras de
sáveis pela balan- infraestrutura civil e aquaviária e
ça comercial do planilhas, do tipo encontrados no
Brasil. Mercadorias entram e saem programa Excel, para cálculos e
do país pelos portos brasileiros, estimativas de custos orçamentá-
com o frenesi ditado na maioria das rios, baseados nos atuais referen-
vezes pelo mercado mundial. Mes- ciais SICRO e SINAPI, continu-
mo na atual época de pandemia, o avam sendo as ferramentas mais O porto de Itajaí
setor portuário vem mostrando a avançadas para o planejamento
sua força e resiliência apresentando dos novos investimentos na infra- cresceu 12% em
movimentação de cargas que em estrutura portuária.
muitos casos chegaram até a bater Por longos anos essa foi a re- movimentação de
recordes nacionais, como é o caso, alidade que prevaleceu no setor
por exemplo, do porto de Itajaí que portuário. E isso resultou, sim, na TEUs no primeiro
cresceu 12% em movimentação atual infraestrutura portuária que
de TEUs no primeiro semestre de se encontra hoje em dia, uma in- semestre de 2020
2020. Isso vem a demonstrar a im- fraestrutura que dá a possibilidade
portância, a essencialidade e a força de ano após ano bater recordes de
para a economia do país. movimentação de carga. Ou seja,
Mas, como tantos outros seto- parece que tudo está correndo
res, o portuário, por muitos anos e bem e dentro do que foi planeja-
até recentemente, conduziu o seu do. Certo? Se formos olhar apenas
planejamento, bem como o desen- por este lado, sim, está certo. Em
volvimento da sua infraestrutura, que pese haver, sim, seus revezes e

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dificuldades intrínsecas dentro do
setor portuário, com alguns por-
tos produzindo aquém do espe-
rado ou mesmo abandonados por
falta de movimentação, as estatís-
ticas de movimentação de carga,
publicadas pela ANTAQ, tem nos
mostrado que a atual infraestru-
tura portuária do país vem dando
conta do recado.
Acontece que, atualmente,
o setor da construção civil vem
passando por uma disrupção tec-
nológica significativa, através da
aplicação do BIM. Tal tecnologia
(vou chamar assim por considerar a
melhor denominação para o pacote
de avanços que o BIM traz para o ainda mais e trazendo maior desen- o setor encampar esta moderniza-
setor de AEC), não apenas possi- volvimento e emprego para o nosso ção fazendo sua adesão e dissemi-
bilita maiores ganhos de eficiência país? Isso só será possível com a nação da metodologia BIM em seu
no planejamento da infraestrutura, adoção de novas metodologias, mais planejamento atual e futuro. As-
como traz economia para a execu- modernas, que nos possibilitem in- sim, tanto a Secretaria Nacional de
ção dos investimentos nessa infra- tegrar melhor nossos projetos e nos- Portos e Transportes Aquaviários
estrutura, entre outros diversos ga- so planejamento e que nos façam – SNPTA, bem como suas empre-
nhos potenciais que não são o foco pensar e planejar além da nossa atu- sas vinculadas, as 07 (sete) Com-
imediato deste texto. al capacidade. O BIM é este aliado panhias Docas, quanto o Departa-
Isso nos possibilita pensarmos que buscamos e de que precisamos mento Nacional de Infraestrutura
em sermos maiores do que somos para atender a esta demanda. Fe- de Transportes – DNIT e a Agência
atualmente. Se tudo parece estar lizmente, sua adoção já vem sendo Nacional de Transportes Aquavi-
bem no setor portuário, por que feita pelo setor portuário. ários - ANTAQ, órgãos do Poder
não pensarmos em melhorá-lo ao A Portaria nº 1.104/2020 pro- Executivo Federal que adminis-
ponto de podermos competir a nível porcionou um novo marco para tram, planejam e regulam a ativi-
mundial, aumentando a nossa capa- o setor portuário nacional com o dade portuária nacional, passaram
cidade de movimentação de cargas surgimento da oportunidade para a integrar o Comitê BIM Infraes-

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Espera-se que o setor portuário adquira
estrutura, competência e atribuições
suficientes para desenvolver planejamento
estratégico e cadeia de valor

permitindo que o setor se municie


das ferramentas e capacitações ne-
cessárias para que o setor portuário
se aprofunde no tema e ganhe o
know-how necessário para adotar e
disseminar esta tecnologia na pro-
gramação dos investimentos futu-
ros na infraestrutura do setor.
Dessa forma, espera-se que o
setor portuário adquira estrutura,
competência e atribuições suficien-
tes para desenvolver planejamento
estratégico e cadeia de valor, bem
como políticas e processos para a
implantação do BIM. Os próximos
passos para tal iniciativa envolvem
a criação de Núcleos BIM para o
trutura, possuindo representantes está realizando ações para diagnos- desenvolvimento de planos de
na sua estrutura organizacional. ticar o grau de maturidade do BIM treinamento em engenharia, para
Desde o estabelecimento do De- no órgão, a fim de dar a orientação aproveitamento das boas práticas; a
creto 10.306/2020, o setor portu- sobre a melhor maneira de condu- criação de indicadores de projetos e
ário nacional, junto ao Ministério zir os processos de implementação processos, para se terem um acom-
da Infraestrutura (MINFRA), vem em cada unidade organizacional e panhamento da evolução da adoção
gradualmente se preparando para entidade vinculada. Paralelamen- deste processo, bem como os manu-
a adoção do BIM em seu meio e te, o Ministério está promovendo ais BIM de cada organização, com
tomando conhecimento das ferra- a contratação de empresa para fo- as instruções específicas para o se-
mentas e benefícios que esta tec- mentar a capacitação em BIM dos tor absorver esta tecnologia e poder
nologia pode proporcionar para o servidores atuantes no órgão. Parti- tirar o melhor proveito para os pró-
desenvolvimento do setor. cularmente, os órgãos relacionados ximos investimentos já planejados
Entre os primeiros passos adota- ao setor portuários já citados estão com a tecnologia BIM.
dos para o setor está o mapeamen- contemplados nessas iniciativas.
to das competências e o diagnósti- Ao mesmo tempo, softwares BIM 1
Secretaria Nacional de Portos e
co das capacidades para a adoção vêm sendo adquiridos pelo MIN- Transportes Aquaviários do Minis-
da tecnologia. Assim, o MINFRA FRA e pelas empresas vinculadas, tério da Infraestrutura.

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3 ENERGIA
SUBGRUPO
BIM no segmento de

Líder: Ana Marotti [FURNAS]

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O
GT BIM Modal portante destacar que a formação Ações de Empresas
Energia é cons- desse grupo se encontra alinhada do Setor Elétrico
tituído por re- tanto com o Decreto 10.306/2020
presentantes de quanto com a Portaria 1.014 do Sob o patrocínio das Diretorias
concessionárias Ministério de Infraestrutura, di- de Geração, Transmissão e de Ges-
de Energia Elétri- retrizes essas que visam a disse- tão e Sustentabilidade, a Eletrobras
ca e instituições de pesquisa, tendo minação da metodologia BIM no tem viabilizado a “Iniciativa de Ca-
FURNAS como líder. âmbito nacional. pacitação BIM” que tem por obje-
O objetivo principal deste Nesse contexto, apresenta-se a tivo difundir e promover a adoção
grupo é a proposição à ABNT de seguir, contribuições de empresas da metodologia de Modelagem da
padrões para normalização e apli- de Geração e Transmissão de Ener- Informação da Construção ou Buil-
cação do uso do BIM no Setor Elé- gia Elétrica, objetivando identificar ding Information Modelling – BIM
trico, nas áreas de Geração, Trans- o estágio atual das ações/iniciativas nas empresas Eletrobras através de
missão e Distribuição de Energia relacionadas à utilização da meto- capacitação técnica nos próximos
Elétrica. Adicionalmente, é im- dologia BIM no Setor Elétrico. anos para profissionais de nível téc-

Subestação de Foz do Iguaçu - Fonte: Furnas Centrais Elétricas S.A/Autor: Marcos Labanca

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nico e gerencial, envolvidos na pros- Na mesma direção, durante os dades específicas e oportunidades
pecção, avaliação, implantação e últimos anos, a Chesf vem traba- de substituição e melhoria dos
gestão de ativos de geração e trans- lhando em diferentes iniciativas softwares atualmente utilizados
missão de energia. Ações de sensibi- para a implementação da Metodo- e processos internos vigentes para
lização, fundamentação e aprofun- logia BIM e seus benefícios envol- adequar-se à metodologia BIM. Da
damento estão sendo planejadas vendo as áreas de engenharia da mesma forma, um Termo de Refe-
e de acordo com o plano de ação, empresa como: geoprocessamento, rência para aquisição de soluções de
sendo implementadas. São justifi- transmissão e geração. O objetivo software por licitação já está sendo
cativas para a promoção da inicia- é gerar conhecimento e aplicação elaborado; bem como estão sendo
tiva o aperfeiçoamento da gestão de para atingir a excelência na Ges- discutidas as necessidades de cria-
ativos e de empreendimentos, o es- tão de Ativos passando pelas eta- ção de um grupo de trabalho for-
tímulo à captação de investimentos pas de prospecção, planejamento, mal e multidisciplinar com partici-
– financiabilidade dos projetos e o projeto básico, projeto executivo pação de representantes das áreas
atendimento à Estratégia Nacional e execução das obras dos empre- de projeto, gestão, fiscalização, TI
de Disseminação do BIM. endimentos de expansão da em- e contratações para trabalhar na
No que tange à Furnas, desta- presa. Atualmente estão em curso criação da primeira versão do BIM
ca-se que nos últimos anos a em- atividades relacionadas à criação do Mandate Eletronorte.
presa tem elaborado ações e traça- BIM Mandate e outros normativos Já a CGT Eletrosul encontra-se
do objetivos para implementação específicos de cada setor, a prospec- em estágio inicial de aplicação da
da metodologia BIM em seus proje- ção de empresas que forneçam so- metodologia BIM em projetos de
tos futuros. Nessa direção, citam-se luções em softwares, a atualização transmissão. O foco inicial está
estudos, em execução, através de dos hardwares para as novas neces- voltado para aplicações BIM em
projeto de Pesquisa & Desenvol- sidades computacionais, a contra- projetos de subestações. A empresa
vimento, referente ao desenvolvi- tação de serviços relacionados ao contratou a suíte de softwares da
mento de metodologia utilizando levantamento de nuvens de pontos Autodesk e elaborou uma primeira
o conceito BIM aplicada a projetos de instalações existentes para os versão de especificações técnicas
de subestações integrado à Siste- projetos de melhorias destas ins- para apresentação de projetos em
ma de Inteligência Geográfica e ao talações (modernização em Usinas modelo BIM para edificações, tais
Enterprise Resource Planning. Essa Hidrelétricas e criação de gêmeos como casas de controle. A CGT
iniciativa permitirá atingir o nível digitais de subestações), treina- Eletrosul já realizou um workshop
de dimensão BIM 5D, onde um dos mento de pessoal interno e partici- em conjunto com a Universidade
objetivos, através de modelagem, pação em fóruns de debate junto às Federal de Santa Catarina (Grupo
planejamento e levantamento de empresas de elaboração de projetos GeBIM) e a empresa Leica, tendo
custos, é o aprimoramento da ges- e fabricantes de equipamentos. como principal resultado a apli-
tão de ativos. Muito embora, as ini- Atendendo às diretrizes da Ele- cação de testes práticos de esca-
ciativas recentes são direcionadas trobras para implantação do BIM, neamento a laser 3D em uma su-
para projetos de subestações de alta a Eletronorte vem criando opor- bestação existente. Os resultados
tensão, as quais possibilitarão al- tunidades de treinamento sobre o foram satisfatórios e promissores.
cançar maturidade suficiente para tema para seus gestores e força de Entende-se que os próximos passos
contribuições na normalização e trabalho das áreas técnicas. Numa deverão ser direcionados para a re-
aplicação do uso do BIM no Setor outra vertente, a base técnica da alização de treinamentos, tanto no
Elétrico, a longo prazo a empresa Diretoria de Engenharia, em con- conceito da tecnologia BIM quanto
pretende adotar ações para proje- junto com a TI, iniciou as tratati- na utilização das ferramentas com-
tos na área de geração, bem como vas para integração entre as áreas putacionais aplicadas. Atualmente,
avançar para a dimensão BIM 7D, de projetos de geração e transmis- encontra-se lançada em Edital a
visando as questões de O&M. são buscando levantar as necessi- primeira especificação técnica, na

16 • boletim ABNT | Edição Especial | 2020 www.abnt.org.br


qual propõe-se que os projetos con- buição de cada uma delas para o
tratados serão analisados e arquiva- desenvolvimento de uma padro-
dos em modelo BIM. nização de metodologias voltadas
No caso da Cemig GT, a empre- para aplicação do BIM no setor
sa busca aplicar a metodologia BIM elétrico é de suma importância.
aos negócios de geração e trans- Dessa forma, o GT BIM – Mo-
missão de energia, iniciando sua dal Energia é fundamental para a
implantação pelo processo de ela- busca dessa normalização.
FURNAS,
boração de projetos de engenharia
e ampliando, de forma gradativa, Desafios
ao elaborar
sua implantação nos demais pro-
cessos integrantes do ciclo de vida À luz dessas iniciativas, ora
ações e traçar
apresentadas, uma vez que se trata
dos ativos (construção, O&M e
desativação). Visando se preparar de um assunto ainda bastante inci-
objetivos para
para esta implantação, a Cemig GT
realizou a avaliação de seu processo
piente, surgem alguns desafios, os
quais seguem destacados a seguir:
implementação
interno de elaboração de projetos e • Uma vez que o mercado de
prestadores de serviços não
da metodologia
identificou os recursos e ações ne-
cessárias à implementação da tec- está preparado para atender
as necessidades de projetos
BIM em projetos
nologia. Ao desenvolver e contratar
projetos de geração e transmissão em BIM, é fundamental a ela- de transmissão
em BIM, a Cemig GT espera obter boração de normas técnicas
os benefícios proporcionados pela brasileiras de forma a contri- e geração,
metodologia e o alinhamento à Es- buir para um regramento das
tratégia Nacional de Disseminação contratações de empreendi- também busca o
do BIM (Decreto Federal 9.377 de mentos relacionados ao setor
17/05/2018). elétrico, facilitando a inte- aperfeiçoamento
Por fim, destaca-se a Copel GeT, ração entre os atores envol-
a qual se encontra em uma fase vidos no ciclo de vida destes da gestão de
inicial de implantação da metodo- empreendimentos;
logia BIM para suas subestações • Necessidade do desenvolvi- seus ativos, em
de transmissão. Existe, cadastrado mento de recomendações
em um programa interno de inova- para a classificação de padrões alinhamento
e componentes construtivos,
ção - InovGET - uma ideia para a
aquisição e utilização de softwares através de referências nacio- à Estratégia
nais de terminologias e ca-
adequados à essa implantação. Esta
ideia está atualmente em fase de racterizações, indicando às
Nacional de
empresas prestadoras o rumo
pesquisa de mercado, e será segui-
da, posteriormente, pela elabora- a seguir;
Disseminação do
ção de uma especificação técnica a
fim de viabilizar esta contratação.
• É essencial que se tenha um
alinhamento das iniciativas
BIM
Portanto, nota-se, dentre as e ações propostas com a par-
iniciativas descritas que há em- te regulatória (ANEEL), bem
presas em estágios embrionários como com aquelas relativas
e algumas um pouco mais avan- a fiscalização de obras públi-
çadas. Não obstante, a contri- cas (TCU).

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4 OBRAS
SUBGRUPO
BIM no segmento de

DE
ARTE Líder: Pedro Guilherme [ENGEMAP]

18 • boletim ABNT | Edição Especial | 2020 www.abnt.org.br


Obras de Arte Especiais

A
s Obras de Artes de Transporte (DNIT) identificou
Especiais (OAEs) a necessidade da criação de um
são elementos das programa específico para monito-
rodovias e ferro- ramento e gerenciamento dessas
vias que contri- estruturas. Nesse cenário, o DNIT
buem para a con- implementou o Programa de Ma-
tinuidade do tráfego, permitindo a nutenção e Reabilitação de Estru-
transposição de obstáculos pontu- turas (PROARTE).
ais, como por exemplo, rios, vales, O programa em questão é
montanhas, outras rodovias, etc. orientado pela Instrução de servi-
Devido sua singularidade, essas es- ço nº 15/DNIT, de 24 de outubro
truturas possuem particularidades de 2019. Nessa instrução o DNIT
especiais que devem ser observa- descreve todas as características,
das durante sua execução, opera- procedimentos e metodologias das
ção e manutenção. intervenções de manutenção e re-
De forma geral, as obras de arte abilitação de OAE, no âmbito das
especiais são classificadas como pon- rodovias federais.
tes, viadutos, tuneis e passarelas. O PROARTE é administrado
pela Coordenação-Geral de Manu-
Criação do PROARTE tenção e Restauração Rodoviária
(CGMRR). Coordenação essa su-
Possuindo um acervo de aproxi- bordinada hierarquicamente à Di-
madamente 8000 OAEs, o Departa- retoria de Infraestrutura Rodoviá-
mento Nacional de Infraestrutura ria (DIR). Nesse sentido, a atuação
do programa se restringe as OAEs
do sistema modal rodoviário.
Ainda, a condução do progra-
ma é auxiliada diretamente pelo
Consórcio PROARTE (Engemap/
Iguatemi), o qual realiza o geren-
ciamento de todas as atividades re-
alizadas pela autarquia no âmbito
do PROARTE. Entre as principais
atividades executadas pela geren-
ciadora, destacamos a elaboração
dos anteprojetos para reabilitação,
a elaboração dos planos de trabalho
para manutenção e a realização do
acompanhamento da execução dos
Fonte da imagem – https://www.portaldenoticias.com.br/noticia/12414/dnit- contratos relacionados à obra de
preve-antecipar-liberacao-da-nova-ponte-do-guaiba-para-novembro.html arte especial.

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Atuação do PROARTE
Primeiramente, as Obras de
Arte Especiais passam pelo proces-
so de priorização, onde deverão ser Figura 1 - Perfil longitudinal da Ponte JK.
considerados os aspectos operacio-
nais e estratégicos, além da condi- implementação da metodologia no
ção estrutural e funcional da OAE. desenvolvimento dos projetos de
O DNIT atua em cada unidade infraestrutura.
da federação por meio das Supe- Para isso, desenhou-se ini-
rintendências Regionais nos Esta- cialmente a execução de uma se-
dos (SR). No processo de decisão, quência de projetos-pilotos que
a SR é uma das provedoras de in- possibilitem a disseminação da
formações mais relevantes, devido metodologia dentro da autarquia. (a)
a esta ser responsável pelo planeja- Nesse cenário, o fluxo de reabili-
mento estratégico e financeiro de tação do PROARTE foi seleciona-
sua jurisdição. do como primeiro projeto-piloto.
O Sistema de Gerenciamento Cabe aqui ressaltar que os antepro-
de Obra de Arte Especial (SGO) é jetos de reabilitação já utilizavam
outra ferramenta importante para princípios da metodologia BIM em
o desenvolvimento das atividades sua elaboração.
no âmbito do PROARTE. Esse sis- O projeto escolhido para inte-
tema é alimentado com inspeções grar a lista de projetos pilotos de- (b)
cadastrais, rotineira e extraordiná- finidos pela Estratégia de adoção e
rias realizadas pelo DNIT ou por exigibilidade do BIM no âmbito do
suas terceirizadas. Assim, o refe- Governo Federal foi a reabilitação
rido material fornece informações da Ponte JK sobre o Poti, localizada
relevantes, principalmente sobre a no km 343,20 da BR-343/PI. (c)
condição estrutural e funcional de A OAE em questão é composta
cada OAE. por quatro segmentos, partindo da
Por fim, o Consórcio gerenciador Av. Frei Serafim em direção à Av.
do PROARTE realiza levantamen- João XXIII, sendo o primeiro seg-
tos e estudos para fundamentar as mento constituído por um tabulei-
opções de intervenção disponíveis ro suportado por duas longarinas
para cada estruturas em análise. e transversinas, cuja extensão é de
Assim, das possíveis interven- 59,90m. O segundo e o quarto se-
ções executadas no âmbito do guimentos são compostos pelo sis-
PROARTE, destacamos aqui a Ma- tema de viga caixão com extensão
nutenção e a Reabilitação. Essas al- total de 135,99 metros de extensão. (d)
ternativas são aplicadas na maioria Por fim, o terceiro segmento é cons-
das estruturas objeto do programa. tituído por três vãos em arco com
extensão total de 230,75 metros.
Figura 2 – Esquemas isométricos da
BIM no PROARTE A seção transversal da estrutura Ponte JK. (a) Trecho 1 - Longarinas
possui 9,60 metros de largura. As apoiadas; (b) Trecho 2 - Viga caixão;
Em face ao Decreto 10.306/2020, estruturas descritas estão apresen- (c) Trecho 3 - Arco; (d) Trecho 4 -
o DNIT iniciou as atividades de tadas na Figura 2. Viga caixão.

20 • boletim ABNT | Edição Especial | 2020 www.abnt.org.br


No anteprojeto em tela, foi pro- Álbum de passarela
posto o reforço estrutural da OAE
com o objetivo de eliminar todos Nesse mesmo contexto, a
os defeitos que afetam o desem- Coordenação-Geral de Manuten-
penho da estrutura. No caso espe- ção e Restauração Rodoviária e
cífico da Ponte JK, a atividade de o consórcio gerenciado do PRO-
reforço estrutural teve como finali- ARTE auxiliaram na elaboração
dade a modificação estrutural com do álbum de passarelas. O docu-
correção das patologias advindas mento em tela tem como obje- Espera-se no médio
do sistema anterior. tivo padronizar as soluções para
Nesse processo, a metodologia construção de novas passarelas prazo alcançar
de modelagem estrutural utilizada nas rodovias federais.
pelo gerenciamento do PROARTE De igual modo, utilizou-se um um novo modelo
foi mapeada para se identificar to- processo de modelagem semelhan-
das as fases de elaboração, de modo te ao da reabilitação com utilização de atuação, com
a entender o fluxo de informações de princípios da metodologia BIM
aplicadas. Em seguida, buscou-se para execução de toda documenta- maior inteligência,
caracterizar as melhorias necessá- ção presente no álbum.
rias para implementação da meto- Para padronização da estru- maior integração e
dologia BIM no processo. tura, desenvolveu-se projetos
Como resultado, o DNIT ob- modulares que vencem vãos de menor risco
jetiva aperfeiçoar a metodologia 15,00 a 35,00 metro. De igual
operacional atual, passando a exe- modo, dimensionou-se os módu-
cutar processos mais eficientes, los de acesso com alturas varian-
baseados em modelos BIM. Como do de 3,20 a 8,00 metros e todos
consequência, espera-se no médio eles compostos por rampas e es-
prazo alcançar um novo modelo de cadas. A seguir estão apresenta-
atuação, com maior inteligência, das imagens demonstrativas da
maior integração e menor risco. estrutura dimensionada.

Figura 3 – Modelo proposto para passarela modular (DNIT)

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5 ÓLEO E GÁS
SUBGRUPO
BIM no segmento de

Líder: André Maues [UFF]

22 • boletim ABNT | Edição Especial | 2020 www.abnt.org.br


Por: Andre Maués, Daniel Nascimento e Roger Moreira

B
Uma particularidade interes- volvimento de sistemas para pro-
IM vem se conso- sante desse subgrupo é que seus jeto, construção, montagem e/ou
lidando como uma participantes já tiveram alguma operação de instalações industriais,
metodologia uni- experiência prévia ou trabalham o que caracteriza um perfil diferen-
versal de automa- atualmente com pesquisa e desen- ciado, já que o desenvolvimento
ção de projetos com
diversas tecnologias
associadas, sendo fundamen-
tal para modelagem de qualquer
tipo de empreendimento e mos-
trando-se extremamente versá-
til durante todo o ciclo de vida
do ativo de engenharia. Nesse
sentido, o subgrupo de trabalho
para Infraestrutura em Óleo e
Gás (O&G), tem o propósito de
consolidar no país a utilização de
BIM em ativos da área de O&G
(Figura 1). Entende-se que este
é um momento oportuno, pois
entre as principais atividades do
subgrupo estão a contribuição da
área de O&G no desenvolvimen-
to do Sistema de Classificação da
ABNT para BIM, o que se espera
preencher lacunas e carências de Figura 1: BIM na área de Óleo e Gás (O&G).
sistemas de classificação nacional Fonte: Nascimento (2017) Automação de Projetos com BIM e IFC, Dissertação de Mestrado,
da indústria da construção. Montagem Industrial, UFF.

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tecnológico exige habilidades e posta do subgrupo de O&G, uma
uma grande quantidade de co- vez que a automação de projetos
nhecimento especializado. Sendo surgiu na indústria nacional no
A motivação assim, essa factualidade tem pro- início da década dos anos noventa
porcionado uma grande sinergia a partir da necessidade de automa-
das dissertações entre os participantes, e um rápido tizar processos inicialmente em
alinhamento dos conceitos, termi- projeto/design até ser aplicada na
desenvolvidas no nologias e tecnologias utilizadas construção e montagem industrial.
curso de mestrado em funcionalidades BIM. Isso tem
gerado motivação e confiança de
A primeira dissertação defendida
considera a implantação de duas
em montagem que a participação nesse processo
pode ser de fato uma contribuição
novas tecnologias de tradução para
formatos neutros de interoperabi-
industrial da UFF concreta e efetiva para a área.
Destaca-se também uma im-
lidade. A partir disso, essa disser-
tação permitiu o uso e validação
tem sinergismo portante iniciativa da Universida- empírica das tecnologias desenvol-
de Federal Fluminense (UFF), para vidas por meio de três estudos de
com a proposta contribuir com a área, que é viabi- casos para implantar funcionalida-
lizar o desenvolvimento de disser- des BIM na área de O&G, possibili-
do subgrupo de tações em BIM na área de O&G tando avaliar ganhos mensuráveis
no país. A motivação das disser- de desempenho e qualidade nos
O&G tações desenvolvidas no curso de fluxos de trabalho.
mestrado em montagem industrial As primeiras atividades do sub-
da UFF tem sinergismo com a pro- grupo estão focadas na modelagem

24 • boletim ABNT | Edição Especial | 2020 www.abnt.org.br


do sistema de classificação para a de classificação atenda as neces-
área a partir das premissas e regras sidades e expectativas da indús-
estabelecidas na Parte 4 (Recursos da tria, estando sempre atento para
Construção) da ABNT NBR 15965 as atividades de verificação que O maior desafio
(Sistema de Classificação da Infor- envolvem as análises do modelo
mação da Construção). As constru- digital do ativo para certificar se
do subgrupo na
ções na área de O&G são sinteti- este atende aos requisitos funcio-
camente divididas em três grandes nais e não funcionais. Além disso,
fase de modelagem
subsistemas: 1) Sistemas Subma-
rinos; 2) Construção de Poços; e 3)
realizando a padronização de clas-
ses, atributos e regras claras (re-
dos elementos/
Sistemas de Superfície. O maior
desafio do subgrupo na fase de mo-
lacionamentos) para automação
dos fluxos informacionais da ca-
termos do sistema
delagem dos elementos/termos do
sistema de classificação é estabele-
deia de valor da área de O&G por
meio da modelagem paramétrica e
de classificação
cer um método útil e prático para a orientação a objetos. Os membros é estabelecer um
área. O sistema de classificação deve do subgrupo entendem que a par-
capturar os aspectos importantes do ticipação nessa iniciativa deve ser método útil e
comportamento da construção real. ampliada para diversos represen-
Um sistema útil faz isso com preci- tantes na área de O&G, portanto prático para a
são, economia e detalhe suficiente está de “portas abertas” para con-
para propósitos práticos. tribuições da sociedade em prol da área
O subgrupo tem a preocupa- melhoria contínua e incremental
ção em certificar que o sistema da infraestrutura de O&G.

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6 RODOVIAS
SUBGRUPO
BIM no segmento de

Líder: Anderson Alvarenga [DNIT]

26 • boletim ABNT | Edição Especial | 2020 www.abnt.org.br


Por: Eduardo Soethe Cursino

S
ituação atual do BIM no
setor rodoviário brasilei-
ro é atualmente a busca
em capacitação, forma-
ção e entendimento no
assunto e em alguns ca-
sos mais avançados tem-se a imple-
mentação de projetos pilotos.
No setor privado de concessões,
em 2013, iniciou-se alguns projetos
básicos utilizando a metodologia
BIM como base com destaque in-
ternacional, levando empresas de
engenharia consultiva a iniciar es-
tudos e capacitações na busca de
Figura 1 - Projeto Básico de 2013 por SCENG resultados por parte da tecnologia.

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delagem de quilômetros e a gestão
dos dados entre as disciplinas, pois
estamos falando de gigabytes de in-
formações, em destaque projeto de
40 quilômetros de duplicação execu-
tados pela empresa PRON Engenha-
ria finalizados em 2019, atualmente
a empresa já conta com mais de 120
km de projetos em BIM.
Já no setor da construção não
podemos deixar de destacar que em
2018, com intermédio do DNIT a
empresa Sanches & Tripoloni execu-
tou 20km na BR-364 utilizando mo-
delo BIM do projeto executivo para
sua gestão e acompanhamento da
obra e contando com a utilização de
drone para levantamentos rápidos
do progresso da obra, com este pro-
jeto trouxe uma perspectiva maior
Figura 2 – Projeto executivo pela Com o passar dos anos seguintes sobre o assunto, saindo de toda a te-
PRON Engenharia. alguns outros projetos foram apa- oria para uma pratica e seu uso real.
recendo de forma isolada sempre no Passando para 2019 temos o des-
objetivo da extração de quantidade taque do primeiro edital para con-
em algumas disciplinas especificas cessão rodoviária voltado totalmen-
do projeto. Mas foi em 2017 que te para a metodologia BIM, trata-se
se iniciaram projetos executivos de da concessão do Lote Piracicaba-Pa-
infraestrutura linear de larga escala norama no estado de São Paulo são
em BIM rompendo alguns paradig- 1,2mil quilômetros de concessão
mas no setor consultivo como a mo- onde a empresa vencedora terá no

Figura 3 - Projeto de 20km em BIM em destaque passagem sobre o Rio Aricá Mirim

28 • boletim ABNT | Edição Especial | 2020 www.abnt.org.br


Figura 4 - Modelo federado quantificado para acompanhamento na obra.

prazo de 4 anos (2024) entregar um equipes em softwares BIM revisan-


sistema com todo seu ativo mode- do seus processos internos e da
lado em BIM para a Agência Regu- gestão de dados definindo funções
ladora de Serviços Públicos Delega- BIM dentro das organizações e bus-
dos de Transporte do Estado de São cando tecnologias que supriram as
Paulo (ARTESP). exigências nesta metodologia.
O ano de 2020 é marcado pela
utilização maciça de tecnologias
Já o fator Política, vem sido
tratado pelo estado brasileiro com
O fator Política
emergentes como da utilização do
trabalho remoto, interoperabili-
muita responsabilidade e com
avanços significativos, vale desta-
vem sido
dade de dados, o uso de processa-
mento na nuvem e muitos eventos
car que o estado brasileiro sempre
esteve atento a esta metodologia
tratado pelo
online de forma gratuita no disse-
minação e utilização do BIM, isto
com a criação da Frente Parlamen-
tar em Defesa do Sistema de Mo-
estado brasileiro
tem tido um efeito positivo para o delagem da Informação da Cons- com muita
setor onde enxergaram a metodo- trução – BIM, incentivando na a
logia BIM como a ideal. formalização, normatização e cria- responsabilidade
Portanto neste cenário, nota-se ção de diretrizes nacionais sobre o
uma busca na implementação BIM, BIM, em destaque a ABNT com o e com avanços
tanto em empresas especializadas avanço na normalização BIM.
em infraestruturas, como nos seto- Seguindo esses pilares para a significativos
res de controle, como órgãos gover- plena implementação BIM no setor
namentais e de concessões. podemos dizer que uma implemen-
Uma implementação BIM deve tação BIM é algo dinâmico e cons-
levar em conta 5 fatores essenciais: tante dentro das organizações, pois
Pessoas, Tecnologia, Processo, Or- ela quebra paradigmas muda con-
ganização e Política. Os 4 primeiros ceitos e altera a gestão dos proces-
fatores dizem respeito à estrutura sos atuais. O futuro é BIM e o setor
interna da empresa. Treinando suas de infraestrutura está preparado!

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7 SANEAMENTO
SUBGRUPO
BIM no segmento de

Líder: Nagip Abrahão – [SABESP]

30 • boletim ABNT | Edição Especial | 2020 www.abnt.org.br


Por: Wagner Oliveira de Carvalho

O
s Serviços Glo- belece metas para acelerar a cober- todas as partes interessadas atra-
bais de Água e tura de água e esgoto, estimulando vés do compartilhamento do valor
Esgoto devem ge- o setor público e também os inves- social, ambiental e financeiro (LSO
renciar uma am- tidores privados a construir novas - Licença Social para Operar) atra-
pla variedade de infraestruturas e operar plantas vés da combinação das disciplinas
ativos essenciais existentes que contribuam para da metodologia BIM (Building In-
a infraestrutura enquanto enfren- a universalização do saneamento formation Modeling) e Gestão de
tam desafios sociais e ambientais no país. No entanto, o processo ativos (AM – Asset Management).
complexos, e isso é especialmente de transferência de ativos do setor A abordagem integrada da Ae-
verdadeiro no Brasil, onde segundo público para o setor privado não é gea, “Programa Infra Inteligente”
o Instituto SNIS, apenas 53% da estruturado, causando inúmeros (Infra), resulta em modelos 3D
população possui cobertura de es- desafios operacionais e de manu- BIM inteligentes de todas as ins-
goto e 17% ainda não possui acesso tenção a novos operadores e inves- talações que compõe os sistemas
à água tratada. tidores no setor de saneamento. de abastecimento de água e esgo-
O novo marco do saneamento Aegea, um grupo privado de tamento sanitário. Estas represen-
do governo brasileiro foi aprovado água e de esgoto no Brasil, busca tações das infraestruturas existen-
em junho de 2020 (PL 4162), e esta- atender de maneira sustentável a tes em representações gráficas 3D

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com alto nível de detalhamento vidos de forma estruturada sempre Inovação
– Digital Twin – possibilitam uma se baseando nas normas específicas
visualização de dados e análises in- (ISO 55001 e ISO 19650), para aco- Os elementos inovadores e ins-
comparáveis dentro de um ambien- modar o ciclo da água correlaciona- piradores do projeto estão associa-
te de realidade virtual, apoiando a do ao documento publicado pela dos ao grande avanço tecnológico
organização na tomada de decisões ANA “Conjuntura dos recursos e de processos das indústrias de
estratégicas e táticas com maior hídricos Brasil de 2018” (Agência aviação e automobilística e tam-
eficiência na manutenção e nas Nacional de Águas). bém as “utilities” de gás e energia,
operações dos ativos físicos (equi- Como resultado, foram produ- principalmente nos conceitos de
pamentos, tubulações e facilities). zidos os documentos de padroni- Gêmeo Digital, gestão de ativos e
O propósito maior do Infra é zação do projeto, que definem as BIM adaptados para a aplicação no
orientar a gestão estratégica so- regras de avaliação de ativos e im- setor de saneamento no Brasil.
bre os ativos físicos em todo o plementação do sistema de gestão, A criação estruturada para uma
seu ciclo de vida, desde a concep- estruturando desta maneira toda a só fonte de informações (SSOT -
ção, projeto, construção, opera- estrutura própria de gestão de ati- Single source of truth), reúnem em
ção e manutenção. vos, hierarquizando as estruturas um único repositório os elementos
A Aegea gerencia um grande de documentos e correlacionando cadastrais acurados, completos e
número de unidades com diver- indicadores para os níveis: estraté- atualizados na rotina dinâmica da
sos tamanhos e com quantidades gico, tático e operacional. operação e manutenção. A associa-
de habitantes variando de 13 mil Estes padrões proporcionaram ção cadastral aos poderosos recur-
a 1 milhão de pessoas, portanto a meios para responder à 4 questões sos tecnológicos para modelagens
estratégia de implantação do BIM específicas: 3D, credenciam a companhia a ele-
utilizou como base um universo Quem são os ativos operados da var sua maturidade em gestão de
de 4 unidades piloto, definidas empresa? ativos, contando com recursos va-
como prova de conceito, classifi- Onde estão estes ativos? liosos da realidade virtual, segura,
cadas de acordo com população Em que condição eles estão? completa e precisa.
demográfica, sendo uma pequena, Qual a importância destes ati- O ciclo completo de vida do
duas de um tamanho médio e uma vos para o negócio? projeto inicia com a fase de design
unidade grande. A aplicação das Uma vez superada a fase de integrando as melhores práticas
metodologias AM e BIM nas uni- definições e inspeções “in loco”, mundiais, sejam nos requisitos de
dades piloto orientou todo o pla- iniciou-se a transformação cul- adoção da metodologia BIM, ou na
nejamento e desenvolvimento do tural das pessoas envolvidas em aderência aos preceitos das ISO’s
programa da Aegea. inúmeras áreas da companhia, 55001 e 19650, que definem os pa-
Concluída a experimentação que passam a dispor de informa- drões internacionais para gestão
(fase de diagnóstico) as ativida- ções até então inéditas na organi- de ativos e para a metodologia do
des seguiram para consolidação, zação, propiciando experiências Building Information Modeling.
que envolveu: reais de elevação de maturidade
• Pesquisa e análise de ativos; para um coletivo de gestores in- Impacto social e
• Criticidade, relevância e tensivos de ativos. ambiental
identificação de riscos; O projeto proporcionou a
• Parametrização da ferra- constituição estruturada da base Um dos pilares do programa é o
menta CMMS e aplicação de conhecimento sobre os ativos ciclo da água do Relatório da ANA
prática do novo processo de instalados em todo o contrato de (Agência Nacional de Águas), pois
tomada de decisão sobre um concessão, beneficiando todas as a maximização da Infra Estrutura
ativo crítico e relevante. camadas da empresa com informa- impactam diretamente no meio
Estes desafios foram desenvol- ções antes inexistentes. ambiente e na saúde das pessoas.

32 • boletim ABNT | Edição Especial | 2020 www.abnt.org.br


A maior eficiência da base ins- missão, visão e valores da com- taque para a aplicação valiosa ao
talada é atingida com aplicação de panhia e tem enorme potencial segmento do saneamento básico,
metodologias e tecnologias de Gê- transformador na qualidade de motivo de muito orgulho e satisfa-
meo Digital e modelagem 3D BIM vida dos cidadãos levando acesso ção para todo o time envolvido.
que repercutem diretamente no a água com os serviços de sanea- • Projeto classificado para o
uso racional da água, pois viabili- mento básico equilibrando custo, Year In Infrastructure 2020,
zam o tratamento e distribuição da risco e desempenho. após seleção dos juris da mí-
água assim como a coleta e trata- dia especializada, colocando
mento de esgoto com maior trans- Sustentabilidade o Infra Inteligente entre os 3
parência na gestão operacional. O melhores projetos do mun-
resultando é uma gestão com me- O projeto Infra Inteligente, por do na categoria Project De-
nos impacto ambiental e um ciclo incorporar padrões, processos e tec- livery.
virtuoso na sustentabilidade dos nologias de forma estruturada, foi https://www.bentley.com/
recursos hídricos. promovido à categoria de programa en/about-us/news/2020/
durante o seu ciclo de desenvolvi- september/14/finalists-in-
mento na Aegea. Assim dada à sua
Potencial e difusão -the-year-in-infrastructu-
natureza de melhoria contínua, re-2020-awards-program
O legado processual e tecnoló- tem quebrado silos nas rotinas de • Publicado no congresso
gico deste projeto está presente e trabalho entre departamentos e mundial de computação
permeado pela organização, e está promovendo alinhamento estraté- aplicado na engenharia de
sendo replicado e percebido em to- gico entre as áreas com o propósito infraestruturas pela Sprin-
das as 57 unidades da Aegea, bem comum de aprimoramento na ges- ger (revista científica de
como estará automaticamente pre- tão e na operação responsável. alta relevância mundial)
sente em circunstância de novas ( h t t p s : / / l i n k . s p r i n g e r.
assunções. Premiações e com/chapter/10.1007%
Distribuídas em 12 estados de
reconhecimentos 2F978-3-030-51295-8_49).
norte ao sul do país, as unidades • Liderança no fórum mun-
atendem a mais de 8 milhões de Reconhecimentos nacionais e dial de Digital Twin para o
brasileiros e enfrentam enormes internacionais aos conceitos e rea- segmento de Water Utilities:
desafios sociais. Assim o projeto lizações do programa Infra Inteli- https://www.swan-forum.
Infra Inteligente está alinhado a gente, reforçam o ineditismo e des- com/portal-digital-twins/
• Instituto de tecnologia de
Barcelona: https://www.e-
-zigurat.com/news/en/co-
vid-19-pandemic-virtual-re-
ality-infrastructure-world/
• Fóruns nacionais sobre a
transformação digital no
saneamento: https://www.
aegea.com.br/2020/05/15/
aegea-participa-de-master-
class-sobre-a-transforma-
cao-digital-do-saneamento/
• Infra BIM 4.0: https://www.
youtube.com/watch?v=wq
OpO34I9Pw&t=19510s

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8 TRANSPORTE
SUBGRUPO
BIM no segmento de

POR TRILHOS Líder: Ivo Mainardi [METRO SP]

34 • boletim ABNT | Edição Especial | 2020 www.abnt.org.br


Por: Alex Paiva Rampazzo, Emerson Marcello Ferreira
Anastácio e Ramon Saleno Yure Costa Silva

A
infraestrutura ferroviária tem papel
fundamental no desenvolvimento
econômico global, especialmente nos
países em desenvolvimento que reque-
rem, necessariamente, mais infraes-
trutura ferroviária. O Brasil se insere
neste contexto e tem tentado alavancar sua economia
por meio do fomento a empreendimentos ferroviários
estruturais, tendo em vista os editais de concessão vi-
gentes e em planejamento. Nessa esteira, e no sentido
de prover o mercado com empreendimento com dados
compartilhados e estruturados em uma base confiável,
o conceito de BIM conquistou espaço no planejamento
público de infraestrutura de transportes, já que o BIM
potencialmente otimizaria os custos, o cronograma e a
manutenção destes projetos.
O modal ferroviário vem ganhado destaque nos úl-
timos meses, sobretudo com a retomada das concessões
através da concorrência internacional da Ferrovia norte
sul, em junho de 2019, após anos de letargia. Nesse mes-
mo diapasão está a introdução do BIM na engenharia e
no setor de infraestrutura nacional, que apesar de não ser
uma novidade, apenas recentemente vem, também, ga-
nhando os destaques e os encaminhamentos merecidos.
Nessa perspectiva, a empresa pública Valec, Enge-
nharia, Construções e Ferrovias S. A., vinculada ao Mi-
nistério da Infraestrutura e responsável por implantar
ferrovias no país, vem trabalhando na implantação de
um processo BIM, para suas ferrovias, integrado aos Sis-
temas de Informação Geográfica (SIG).
O intuito do trabalho desenvolvido pela Valec, para
suas ferrovias, não é substituir o BIM pelo SIG, mas ex-
plorar as similaridades e o conhecimento já desenvol-
vido em SIG para implantar o BIM, além de entender
que, para obras de infraestrutura lineares, o georeferen-
ciamento dos atributos do projeto se torna tão impor-
tante quanto qualquer outro atributo trabalhado em
BIM. Desta maneira, BIM e SIG são complementares
quando trabalhados em empreendimentos como o do
modal ferroviário.

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BIM aplicados a
Projetos Ferroviários
Alinhada com as diretrizes do
Governo Federal, a VALEC tem se
preocupado com a disseminação e
implementação do BIM no desen-
volvimento de projetos ferroviá-
rios, por meio de capacitação de
seu quadro técnico e aquisição de
softwares.
Na fase inicial de implantação
do BIM, a VALEC desenvolveu
piloto, por meio de modelos 3D
aplicados ao Projeto Geométrico
e Projeto de Obra de Arte Especial
(OAE) com o auxílio dos softwares Figura 2 – Levantamento de Trecho de Ferroviário feito com Drone.
Infraworks e Revit, respectivamen-
te, conforme figura abaixo. rampa, dimensões e extensões dos FNS, que catalogou os ativos de
Em paralelo, tem-se aplicado o dispositivos de drenagem. obra na ferrovia, ressignificando
BIM para elaboração de As Built O trabalho atualmente condu- o ‘’as built’’ da ferrovia através de
por meio de levantamentos com zido pela Valec, para a implemen- geoprocessamento e o cruzamento
auxílio de Drone, ver conforme tação do BIM em seus projetos das informações das mais diversas
ilustrado na figura a seguir. ferroviários, partiu de trabalhos e áreas, como projetos, processos de
Nesse caso, a partir do proces- processos já estruturados em SIG, desapropriação, passivos ambien-
samento das imagens, obtém-se o como por exemplo o Sistema Valec tais, custos, entre outros.
Modelo Digital do Terreno - MDT Ambiental, que consolida todas as Este último trabalho inclusi-
e, em seguida, é efetuada a extra- informações da Superintendência ve já foi detalhado em um artigo,
ção de informações relevantes, tais de Gestão Ambiental e Territorial intitulado Inventariança e Bens
como, inclinação dos taludes, raio e – SUGAT, ou a Inventariança da Reversíveis da Ferrovia Norte Sul

(a)

(b)

Figura 1 – Modelos de projetos desenvolvidos na VALEC usando BIM: (a) Projeto Geométrico do Lote 6F; (b) Ponte sobre o
Rio Mutum.

36 • boletim ABNT | Edição Especial | 2020 www.abnt.org.br


com apoio de Geoprocessamento,
no Livro de Trabalhos Técnicos do
Seminário Socioambiental de Infra-
estrutura de Transportes (Via Viva)
em 2018 e 2019. De acordo com os
autores do artigo (WERNECK e
RODRIGUES, 2019) já era previsto
que para alcançar levantamentos e
estudos cada vez mais integrados,
este trabalho poderia evoluir para
um modelo de gestão completa de postas aos dados geométricos de em direção ao BIM ao possibilitar o
recursos, como a tecnologia BIM. projeto, compondo um banco de acréscimo e gestão de informações
Essa conclusão é possível dian- dados para a gestão da informação. de outros sistemas, como o SEI, e
te da maneira como os dados são Com a coordenação da atual Di- possibilitando que se consolide to-
tratados em um SIG, através do retoria de Engenharia da Valec - DI- dos os dados de uma ferrovia em
geoprocessamento, com a inserção REN, esses trabalhos, até então es- único lugar.
de camadas (shape files) associadas parsos, desenvolvidos em SIG vem A implantação de processo
ao projetos, de maneira muito si- sendo consolidados em uma única BIM em ferrovias a partir de SIG
milar como são tratadas as diversas sistemática, abarcando o empreen- foi tomada para contornar os
dimensões em um BIM. No caso dimento como um todo. O projeto problemas que geralmente são
concreto de nossas ferrovias, infor- foi batizado de Sistema de Infor- relatados quando se fala em BIM,
mações variadas da obra, tais como mações da Diretoria de Engenharia profissionais treinados e sof-
OAE, OAC, dormentes, sinalização – SIDE e, aproveitando-se dos co- twares (MIRANDA & MATOS,
e incluído as informações ambien- nhecimentos já adquiridos nos tra- 2015). Atualização de profissio-
tais e de desapropriação, são sobre- balhos anteriores, em SIG, evolui nais e métodos de geoproces-
samento possibilita, diante das
similaridades e complementa-
riedades ao BIM, a implantação
do processo contornando essas
dificuldades. Mais do que gerar
projetos em 3D em ferrovias, o
mais indicado é focar na gestão
processual do empreendimento,
seja em camadas de atributos ou
em dimensões diversas.
As vantagens do BIM como fer-
ramenta e processo para conduzir
grandes projetos de forma colabo-
rativa, desde a fase de ideia até a
fase de operação e manutenção, é
a grande potencialidade desta sis-
temática. A integração do BIM ao
SIG no que se refere ao transporte
ferroviário vem se tornando uma
tendência global, sobretudo nos
países mais desenvolvidos.

www.abnt.org.br 2020 | Edição Especial | boletim ABNT • 37


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ABNT NBR ISO 9001 • Sofás SEGURANÇA
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ABNT NBR ISO 14001 • Porta corta-fogo
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Ocupacional OHSAS 18001/ISO 45001 • Mangueiras de Incêndio
• Responsabilidade Social ABNT NBR 16001 • Instalação e Equipamentos para
campos de treinamento
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RÓTULO AMBIENTAL ELÉTRICA


• ABNT NBR ISO 14020:2002 • Segurança de eletrodomésticos
• ABNT NBR ISO 14024:2004 • Ventiladores
• Rótulo Ecológico ABNT – • Estabilizadores
ABNT NBR ISO 14024 • Segurança de equipamentos de TI
• Verificação de Inventários de • Equipamentos para consumo de
Gases de Efeito Estufa – água
GHG Protocol

CONSTRUÇÃO CIVIL
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URBANIZAÇÃO • Blocos cerâmicos
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AUTOMOTIVO AÇO E COBRE • Esquadrias
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