Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
• Em dinâmica dos fluídos, a energia total de um fluído costuma ser medida em uma unidade
equivalente, que indica qual deveria ser a altura da coluna equivalente do fluído que teria a
mesma energia associada à pressão. Esse equivalente é conhecido como head.
• O head é expresso em unidades de comprimento (metros).
• Existem 4 tipos de head utilizados para calcular a energia em um fluído:
• Elevation head – energia potencial gravitacional do fluído;
• Velocity head – movimento, deslocamento do fluído (energia cinética);
• Pressure head, Static head – pressão estática do fluído, relacionada à entalpia e ao
movimento molecular interno do fluído que exerce força na superfície que o contém;
• Resistance head (or friction head or Head Loss) – head de perdas, relacionado à forças de
fricção atuando no movimento do fluído.
Turbina Hidráulica
• Ação (impulso) – velocity head × Reação – static head
• Total Head na Turbina = Static Head (Pressão) + Velocity Head (Velocidade)
• Turbinas de Ação (Impulso) – Extrai Energia do Velocity Head:
energia potencial hidráulica da queda d’água é toda convertida em energia cinética (velocity head),
para depois incidir nas pás do rotor e ser convertida em energia mecânica rotacional;
Transferência de energia ocorre em pressão atmosférica;
Adequadas para altas quedas e baixas vazões;
Transferência de Energia segue a 2ª Lei de Newton: F = dQ/dt; I = ∆Q;
Ex: Turbina Pelton.
• Turbinas de Reação – Extrai Energia do Static Head:
Pouca variação no velocity head (velocidade), grande variação no static head (pressão);
o rotor é submergido em um redemoinho de água;
ocorre diminuição de pressão a medida que a água atravessa a turbina: Pentrada > Psaída;
Adequada para baixas quedas e altas vazões;
Transferência de Energia segue a 3ª Lei de Newton;
Ex. Turbina Kaplan.
• A escolha da turbina mais adequada depende da vazão, da queda líquida, da altitude do local de
instalação, da conformação da rotação da turbina com o gerador, e da altura de sucção.
TH – Ação (Impulso) × Reação
• As três principais tecnologias de turbina hidráulica utilizadas para geração de energia elétrica diferem
entre si, sobretudo, devido ao seu princípio de funcionamento:
Pelton: 100% ação (impulso);
Kaplan: 100% reação;
Francis: parte ação e parte reação.
Fonte: http://www.learnengineering.org
TH – Fluxo Tangencial × Fluxo Axial
• Quanto à posição relativa entre o eixo de rotação da turbina e o fluxo de água proveniente do conduto
forçado:
Pelton: 100% tangencial (ortogonal);
Kaplan: 100% axial;
Francis: misto, entrada tangencial e saída axial.
Fonte: http://www.learnengineering.org
Diagrama de Queda × Vazão para Seleção de Turbinas Hidráulicas (1)
• A potência disponível em um fluxo de água é proporcional à queda líquida (h) e à vazão (q) de água:
P ghq
• A seleção do tipo de turbina hidráulica depende da queda e da vazão do sítio hidrológico onde planeja-se
instalar o aproveitamento hidráulico.
Fonte: http://www.learnengineering.org
TH - Pelton
• Pelton: grandes quedas e baixas vazões.
• Turbina de ação (impulso).
• Perfil das pás em forma de colher: o fluído (água) é injetado por uma tubeira (nozzle), que converte a
pressão hidráulica da grande queda em um jato de alta velocidade. Ao colidir com as pás, a direção e a
magnitude do jato de água é modificado devido ao perfil curvo das pás. Nesse processo, a quantidade de
movimento do jato é transferida para as pás sob a forma de impulso. Esse impulso está associado a uma
força que produz torque e trabalho mecânico no eixo da turbina.
• Controle de potência feito através da abertura da agulha injetora na tubeira.
TH - Pelton
Abertura do injetor é
Controlada pelo regulador
de velocidade
Fonte: http://www.learnengineering.org
TH – Pelton: número de pás do rotor
Fonte: http://www.learnengineering.org
TH – Pelton
J – impulso;
p – quantidade de
movimento
F – força
F = dp/dt
2ª Lei de Newton
Fonte: http://www.learnengineering.org
TH - Kaplan
• Kaplan: grandes vazões e baixas quedas.
• Turbina de reação.
• Perfil aerodinâmico das pás: o fluído (água) ao atravessar o perfil aerodinâmico das pás com um ângulo
de ataque ideal cria uma região de alta pressão e uma região de baixa pressão. A diferença de pressão cria
uma força de sustentação no sentido tangencial, produzindo torque no rotor da turbina.
• Podem ter controle de passo das pás para operar sempre no ângulo de ataque ideal (máxima extração de
energia), que varia com a vazão de água no rio.
• É semelhante ao funcionamento de uma hélice, porém com o fluxo de energia invertido. São conhecidas
também como turbinas hélice (o termo hélice é específico para as turbinas sem controle de passo).
• Controle de potência feito através da abertura do distribuidor e do passo das pás.
• Bulbo: arranjo em que a turbina Kaplan é instalada na horizontal, e o conjunto gerador + turbina é
encapsulado em um bulbo imerso no fluxo de água. As turbinas instaladas no complexo do Madeira
utilizam essa tecnologia e são as maiores turbinas Bulbo já feitas (73-75 MW).
TH - Kaplan
Fonte: http://www.learnengineering.org
TH – Kaplan
Fonte: http://www.learnengineering.org
TH – Kaplan: controle de abertura do distribuidor (gate)
fechado
aberto
Fonte: http://www.learnengineering.org
TH – Kaplan: perfil aerodinâmico das pás torcido - otimizar o ângulo de ataque
Fonte: http://www.learnengineering.org
TH – Kaplan: controle de passo
Fonte: http://www.learnengineering.org
TH – Kaplan: cavitação
• Grand Coulee Dam – Third Powerplant – Rio Colúmbia, Estado de Washington, USA.
Fonte: http://www.learnengineering.org
TH – Francis
Fonte: http://www.learnengineering.org
TH – Francis
Turbina de reação
Fonte: http://www.learnengineering.org
TH – Francis
Fonte: http://www.learnengineering.org
TH – Francis
móvel – controle Pf
Fonte: http://www.learnengineering.org
TH – Francis
Fonte: http://www.learnengineering.org
TH – Francis
Fonte: http://www.learnengineering.org
Vazões Naturais Médias Mensais Históricas: 1931-2011
QLN
Henry Borden 711,5 Pelton
Cubatão 593,6
QLN
Belo Monte (Casa força complementar) 10,79 Kaplan
Ourinhos 10,4
+/- 700 m
Complexo do Madeira: UHEs Santo Antônio e Jirau – Turbinas Kaplan/Bulbo
• Cenário:
• Rio Madeira: enorme vazão natural
• Planície amazônica (rios de planalto naturalmente são mais adequados para formação de
reservatórios/quedas d’água naturais)
• Legislação ambiental mais rigorosa, preocupação ambiental maior;
• Restrições Geopolíticas: próximo a fronteira com a Bolívia (um grande reservatório poderia
impactar o país vizinho);
• Solução:
• Aproveitar a calha natural do Rio Madeira e sua enorme vazão natural para construção de duas
usinas distantes +/- 140 km e que inundem uma pequena área (relativamente);
• Desnível entre Jirau e Santo Antônio: +/- 40 m. Para que a área alagada fosse minimizada, o
aproveitamento foi dividido em duas barragens com queda nominal bastante reduzida.
• Santo Antônio: maiores unidades Kaplan/Bulbo já construídas, segunda maior potência instalada em
turbinas Kaplan do mundo;
Complexo do Madeira: UHEs Santo Antônio e Jirau – Turbinas Kaplan/Bulbo
UHE JIRAU
TH – modelagem
• Condutos forçados são, de certa forma, semelhantes a linhas de transmissão longas:
Propagação de ondas de pressão e vazão ao longo da tubulação;
Reflexão de ondas nas paredes elásticas da tubulação transportando fluído compressível;
Ondas viajam pelo conduto com velocidade finita, cerca de 1200 m/s;
TH – modelagem
• Assim como em linhas de transmissão, um modelo mais “rigoroso” para a turbina hidráulica usa
propagação de ondas em um sistema com parâmetros distribuídos.
• Da mesma forma que para linhas de transmissão “curtas” utilizamos um modelo com parâmetros
concentrados, vamos considerar algumas hipóteses simplificadoras para obtermos um modelo simples que
capture a essência da dinâmica da coluna d’água/turbina hidráulica.
Ug h P hq
TH – modelagem
• As características da turbina e do duto forçado são determinadas por três equações
que relacionam:
A velocidade da água no duto – U
A potência mecânica da turbina – Pm
A aceleração da coluna d’água – dU/dt
U Ku G H (1)
ΔU 1 ΔH ΔG
U 2 H G
0 0 0
1
ΔU ΔH Δ G (3)
2
• Variações normalizadas pelos valores de regime pré-perturbação.
TH – modelagem
• A potência mecânica é proporcional ao produto pressão × vazão:
Pm K p HU (4)
H – proporcional à pressão;
U – proporcional à vazão;
Kp – constante de proporcionalidade.
TH – modelagem
• Modelo Linear: Para pequenas variações em torno de uma condição de equilíbrio
(U0, G0, H0) tem-se:
Pm P
ΔPm ΔH m ΔU
H U
ΔPm K pU 0 ΔH K p H 0 ΔU (5)
ΔPm ΔH ΔU
P H U
m0 0 0
ΔPm ΔH ΔU (6)
• Substituindo a equação (3) na equação (6):
dU
( LA) A( ag )H
dt
L: comprimento do duto forçado
A: área da seção transversal do duto
: densidade da água
Ag: aceleração da gravidade
LA: massa de água no duto
t: tempo
TH – modelagem
• Normalizando a equação (8) por AgH0U 0
A L
dU
A g H
A g H 0 U 0 dt A g H 0 U 0
L d U 1 H
gH dt U U H
0 0 0 0
L U 0 dU
gH dt H
0
dU L U 0
Tw H , Tw
dt g H0
• Ou na forma de função de transferência:
U 1
(8)
H Tw s
U
H Tw s U
1
H Tw s
U
ΔH ΔG ΔU Tw s U ΔG
1 1 2
ΔU
2 2 ΔG Tw s 2
2 ΔP 1 Tw s
ΔPm 3 ΔU 2 ΔG ΔPm 3 Δ G 2 ΔG m
Tw s 2 ΔG T
1 w s
2
ΔPm 1 sTw
ΔG 1 s Tw
2
TH – modelagem
2
t
ΔPm 1 sTw
ΔPm t 1 3e w ΔG t
T
ΔG 1 s Tw
2
ΔPm s
lim Pm t lim s ΔPm s lim
1 sT
lim w 1 regime permanente
t s 0 s 0 ΔG s s 0 T w
1 s
2
• Resposta ao degrau unitário de abertura/fechamento do gate (teorema do valor inicial):
1
ΔPm s 1 sT
Tw
lim Pm t lim s ΔPm s lim lim lim s
w 2
t 0 s s ΔG s s s Tw 1 Tw
1 s
s 2
2
resposta inicial: inicialmente, a potência diminui/aumenta caso o gate abra/feche
TH – modelagem
• Resposta ao degrau unitário de abertura do gate:
Bode Diagram
8
Magnitude (dB)
4
Fase Mínima
Fase Não-Mínima
2
0
360
270
Phase (deg)
180
zeros
90
0
-2 -1 0 1 2
ΔPm 1 sTw
10 10 10 10 10
Frequency (rad/sec)
ΔG 1 s Tw
2
• Fase mínima: polos e zeros localizados no SPE (parte real < 0)
• Fase não-mínima: zeros localizados no SPD (parte real > 0)
polos
Resposta inicial na direção contrária à entrada;
Resposta dinâmica mais lenta que um sistema de fase mínima com a mesma constante de tempo.
TH – modelagem
• O modelo dinâmico do sistema coluna d’água/turbina obtido é linear e, por hipótese,
valido para pequenas excursões do ponto de operação dada a relação não-linear entre
U, G, H, Pm nas equações (1) e (4);
• Esse modelo linear é muito útil para entendermos a essência da dinâmica hidráulica,
incluindo a resposta de fase não-mínima, e para projeto e ajuste do regulador de
velocidade;
• Para análise de estabilidade transitória, todavia, as excursões das variáveis de estado
podem ser muito grandes, de forma que o modelo linearizado deva ser substituído
pelo modelo não-linear na integração numérica das equações diferenciais que
constituem a simulação dinâmica para análise de estabilidade transitória.
• Por hipótese, no modelo não-linear que desenvolveremos agora, continuam válidas
as considerações de rigidez (inelasticidade) do conduto e incompressibilidade do
fluído.
TH – modelo não linear
2
U KuG H U
U KuG H U G H H
U 0 K u G0 H 0 G
Pm K p HU
Pm K p HU Pm HU 1
Pm0 K p H 0U 0 U H
sTw
TH – modelo não linear (ANATEM)