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Parasitologia

Teníase e Cisticercose
Professor: Dr. Eduardo Arruda
Apresentação
◼ Classe: Cestoda;
◼ Ordem: Cyclophyllidea (quatro ventosas);
◼ 2 famílias: Taeniidae e Hymenolepididae;
◼ Teníase: Taenia solium e T.saginata;
◼ Cisticercose: Cisticercos (larvas) de
T.solium;
◼ Cestoda: “Forma de fita”;
◼ Taenia: “Fita”;
Apresentação
◼ T.solium (Linnaeus, 1758): Hospedeiro
intermediário porco – 3 milhões (mundo);
◼ T.saginata (Goeze, 1782): Hospedeiro
intermediário Boi – 80 milhões (mundo);
◼ Solitária (pode coexistir vários exemplares);
Apresentação
◼ Cisticercose: Humano é o hospedeiro
intermediário/acidental – 300 mil (mundo);
◼ T.saginata: Não provoca cisticercose
humana;
◼ Brasil: T.saginata (400.000 casos) /
T.solium ?
Morfologia
◼ Tênia Adulta:
3 partes: Cabeça ou Escólex / Pescoço ou
Colo / Corpo ou Estróbilo;
 Corpo ou Estróbilo: Formado por uma série de
aneis ou Proglotes;
 T.saginata: 8 – 12 metros C (maior helminto
parasita);
 T.solium: 2 – 4 metros C (alguns 8 metros);
Morfologia
◼ Tênia Adulta:
 Cada Proglote é um “organismo”
independente. É hermafrodita (possui
órgãos masculinos e femininos);
 Colo ou pescoço > proglotes joves >
proglotes maduros > proglotes grávidas (30
– 80 mil ovos cada);
 Escólex: Fixação à mucosa intestinal
(T.solium: rostro ou rostelo).
MADURA
C – Testículos
G – Vagina
H - Ovário

GRÁVIDA
OVOS
Morfologia
◼ Ovos:
 Esféricos com 30 mm D;
 Casca ou envoltório chamado Embrióforo;
 Protege a Oncosfera ou Embrião;
 Pneu + roda de automóvel;
 Não distingui a espécie.
Morfologia
◼ Cisticerco:
 Antes: Outra espécie (Cysticercus bovis);
 Hoje: larvas de Tênias;
 Cisticerco (nome);
 Vesícula opaca, cheia de líquido transparente,
apresentando o colo e escólex invaginados
para o seu interior;
 Ingerido pelo hosp. Definitivo (homem):
desenvaginação do escólex no intestino
delgado.
Biologia
◼ Pescoço ou colo produz os proglotes;
◼ Apólise: Desprendimento dos proglotes
grávidos;
◼ T.solium: 3 – 6 são eliminados durante a
defecação;
◼ T.saginata: 8 – 9 são eliminados
ativamente.
Nutrição
◼ Através do tegumento:
nutriente penetra por
difusão simples;
◼ Carboidratos, lipídios,
proteínas e vitaminas.
Longevidade
◼ T.solium: 3 – 25 anos;
◼ T.saginata: 10 – 30 anos;
◼ Ovos: 4 – 6 semanas.

Reprodução
◼ Ovos são fecundados dentro da proglote e
alcançam o exterior já contendo a
oncosfera.
Ciclo Biológico
◼ Ovos dentro dos proglotes (exterior) / rompimento dos
proglotes (fezes) > Ovos + água/ alimentos >
Hospedeiro intermediário (porco ou boi) > Oncosfera
liberada no intestino delgado > Penetra na mucosa >
Circulação sanguinea > Músculo (diafrágma, base da
lingua, coração, cérebro, globo ocular etc.) > Larva
diminuta (Cisticerco) > Homem ingere a carne com o
cisticerco > Intestino delgado > Cisticerco
desenvaginará, exteriorizando o escólex > Ventosas (e
o rostro T.solium) se fixa a mucosa > Formação de
proglotes (2 meses);
◼ Cisticerco: Viável 3 – 6 meses (morte > degeneram >
calcificam).
Transmissão
◼ Teníase:
 Ingestão de carne de porco crua ou mal cozida
com cisticercos de T.solium;
 Ingestão de carne bovina crua ou mal cozida
com cisticercos de T.saginata;
Transmissão
◼ Cisticercose (Ovos de T.solium):
 Autoinfecção externa: paciente ingere ovos ou
proglotes de sua própria T.solium (falta de
higiene);
 Autoinfecção interna: proglotes grávidos >
retorna para o estômago > intestino delgado >
libera oncosfera > completa o ciclo (músculo);
 Heteroinfecção: ingere ovos provenientes de
outro paciente.
Patogenia e Sintomatologia
◼ Teníase:
 Pouco patogênica (assintomáticos) > T.solium;
 T.saginata: Número de parasitas + estado
nutricional;
 Crianças e imunodeprimidos;
 Dor, náusea, constipação intestinal, prurido
anal (saída ativa de proglotes de T.saginata),
cefaleia, perda de peso e desnutrição.
Patogenia e Sintomatologia
◼ Cisticercose:
 Homem é o hospedeiro intermediário
acidental;
 Cisticercos no tecido: subcutâneo, músculo
esquelético, cardíaco, base da lingua, globo
ocular e SNC;
 Ação mecânica: deslocamento e compressão
do tecido;
Patogenia e Sintomatologia
◼ Cisticercose:
Ação inflamatória: macrófagos, linfócitos,
eosinófilos (SI);
Evolução crônica (vários meses ou anos).
Patogenia e Sintomatologia
◼ Neurocisticercose:
 Mais atingido: leptomeninge e o córtex;
 Alguns pacientes apresentam centenas de
cisticercos;
 Processo inflamatório inicia após a instalação
da larva e acentua- se após a morte da
mesma;
Patogenia e Sintomatologia
◼ Neurocisticercose:
Cisticerco
◼ Absorvido;

◼ Calcificado (15%): permanece por anos;


Cefaleiaintensa, crises convulsivas epiléticas,
pertubações mentais, paralisias etc.
Patogenia e Sintomatologia
◼ Cisticercose Ocular:
 Cisticercona retina (deslocamento);
 Processo inflamatório;
 Perda parcial ou total da visão;
 Exame de fundo de olho: cisticercos
desenvaginado no interior do humor vítreo.
Diagnóstico
◼ Teníase:
 Exame de fezes ou fita gomada;
 Ovos de Taenia sp.;
 Não diferencia a espécie;
 Proglotes: filtrar as fezes (fica retido no filtro);
 Diferencia a espécie.
Ovos de tênia aderidos à
fita gomada, vistos ao
microscópio.
Diagnóstico
◼ Cisticercose:
 Imunológico: pesquisa de AC anticisticercos no
soro, LCR e humor aquoso;
 Fixação do complemento / ELISA /
Imunoeletroforese;
 Ultrassonografia, Tomografia, Ressonância
Magnética e Radiografia.
Epidemiologia
◼ Distribuição mundial;
◼ Frigoríficos controlados: 0,19 – 7,95%
(bovino) e próximo de 0% (suínos);
◼ Sem controle: 23,5 – 42,0% (com
cisticercos).
Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., v.59, n.2, p.371-375, 2007
Cisticercose suína, teníase e neurocisticercose humana no
município de Barbalha, Ceará
M.C. Silva1, A.A. Cortez1, A. Aquino-Cortez1, M. Valente2, R. Toniolli1*

RESUMO
Em Barbalha, Ceará, foram realizados levantamentos de casos de
cisticercose suína,teníase e neurocisticercose humana causadas por
Taenia solium, e realizou-se uma pesquisa quanto aos sistemas de
criação de suínos na região. De 85 suínos abatidos em abatedouro
local 4,7% apresentavam cisticercose, a maioria dos cisticercos
localizava-se na língua e coração. Entre 2001 e 2004, das 302
criações de suínos denunciadas à vigilância sanitária, 96,6% eram
chiqueiros. A teníase, entre 1998 e 2003, correspondeu a 1,1% das
verminoses diagnosticadas pela Secretária de Saúde Municipal. Entre
2001 e 2003, os casos de neurocisticercose humana corresponderam
a 5% das tomografias de crânio requisitadas nos hospitais da região.
Profilaxia
◼ Construção de fossas e redes de esgoto;
◼ Educação sanitária;
◼ Não ingerir carne mal passada;
◼ Inspeção sanitária em matadouros e
frigoríficos;
◼ Proibir o comércio de animais abatidos em
fazendas.
Tratamento
◼ Teníase:
 Praziquantel: 10 – 15 mg/Kg (dose única);
 Niclosamida: 2g adultos / 1g crianças;
 Semente de abóbora (300g em água ou leite)
+ sentar- se em bacia com água ou leite
morno. Tênia sai inteira.
Tratamento
◼ Cisticercose:
 Neurocisticercose: Cirurgia ou Praziquantel /
Albendazol (28 dias) + Corticosteróides +
Anticonvulsivantes;
 Ocular: Cirurgia.

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