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O conceito de reagentes limitantes apresenta algumas implicações importantes

para as aplicações de engenharia em que as reações químicas estão envolvidas.


Um bom projeto para um processo químico garantiria que uma substância
escassa ou cara fosse o reagente limitante, assim nada nesse material seria
desperdiçado.
Existe uma situação bem diferente para o projeto de motores de foguetes, na
qual a massa total do foguete é uma consideração maior, logo, o objetivo seria
provavelmente usar a massa mínima da mistura de combustível que poderia
fornecer o impulso necessário.
O princípio de funcionamento do motor de foguete baseia-se na terceira lei de
Newton, a lei da ação e reação, que diz que "a toda ação corresponde uma
reação, com a mesma intensidade, mesma direção e sentidos contrários".
Imaginemos uma câmara fechada onde exista um gás em combustão. A queima
do gás irá produzir pressão em todas as direções. A câmara não se moverá em
nenhuma direção pois as forças nas paredes opostas da câmara irão se anular.
Se introduzirmos um bocal na câmara, onde os gases possam escapar, haverá
um desequilíbrio. A pressão exercida nas paredes laterais opostas continuará
não produzindo força, pois a pressão de um lado anulará a do outro. Já a pressão
exercida na parte superior da câmara produzirá empuxo, pois não há pressão no
lado de baixo (onde está o bocal). Assim, o foguete se deslocará para cima
por reação à pressão exercida pelos gases em combustão na câmara de
combustão do motor. Por isto este tipo de motor é chamado de propulsão por
reação assim ele tem como subir e ir para o espaço.
Muitos motores de foguetes contam com as chamadas misturas de
combustíveis de dois componentes, em que a energia é liberada à medida que
se deixa os dois compostos reagir. O projeto ideal para um foguete desse tipo
em geral garantiria a presença dos dois compostos em uma proporção
estequiométrica, sem que nenhum deles estivesse em excesso. Um par de
motores da naves espacial Draco, da Space X, é observado na Figura 1.

Figura 1 – Par de motores do SuperDraco


Fonte: Disponível em : https://stringfixer.com/pt/SuperDraco. Acesso
19/05/2022
Os propulsores Draco da nave espacial Dragon, da Space X, são baseados na
seguinte reação entre monometilhidrazina (CH6N2) e tetróxido de dinitrogênio
(N2O4):

CH6N2 (l) + N2O4 (l) → H2O(l) + CO2 (g) + N2 (g)

Desta forma responda as seguintes etapas da questão:

Etapa 1:
A equação está balanceada? Se não tiver, balancei-a.
4 CH6N2 + 5 N2O4 – 12 H2O + 4 CO2 + 9 N2

Etapa 2:
Qual a massa molar, em g/mol, dos reagentes e produtos dessa reação?
Dica: Você precisará utilizar a tabela periódica.
4 CH6N2: 184 g/mol
5 N2O4: 460 g/mol
12 H2O: 216 g/mol
4 CO2: 176 g/mol
9 N2: 252 g/mol

Etapa 3:
Uma mistura combustível compreendendo 600 g de tetróxido de dinitrogênio e
400 g de monometilhidrazina usada em um teste de um protótipo em escala de
laboratório de um motor propulsor Draco.
Responda:
a) Quando o motor parar de queimar vai sobrar algum combustível não
utilizado?
Sim, monometilhidrazina.

b) Qual a substância desse combustível não queimado e qual massa deve ser
encontrada?

1. 4mol CH6N2 – 5mol N2O4


2. 184g - 460g
3. 400g - 600g

Logo,
184g – 460g
X - 600g
X = 240g MCH6N2 (exc) = 160g

c) Qual a massa de água, de dióxido de carbono e de nitrogênio gerada nesse


processo?

1. 5mol N204 – 12mol H2O


2. 460g – 216g
3. 600g – x
X = 281,73g
1. 5mol N2O4 – 4mol CO2
2. 460g – 176g
3. 600g – X
X = 229,56g

1. 5mol N2O4 – 9mol N2


2. 460g – 252g
3. 600g – X
X = 328,69g

Etapa 4:
Quando se deseja uma mistura estequiométrica, ou seja, sem nenhum dos
reagentes limitante/em excesso, uma vez que se constar esse excesso de
reagente, será uma massa desnecessário no foguete. Qual a massa de cada
reagente deve ser utilizada para cada quilograma de mistura combustível?

Dica: A massa total de combustível, ou seja, a soma das massas de


monometilhidrazina (CH6N2) e tetróxido de dinitrogênio (N2O4), deve
apresentar uma massa total de 1000 g.

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