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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO LESTE DE MINAS GERAIS - UNILESTE

ESCOLA POLITÉCNICA

PROJETO INTEGRADOR
Produção de Experimentos para Demonstração do Uso da Energia
Química na Engenharia

João Lucas Nascimento Barroso


Julia Soares Drumond
Pedro Henrique Silva Soares Vargas
Robert Thales Almeida Silva Alves

CORONEL FABRICIANO – MG
JUNHO DE 2021
SUMÁRIO

SUMÁRIO ............................................................................................................................2
INTRODUÇÃO ......................................................................................................................3
1. OBJETIVO .....................................................................................................................5
2. CRONOGRAMA.............................................................................................................6
3. FUNDAMENTOS TEÓRICOS............................................................................................7
4. MATERIAIS ................................................................................................................. 10
5. MONTAGEM DO PROTÓTIPO ...................................................................................... 11
6. TESTES E ANÁLISE DE RESULTADOS ............................................................................. 13
6.1. Produtos químicos.................................................................................................. 13
6.2. Reação química do sistema ..................................................................................... 14
7. DESENVOLVIMENTO ................................................................................................... 17
7.1. Modelagem física do sistema; ................................................................................. 17
7.1.1. Velocidade inicial de lançamento: ....................................................................... 17
7.1.2. Tempo total de percurso: .................................................................................... 19
7.1.3. Distância total percorrida: ................................................................................... 20
7.1.4. Altura máxima atingida: ...................................................................................... 21
7.1.5. Energia interna atingida pelo gás;........................................................................ 22
8. SIMULAÇÃO DO LANÇAMENTO NO AMBIENTE VIRTUAL .............................................. 23
8.1. Equação Diferencial de Primeira Ordem .................................................................. 25
8.1.1. Equação da Altura Máxima.................................................................................. 27
8.1.2. Equação da Distância Máxima ............................................................................. 28
8.1.3. Cálculo da altura máxima .................................................................................... 30
8.1.4. Cálculo da distância máxima................................................................................ 31
9. APLICAÇÃO DE EQUAÇÕES DIFERENCIAIS .................................................................... 32
9.1. Equação diferencial utilizando mistura .................................................................... 32
10. VELOCIDADE DE ESCAPE DA TERRA ......................................................................... 34
10.1. Velocidade de escape da terra para o infinito: ..................................................... 35
11. RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................................... 36
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................................... 37
INTRODUÇÃO

No século XVII, Isaac Newton já possuía conhecimentos a respeito de


movimento de projéteis. Com o passar dos anos, as técnicas de lançamento
oblíquo foram aprimoradas, principalmente durante a Guerra Fria entre EUA e
URSS. O movimento de um foguete real é possível por causa de uma propulsão
feita por uma reação química denominada combustão (um gás em conjunto a
uma substância – combustível líquido, hidrogênio e oxigênio).
A atividade em si consistiu em um lançamento oblíquo de um foguete,
produzido a partir de uma garrafa PET e que utiliza como combustível a formação
de gás, proveniente da reação entre bicarbonato de sódio e vinagre. Com uma
reação simples, será calculado grandezas relacionados ao movimento do objeto,
tais como o tempo de voo, a velocidade, altura máxima e alcance horizontal. Na
demonstração utiliza-se bicarbonato de sódio e ácido acético (vinagre) que,
quando combinados, geram o ácido carbônico, um ácido instável, que se
decompõe facilmente em dióxido de carbono (na forma de gás) e água. Isso
causa pressão na garrafa expulsando a rolha resultando na subida da garrafa,
em concordância com a Terceira Lei de Newton. Conforme o gás produzido pela
reação é expulso da garrafa, simu ltaneamente, pela Terceira Lei, o ar empurra
a garrafa para cima, causando seu movimento.
Em Física, a partir dos conceitos de mecânica clássica, no que tange ao estudo
dos movimentos, foi analisado o movimento realizado pelo foguete, desde o seu
lançamento até o momento em que ele aterrissou. Foram analisados a trajetória,
o caminho percorrido, altura e distância máxima obtidos, tempo total do percurso
e o deslocamento do foguete. Mostra-se também alguns fatores que podem
interferir na estabilidade do foguete durante seu lançamento e o voo
propriamente dito, como por exemplo, uma ótima relação entre centro de massa
e centro de pressão. Já no que diz respeito à Química, a reação citada foi
utilizada para que o movimento do foguete se iniciasse, permitindo uma
visualização da ocorrência de uma transformação, onde ocorre uma liberação de
gás. Ademais, essa reação ilustra muito bem a diferença entre fenômenos físicos
e químicos, permitindo identificar quais substâncias são classificadas como
reagentes e produtos.
Este trabalho contribui de diversas maneiras para o processo de
aprendizagem, pois pode ajudar a desenvolver habilidades relacionadas à
observação, comunicação, previsão, construção de modelos e sua interpretação,
controle de variáveis e interpretação de dados, entre outros, todas essas
voltadas para o processo científico. Dentre os lançamentos testados houve uma
variação do valor do alcance horizontal entre os testes de lançamento
(alcançando 6,51 metros e 12,91 metros) com um tempo de voo também variável
entre os testes de lançamento (1.2 segundos e 1.6 segundos). Com uma
montagem relativamente simples, porém cuidadosa, pode-se ter uma boa
propulsão de lançamento e atingir alturas interessantes
1. OBJETIVO

O Projeto Integrador do 3 º período de Engenharia da Universidade do


Leste de Minas (Unileste), teve como tema principal a produção de experimento
para demonstração do uso de energia química na engenharia. O projeto visa
sistematizar os conhecimentos adquiridos pelos estudantes durante o
desenvolvimento do curso, como também, oferecer vivência prática-profissional
mediante aplicação dos conhecimentos em situações reais. Além disso, o projeto
também propicia ao estudante o contato com o universo acadêmico da iniciação
científica.
Também pretende-se demonstrar uma relação entre um fenômeno
químico e físico, provando a terceira lei de Newton, lei da ação e reação.
Também tem como objetivo calcular a velocidade de escape do foguete, que é
a velocidade em que se deve lançar um corpo do planeta para que o mesmo vá
ao infinito, as reações químicas presentes no projeto e demais cálculos
referentes ao lançamento como velocidade inicial, altura e distância máxima,
tempo de percurso, etc.
2. CRONOGRAMA
3. FUNDAMENTOS TEÓRICOS

Um foguete é uma máquina que produz a força ou impulso necessário


para empurrar um objeto para frente, expelindo gases de combustão por
queimadores presentes em sua parte traseira. Além disso, diferem de um motor
a jato por transportar seu próprio oxidante, permitindo-o operar em situações
ausentes de um suprimento de ar.
O princípio básico para a propulsão de um foguete é a Terceira Lei de
Newton, a qual descreve o resultado da interação entre duas forças, dizendo que
para toda força exercida sobre um objeto, existirá uma reação de mesmo valor
e direção mas com sentido oposto.

A equação da energia cinética nos demonstra que todo objeto que possui
massa e se move possui energia. Isso demonstra a quantidade de energia
potencial que o foguete, de massa x, locomovendo-se em uma velocidade y,
possui.
Ec = mv² / 2

A lei do trabalho correlaciona a transformação de energias, mostrando


qual a quantidade específica em Joules (T) que um foguete, sob aplicação de
uma força (F), em Newtons,precisa para se locomover em uma distância
requerida (d) .

T = F.d.cos

Tendo isso em vista, esse projeto consiste na confecção de um foguete,


que por sua vez terá como combustível um gás produzido pela reação entre
vinagre e bicarbonato de sódio, o qual irá gerar uma pressão grande o suficiente
na garrafa PET para impulsioná-la e fazê-la percorrer grandes distâncias.
Tendo isso em vista, esse projeto consiste na confecção de um foguete,
que por sua vez terá como combustível um gás produzido pela reação entre
vinagre e bicarbonato de sódio, o qual irá gerar uma pressão grande o suficiente
na garrafa PET para impulsioná-la e fazê-la percorrer grandes distâncias.
As leis da física são expressas como relações matemáticas entre
grandezas físicas. Segundo a terceira lei de Newton, quando dois corpos
interagem aparece um par de forças como resultado dessa interação, ou seja, a
ação que um corpo exerce sobre outro. Estas forças são comumente chamadas
de par ação-reação. Este é o principal princípio utilizado no lançamento de
foguetes.
O termo foguete aplica-se a um motor que impulsiona um veículo
expelindo gases de combustão por queimadores situados em sua parte traseira.
Difere de um motor a jato por transportar seu próprio oxidante, o que lhe permite
operar na ausência de um suprimento de ar. Os motores de foguetes vêm sendo
utilizados amplamente em voos espaciais, nos quais sua grande potência e
capacidade de operar no vácuo são essenciais, mas também podem ser
empregados para movimentar mísseis, aeroplanos e automóveis.
Nesta concepção, a construção de um foguete de garrafa PET tem como
objetivo a demonstração de alguns conceitos físicos e químicos estudados
principalmente na disciplina de Física como: Impulso, quantidade de movimento,
leis de Newton, aceleração dos corpos, etc., e da Química, principalmente a
parte referente a reações químicas. Os resultados práticos (lançamento e vôo)
são bastante interessantes, o que mostra na prática a teoria estudada. O foguete
de garrafa PET aborda uma grande quantidade de fenômenos físicos, e assim,
permitindo a interação entre diversas áreas da Física e da Química.
O princípio de funcionamento do motor de foguete baseia-se na terceira
lei de Newton, a lei da ação e reação, que diz que "a toda ação corresponde uma
reação, com a mesma intensidade, mesma direção e sentido contrário".
Imaginemos uma câmara fechada onde exista um gás em combustão. A queima
do gás irá produzir pressão em todas as direções. A câmara não se moverá em
nenhuma direção pois as forças nas paredes opostas da câmara irão se anular.
Se introduzirmos um bocal na câmara, onde os gases possam escapar, haverá
um desequilíbrio. A pressão exercida nas paredes laterais opostas continuará
não produzindo força, pois a pressão de um lado anulará a do outro. Já a pressão
exercida na parte superior da câmara produzirá empuxo, pois não há pressão no
lado de baixo (onde está o bocal).
Assim, o foguete se deslocará para cima por reação à pressão exercida
pelos gases em combustão na câmara de combustão do motor. Por isto este tipo
de motor é chamado de propulsão por reação. Como no espaço exterior não há
oxigênio para queimar com o combustível, o foguete deve levar armazenado em
tanques não só o propelente (combustível), mas também o oxidante
(comburente).
A magnitude do empuxo produzido (expressão que designa a força
produzida pelo motor de foguete) depende da massa e da velocidade dos gases
expelidos pelo bocal. Logo, quanto maior a pressão dos gases expelidos, maior
o empuxo. Assim, surge o problema de proteger a câmara do bocal e o bocal
das altas temperaturas produzidas pela combustão. Uma maneira engenhosa de
fazer isto é usar um fino jato do próprio propelente usado pelo foguete nas
paredes do motor, para formar um isolante térmico e refrigerar o motor.
Tudo se inicia com a reação química que ocorre entre o vinagre (ácido
acético) e o bicarbonato de sódio. Tal reação libera CO2 (gás carbônico) com
um progressivo aumento da pressão no interior da garrafa. A pressão aumenta
a ponto de a rolha escapar. Quando isso acontece, a água e o ar são
violentamente expulsos (ação) e empurrando (reação) a garrafa na mesma
direção e sentido oposto.
Por outro lado, a razão entre a força (F) exercida por um corpo
perpendicularmente sobre uma superfície e a área (A) de contato deste corpo
com a superfície denomina-se pressão [P]. O foguete funciona, pois o vinagre e
o bicarbonato de sódio (que este embrulhado na trouxinha de papel) reagem
entre si formando CO2. Quanto mais gás é liberado, maior a pressão no interior
da garrafa. A pressão chega a um ponto tal, que a rolha é forçada a sair. Quando
isso ocorre, o vinagre é empurrado para fora em alta velocidade, fazendo com
que a garrafa seja empurrada para cima.
4. MATERIAIS

Utilizamos os seguintes materiais para a realização da atividade:


● Cano de PVC 20 mm
● Joelhos 90º para cano PVC
● T para cano PVC
● Cola de cano PVC
● Loctite
● Durepoxi
● Fita isolante
● Fita Hellerman
● Veda Rosca
● Garrafas PET
● Papel Cartão
● Manômetro
● Vinagre
● Bicarbonato de sódio
● Válvulas para cano PVC
5. MONTAGEM DO PROTÓTIPO

Para a montagem do protótipo foram feitas as seguintes análises:”Qual


ângulo de lançamento obterá a maior distância possível numa mesma relação
de vinagre e Bicarbonato, como construir uma base estável que interfira o
mínimo possível no movimento do foguete no momento de lançamento e como
obter uma boa aerodinâmica no foguete de garrafa PET?”
Com esses questionamentos iniciais, e por meio de testes utilizando o
simulador PHET Interactive Simulations - Movimento de Projétil - Foi possível
deduzir a respeito do primeiro questionamento.

Considerando então essa simulação, foi constatado que o melhor ângulo


de lançamento para o projeto em questão é o de 45º, incluindo na simulação a
resistência do ar. Vale ressaltar também que foram feitos simulações com
diferentes objetos de massas variadas.
Além disso vale ressaltar que a altura inicial do projétil também é um fator
importante para variar a distância percorrida por ele, entretanto, por se tratar de
uma pequena variação referente à escala que foi utilizada no protótipo, foi
decidido deixar o foguete com apenas a elevação necessária da base.
Para responder ao questionamento da base, apenas um simples
pensamento foi levado em conta, se a base tiver um perímetro grande, será
necessário mais força para deslocá-la, devido ao seu formato e maior massa.
Sendo assim, foi decidido realizar a montagem da base em um formato
retangular, de forma que fosse possível estabelecer um ângulo de 45º que
permanecesse imutável independente do peso do foguete ou do momento de
lançamento.
Para o foguete, o pensamento utilizado foi o de utilizar duas garrafas PET
iguais para não obter grande variação no diâmetro do comprimento do foguete,
além de encontrar um formato capaz de reduzir o máximo possível da
interferência da resistência do ar no Lançamento. Para isso, a solução
encontrada foi utilizar papel cartão (Maleável e resistente o suficiente para o
projeto) e fazer um cone, para ser fixado no bico da garrafa. Também foram
confeccionadas aletas de papel cartão para serem fixadas na parte inferior do
foguete, o que proporciona um movimento mais linear e eficiente para o
lançamento.
Por fim, sabendo que no interior do foguete iria acumular um razoável
valor de pressão, torna-se evidente a necessidade de se ter uma vedação
eficiente, a fim de não ter perda da primeira, mantendo assim a maior eficiência
possível.
6. TESTES E ANÁLISE DE RESULTADOS

6.1. Produtos químicos

O ácido etanoico é uma substância de fórmula molecular CH3COOH, sua


forma impura é conhecida como vinagre. O vinagre é o produto obtido
exclusivamente da fermentação acética do vinho. A palavra vinagre significa
“vinho azedo” e nada mais é do que o produto da transformação do álcool em
ácido acético por bactérias acéticas. A história do vinagre está estreitamente
ligada com a do vinho (EMBRAPA, 2006).
Embora o termo vinagre, isoladamente, corresponda ao produto obtido da
acetificação do vinho, a matéria-prima utilizada para sua elaboração é variável
em função da disponibilidade de cada país. Assim, o vinagre pode ser feito da
uva, arroz, sidra, malte e cana-de-açúcar. No Brasil, os vinagres são elaborados
principalmente a partir do álcool de cana-de-açúcar e do vinho (EMBRAPA,
2006). O vinagre é considerado um condimento pois a sua principal finalidade é
atribuir gosto e aroma aos alimentos. Além disso é empregado como purificador
de ar e desinfetante. O vinagre foi utilizado também como medicamento na cura
de feridas e úlceras devido a sua propriedade desinfetante e antiinflamatória.
(EMBRAPA, 2006).
O (mono)hidrogeno-carbonato de sódio é um composto salino ácido de
fórmula NaHCO3, massa 84,00 g.mol-1. Nas condições ambientais é uma
substância sólida esbranquiçada (T.F 270 °C), sendo chamado usualmente de
bicarbonato de sódio (FELTRE, 2004). O bicarbonato de sódio é amplamente
usado na medicina como antiácido por ser uma base fraca e na preparação de
pastas de dentes e agentes de limpeza dentário. Por ser fungicida também é
empregado em desodorantes e xampus, assim como na limpeza de geladeiras.
É bastante usado na indústria têxtil e de polímeros. Na culinária é empregado
como fermento pela liberação de gás carbônico. Também é usado em extintores
de incêndio conhecido como pó químico (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
QUÍMICA, 2017).
6.2. Reação química do sistema

As transformações químicas são também chamadas de reações químicas


pois o estado final é constituído por substância(s) diferentes(s) daquela(s)
presente(s) no estado inicial (ANTUNES, 2013). As condições básicas para que
uma reação química ocorra são quatro:
● Os reagentes devem entrar em contato;
● Deve haver afinidade entre os reagentes;
● As colisões entre as partículas dos reagentes devem ser eficazes; e
● Deve-se atingir a energia de ativação.
O projeto conta com um foguete de garrafa PET que acumula pressão
interna o suficiente para lançá-lo em grandes distâncias. Para que isso ocorra
então, é utilizado o vinagre - que é uma solução de ácido acético - e o
bicarbonato de sódio. Sendo assim, quando o bicarbonato entra em contato com
o ácido acético é produzido acetato de sódio e ácido carbônico, sendo esse
último muito instável o que o faz se decompor em hidrogênio e água
rapidamente. A reação de balanceada é:

CH3COOH + NaHCO3 = CH3COONa + H2CO3

Com isso, simulando uma reação com 100% de rendimento, os cálculos


para valores em gramas de ácido acético para intervalos de 20, 40 e 60 gramas
de bicarbonato de sódio puro são os seguintes:
De acordo com os dados obtidos, foi observado que é necessário um
pequeno valor de ácido acético para reagir com a gramatura de bicarbonato e
conseguir uma reação forte o suficiente para o projeto.
Para saber o volume de vinagre necessário, foi observado que para ser
liberado para consumo, este deve ter entre 4% e 6% de ácido acético, sendo que
a legislação brasileira estabelece em 4% como valor mínimo (EMBRAPA, 2006).
Mediante a isso sabe-se que 1 litro de vinagre possui um mínimo de 40
gramas de ácido acético. Então para reagir com os valores calculados e com o
bicarbonato 90% puro foram encontrados os seguintes volumes:
Além disso, é importante ressaltar que para facilitar no processo de
reação na estrutura construída, o bicarbonato foi diluído em água, em que foram
feitos testes variando de 0 a 100 ml para observar quaisquer alterações no
resultado final do lançamento. Os testes foram realizados com os seguintes
valores:
7. DESENVOLVIMENTO

7.1. Modelagem física do sistema;

Através de fórmulas físicas pode-se calcular variáveis como distância total


percorrida, velocidade inicial de lançamento, tempo total de percurso, a altura
máxima, energia cinética do lançamento oblíquo, correlacionar a energia
potencial química com o trabalho realizado por um gás e aplicar a primeira lei da
termodinâmica.
Foram realizados 5 lançamentos a fim de levantar dados para realizar os
cálculos necessários e abaixo demonstramos os resultados obtidos.

7.1.1. Velocidade inicial de lançamento:

Quando um corpo é lançado obliquamente, sua velocidade inicial (v0) é


dividida entre as componentes vx e voy. A diferença na notação usada nas duas
componentes da velocidade justifica-se pelo fato de
a componente horizontal (vx) ser constante, enquanto que a velocidade vertical
(voy) varia com o tempo, pois a aceleração da gravidade está presente nessa
direção.

A subida do projétil é sempre contra a ação da gravidade, tratando-se,


portanto, de um movimento uniformemente retardado. Durante a descida, como
o movimento está a favor da gravidade, ele é uniformemente acelerado. Além
disso, os tempos de subida e de descida são sempre iguais para esse tipo de
lançamento. Podemos relacionar as duas componentes da velocidade inicial
com seu módulo (v0) por meio do Teorema de Pitágoras, uma vez
que vx e v0y são perpendiculares uma em relação à outra:

Para calcularmos separadamente as componentes da velocidade inicial,


fazemos sua projeção nos eixos x e y por meio das seguintes relações:

Através da equação de torricelli podemos calcular a velocidade inicial do


projétil a ser lançado. A Equação de Torricelli permite o cálculo da velocidade
final de um corpo que esteja em Movimento Retilíneo Uniformemente Variado
(MRUV) mesmo sem saber o intervalo de tempo em que percorreu.

Lançamento 1: 21.87 m/s


Lançamento 2: 22.51 m/s
Lançamento 3: 19.57 m/s
Lançamento 4: 21.14 m/s
Lançamento 5: 15.99 m/s
7.1.2. Tempo total de percurso:

No lançamento do foguete pode-se verificar a atuação da 3ª Lei de


Newton pois assim como o ar “empurra” o foguete, este reage “empurrando” o
ar com a mesma força que foi propulsado, o que exemplifica o princípio de Ação
e Reação. A força que o ar exerce no sentido contrário ao do movimento de
corpos, também conhecida como de resistência do ar ou força de arrasto,
também está presente no lançamento de projéteis.
A atuação dessas forças explica a aerodinâmica do foguete, visto que o
seu formato e os acessórios são importantes para auxiliá-lo na hora do vôo. As
aletas irão garantir estabilidade e permitir que o foguete não rotacione em torno
de seu próprio eixo, e o “bico”, por ter uma área frontal menor do que o corpo do
foguete, garante que ele vença resistência do ar e consiga realizar a trajetória
esperada.
Como o tempo de lançamento até o projétil atingir a altura máxima, onde
Vy=0, é o mesmo tempo de descida (pois a função do movimento no eixo Y é
uma parábola e, portanto, uma função bijetora), o tempo total T pode ser
calculado como duas vezes o tempo de lançamento:

T= 2Vsenϴ/g

Lançamento 1: 1.62 s
Lançamento 2: 1.67 s
Lançamento 3: 1.463 s
Lançamento 4: 1.575 s
Lançamento 5: 1.205 s
7.1.3. Distância total percorrida:

A fórmula do alcance máximo é usada para calcularmos a distância


horizontal que um projétil é capaz de atingir a partir de sua posição de
lançamento. Essa fórmula é apresentada abaixo:
7.1.4. Altura máxima atingida:

Quando um corpo é lançado obliquamente, ele pode atingir uma altura


máxima. Nesse ponto, sua velocidade vertical torna-se nula, já que, a partir de
lá, inicia-se o movimento de queda. Podemos calcular a altura máxima atingida
por um projétil em lançamento oblíquo por meio da seguinte equação:

Lançamento 1: 12.18 m
Lançamento 2: 12.91 m
Lançamento 3: 9.76 m
Lançamento 4: 11.38 m
Lançamento 5: 6.51 m
7.1.5. Energia interna atingida pelo gás;

É possível pela seguinte fórmula calcular a energia cinética do gás na


reação utilizada para dar energia na decolagem do foguete, ao medir a
temperatura da reação entre vinagre e bicarbonato iremos ver uma queda de 4
graus celsius da temperatura ambiente, sendo assim, o processo é adiabático.

U=5/2.n.K.T

Ec=energia cinética (J),


n = número de mols,
K = constante (8,31j/(mol.K)),
T = Temperatura de gás (K),

T = C + 273,15,

T = temperatura em Kelvin (K),


C = temperatura em Celsius (ºC).

Resultado: -7,9297529 joules, constatando que foguete cedeu calor pro


ambiente.

Se o gás expande adiabaticamente, igual ocorre com o gás que sai do


foguete, o volume aumenta, porém a variação de temperatura T é negativa, ou
seja diminui. Por esse motivo, a temperatura do gás liberado no lançamento é
menor que a temperatura ambiente, ou seja, o gás cede calor.
8. SIMULAÇÃO DO LANÇAMENTO NO AMBIENTE VIRTUAL

Para fazer a simulação no ambiente virtual, foi considerado a média dos


valores encontrados para velocidade inicial
8.1. Equação Diferencial de Primeira Ordem

A equação diferencial de primeira ordem é dada da seguinte forma:

onde é dada e a incógnita a é a função . O domínio pode

ser um intervalo ou a reta real inteira. Quando a função não


depende explicitamente sobre a variável independente e o problema pode ser
escrito na seguinte forma:

então diz-se que se trata de um sistema autônomo de primeira ordem.

Processamento

As contas foram obtidas através de pesquisas e dados tirados de outro


experimento que foi testado. Foi considerado:

Primeiro, para mostrar que a trajetória do projétil é uma parábola, isolou-


se o tempo (t) na equação de posição:
E então substitui-se o tempo (t) na equação do movimento:
8.1.1. Equação da Altura Máxima

Para encontrar a equação que permite calcular a altura máxima em que o


foguete atinge usamos a seguinte equação:

Quando o foguete atinge sua altura máxima, a velocidade na direção y é


igual a zero, então isolou-se o tempo (t) novamente:

E substituiu-se o mesmo na equação do movimento:


8.1.2. Equação da Distância Máxima

Substituindo o tempo (t) na equação de posição, obtemos:

Segundo a regra do seno da soma, temos que:


8.1.3. Cálculo da altura máxima

Usando a equação já descrita anteriormente, os valores de tempo e


distância obtidos e o ângulo de inclinação da base do foguete, calculou-se a
altura máxima em que o foguete atinge na direção y:

Para encontrar o valor de V0, usou -se a equação de posição no tempo


em que o foguete atinge o chão, ou seja, em seu tempo e distância final:

Depois de encontrar o valor de V0, então substituiu-se o mesmo na


equação da altura máxima:
8.1.4. Cálculo da distância máxima

Utilizando a equação descrita anteriormente, calculou-se a distância


máxima em que o foguete alcança na direção x:
9. APLICAÇÃO DE EQUAÇÕES DIFERENCIAIS

9.1. Equação diferencial utilizando mistura

180 litros da mistura homogênea de água + sal (solução salina) estão


dispostos no interior de um tanque, reservado em temperatura ambiente. Uma
torneira despeja água no interior do tanque com uma velocidade de 4 litros por
minuto, sendo que o tanque despeja para fora toda a solução em uma velocidade
de 3 litros por minuto. Considerando que a quantidade de sal inicial no tanque
seja 10000g, depois de 30 minutos qual será a quantidade final de sal?

(Vi) Volume Inicial - 150 L


(S) Quantidade de Sal Inicial - 10000g
(Qt)Vazão da torneira - 5l/m
(Qtq)Vazão do tanque - 3l/m

Sendo a quantidade de sal no tanque em um dado momento. O volume


de solução no interior do tanque em qualquer momento é

a concentração de sal é:

a quantidade de sal no tanque, , é a solução do problema de valor


inicial
A equação citada é linear e pode ser escrita como:

Um fator integrante é neste caso:

multiplicando a equação por obtemos:

Integrando-se obtemos:

ou seja,

substituindo e o valor de encontrado


temos:

para , a quantidade de sal depois de meia hora será


10. VELOCIDADE DE ESCAPE DA TERRA

A velocidade de escape da terra é uma velocidade onde permite o retorno


do objeto para a terra, por exemplo se eu for lançar um corpo em uma velocidade
“V0” da terra ou seja uma velocidade onde ela seja maior que “Ve” esse corpo
pode possivelmente não mais retornar a terra, todavia se eu estiver dentro dessa
velocidade de escape consigo o retorno do mesmo ao planeta.
Para isso é necessário saber qual a velocidade mínima para que um
objeto, lançado a partir da superfície da Terra, se livre da atração gravitacional.A
condição imposta para que a velocidade seja mínima é que o corpo atinja o
infinito com velocidade igual a zero (v = 0).Desprezando as forças dissipativas,
podemos aplicar a conservação da energia mecânica.
Para calcular o valor de “VE” temos que usar a conservação da energia
mecânica e impor que a energia cinética do corpo se anular no infinito, onde
também a energia potencial se anula. Sendo “Eci” e “Epi” as energias cinética e
potencial no lançamento e “Ecf” e “Epf” as energias cinética e poten cial no
infinito, teremos que, em um corpo na superfície da terra:

Vocabulário da fórmula:

m = massa do corpo
M = massa da Terra – M = 6,0x1024 kg
R= Raio da Terra – R = 6,4x106m
G = constante universal da gravitação – G = 6,67x10-11 N.m2/kg
Ec = energia cinética
Ep = Energia potencial Gravitacional
10.1. Velocidade de escape da terra para o infinito:

Ou seja:

Ao simplificar o cálculo isolando a V^2 e simplificado as massas (m)


teremos:

E ao extrair a raiz quadrada teremos:

Sabendo que a constante gravitacional “G” é igual a 6,67x10-11 N.m2/kg,


e a massa da Terra “M” é igual a 6,0x1024 kg e que o raio “R” da Terra é
6,4x106m, chegamos ao seguinte resultado:

Resultado: Então temo que a velocidade da terra é 11,3x10³m/s ou 11,3


km/s. .
11. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Nesse projeto foi possível realizar um sistema que converte energia


química em energia cinética e, consequentemente, energia potencial
gravitacional. Entretanto, foi possível perceber grandes alterações entre os
valores calculados e os valores encontrados na realidade, uma vez que a média
da distância de lançamento real foi de 38,7 metros e a média calculada foi de
45,2 metros.
Sendo assim é notória a influência das perdas obtidas no sistema, como
o vazamento de gás quando a reação ocorre na base, a influência do ar que
movimenta com facilidade uma garrafa pet ou a perda de velocidade inicial pelo
atrito do foguete com a base. Além disso, foi possível perceber que variações
muito grandes de apenas um reagente não alterava o valor da distância final do
protótipo bruscamente, devido ao fato de a reação não ser bem aproveitada,
sendo desnecessário o consumo excessivo dos produtos utilizados para a
reação.
Com este projeto é possível perceber que existem outros aspectos que
influenciam o funcionamento dos foguetes além da aplicação de pressão
suficiente, como a resistência do ar onde um lugar com muito vento por exemplo
pode resultar em um menor alcance, a proporção certa dos reagentes para que
a reação desejada ocorra. Outro importante fator a ser abordado foi a
importância e eficiência do simulador do sistema, que consegue apresentar um
resultado prévio muito satisfatório, visto que hodiernamente a tecnologia é um
ponto fundamental para o desenvolvimento da ciência. Dentre as considerações
finais, destaca-se o aprofundamento de alguns conhecimentos e possibilidade
de observação prática, como reações de combustão, Terceira Lei de Newton e
movimento oblíquo, além do estudo sobre o contexto histórico da corrida espacial
durante a guerra fria. Também foram encontradas dificuldades durante o
desenvolvimento das experiências, tais como conseguir controlar o ângulo e a
velocidade de lançamento.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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