ALIMENTAÇÃO E CONTEXTO SOCIAL

1) Diferencie nutrir de alimentar, baseado no texto de Geraldo Romanelli.

Segundo o texto de Romanelli, o ato de nutrir-se está associado á um

caráter natural. O natural refere-se a tudo que já é dado pela natureza, inerente
á espécie humana e de caráter universal. Portanto, assim como a fome deve
ser saciada pela ingestão de alimentos, o ato de nutrir-se deve ser feito para
manter o metabolismo do corpo regulado, através da ingestão correta e
adequada de todos os nutrientes.

Já as práticas alimentares estão associadas ao caráter cultural, pois são

criações humanas relacionadas á costumes simbólicos, produzidas na
convivência social. Portanto, a alimentação não é uma prática isolada, está
completamente ligada aos costumes e tradições da família/grupo de
pertencimento, á disponibilidade e oferta de alimentos, e ao gosto de cada
individuo.

2) Baseado no texto de Geraldo Romanelli comente sobre a diferença do

ato de cozinhar entre homens e mulheres.

Ao longo da história, o ato de cozinhar foi tido como uma tarefa sexuada,
mais voltada ás mulheres, devido à divisão sexual do trabalho. Essa tarefa era
considerada menos digna do que o trabalho masculino. As mulheres eram,
então, mobilizadas a cuidar das normas alimentares da família, a comprar os
alimentos, prepara-los e socializarem os filhos para aceita-los, assim como
distribuir a comida entre os membros da família. Podemos lembrar também da
época em que as mulheres reservavam a melhor parte das refeições á seus
maridos.

Atualmente, os homens passam a ingressar na cozinha, mas não como

uma tarefa domestica diária, e sim como um hobby. Para esses homens, o ato
de cozinhar é algo a ser feito em momentos de folga, associado á lazer, que
permite exibir seus talentos á amigos e parentes.

Portanto, podemos observar que as mulheres continuam a ter a

“obrigação” de se cozinhar todos os dias, como parte de suas rotinas, enquanto
que os homens exercem a arte de cozinhar apenas em ocasiões especiais.

Ainda segundo Romanelli, as mulheres possuem maior acesso do que

os homens a informações acerca da alimentação, provenientes de várias fontes
e programas diversos de orientação. São consideradas também as mediadoras
entre universos nos quais predominam regras alimentares diversificadas e
podem ser agentes transformadoras de hábitos alimentares.