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MY CHAMPION

Alanea Alder
Minha Campeã
Alanea Alder

Tradução: Larrisa, Nárjara, Andrea, Cristina e Regina


Revisão Inicial: Rê Borges
Revisão Final: Dany, Shinigami, J.Angel
Leitura Final: Dany, Simone, Guinha Souza, White Dog
Relançamento: Eva Bold

MY CHAMPION
Alanea Alder
Dedicatória
~Amor Vincit Omnia - O Amor Tudo Conquista~

Para aqueles que se sentem quebrados, que encontrem


aqueles que te mostrem porque seus pedaços são diferentes e
que, por ser diferente, você é o mais precioso, pois há apenas
um de você no universo inteiro e você tem um lugar especial
que é completamente seu nesse mundo, apenas tem que lutar
por ele.

MY CHAMPION
Alanea Alder
Declan Lionhart tem intervindo entre as Famílias Fundadoras e os cidadãos
de Noctem Falls desde o dia em que chegou à cidade. Suas esperanças de ser um
simples guerreiro de unidade desmoronam diante dos problemas deles e parece
que ele sempre estará vinculado ao legado político de sua família. Mas com as
tensões atuais disparando para níveis inimagináveis, a personalidade
descontraída e o sorriso fácil de Declan são necessários agora mais do que nunca.

Kari Delaney finalmente conseguiu tudo o que sempre quis. O negócio que
criou a partir do zero está crescendo, e ela tem seu apartamento dos sonhos
customizado no coração da pequena cidade onde foi criada. Mas tudo isso muda
no dia em que ela recebe seu aviso de evacuação.

Apesar de ser uma vampira, Kari odeia Noctem Falls e a política que permeia
todos os aspectos da vida nessa cidade. Protestando, ela e seu irmão mais novo
partem para a Cidade da Noite.

Declan está encantado por sua pequena general e pela força que ela exala. Mas
quando estão apenas os dois, ele começa a derrubar suas paredes
cuidadosamente construídas e mostra a ela que, embora ele seja descontraído,
ainda é um Alfa e seu leão está exigindo o coração dela.

Quando a cidade inteira entra em caos, com acasalamentos sendo dissolvidos e


as Famílias Fundadoras fazendo alianças, Declan percebe que serão necessários
todos os truques que ele aprendeu junto ao pai para manobrar pelas turbulentas
águas políticas ao redor deles. Tanto ele como sua companheira correm contra o
tempo para manter as pessoas da cidade seguras, apesar de crianças com
saudades de casa, jantares desastrosos, planos malucos de vingança da Meryn e
uma união inesperada.

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Alanea Alder
Prólogo

Declan sentou-se na cama e imediatamente passou os


pés para o lado desta a fim de ficar em pé. Ele não conseguia
recuperar o fôlego. Segurando o peito, ele cambaleou até o
banheiro. Jogou água no rosto e respirou fundo várias vezes.
Eva não morreu. Eva não morreu. Ele repetiu isso a si
mesmo repetidamente como um mantra. Adriel não tinha
perdido sua companheira, nem Declan perderia. Fechando os
olhos, ele viu a boca de sua companheira aberta e gritando,
mas não a ouvia do outro lado da porta trancada.
Destino, eu aceitaria uma eternidade sozinho para salvá-
la de qualquer sofrimento.
E mesmo que seu coração e alma protestassem contra tal
pensamento, ele sabia que preferiria nunca encontrá-la do que
ela sofrer o terror de morrer em um incêndio.
Mantenha-a longe, muito longe daqui, ele implorou a
qualquer deus que quisesse ouvir.

MY CHAMPION
Alanea Alder
Capítulo 1

Kari Delaney olhou para cima quando ouviu vozes


acaloradas do outro lado da porta. Segundos depois, Marcus
Recher invadiu seu escritório com uma expressão de fúria no
rosto. Seu assistente pessoal, Avery, estava tentando em vão
impedi-lo de entrar no escritório. Ele segurava o braço de
Marcus na tentativa de detê-lo, mas Marcus o arrastava
consigo.
Kari levantou uma sobrancelha.
— Então, a que devo essa honra?
— Por que não recebi o cliente Jepson?
— Isso é porque o próprio Jepson me disse que não o
queria. Ele disse que você não se ajustava na organização dele.
— Kari lutou contra o desejo de revirar os olhos. Jepson, na
verdade, chamou Marcus de um idiota bajulador e recusou
sem rodeios o homem como assistente pessoal. Infelizmente,
Kari não pôde deixar de concordar. A única razão pela qual ele
ainda estava na aula de treinamento dela era porque ele havia
sido altamente recomendado por um dos treinadores dela.

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— Aquele cliente estava no papo! — Marcus gritou com
raiva.
— Talvez não tão “no papo” quanto você acreditava, —
respondeu Kari.
A essa altura, Marcus estava bem em frente à sua mesa.
Ele se virou e empurrou Avery para longe, fazendo o homem
menor cair. A paciência de Kari acabou.
— Você tem dois segundos para sair daqui antes que eu
o faça ser escoltado para fora.
— Eu quero esse cliente! Eu trabalhei duro por ele! —
Marcus exigiu.
Kari se levantou e cruzou os braços sobre o peito.
— Você não vai receber nada. De fato, a partir de agora,
está demitido. — Sem esperar por resposta, Kari apertou o
botão no sistema de interfone à sua esquerda.
— Sim, Srta. Delaney? — Tom respondeu. Tom Adison
era um shifter de lobo mais velho que estava encarregado da
parte da segurança da empresa dela e ele levava o trabalho a
sério.
— Tom, eu preciso que você escolte Marcus para fora do
prédio.
Tom riu.
— Tem um visitante subindo aí; tenho certeza de que ele
será capaz de cuidar disso para você.
— Tom, o que você quer dizer? — Kari perguntou.
— Você vai ver. — Segundos depois, a porta se abriu e
Kari sorriu maliciosamente.
— Olá, Law.

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— Olá, Kari. Ouvi alguns gritos quando saí do elevador.
Há algum problema aqui? — ele perguntou.
Ela precisou de todo seu autodomínio para não rir. Law
literalmente preenchia a porta. Mais alto que a maioria dos
shifters e praticamente todos os bruxos, ele passava dos 2,10
metros e tinha ombros tão largos que quase tinha que se virar
de lado para entrar pela porta.
Law era uma das poucas pessoas no mundo em quem ela
confiava implicitamente. Ele a havia acolhido quando ela
estava perdida e tropeçando no mundo humano. Para todos os
efeitos, ela o considerava um irmão. Quando chegou a hora de
criar raízes e começar seus negócios, ela não conseguira
pensar em um lugar melhor para se estar do que na pequena
cidade onde conhecera Law.
— Problema algum, o Marcus já estava saindo. — Marcus
olhou para Law. Kari quase podia vê-lo ponderando sua
decisão. Valeria a pena ir contra o homem maior?
Provavelmente não. Em um acesso de raiva, Marcus derrubou
tudo do topo da mesa dela para o chão.
Law deu um passo à frente, mas Kari levantou a mão.
Marcus atravessou a sala enfurecido e saiu pela porta.
Kari olhou para baixo, onde Avery estava observando
tudo do seu lugar no chão ao lado da mesa dela, seus
brilhantes olhos azuis arregalados.
— Você está bem? — Ela se inclinou, ofereceu-lhe uma
mão e o ajudou a levantar.

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— Eu estou bem. Eu sabia que você não iria querer falar
com ele agora; ele é tão idiota! — Avery esfregou a própria
bunda.
Law cerrou a mandíbula. Ele cuidava muito de Avery. Se
ele estivesse na sala quando Marcus derrubou Avery, eles
estariam recolhendo pedaços de Marcus do teto.
O coração de Kari se derreteu só um pouco. Avery tinha
jeito com as palavras. De alguma forma, sempre a fazia sorrir.
— Avery, por que não corre para a biblioteca? Está quase
na hora da sua sessão de estudo, — sugeriu Kari.
Avery assentiu.
— Sim, eu só não queria sair com ele entrando pela porta,
sabe? — Ele e Law trocaram acenos masculinos, como se ela
não pudesse cuidar de si mesma.
— Eu aprecio isso, — disse ela, gentilmente guiando-o em
direção à porta. — Divirta-se. Tenho certeza de que há alguns
livros empoeirados e mofados esperando você lê-los.
Avery deu uma risadinha.
— Obrigado, Kari. — Ele virou-se para a porta e parou,
olhando para Law. — Você vai aparecer mais tarde? Eu posso
fazer mais alguns testes para você.
Law sorriu e lhe entregou um pequeno amuleto. O rosto
de Avery se iluminou e ele o prendeu no cinto.
— Acho que arrumei os sapatos. Se transforme algumas
vezes e me avise.
— Pode deixar! — Avery fez uma saudação de brincadeira
para Law e saiu correndo do escritório. Kari sabia que ele
estava correndo para poder pegar o ônibus da tarde.

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Kari olhou para o chão. Ela estava feliz por não gostar
muito de sua mesa, preferindo um espaço de trabalho aberto,
então não havia muito o que recolher. Ela se abaixou e
começou a pegar seu calendário, telefone, papéis e canetas.
Law se ajoelhou ao lado dela, pegando suas canetas
espalhadas.
— Então, por que você está aqui, de verdade? — ela
perguntou.
Law não disse nada por um momento. Um a um, ele
pegou as canetas e as colocou no porta canetas antes de
colocá-lo na mesa. Quando os dois se levantaram, ele a olhou,
o cenho franzido de preocupação.
Kari colocou o resto das coisas na mesa.
— Não pode ser tão ruim assim, — ela brincou. Quando
ele não respondeu, ela franziu a testa. — Pode?
Law respirou fundo.
— Você sabe que eu viajo um pouco, com as missões. —
Ela assentiu e ele continuou: — Recebo atualizações de certos
guerreiros ativos nas cidades-pilares. Eles me disseram para
levar qualquer pessoa com quem eu me importasse para uma
cidade-pilar. Fora meu esquadrão e minha família, você e Avery
são as únicas pessoas com quem me preocupo. Não é seguro
para qualquer um de vocês ficarem sozinhos.
— Mas eu sempre me cuidei; isso não foi um problema
até agora, — Kari ressaltou.
— As coisas mudaram.
— Você não está se referindo ao aviso que o Príncipe
Magnus enviou, está?

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Law assentiu.
— Sim. Há coisas acontecendo que eles não estão dizendo
a todos. Não é seguro para você ficar sozinha sem a proteção
de uma unidade familiar maior, como um clã. Então, eu estou
evacuando você e Avery para Noctem Falls. Eles acolherão
outro grupo de refugiados depois de amanhã.
Kari sentiu uma bola de gelo começar a se formar em seu
estômago. Ela balançou a cabeça.
— De jeito nenhum. De jeito nenhum eu vou para Noctem
Falls! Você sabe como me sinto sobre a discriminação deles
contra alguém que não nasceu há cinco mil anos atrás.
Preconceito. É isso que é: preconceito de idade!
Law esfregou a nuca.
— Eu te enviaria para Lycaonia, mas o tempo é essencial.
Noctem Falls está mais perto.
Kari balançou a cabeça novamente.
— Não, Law, sem chance. Eu trabalhei muito por muito
tempo para me estabelecer. Finalmente consegui arrumar tudo
e deixar tudo funcionando; não há como eu simplesmente
abandonar tudo por causa de algum tipo de ditado do Príncipe
Magnus.
— Kari, as pessoas estão morrendo. Vampiros, shifters,
paranormais em todo o país estão sendo assassinados. — A
voz de Law estava baixa, mas firme.
Kari piscou.
— Por que eles não nos disseram? Se é tão ruim assim,
não deveria ter havido... eu não sei, um daqueles alertas de
emergência por transmissão ou algo assim?

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Law a olhou, tristeza e dor lhe enchendo os olhos.
— Kari, os paranormais aumentaram muito desde a
Grande Guerra. Não houve conflitos ou disputas de território;
por causa disso e por nossa longa vida, nossa população
passou por um pico nos últimos duzentos anos. Os idosos que
foram exterminados na Grande Guerra foram substituídos
pelas gerações mais jovens.
O peso de suas palavras estava começando a penetrar
sua mente. Ela caiu na cadeira.
— As cidades-pilares não são grandes o suficiente, são?
— ela sussurrou horrorizada.
Law balançou a cabeça.
— Não, não são. Não acho que nenhuma das Famílias
Fundadoras tenha percebido o quanto cresceríamos. É por isso
que estão evacuando pequenos grupos de pessoas, qualquer
pessoa que seja uma presa fácil para esses caras. Quero que
você vá. Até as famílias numerosas que se mantêm juntas
ficam mais protegidas do que você.
Kari olhou para a própria mesa.
— Eu acabei de engrenar meus negócios. Tudo está
finalmente se acertando. Não posso parar agora.
Law sorriu de lado.
— Não me diga que não pode administrar esse negócio
daquele seu pequeno notebook; não sou bobo. Além disso, o
Tom cuida da maior parte das operações diárias aqui. Você
está mais empenhada em treinar e conseguir novos clientes.
Kari pressionou os lábios.

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— Talvez, — ela admitiu de má vontade. Ela ofegou. — E
quanto ao Avery? Ele precisa vir comigo. Ele é um shifter; ele
seria bem-vindo? Você sabe que ele não se dá bem com grandes
grupos.
— A primeira onda de refugiados que foi para Noctem
Falls foi uma cidade de shifters de lobos. Não acho que Avery
ser um shifter seja um problema. O Príncipe Magnus é mais
mente aberta do que a maioria dos vampiros com metade da
sua idade.
Kari exalou.
— Noctem Falls é minha única escolha?
Law lhe deu um sorriso malicioso.
— Ou você pode morar comigo e com os caras, — ele
ofereceu.
Kari estremeceu. Ela não conseguia pensar em um tipo
pior de inferno do que viver com um grupo de homens cabeça
dura. Avery era diferente; ele era mais parecido com ela. No
apartamento deles, os utensílios domésticos voltavam aos
lugares a que pertenciam. As superfícies brilhavam; as roupas
eram colocadas em cestos e lavadas regularmente. Até a
comida deles era organizada na geladeira. Ela não conseguia
se imaginar vivendo com um grupo de brutos machos alfa. Ela
engoliu em seco.
— Quando saímos?
Law sorriu.
— Quão rápido você consegue fazer as malas?
*****

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— O que quer dizer com “temos que ir”? — Avery
perguntou com um olhar de pânico no rosto. Ele acabara de
voltar da biblioteca. Kari levantou-se do sofá e abraçou-o,
aconchegando-o.
— É só por um tempinho. O Law diz que não é seguro
estarmos sozinhos. Então vamos para Noctem Falls. Pense
nisso como férias. Eu sempre quis te mostrar a cidade dos
vampiros.
Avery levantou a cabeça do ombro dela, um olhar cético
no rosto.
— Um: você nunca tira férias. Dois: eu pensei que você
odiasse vampiros esnobes, especialmente aqueles na cidade
dos vampiros.
Kari fez uma careta, ela deveria ter pensado melhor antes
de tentar adoçar as coisas.
— Ok, admito que ir para lá não foi minha primeira
escolha, mas se o Law diz que é perigoso, então é. Nossa única
outra opção é morar com um monte de Neandertais, e não acho
que nenhum de nós gostaria disso. — Ela deu um aperto final
nele e recuou. Com a mente acelerada, ela começou a andar de
um lado para o outro na sala de estar. — Pelo que entendi, o
Príncipe Magnus está oferecendo moradias e estaremos no
nível do mercado. Há bancas de vendedores, mercadorias à
venda, barracas de comida, o que imaginar.
Avery olhou para o chão e esfregou um dedo do pé sobre
o outro.
— Eles vão gostar de mim? — ele perguntou.
Kari endireitou as costas.

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— É claro que vão, e se não gostarem, vão lidar comigo.
Avery olhou para cima, um leve sorriso nos lábios.
— Eles não gostariam de lidar contigo.
Kari piscou um olho.
— Claro que não, mas eles ainda não sabem disso,
sabem?
Avery deu uma risadinha.
— Então, quando saímos? — ele perguntou.
Kari olhou para onde três de suas malas aguardavam.
Os olhos de Avery se arregalaram.
— Cedo assim?
Ela assentiu.
— Tirei suas malas do armário e as coloquei em sua
cama. Vá em frente e faça as malas. — Ela suspirou. — Para
ser sincera, não sei por quanto tempo ficaremos lá. Então leve
o que achar que pode precisar por um tempo.
Avery assentiu.
— Ok, Kari. — Ele deu um beijo em sua bochecha e
imediatamente se dirigiu ao quarto.
Kari caminhou até a grande janela e olhou para a cena
pitoresca que seu pequeno centro movimentado oferecia. Não
era Chicago — inferno, mal era uma cidade — mas era pequena
e silenciosa, e ela a adorava.
Quando ela e Avery estavam buscando uma casa, os dois
se apaixonaram pelo local. Então decidiram comprar dois
apartamentos no antigo prédio de tijolos no centro da cidade e
fizeram com que estes fossem completamente reformados,
transformando-os em um enorme apartamento único para ela

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e Avery. A janela dava para a praça da cidade, onde ela podia
ver as pessoas indo e vindo. Estava escurecendo e as luzes da
rua estavam acendendo uma a uma.
Ainda era o início da primavera e o sol estava começando
agora a ficar no céu por mais e mais tempo a cada dia. Com
um céu nublado como esse, ainda parecia o período mais
profundo do inverno. Ela estendeu a mão e esfregou as
têmporas.
— São apenas férias, — ela sussurrou para si mesma. —
Nós iremos, e mostrarei a cidade ao Avery. As coisas se
acalmarão e voltaremos para casa. São apenas umas férias.

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Capítulo 2

Declan estendeu uma mão para afastar o vampiro


sibilante; com a outra, ele mantinha afastado um shifter de
lobo que rosnava. Ele se perguntou como seu dia chegara a
isso. Sua manhã tinha sido ótima. Ele acordou, correu bem,
tomou um café da manhã enorme, provocou Adriel e teve a
sorte de ser designado para a patrulha do Nível Seis naquele
dia. Então, como ele acabou no meio de dois homens raivosos,
parecendo que estava tentando arbitrar dois velociraptores?
— Gerald, você precisa se acalmar, — Declan ordenou, se
aproximando do vampiro. Gerald DuBois silvou.
— Eu me acalmo quando ele me devolver minha
companheira! — Gerald tentou estender o braço além de
Declan e Declan deu um tapa em sua mão. Atrás dele, ele ouviu
um rosnado.
— Ela não é sua companheira!
Declan olhou para o lobo.
— Como você sabe disso? — ele perguntou.
Olhos caninos amarelos encontraram os dele.

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— Porque ela é a minha companheira. — O lobo se voltou
para encarar Gerald. — Eu sou Peter Hernandez, — disse ele,
sem tirar os olhos do vampiro zangado.
Caralho, Declan pensou. Ele se virou para encarar
Gerald.
— Ok, Gerald, o lobo aqui diz que ela é a companheira
dele; o que você tem a dizer sobre isso?
Gerald sacudiu a cabeça.
— Estou com ela há mais de quinhentos anos. Nossas
famílias organizaram nosso acasalamento. Temos um filho
juntos; ela é minha!
Declan desejou que Warrick estivesse ali em cima. Esse
era o tio maluco dele.
— Gerald, você disse que foi um acasalamento arranjado.
Até onde eu sei, não temos acasalamentos arranjados.
Gerald olhou para ele com nojo nos olhos.
— Claro que não. Acasalamentos arranjados só
acontecem nas Famílias Fundadoras e Nobres, para manter
nossas linhagens puras.
Declan voltou sua atenção para a pequena mulher
trêmula atrás do shifter de lobo.
— Rachelle, querida, você sabe que não vou machucá-la.
Você quer contar ao velho Declan o que está acontecendo?
Rachelle assentiu.
— É verdade, eu pertenço ao Peter. Nos encontramos há
alguns dias. Gerald normalmente não me deixa subir ao nível
do mercado, mas como estávamos sem algumas coisas, e nosso
servo regular tem ajudado os refugiados a se assentarem,

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decidi vir aqui sozinha. — O rosto dela assumiu uma expressão
sonhadora. — E foi quando eu encontrei o Peter. Durante toda
a minha vida, eu nem sabia o que estava perdendo. Eu não
sabia. — Sua voz falhou e ela respirou fundo. Peter passou o
braço em volta dela. Rachelle olhou para cima, com lágrimas
nos olhos. — Eu não sabia que os acasalamentos deveriam ser
assim. — Pela maneira como ela enfatizou a palavra, Declan
sabia exatamente como esta tinha sido tratada por Gerald. Ele
se voltou para o vampiro zangado.
— Bem, Gerald, a Rachelle aqui diz que ela pertence ao
Peter e não a você. Você sabe tão bem quanto eu que é contra
as nossas leis interferir nos acasalamentos. Você terá que se
afastar.
As narinas de Gerald se dilataram e ele se virou para
Peter. Declan teve apenas um segundo para reagir. Ele pulou
na frente do shifter de lobo quando Gerald usou suas garras,
rasgando o abdômen de Declan. Ele sentiu cada unha dura
rasgar sua carne. Rachelle gritou enquanto uma multidão
rapidamente se reunia ao redor deles. Três lobos, incluindo o
beta de Wolftown, Jorge, derrubaram Gerald no chão. Declan
piscou, olhando para o teto.
Eu não sou pago o suficiente para isso. Espere, eu sou
pago para isso? Porra, eu devo estar mais machucado do que
pensava. Tudo que eu tinha que fazer era patrulhar. Ele
estendeu a mão para tocar a barriga. Sua mão ficou coberta de
sangue.
— Bem, isso vai deixar uma marca, — disse ele antes que
a escuridão o apanhasse.

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*****
— Olhe, Kari! Eles têm espetinhos de carne! E aquilo é
bolo de funil? — Avery perguntou. Kari estava apreciando
novamente seu entusiasmo. Ela temera voltar para a cidade,
mas a excitação infantil dele na verdade tornava isso um tanto
agradável. A escolta deles, um bruxo paquerador chamado
Micah Sageson, mostrava todos os vendedores. Micah disse a
ela que suas malas haviam sido transportadas para seus novos
aposentos e a única coisa com que ela deveria se preocupar era
explorar seu novo lar. — Tudo cheira tão bem! — Avery
exclamou, pulando de um pé para o outro. Ele se virou para
ela. — Por onde começamos?
Kari acenou com a mão apontando para a caverna inteira.
— Fique a vontade; só não venha chorando até mim se se
empanturrar até não dar mais e precisar ficar encolhido em
nossos novos aposentos.
Avery estava prestes a se virar e seguir em direção às
barracas de comida quando ouviram gritos. Micah ficou
instantaneamente em alerta enquanto lobos saíam de suas
casas. Do outro lado do corredor, um pequeno grupo estava se
formando ao lado da parede. Segundos depois, o cheiro de
sangue a atingiu. Ela se virou para Micah.
— Micah, há sangue, muito sangue. Alguém está quase
morrendo.
Sua mandíbula apertou.
— Vocês dois fiquem aqui. Eu preciso ver o que está
acontecendo. — Ele se virou e correu em direção à multidão.
Avery se aproximou dela e a olhou.

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— Eu pensei que estaríamos seguros aqui, — ele
murmurou. Kari sentia-se igualmente confusa; Noctem Falls
deveria ser um porto seguro. Ela estava prestes a levar Avery
para os aposentos dos hóspedes quando o cheiro do sangue
mudou para ela. Quanto mais ela inspirava e expirava, mais
delicioso ficava o cheiro. Ela sentiu suas presas se estenderem.
A pele de Avery ficou esbranquiçada, seus olhos azuis estavam
arregalados e ele tremia.
— Kari? Kari, qual o problema?
Kari só conseguia balançar a cabeça; não conseguia
responder. O cheiro era avassalador. Era rico e decadente.
Cheirava a tudo que ela já desfrutara na vida em um aroma só.
Havia o cheiro de chocolate, café, grama recém cortada e o
cheiro fresco de lençóis pendurados ao sol. Ela só queria se
esbanjar no cheiro. Ela apertou o peito, respirando
pesadamente.
— Kari, você está me assustando! — Avery exclamou.
Ela se virou para ele e viu lágrimas escorrendo por seu
rosto. Ela balançou a cabeça, tentando limpar a mente. O
cheiro do sangue se transformou novamente, desta vez
apertando as coisas na parte inferior do seu corpo e fazendo
seus mamilos endurecerem. Ela ficou mais excitada do que já
ficara na vida. Passo a passo, Kari caminhou até a multidão e
se enfiou entre os corpos, empurrando-os para o lado. Ela
tinha que chegar à fonte desse cheiro. Ela ouviu Micah
gritando, as vozes de outros homens gritando, mas seu foco
estava agora no homem no chão. Ele tinha cabelos ruivos. Não,
não ruivo, loiro avermelhado, e era enorme. Tão grande quanto

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Law, talvez maior. Ele tinha uma mandíbula quadrada e
cinzelada e lábios macios e luxuriosos. Ela viu como a
respiração dele ficou mais laboriosa. Algo nela estalou; o
homem no chão era seu companheiro! Kari ajoelhou-se e
afastou os cabelos do rosto dele. Ela olhou para Micah.
— Onde está o médico? — ela exigiu.
Micah manteve as mãos brilhantes sobre o estômago do
homem.
— O médico está em Albuquerque. Ele não mora na
cidade. Ele fica na Propriedade do Conselho.
Micah olhou para cima quando dois homens volumosos
se aproximaram correndo por trás dela.
— Com licença, — eles gritaram, empurrando-a para o
lado. Gentilmente, eles colocaram o homem em uma maca.
Micah se levantou e cuidadosamente se moveu com eles.
— Vamos levar nosso garoto para o laboratório do
Broderick. Graças a Meryn que temos esses walkie-talkies,
então eles estão nos esperando. — Movendo-se como um, eles
se dirigiram a parte traseira. Quando ela começou a segui-los,
um dos homens parou na frente dela.
— Sinto muito, mas você precisa ficar aqui. — Kari olhou
para cima e mais para cima. O que havia nesses homens para
serem tão malditamente enormes?
— Aquele homem, — ela apontou para a maca sendo
levada embora.
O homem assentiu.
— Declan?

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— Esse é o nome dele? — ela perguntou. Ele assentiu. —
Declan é meu companheiro.
O queixo do homem caiu.
— Sem brincadeira?
Kari assentiu, seu interior tremendo.
Ele sorriu.
— Então venha comigo; você é da família.
Kari soltou um suspiro aliviado.
— Obrigada...
— Grant, Grant Douglas. — Ele a conduziu pela multidão.
Olhando para trás, ela viu que Avery os acompanhava.
— Família? — ela perguntou quando se aproximaram de
um enorme buraco no chão.
Grant olhou em volta freneticamente. Ela estendeu uma
mão para ele e a outra para Avery.
— Eu sou uma vampira; eu posso nos levar para baixo.
Qual nível?
Ele pegou sua mão.
— Nível Um, e, sim, família. Eu sirvo com o Declan na
Unidade Eta; ele é como um irmão para mim.
Avery apertou sua outra mão com força. Através dos seus
dedos entrelaçados, ela podia sentir o corpo dele tremendo.
Como um, eles entraram no túnel, e ela rapidamente os
abaixou até o Nível Um.
Quando os pés deles tocaram o chão, Grant continuou
segurando a mão dela e a levou por um longo corredor até o
que parecia ser um grande laboratório.

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— Eu não sou cirurgião! Eu não sei o que fazer! — uma
voz masculina frenética berrou enquanto cortava as roupas de
seu companheiro antes de cobri-lo com um lençol.
— Nós sabemos, Broderick. Magnus está ligando agora
mesmo para o médico, — explicou um homem alto, de cabelos
escuros, apontando para onde o Príncipe de seu povo andava
de um lado para o outro do outro lado da sala, com uma
carranca no rosto.
— Cheryl, esse número deveria estar listado na parte
superior de seus contatos importantes. A única razão pela qual
não o tenho é porque acabamos de colocar serviço de celular;
eu costumo ligar para ele da minha mesa! — ele gritou. Ele
respirou fundo e revirou os olhos. — Pelo amor de Deus, pare
de chorar e chame o médico! — Ele desligou o telefone e foi até
a lateral da cama para ficar ao lado do homem de cabelos
escuros. — Adriel, tem certeza de que não consegue convencer
a Bethy a ficar? Estou prestes a assassinar minha secretária.
Adriel balançou a cabeça.
— Você terá que falar disso com o Gavriel.
Kari se adiantou para ficar do outro lado daquele que o
Príncipe chamou de Adriel. Ela estendeu a mão e pegou a mão
de Declan.
Adriel piscou, depois piscou novamente.
— Olá. Quem é você?
— Kari Delaney. Meu irmão... — ela acenou com a cabeça
para onde Avery saltava de pé em pé nervosamente — Avery
Therian e eu chegamos com o último grupo de refugiados.
Micah estava nos mostrando o lugar quando senti cheiro de

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sangue. Esse não era exatamente o jeito que eu queria
conhecer meu companheiro.
Adriel olhou atrás de si para Avery e depois de volta para
ela.
— Companheiro?
Ela assentiu.
— Sim, ele é meu.
Declan gemeu e abriu os olhos.
— Deuses, que cheiro bom é esse? Estou no céu?
Micah bufou.
— Não, e nem pense em ir em direção à luz. Estou me
matando aqui para manter sua ferida aberta para o médico.
Assustada, Kari o olhou. Micah tinha uma fina camada
de suor no lábio superior e escorrendo ao longo da linha do
cabelo.
— Por que diabos você está mantendo ela aberta?
Micah começou a responder e Adriel o interrompeu.
— Concentre-se em nosso irmão, eu responderei. —
Micah assentiu, parecendo aliviado.
Adriel virou-se para ela.
— Micah está mantendo o ferimento aberto, para que não
tenhamos que abri-lo mais tarde. O médico precisará garantir
que seu intestino não fique torcido e que nada fora perfurado.
Como shifter, sua carne está se recuperando, o que significa
que feridas estão fechando, mas aprendemos da maneira mais
difícil que isso não significa que elas não ficarão torcidas.

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Kari olhou para seu companheiro. Ele estava
aproximando o rosto da barriga dela. Sorrindo, ela se
aproximou mais da cama e ele enterrou o nariz no corpo dela.
— Declan, pare de se mexer, — Micah repreendeu. Ele
olhou para baixo, erguendo as sobrancelhas. — Bem, isto é
constrangedor.
Kari olhou para o corpo todo de Declan procurando o que
havia distraído Micah. Para seu choque total, o lençol estava
formando uma tenda muito grande.
— Céus.
Avery deu uma risadinha.
— Isso é impressionante.
Kari se inclinou para olhar o companheiro nos olhos.
— Como você tem sangue suficiente em seu sistema para
ter uma ereção?
Seus olhos estavam vidrados de dor, mas ele lhe deu um
sorriso jovial.
— Ter uma ereção para minha companheira nunca será
um problema. Deuses, você é linda. — Ele deu um sorriso
dopado.
Kari olhou em volta e viu que, enquanto conversavam, o
homem que eles chamavam de Broderick tinha colocado uma
intravenosa em Declan, analgésicos agora relaxavam seu
companheiro. Broderick a pegou olhando e assentiu.
— Obrigada, — ela sussurrou.
Ele rosnou baixo.

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Alanea Alder
— É literalmente o mínimo que eu poderia fazer. Se eu
soubesse que seria chamado para tantas emergências
médicas, teria estudado mais medicina interna.
Um homem deslumbrante se aproximou por trás de
Broderick e passou os braços em volta da cintura deste.
— Você foi maravilhoso, querido. Ninguém aqui te culpa.
— Obrigado, Caspian, meu amor, mas ainda é frustrante
que eu saiba o suficiente para perceber que não posso ajudar.
A mão dela foi apertada e ela olhou para baixo.
Declan mostrou a língua para ela.
— Você só pode achar eu bonito.
Kari lutou contra o riso. Seu companheiro drogado era
adorável.
— Ele está noiado, — disse uma voz feminina atrás dela.
— Bethy! Graças a Deus, você pode, por favor, ir ajudar a
Cheryl... — Magnus começou.
Bethy levantou a mão.
— Eu já lidei com ela. Por sorte, eu estava no seu
escritório esperando por você quando você ligou. Encontrei o
número e enviei Etain ao portal para escoltar o Dr. St. John
diretamente ao Nível Um quando ele chegar. Que deve ser a
qualquer momento... — ela olhou para o relógio e murmurou
baixinho: — se ele sabe o que é bom para ele.
— A Bethy me ama! — Declan declarou.
— Ele está chapado? — Uma voz masculina perguntou,
um grande vampiro de aparência impressionante puxou Bethy
para debaixo do braço.

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Alanea Alder
Kari ficou olhando-o. Ela nunca tinha visto outro vampiro
tão grande. Ela inclinou a cabeça e olhou de Adriel para o
recém-chegado.
— Vocês dois são irmãos?
O homem a olhou e um sorriso lento se formou em seu
rosto.
— De certa forma, sim, ele é da minha família. Meu nome
é Gavriel Ambrosios. — Ele inclinou a cabeça de maneira
majestosa.
Kari olhou de Gavriel para Adriel. O líder da unidade
estava relacionado a uma das mais antigas famílias de
vampiros da realeza? Quando isso aconteceu? Ela balançou a
cabeça.
— Não, não vou tentar entender isso agora. — Ela voltou
sua atenção para o companheiro. — Como está?
— Seria melhor se estivéssemos fazendo sexo, — ele
admitiu, fazendo beicinho.
Os olhos de Gavriel se arregalaram, então ele viu o estado
em que seu companheiro estava e estremeceu.
— Pobre rapaz.
— Nós não vamos transar! Seus intestinos estão caindo
para fora! — Kari protestou, suas bochechas acaloradas.
Declan sorriu.
— Tira uma foto?
— Não! — falou quase todas as vozes da sala. Kari ouviu
o som de um clique e viu que Grant havia puxado o lençol e
usado o telefone para tirar uma foto. Ela o olhou e ele deu de
ombros.

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Alanea Alder
— Eu também gostaria de uma, se fosse eu.
Declan tentou se inclinar para olhar, e ela o empurrou de
volta para baixo.
— Ainda não sinto a ferida. No entanto, eu sinto... — Ele
a olhou.
Kari colocou a mão livre sobre a boca dele. Ela guinchou
quando ele a lambeu e limpou a mão na calça. Ele lambeu os
lábios.
— Até seu gosto é bom.
Ela olhou ao redor da sala.
— Por favor, diga-me que este é um efeito colateral dos
analgésicos.
Adriel deu de ombros e Micah não encontrava seus olhos.
Finalmente, Grant teve pena dela. Ele andou atrás dela e
colocou uma mão em seu ombro.
— Ele geralmente é um perfeito cavalheiro. Acho que a
combinação das drogas e finalmente conhecer a companheira
dele é o que você está testemunhando.
Um rosnado baixo fez os dois olharem para baixo. Os
olhos de Declan haviam mudado para um marrom escuro e
mel.
— Tire sua mão da minha companheira! Eu a lambi. Ela
é minha!
Avery perdeu toda a aparência de controle e começou a
rir incontrolavelmente atrás deles. A boca de Grant se contraiu
enquanto ele levantava a mão.
— Eu nunca aliciaria sua companheira, irmão; todos
sabemos que ela é sua.

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Alanea Alder
— Príncipe Magnus, a que distância está esse médico? —
Micah perguntou com uma voz fraca.
Toda a atenção estava agora no bruxo que começou a
cambalear. Instantaneamente, Adriel ficou ao seu lado,
segurando-o.
— Você pode parar, Micah, — disse Adriel, parecendo
preocupado.
Micah balançou a cabeça.
— Eu não posso, não até o médico chegar aqui.
— Cheguei, cheguei, — uma voz de tenor falou enquanto
um homem avançava. Franzindo a testa, ele olhou ao redor da
sala. — Todos, exceto o bruxo e o vampiro que o está
segurando, precisam sair. Limpe a sala! Só os Deuses sabem
que detritos entraram nesta ferida aberta.
Kari sentiu o coração perder o passo. Ela não queria
soltar; ela sentia como se o soltasse, o perderia.
— Mocinha, você me ouviu? — o médico exigiu.
— Sim, desculpe. — Ela soltou a mão de Declan e a
acariciou levemente, colocando-a sobre o peito dele. — É
melhor você não morrer, — ela tentou brincar, estremecendo
quando sua voz falhou.
Declan olhou além dela para Grant, que imediatamente
passou um braço em volta dos ombros dela.
— Vá com meu irmão; eu te vejo mais tarde. Temos
negócios inacabados. — Ele balançou as sobrancelhas,
olhando para a própria virilha.
Ela riu, inclinou-se e beijou-o na testa.
— Eu vou te cobrar isso.

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Alanea Alder
Ele piscou um olho, depois bocejou. Segundos depois,
seus olhos estavam fechados e ele estava respirando
profundamente.
Kari olhou a tempo de ver o médico tirar a intravenosa.
Ele encontrou os olhos dela.
— Ele deve ficar bem. Shifters tão fortes quanto os
Lionharts nunca sucumbiriam a um pequeno corte como este.
— Até seu reconforto parecia condescendente.
— Você precisa trabalhar no tacto, Doutor. — Ela recuou
com Grant.
Ele deu de ombros, voltando sua atenção para Declan.
— Isso geralmente não é um problema. Lidando com
shifters e vampiros, eu não sou chamado muito. — Ele os
enxotou, virando-se para Micah. — Você pode retirar
lentamente sua magia? Eu aviso quando tiver que retirar
completamente.
Grant a conduziu para fora do laboratório, e a porta se
fechou atrás deles.
— Eu tenho que fazer alguma coisa, — ela sussurrou.
— Uh oh, — disse Avery.
— O que? Qual o problema? — Grant perguntou,
puxando-a para mais perto de si.
— Ela está prestes a enlouquecer, — Avery os informou.
— Não estou, eu só preciso... — Kari vasculhou o cérebro.
Eles estavam em Noctem Falls, não no escritório dela; não
havia projetos nos quais trabalhar. O olhar dela pousou em
Magnus. — Você, — disse ela, dando um passo à frente. Ela

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ficou chocada quando ele deu um meio passo para trás,
parecendo desconfiado.
— Eu o quê? — ele perguntou.
— Mostre-me seu escritório. Eu preciso do seu escritório.
— Entendo, — disse Bethy, assentindo. — Ótimo, ele
precisa da ajuda.
— O que? — Grant e Magnus falaram ao mesmo tempo.
Avery sorriu.
— Você está prestes a ter todo o seu escritório
reestruturado por uma das organizadoras corporativas mais
procuradas do mundo. Vamos lá, Kari; eu ajudo. Eu posso
mostrar àquela secretária como arrumar a mesa dela. Você
pode fazer as suas coisas e começar a treinar o Príncipe
Magnus.
— Treinar? Eu? — O olhar de Magnus saltou de Kari para
Avery e de volta para ela.
Kari respirou fundo, concentrando-se na tarefa em mãos
para mantê-la firme.
— Sim, você. Mostre-me o seu escritório.
Magnus, parecendo sem saber o que fazer, virou-se para
Bethy. Ela balançou a cabeça e virou o corpo dele para encarar
a porta.
— Você tem me implorado para ficar já que precisa da
ajuda. Parece que a Destino1 ouviu seu apelo. — Ela riu da
expressão dele de olhos arregalados e deu-lhe um cutucão
gentil.

1Aqui preferiu-se colocar “a Destino”, pois durante várias passagens de vários dos livros
da série os personagens se referem ao destino no feminino.

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Bethy virou-se para ela e Kari pôde ver que Bethy sabia
exatamente porque ela precisava tomar conta do escritório de
seu tio. Bethy sorriu maliciosamente.
— Acaba com ele.
Magnus choramingou.
Kari assentiu enquanto ela e Avery caminhavam atrás do
príncipe da raça vampira em direção ao escritório dele, onde
ela sistematicamente destruiria tudo e depois reconstruiria.
Apesar de encontrar seu companheiro com as tripas para
fora, este estava se tornando um bom dia.
*****
— E este? Está marcado “Urgente”. — Ela estendeu um
pedaço de papel verde.
Magnus franziu o cenho.
— Jogue fora. Só escrevi que era urgente porque a pessoa
que estava fazendo a reclamação estava vendo. Qualquer coisa
em uma folha de bloco de notas verde pode ir para o lixo, as
notas realmente importantes estão sempre em papel creme.
Kari sorriu. Portanto, não era como se ele não tivesse um
sistema, ele apenas tinha seu próprio sistema único e
impossível de entender, que seria um campo minado para
qualquer outra pessoa.
— Como você se sentiria em adotar um novo sistema de
codificação? Nem todo mundo conhece suas preferências de
cores, — ela perguntou, testando-o.
Magnus pensou nisso por um momento.

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— Se se alinhar um pouco com o que tenho, acho que
posso me adaptar. Se for muito diferente, esquecerei e voltarei
ao que sempre fiz.
Kari piscou. Ela nunca tinha recebido uma resposta tão
honesta a essa pergunta antes. Treinar o Príncipe Magnus
sobre como utilizar seu escritório poderia ser mais fácil do que
ela pensava. Sua risada a tirou da contemplação. Quando ela
o olhou, ele lhe deu uma piscadela.
— Lembre-se, a Bethy tenta me manter organizado há
décadas. Eu sei que meu sistema é uma bagunça, mas sem
alguém como ela por perto para manter as mudanças, eu volto
ao sistema anterior, — ele admitiu.
Kari abaixou a cabeça.
— Você não é o que eu imaginei.
— Deixe-me adivinhar. Você pensou que eu era um sabe-
tudo autoritário, egoísta e exigente, e quem era eu para emitir
tais ordens, afetando tantas pessoas? — Ele levantou uma
sobrancelha para ela, e ela corou. Kari pensara todas essas
coisas.
Ele se sentou na cadeira, um olhar pensativo no rosto.
— É uma linha muito tênue na qual se caminhar. As
gerações mais velhas esperam que eu aja como alguém da
realeza. Se não agir assim, perco seu respeito. Por outro lado,
se o fizer, pareço inacessível para as gerações mais jovens. —
Ele olhou-a. — Estou fazendo o melhor que posso.
A admissão foi tão inesperada e honesta que ela derrubou
a pilha de papéis que estava segurando. Balançando a cabeça
por sua própria inaptidão, ela se inclinou para pegá-las. Ele a

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chocou ainda mais quando se juntou a ela, pegando as folhas
de papel espalhadas.
— Eu te choquei, jovem Kari? — ele perguntou de uma
maneira provocadora.
Ela assentiu.
— Sim. Eu estava esperando um ditador, mas você é... —
Ela hesitou.
— Diga-lhe, — disse uma voz da porta.
Os dois olharam para cima para ver Bethy lhes sorrindo.
— Diga a ele o que você realmente pensa. Ele precisa
ouvir, — ela encorajou.
Magnus entregou-lhe os papéis enquanto os dois se
endireitavam, os olhos brilhando de curiosidade. Ela respirou
fundo.
— Você parece mais um tio favorito do que um príncipe,
— ela admitiu.
Bethy riu e assentiu.
— Ele é isso.
Magnus piscou e começou a corar furiosamente.
— Eu sou exigente quando preciso ser, — ele disse mal
humoradamente, voltando para sua cadeira. Ele se sentou e
começou a vasculhar sua própria pilha de papéis.
— Oh, ele é adorável, — disse Kari, observando o homem
tentar ler notas que estavam de cabeça para baixo.
— Poucos veem esse lado. — Bethy entrou e ficou ao lado
dela.
Kari virou-se para ela, apertando os lábios.

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— Você não conseguiu fazê-lo evoluir das notas com base
em cor?
Bethy jogou as mãos no ar.
— Ele estava bem quando eu o deixei para viver entre os
humanos. Não sei como ele saiu tanto dos trilhos, — disse ela
em um tom exasperado.
— Eu estou bem aqui, — ele murmurou.
— Vou levar semanas para treiná-lo novamente. — Kari
entregou a Bethy a nota "não urgente".
Bethy estremeceu.
— Deixe-me adivinhar, já que estava em papel verde, não
é urgente.
— Adivinhou de primeira.
— Céus.
— Eu ainda estou aqui, — Magnus se alvoroçou.
— Kari!
Kari virou-se para a porta quando Avery se atirou na sala
e para dentro dos braços dela. Ele apertou o antebraço contra
o peito enquanto sangue escorria por seus dedos.
— Eu não posso mais fazer isso! Ela é uma mulher odiosa
e malvada! — Avery tremia enquanto enterrava o rosto no
pescoço dela.
Com fúria fluindo nas veias, Kari gentilmente
desemaranhou Avery do seu pescoço e o passou para Bethy,
que murmurou para ele e passou a mão pelos seus cabelos.
Magnus estava ao seu lado quando saíram de seu escritório e
se dirigiram para o saguão da frente, onde sua secretária

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estava sentada na mesa dela. Ela os viu caminhando em sua
direção e se levantou.
— Senhor, graças aos Deuses que está aqui. Aquele jovem
pirralho shifter teve a audácia de tentar me dizer como fazer o
meu trabalho.
Kari lutou contra todos os instintos de estrangular a
mulher. Se o príncipe não estivesse ao seu lado, ela teria
passado as garras no rosto da mulher pelo que havia feito a
Avery.
— Esse pirralho trabalha para uma das instalações de
treinamento mais prestigiadas do mundo, que treina
assistentes pessoais para os CEOs das empresas da Fortune
1000. Ele é, na verdade, o assistente pessoal do proprietário e
CEO da empresa; ele sabe exatamente do que está falando, —
ela se irritou.
— Talvez isso seja impressionante no mundo humano,
mas aqui é Noctem Falls. Trabalhar para o príncipe do nosso
povo é algo completamente diferente, — argumentou Cheryl.
— Você depreciou tanto os shifters quanto os humanos
nos trinta segundos em que estive diante de você. Fico me
perguntando se esse ponto de vista afetou a maneira como faz
seu trabalho, — destacou Kari.
Os olhos de Magnus se estreitaram.
— Como não repassar reclamações de guerreiros de
unidade shifters ou de nossos novos refugiados?
Quando Cheryl empalideceu, Kari sabia que seu palpite
fora preciso. Ela se virou para Magnus.

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— Nesse tipo de atmosfera politicamente carregada,
deixar de transmitir informações vitais pode ter resultados
desastrosos. Se ela fosse minha funcionária, eu a demitiria.
Magnus assentiu.
— Eu concordo. Cheryl, você está demitida. Por favor,
pegue seus pertences e volte ao nível da sua família. Discutirei
seu término com o chefe de sua Família Fundadora, Hugo
Evreux. — Balbuciando, Cheryl começou a arrumar sua mesa
com as mãos trêmulas.
Kari olhou para os dois guerreiros de unidade que
estavam de guarda do lado de fora da porta.
— Cavalheiros? — ela chamou. Como um eles se voltaram
para ela.
— Sim, Srta. Delaney?
— Sinto muito; ainda não conheci nenhum de vocês. —
Kari lhes sorriu calorosamente.
— Eu sou Vindonnus Li'Elearson, Unidade Kapa, meus
amigos me chamam de Vin. — O fae fez uma reverência régia.
— E eu sou Keegan Basswood, Unidade Iota, bruxo. — O
diabrete loiro lhe piscou um olho atrevidamente.
— Um de vocês poderia garantir que Cheryl retorne ao
Nível dela sem problemas? — ela perguntou.
Vin assentiu.
— Claro, seria um prazer. — Seu sorriso malicioso sugeria
que não sentiriam falta de Cheryl.
— Como pôde?! Você é uma de nós, — Cheryl sibilou para
ela.
Kari piscou.

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— Uma de vocês? Você quer dizer, uma vampira?
Cheryl assentiu com uma expressão azeda.
— Pessoas como você são o motivo pelo qual eu odeio
Noctem Falls. Não vejo você como "meu povo"; você é o motivo
pelo qual fiquei longe, — admitiu Kari. Magnus não foi o único
que pareceu surpreso. — Era quase preferível ficar e ser isca
de feral do que voltar aqui para enfrentar esse preconceito. Se
não fosse pelo meu irmão, eu teria arriscado ficar sozinha.
— Aquele animal não é um vampiro; ele não pode ser seu
irmão, — Cheryl zombou.
Kari estalou. Ela deu um passo à frente e agarrou a
mulher pela garganta e a levantou trinta centímetros do chão.
Ela silvou em seu rosto, mostrando as presas.
— Aquele animal é da minha família, vadia. Seria do seu
interesse lembrar disso. Ele tem mais gentileza e luz no
dedinho do pé do que você em todo o seu corpo podre. — Ela
jogou Cheryl do outro lado da sala onde Vin a pegou com
facilidade. Ele segurou os dois braços dela na lateral do corpo.
— Tire-a daqui, — ela ordenou.
Sorrindo, Vin fez uma meia reverência.
— Imediatamente.
— Minhas coisas! — Cheryl protestou.
— Vou examinar suas “coisas”. Qualquer coisa que seja
verdadeiramente sua e só sua será enviada mais tarde, — disse
Kari, tentando conter a própria raiva.
Quando Cheryl abriu a boca para discutir mais, Kari
rosnou.

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— Eu estou tendo um dia muito ruim! Encontrei meu
companheiro com o estômago rasgado esta manhã; não me
pressione! — Cheryl fechou a boca e Vin praticamente meio a
carregou, meio a arrastou pelo corredor.
Kari respirou fundo e se forçou a se virar. Atrás dela,
Avery, Bethy e Magnus estavam parados com vários graus de
choque nos rostos.
— Senhor, sinto muito pela minha explosão. Foi pouco
profissional e perturbador. Voltarei ao Nível Seis
imediatamente. — Ela olhou para baixo e encarou o chão,
sentindo-se mais humilhada por seu próprio comportamento
imprudente do que qualquer outra coisa que vivenciara em sua
longa vida.
— Diabos que vai! — Magnus gritou.
Kari olhou para cima, os olhos arregalados.
— Senhor?
Bethy tinha um braço em volta de Avery e uma mão
cobrindo a boca enquanto lutava contra o riso.
— Ele gosta de você.
Magnus atravessou a sala e segurou as duas mãos dela
nas dele. Ele a chocou ainda mais quando começou a girá-la
pela sala em uma dança improvisada.
— Por favor, se vamos trabalhar juntos, me chame de
Magnus. — Ele a curvou para trás e a endireitou novamente.
— Ela se foi! Graças aos Deuses, ela se foi!
Kari riu enquanto Magnus a girava.
— Senhor, você é o príncipe aqui, você poderia tê-la
demitido eras atrás.

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Magnus parou e balançou a cabeça.
— Não sem consequências políticas. Ela é uma Evreux.
Seria difícil demiti-la sem uma boa razão. Se eu simplesmente
dissesse que ela me deu nos nervos, eu poderia ter alienado
toda a família.
— Bem, então é bom que Kari e Avery estejam se
mudando para Noctem Falls, não é? Você precisa
desesperadamente de uma nova assistente pessoal e um
secretário, — disse Bethy astutamente.
Os olhos de Avery estavam tão arregalados quanto pires.
— Vamos nos mudar para cá? — ele sussurrou.
Kari sentiu o estômago revirar. Ela não tinha feito essa
conexão ainda.
Bethy viu suas expressões atordoadas.
— Maravilha!

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Capítulo 3

Kari sentiu a sala começar a se fechar sobre ela.


— Declan. Declan é meu companheiro, e ele é um
guerreiro da unidade aqui; é claro que ele não pode sair.
Avery se afastou de Bethy e passou o braço não ferido ao
redor dela.
— Está tudo bem, Kari, nós podemos fazer isso! Contanto
que eu esteja com você, não me importa onde moramos.
O coração de Kari derreteu um pouco.
— E o nosso apartamento? E a sua biblioteca?
Avery ficou tenso e se afastou.
— Onde vamos morar agora? Pensei que os aposentos de
hóspedes fossem temporários.
Kari podia sentir o pânico crescente ameaçar dominá-la.
— Eu não sei, Avery, eu não sei. — Ela odiava não saber.
Ela geralmente era maravilhosa em uma crise; por que estava
entrando em parafuso agora?

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— Pode ser porque você passou por muita coisa nessa
manhã, — respondeu Magnus, envolvendo um braço paternal
em torno dela e de Avery.
Kari estremeceu.
— Eu disse isso em voz alta?
— Sim, mas não se preocupe. Se alguém merece um
momento para se reorientar, é você. — Bethy lhes sorriu.
— Reorientar. Certo. — Kari afastou o pânico e se
concentrou no que deveria estar fazendo. — Precisamos
terminar de descobrir o quão ruim está o escritório do Príncipe
Magnus, limpar a bagunça da Cheryl, dar uma olhada no
Declan, comer um pouco e depois ver nossos planos futuros.
Vou terminar as tarefas amanhã.
Magnus deu um tapinha no ombro dos dois e recuou.
— Sinto que nosso estimado médico não confiará em
Declan para ficar na cama, então eu disse a Adriel que ele
deveria ser transferido para meu quarto de hóspedes neste
nível, para que pudéssemos ficar de olho nele. Há espaço mais
do que suficiente para vocês dois também.
Kari gaguejou:
— Mas, Senhor, deveríamos ir ao Nível Seis.
Bethy sacudiu a cabeça.
— Se fossem outros refugiados, poderia ser o caso, mas
não são. Você é a companheira de Declan e a nova assistente
do meu tio; isso faz de você praticamente da família.
Avery se aproximou mais dela.
— Eu gosto de ter mais família, — ele sussurrou, corando.
Bethy inspirou.

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— Ele é doce demais! — Ela puxou Avery para seus braços
e o abraçou. Ele sorriu brilhantemente e apoiou a cabeça no
ombro dela.
Kari olhou para Magnus.
— Senhor, tem certeza de que gostaria de mim como
assistente? Para ser honesta, vou te deixar em farrapos.
— Tem certeza de que deseja aceitar isso? Pelo que disse
anteriormente, você administra uma empresa de muito
sucesso treinando assistentes pessoais de CEOs.
— Como você...
Magnus assentiu para Avery.
— Como se você fosse deixar ele trabalhar para qualquer
outro.
Avery riu.
— Não! — Ele destacou o “ã”.
— Eu posso fazer a maior parte do meu trabalho
remotamente. — Ela deu batidinhas no próprio queixo. — Mas
eu odiaria desistir do meu apartamento. Adoro a vista, e é na
minha cidade natal.
— Tenho certeza que podemos providenciar alguma coisa,
— disse Magnus assentindo.
Kari virou-se para Avery, que estava sorrindo largamente
para ela e ele assentiu. Ela se virou para Magnus.
— Estou disposta a tentar isso em caráter experimental.
Se, no final do período de treinamento, você ou eu acharmos
que não combinamos bem, começarei a entrevistar os
assistentes paranormais que minha empresa treinou para
substituir-me. — Ela estendeu a mão.

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Alanea Alder
Sorrindo, Magnus a apertou.
— Combinado.
— Maravilhoso, agora eu realmente posso te quebrar, —
ela disse maldosamente.
O sorriso de Magnus desapareceu.
— O que?
Bethy riu de sua expressão, depois ficou séria. Ela se
virou para Kari.
— Isso pode esperar um pouco? — Ela olhou para o
relógio. — Adriel deve chegar aqui a qualquer momento com
declarações sobre o ataque de Declan, eu, por exemplo,
gostaria de sua opinião.
Kari virou-se para Avery.
— Você vai ficar bem aqui sozinho?
Avery revirou os olhos.
— Siiimmm. Desde que alguém possa me trazer alguns
lenços antibacterianos. — Ele olhou para sua nova mesa e
estremeceu. — E talvez um pouco de sálvia.
— Pirralho. — Kari bagunçou seu cabelo.
— Não se preocupe, Srta. Delaney, Vin e eu cuidamos
dele, — Keegan ofereceu segurando um kit de primeiros
socorros.
Ela lhe assentiu.
— Meus agradecimentos.
Segundos depois, Adriel e Gavriel chegaram com dois
homens que ela não reconhecia. Endireitando as costas, ela se
juntou a eles na sala de conferências de Magnus, sem saber
no que estava se metendo.

MY CHAMPION
Alanea Alder
*****
Kari estava sentada entre Bethy e o enorme shifter de
urso que fora apresentado como Aiden McKenzie, o
Comandante da Unidade. Ela ouvira rumores de que ele e sua
companheira estavam visitando a cidade, mas não acreditou
nestes. Quase nunca shifters, muito menos um futuro Ancião,
iam a Noctem Falls.

O líder da unidade, Adriel Aristaios, estava sentado do


outro lado de Aiden. Ele foi oficialmente apresentado quando
entrou, logo depois que se sentaram. Ele disse que havia
deixado Micah no Nível da Unidade antes de retornar para dar
seu relatório. Segundo ele, Declan sairia da cirurgia em breve,
o médico não havia encontrado nenhum problema e esperava
que ele se recuperasse completamente até o dia seguinte.
Do outro lado de Adriel estava Stefan Bolivar, o Alfa
atuante da matilha de lobos que se refugiara ali na cidade. Ele
a lembrava um pouco de Avery, por ser jovem, mas onde Avery
ainda tinha o brilho da inocência, os olhos de Stefan
continham um pouco de ceticismo cansado.
— Então, espere. O que você está me dizendo é que Gerald
DuBois admitiu que seu acasalamento com Rachelle foi
arranjado? — Magnus perguntou depois que Adriel os
informou sobre as circunstâncias que cercavam o ataque de
Declan.
Adriel assentiu.
— Sim, para todo o Nível ouvir. Aparentemente, é uma
prática comum entre as Famílias Fundadoras para manter a
linhagem pura.

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Magnus recostou-se, parecendo atordoado.
— Mas não é isso que um companheiro é.
— Tio, isso me preocupa. Eu cresci aqui e nunca ouvi
falar disso, — admitiu Bethy.
Gavriel soltou um bufo indigno.
— Porque eles sabiam que se Magnus soubesse disso, ele
aboliria a prática imediatamente.
Aiden empalideceu.
— Por favor, diga-me que essas mulheres estavam
dispostas.
Bethy respirou fundo, parecendo doente. Ela ficou de pé,
colocando a mão sobre o estômago.
— Por favor, dê-me licença. — Ela correu em direção ao
banheiro privado de Magnus. Gavriel ficou ao seu lado antes
que Kari pudesse piscar. Ele fechou a porta quando o som de
Bethy vomitando os alcançou.
Magnus soltou uma série de palavrões enquanto se
levantava e começava a andar de um lado ao outro
nervosamente.
— Ela não deveria estar ouvindo coisas tão angustiantes
em sua condição.
Sua condição?
Ocorreu-lhe o que ele quis dizer.
— Ela está grávida?
Magnus parou de andar e virou-se para ela com um
sorriso no rosto.
— Sim. Descobrimos depois que ela chegou. Eu vou ser
um tio-avô. — Ele estufou o peito com orgulho.

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— Mil bênçãos para ela e seu filho; são notícias
maravilhosas! — Kari exclamou, fazendo uma anotação mental
para pedir presentes adequados.
Magnus sentou-se novamente, mas olhou para a porta do
banheiro.
— Talvez ela e Meryn devessem voltar para Lycaonia. Este
não é o melhor ambiente para elas.
Aiden suspirou alto.
— Eu acho que você já as conhece o suficiente para saber
que elas não o deixariam em uma situação complicada.
— Ele está certo, — disse Bethy, passando no rosto uma
toalha de papel úmida. Ela sorriu para o companheiro. —
Estou bem. Foi apenas a ideia de ficar presa assim com alguém
que não é seu companheiro por anos, décadas até. — Os olhos
dela começaram a lacrimejar.
Gavriel rapidamente a ajudou a voltar ao seu lugar.
— Então, matamos Gerald DuBois? — ele perguntou em
um tom calmo.
Stefan Bolivar assentiu.
— Parece bom para mim.
Kari engasgou com o gole de água que acabara de tomar.
Bethy balançou a cabeça e deu um tapinha nas costas dela.
— Não, meu amor, não matamos Gerald DuBois. —
Gavriel simplesmente deu de ombros.
Kari conseguia entender sua linha de raciocínio. Na
opinião dele, Gerald cometera um erro, mas a ofensa mais
grave, mesmo que indireta, foi perturbar sua companheira
grávida.

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— Eu gosto de você, — disse ela, assentindo em
aprovação.
A boca de Gavriel se contraiu.
— Eu acredito que também gosto de você, Kari Delaney.
Você ficou surpresa com a minha sugestão, mas na verdade
concorda com ela, não é?
Kari pensou por um momento, depois assentiu
lentamente.
— Você está esquecendo que foi meu companheiro que
ele quase matou. Algo me diz que Gerald DuBois não é
estranho à violência. Ele pode não ter pretendido que Declan
fosse sua vítima, mas claramente queria matar alguém.
Os olhos de Gavriel escureceram.
— Perdoe-me, eu tinha esquecido que Declan quase
morreu. Você está certa, um homem assim carrega uma
mancha do mal. Devemos cuidar dele mais cedo em vez de
mais tarde.
— Ele é atualmente um convidado em nossas celas de
detenção. Ele terá a chance de defender seu caso, mas não
consigo ver o que ele poderia dizer para se defender, — disse
Magnus.
Kari pensou nisso.
— Ele está perdendo sua “companheira”; esse é um
argumento poderoso.
Aiden amaldiçoou.
— Eu não tinha pensado assim. Ela está certa; isso
poderia influenciar as pessoas.

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Alanea Alder
— Maravilhoso, — murmurou Magnus. — Nós jantaremos
com os DeLaFontaines esta semana. Já ia ser estranho, isso
só vai deixar tudo mais doloroso.
Stefan gemeu.
— Você pode me deixar de fora da lista de convidados.
Não sou orgulhoso a ponto de não admitir que esse tipo de
jantar ultrapassa minhas habilidades. Eu enfio o pé na jaca na
melhor das situações. Com um jantar como esse, eu começaria
a Terceira Guerra Mundial.
Kari se inclinou para frente.
— Por que seria estranho?
Bethy riu e Gavriel sorriu abertamente. Adriel, por outro
lado, estava esfregando a nuca. Aiden parecia resignado.
— Bem?
Aiden pigarreou.
— Minha companheira, Meryn, e a companheira de
Adriel, Eva, reencenaram a cena do filme 300 com Ivan
DeLaFontaine no túnel de transporte.
Kari franziu a testa, depois percebeu a importância do
túnel. De olhos arregalados, ela olhou do líder da unidade para
o Comandante da Unidade.
— Não é possível, — ela sussurrou.
Adriel assentiu.
— Minha Eva deu um chute perfeito no peito dele, o
escudeiro de Meryn o eletrificou com algum tipo de chama azul
para que ele não pudesse voar. Seu filho teve que pescá-lo da
rede de segurança, rasgando-a no processo. Nós ainda
precisamos consertá-la.

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Alanea Alder
Kari virou-se para Aiden e Adriel.
— Eu tenho que conhecer suas companheiras. — Os dois
homens estremeceram.
Bethy pigarreou.
— Ficarei feliz em lhe apresentar a minha nova amiga,
Eva Mae Miller, e minha irmãzinha adotiva, Meryn McKenzie.
— Você adotou a companheira dele? — Kari perguntou,
apontando para Aiden.
Bethy assentiu devagar.
— Você vai entender depois de conhecê-la.
Adriel deu batidinhas na própria prancheta.
— Não ligo para o que Declan pode dizer mais tarde para
tentar evitar problemas. Quero que Gerald DuBois seja
processado em toda a extensão da lei. Não tolerarei que
ninguém machuque meus guerreiros, muito menos um
homem que é como um irmão para mim. — Ele fez uma pausa.
— Um irmão malcriado, insolente, irritante e exasperante, mas
um irmão da mesma forma.
Kari observou Adriel de perto. Sua voz estava calma,
quase sarcástica, sua aparência externa fria e calma, mas suas
articulações estavam brancas onde ele agarrava a prancheta
quase a um ponto de ruptura.
— Obrigado, Adriel, por falar por Declan quando ele não
pode.
Adriel encontrou seu olhar e assentiu.
— Eu entendo que você deve trabalhar diretamente com
o nosso príncipe, no entanto, se precisar de alguma coisa,

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Alanea Alder
qualquer coisa, qualquer guerreiro nesta cidade deixaria tudo
para ajudar você e seu irmão. Você é uma de nós agora.
Kari podia sentir a enormidade de sua declaração. Ela
entendeu porque Avery tinha ficado tão feliz antes. Fazia muito
tempo desde que ela sentira que tinha o apoio de uma família.
— Queridos deuses! Por favor, me diga que ninguém
contou a Meryn sobre o que aconteceu com Declan! — Bethy
ofegou.
Aiden levantou-se e correu da sala, Gavriel riu com Adriel.
Stefan riu abertamente, caindo para um lado da cadeira.
Kari olhou para Bethy.
— Por que isso o faria correr?
Bethy levou um momento antes de responder.
— Desde que cheguei aqui, me encontrei dependendo
muito de Declan no trabalho com o povo da cidade. Fui criada
aqui, mas ainda sou a sobrinha do príncipe. Declan, por outro
lado, é visto como uma espécie de defensor do povo. Ele se
esforça para permanecer neutro e media entre as Famílias
Fundadoras e os cidadãos. As pessoas o adoram; Meryn não é
diferente. Na mente confusa de Meryn, os guerreiros da
unidade pertencem a Aiden e Aiden pertence a ela, então se
alguém machuca os guerreiros, ela os machuca.
— E ela o chama de Simba, — Gavriel acrescentou, rindo.
Bethy sorriu.
— Ela declarou que esse é o codinome de walkie-talkie
dele. Quando ela não estava se sentindo bem no início desta
semana, Declan assumiu a guarda e eles vegetaram assistindo

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filmes da Disney e comendo Cheetos. Acho que assistiram Rei
Leão seis vezes. Ele a mima demais.
— Mas o que ela poderia fazer que fez o Comandante da
Unidade sair correndo daqui? — Kari perguntou.
Gavriel, Adriel e Magnus estremeceram e Bethy piscou
um olho para ela.
— O que ela não pode fazer?
— Agora eu realmente tenho que conhecê-la. — Kari
bateu com os dedos no braço da cadeira. — Há uma maneira
de fazer entrevistas com todos os casais acasalados da cidade
para determinar quantos deles foram arranjados e se alguém
está sendo forçado?
Adriel trocou olhares com Magnus, que assentiu. Adriel
virou-se para ela.
— Acho que essa é uma ideia maravilhosa, no entanto,
podemos ter que esperar que seu companheiro sare.
— Por quê? Eu entendo que ele é popular, mas
certamente outros poderiam fazer isso.
Adriel inclinou a cabeça para um lado.
— Você não sabe quem ele é, não é?
Kari começou a ficar agitada.
— Você quer dizer nos quinze minutos que eu estava com
ele, enquanto ele estava drogado com o intestino para fora?
Não, nós não realmente tivemos uma conversa de qualidade.
— Oh, eu gosto dela! — Bethy disse, seus olhos
dançando.
Adriel fez uma expressão de dor.

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Alanea Alder
— Perdoe-me, eu não quis dizer dessa maneira, foi mais
uma pergunta retórica, eu acho, — ele fez uma pausa. — Seu
companheiro é Declan Lionhart.
Ela assentiu.
— Esse sobrenome parece familiar; o médico disse algo
sobre um Lionhart ser forte demais para sucumbir a esse tipo
de ferida.
Bethy inclinou a cabeça para um lado.
— Você está familiarizada com as famílias governantes
dos shifters?
Kari balançou a cabeça.
— Eu negocio principalmente com seres humanos e
vampiros. Tento deixar a política das Famílias Fundadoras e
os acontecimentos das cidades-pilares de lado.
Magnus se inclinou para frente.
— Kari, os Lionharts são tão prestigiados quanto os
McKenzies. Eles são considerados uma das poucas Famílias
Fundadoras shifters. O pai dele, Jedrek Lionhart, é o shifter
Ancião de Eiré Danu. Seu irmão mais velho, Rex, é o shifter
Ancião aqui de Noctem Falls, e seu irmão mais novo, Ari, é o
segundo em comando de Brennus Vi'Eirlea, companheiro da
Rainha Aleksandra e consorte real.
Kari sentiu os olhos esbugalharem.
— O que ele está fazendo aqui?
— Ai, — Bethy estremeceu, olhando furtivamente para
Adriel e seu tio.

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Kari desejou que o chão a engolisse inteira. Ela havia
cometido mais faltas sociais nesta tarde do que na década
passada.
— Minhas desculpas, eu não quis ofender.
Adriel a surpreendeu assentindo.
— Eu entendo exatamente o que você quer dizer. Eu
mesmo perguntei exatamente isso a Declan no dia em que ele
chegou para atuar como meu segundo em comando. Consegue
adivinhar o que ele disse? — Kari balançou a cabeça. — Ele me
disse: “parece divertido”. — Adriel recostou-se na cadeira. —
Acredito que ele apreciou a distância da família.
— Mas eu pensei que você disse que o irmão mais velho
dele era o shifter Ancião daqui? — ela perguntou.
Adriel assentiu.
— Sim, mas ele chegou depois de Declan.
Kari estava acenando com compreensão quando um
pensamento a atingiu.
— Por que ele não está aqui? Seu irmão mais novo quase
morreu.
Magnus empalideceu e se levantou. Sem dizer uma
palavra, ele saiu da pequena sala de conferências.
— Céus, — Bethy murmurou.
— Vai ser terrível lidar com Rex. Ele é muito protetor com
os irmãos. — Adriel se levantou. — Eu vou avisar nosso
espinhoso curandeiro. Se me der licença... — Ele saiu correndo
da sala.
Bethy olhou por entre ela e Gavriel.

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— Farei um anúncio de que, a partir de amanhã, Declan
estará realizando entrevistas com todos os casais acasalados.
— Ele estará curado até lá? — Kari perguntou
preocupada.
Bethy assentiu.
— Os leões tendem a se curar mais rápido do que a
maioria dos shifters. — Ela olhou em volta. — Meu tio voltará
em breve. Você quer esperar aqui?
Kari assentiu.
— Sim, assim é bom. Depois que ele voltar, voltaremos
para o escritório. Quero examinar os relatórios anteriores para
ver se consigo encontrar algo que possa indicar problemas
entre os casais.
Stefan ficou de pé quando Bethy e Gavriel ficaram.
— Posso dizer a Rachelle e Peter que os lobos têm o apoio
do Príncipe Magnus?
Bethy esfregou as têmporas.
— Stefan, me desculpe, eu esqueci completamente que
isso afeta um dos membros de sua matilha. Sim, é claro, diga
a eles que meu tio os apoia cem por cento. Se algum de seus
membros descobrir um companheiro, por favor, avise-os para
nos alertar imediatamente para que possamos evitar outra
cena como a de hoje.
Stefan assentiu.
— Claro. Se puder fazer uma sugestão? — Ele hesitou,
como se sua opinião não fosse ser bem-vinda.
Gavriel olhou gentilmente para o jovem lobo.
— Por favor.

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— Se quiser que algumas das mulheres se abram, inclua
o Micah. Eu não estou aqui há muito tempo, mas vejo como
ele as trata; elas confiam nele.
Bethy sorriu para o jovem lobo.
— Vou pedir para Adriel adicionar o nome dele à tarefa.
Essa é uma sugestão muito boa, Stefan. Por favor, saiba que
sua opinião é vital. Estamos contando com você para nos
informar como as coisas estão indo com o seu pessoal.
Stefan corou.
— Obrigado. Eu sei que sou jovem, mas às vezes isso pode
ajudar as pessoas a ver as coisas com mais clareza.
Aiden entrou pela porta pisando forte.
— Drones! Onde diabos ela conseguiu drones? — Aiden
rugiu, acenando com um pequeno dispositivo na mão.
Os olhos de Bethy se arregalaram.
— Oh, Meryn.
Sorrindo, Kari se levantou.
— Mudança de planos. Eu preciso conhecer Meryn
McKenzie.
Aiden colocou o drone em cima da mesa.
— Vou levá-la até ela. Talvez você possa mantê-la longe
de problemas.
Kari riu.
— Não faço promessas.
— Ótimo, simplesmente maravilhoso, — ele murmurou.
Ao saírem da sala de conferência, passaram pelo
escritório de Magnus. Ela se inclinou para Avery.
— Vamos lá, tem alguém que precisamos conhecer.

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Avery levantou-se da cadeira animadamente.
— É a humana louca?
Vin e Keegan riram e depois engoliram em seco quando
Aiden se virou para eles com uma expressão azeda. Vin deu
um sorriso fraco.
— Desculpe, senhor, mas vimos o drone.
Aiden balançou a cabeça.
— A intenção dela é boa.
Keegan tossiu.
— Tenho certeza que sim. O que ela prendeu no drone?
Geralmente, eles podem segurar uma câmera ou arma... —
Keegan parou, observando a expressão de seu comandante.
Aiden congelou.
— Preso?
— Merda, — Vin sussurrou.
Aiden virou-se para ela.
— Me siga.
Avery correu atrás de Aiden. Depois que o Comandante
da Unidade saiu da sala, ela rapidamente se virou para Vin.
— Pegue o drone na sala de conferências e traga-o quando
ele não estiver olhando, — ela sussurrou.
— Você está tentando me matar? — ele sussurrou de
volta.
— Duas perguntas. Uma: Você realmente acha que ela
tem apenas um? Dois: Você não tentaria ficar do lado dela
devolvendo-o?
Keegan engoliu em seco.
— Bom ponto. Nós devolveremos a ela.

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Kari lhes sorriu.
— Obrigada. — Ela correu atrás de Aiden, que estava
caminhando rapidamente em direção aos aposentos.
Ela alcançou Avery e agarrou sua mão. Rindo, eles
praticamente tiveram que correr para acompanhar o urso
ranzinza.
Avery virou-se para ela.
— Este lugar é divertido!
Ela piscou um olho para ele e os dois riram quando Aiden
começou a resmungar.
Talvez isso não será tão ruim, no fim das contas.
*****
— Onde está o meu drone? — a pequena mulher exigiu.

Kari trocou olhares com Avery. Essa mulher tinha menos


da metade do tamanho de Aiden. Seus cabelos castanhos
curtos pareciam ter mente própria, ondulando em todas as
direções.
— Meryn, você ia prender algo nisso? — Aiden perguntou.
Meryn congelou e olhou para os pés.
— Não.
Aiden exalou.
— Bebê, você não está em casa. Não pode simplesmente
fazer o que quiser.
A cabeça de Meryn levantou; ela parecia genuinamente
confusa.
— Por que não?
— Estamos visitando dignitários.
— E?

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Alanea Alder
— Poderíamos causar problemas para Magnus.
— E?
Exasperado, Aiden jogou as mãos no ar.
— Porque um dia eu serei Ancião.
— E?
— Apenas me diga o seguinte: você está trabalhando com
produtos químicos perigosos ou explosivos?
Os olhos de Avery se arregalaram com a pergunta.
Meryn inclinou a cabeça para um lado, pensando na
resposta.
— Hum, não. Eu acho.
A cabeça de Aiden estalou em direção ao belo homem
asiático em pé atrás de Meryn.
— Ryuu?
Ryuu tinha um leve sorriso.
— O que ela está lidando não é de forma alguma um
perigo para ela.
Aiden voltou-se para Meryn.
— Chega de tentar ir atrás de Gerald DuBois.
— Eu não prometo nada, — disse Meryn, cruzando os
braços sobre o peito.
Aiden olhou para Kari e fez uma careta.
— Onde eu ouvi isso antes?
Kari arregalou os olhos, dando-lhe o seu melhor olhar
inocente.
— Quem, eu?
Meryn espiou a cena além de seu companheiro.
— Quem são as novas pessoinhas?

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Aiden se virou para que Meryn pudesse vê-los.
— Meryn, esta é Kari Delaney, companheira de Declan e
seu irmão mais novo, Avery Therian.
Meryn a olhou, em seguida, assentiu antes de se virar
para Avery. Os olhos dela se estreitaram e ela inclinou a cabeça
novamente.
— Ele é bonito.
Avery corou.
— Obrigado.
Kari suspirou.
— Eu queria ter os cílios dele.
Meryn balançou a cabeça.
— Ele também é bonito desse jeito, mas eu quero dizer...
— ela acenou com a mão em volta do peito. — Eu não sei, talvez
o coração dele. Eu nunca vi alguém tão gentil. Ele exala boas
vibrações.
Aiden franziu a testa e se aproximou da companheira.
— Quando você começou a ver vibrações? — Ele esfregou
as costas dela.
Meryn deu de ombros.
— Acho que sempre vi, mas criei um sistema de
classificação para o que vejo agora; está me ajudando a
identificar melhor. — Ela apontou para Kari. — Tipo, ela é toda
caixas e linhas retas, igual a Beth. Acho que isso significa que
ela é organizada.
— Você não tem ideia, — Avery murmurou.
Kari bateu nele com o quadril.
Meryn apontou para Avery.

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— Ele é fofo. Leve, fofo e doce. Como algodão doce. — Seus
olhos ficaram sem foco e, mesmo que ele estivesse atrás dela e
não pudesse ver sua expressão, Ryuu reagiu, estendendo a
mão e circulando um dos pulsos dela. Ela balançou a cabeça
como se quisesse limpá-la. — Fofo significa legal.
Os olhos de Aiden e Ryuu se encontraram sobre a cabeça
de Meryn. Meryn deu uma cotovelada nos dois.
— Eu sei quando vocês fazem isso.
Aiden se inclinou e acariciou seu pescoço com o nariz.
— Só estou preocupado com você, bebê.
— Eu estou legal. Estou melhorando no uso dos meus
poderes Jedi. — Meryn sorriu para eles.
Avery virou-se para Kari com olhos de cachorrinho.
— Podemos ficar com ela? — ele implorou.
Kari riu.
— Eu acho que a Bethy fez isso primeiro. Ela adotou
Meryn como irmã.
Meryn assentiu.
— Sim! Mas você pode se juntar a mim para assistir
Doctor Who às tardes. — Ela olhou para Kari. — Eu deixei o
Declan viciado.
Avery começou a saltar de um pé para o outro.
— Quem é o seu doutor favorito? — ele soltou.
Os olhos de Meryn se iluminaram.
— Eu amo o Dez, mas o Onze tem seus momentos, sabe?
Avery balançou a cabeça para cima e para baixo.
— Eu tinha uma quedinha tão grande pelo ator Eccleston,
— ele admitiu timidamente.

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Alanea Alder
Meryn começou a acenar energicamente.
— Era totalmente por causa da jaqueta.
Avery apontou para ela e depois se virou para Kari.
— Ela entende!
Kari viu os dois entrarem no estranho mundo geek. Ela
não se importava se Meryn McKenzie explodisse metade da
cidade; ela entendia Avery e estava tratando-o como um amigo.
Só por esse motivo, Kari defenderia a pequena mulher
incondicionalmente.
Os olhos de Aiden começaram a ficar vidrados quando
eles começaram a tagarelar sobre episódios favoritos. Ele
balançou a cabeça.
— Tudo bem, bebê, vou ir para fora para ajudar o Magnus
a enfrentar a baita confusão que o Rex Lionhart provocará por
Declan ter se machucado. — Ele se virou para Kari. — Vai
ficar?
Kari assentiu.
— Por um instante.
— Meryn tem um walkie-talkie. Se precisar de nós, avise-
a. — Aiden deu um beijo final em Meryn e depois saiu.
Meryn esfregou a lombar e Avery imediatamente ficou
contrito.
— Oh meu Deus! Sinto muito. Estou tagarelando como
um nerd e você deveria estar sentada.
Meryn tirou a importância de sua preocupação com um
aceno de mão.

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— Eu precisava andar por aí. Eu tenho trabalhado com
Nigel e Neil criando a vingança perfeita para Declan. Então o
Aiden teve que ir e roubar meu drone.
Kari acenou com o dedo de um lado ao outro.
— Vin e Keegan trarão ele de volta em breve. Detesto
admitir, mas quero ver o que você pode fazer. Declan é meu
companheiro, afinal.
Meryn jogou as mãos no ar e pulou por aí.
— Sim! Sim! Kari, você é demais!
Avery moveu as mãos como se tentasse acalmá-la.
— Por favor, não salte!
Meryn riu.
— Não é como se o bebê fosse cair ou algo assim. — Ela
agarrou a mão dele. — Venha! Eu vou te mostrar meu
esconderijo secreto.
Kari levantou uma sobrancelha para Ryuu. Ele pigarreou.
— O centro de comunicação.
Meryn e Avery começaram a discutir sobre o mais recente
especial de Doctor Who enquanto andavam pelo corredor.
Meryn usou a mão e a porta se abriu para uma grande sala.
— Minha bat caverna!

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Capítulo 4

Kari olhou em volta da sala. Mesas compridas alinhavam


três paredes com pilhas de caixas, eletrônicos e cabos
organizados em pequenas pilhas. Meryn correu para uma
mesa e removeu uma grande caixa de papelão cobrindo o que
parecia um pequeno helicóptero.
— Eu disse a eles que você tinha mais de um, — Kari
murmurou.
Meryn virou-se para ela e sorriu.
— Na verdade, pedi três, para que cada um de nós
pudesse praticar.
— Nós?
— Ela quer dizer nós, — uma voz masculina ecoou.
Kari olhou para a direita e piscou. Ela estava vendo em
dobro.
Um dos homens riu.
— Não há nada de errado com sua visão; somos gêmeos.
Avery moveu-se para ficar ao lado de Meryn.
— Você poderia me ensinar a usar isso?

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Meryn deu de ombros.
— Ainda não sou muito boa com eles. O Nigel é o melhor
piloto de nós três.
Nigel bufou.
— Isso não é muito; somos todos meio terríveis.
Avery pegou o pequeno drone e o virou.
— Para que vocês iriam usá-lo?
— Vingança, — disse o outro homem, baixando a voz uma
oitava. Ele levantou as mãos na frente de si como um zumbi.
— Muwahahaha.
Meryn bateu nos lábios com o dedo, com uma expressão
pensativa no rosto.
— Você ainda precisa trabalhar na sua risada maligna,
Neil, ela ainda soa meio fofa.
Neil revirou os olhos.
— Eventualmente eu consigo.
— Eu achei assustador, — disse Avery, tentando ser
gentil.
O rosto de Neil se iluminou.
— Sério?
Avery assentiu.
— Totalmente.
Nigel olhou dela para Avery antes de se virar para Meryn.
— Apresentações?
— Hmmm? — Meryn disse, preocupada com o pequeno
cristal claro em sua mão.
— Terra para Meryn. — Neil se levantou e se inclinou para
acenar com a mão na frente do rosto dela.

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Alanea Alder
— Certo. Apresentações. Kari Delaney, companheira do
Simba, organizada. Avery Therian, incrível fã de Doctor Who,
fofo. Kari, Avery, esses dois são Nigel e Neil Morninglory,
bruxos em duas das unidades aqui da cidade. Minha sombra
encantadora é meu escudeiro, Ryuu Sei. — Meryn franziu a
testa e pegou outro cristal, este turvo. — Será que deu certo?
Kari caminhou até Meryn e olhou para o cristal.
— O que?
Meryn a olhou radiante.
— Meus Bebês Keelans estão trabalhando em uma
maneira de fixar um feitiço em cristais.
— Bebês Keelans? — Kari perguntou.
A excitação de Meryn diminuiu.
— Eles me lembram de alguém lá de casa, versões mais
jovens.
Avery deitou a cabeça no ombro de Meryn.
— Essa pessoa está bem?
Meryn assentiu, ainda parecendo triste.
— Sim, mas ele não está em seu corpo no momento.
As sobrancelhas de Avery se juntaram.
— Hã?
Neil balançou a cabeça.
— Não se incomode, não conseguimos uma resposta dela
sobre isso.
— É complicado, — Meryn argumentou.
— Obviamente, — Kari respondeu.
Avery levantou a cabeça.

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— Isso é um feitiço? — ele perguntou, apontando para o
cristal.
A cabeça de Meryn balançou.
— Sim. Quando ouvimos o que aquele babaca fez com o
Declan, decidimos colocar o projeto do drone no topo da nossa
lista de “Tarefas”. Vamos levar esse bebê para a cela de
detenção e acertá-lo com o feitiço.
Os olhos de Avery se arregalaram.
— Isso está dentro da legalidade?
Meryn deu de ombros.
— Pode ser que sim, pode ser que não. Não é como se
fosse matá-lo, bem, não esse feitiço. — Meryn acenou com o
cristal marrom.
Kari puxou Avery para trás.
— O que esse faz?
— Diarreia, — disse Meryn, sorrindo maliciosamente.
— E alguns pesadelos por diversão. O ponto principal é
tentar fazer com que ele se cague, — explicou Nigel.
Avery olhou para os três cientistas orgulhosos e loucos.
— Posso brincar?
Todos assentiram.
— Claro, — disse Neil, dando um tapinha no assento ao
lado de si.
— Avery, querido, e a sua nova posição? — Kari
perguntou, não muito confortável deixando-o com este trio
maluco.
Avery se virou, o rosto desanimado.

MY CHAMPION
Alanea Alder
— Eu posso começar amanhã. Nós não estávamos
planejando trabalhar de qualquer maneira, essas eram as
nossas férias. Além disso, eu sei que você levará alguns dias
para organizar o Magnus. Tudo que eu preciso são lenços
antibacterianos de força industrial e talvez fogo para limpar a
mesa daquela mulher horrível.
— Fogo? — Meryn perguntou, parecendo interessada.
— Mulher horrível? — Neil perguntou ao mesmo tempo.
Kari sorriu.
— Eu posso ter sufocado a secretária do Magnus antes de
jogá-la do outro lado da sala e fazê-la ser demitida. Avery é o
seu substituto. Eu vou trabalhar com o Magnus para
conseguir organizar o funil de informações que ele está
recebendo, especialmente porque parece que vamos nos
mudar para cá já que estou acasalada com Declan.
— Foda! — Meryn riu. — Você vai se dar muito bem com
a Eva.
— É ela que tem o chute perfeito? — Kari perguntou.
— Sim. Ela é incrível.
— Você recebeu uma atualização sobre o Declan? — Neil
perguntou.
Kari balançou a cabeça.
— Quero ir para lá depois de falar com o Príncipe Magnus.
Até agora não recebi nenhuma atualização sobre sua condição.
Nigel rangeu os dentes.
— O Declan é um cara legal. Adoramos fazer pegadinhas
com ele, mas apenas porque ele nos trata como malcriados

MY CHAMPION
Alanea Alder
irmãos mais novos. Não acredito que aquele babaca tentou
estripá-lo.
— Pelo que me disseram, ele estava na verdade mirando
em um lobo, mas confie em mim, isso não justifica o que
aconteceu, — compartilhou Kari.
Meryn abriu a boca para falar quando um barulho de
campainha começou a soar. Todos se entreolharam antes de
verificar seus telefones.
— Denka, acredito que o computador esteja tocando, —
disse Ryuu, apontando para o computador no meio da sala.
Meryn se apressou e abriu o programa que estava
piscando.
— São meus minions!
— Eu temo perguntar. — Kari piscou um olho para Avery.
Segundos depois, dois homens bonitos estavam
acenando para Meryn na tela.
— Já estava na hora de você aparecer! Estivemos
esperando para falar com você no Skype há dias, — o loiro
reclamou.
— Alguém tem ficado louco, — o de cabelos escuros
apontou com a cabeça na direção do amigo.
— Eu sinto tanto a falta de vocês. Eu nunca gostei de
pessoas antes de encontrar o Aiden, então isso é novo para
mim. — Meryn esfregou o osso do esterno.
— Também sentimos sua falta, sua maluca. Tudo está tão
quieto por aqui, — reclamou o moreno.
— Você tem companhia? — o loiro perguntou.
Meryn bufou.

MY CHAMPION
Alanea Alder
— Ok, apresentações novamente. — Ela acenou para a
tela. — Todo mundo, o bonito é o Noah Caraway, o
deslumbrante ao lado dele é Jaxon Darrow. Eles são meus
minions. Estou treinando-os para terem minhas habilidades
Jedi de computador. — Ela se virou e apontou para trás de si.
— Gente, os gêmeos ruivos são Nigel e Neil Morninglory, eles
são guerreiros de unidade aqui. O adorável com grandes olhos
expressivos é Avery Therian e a mulher atrás dele é sua irmã,
Kari Delaney. Ela acabou de descobrir que seu companheiro é
Declan, o shifter de leão maneiro de quem eu falei por
mensagem.
Kari acenou para os dois “minions” enquanto todos
diziam olá. Ela notou que Noah parecia um pouco mais triste
do que quando eles se conectaram.
— Então, quais planos de dominação mundial você criou
desde que saiu? — Jaxon perguntou.
— Bem, eu configurei completamente a rede sem fio de
internet e celular para a cidade, e hoje começamos a trabalhar
com drones. Espero usá-los como armas e como nossos olhos
no céu para ajudar os guerreiros, — Meryn tagarelou.
Os gêmeos gargalharam.
— Essa é a resposta responsável; a verdade é que ela
queria a internet para jogar Farmville e assistir Netflix. Os
drones fazem parte de um plano para enviar um feitiço de
diarreia à cela de detenção para o cara que quase estripou o
Declan, — explicou Neil.
Os olhos de Jaxon se arregalaram e um rosnado baixo foi
ouvido.

MY CHAMPION
Alanea Alder
— Eu pensei que você deveria estar segura aí. Como o
Declan acabou estripado?
Todo mundo se virou para Kari e ela espalmou as mãos.
— Eu tenho apenas pouquíssimos fatos. Ele estava
atuando como mediador no Nível Seis entre um vampiro da
Família Fundadora e um shifter de lobo. Eles estavam
brigando por uma mulher e Declan ficou entre eles. — Kari não
sabia quanta informação havia sido divulgada, então decidiu
ir com cautela no que se tratava de revelar fatos.
— Exatamente por isso que esse filho da puta precisa
pagar, — disse Meryn com veemência.
— Sim, — os gêmeos concordaram juntos.
Noah começou a parecer mais desconfortável. Meryn
franziu a testa.
— Noah, você está constipado? Parece que algo está te
incomodando.
Jaxon gemeu e enterrou o rosto nas mãos.
A boca de Noah se abriu e fechou como um peixe
Barrigudinho. Ele finalmente balançou a cabeça e olhou para
baixo.
— Essa não é a coisa certa a se dizer? — Meryn
perguntou, olhando em volta.
Avery balançou a cabeça e Kari deu de ombros. Ela não
tinha ideia do porquê o jovem loiro estar chateado.
— Noah, você sabe que a denka está em desvantagem por
não estar na mesma sala que você; ela não consegue sentir
como você está se sentindo. Receio que precise ser muito direto

MY CHAMPION
Alanea Alder
com sua preocupação, — Ryuu aconselhou, sorrindo
suavemente.
— Preocupação? — A cabeça de Meryn virou de volta para
a tela. — Qual o problema?
— Você está nos substituindo? — Noah deixou escapar, a
cor saindo de seu rosto.
— Huh? Não. Por quê? — Meryn se engasgou.
Kari olhou dos gêmeos para os dois homens na tela.
— Ah.
Ryuu a olhou e assentiu.
— O que?! — Meryn exigiu.
Avery teve pena dela.
— Noah está preocupado de que agora que você tem Nigel
e Neil não precisará mais deles.
— Isso é ridículo. Noah e Jaxon são meus minions. Eu os
encontrei; eles são meus. Nigel e Neil são meus Bebês
Keelans... — Meryn fez uma pausa. — Oh. Eu posso ver como
isso pode ser confuso. Mas sinto o mesmo por todos vocês
quatro.
— Como? — Noah perguntou, mordendo o lábio inferior.
— Hmm. Não como o Aiden, porque não fazemos sexo.
— Graças aos Deuses, — Noah sussurrou.
— Não como o Ryuu, porque vocês não me alimentam...
— Meryn coçou a cabeça, parecendo verdadeiramente confusa.
— Denka, você se importa com eles? — Ryuu perguntou.
— Sim, claro.
— Preocupa-se com eles?
— Sim.

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Alanea Alder
— Quer que sejam felizes?
— Duh.
— Então, com que tipo de membro da família você se
importa, se preocupa, quer que seja feliz, que geralmente tem
uma idade próxima e sexo masculino? — Ryuu incentivou.
Meryn franziu a testa. Kari podia imaginar as
engrenagens girando um quilômetro por minuto em seu
cérebro. Finalmente, o rosto de Meryn se iluminou.
— Eles são como versões masculinas da Beth e da Amelia.
Isso os tornaria meus irmãos! — Meryn anunciou alegremente.
Os olhos dela se estreitaram e ela sorriu. — Eu tenho irmãos
agora; irmãos são legais.
Kari observou os rostos dos quatro homens e sorriu. Ela
podia ver como as palavras de Meryn os afetavam.
Noah se dissolvendo em lágrimas quebrou o silêncio.
Jaxon esfregou as costas deste suavemente, seus próprios
olhos brilhando intensamente. Nigel e Neil estavam apertando
as mãos um do outro com tanta força que Kari temia que
arrancassem os dedos um do outro.
— Agora, como eu os quebrei? — Meryn gemeu. Ela
deitou a cabeça nos antebraços cruzados sobre a mesa. Avery
esfregou suas costas.
— Eu não acho que estão quebrados, Meryn. Acho que
estão muito bem, — ele sussurrou.
— Estamos sim. Estamos sim. Estamos sim. Estamos
sim! — Noah chorou.
Meryn levantou a cabeça, parecendo irritada.

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Alanea Alder
— Pare com isso! Sem chorar, Noah, eu não posso te
ajudar daqui! — Meryn torceu as mãos ansiosamente.
Uma fungada e uma risadinha escapou de Noah.
— Como se fosse saber o que fazer, mesmo que estivesse
aqui.
O rosto de Meryn relaxou com sua risada.
— Provavelmente não saberia.
— Meryn, eu entendo o Noah e Jaxon, você os conhece há
mais tempo, mas acabou de nos conhecer. — Nigel apontou
entre ele e o irmão.
— E daí?
— Acabamos de nos conhecer.
— Sim, você já disse isso.
— Como pode nos amar o suficiente para nos chamar de
irmãos? — Neil perguntou. Seus olhos estavam esperançosos,
mas desconfiados. Como se ele estivesse com medo de
acreditar que Meryn poderia gostar tanto assim deles.
Kari entendia sua preocupação, mas sabia exatamente de
onde vinha isso. Ela soube no momento em que pôs os olhos
em Avery que ele seria alguém especial para ela. Ela estava
disposta a apostar que Meryn sabia que os quatro homens
eram importantes para ela no momento em que os conheceu.
— Eu tenho ou não essa coisa de empatia, de sentir? —
Meryn exigiu.
Os dois assentiram.
— Eu simplesmente sei. — Ela olhou os dois nos olhos.
— Eu sei como é não ter ninguém. Ninguém com quem
compartilhar as coisas ou se importar se você come Hot Pockets

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Alanea Alder
por um mês direto. — Todos os quatro homens estremeceram.
— Então, quando vejo alguém tão incrível quanto vocês dois,
que me apoiam e veem a diversão nas situações mais sombrias,
quero dar a vocês o que não tive. — Meryn deu os ombros. —
Ninguém deveria ficar completamente só, nunca. — Suas
últimas palavras foram sussurros cheios de dor, mas todos
ouviram claramente.
— Eu aceito! — Noah deixou escapar, surpreendendo a
todos.
Jaxon engoliu em seco.
— Eu também. Só os Deuses sabem o que nós quatro
faríamos sem você por perto. — Ele olhou para os gêmeos. —
Seria quatro, certo? — A pergunta pairou no ar.
— Claro! — Nigel praticamente gritou.
— Tente nos mandar embora! Somos como dois vira-
latas, sempre vamos aparecer, — disse Neil, enxugando os
olhos.
— Então meus minions e meus Bebês Keelans são meus
irmãos; isso é incrível! — Ela apertou os lábios. — Deveríamos
fazer tatuagens?
— Isso seria totalmente foda, — Noah assentiu.
Os olhos de Noah se arregalaram.
— Isso não vai doer? — Nigel trocou olhares preocupados
com Noah. Jaxon e Neil deram de ombros.
Meryn inclinou a cabeça e depois olhou para Kari.
— O que irmãos fazem? Beth é minha Yoda e me impede
de cometer muitos erros políticos, e Amelia me abraça muito.
O que eu faço com eles?

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Alanea Alder
Kari piscou.
— Nenhum de seus amigos de infância tinha irmãos?
Meryn balançou a cabeça.
— Eu nunca tive amigos.
O coração de Kari se revirou.
— Bem... — Ela olhou para Avery. — Os irmãos estão lá
para você quando ninguém mais está. Eles estão sempre do
seu lado, mesmo que você esteja errado e te trazem os
melhores lanches quando você está chateado.
Avery deu uma risadinha.
— Não acho que eu deva ser usado como modelo
universal para os irmãos, Kari.
Kari fungou.
— Por que não? Você é perfeito.
Avery revirou os olhos e virou-se para Meryn.
— Que tal continuar fazendo o que tem feito?
Meryn balançou a cabeça.
— Não, porque isso é coisa de minions e Bebês Keelan.
Precisamos fazer coisas de irmão agora.
Jaxon riu enquanto Noah e os gêmeos trocavam olhares.
Finalmente Neil falou:
— Na verdade, Meryn, suas coisas de minions e Bebês
Keelan são coisas de irmão, você simplesmente não sabia como
chamar na época.
Jaxon assentiu.
— Ele está certo. Jogar no Xbox, projetar brinquedos
tecnológicos, implementar planos de dominação mundial e
assistir compulsivamente programas na Netflix enquanto

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comemos besteira são atividades praticamente essenciais para
os irmãos.
Neil virou-se para a tela.
— Quais programas estão assistindo?
Noah praticamente começou a pular em seu assento.
— Bem, desde que a Netflix abandonou Doctor Who,
estamos assistindo Supernatural.
— O que? — Meryn sussurrou.
— Estamos três temporadas atrasados. Nosso cabo
estava irregular antes da Meryn chegar, — disse Neil.
— O que? — Meryn ofegou baixo.
Kari ficou preocupada quando Ryuu correu para o lado
dela e começou a esfregar suas costas.
— Vai ficar tudo bem, denka.
— Oh, merda! Ela não sabia, — Jaxon assobiou.
— Tudo está perdido! — Meryn gemeu alto, jogando as
mãos no ar.
Neil virou-se para Jaxon e Noah.
— O que fazemos?
Os olhos de Noah estavam arregalados enquanto ele
balançava a cabeça, impotente.
— Eu não sei. Isso é importante! Encontre chocolate, café,
Cheetos para ela, qualquer coisa!
Avery olhou para Kari, com preocupação no rosto.
— Kari, ajude-a.
Kari se aproximou e desprendeu o walkie-talkie da bolsa
de nerd de Meryn.
— Hmm, olá?

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Alanea Alder
— Aqui é o Adriel. Kari, é você? Está tudo bem?
Kari analisou o colapso épico de Meryn.
— Na verdade não. Meryn acabou de descobrir que a
Netflix abandonou Doctor Who.
Após um segundo de silêncio, a voz de Bethy surgiu no
walkie-talkie.
— Oh meus deuses! Kari, você pode, por favor, levá-la de
volta aos aposentos do meu tio? Encontro você lá. Vou fazer o
Sebastian preparar um pouco de Pudim Mágico para ela. Acho
que tenho alguns clássicos do Who em DVD. Vamos
aconchega-la e eu vou procurá-los.
— O mundo é um lugar mais sombrio. Como isso pôde
acontecer?! É uma conspiração! O mal criou raízes no mundo!
— Meryn falou.
— Certo. Vou levá-la para lá. — Kari abaixou o walkie-
talkie. — Avery, Ryuu, leve Meryn de volta para os aposentos
de Magnus. Neil, Nigel, vá encontrar a Bethy e a ajudem a
vasculhar o armazenamento. Ela está grávida e algumas
daquelas caixas podem ser pesadas. — Ela olhou para Noah e
Jaxon. — Vocês dois descubram se Doctor Who está disponível
em qualquer outra fonte de streaming on-line; se não, peguem
o cartão de crédito do Aiden e comprem todas as temporadas
disponíveis no iTunes. — Ela colocou as mãos nos quadris.
Eles apenas a encararam. — Hoje, senhores!
Imediatamente, os seis homens começaram a se mover.
Ryuu inclinou a cabeça.
— Você tem meus agradecimentos.

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Alanea Alder
Noah e Jaxon se desconectaram do Skype quando
começaram a trabalhar. Nigel e Neil saíram correndo para
ajudar Bethy, e Avery e Ryuu estavam gentilmente
convencendo Meryn a voltar aos aposentos de Magnus.
Kari caminhou atrás deles, sorrindo para o jeito que Avery
acalmava sua nova amiga. Ele era a alma mais doce que ela já
conhecera. No segundo que ele se conectou com Meryn a
tornou da família, no que dizia respeito a Kari, então ela estava
disposta a fazer o que fosse necessário para fazer a humana
louca feliz, mesmo que apenas para manter Avery sorrindo.
Bethy os encontrou na porta. Um homem de aparência
ansiosa espiou detrás dela.
— Pobrezinha! Está tendo uma semana difícil, não é? —
Bethy disse com uma voz simpática.
Meryn parou com tudo e olhou para sua irmã adotiva.
Seu lábio inferior começou a tremer e os olhos de Bethy se
arregalaram. Antes que alguém soubesse o que estava
acontecendo, Meryn entrou em um completo colapso nuclear.
Bethy ficou imediatamente ao seu lado, passando os
braços em volta dela.
— Shsssh, querida, está tudo bem.
Meryn apenas balançou a cabeça.
— É escuro! E eu odeio aqui! Agora não posso assistir
Doctor Who e essa era a minha fuga! Sinto falta de Noah, Jaxon,
Penny e Amelia, mesmo ela me abraçando! — O lamento mal
coerente de Meryn ecoou pelos corredores de pedra. Uma
pequena luz começou a zumbir em volta de sua cabeça. Ryuu

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Alanea Alder
ficou perto da lateral de Meryn, com a mão no seu pulso. Uma
leve luz azul brilhava em seus dedos.
Bethy fungou quando seus olhos começaram a
lacrimejar.
— Eu sei; eu sinto falta de casa também.
Kari viu incrédula quando Bethy começou a desmoronar
ao lado de Meryn. Avery torceu as mãos enquanto saltava de
pé em pé, em pânico.
Kari caminhou até a porta.
— Seu nome?
O homem piscou.
— Meu nome é Sebastian, eu sou o escudeiro Rioux.
— Ótimo. Vamos levar essas duas para algum lugar
quente e confortável. Onde seria o melhor lugar?
Ele desviou os olhos das mulheres chateadas.
— Meryn tem usado a sala de mídia dos quartos de
hóspedes para relaxar. Vou levá-las para lá e acender a lareira.
— Lareira? — Kari perguntou.
— Lareira a gás sem ventilação. Faz maravilhas para
acabar com o frio quando está frio. — Sebastian estava prestes
a se aproximar de suas duas incumbências quando Gavriel
apareceu atrás dele.
Ele deu uma olhada nas duas mulheres e seus olhos
ficaram vermelhos e seu corpo começou a se expandir.
— Se outro desses vampiros idiotas, parasitas e
bajuladores as perturbou, eu arrancarei membro por membro
deles.
Avery virou-se e estremeceu.

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Alanea Alder
— Meryn descobriu que a Netflix abandonou Doctor Who
e a Bethy começou a chorar quando a Meryn começou.
Gavriel respirou fundo e lentamente começou a relaxar
até o tamanho original, embora seus olhos continuassem
vermelhos. Ele se aproximou e puxou as duas mulheres contra
seu corpo. Bethy e Meryn enterraram seus rostos no peito dele.
— Calma, zain'ka moya, solnyshko moya, eu estou com
vocês agora. Vamos nos aquecer e comer o Pudim Mágico do
Sebastian; as coisas não são tão sombrias quanto podem
parecer. — Gavriel beijou gentilmente as duas mulheres no
topo de suas cabeças e as guiou para dentro, Ryuu logo atrás.
Avery foi até Kari; eles se entreolharam, sem saber se deveriam
segui-los.
Sebastian reapareceu na porta, sorrindo.
— Por favor, entrem. Fiz um bule de chá fresco, tenho
certeza de que uma xícara faria bem a vocês dois.
Avery assentiu, mas Kari balançou a cabeça. Ela
gentilmente empurrou Avery na frente de si, entregando-lhe o
walkie-talkie.
— Cuide de suas novas amigas. Eu ainda tenho trabalho
a fazer no escritório de Magnus, além de que eu gostaria de
falar de verdade com meu companheiro hoje em algum
momento, sem que ele esteja atolado de drogas.
Avery deu um passo, depois girou sobre os calcanhares e
se jogou nela. Ela o abraçou com força.
— Te amo, Kari, — ele sussurrou.
— Também te amo, garoto. Vá relaxar e ajude aquelas
duas a sorrirem de novo, sim?

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Alanea Alder
Avery se afastou.
— Certo!
Kari encontrou os olhos de Sebastian. Ele piscou um olho
e assentiu. Sentindo-se melhor agora que o escudeiro estava
cuidando de seu irmão, ela começou a refazer seus passos,
voltando para o escritório onde passaria a maior parte do
tempo.
*****
Kari abriu a porta do escritório de Magnus; os dois
homens pareciam absolutamente exaustos. Quando
começaram a se levantar, ela acenou para que se sentassem
novamente.
— Então, deduzo pelas suas expressões, que o telefonema
com Rex Lionhart correu bem? — Kari entrou na sala e fechou
a porta atrás de si.
Aiden gemeu e esfregou o rosto com as mãos.
— Ele lidou com isso tão bem quanto eu lidaria se
tivessem ferido meu irmão mais novo.
Magnus assentiu.
— Não consigo imaginar receber um telefonema como
esse sobre o Caspian.
Kari inclinou a cabeça para um lado.
— O seu walkie-talkie está desligado? — ela perguntou a
Aiden.
Os olhos de Aiden se estreitaram.
— Por quê?
Kari respirou fundo.

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Alanea Alder
— A Meryn... — ela fez uma pausa, sem saber como
explicar o que acontecera. — Aconteceu mais cedo. Ela
descobriu que Doctor Who não está mais na Netflix e não lidou
bem com isso. — Kari viu como cada grama de cor se esvaiu
do rosto de Aiden.
Ele ficou em pé subitamente.
— Eu tenho que ir vê-la. — Seus olhos percorreram a
sala. — Eu preciso do Bart! O Bart saberia o que fazer.
— Quem é Bart? — perguntou Magnus.
— Ele é um velho humano que administra a loja perto de
Lycaonia. Ele é especialista em todas as coisas femininas.
Magnus sorriu.
— Ele parece um humano extraordinário.
Aiden rodeou a mesa e foi em direção à porta. Ele parou
e virou-se para Magnus.
— Existe um lugar para comprar chocolate aqui? — ele
perguntou.
Magnus assentiu, apontando um dedo para o teto.
— Nível Seis, procure o Pierre. Ele lida estritamente com
chocolate importado.
Aiden exalou aliviado quando o ar saiu de seus pulmões.
— Chocolate conserta tudo, — ele disse seriamente e
então abriu a porta e saiu.
— Eu realmente acho que ele acredita nisso, — disse Kari,
mais para si mesma do que qualquer coisa. Magnus riu.
— O chocolate ajudará um homem assim a percorrer um
longo caminho, — ele brincou.

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Alanea Alder
— Magnus, eu odeio perguntar, mas tem como eu visitar
o Declan? — Kari não queria dar a impressão de que não queria
sua nova posição, mas tudo nela estava lutando para ir ver
Declan desde o momento em que ela saiu de seu lado.
Certamente agora ele tinha que ter saído da cirurgia.
Magnus se levantou.
— Claro, você não é uma prisioneira aqui. Na verdade, se
puder esperar um momento, eu gostaria que você viesse
comigo para cumprimentar o Rex quando ele chegar. Nós três
podemos visitar o Declan juntos.
Kari soltou o fôlego que não sabia que estava segurando.
— Isso seria maravilhoso.
Magnus foi até ela e colocou uma mão em cada um de
seus ombros.
— Kari, eu sei que passou por muita coisa hoje, e você
lidou com isso lindamente. Do que precisar, não tenha medo
de pedir. Eu sei exatamente como você é um grande presente
da Destino, não apenas para o Declan, mas para mim também.
Acredito que você é desesperadamente necessária na cidade,
especialmente agora.
Seu elogio sincero a fez sorrir.
— Obrigada, Magnus.
Magnus abaixou as mãos e sorriu.
— É o mínimo que posso fazer por alguém que vai me
ajudar a administrar a cidade.
Kari deu um sorriso maligno e balançou o dedo de um
lado ao outro.

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Alanea Alder
— Oh, eu não vou administrar a cidade. — Ele a olhou,
intrigado. — Eu vou administrar você. — Ela deu um tapinha
em sua bochecha quando ele gemeu. — Se anime, eu não matei
ninguém... ainda. — Ela lhe piscou um olho.
Ele jogou a cabeça para trás e riu. Ele se endireitou e
ofereceu-lhe o braço. Ela aceitou e eles saíram do escritório
juntos e foram para o Nível Seis.
Kari poderia ter reconhecido Rex Lionhart dentre mil
pessoas; ele parecia muito com o irmão.
Rex caminhou diretamente até eles e cumprimentou
Magnus.
— Príncipe Magnus, — disse ele de forma breve.
Magnus assentiu.
— Ancião Lionhart, — ele respondeu da mesma maneira
brusca.
Rex rosnou baixo, sua impaciência desvirtuando-o.
— Não tenho tempo para gentilezas; estou aqui para ver
meu irmão.
Magnus inclinou a cabeça, um pequeno sorriso nos
lábios.
— Claro, mas permita que seja eu que lhe apresente sua
nova irmã. — Ele deu um passo atrás e apontou para Kari. —
Rex Lionhart, eu gostaria que você conhecesse Kari Delaney,
companheira de Declan. — A cabeça de Rex estalou na direção
dela tão rapidamente que ela pensou que ele se machucaria.
Um sorriso largo e caloroso mudou completamente seu rosto
e, sem hesitar, ele a puxou para um abraço enorme,

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Alanea Alder
apertando-a com tanta força que ela pensou que sua espinha
poderia quebrar. Ele a girou, rindo antes de colocá-la no chão.
— Uma companheira? Meu irmão? Pelos deuses! Estava
na hora. Mal posso esperar para conhecê-la melhor, mas se
você é como eu, aposto que está morrendo de vontade de vê-lo
também.
Kari assentiu.
— Sim. Sim, na verdade, estou.
Rex fez uma reverência régia e ofereceu-lhe o braço.
— Bem, moça bonita, se me escoltar até o Nível Um onde
meu irmão está, talvez nós dois pudéssemos vê-lo.
— Acho que agora não valho nada, — ponderou Magnus.
A expressão de Rex ficou confusa.
— Você normalmente não fala assim. Você geralmente é
tão formal que luto contra o desejo de espetá-lo com um
alfinete. O que te mudou?
Magnus olhou em volta e depois indicou o túnel de
transporte.
— Tenho muito a lhe dizer, talvez mais tarde, quando
estivermos no meu escritório.
Rex assentiu e os três desceram o túnel e voltaram ao
Nível Um. Kari estava tão nervosa que não sabia o que fazer.
Ela nem tinha pensado em sogros e aqui estava ela, ao lado de
um novo irmão. Magnus bateu na porta e eles entraram.
O médico estava sentado em uma cadeira ao lado da
cama, fazendo anotações em um formulário na prancheta em
seu colo.
Declan abriu os olhos e sorriu.

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— Minha companheira. Você é tão bonita quanto me
lembro. Por um momento eu temi que tivesse sonhado com
você. — Ele apontou com o polegar para o curandeiro. — O
médico me garantiu que você era real, mas eu queria ver por
mim mesmo.
Kari corou.
— É bom poder falar com você quando não está drogado.
Declan estremeceu e esfregou o estômago.
— Estou melhorando, — ele brincou.
Kari revirou os olhos.
— Você seria mesmo um fã de Monty Python2.
Ele deu de ombros.
— Culpe o Colton Albright, ele me apresentou ao cinema.
Por que não vem aqui e senta ao meu lado? — ele sugeriu,
dando um tapinha na cama.
Kari foi até ele e, em vez de se sentar na lateral da cama,
sentou-se na cadeira do outro lado da cama, em frente ao
médico. Declan praticamente virou de lado para encará-la.
Todo o seu rosto estava iluminado com um sorriso que não
diminuíra desde que entraram pela porta.
— Não acredito que os deuses me deram esse anjo.
Uma garganta pigarreou.
— E deuses, o aroma! — ele continuou, respirando fundo.
A garganta pigarreou novamente.
— Então, me conte tudo sobre você, — pediu Declan,
ignorando Rex.

2
Monty Python é um grupo de comédia britânico, criadores e intérpretes da série de 1969, Monty
Python’s Flying Circus.

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Rex foi até o pé da cama.
— Que bom que você deu as boas-vindas ao seu irmão,
— ele criticou.
Declan lançou um olhar de soslaio para o irmão.
— Olá, Rex, como você está? — ele perguntou
obedientemente. Quando Declan voltou sua atenção para Kari,
Rex colocou a mão sob o lençol. Segundos depois, Declan uivou
alto.
O médico deixou cair a prancheta e ficou em pé, furioso.
— O que você está fazendo com o meu paciente? — ele
demandou.
Rex limpou os dedos no terno e, à luz, pequenos pelos
dourados flutuaram em direção ao chão.
— Apenas chamando a atenção dele, — ele informou o
curandeiro agitado.
Declan levantou a perna e começou a esfrega-la.
— Você arrancou os pelos da minha perna.
Rex jogou um olhar perverso no irmão.
— Nem todos; deixe de ser um bebêzão.
Kari cobriu a boca com a mão para esconder o sorriso.
Mesmo que suas aparências não anunciassem a todos que
eram irmãos, suas ações definitivamente o fariam.
— Isso é tudo o que você tem a dizer ao seu irmão que
veio aqui para ver como você estava? — Rex perguntou.
Declan abaixou a perna.
— Eu estou bem.
Rex cruzou os braços.

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— Ouvi dizer que você quase morreu. Você ligou para o
pai? Para a mãe?
Declan balançou a cabeça.
— Eu meio que estava inconsciente, depois em cirurgia e
depois inconsciente de novo. Acabei de acordar, então não,
ainda não liguei para o pai.
À menção da cirurgia, os olhos de Rex se suavizaram.
— Você está realmente bem?
Declan assentiu, abaixando a cabeça.
— Sim, Imão.
— Ok. — Rex sorriu com o termo Imão.
Kari olhou o companheiro.
— Imão?
Declan sorriu maldosamente.
— Eu não conseguia dizer irmão quando criança.
— Isso é tão fofo! — ela jorrou.
Embora ele fingisse ser indiferente, Rex sorria. Ela
conseguia perceber que ele gostava do termo afetuoso.
— Tente não agitar meu paciente. Ele precisa ficar quieto
pelas próximas horas, — o médico bufou, pegando sua
prancheta antes de se sentar novamente.
Rex ignorou o médico.
— Sabe, um assento de Ancião pode ficar disponível em
Storm Keep, — começou Rex.
— Não, — disse Declan, curto.
Rex fez uma careta.
— Você nem me deixou terminar.

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— Eu não preciso. Eu sei que não quero me tornar um
Ancião; nunca quis me tornar um Ancião. Eu odeio política,
mas de alguma forma, sempre pareço me encontrar no meio
dessas situações.
— Talvez se você se tornasse um Ancião, não acabaria
cortado mediando disputas entre duas facções que deveriam
ser mais espertas, — disse Rex, cada palavra brusca.
Declan cruzou os braços.
— Gosto do que faço aqui. Ajudo as pessoas. Isso é tudo
que sempre quis fazer.
— Eu só quero mantê-lo seguro, irmãozinho, — admitiu
Rex.
Declan assentiu.
— Eu sei, mas me manter seguro e cuidar da minha vida
são duas coisas diferentes.
— Eu não quero cuidar da sua vida, Declan. Apenas
garantir que você seja feliz.
Declan a olhou e piscou um olho.
— Algo me diz que vou ser muito feliz, — ele a olhou com
desejo.
Ela levantou uma sobrancelha.
— Veremos, — disse ela, sem se comprometer.
Rex riu.
— Parece que você conseguiu uma mulher inteligente,
Declan. — Ele parou e deu tapinhas no próprio queixo. — Sabe
de uma coisa? Como presente de acasalamento para vocês
dois, vou ligar para o pai e avisar o que aconteceu. Vou mediar
durante o tempo que estiver aqui.

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O rosto de Declan se tornou uma máscara de descrença.
— Sério? Você faria isso por mim?
Rex sacudiu o dedão do pé de Declan, fazendo-o
estremecer novamente.
— Claro. Tenho a sensação de que ficarei aqui por mais
alguns dias. — Ele levantou uma sobrancelha para Magnus. —
Alguém ainda precisa me explicar como todo esse desastre
aconteceu.
— Suponho que essa seja a minha deixa para convidá-lo
de volta ao meu escritório para receber uma explicação, —
disse Magnus.
Rex inclinou a cabeça.
— Isso seria muito apreciado.
Kari não sabia o que fazer. Ela deveria estar lá com eles
para ajudar a documentar tudo o que fosse dito ou qualquer
acordo feito, mas ela relutava em deixar o lado de Declan.
— Kari? — Magnus falou seu nome suavemente.
Quando ela o olhou, ele piscou um olho para ela.
— Você não precisa começar por alguns dias. Tire um
tempo para conhecer seu companheiro.
— No entanto, esperaremos vocês dois no jantar, — Rex
falou por cima do ombro enquanto saía da sala.
Magnus encontrou os olhos dela e revirou os dele
lentamente.
— Sim, claro que vocês dois são bem-vindos no jantar. —
Ele acenou e saiu atrás de Rex.
A porta se fechou e Kari olhou para o companheiro.
— Então?

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— É. — Ele esfregou a nuca.
— Bem, isso não poderia ficar mais dolorosamente
desconfortável, — disse o médico, ficando de pé.
Kari e Declan sorriram de lado um para o outro.
— Bem, se meus serviços não forem mais necessários...
— O médico se levantou.
— Só um momento, doutor, se puder. Fiquei me
perguntando se existe um tratamento para a saudade de casa?
— ela perguntou.
Ele piscou.
— Você quer dizer saudade de verdade?
Ela assentiu.
— Meryn, a companheira do Comandante da Unidade,
teve uma espécie de colapso mais cedo e eu estou preocupada
com ela, já que está grávida.
As sobrancelhas do médico se juntaram, uma carranca
dominando seu rosto.
— Qualquer tipo de emoção intensificada pode aumentar
o açúcar e a pressão sanguínea; nenhum dos dois são bons
para uma mulher quando ela está grávida. Devemos fazer todo
o possível para garantir que ela permaneça saudável para o
bebê. — Ele mordeu o lábio inferior por um momento. — Vou
passar por lá e garantir que esteja bem. No mínimo, eu poderia
dar a ela uma dose baixa de sedativo. Tenho a sensação de que
ela está sendo afetada da mesma maneira que as crianças
shifter.
— Crianças shifter? — Kari e Declan perguntaram ao
mesmo tempo.

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O médico assentiu.
— Como o Ancião Lionhart, eu ficarei aqui alguns dias
também. Enquanto Declan estava se recuperando, alguns pais
shifters preocupados vieram aqui para me perguntar se eu
poderia dar uma olhada em seus filhos. Algumas das crianças
shifter estão letárgicas, desanimadas e chorosas. Tenho a
sensação de que elas, como sua Meryn, estão apenas sentindo
falta de casa.
— Pode ser por causa do subsolo para as crianças shifter,
— ofereceu Declan.
O médico estalou os dedos
— Claro. Eu tinha me esquecido completamente disso.
Kari olhou de um para o outro.
— O que estou perdendo? — ela perguntou.
Declan estremeceu enquanto ajeitava o travesseiro, antes
de responder:
— A maioria dos shifters e fae tem dificuldade em Noctem
Falls. A falta de luz do dia, plantas, sol e vento os afeta muito.
O médico colocou a prancheta debaixo do braço.
— Os fae e shifters são criaturas da terra. Farei
recomendações aos pais para encontrar uma maneira de levar
as crianças à superfície por uma hora mais ou menos.
Declan assentiu com a ideia.
— Encontre o líder da unidade, Adriel Aristaios; ele pode
fazer arranjos com os outros guerreiros fae e shifter da unidade
para levarem as crianças lá para cima por um tempo. — Ele se
virou para Kari. — Mesmo nós, guerreiros da unidade,
precisamos nos revezar na patrulha lá em cima. Ficar no

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subsolo por muito tempo pode nos afetar, não consigo
imaginar o que isso está fazendo com os bebês.
— Eu não tinha ideia, — disse ela.
— Obrigado por sua sugestão, Declan. Te vejo amanhã.
— Ele sorriu. — Eu sei que são recém-acasalados, mas nada
de gracinha até eu te liberar para atividades extracurriculares.
Não há restrições alimentares, então divirta-se no jantar. —
Ele apontou um dedo para ela. — E não se alimente dele até
eu liberar.
Ela olhou para as mãos, corando. Declan riu. Quando ela
ouviu a porta fechar, ela o olhou.
— Eu conheço o homem dos meus sonhos, não posso me
alimentar, não posso fazer sexo, e nosso primeiro encontro
será um jantar terrivelmente desagradável e politicamente
carregado com seu irmão e meu novo chefe. — Ela fechou os
olhos e inclinou a cabeça para trás. — Encantador.
— Homem dos seus sonhos, hein? — seu companheiro
disse, parecendo convencido. Houve um breve silêncio. —
Espere... chefe?

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Alanea Alder
Capítulo 5

Kari manteve as mãos no colo.


— Quando eu estava surtando por causa do seu
ferimento, o Avery sugeriu que eu ajudasse a organizar o
escritório do Magnus para me centralizar.
— Quem é Avery?
— Meu irmão mais novo.
Declan coçou a cabeça.
— O carinha de cabelos loiros e olhos azuis? Meio
adorável?
Kari riu.
— Ele mesmo, e por favor, não deixe que ele ouça você
dizer isso; ele ficaria arrasado.
Declan sorriu.
— Você estava triste?
Kari cutucou-o no braço.
— Eu vi seus intestinos, Declan. Como você se sentiria se
fosse eu?

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Quando ele registrou suas palavras, ela viu seus olhos
ficarem de uma cor dourada acastanhada. Quando seus lábios
se repuxaram, seus caninos ficaram visíveis. Ela levantou uma
sobrancelha. Ele grunhiu e respirou fundo repetidamente.
— De qualquer forma, sim, fiquei perturbada com a sua
lesão, então comecei a desmantelar o escritório do Magnus.
— Magnus, é? — Declan perguntou, referindo-se ao uso
do primeiro nome do príncipe. Ela deu de ombros.
— Ele me deu permissão para usar seu nome; ele gosta
de mim. — Sentindo-se brincalhona, ela lhe mostrou a língua.
Ele mostrou a dele em retaliação. Ambos riram. Declan ergueu
os braços, com apenas um leve estremecimento e os apoiou
atrás da cabeça.
— Você destrói os escritórios dos governantes para
ganhar a vida? — ele perguntou, irreverentemente.
— Na verdade, sim, — ela confessou.
— Sério?
— Sim. Quando eu era mais jovem, comecei a trabalhar
como secretária e depois como assistente pessoal. A coisa que
eu mais odiava era que assim que eu estava aprendendo o
sistema, eu tinha que mudar de emprego. Então comecei uma
empresa que não apenas treina assistentes pessoais, mas
também os homens e mulheres que os empregam. Ambos são
treinados nos mesmos métodos; dessa forma, nunca há
desentendimentos ou expectativas diferentes. Mais da metade
do tempo, os chefes não tem ideia do que pedir de seus
assistentes. Para eles, assistentes pessoais, secretárias e
esquilos são a mesma coisa.

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— Isso é brilhante! Estou surpreso que ninguém tenha
pensado em fazer as coisas dessa maneira antes, — Declan
balançou a cabeça em descrença.
— Nem é preciso dizer que tivemos muito sucesso.
Comecei treinando minha equipe principal de assistentes
pessoais em vários métodos de organização, deportação,
negócios, economia, comunicação, linguagem, direito
comercial e política externa.
— Só isso? — Declan brincou.
Ela deu uma piscadela.
— Eles se tornaram os primeiros a treinar presidentes e
CEOs de empresas. Enquanto eles estavam ocupados fazendo
negócios, eu peguei um grupo de candidatos a quem foram
ensinados basicamente as mesmas coisas, exceto que eu
adicionei itens como planejamento de eventos, angariação de
fundos, obras de caridade e assim por diante. Eles foram
preparados para se misturar a qualquer ambiente profissional.
Quando os CEOs ficaram prontos, tínhamos assistentes
pessoais lhes esperando. O grupo principal então se ramificou
e assumiu novos contratos enquanto alguns permaneceram
em nosso escritório filial para assumir o treinamento.
— Deuses, o príncipe precisa de alguém como você
desesperadamente.
— Eu sei, — ela estremeceu. — Você deveria ver a pilha
de notas de bloco de notas dele.
Ele abaixou os braços e estendeu a mão para pegar a mão
dela.
— Minha pobre generalzinha.

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Ela sorriu com o apelido carinhoso dele.
— Eu devo te chamar de Simba também?
Ele fez uma careta.
— Eu fiz isso para animar a Meryn. Ela está meio triste
ultimamente. Ela realmente teve um colapso?
— Sim, coitadinha.
— Ela já te encantou? — ele perguntou, entendendo sua
simpatia.
— Ela entende o Avery. Ele se ilumina ao seu redor e é
puxado para conversas.
— Por que seria importante que ela o entendesse? —
perguntou Declan.
— Porque Avery é especial. Ele tem um QI de gênio, mas
a ingenuidade de uma criança. Eu tive que protegê-lo desde
que o encontrei, dez anos atrás.
— Protegê-lo de quê? — Declan rosnou.
— Quando conheci o Avery, ele estava sendo pressionado,
contra a parede de um beco em Chicago, a aceitar um emprego
como prostituto. — Declan começou a rosnar ainda mais alto.
Kari sorriu. — Não é necessário dizer que ele está comigo desde
então.
— Então você cuida dele?
— Sim e não. Ele tem uma memória fotográfica. Há uma
razão pela qual eu o mantive como meu assistente pessoal. Ele
é um gênio com números; ele faz toda a minha contabilidade e
folha de pagamento. Além disso, ele é como um Rolodex e
Google ambulante. Ele cuida de mim tanto quanto eu cuido
dele.

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Declan assobiou baixo.
— Isso é impressionante.
Kari sorriu.
— Sim, ele é. Então, você é o segundo em comando aqui?
— Sim, eu ajudo Adriel a comandar as unidades aqui em
Noctem Falls.
— Magnus me contou sobre seus irmãos. Deve ser bom
ter uma família tão grande, — ela comentou melancolicamente.
— Ela tem seus bons momentos. Rex é o mais velho,
depois eu e depois Ari. Meu pai é o Ancião em Éire Danu, e Ari
ficou para trás com ele para servir como segundo em comando
do Brennus, o consorte da rainha. Eu vim aqui para Noctem
Falls. Na época, Rex estava aberto a promoção para trabalhar
com a rainha, mas depois que me transferi, ele testou as águas
e se tornou o Ancião aqui. Acho que ele só queria me espionar.
Kari revirou os olhos.
— Ou pode ser que ele seja seu irmão mais velho e se
importe com você.
Declan deu de ombros.
— Pode ser.
Kari olhou para o companheiro.
— Você tem uma síndrome típica do filho do meio. É por
isso que é um mediador natural.
Declan pensou sobre isso.
— Eu consigo ver isso. Faz muito sentido quando você diz
assim.
— Você tem amigos aqui na cidade? — ela perguntou.

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— Alguns. Eu saio principalmente com os guerreiros da
Unidade Eta e alguns dos guerreiros das outras unidades.
Antes de Aiden, Meryn, Gavriel e Bethy chegarem à cidade,
nosso trabalho consistia em uma simples patrulha e então
ficávamos livres para ir atrás dos nossos próprios
passatempos. Desde que eles chegaram, é um pouco diferente.
Tem havido mais camaradagem, cuidados uns com os outros
e conversas entre os guerreiros. Na Eta, nós sempre ficávamos
um pouco fechados; simplesmente nunca sabíamos como falar
com Adriel.
"Eu sabia que ele era um cara legal, porque eu trabalho
mais com ele, mas é quase como se ele mantivesse essa
máscara porque sentia que precisava, e eu posso ver o porquê.
A política na cidade dita que se você é um vampiro de qualquer
posição, não pode se misturar com os plebeus. Foi assim que
Adriel foi criado. As Famílias Fundadoras acreditam que, por
ele ser o Líder da Unidade, deve manter distância de seus
homens.
"Eu sabia que ele nunca quis isso, mas não foi até a Eva
chegar que seu casulo começou a rachar. Juro pelos deuses,
ontem, ele fez uma piada, — disse Declan animadamente.
Kari sorriu.
— É realmente tão importante que ele tenha contado uma
piada?
Declan assentiu com entusiasmo.
— Sim, ele tenta tanto manter suas emoções escondidas
que, toda vez que ele comete um deslize, sorrindo, rindo ou
ficando bravo, é como se ele estivesse nos deixando vê-lo. Acho

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que os caras se reuniram mais na semana passada do que na
década passada.
— É verdade que todos vocês moram em casas separadas
no Nível da Unidade?
Ele a olhou com estranheza.
— Isso é uma entrevista? — ele perguntou ironicamente.
Ela estremeceu.
— Desculpe, eu tendo a voltar ao modo autoritário
quando fico nervosa. E conduzir entrevistas é geralmente o
modo como faço para conhecer as pessoas.
— Pessoas? Você quer dizer funcionários, e seus amigos?
Kari apenas olhou para baixo.
— Eu nunca tive muitos amigos, exceto Avery e Law.
As sobrancelhas de Declan se juntaram.
— Law? Law? De onde conheço esse nome?
Kari deu de ombros.
— Law foi quem me fez vir para Noctem Falls; ele estava
preocupado que algo pudesse acontecer porque Avery e eu
vivemos sozinhos.
Declan assentiu em aprovação.
— Essa parece uma boa ideia. Fico feliz que ele tenha
enviado você para nós. Em breve, não poderemos acolher
muito mais refugiados.
Kari assentiu.
— Isso foi o que ele me disse também.
Declan estava assentindo, e então parou.
— Espere um minuto, eu te deixo nervosa? — ele
perguntou.

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Ela o olhou sem rodeios.
— Você sabe que sim.
Declan abriu a boca para falar quando a porta se abriu.
Os dois se viraram quando Magnus e Adriel entraram.
Adriel olhou de Declan para ela.
— Lamento interromper, mas estávamos indo para os
alojamentos agora e gostaríamos de ajudá-la a acomodá-lo. —
Atrás deles, Etain e Grant entraram. Mais uma vez, Kari foi
lembrada de quão extremamente grandes eram os guerreiros.
Com Etain de um lado de Declan e Grant do outro, eles
gentilmente começaram a levantá-lo da cama. Eles passaram
seus braços em volta dos ombros e o carregaram para frente.
Grant resmungou:
— Cara, você precisa parar com as tortas de carne do
velho Richter, — ele brincou.
Declan balançou a cabeça.
— De jeito nenhum, elas são boas demais.
Etain trocou o peso de lugar.
— Você é pesado.
— É tudo músculo, — protestou Declan.
Magnus passou o braço pelo dela e eles caminharam
atrás dos homens, saindo do laboratório de Broderick e da
enfermaria em direção aos aposentos.
Sebastian os encontrou na porta e assentiu.
— Movemos as damas para o quarto de Aiden e Meryn,
para que a pequena Meryn pudesse se deitar.
— Obrigado, Sebastian, — disse Magnus assentindo.

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Eles passaram por uma antecâmara de aparência muito
elegante antes de descer por um longo corredor.
Magnus apontou.
— Estes são os quartos de hóspedes. Meryn e Aiden estão
no quarto de hóspedes à direita. Colocamos você e Avery no
primeiro à esquerda e os ajeitamos para que Declan fique no
último quarto à esquerda, próximo ao seu.
Enquanto passavam pelo quarto que Meryn e Aiden
estavam compartilhando, pessoas começaram a sair. Gavriel,
doutor St. John, Kuruk e Aiden saíram do quarto para o
corredor.
— Como elas estão? — Kari perguntou.
O médico esfregou a nuca.
— Bethy e Meryn estão melhor. Bethy mais do que Meryn
já que foi criada aqui. Mas Meryn está exausta, deprimida e
experimentando mudanças de humor não apenas devido à
gravidez, mas também pela falta de sol. Acho que ela está
experimentando o que os humanos chamam de SAD em inglês,
transtorno afetivo sazonal.
Gavriel olhou para cima.
— Acredito que Meryn não está acostumada a lidar com
tantas emoções. Em Lycaonia, os aposentos são espalhados,
mas aqui, os níveis estão empilhados um sobre o outro. Ela
não está recebendo alívio, especialmente com as crianças
também sendo afetadas pelas cavernas. É seguro dizer que ela
está vivenciando tudo multiplicado.
— Ela também não tem dormido muito, — acrescentou
Declan.

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O médico assentiu.
— Como as crianças, ela pode simplesmente precisar de
um pouco de ar livre e luz do sol.
Magnus avançou imediatamente, parecendo preocupado.
— O que há de errado com as crianças?
Dr. St. John virou-se para ele.
— Elas estão experimentando os mesmos sintomas que
Meryn, depressão leve, apatia, cansaço, mas não conseguem
dormir. Para crianças acostumadas a correr e brincar ao ar
livre, que têm animais que compartilham seus corpos, essas
cavernas não são o melhor ambiente para elas.
Magnus se virou.
— Adriel, por favor, organize uma viagem de campo para
as crianças e seus pais. Vou abrir os Jardins Reais no Nível
Um para eles, para que possam brincar lá o quanto quiserem.
Adriel assentiu.
— Essa é uma ótima ideia. Vou reunir guerreiros para
ajudar. Vou garantir que tenham guerreiros designados para
todas as famílias.
Declan pigarreou.
— Ei, doutor, está tudo bem eu me transformar para me
curar? Meu irmão está solicitando minha presença para o
jantar, e eu gostaria de poder me sentar reto.
O médico assentiu.
— Sim, tudo bem. Agora que você se curou um pouco,
suas habilidades de shifter podem ajudá-lo daqui para frente.
Declan virou-se para ela.

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— Se você ficar com frio, meu leão tem o pelo muito
quente.
Kari riu.
— E a Beth? — Gavriel perguntou, preocupado com sua
própria companheira.
Declan saiu do meio de Etain e Grant e puxou a mão dela.
— Ei, eu quero verificar a pequena ameaça antes de me
deitar, — ele sussurrou antes de bocejar.
— Tudo bem, — ela concordou. Eles se afastaram do
grupo enquanto o curandeiro explicava como Bethy estava
cansada por causa da gravidez, o que poderia ter sido agravado
pelo crescente estresse.
Kari ajudou Declan a entrar mancando no quarto. Meryn
estava deitada de bruços com a cabeça no travesseiro. Ryuu se
aproximou da cama quando Meryn começou a se virar e
resmungar.
Bethy pediu desculpas quando os viu.
— Sinto muito. Normalmente não sou tão emotiva assim,
mas odeio vê-la assim. — Nigel, Neil e Avery estavam sentados
à uma mesa segurando xícaras de chá e parecendo
preocupados.
Declan virou-se para Kari.
— Posso ajudá-la? — Ela levantou uma sobrancelha e ele
deu uma piscadela. Levantando a mão, ele a transformou em
uma garra. Kari percebeu que ele estava perguntando se estava
tudo bem ele se transformar e deitar-se com Meryn, e ela
assentiu. Declan se arrastou para a cama e sentou-se. Ele

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puxou Meryn do travesseiro, e ela o olhou com os olhos
vermelhos.
— Como você está aqui? Suas tripas estavam para fora,
— ela perguntou sem rodeios.
— Pois é, o Grant tirou fotos para mim; eu te mostro mais
tarde.
— Maneiro. — Meryn viu que ele estava sentado na cama
com ela com sua roupa do hospital. Os olhos dela se
arregalaram com uma pitada de animação. — Você dorme
comigo, por favor? — ela pediu.
Kari observou seu companheiro espiar por cima do
ombro. Pelo canto do olho, ela viu Aiden colocar a cabeça para
dentro do quarto. Kari quase podia ouvi-lo pensando:
“Vale a pena cutucar o urso? Eu poderia ser estraçalhado
ou pior, mas valeria a pena.”
— Eu não sei, Meryn. Seu companheiro está do lado de
fora, e você sabe que eu teria que ficar nu. Tem certeza? — ele
perguntou, sedutoramente.
Meryn deu um sorriso fraco.
— Por favor, eu preciso de você, — disse ela, brincando
junto. Rosnados e grunhidos estalaram atrás deles. Declan
ignorou Aiden e depois se transformou, deixando a roupa do
hospital rasgar. Ele começou a flexionar e alongar. Kari
conseguia ver que ele estava se sentindo muito melhor.
Os olhos de Meryn estavam arregalados quando ele pulou
de volta na cama. Ela enterrou o rosto pequeno no pelo dele,
as mãos minúsculas agarrando sua juba.
— Tão fofo! — Kari a ouviu murmurar.

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— Eu também sou fofo, Meryn, — disse Aiden, fazendo
beicinho. Ele ficou ao lado da cama, olhando carrancudo para
a pequena companheira.
Meryn balançou a cabeça, recuou e virou-se para o
companheiro.
— Não é o mesmo, você não é bom de ficar abraçadinho,
— Meryn se enfiou praticamente embaixo de Declan. Ela mal
estava visível enquanto se mexia, ficando confortável. Ela
voltou o rosto para o quarto. — Felix, você precisa entrar aqui;
ele é tão quente.
— Felix? — Kari perguntou. Segundos depois, um
pequeno elfo apareceu. Seus olhos verdes estavam vermelhos
de tanto chorar. — Um elfo? Aqui? — Kari perguntou,
completamente surpresa. Pelo que ouvira, os elfos nunca
saiam de Éire Danu.
Meryn deu um tapinha na cama.
— Felix, é melhor você ficar visível, não vai querer ser
esmagado. — Kari observou Felix andar pelo corpo comprido
de Declan e escolher um lugar em sua crina. Ele afagou um
pouco de pelo e, com muito cuidado, dobrou uma parte da juba
como um cobertor e ficou confortável.
— Não sou bom para ficar abraçadinho? Eu sou um urso!
— Aiden protestou ao lado deles.
Gavriel riu.
— Supere isso, Aiden; Meryn parece ser uma pessoa de
gatos. — Bethy se inclinou contra o companheiro. — Ela
também gosta do Colton, quando ele se transforma, — ela
acrescentou com um sorriso malicioso.

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— Não sou bom de ficar abraçadinho? — Aiden olhou ao
redor do quarto. — E os ursos de pelúcia? Eles são feitos para
parecer ursos! — Nigel e Neil riram. Meryn levantou a cabeça
e seus olhos pousaram em Avery.
— Vamos lá, você sabe que está cansado.
Os olhos de Avery foram para Kari, e ela assentiu com sua
hesitação. Ele se levantou e foi até a cama. Como Felix, o ar ao
seu redor brilhou antes que ele se encolhesse para a forma de
uma pequena raposa. No entanto, ao contrário de outros
shifters, suas roupas encolheram consigo. A pequena raposa
usava um suéter, calça e sapatos. Avery pulou na cama e se
aconchegou em torno de Felix. Os olhos de Bethy estavam
praticamente saindo da cabeça.
— Como ele fez isso?
Kari apontou para o pequeno amuleto preso às calças de
Avery.
— Foi um presente do meu irmão adotivo. Ele mima
terrivelmente o Avery.
Os olhos de Bethy estavam cheios de admiração.
— Eu poderia ter usado isso tantas vezes ao me
transformar.
— Vou ver se ele pode fazer outro amuleto, — ofereceu
Kari.
Sem ninguém falando, o som de ronrono e pequenos
roncos encheu a sala. Ryuu sorriu.
— Ela apagou.
Aiden cambaleou para a frente.

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— Graças aos deuses! Ela conseguiu dormir com a Eva
também. — Ele olhou para cima. — Falando no diabo.
Uma loira alta inclinou-se contra a porta.
— Parece que não sou necessária aqui afinal, Ryuu, —
disse a mulher caminhando até a cama.
Aiden sorriu.
— Eva, obrigado por ter vindo. Parece que ela só consegue
dormir bem quando está com você. Eu não sabia que o Declan
estava ajudando, — ele rosnou para o leão.
Adriel apontou para a recém-chegada.
— Kari, essa é Eva Mae Miller, minha companheira. Eva,
essa é Kari Delaney; ela é a companheira do Declan. — Eva lhe
assentiu, sorrindo.
O Dr. St. John foi até a cama e a olhou.
— Isso é interessante. Está provado que o nível de
decibéis no ronronar de gatos domésticos tem atributos
curativos para os seres humanos. Gostaria de saber se foram
realizados estudos com gatos maiores?
Bethy balançou a cabeça com a curiosidade dele.
— É melhor sairmos antes de acordá-la.
Ryuu sorriu.
— Todos os quatro estão dormindo tão pesado que duvido
que uma explosão no quarto ao lado os acorde.
Magnus colocou uma mão em seu ombro.
— Você deveria descansar também.
Ela balançou a cabeça, recusando.

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— Minha mente ainda está acelerada. Vou deixá-los
dormir por algumas horas e depois ajudarei Declan a se
preparar para o jantar.
Magnus gemeu.
— Eu tinha esquecido que o Rex está aqui. — Ele olhou
ao redor do quarto. — Onde ele está afinal?
Sebastian pigarreou.
— Eu o coloquei nos aposentos do Conselho aqui no Nível
Um. — Ele se virou para Kari. — É no extremo oposto do túnel
daqui, — explicou, principalmente por ela.
Bethy bocejou.
— Eu poderia tirar uma soneca, — ela olhou para a pilha
com desejo.
Gavriel a levantou e a empurrou gentilmente em direção
à porta.
— Eu sou tudo que você precisa. — Ele a conduziu para
fora do quarto. Ele parou na porta, olhando por cima do ombro.
— Nos vemos no jantar.
Aiden virou-se para Adriel.
— Vamos preparar os caras para os pequenos. Talvez eles
possam fazer exercícios de treinamento como fazemos com a
Penny, — ele sugeriu.
— Quem é Penny? — perguntou Magnus.
O rosto de Aiden se iluminou.
— Filha adotiva do Colton Albright. Ela é minha afilhada.
Ela tem apenas quatro anos e chutou a bunda dos caras em
alguns de nossos exercícios, — disse ele, radiante como se
fosse o papai orgulhoso.

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Kari desviou o rosto para que Aiden não a visse sorrindo;
ele era tão fofo.
Magnus riu.
— Eu adoraria conhecê-la.
Os olhos de Aiden se nublaram.
— Talvez devêssemos deixar a cidade se acalmar um
pouco primeiro.
Kari colocou a mão sobre a boca. Aiden estava no modo
de papai urso protetor.
— Você é tão adorável!
Aiden corou.
— Eu sou um guerreiro feroz.
— Você é fofinho, — ela brincou.
— Humph, — ele disse mal humoradamente.
Eva abriu os braços para conduzir todos até a porta.
— Eu cuido da baixinha; pode deixar. — Ela se virou para
os gêmeos. — Vá buscar seus livros. Vocês podem usar esse
tempo para estudar. — Eles gemeram e deitaram a cabeça na
mesa.
— Que assunto estão estudando? — Adriel perguntou.
— Táticas de batalha e manobras, — respondeu Neil. O
rosto de Nigel se iluminou quando ele se virou para Aiden.
— Talvez você possa nos ajudar, Comandante?
Aiden sorriu.
— Há apenas duas pessoas com pontuação melhor do que
a minha nessa matéria.
— Quem? — os gêmeos perguntaram juntos.

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— Meu pai, Byron McKenzie, que atualmente é o Ancião
shifter e ex-Comandante da Unidade. — Aiden fez uma pausa
sorrindo.
— Quem é o outro? — Nigel perguntou.
Aiden apontou para Meryn.
O queixo de Adriel caiu.
— Você não está falando sério.
Eva riu. Colocando o dedo sob o queixo dele, ela fechou
sua boca.
— Melhor fechar isso, docinho, se não vai pegar moscas.
Aiden assentiu, um olhar pensativo no rosto.
— Ela é implacável e prática. Ela está disposta a fazer os
sacrifícios necessários para vencer o jogo. — Ele parou por um
momento. Parecia que ele estava escolhendo suas palavras
com cuidado. — Os bruxos, em particular, sempre tiveram
dificuldade com essa matéria. Tudo sobre seus dons gira em
torno de ajudar os outros, mas Meryn é capaz de deixar de lado
as emoções e tomar decisões que salvam vidas.
— Mas ela é legal, — protestou Neil.
Os olhos de Aiden ficaram tristes.
— Seria mais fácil para ela se ela não tivesse coração. Ela
paga por cada escolha que faz; isso pesa muito nela.
Adriel franziu a testa, olhando para Meryn.
— Ela pode ser pequena, mas tem o coração de um
gigante.
Magnus bateu palmas suavemente.
— Ok pessoal, saiam.

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— Vou acordá-los uma hora antes do jantar, — disse Eva,
mais uma vez tentando fazer com que todos saíssem do
aposento.
Adriel e Aiden foram até suas companheiras e as beijaram
suavemente antes de sair. Nigel e Neil se levantaram e
correram para pegar seus livros.
Magnus virou-se para ela estremecendo.
— Mais papelada?
— Sempre papelada, — disse Kari, rindo.

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Capítulo 6

— Ok, me explique novamente, por que esse é em ordem


cronológica? — Magnus perguntou, mostrando um maço de
arquivos.
Kari, de sua mesa, ergueu os olhos, ou o que ela ordenara
ser sua mesa.
— Porque, a longo prazo, os paranormais lembrarão
quando algo aconteceu, não quem, onde ou o quê. É
simplesmente o modo como pensamos. Os seres humanos
lembram de pessoas e rostos.
— Como sabe disso? — ele perguntou.
— Fiz um estudo para ajudar a organizar melhor as
coisas.
— Por que os humanos são melhores com rostos? — ele
se perguntou.
— Eles têm uma vida útil mais curta e geralmente
interagem com significativamente menos pessoas ao longo de
suas vidas do que os paranormais. A maioria dos humanos
vive no mesmo lugar em que nascem, cercados por coisas

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familiares, pessoas e família. A única coisa que muda para eles
são as pessoas em suas vidas.
"Os paranormais, por outro lado, podem viver até
cinquenta vezes mais. As cidades surgem e caem, religiões
nascem, a família e os amigos se tornam estranhos, mas o
tempo é um companheiro fiel. O tempo nunca muda, é por isso
que um vampiro pode dizer a você quando veio para a América,
mas não quem estava no barco com ele, o clima no dia em que
o barco desembarcou, ou até mesmo com quem estavam
viajando. — Kari se levantou e foi até a mesa dele. Ela
vasculhou uma pilha alta de pastas de papel pardo antes de
pegar um único arquivo. Ela o abriu. — Quando você começou
com os Jardins Reais?
— Seiscentos e quarenta anos atrás, — ele respondeu
quase imediatamente.
Ela sorriu.
— E quem foi o poderoso bruxo que colocou os cristais?
— O rosto de Magnus ficou em branco e, lentamente, o
entendimento começou a aparecer em suas feições. Ela
continuou: — É por isso que arquivos cronológicos são
melhores para você do que os arquivos pessoais. Um arquivo
para o bruxo Louis Tournesol seria inútil, pois você não
consegue se lembrar de quem ele era.
Magnus recostou-se.
— Isso é impressionante.
— Estou feliz que pense assim. Essas oito pilhas precisam
ser divididas por década. — Ela apontou para a pilha
encostada na parede.

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Magnus empalideceu.
— Esses são todos os meus relatórios diários desde o dia
em que assumi o cargo de Príncipe.
— Sim, eu sei.
— Por que você não faz isso? — ele perguntou.
Kari levantou uma sobrancelha.
— Que bem faria se eu os organizasse? São seus arquivos;
você é quem precisará usá-los. Você precisará saber o que há
aí e onde estão. Eu posso ser uma excelente organizadora, mas
não posso pensar por você.
Magnus assentiu, parecendo devidamente castigado.
— É justo. Seus métodos já me ajudaram a mudar minha
maneira de pensar. Só isso já facilitará as coisas.
— E estamos apenas começando, — disse ela sorrindo
largamente.
Magnus estava prestes a responder quando o telefone
tocou. Ele foi pegá-lo quando ela lhe bateu na mão.
— Nunca atenda seu próprio telefone, — ela advertiu.
— Mas a Cheryl... — Magnus começou.
— A Cheryl não está aqui e por uma boa razão. — Kari
pegou o telefone do gancho. — Escritório do Príncipe Magnus,
como posso ajudá-lo?
— Aqui é o Ivan DeLaFontaine; eu exijo falar com o
Magnus imediatamente! — Magnus, ouvindo a conversa,
estendeu a mão para o telefone novamente e Kari lhe afastou
a mão.
— Sinto muito, Sr. DeLaFontaine, o Príncipe Magnus não
está disponível no momento. Posso revisar sua agenda futura

MY CHAMPION
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para ver quando há uma vaga. — Houve um breve momento
de silêncio.
— Você não é a Cheryl, — afirmou Ivan.
— Não, não sou.
— Você sabe quem eu sou? — ele perguntou.
— É claro.
— Então eu exijo falar com o Magnus imediatamente, —
ele insistiu.
— Não, — ela respondeu de forma curta.
— Não? Não? Como ousa? — ele cuspiu.
— Eu ouso porque é meu trabalho fazer isso. Você está
com tanta raiva que esqueceu de chamar o nosso príncipe pelo
seu título correto duas vezes. Você está exigindo que ele atenda
ao telefone como um estudante errante. Meu trabalho é não
apenas ajudar o Príncipe Magnus, mas ajudar você também.
Eu sei que você é membro de uma das nossas estimadas
Famílias Fundadoras. Que tipo de impressão acha que você
causaria se falasse com o príncipe Magnus agora?
Houve mais silêncio no lado dele da linha.
— Entendo o seu ponto. Gostaria que meu assistente
tivesse metade do seu conhecimento político. — Ela o ouviu
respirar fundo. — Suponho que esse assunto possa esperar até
o nosso jantar. Você sabe se este está programado?
Kari pegou o calendário e fez uma careta.
— Vou ser muito sincera com você, Sr. DeLaFontaine. Eu,
como nova assistente do Príncipe Magnus, e Avery Therian,
como seu novo recepcionista, só estamos aqui há algumas
horas. Ainda estou tentando entender as notas e calendário da

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Alanea Alder
ex-assistente. Seria possível que Avery ligasse para o seu
escritório amanhã com uma atualização?
Houve uma risada áspera.
— Nisso eu acredito. Cheryl Evreux é inútil, e eu disse
isso ao Príncipe Magnus em muitas ocasiões. Obrigado por sua
ajuda; estou ansioso pela ligação do jovem Avery. — A linha
desconectou.
Magnus a olhou.
— Isso foi incrível. Eu levaria horas para acalmá-lo.
Kari colocou o telefone de volta no gancho e começou a
lhe dar batidinhas.
— Sério? Isso foi tudo fanfarronice; ele não estava
realmente zangado. Ele estava apenas testando sua nova
porteira.
— Porteira? — perguntou Magnus.
— Sim, eu e depois o Avery. — Ela bateu levemente no
telefone. — Ele sabia que Cheryl havia sido demitida
provavelmente alguns minutos depois de ela voltar ao seu
nível, e ele disse: “o jovem Avery”. Ele sabe quem somos e
nossas novas posições. Ele recuou muito rapidamente quando
eu o lembrei de sua insolência em esquecer seu título. Ele está
tramando algo.
Magnus bufou, voltando aos seus arquivos.
— Todos eles costumam tramar algo o tempo todo. Todos
eles deviam arrumar passatempos e deixar a política em paz.
Kari inclinou a cabeça.
— Qual seria a diversão nisso?
Magnus apenas a olhou sem expressão.

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Alanea Alder
— Se você se sente assim, você governa. Eu irei pescar.
— Bobagem, — disse ela, acenando com a mão. — As
pessoas precisam de você.
Um estalo anunciou uma chamada do walkie-talkie.
— Uh... Magneto? Você acabou de receber um grande
número de caixas no Nível Seis. — A voz familiar de Adriel os
informou.
— Professor, aqui é o Magneto, você pode levar as
Unidades Eta e Mu ao Nível Seis para um exercício de
treinamento especial?
— Claro, — respondeu Adriel. Sorrindo, Magnus prendeu
novamente o walkie-talkie ao cinto.
— Magneto? — ela perguntou.
— A ideia da Meryn de codinomes, — ele disse, os olhos
brilhando. Ele parecia mais jovem ao se sentir animado.
— Professor? — ela perguntou.
— Adriel: é a prancheta, — Magnus explicou.
Ela assentiu.
— Eu consigo ver a relação.
Ele a olhou com os olhos brilhando.
— Você gostaria de fazer uma pausa comigo? — ele
perguntou.
— Claro, mas você tem que me dizer por que tem um olhar
malicioso nos olhos.
Ele se levantou e ofereceu o braço.
— Eu acredito que você gostará da minha entrega.
Histórias da chegada de Meryn na Propriedade Alfa me
motivaram.

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Alanea Alder
Kari aceitou seu braço.
— Mal posso esperar para ver o que ela inspirou.
Magnus a acompanhou até o túnel de transporte e
voaram até o Nível Seis.
As Unidades Eta e Mu chegaram e seguiram para a
grande pilha de caixas empilhadas. Os guerreiros assumiram
posições ao redor das caixas, com os pés separados e as mãos
cruzadas atrás das costas. Silenciosamente, esperaram
Magnus começar.
Grupos curiosos de crianças se aproximaram enquanto
suas famílias começaram a formar um círculo.
Magnus virou-se para o grupo, com uma expressão
severa. As crianças recuaram, parecendo apreensivas. Magnus
pigarreou.
— Chegou ao meu conhecimento que temos algumas
crianças shifter ferozes aqui no Nível Seis, — ele começou.
Seus olhos se arregalaram e seus lábios começaram a
tremer. Kari sabia que estavam a segundos das lágrimas. Ela
se inclinou na direção de Magnus.
— Você pode querer diminuir o tom; eles vão começar a
chorar em um segundo.
Magnus olhou em volta chocado e instantaneamente
pareceu contrito. Ajoelhou-se sobre um joelho e indicou para
eles se amontoarem a sua volta. Num sussurro que podia ser
claramente ouvido por todos, ele continuou:
— Sinto muito se os assustei. Tenho que parecer
assustador para manter esses guerreiros na linha, para que
vocês não precisem se preocupar. — Ele abaixou a cabeça mais

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Alanea Alder
perto das crianças. — Vocês podem me ajudar a guardar um
segredo? — ele perguntou. Todas assentiram ansiosamente. —
Eles não são tão assustadores quanto parecem. — As crianças
riram, olhando para os grandes guerreiros.
Ele lhes piscou um olho e depois se levantou. Em uma
voz mais alta, ele apontou para as caixas:
— Estas são minhas novas armas. Nossos guerreiros
precisam ser treinados para usá-las, e eu esperava que todos
pudessem ajudar. — Agora foi a vez dos pais parecerem
preocupados.
Magnus abriu uma caixa, enfiou a mão nesta e sacou
uma arminha de água.
— Onde estão meus cadetes? — ele perguntou. As
crianças todas avançaram, pegando os brinquedos. Magnus
riu quando as crianças começaram a brincar com suas novas
armas. Ele se virou e Kari viu em câmera lenta quando uma
menininha veio correndo até as caixas apenas para tropeçar
nos próprios pés. Magnus se moveu sem ser visto e facilmente
pegou a criança antes que ela caísse no chão. Ela riu quando
Magnus a colocou em pé. — Minha sobrinha Bethy me ensinou
a fazer isso. Ela está constantemente caindo. — Magnus se
virou e enfiou a mão na caixa atrás de si. Quando se virou,
entregou à criança pequena uma das maiores armas que Kari
tinha visto sendo passada. O brinquedo era maior que a
garotinha, mas a criança recusou outra. Ela colocou a língua
no canto da boca enquanto lutava com seu peso.
Depois que todos os brinquedos foram distribuídos, Kari
percebeu que Magnus se certificara de que os guerreiros

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recebessem pequenas pistolas, enquanto a maioria das
crianças recebia bombas, granadas e metralhadoras. Os
guerreiros estavam olhando para as crianças com inveja.
Meninos e seus brinquedos, ela pensou consigo mesma.
Magnus bateu palmas.
— Ok, crianças, acabem com eles!
Kari teve que recuar quando o caos se seguiu. Ela tinha
certeza de que Magnus havia imaginado uma guerra entre as
crianças e os guerreiros, mas isso rapidamente mudou quando
um dos maiores vampiros que ela já vira pegou a garotinha
com a maior arma e a colocou facilmente sobre os ombros.
Gritando com seu novo ponto de vista, a garota apontou a
arma para os outros guerreiros. O guerreiro que a segurava
apontou para a Unidade Eta.
— Pegue eles! — ele encorajou.
A guerra rapidamente se tornou uma batalha entre as
Unidades Eta e Mu. As crianças gritaram quando foram
carregadas pelos grandes guerreiros e as risadas encheram o
ar. Adriel estava no centro, dirigindo os três outros guerreiros
da Eta. Por trás das caixas, outro guerreiro apareceu, um
garotinho ao seu lado. Kari observou o guerreiro ajudar a
criança a mirar. Segundos depois, pequenos mísseis de
espuma choveram sobre o Líder da Unidade. Adriel tentou
bloquear os projéteis com sua prancheta, mas não conseguiu
bloquear todos. Dramaticamente, ele caiu no chão em derrota.
O menino pulou para cima e para baixo, e o guerreiro
bagunçou seus cabelos.

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Kari riu das palhaçadas dos homens até ouvir algo que
não se encaixava com a tarde alegre. Uma leve fungada a fez
olhar para a direita. Ela viu uma mulher parada lá, com
lágrimas nos olhos. A mulher a viu olhando e enxugou as
bochechas rapidamente.
— Sinto muito, é que as crianças estão tão deprimidas
ultimamente. Eu estava tão apreensiva ao vir aqui, mas olhe
para elas. — Ela apontou para a sala e o jogo que Magnus havia
orquestrado. — Não tínhamos ideia de que ele era tão gentil.
Kari assentiu.
— Não estou aqui há muito tempo, mas até eu vejo que
ele ama crianças. — Kari olhou ao redor da sala; os anteriores
olhares apreensivos dos pais haviam sumido, substituídos por
admiração e respeito. Magnus claramente ganhara sua
confiança e gratidão.
Uma gargalhada alta a fez voltar à atenção para a sala.
Magnus estava no chão coberto de crianças. Ele levantou a
mão pedindo ajuda das Unidades Eta ou Mu; os homens
apenas riram.
— Como está seu companheiro? — uma voz baixa à sua
esquerda perguntou. Ela se virou e viu uma pequena e pálida
vampira parada parcialmente atrás de um shifter de lobo.
— Rachelle? — Kari perguntou, adivinhando a identidade
da mulher. A mulher assentiu. Kari bateu levemente em seu
ombro. — Ele está perfeitamente bem. Ele foi capaz de se
transformar e atualmente está dormindo como o grande gato
velho que é.
Ao seu redor, as pessoas começaram a parecer aliviadas.

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— Graças aos Deuses! — alguém atrás dela sussurrou.
Kari viu que a maioria dos vampiros do Nível Seis,
juntamente com os shifters, pareciam agradecidos.
— Você parece surpresa, — afirmou Rachelle.
— Suponho que estou, — admitiu Kari. — Eu nunca
pensei que um shifter teria uma consideração tão alta aqui em
Noctem Falls.
Os olhos de Rachelle se suavizaram.
— Declan é diferente.
— Ele não joga jogos de poder; ele só gosta de ajudar as
pessoas, — disse um vampiro na multidão, falando acima do
grupo.
Uma vendedora inclinou-se contra sua barraquinha.
— Eu esperaria algo assim do Declan. — Ela apontou
para as crianças. — Eu não sabia que o Príncipe Magnus tinha
isso dentro de si.
O homem sentado na banca ao lado dela acenou com o
copo.
— Ele fica sempre mais feliz quando a Bethy visita, e
agora que ela está grávida e fora de época, não é de se admirar
que ele não pare de sorrir. Sua casa foi tocada pelos Deuses.
— Temos sorte de tê-lo como nosso Príncipe, — disse
outra voz calorosamente.
— Eu gostaria de ser tão abençoada assim, — disse a
vendedora, melancólica.
Rachelle abaixou o rosto, corando.
— Eu estou grávida, — ela anunciou em voz baixa. Ao
redor deles, todos ficaram em silêncio. As crianças, percebendo

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a mudança de humor, também acalmaram seus movimentos.
Todos se viraram para onde Rachelle estava. Seu companheiro
se aproximou mais dela.
Kari sorriu para a tímida mulher.
— Estou tão feliz por você!
Magnus se aproximou e pegou as mãos de Rachelle nas
dele.
— Isso é verdade? — ele perguntou atentamente.
Ela assentiu, seu rosto agora vermelho de vergonha por
toda a atenção. Seu companheiro passou um braço em volta
dela.
Kari ficou chocada com as lágrimas escorrendo pelas
bochechas de Magnus. Ele engoliu em seco.
— O primeiro filho a ser concebido aqui em quase dois
séculos, — ele sussurrou, praticamente se engasgando com as
palavras.
— Por que todo mundo está chorando? — a garota
perguntou do seu poleiro em cima dos ombros do guerreiro.
O guerreiro balançou a cabeça. Ele próprio tinha lágrimas
nos olhos.
— Porque estão muito felizes, — este explicou.
Ela fez uma careta.
— Eles deveriam estar rindo então.
Ele estendeu a mão e fez cócegas nela, e ela gritou. A
multidão começou a rir.
— Precisamos de uma celebração! — um dos homens
gritou.
— Uma festa! — um dos lobos sugeriu.

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— Excelente ideia, — concordou Magnus. Ele deu um
tapinha nas mãos de Rachelle antes de liberá-las e se virar
para a multidão em busca de ideias.
Rachelle balançou a cabeça.
— Você não precisa fazer alarido. Sua sobrinha também
está grávida. Eu não sou a primeira.
Magnus sorriu suavemente.
— Ela voltará para Lycaonia com o companheiro. Seu
filho nascerá lá. Ainda vou mimar terrivelmente a minha futura
sobrinha ou sobrinho, mas seu filho foi concebido aqui.
Independentemente se você sair com seu companheiro quando
voltarem para casa, seu filho vai sempre poder reivindicar
Noctem Falls como sua casa.
— Que tal outro churrasco? — um vendedor sugeriu em
voz alta.
— Pense em algo maior! — Magnus desafiou.
Kari observou o menininho que derrubara Adriel se
aproximar de Magnus e puxar a perna da sua calça.
— Podemos comer algodão doce? — ele perguntou. Os
olhos de Magnus se arregalaram e ele estalou os dedos.
— Que tal uma feira? Poderíamos ter jogos, brinquedos,
comida, concursos, jogos, comida... — Magnus sugeriu.
— Senhor, você disse jogos e comida duas vezes, — uma
das meninas disse rindo.
Ele lhe deu uma piscadela.
— Essas são as coisas mais importantes.
— Quando poderíamos fazer isso? — o garoto perguntou.

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Magnus olhou Kari. Ela calculou mentalmente o tempo
de transporte necessário para pedidos de alimentos e
equipamentos necessários para a feira.
— Três dias, — ela respondeu. — Isso nos dará tempo de
sobra para encomendar coisas e preparar a propriedade da
cidade para entregas. Teremos que informar os fae no portal
de Albuquerque que muitas coisas chegarão.
A mulher à esquerda virou-se para a amiga.
— Eu quero fazer minha famosa torta de manteiga de
amendoim.
Kari virou-se para Magnus
— Esta mulher precisa de suprimentos para fazer torta.
— Todos riram de sua expressão séria.
Magnus sorriu.
— Acho que você gosta de torta de manteiga de
amendoim?
— Parece celestial! — Kari gemeu.
Magnus se virou para Adriel.
— Adriel, você está encarregado da Primeira Feira Anual
de Primavera de Noctem Falls.
A boca de Adriel se abriu e fechou sem palavras. Grant e
Micah começaram a rir da expressão do Líder da Unidade.
— Venha, Kari; tenho papéis para ver, — disse Magnus
pomposamente. Adriel lançou-lhe um olhar de pânico, e ela
acenou com a cabeça para garantir a ele que claramente o
ajudaria. Aquele pobre homem parecia um pouco perdido. Ela
se despediu e seguiu Magnus de volta ao Nível Um.

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Depois de mais algumas horas no escritório, organizando
décadas de relatórios, Kari encerrou o dia. Magnus saíra uma
hora antes para se encontrar com Rex antes do jantar. Ela
voltou aos aposentos e ao seu companheiro. Ela agora mesmo
estava olhando para seu leão.
Ela suspirou.
— Eles são fofos demais para os acordarmos.
— Eu sei, — Beth concordou. Nas mãos, ela segurava
uma xícara fumegante de café.
— Mas é o irmão dele, — lembrou Aiden.
Kari se aproximou, gentilmente pegou Avery e o abraçou.
Ele abriu um olho quando ela lhe beijou o nariz. Ela o entregou
a Ryuu antes de tirar Felix da crina de Declan. Quando Felix
abriu os olhos e a encarou sonolento, ela sentiu como se
tivesse perdido um pedaço do coração. Ele olhou em volta,
focado em Ryuu. O escudeiro estendeu a mão e Kari
cuidadosamente colocou o elfo em sua palma. Felix bocejou e
subiu na camisa de Ryuu, indo até o colete. Ele levantou a
jaqueta de Ryuu e desapareceu no tecido.
— Eu simplesmente adoro aquele elfo até não dar mais,
— Bethy admitiu sorrindo suavemente.
Aiden se adiantou para pegar Meryn, mas quando foi
levantá-la, descobriu que ela estava envolvida em torno de
Declan como um polvo. Ele praticamente teve que arrancá-la
dele.
— Não, — ela protestou, buscando o calor.
Foi necessário a persuasão gentil de Bethy com a
promessa de café para fazer Meryn se soltar. Quando

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finalmente a soltaram, ele a levou para fora do quarto, beijando
sua testa.
Ryuu assentiu e fez-lhe uma meia reverência.
— Vou acomodar o jovem Avery no quarto dele. — Ele e
Bethy seguiram Aiden. O tempo todo, Bethy assegurou a
Meryn que tinha outra xícara de café lhe esperando na sala de
jantar.
Quando o quarto finalmente ficou em silêncio, Declan
abriu um olho âmbar e o ar ao seu redor brilhou. Quando ele
voltou a forma humana, Kari sentiu a boca secar. Ele era todo
pele dourada e músculo.
Ele esticou o corpo, tocando facilmente a cabeça e o pé da
cama.
— Continue me olhando assim e vamos perder o jantar.
Ele sentou-se e olhou em volta. Seus olhos foram para
onde um roupão estava pendurado na cadeira no pé da cama.
Sorrindo, ele girou as pernas para o lado da cama e ficou de pé
na frente dela em toda a sua glória nua.
Os olhos dela foram para o seu estômago. Ela estendeu a
mão e começou a passar os dedos por seu abdômen.
— Não há cicatriz, — disse ela, e os olhos dele se
suavizaram.
— Eu estou bem. Você sabe que nós, shifters, somos
difíceis de derrubar.
Ele vestiu o roupão e estendeu a mão.
— Espero que alguém tenha deixado roupas para mim no
meu quarto, caso contrário, o jantar será embaraçoso. — Ele
lhe deu uma piscadela atrevida.

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— Tudo o que eu fiquei pensando quando te vi
machucado foi que eu tinha acabado de te conhecer; te perder
sem nem mesmo te conhecer teria sido demais.
Declan pegou a mão dela.
— Você está presa comigo agora.
Ela não conseguia encontrar seus olhos. Não sabia como
reagir. Ela ficara morta de medo, e ele estava agindo como se
tivesse batido o dedão do pé.
De mãos dadas, atravessaram o corredor até o quarto
dele. Infelizmente não havia roupas à vista. Ela riu ao pensar
nele indo jantar de roupão.
Ele lhe sorriu.
— Você acha que estou brincando? Estou morrendo de
fome! — Ele acenou com as mãos descontroladamente, fazendo
com que o roupão abrisse no meio. Ela lambeu os lábios ao ver
sua pele bronzeada.
Rosnando, ele repentinamente a pegou e a jogou na cama.
Ele descuidadamente deixou o roupão cair no chão e caminhou
até a beira da cama. Num instante, ele a puxou para a beira
do colchão e a deixou por baixo de si. Quando seus lábios
encontraram os dela, ela não conseguiu se conter. O desespero
e o medo que sentira vieram à tona. Ela queria ficar assim com
ele para sempre. Quando Declan aprofundou o beijo, ela
deixou as mãos percorrerem sua pele. Esta estava quente e
suave ao toque; Kari não conseguia se fartar. Quando se
separaram, Kari estava respirando com dificuldade.
— Esse foi o melhor beijo da minha vida, — ela admitiu.

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Ele se inclinou para frente e começou a beijar seu pescoço
em um caminho descendente.
— O meu também, — ele sussurrou. — Nós
definitivamente temos química.
Sorrindo, ela moveu os quadris, e ele sibilou de prazer
quando seu membro endurecido começou a se esfregar contra
o monte dela. Mesmo ainda estando vestida, ela conseguia
sentir o calor da pele dele e isso era enlouquecedor. Ela
começou a se contorcer, indo atrás do prazer que parecia por
pouco fora de alcance.
— Parece que o pequeno quer me encontrar de novo.
Ele parou e a olhou, franzindo a testa.
— Pequeno? — Os olhos dele se estreitaram. — Eu vou te
mostrar o que é pequeno, — ele ameaçou sombriamente.
Houve uma batida na porta segundos antes de ela se
abrir. Grant entrou e seus olhos se arregalaram. Parecendo
chocado, ele estendeu um pacote.
— Suas roupas.
Declan sibilou.
— Minha! — ele rosnou, antes de morder o pescoço dela.
De repente, o prazer explodiu por todo seu corpo. Era como se
sua mordida estivesse conectada a todas as zonas erógenas
dela, incendiando todas de uma vez. Ela arqueou as costas e
envolveu as pernas ao redor dele, puxando-o para perto da
junção entre suas coxas. Ela estimulou o orgasmo
incontrolável o máximo que pôde antes de cair de novo na
cama, mal conseguindo recuperar o fôlego. Quando ela virou a
cabeça em direção à porta, o pobre Grant parecia chocado.

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— Merda! Eu, claro... eu vou só... eu estou bem... indo...
quero dizer, estou indo! — ele divagou. Soltando as roupas, ele
correu do quarto.
Kari girou a cabeça para encarar o companheiro.
— Ok, o que foi isso? — ela perguntou, ainda ofegante.
Declan gemeu e enterrou o rosto na junção entre seu
pescoço e ombro. Ele gentilmente começou a lamber a marca
de mordida. Ela gemeu a cada passada da língua em seu
pescoço, sentindo isso provocar seu clitóris. Ela empurrou
seus ombros para fazê-lo parar, mais e ela não sairia da
cama... nunca.
Ele se afastou, parecendo um pouco culpado, embora
seus olhos tivessem uma profunda sensação de satisfação.
— Desculpe por isso. Os leões são muito possessivos e
gostam de mostrar aos outros que seus companheiros
pertencem apenas a eles. Você pertence a mim, e meu leão não
gostou do fato que o Grant conseguia vê-la corada de prazer
por causa do nosso beijo. A mordida era para mostrar a ele que
você é minha, e eu posso te fazer feliz. — Ele a olhou com
preocupação evidente no rosto. — Você está bem? Doeu?
Ela estalou o pescoço.
— Eu precisava muito disso. Me tirou a tensão.
Evidentemente, eu estava mais estressada do que imaginava.
— Ela empurrou o peito dele até que ele rolou para o lado. Ela
sentou-se e esticou os braços acima da cabeça.
Apesar das palavras dela, ele ainda estava com um olhar
preocupado. Ela jogou as pernas para o lado e se levantou. Foi
até a porta e pegou as roupas dele do chão.

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— Declan, eu sou uma vampira. Eu gosto de morder e ser
mordida. — Ela quase podia ver a lâmpada se acendendo sobre
a cabeça dele.
Ele a olhou com desejo.
— Volte aqui, sexy.
Ela balançou a cabeça.
— Você precisa se limpar. Vou ver se a Bethy precisa de
ajuda com a Meryn. — Ela se espreguiçou novamente. — Eu
me sinto fantástica!
Declan choramingou, e ela lançou-lhe um olhar sensual.
— Meu pobre leão. Eu não vou te deixar na mão. O médico
disse nada de atividade extracurricular, então tente não se
mexer. — Ele assentiu ansiosamente. — Deite-se, — ela
ordenou. Seus olhos se arregalaram e ele imediatamente
obedeceu. Ela caminhou em sua direção, balançando os
quadris. Ele observou cada movimento, seus olhos mudando
para uma cor mel escuro. Ela lentamente subiu na cama e se
colocou entre as pernas dele. Sem aviso, ela se inclinou e
engoliu seu membro completamente.
— Deuses! — ele gritou. Ela continuou a trabalhar com
seu longo comprimento na garganta. Usando as bochechas
para criar sucção, trabalhou o eixo dele. Quando se afastou,
provocou a fenda na ponta do pau dele e depois o engoliu
novamente. Pelo canto do olho, ela podia vê-lo torcendo os
lençóis com as mãos. Quando ela estendeu a mão e puxou seu
saco, ela ouviu um som de rasgo e viu que ele havia enfiado as
garras nos lençóis e colchão.

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Deleitando-se com o poder que ela exercia sobre seu
corpo, ela se arriscou. Ela virou a cabeça e afundou as presas
na veia grossa que serpenteava na lateral de seu pênis.
Gritando incoerentemente, ele gozou. O gosto dele era incrível.
Era diferente de tudo que ela já tomara antes. Era picante no
começo, depois doce. A mistura cremosa tão satisfatória
quanto o chocolate derretido e igualmente viciante. Ela sabia
que nunca se cansaria dele.
Declan ainda estava respirando com dificuldade quando
ela fechou a mordida com uma lambida e sentou-se sobre os
joelhos. Com o polegar, ela pegou um pouco do gozo dele do
canto da boca. Torcendo o pulso, o lambeu.
— Obrigado, minha companheira, — disse ele entre
ofegos.
— O prazer é meu. Seu gosto é incrível.
— Nós temos mesmo que ir jantar? — ele perguntou
penosamente.
— Ele é o seu irmão, — ela o lembrou.
— Eu sei. É por isso que estou perguntando.
Rindo, ela saiu da cama.
— Quando você for capaz de se mover, prepare-se para o
jantar, — ela provocou.
— Mulher sem coração, — ele murmurou para si mesmo.
Ela lhe piscou um olho e saiu se sentindo melhor do que
há décadas.

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Capítulo 7

Kari se sentou ao lado de Declan na grande sala de jantar.


Todos os outros haviam se trocado para o jantar e, embora
suas roupas fossem muito mais formais, todos pareciam
consideravelmente mais relaxados do que quando ela os
conheceu após o ataque de Declan.
Kari observou Rex enquanto ele se sentava em frente a
Declan, ao lado de Meryn. Meryn continuava lhe olhando como
se estivesse tentando determinar o que achava dele. Rex virou
a cabeça ligeiramente e olhou para a pequena humana, e como
todos estavam conversando, ele lhe deu uma piscadela lenta e
longa e depois voltou a tomar seu vinho. Meryn assentiu, sua
opinião aparentemente cimentada. Ela pegou uma faca de
manteiga, colocou-a no prato e começou a girá-la. Ryuu e
Sebastian rodearam a mesa servindo os aperitivos.
Rex tomou outro gole de vinho e olhou para Declan.
— Eu não entendo por que você é o segundo em comando
quando está claramente mais preparado para um papel

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consultivo. — Rex inclinou o copo de vinho de um lado ao
outro, o líquido vermelho se deslocando no copo.
Kari podia ouvir os dentes de Declan rangendo.
— Porque estou cansado do jogo, — admitiu Declan. —
Se o pai quiser brincar de competição com os McKenzies, ele
pode. Não quero fazer parte disso.
Rex pareceu chocado.
— Como assim, competição com os McKenzies?
Os olhos de Aiden se arregalaram quando olhou de um
irmão para o outro.
— Sim, o que tem os McKenzies? — ele perguntou.
Declan fez uma careta para o irmão.
— Como se você não soubesse.
Rex balançou a cabeça.
— Pelos deuses, eu não tenho ideia do que você está
falando.
Declan disse:
— Quase perdemos a mãe por causa dos jogos dele.
As sobrancelhas de Rex dispararam para o couro
cabeludo.
— Declan, quase perdemos a mãe quando ela deu à luz
ao Ari; o pai não teve nada a ver com isso.
— E por que ela engravidou? — perguntou Declan. Ele
continuou sem esperar por uma resposta: — Porque a Adelaide
McKenzie acabara de dar à luz seu quarto filho e o pai queria
outro para ficar a altura.
Rex balançou a cabeça.

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— Isso não é... — ele limpou a garganta e olhou em volta
da mesa. — Talvez devêssemos ter essa discussão mais tarde.
— Constrangedor, — Meryn falou, parecendo
completamente entretida.
Declan deu uma risada dura.
— Por que não agora? Acho que todo mundo aqui já ouviu
o suficiente. Por que não ouvir o resto?
— Se é isso que gostaria. — Rex colocou a taça de vinho
na mesa. — A mãe teve outro filho para você.
Declan ficou tenso ao lado dela.
— O que? — ele demandou.
Rex olhou para o irmão mais novo.
— Você era mais velho, é claro, adulto, mas, do jeito que
foi criado, a mãe sempre se arrependeu. Papai e eu
passávamos muito tempo longe de casa, e a mãe estava sempre
ocupada com as demandas da sociedade. Ela queria que você
soubesse como uma família deveria ser. Então ela implorou ao
pai por outro filho. Quando o Ari nasceu, ela sabia que tinha
feito a coisa certa. O pai voltou para casa e eu tomei uma
posição em Éire Danu para ficar mais perto de você e do nosso
novo irmãozinho, para que eu pudesse cuidar de vocês dois.
Vocês finalmente puderam vivenciar o que eu tive quando
criança com a mãe e o pai, antes que ele se tornasse um
Ancião. Depois do Ari, celebramos os Solstícios de Inverno e os
aniversários. Pela primeira vez em séculos, nos sentamos à
mesa para jantar e ouvimos uns aos outros. Só quando o Ari
ficou mais velho que percebi que você foi o único que não teve
isso enquanto crescia. Me desculpe, eu falhei com você,

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irmãozinho. Sinto muito, o pai e eu estávamos ocupados
demais para lhe dar o lar que você merecia.
Declan recostou-se na cadeira e Kari pegou sua mão.
— Para mim? — ele perguntou.
Rex assentiu.
— Para você, — ele confirmou. — Somos uma família
política e, sim, estamos envolvidos em muitos assuntos, mas
isso nunca se tratou de manter as aparências. A política é algo
em que o pai é bom, e no que ele me criou para ser bom. Você
aprendeu nos observando, e o Ari está aprendendo observando
o pai agora. Eu disse que você seria um bom conselheiro não
por causa do seu sangue, mas por causa de como foi criado. O
que você colheu de nós enquanto crescia não pode ser
ensinado. Declan, você tem a coisa mais importante que é
necessária para ser um líder de sucesso, e não é o nome
Lionhart.
— O que é então? — perguntou Declan.
— Você tem a confiança do povo. — Rex suspirou. — Eles
me respeitam, e isso é bom; eu sou um Ancião aqui, mas eles
confiam em você. Eles se importam com você. É por isso que
fico frustrado por você estar sendo subutilizado. Você poderia
fazer muito mais por eles em um papel consultivo em vez de
ser apenas um soldado.
Aiden e Adriel pigarrearam ao mesmo tempo. Rex acenou
com a cabeça na direção deles sem olhá-los.
— Minhas desculpas, — disse ele de forma obrigatória
antes de continuar. — Declan, você faz alguma coisa durante
o dia que o desafie? — ele perguntou. — Patrulhar aqui não

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pode ser tão estimulante assim. Você pode enganar essas
pessoas, Declan Lionhart, mas nunca se esqueça de que sou
seu irmão mais velho. Eu observei sua mente tomar forma e
sei exatamente como você é inteligente. Por que você achou
necessário se tornar um guerreiro eu nunca saberei. Quando
se tornou vergonhoso ajudar seu povo como Ancião? — Ele
levantou uma sobrancelha para Declan.
Seu companheiro deu de ombros.
— Quando foi permitido ao Conselho morar fora da
cidade-pilar em que servem? — Declan desafiou em troca.
Rex estremeceu.
— Essa decisão não foi inteiramente minha. O ancião fae
trouxe a ideia à tona. Ele poderia morar aqui se estivesse
sozinho, mas ele tem uma companheira e filhos. Na época, o
primogênito deles precisava do sol, e não queríamos separar a
família. Magnus obviamente poderia ficar aqui sendo um
vampiro e príncipe destes, então sim, fizemos a propriedade do
conselho. Isso ajudou a cidade de maneiras que os fundadores
da cidade nunca imaginariam. Temos acesso à cidade humana
na questão do comércio e suprimentos, mas podemos chegar
aqui em questão de segundos através do portal.
— Mas isso os afasta do povo, — interrompeu Bethy. —
As pessoas sentem que vocês não se importam.
Magnus esfregou a mandíbula.
— Entendo porque os fae e até os bruxos gostam de estar
acima do solo, e concordo que ter uma propriedade do conselho
é provavelmente uma boa ideia. Houve muitas ocasiões em que
o conselho estar separado da cidade ficou a nosso favor. — Ele

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Alanea Alder
pausou por um momento. — E se criássemos algo como os
Jardins Reais nos aposentos do conselho aqui no Nível Um?
Poderíamos instalar cristais no teto para imitar o sol diurno e
as estrelas noturnas. Não temos o ar fresco que teriam se
ficassem no topo, mas poderiam ter um pouco de sol.
Rex piscou.
— Você estaria disposto a fazer isso?
— É claro. Estou disposto a fazer qualquer coisa que
ajude a criar uma frente unida para as pessoas verem. Eu teria
feito isso há séculos, se surgisse o assunto.
— Mas ele surgiu, — disse Rex, parecendo confuso. — Eu
mesmo escrevi a proposta sugerindo algo semelhante e deixei
com o seu escritório.
Magnus se virou na direção de Kari.
— A Cheryl ataca novamente? — ele perguntou, a voz
tensa.
Kari pensou sobre isso.
— Magnus, acredito que há uma linha tênue entre
incompetência e sabotagem. Uma é deliberada, mas ambas
podem resultar em desastre.
Magnus xingou baixinho.
— Graças aos deuses que você veio até nós, Kari. — Ele
voltou à atenção para Declan. — Então, no que exatamente
você foi treinado?
Declan não disse nada e Kari lhe deu uma cotovelada nas
costelas.
— Não há vergonha em quem você é, Declan. Estou
achando esse seu lado político muito sexy, — ela admitiu.

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Ele virou a cabeça rapidamente para olhá-la.
— Sério? — ele perguntou.
Ela assentiu.
— Ser inteligente é muito, muito sexy. — Ela tirou a mão
da dele e fez cócegas em sua coxa.
Declan virou-se para Magnus.
— Eu tenho vários diplomas que podem ajudar.
Rex deu uma revirada de olhos tão exagerada que sua
cabeça se inclinou.
— Declan é formado em ciências políticas, justiça
criminal, direito empresarial e fala pelo menos 25 idiomas.
Recentemente, ele recebeu seu MBA3, um diploma em direito
estrangeiro e, por diversão, acredito, desafiou-se e estudou a
história humana. — Ele se virou para o irmão. — Como o seu
projeto de documentação da história paranormal no que choca
com o mundo humano está indo? — Rex fez a Declan uma
saudação sardônica.
Magnus e Adriel trocaram olhares. Adriel deu batidinhas
na mesa; até Kari podia ver que ele estava ficando agitado.
— Você quer me dizer que tem patrulhado, só os deuses
sabes por quantos anos, quando tem essa educação? — Adriel
exigiu.
Magnus franziu o cenho sombriamente.
— Eu poderia ter usado seus conhecimentos! Você sabe
quantas vezes desejei pelo menos uma pessoa competente ao
meu redor? — ele falou, jogando as mãos no ar.

3MBA é um grau acadêmico de pós-graduação destinado a administradores e executivos


das áreas de gestão de empresas e projetos.

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Declan estremeceu.
— Eu não gosto de política. Sempre gostei de aprender,
portanto, compartilhar o que estudei não seria difícil. — Ele
olhou para Adriel. — E gosto de patrulhas. Gosto de sair e
conversar com as pessoas e conhecer seus problemas.
Um pouco de entendimento chegou aos olhos de Rex, e
ele sorriu.
— Quando foi a última vez que você foi para casa?
Declan deu de ombros.
— Casa? — Meryn perguntou.
— Desde o final da Grande Guerra, os Lionharts chamam
Éire Danu de casa. Os leões se dão bem no sol, por isso este é
um arranjo bom para nossa prole. Meu pai serve como o Ancião
Shifter e nosso irmão mais novo, Ari, serve como o segundo em
comando do Consorte Real, Brennus Vi'Eirlea. Nossa sede
familiar sempre foi em Éire Danu.
Meryn estalou os dedos.
— É por isso que você veio para cá. Declan foi de Éire
Danu a Noctem Falls, e você sabia que ele teria problemas para
se ajustar.
Rex deu de ombros.
— Ele é meu irmãozinho; é claro que eu tinha
preocupações, embora ele tenha se ajustado admiravelmente
bem para um shifter, — disse ele com orgulho.
Magnus olhou para Declan.
— Você consideraria um papel consultivo? — perguntou
Magnus. — Você poderia ficar com a Unidade Eta e ajudar
Adriel, pois ele assumirá mais responsabilidades.

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Adriel piscou.
— Eu vou? — ele perguntou. Eva riu da expressão de seu
companheiro.
Magnus o ignorou e continuou falando com Declan.
— Acredito que você será melhor utilizado nessa
capacidade. Seria um desperdício de sua inteligência não fazer
mais.
Kari deu um aperto suave na mão de Declan. Ela o olhou
como se dissesse que dependia dele.
Declan assentiu.
— Eu consideraria um papel consultivo, porém, apenas
consultivo.
— Excelente! — Rex exclamou parecendo muito mais
feliz. — O pai ficará extasiado quando eu ligar para ele mais
tarde. Embora você mesmo devesse ligar para eles. A mãe,
mais que o pai, tem uma coisa ou duas a lhe dizer, — ele
brincou.
A cor sumiu do rosto de Declan.
— O que ela disse? — ele perguntou.
Rex deu de ombros.
— Você conhece a mãe. Você quase morreu, se acasalou
e nunca ligou. Sim, ela está muito ansiosa para falar com você,
— disse ele diplomaticamente. Declan enterrou o rosto na
outra mão, gemendo, e Rex riu.
A menção do ataque lembrou Kari de perguntar o que
aconteceria com o atacante de seu companheiro. Ela se virou
para Magnus.
— O que vamos fazer com DuBois?

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Rex rosnou.
— O resto dos membros do conselho virá amanhã. Vamos
decidir o que fazer com ele.
— Ele será transferido? — Meryn perguntou.
Aiden balançou a cabeça.
— Não, Meryn.
Os olhos de Magnus se estreitaram.
— O que você está tramando?
— Duas palavras, — disse Meryn, erguendo os dedos. —
Negação plausível.
Rex lhe deu um sorriso maligno.
— Eu gosto do jeito que você pensa. Eu gostaria de poder
esfolar aquele homem vivo e colocar sua cabeça na minha
parede.
Eva ofegou. Adriel passou o braço em volta dos ombros
dela. Rex, junto com todos os outros, pareceu confuso.
— Foi algo que eu disse? — ele perguntou.
Eva engoliu em seco repetidamente, incapaz de falar.
Adriel esfregou suas costas.
— Eva perdeu os pais quando era jovem. Como sabe, ela
é uma shifter de tigre; seus pais foram caçados quando
estavam na forma de tigre e mortos por sua pele.
Ao redor da mesa houve ofegos. Meryn franziu a testa e
virou-se para Aiden.
— Quando eu pensei que Colton foi morto, você disse que
os shifters voltam a forma humana quando morrem.
Aiden assentiu.

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— Isso é verdade, na maioria das vezes. É muito raro
encontrar um shifter que permanece na forma animal após a
morte. — Ele se virou para a mesa. — Pai e eu estamos
descobrindo que, quanto mais ameaçadas são as espécies dos
animais dos shifters, mais provável é que eles permaneçam
como animais após a morte. Com o número vertiginoso de
espécies ameaçadas agora, mais e mais shifters permanecem
na forma animal quando morrem. Está ficando muito difícil
encontrar as pessoas se são mortas quando transformadas.
Rex virou-se para Eva.
— Você tem minhas mais profundas e sinceras
desculpas. Eu não pretendia trazer à tona lembranças tão
horríveis.
Eva balançou a cabeça.
— Não, está tudo bem; você não sabia. Além disso, temos
notícias mais felizes para discutir. Ouvi dizer que outra pessoa
está grávida? — ela perguntou, deixando de lado suavemente
o assunto doloroso.
Meryn riu.
— Alguém mais está buchada? Maravilha. Quem mais
está se juntando ao time das inchadas, irritadas e loucas?
Adriel virou-se para Declan.
— Rachelle, — ele o informou.
Declan sorriu largamente.
— Não brinca! Você está falando sério? Isso foda demais!
— Kari podia ver as engrenagens girando na cabeça de seu
companheiro. Declan agora estava duas vezes mais feliz por ter
se machucado em vez de Rachelle ou seu companheiro lobo.

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Rex gemeu e colocou o rosto nas mãos ao ouvir a linguagem de
Declan.
Kari sorriu.
— Sim, querido, eu posso ver que a política
definitivamente não é um dos seus fortes.
Meryn fez rapidamente um sinal de positivo para Declan.
— Eu tenho tentado dizer ao Aiden que às vezes vocês
agem muito pomposos.
— Pomposo? — Magnus perguntou incrédulo.
— Sim, pomposo, — disse ela, apontando para seu terno
e gravata. — Te mataria usar uma calça de moletom? — ela
perguntou.
Os olhos de Magnus e Bethy se arregalaram e ambos
estremeceram em uníssono.
— Calça. De. Moletom? — Magnus perguntou,
enunciando cada palavra.
Bethy se inclinou e olhou para Meryn do outro lado da
mesa.
— Pare com essa conversa maluca. O Príncipe de Noctem
Falls de calça de moletom?
Meryn parecia confusa.
— Você não tem calça de moletom? Todo mundo não
possui calça de moletom? Elas são as coisas mais confortáveis
do mundo. — As roupas dela começaram a brilhar, e então,
diante de seus olhos, Kari viu a camiseta e o jeans normais de
Meryn se transformarem em calças de moletom e um casaco
de moletom com capuz.
Kari virou-se para Declan.

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— Como ela fez isso? Eu pensei que ela era humana.
Declan riu.
— Ela também é a pessoa que herdou o Vestido de Éire
Danu.
— Você está brincando comigo. Esse vestido é famoso. Ela
estava agora mesmo vestindo uma camiseta.
Bethy gemeu.
— Sim, camisetas. Camisetas de zumbis e camisetas dos
Ursinhos Carinhosos. Camisetas, tênis sujos e jeans: é a isso
que o Vestido de Éire Danu foi reduzido.
Meryn deu de ombros, esticando o tecido do casaco para
frente.
— Isso é tão confortável, Bethy. Você realmente deveria
experimentar. Quero dizer, especialmente quando começar a
aparecer a barriga. Sua barriga não vai caber nessas suas
calças elegantes.
Bethy ofegou e olhou para trás.
Sebastian já estava se mexendo.
— Não se preocupe. Vou tirar suas medidas e lhe fazer
um guarda roupa totalmente novo com roupas de maternidade
da moda. Você ficará confortável e bonita.
Bethy exalou.
— Graças aos deuses! — Ela olhou para o moletom de
Meryn e estremeceu novamente.
Meryn olhou Magnus diretamente no rosto.
— Pomposo.
Magnus riu.
— Talvez sejamos um pouco formais.

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Adriel olhou para Kari.
— Kari, como está o seu irmão? — ele perguntou,
conversador.
Ela assentiu e depois olhou para Meryn.
— Ele fez amigos aqui, e eu não consigo te dizer como isso
é um presente. Nesse mesmo momento ele está jantando com
o Nigel e o Neil. Ele normalmente passa o tempo sozinho ou
lendo. Ele nunca foi capaz de fazer amigos sozinho, muito
menos um paranormal de sua idade. Eu já estava muito
agradecida por encontrar meu companheiro depois de vir aqui,
mas a segunda bênção é que Avery tenha amigos.
— O Avery é uma boa pessoinha, — disse Meryn. Ela
inclinou a cabeça. — Não posso adotá-lo como irmão, como fiz
com os outros porque ele é seu, mas posso dizer que ele
definitivamente será um bom amigo.
Aiden piscou.
— Irmãos? — ele perguntou.
Meryn assentiu.
— Sim! Eles ainda são meus minions e Bebês Keelans,
mas Ryuu me ajudou a descobrir que isso significa que eu me
importo com eles como irmãos. Então, eles são meus irmãos
agora.
Aiden, Adriel e Magnus piscaram. Adriel se inclinou para
frente para olhar para Meryn.
— Espere, você os adotou formalmente? — ele perguntou.
Meryn franziu a testa e olhou para Rex.
— Como posso oficializar isso? Você pode ajudar? — ela
perguntou.

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Rex assentiu.
— Claro.
Aiden fez uma careta para ele.
— Não ajude. Ela precisa ficar longe de problemas.
Rex se inclinou e sussurrou para Meryn de forma
conspiratória.
— Venha me ver mais tarde, e eu a ajudo com a papelada.
— Ótimo! — ela disse e estendeu o punho minúsculo. Ele
apenas o olhou. Ela suspirou. — Levante sua mão. — Ele
levantou a mão. — Agora faça um punho, — ela instruiu. Ele
fez um punho. Ela pegou sua mãozinha e bateu na dele. —
Assim. É um soquinho.
Rex olhou para a mão.
— Soquinho. Declan, podemos fazer soquinho, — disse
ele, parecendo animado.
Declan apenas balançou a cabeça.
— Não, não podemos.
Kari podia ver o olhar teimoso no rosto de Rex. Ela
apostava que Rex não deixaria a cidade até que tivesse dado
um soquinho com Declan.
— Meryn, precisamos conversar sobre isso, — Aiden
começou antes que um leve ruído de vibração o interrompesse.
Ele pareceu confuso por um momento e depois pegou o
telefone. Quando viu o número, levantou-se e olhou em volta
da mesa. — Minhas desculpas, eu tenho que atender. Já volto.
— Ele saiu da sala.
Meryn se virou na cadeira para olhar para Ryuu, que deu
de ombros. Meryn recostou-se e começou a morder o polegar.

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— Consciência pesada? — Eva brincou.
Meryn balançou a cabeça.
— Não, é por isso que estou confusa. Ainda não fiz nada.
— Ainda? — Adriel perguntou.
Meryn deu de ombros.
— A ideia não pode ser ruim se meu futuro eu não tiver
viajado de volta no tempo para me impedir.
A boca de Eva se contraiu.
— Essa é a base para a sua tomada de decisão?
Alguns segundos depois, Aiden invadiu a sala, seu rosto
como uma nuvem de tempestade. Ele parou ao lado de Meryn
e olhou para a companheira.
— Como pôde?! — ele rugiu.
Até Declan estremeceu com a ira de Aiden. Meryn, por
outro lado, parecia imperturbável. Kari teve o pressentimento
que já haviam rugido para ela antes.
Os olhos de Meryn se arregalaram.
— O que eu fiz? — ela perguntou.
— Não aja como se não soubesse, — ele fervia de raiva.
Ela balançou a cabeça.
— Eu, sem brincadeira, não tenho ideia do que você está
falando. — Aiden olhou para o rosto dela e viu sua confusão.
— Bem, se não foi você, quem foi?
— Quem foi o que? — ela exigiu.
Aiden respirou fundo e olhou para Gavriel.
— Parece que Sascha Baberiov, líder da Unidade Gama,
foi preso hoje.

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Bethy ofegou, cobrindo a boca com as mãos. Gavriel
apenas o encarou antes de olhar para Meryn.
— O que você fez? — ele perguntou.
— Estou achando a falta de fé em mim perturbadora, —
protestou Meryn.
— Por que ele foi preso? — Bethy finalmente perguntou.
— Coisas, — disse Aiden, um rubor lhe subindo do
pescoço.
— Coisas? — Meryn incentivou.
Aiden engoliu em seco, seu rosto ficando mais vermelho
a cada segundo.
— É pessoal, — ele gaguejou.
— Pessoal? — Um sorriso perverso cruzou o rosto de
Meryn. — Agora eu tenho que saber. Ou você me conta mais
ou mandarei uma mensagem para o Colton, — ela ameaçou.
Aiden começou a esfregar as mãos no rosto. Quando
parou, olhou para o chão.
— O xerife local recebeu uma queixa de um dos
fazendeiros de que um homem foi visto em sua propriedade
fazendo algo com um de seus animais.
— Deuses, — Beth sussurrou com uma expressão
horrorizada. O rosto de Gavriel estava ilegível.
— Animal? — Meryn perguntou. — Ele matou uma vaca
ou algo assim e estava, tipo, comendo?
Aiden balançou a cabeça lentamente. Kari observou o
Comandante da Unidade, imaginando se ele desmaiaria se
ficasse mais vermelho.

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— O... o relatório diz... — Aiden fez uma pausa. — Hum,
outra coisa.
— Oh, pelo amor de Deus, Aiden, diga logo! — Meryn
ordenou.
— Sascha foi preso como um suspeito na investigação em
andamento sobre liberdades indecentes tomadas com o gado.
O culpado foi visto se masturbando no porco do fazendeiro.
Kari estava com medo de respirar; o silêncio na sala se
tornara insuportavelmente pesado.
— O que? — Meryn sussurrou.
— Eu posso ver porque você pensou que Meryn estava por
trás disso, — Gavriel disse, seus lábios tremendo
violentamente.
Aiden olhou para a companheira.
— Você tem certeza de que não teve nada a ver com isso?
Meryn levantou a mão enquanto o olhava sem piscar.
— Me dê um segundo; estou gostando disso. — Ela
balançou a cabeça lentamente. — Não estou dizendo que não
é uma ideia maneira, mas eu... — Seus olhos se arregalaram.
Ela pegou o telefone e seus dedos pequenos voaram sobre a
superfície deste. Ela olhou para cima, sorriu para Aiden e riu
nervosamente enquanto esperava uma resposta. Segundos
depois, seu telefone vibrou e ela olhou para baixo. Seus olhos
se arregalaram e ela começou a rir. Logo, ela estava rindo tanto
que mal conseguia respirar. Quando ela quase caiu de lado,
Rex estendeu a mão e a agarrou, segurando-a na cadeira. Todo
mundo a olhou em choque. Ela balançou o telefone, rindo
histericamente.

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Alanea Alder
— Meryn, o que foi? — Bethy perguntou. Meryn apenas
balançou a cabeça. Finalmente, Ryuu se adiantou e tirou o
telefone de suas mãos. Ele olhou para baixo, e um sorriso
cruzou seus lábios.
— O jovem Mestre Noah evidentemente foi quem colocou
a queixa no sistema do xerife, — ele os informou em tom de
conversa.
Aiden piscou.
— Ele consegue fazer isso? — Meryn assentiu. — Por que
ele faria isso? — ele perguntou. — Eu achei que ele era um dos
seus minions.
Meryn limpou os olhos.
— Exatamente.
Aiden desabou na cadeira, parecendo exausto.
— Como sempre, não faço ideia do que você está dizendo.
Ryuu pigarreou.
— Acredito que ela esteja se referindo à inferência de que,
no filme Meu Malvado Favorito, os minions foram os
responsáveis por ajudar a realizar os atos nefastos.
Aiden parecia adoravelmente confuso.
— Eu pensei que eles eram apenas os carinhas amarelos
de macacão.
Meryn balançou a cabeça.
— Eu disse que eles estavam me ajudando a dominar o
mundo.
Aiden cerrou os dentes e, com uma mandíbula cerrada,
perguntou:

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Alanea Alder
— Por que Noah faria algo assim? Ele entende as
implicações de um dos líderes de unidade ser colocado em um
lugar de aplicação da lei humana? O que aconteceria se ele
tivesse que se transformar?
Meryn levantou a mão.
— Ele fez isso em retaliação.
— Retaliação pelo que? — Aiden perguntou.
— Sascha montou uma queima de fogos no centro da
cidade.
— E? — Aiden perguntou, parecendo confuso. — Isso
parece festivo.
— Todos os fogos de artifício eram roxos, — Meryn o
informou.
Kari viu fascinada como Gavriel perdeu todo o senso de
compostura. Ele se recostou tão para trás na cadeira, que esta
tombou. Bethy olhou para baixo em choque. Adriel estava
rindo abertamente, e Declan chiava ao lado dela, batendo na
mesa.
— O que? — Kari perguntou. Ela se sentiria uma intrusa
total, mas notou que nem Eva, Broderick, Caspian nem
Magnus pareciam saber o que estava acontecendo.
Declan recuperou o fôlego primeiro.
— Havia uma guerra de brincadeiras entre o Sascha e o
Keelan. Eles, é claro, puxaram suas unidades para ajudar com
o passar dos anos. Os guerreiros da Unidade Alfa
eletrocutavam os membros da Unidade Gama, e a Unidade
Gama encontrava maneiras de deixar os membros da Unidade
Alfa roxos.

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— Como eles poderiam fazer isso? — Eva perguntou.
Meryn virou-se para ela.
— Bem, uma vez eles colocaram tinta roxa no chuveiro
depois de instalar bolas de fogo na casa. Keelan acabou
parecendo uma ameixa. — Ela riu. — Então teve a vez que
jogaram glíter roxo no Keelan durante o baile do Solstício de
Inverno; ele reclamou que tinha glíter em suas coisas não
mencionáveis por dias.
— Mas por que fogos de artifício? Isso não seria para
todos? — Kari perguntou.
Sua pergunta pareceu matar o riso. Era como se alguém
tivesse acabado de fechar a torneira, e a alegria tivesse secado.
Meryn olhou para Aiden, que balançou a cabeça. Ele se
virou para Kari.
— Os membros das unidades sabem o que aconteceu com
Keelan, mas, em grande parte, seu sacrifício e o que ele fez
permanecem em segredo. Digamos apenas que os fogos de
artifício do Sascha foram uma grande exibição para provocar a
Unidade Alfa.
— Então, por que Noah se envolveu? — Eva perguntou.
— Mesmo que ninguém tenha sido oficialmente
designado como o sexto homem da Alfa, o Noah vive na
propriedade Alfa. Então, quando o Sascha montou a queima
de fogos, tenho certeza de que ele sentiu que era sua
responsabilidade reagir.
— Entendo, — disse Kari.

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Alanea Alder
— Cara, mal posso esperar para chegar em casa para
conversar com o Sascha. — Meryn esfregou as mãos com
alegria.
— Você pode, por favor, libertá-lo? — Aiden implorou.
— Tudo bem. — Meryn pulou da cadeira e olhou para
Ryuu. — Você pode me fazer um prato com um pouco de pudim
e trazer para o centro de comunicações? Eu tenho que
melhorar meu jogo para deixar meus minions orgulhosos. —
Assobiando, ela passou por Kuruk e saiu da sala de jantar.
Aiden suspirou.
— Pelo menos ela está se sentindo melhor.
Magnus balançou a cabeça em descrença.
— Ela é tão pequena.
Adriel assentiu.
— Ela é pequena demais para causar tantos problemas.
Eva encontrou os olhos de Kari e deu uma piscadela. Kari
sentiu uma sensação de camaradagem com ela. Simplesmente
havia algo em estar acasalada com um dos guerreiros e mantê-
los na ponta dos pés que parecia aproximar as pessoas.
— Bem, eu tenho certeza que vocês, senhores, podem
ajudar a mantê-la na linha, — disse Kari magnanimamente.
Todos os a homens olharam, seus olhares atirando punhais.
Ao lado dela, Declan riu.
— Ninguém pode controlar a Ameaça.
Todo mundo ficou de bom humor pelo resto do jantar,
exceto Aiden, que brincava com a comida, parecendo um pouco
doente. Quando o jantar terminou, ela agradeceu Sebastian, e
ela e Declan caminharam de mãos dadas até o centro de

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Alanea Alder
telecomunicações para buscar Avery. Declan disse a ela que as
coisas dela e de Avery foram encaminhadas para a casa dele
quando se tornou conhecimento geral de que eram
companheiros, então, se precisassem de algo para se acomodar
durante a noite, teriam que fazer uma viagem ao Nível da
Unidade.
Quando abriram a porta, Avery e os gêmeos estavam
rindo, e Meryn estava apontando para a tela do computador.
Kari viu de relance um pôster de procurado antes que Meryn
pudesse minimizar a tela. Meryn a olhou e sorriu. Kari
balançou a cabeça.
— Tente não matar seu companheiro; ele já parece um
pouco doente.
Meryn deu de ombros.
— Ele supera isso; ele sempre supera, — disse ela de
maneira otimista.
Ryuu riu de onde estava, parado de um lado da sala. Kari
o olhou e ele assentiu.
— Denka está correta, ele geralmente supera.
Avery a olhou.
— Você precisava de mim? — ele perguntou.
Kari assentiu.
— Nossas coisas foram enviadas para o Nível da Unidade,
para a casa do Declan. Estamos prestes a ir lá agora pegar
roupas e alguns produtos de higiene pessoal para hoje à noite,
e eu queria saber se você gostaria de vir conosco.
Ele ficou de pé, assentindo.

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Alanea Alder
— Sim, por favor. Eu preciso pegar meus livros também,
— disse ele, pegando sua mochila. Ele se virou para os novos
amigos. — Volto logo.
Juntos, os três caminharam em direção ao túnel de
transporte. Um em cada mão, ela segurou Avery e Declan e os
voou até o Nível da Unidade. Afastando-se da entrada, eles
olharam em volta. Para Kari, parecia que alguém havia pego
uma pequena vila e colocado no subsolo. À esquerda, ela podia
ver casas de pedra individuais e, à direita, outros edifícios
maiores.
Declan puxou a mão dela.
— Por aqui, — disse ele, guiando-a pela larga rua que
separava as casas. No final da estrada, uma casa maior se
destacava. Declan apontou.
— Aqui é onde Adriel e Eva moram. A nossa é a próxima
a ela à direita.
Ela parou e olhou.
— Declan, parece um pequeno castelo.
Declan assentiu.
— Havia tanta pedra com a qual trabalhar quando os
bruxos estavam reformando para mim. Um castelo foi a
primeira coisa na qual eu consegui pensar quando me
perguntaram como eu queria o estilo da casa.
Os olhos de Avery estavam esbugalhados.
— Isso é uma ponte levadiça? — ele perguntou.
Declan assentiu.
— Ostentoso, eu sei, mas eu não poderia ter um castelo
sem ela.

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Alanea Alder
Avery olhou para baixo.
— Não há fosso.
Declan deu de ombros.
— Eu não podia ter tudo.
— Como se entra? — Avery perguntou, correndo para a
passarela.
Declan foi até a parte de trás da caixa de correio e digitou
um código. Lentamente, a pequena ponte levadiça se abaixou.
Kari estava se sentindo tão animada quanto Avery parecia.
Eles atravessaram a ponte e olharam em volta. Logo dentro do
prédio estava o saguão.
— Isso é seguro? — Kari perguntou vendo o design.
Declan a olhou engraçado.
— Quem diabos iria invadir?
— Bom argumento. — Ao lado da escada havia uma pilha
de malas. Kari se virou para Declan. — Quem as trouxe para
cá?
— Provavelmente o Grant, ele é um dos meus amigos mais
próximos depois do Adriel. Ele tem acesso à casa e sabia que
você iria querer suas coisas. Ele provavelmente só se
encarregou de garantir que elas fossem entregues.
— Ele é muito doce, quieto, mas doce.
Declan assentiu.
— Ele é muito parecido com a Meryn e não se dá bem com
os outros. Mas ele é muito leal. Levei muito tempo para
conhecê-lo depois que fomos designados para a Eta.
— Por quê? — ela perguntou.
— É difícil conhecer alguém quando eles não falam muito.

MY CHAMPION
Alanea Alder
— Aposto que isso não foi um problema para você, —
brincou Avery.
Declan sorriu.
— É verdade, eu gosto de conversar, e foi o que fiz.
Conversei e continuei conversando e, finalmente, ele começou
a responder. Somos amigos desde então.
Kari e Avery abriram suas malas ali no saguão mesmo e
vasculharam suas coisas para pegar o que precisavam.
Quando os dois estavam com o pijama em uma mão e artigos
de toalete na outra, Declan assentiu. Ele acabara de fechar a
ponte levadiça atrás deles quando ouviram um rosnado baixo.
— Meu! — uma voz falou. Kari se afastou em choque
quando o grande guerreiro que vira mais cedo com as crianças
levantou Avery e pressionou os lábios nos de seu irmão. Foi aí
que Kari chegou ao seu ponto de ruptura. Tanta coisa havia
acontecido no dia anterior, e isso era algo com o qual ela
simplesmente não conseguia lidar. Gritando, ela se lançou
para cima do guerreiro que tentava roubar seu irmão.
Declan a envolveu com os braços para impedir que seu
companheiro atacasse Warrick.
— O coloque no chão! — ela gritou.
— Alguém ajuda? — Declan gritou. De cima a baixo, as
portas de estrada se abriram e os homens começaram a sair.
Segundos depois, outro par de mãos ajudou a manter Kari
imóvel. Declan assentiu em agradecimento a Goddard.
— Kari, meu amor, acalme-se, — ele disse em uma voz
gentil.

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— Afaste-se dele! Afaste-se do meu irmão! — ela gritou
antes de cair em soluços.
Avery, nos braços de Warrick, parecia aterrorizado e
dividido. Kari chorar o fez se afastar de seu companheiro
recém-descoberto e correr até a irmã.
— Goddard, você pode levar ela e Avery de volta ao Nível
Um? — perguntou Declan.
Goddard assentiu e levou Kari de volta ao túnel de
transporte. Avery pegou suas coisas e seguiu a irmã de perto.
Declan virou-se para Warrick, que estava lá, parecendo
atordoado. Ele viu Avery desaparecer no túnel, com um olhar
de admiração no rosto.
— Ele é meu, — ele sussurrou. — Eu podia sentir o cheiro
do seu sangue pelas ataduras no seu braço, ele é meu.
— Isso ainda veremos. — Declan cruzou os braços sobre
o peito. Ele olhou para os guerreiros reunidos. — Obrigado por
vir tão rapidamente; daqui para frente eu consigo. — Os
homens assentiram e voltaram para suas casas.
— Declan, você está entre mim e meu companheiro, —
disse Warrick em voz baixa.
Declan levantou a mão.
— E sua gracinha de homem das cavernas simplesmente
levou minha companheira ao limite.
— Mas ele é meu, Declan, — protestou Warrick.
Declan balançou a cabeça.
— Kari precisa do irmão. Ela já passou por tanta coisa;
não pode perdê-lo.
Warrick parecia confuso.

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Alanea Alder
— Por que ela o perderia? Eu não vou levá-lo embora.
— Ela não será mais a pessoa mais importante na vida
dele.
— Mas ela tem você, — ressaltou Warrick.
— Nós nos conhecemos hoje de manhã, — lembrou
Declan.
Warrick começou a andar de um lado para o outro.
— Se eu simplesmente estivesse com você em patrulha no
Nível Seis hoje de manhã, eu teria te dado cobertura. Você
nunca se machucaria, e eu poderia ter conhecido meu
companheiro.
— E a Kari teria te matado então. Ela é super protetora
com o Avery. Eu não tenho ideia de como acertar isso. —
Declan passou a mão pelos cabelos em frustração.
— Como você acha que eu me sinto? — Warrick
perguntou. Declan apenas o olhou. Warrick exalou. — Declan,
eu não sou gay.
— Oh. Oh! Espere, você não o quer? — Declan exigiu,
sentindo raiva. Não havia nada de errado com seu novo
irmãozinho. — Ele é absolutamente adorável; como você pode
não o querer?
— Claro que o quero. Eu o beijei, não?
— Oh sim. Bem, você tem tempo de sobra para entender
tudo isso. Ele ainda não é de maior.
Warrick gemeu e enterrou o rosto nas mãos.
— Você está brincando comigo, certo?
— Não, ele tem apenas noventa e nove anos.
Warrick corou.

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Alanea Alder
— Eu não pressionaria minha reivindicação sobre ele
imediatamente.
Declan pigarreou.
— Você sabe como reivindicar um homem? — ele
perguntou delicadamente.
Warrick fez uma careta para ele.
— Claro que sim. Já me alimentei de homens antes. Já
estive com homens antes; só que prefiro mulheres.
Declan esfregou a nuca.
— Você tem certeza de que ele é seu companheiro?
Warrick deu-lhe um olhar sem emoção.
— Você tem certeza que Kari é sua companheira? — ele
perguntou em resposta. Eles se entreolharam em silêncio.
— Merda, — exclamou Declan.
— Concordo.
— Ok, eu vou falar com eles, mas você precisa lhes dar
tempo. Eles descobriram hoje que precisam se mudar para a
cidade, e Avery é especial. Você precisa reservar um tempo
para conhecer quem ele é.
Warrick tinha uma expressão pateta no rosto.
— Sim, ele é especial. Ele é tão bonito. — Declan riu.
Warrick o olhou. — Você poderia dizer a ele que eu gostaria de
vê-lo amanhã? Eu poderia lhe levar o almoço, — ele ofereceu.
Declan o olhou.
— Não pressione meu companheiro.
— E como você se sentiria se eu tentasse afastá-lo da
Kari?

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Alanea Alder
— Bom ponto. Tudo bem, vou falar com a Kari e dizer a
ela que você está disposto a esperar para reivindicar o Avery, e
que está disposto a ir devagar. Você vai ir devagar, certo? —
Declan usou o melhor olhar "paternal" que conseguiu.
— Juro a você, Declan, por minha honra, que nunca faria
nada para prejudicar o Avery, — prometeu Warrick.
Declan assentiu.
— Você é um homem de honra, e eu cobrarei sua
promessa.
— Você é muito protetor com ele, — observou Warrick.
Declan revirou os olhos.
— Ele é meu irmãozinho agora.
— Obrigado por sua ajuda. Eu agradeço. Sei que você tem
muito com o que lidar, — disse Warrick, parecendo
preocupado.
Declan acenou com a mão para ele.
— Você é um dos meus amigos mais íntimos e parece que
estamos prestes a nos tornar uma família; é o mínimo que
posso fazer.
À menção da família, Warrick gemeu.
— Minha família vai cagar dinossauros roxos.
Declan vasculhou o cérebro, mas não conseguiu
encontrar uma razão pela qual eles ficariam chateados.
— Por que eles se importariam?
Os ombros de Warrick caíram.
— Meu tio acabou de perder a companheira para um
shifter de lobo, ele está na prisão, e eu estou prestes a me

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Alanea Alder
revelar não somente gay, mas também acasalado com um
shifter.
— Droga! — Declan exclamou. — Nós realmente não
precisávamos disso agora.
— Qual é a alternativa? — Warrick perguntou. —
Deveríamos ter deixado minha pobre e doce tia com um homem
que a trata como uma escrava? Devo desistir do Avery e viver
o resto da minha existência sozinho?
— Claro que não; do contrário, você não teria um novo
priminho a caminho, — disse Declan sorrindo.
O rosto inteiro de Warrick se iluminou.
— Consegue acreditar? Mal posso esperar para ajudar. Já
faz tanto tempo que qualquer bebê nasceu aqui, que todos
vamos precisar de aulas sobre como cuidar de bebês. E ter o
Avery ao meu lado nesses momentos, é quase muita felicidade
para uma pessoa só. Agora entendo os sonhos que tenho tido.
Declan engoliu em seco lembrando das chamas de seus
próprios sonhos, de repente ele temeu por Avery.
— Quão ruins eram seus sonhos?
Warrick piscou.
— Ruins? Não, eles eram maravilhosos. Uma mulher
incrivelmente bonita me entrega um presente. É uma caixa
embrulhada em papel dourado. Ela me diz que o presente é
raro e precioso e que devo cuidar dele sempre. Então eu
acordo. Agora sei que Avery é esse presente, um que talvez eu
não mereça.
Declan exalou em alívio.

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Alanea Alder
— Você mais do que merece, meu amigo. Agora, se puder
me fazer um favor?
— Qualquer coisa, — respondeu Warrick.
— Eu não peguei uma daquelas pedras flutuantes que os
gêmeos fizeram para a Meryn. Você pode me levar para o Nível
Um?
Warrick assentiu.
— Claro. Não se esqueça de falar ao meu companheiro
sobre o almoço.
— Não vou esquecer, — prometeu Declan.
Agora ele só precisava descobrir o que iria dizer a sua
companheira.

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Capítulo 8

Declan caminhou pelo corredor dos aposentos. Hesitou


na porta de Avery e depois bateu nesta. Ouviu uma voz leve
dizer: “Entre”. E entrou no quarto. Avery estava sentado de
pernas cruzadas na cama, parecendo ainda mais jovem do que
Declan sabia que ele era. Declan se aproximou e sentou na
beira da cama.
— Como está? — perguntou.
Avery olhou para as mãos.
— Estou bem, acho. Estou animado, assustado e nervoso
também, — ele admitiu. Quando olhou para cima, Declan pôde
ver o cansaço em seus olhos. — Como ele é? — Declan sabia
que Avery estava se referindo a Warrick.
— Warrick é o maior molenga que eu conheço, — Declan
disse.
Os olhos de Avery se arregalaram.
— Sério? Ele é tão grande. — Avery corou.
Declan riu.

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Alanea Alder
— Isso é tudo o que as pessoas veem, e acho que isso o
deixa triste. Além disso, sua família é meio babaca, bem, exceto
sua tia.
— Eu gostaria de vê-lo, — Avery admitiu, torcendo os
dedos.
— Ele quer te ver também. Amanhã, na verdade.
— Amanhã? — Avery perguntou, parecendo animado.
— Ele vai lhe trazer o almoço. Ele está realmente ansioso
por isso.
— E a Kari? Eu nunca a vi chorar assim, — Avery
perguntou parecendo assustado.
— Não se preocupe com a sua irmã. Eu vou falar com ela.
Assim que ela perceber que Warrick nunca vai machucá-lo,
deve se acalmar.
— E, você sabe? — Avery perguntou, olhando-o de forma
característica. Declan levou um momento para perceber que
Avery estava se referindo a sexo. Ele se levantou rapidamente,
pigarreando.
— Bem, é tarde. Você precisa dormir um pouco agora. —
Declan virou-se para a porta e depois de volta para Avery. —
Ei, se o Warrick tentar “você sabe”, me diga para que eu possa
chutar a bunda dele.
— Você não disse que ele não me machucaria?
Declan lançou-lhe um olhar irônico.
— Oh, ele não estaria te machucando com isso, Avery.
Avery cobriu a boca, rindo, depois ficou sóbrio.
— Por que você lutaria com seu amigo? Você nem me
conhece.

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Alanea Alder
— Porque você é meu irmãozinho agora e o inferno
congelará antes que eu deixe alguém te machucar.
Avery o olhou timidamente.
— Obrigado.
Declan pigarreou novamente.
— Ok então, boa noite, — ele disse bruscamente indo
para o corredor.
Declan fechou a porta, encostou-se nela e exalou.
Quando olhou para cima, sua companheira estava parada ao
seu lado. Era evidente que ela estivera ouvindo. Ele encontrou
os olhos de Kari e ela simplesmente estendeu a mão e os levou
para o quarto deles.
— Então, acho que vamos ficar juntos neste quarto, — ele
disse enquanto fechava a porta. Ele teria que agradecer ao
doutor por colocá-lo em observação durante a noite. Os
quartos de hóspedes do Nível Um eram impressionantes. Ele
se virou para a companheira e piscou.
Ela estava lhe olhando com lágrimas nos olhos.
— Ele é tudo que tenho, — ela admitiu de forma
entrecortada.
Seu coração doía por ela. Ele a puxou para seus braços e
a abraçou com força.
— Não mais. Você tem eu e meus irmãos idiotas agora.
Ela bufou entre lágrimas, o começo de um sorriso nos
lábios.
— Se o Warrick sequer respirar errado em cima dele, eu
vou...

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Alanea Alder
Ele parou sua ameaça com um beijo. Colocou as duas
mãos em seus ombros e começou a esfregar seus braços.
— Vou interferir até que o Avery atinja a maioridade.
Escute, eu sei que o Warrick parece intimidador, mas ele, na
verdade, é o maior ursinho de pelúcia que já conheci. Até
consegui que ele concordasse em esperar o Avery completar
cem anos antes de reivindicá-lo. Ele preferiria arrancar o
próprio braço e se bater com ele do que permitir que o Avery
sofra até mesmo um corte com papel. Não acho que alguém vai
ser mais amado ou mimado na cidade, exceto talvez você.
Ela enxugou os olhos, parecendo menos assustada. Ela
começou a dizer algo e bocejou.
— Vamos para a cama, — Declan sugeriu.
Kari assentiu e caminhou até a grande cama de hóspedes.
Declan percebeu com decepção que ela já tinha posto um
pijama. Estes eram sedosos ao toque, mas, infelizmente,
cobriam grande parte da pele dela. Declan simplesmente ficou
só de cueca e subiu na cama atrás de Kari. Passou um braço
em volta da sua cintura e ambos bocejaram ao mesmo tempo.
— Não acredito que estou cansado demais para transar,
— Declan admitiu.
Ela estendeu a mão e cutucou-o nas costelas.
— Você ainda não foi liberado para fazer sexo, — ela lhe
lembrou.
Declan esfregou o nariz sobre suas marcas de mordida
nela e notou com satisfação que ela estremeceu com o seu
toque.

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Alanea Alder
— Melhor dia da minha vida. Eu quase morro, encontro
minha companheira, ela me dá um orgasmo incrível, descobri
que minha família não é tão disfuncional quanto eu pensava,
meio que sou promovido, consegui um novo irmãozinho que
acaba acasalado com um dos meus melhores amigos e termino
o dia de conchinha.
Ela riu.
— Eu conheci meu companheiro com os intestinos para
fora, ele quase morreu, consegui um novo emprego, descobri
que tenho que me afastar permanentemente do meu amado
apartamento, conheci meus parentes por parte de
companheiro, recebi um orgasmo incrível, percebi que a cidade
é mais perturbadora do que eu pensava, perdi meu irmãozinho
para um guerreiro enorme...
— Você não o perdeu, — Declan disse, interrompendo-a.
— Tanto faz, — ela refutou. Ele lambeu sua marca de
mordida e ela gemeu. — Nada de atividade extracurricular, —
disse ela.
— Amanhã tudo pode acontecer, — Declan prometeu
sombriamente. Ele esperou a resposta dela e então percebeu
que ela já estava levemente roncando enquanto dormia.

Ela tem que ser a coisa mais deliciosa que eu já vi.


Não demorou muito até que ele também fechasse os olhos
e dormisse.
*****
No dia seguinte, Kari estava sentada no escritório de
Magnus examinando seus arquivos das duas últimas décadas.
A maioria havia sido organizado e ambos decidiram que

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Alanea Alder
qualquer coisa mais antiga poderia ser revisado mais
lentamente. As informações mais pertinentes haviam sido
catalogadas.
Rex ligara mais cedo para Magnus naquela manhã e o
avisou que os membros do conselho haviam chegado. Estavam
instalados e organizariam o julgamento em breve.
— Deuses, que manhã, — Magnus reclamou. — Por mais
que eu queira que DuBois pague pelo que fez, eu detesto
completamente a ideia de ter um julgamento. — Ele recostou-
se na cadeira, parecendo exausto. — Mesmo que eu odiasse o
homem, parecia que as coisas eram muito mais fáceis quando
DuSang governava. Ele simplesmente teria declarado DuBois
culpado e lidado com isso.
Kari se aproximou da chaleira elétrica que estava ligada
sob uma mesa de café improvisada. Derramou água fumegante
sobre alguns saquinhos de chá e os deixou em imersão.
— Sim, às vezes é mais fácil ser um ditador, mas não em
longo prazo. Eu sei que o que você está fazendo parece ingrato
e impossível, mas você precisa saber que está fazendo a coisa
certa. Seu povo precisa sentir que está sendo ouvido e você
está fazendo um trabalho maravilhoso no que se refere ao
melhor para eles.
— É desanimador fazer muito e ainda assim ser
insuficiente. — Magnus fechou os olhos.
Kari levou a xícara de chá e colocou-a na frente do
príncipe.
— Magnus, eu te ouvi dizer em mais de uma ocasião que
não queria governar. Você está bem? — ela perguntou.

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Alanea Alder
Ele a olhou e deu de ombros.
— Estou cansado, Kari. Faço isso há centenas de anos e
você está certa, é uma tarefa ingrata. Estou tentando trazer
essas pessoas para o século XXI e dar-lhes a liberdade de fazer
o que querem. E, depois de setecentos anos, descubro que
estiveram arranjando acasalamentos pelas minhas costas.
Eles não me dizem nada; mas esperam que eu instintivamente
faça o que querem. Os mais fracos simplesmente querem
receber ordens, e pareço fraco se não sou o ditador que eles
querem que eu seja. Às vezes, me pergunto se estou fazendo
algum bem.
Kari voltou para a pilha dos arquivos mais recentes e os
colocou na mesa dele bruscamente. Ele a olhou assustado.
— Se duvidar que esteja fazendo algum bem, olhe para
isso.
Ele abriu a pasta e perdeu o fôlego. Com as mãos
trêmulas, ele examinou cada foto. Cada arquivo continha a foto
de rosto e o perfil de uma das crianças refugiadas de Wolftown.
— Olhe para as crianças, Magnus. Essas crianças têm
um futuro por sua causa. Sinto muito; pode parecer insensível,
mas seus setecentos anos de tarefas ingratas valem a pena
nem que seja por essas carinhas.
Magnus a olhou com olhos brilhantes.
— Obrigado. Obrigado por ser minha assistente e por ser
mais do que um robô irracional. Talvez se eu tivesse alguém
como você ao meu lado nesses longos anos, não teria sido tão
ruim.

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Alanea Alder
— É para isso que serve uma verdadeira assistente,
alguém para, na escuridão, ajudá-lo com o fardo e lembrá-lo
de que está fazendo um bom trabalho. Lamento que não tenha
recebido o apoio necessário nos anos anteriores, mas estou
aqui agora e farei tudo o que puder para ajudar.
Magnus sorriu.
— Qualquer coisa? — ele perguntou.
— Por quê? — ela perguntou desconfiada.
Ele procurou na mesa, pegou uma pasta de arquivos e lhe
entregou.
— Leif Grassfield e Travis Hickory são dois bruxos que
recentemente saíram de Noctem Falls para retornar a Storm
Keep para fazerem testes; foi assim que conseguimos Nigel e
Neil.
— O que tem eles? — ela perguntou.
— Eu os quero de volta, — respondeu Magnus.
Kari piscou.
— Perdão?
— Storm Keep sabia que Nigel e Neil estavam
destreinados e eram praticamente desastres ambulantes. Eles
podem ser brincalhões e fazerem pegadinhas, mas são bons
garotos. Eu os acolhi porque não queria que fossem separados.
Como descobrimos, eles na verdade são muito poderosos,
então essa foi uma boa decisão da minha parte. O problema é
que eles simplesmente não estão preparados para Noctem
Falls. Há muita política por aqui e eles são muito jovens. Quero
ver se consigo fazer com que Leif e Travis sejam transferidos
novamente para Noctem Falls.

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Alanea Alder
— E Nigel e Neil? — ela perguntou, preocupada com seus
novos jovens amigos. — Eles pertencem aqui, Magnus. Eles
estão felizes com a Meryn e...
Magnus levantou a mão.
— Você não precisa agir como uma mamãe urso comigo.
Eu tenho um fraquinho por aqueles garotos e sei que Meryn
também não desistiria deles. Ela fez muito pela cidade; e eu
gostaria de mantê-la feliz.
Ela sorriu.
— E você gostaria de ficar de fora de qualquer uma das
listas de mais procurados da América.
— Eu tenho que admitir, ela me assusta um pouco com
aquele notebook.
Kari olhou os arquivos.
— O que exatamente você gostaria de fazer?
— Gostaria que você ligasse para Storm Keep e fizesse
uma queixa sobre o comportamento recente dos gêmeos. Mas
diga a eles que eu, por magnanimidade, decidi me oferecer para
treinar os meninos e mantê-los aqui. No entanto, devido à
atual situação dos refugiados, preciso de bruxos com mais
experiência. Talvez diga que não vou usar o envio dos gêmeos
contra eles.
Kari respirou fundo.
— Esta é uma canoa velha. Ela está furada e poderia te
afundar.
— A sugestão surgiu durante o jantar que tivemos
recentemente com as famílias Bellerose e Géroux, e acho que
é a melhor chance que temos.

MY CHAMPION
Alanea Alder
— O quanto você precisa deles?
— Eu precisava deles aqui ontem.
— Certo. Vamos ver o que acontece. — Kari pegou o
telefone e discou o número que a conectaria à academia de
treinamento que os bruxos administravam em Storm Keep.
Uma voz animada respondeu:
— Obrigado por ligar para a academia de treinamento de
Storm Keep, sou Angelica, como posso ajudar?
— Olá, Angélica, meu nome é Kari Delaney. Sou a
assistente pessoal do Príncipe Magnus de Noctem Falls. — Kari
fez uma pausa deliberada, esperando por uma reação; esta
determinaria seu plano de ação.
— Céus! Como posso ajudá-la? — Angélica respondeu
rindo nervosamente.
— Espero que você possa fazer algo por mim. Veja bem, o
Príncipe Magnus trouxe à minha atenção que os dois recrutas
mais novos de Storm Keep, os nomes deles são... um
momento... — Kari bagunçou os papéis como se estivesse
procurando os nomes.
— Você quer dizer Nigel e Neil Morninglory? — Angelica
perguntou.
— Sim, esses dois. Eles não estavam bem... Como posso
colocar isso delicadamente? Prontos para sair de Storm Keep.
Agora, não estou dizendo que seus treinadores sabiam disso,
mas isso não deixou uma impressão muito boa com o Príncipe
Magnus.
— Oh não! Aconteceu alguma coisa? — Angélica
gaguejou.

MY CHAMPION
Alanea Alder
Kari olhou para Magnus e levantou uma sobrancelha. Ele
assentiu, rapidamente anotou algo e entregou a ela o bloco de
anotações.
Kari leu o que ele escreveu e teve dificuldade para não rir
alto.
— Sim. — Ela pigarreou. — Por acaso, os dois abaixaram
as calças do segundo em comando da Unidade Eta, no meio de
uma reunião de equipe.
— Oh meus Deuses! Céus, por que eles fariam uma coisa
dessas? — Angelica perguntou, em pânico. — Srta. Delaney,
você tem nossas desculpas mais profundas. Há algo que
possamos fazer para corrigir isso para o Príncipe Magnus?
Kari lutou para manter a voz nivelada. A imagem dos dois
diabinhos ruivos tirando a calça de Declan continuava
repassando em sua mente.
— O Príncipe Magnus, como sabe, está muito ocupado no
momento lidando com refugiados. Ele está acolhendo não
apenas shifters locais, mas também faes e bruxos para mantê-
los seguros. Apesar de estar enterrado em novas
responsabilidades, ele está oferecendo a continuidade do
treinamento de Nigel e Neil aqui em Noctem Falls, para que,
quando saírem daqui, não apenas estejam mais avançados
com sua magia, como também tenham uma melhor
compreensão de como a política funciona.
— Ele está disposto a fazer isso? — Angelica perguntou,
parecendo espantada.
— Sim, mas infelizmente todos os guerreiros aqui estão
ocupados com os refugiados. Acho que seria do interesse de

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Alanea Alder
Storm Keep enviar Leif Grassfield e Travis Hickory de volta a
Noctem Falls, onde eles podem retomar suas posições aqui
como guerreiros e atuar como mentores tanto de Nigel quanto
de Neil. — Quando Angelica não respondeu, Kari decidiu dar o
golpe final. — Sejamos honestas, Angelica. Podemos manter
esses dois encrenqueiros muito ocupados aqui ajudando os
refugiados, e eles receberão o treinamento e a disciplina de que
precisam no processo.
Angelica ficou quieta por um momento antes de falar:
— Se puder me dar alguns minutos, tenho certeza de que
posso aprovar isso, considerando tudo o que o Príncipe
Magnus está oferecendo. Você pode esperar?
— Sim, claro. — Kari silenciou o telefone quando a
música de espera começou. — Eles fizeram o que? — ela
perguntou, rindo alto.
Magnus riu.
— Adriel teve muita dificuldade em relatar isso com a cara
séria. Eles estavam bem no meio das apresentações quando
aqueles dois puxaram as calças do Declan, aparentemente
para ver se ele havia se molhado.
— Por que ele se molharia?
— Aparentemente por rir demais.
Não demorou um minuto e Angelica entrou na linha.
— Srta. Delaney, desculpe, gostaríamos de ajudar, mas...
Kari tirou o telefone do mudo.
— Mas o que exatamente? — ela perguntou.
— Não sabemos onde estão Leif e Travis. Eles nunca
compareceram para os testes.

MY CHAMPION
Alanea Alder
Kari olhou para Magnus, que deu de ombros.
— Se os encontrarmos, podemos informá-los de que suas
atribuições foram alteradas e que devem se reportar a Noctem
Falls?
— Sim, é claro! Estamos mudando as ordens deles agora
e enviaremos uma cópia atualizada por fax. Mas como vai
encontrá-los? — Angelica perguntou.
— Não tenho ideia. Obrigada por tudo o que fez. Vou
encarregar-me a partir daqui.
— Não, obrigada a você, Srta. Delaney. Isso tira muito dos
nossos ombros. Se precisar de algo no futuro, por favor, me
avise.
— Obrigada, Angelica. — Kari desligou o telefone e apenas
encarou o bloco de anotações.
— O que? — perguntou Magnus.
— Isso foi muito fácil. Fácil demais. Me pergunto o que
há de errado com Leif e Travis, — ela pensou em voz alta.
— Não há nada de errado com eles. Eles são guerreiros
experientes e bruxos maravilhosos que serviram fielmente por
séculos, — afirmou Magnus.
— Exatamente. E, no entanto, Storm Keep estava
disposto a desistir deles com muita facilidade.
— Eu sei que eles foram muito sinceros sobre voltar a
Noctem Falls, independentemente da pontuação deles. Talvez
a academia tenha percebido que, como eles voltariam de
qualquer maneira, poderiam muito bem enviá-los de volta
agora, especialmente a meu pedido, — Magnus fez uma
hipótese.

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Alanea Alder
— Ok. Então, como encontramos Travis e Leif?
— Começaremos com o Líder da Unidade do Leif, Dimitri
Romanov. — Magnus pegou seu walkie-talkie. — Barbárvore4,
responda, câmbio.
— Sim, senhor.
— Você por um acaso não saberia como falar com o Leif
ou Travis? Storm Keep me avisou que eles ainda não chegaram
lá.
— Sim, senhor, eu posso ligar para seus celulares. Todos
mantêm telefones e números de telefone fornecidos apenas
para guerreiros da unidade. Eles fizeram um pequeno desvio a
caminho de Storm Keep. Estão em Vegas.
— Eles estão em Las Vegas desde que partiram?
— Sim, senhor. Eu ligo e verifico eles a cada dois dias
para garantir que não se afogaram em álcool ou casaram
acidentalmente com uma humana.
— Você pode entrar em contato com eles para que saibam
que suas designações foram alteradas? Agora devem retornar
para Noctem Falls.
— Senhor, está falando sério? E Nigel e Neil? — ele
perguntou.
— Eles devem ficar também. Travis e Leif atuarão como
seus novos mentores.
— Caramba! Quero dizer, obrigado, senhor!
— De nada; chame nossos meninos para casa.
— Sim, senhor!

4Barbárvore, ou Treebeard em inglês, é um personagem fictício do romance O Senhor


dos Anéis, de J. R. R. Tolkien.

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Alanea Alder
Magnus estava prestes a guardar o walkie-talkie quando
ouviram uma nova voz.
— Magneto, responda, câmbio, — uma voz aguda soou.
— Magneto aqui, Ameaça.
— Legal, eu só queria que soubesse que as câmeras estão
prontas, câmbio.
— Obrigado, Ameaça; logo chegamos. — Magnus a olhou.
— Você gostaria de ir vê-las?
— Claro, mas de que câmeras ela está falando? — ela
perguntou.
— Meryn instalou câmeras de segurança em pontos
específicos da cidade. Esperamos que ajudem a rastrear o
assassino.
— Vocês ainda não o encontraram?
— Não. Quando os assassinatos pararam, nossas pistas
também.
— Estou mais interessada em como organizarão as
imagens gravadas.
Eles saíram do escritório e caminharam a curta distância
até o centro de comunicações. Abriram a porta para ver que
Nigel, Neil, Avery e Meryn estavam amontoados em torno de
um monitor de computador. Quando se aproximaram deles por
trás, Kari sentiu o queixo cair.
— Meryn McKenzie! — Magnus exclamou. Todos os
quatro saltaram. — O que raios é isso? — ele perguntou,
apontando para a tela.
— Chamo de canal pornô, — Meryn respondeu
descaradamente.

MY CHAMPION
Alanea Alder
— Essas são as câmeras? — Kari perguntou, incapaz de
tirar os olhos das duas figuras se movendo uma contra a outra
na tela do computador.
Avery inclinou a cabeça.
— Eu não sabia que dava para fazer assim.
Kari rodeou seu rosto e lhe cobriu os olhos com as mãos.
Magnus franziu a testa.
— Meryn, estou muito decepcionado contigo. Essas
câmeras foram feitas para serem colocadas em lugares para
procurar nosso assassino. Não para comprometer a
privacidade dos cidadãos da cidade.
Meryn balançou a cabeça, rindo.
— Eles estão em espaço público.
O queixo de Magnus caiu.
— Onde?
Meryn olhou para a tela do computador e apontou para
um pequeno número.
— A parte de trás do túnel de transporte no Nível Cinco.
— Eles estão fazendo isso no ar? — Avery perguntou,
tentando remover as mãos de Kari.
— Sim. Estou com inveja; Aiden e eu nem sequer
dominamos o sexo no chuveiro ainda. — Meryn os informou,
rindo.
Magnus sentou-se em uma das cadeiras.
— Não houve um momento de tédio por aqui desde que
você chegou. — Ele franziu a testa. — Meryn, as pessoas sabem
que as câmeras estão em funcionamento?

MY CHAMPION
Alanea Alder
— Sim, os guerreiros as informaram que esse era o
próximo passo após o estabelecimento do Wi-Fi.
Kari desistiu de tentar cobrir os olhos de Avery e
simplesmente se inclinou para frente e desligou o monitor.
— Meryn, onde todas essas gravações estão sendo
armazenadas?
Meryn se levantou e caminhou até uma grande caixa
preta em cima da mesa ao lado do monitor.
— Essa é uma unidade de armazenamento conectada à
rede. Possui cerca de trinta e dois terabytes de armazenamento
que, após a configuração do RAID, fornecem dezesseis
terabytes de espaço útil. Poderemos reciclar e armazenar
vídeos aqui. Um dos guerreiros da unidade virá diariamente e
olhará rapidamente as filmagens. Qualquer movimento fora do
comum é armazenado e todo o resto é excluído.
— Há uma maneira de manter todas as filmagens?
Meryn estremeceu.
— Por que guardar milhares e milhares de gigabytes de
imagens chatas? — Kari jogou-lhe um olhar sem expressão. —
Acho que é possível. Definitivamente precisaremos de uma
configuração que mova o vídeo para o armazenamento externo
e precisaremos de mais discos rígidos.
Kari assentiu.
— Eu acho que é uma boa ideia. Nunca sabe se o
guerreiro que está revisando as imagens está tendo uma
manhã lenta. Ele pode passar algumas coisas por alto ou
excluí-las por acidente. É melhor manter as imagens intactas.
Meryn assentiu.

MY CHAMPION
Alanea Alder
— Sim, eu poderia deixar muitas coisas passarem por alto
sem café. — Ela olhou para Magnus. — Esse tipo de
configuração pode ficar cara, — alertou.
Magnus acenou com a mão.
— Faça o que for necessário para garantir a capacidade
de armazenamento para os próximos dois anos.
Meryn esfregou as mãos alegremente.
— Eu posso pedir novas tecnologias! Adoro!
— Magneto. — Uma voz surgiu no walkie-talkie. Magnus
olhou para Meryn.
— Esses walkie-talkies valem seu peso em ouro. — Ela
fez um sinal de positivo com o polegar. Magnus pegou o walkie-
talkie. — Magneto aqui, o que é, Professor?
— Senhor, eu só queria que você soubesse que estamos
prontos para começar a excursão. Fiquei me perguntando se
você gostaria de participar.
— Claro, Kari e eu chegaremos aí em breve.
Ela acenou para Meryn e beijou Avery no topo da cabeça
antes de seguir Magnus pelo corredor até o outro lado do Nível
Um.
Declan estava lhe esperando na entrada das seções
raramente vistas dos quadrantes Reais de Noctem Falls. As
portas dos jardins eram maiores e mais grandiosas do que as
dos aposentos. A seção inteira onde Magnus morava era
moderna em comparação com as portas à sua frente. Estas
pareciam pertencer a um castelo. A porta em si era de madeira
e o arco de pedra arredondado tinha símbolos e palavras
gravados neste em um idioma que ela não conseguia ler. Ao

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seu redor, crianças animadas tagarelavam, apontando para a
porta, os pais sorriam com a animação dos filhos.
Declan se aproximou dela e pegou sua mão.
— Você está pronta para ver os Jardins Reais? — ele
perguntou. Kari assentiu e, de verdade, estava. Os Jardins
Reais de Noctem Falls, que coagiam plantas vivas a florescer
fora de estação e no subsolo, eram quase tão impossíveis de
serem visitados quanto os Jardins Fae.
Nesse momento, Magnus, muito exuberante, foi até a
frente e cumprimentou as crianças.
— Bem, eu vejo que todos os meus pequenos cadetes
ferozes estão aqui. — As crianças riram. — Eu soube que
alguns de vocês não estão se sentindo muito bem, então
garanti que possam passar um tempo aqui nos Jardins Reais.
Então, sem mais delongas... — Ele se virou, colocou a mão na
porta e, como se por mágica, esta destrancou. Todos ouviram
as engrenagens girarem e lentamente as portas se abriram um
pouco. Magnus as empurrou e as abriu.
Imediatamente, Kari sentiu o cheiro das flores, da terra e
das folhas que estavam logo além. Declan pegou a mão dela e
a guiou à frente. As crianças saíram correndo, gritando de
emoção. Seus pais tiveram um trabalho árduo tentando
acompanhá-las. Em todos os lugares que se viravam, havia
algo mais para ver.
Árvores enormes eram impossivelmente altas e, acima
delas, o céu estava bem azul. Ela nunca tinha visto a luz do
dia em uma caverna antes, mas ali parecia real, como se
estivesse de pé na superfície. Kari olhou em volta,

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maravilhada. Flores de videira cresciam fora de controle.
Fontes de água borbulhavam e gargarejavam, dando a toda a
cena um belo murmúrio de fundo que se harmonizava com o
barulho do vento suavemente oscilante criado por uma brisa
artificial que varria a caverna.
Magnus pigarreou e as crianças pararam para olhá-lo.
Ele apontou e Kari percebeu que havia agora uma nova adição
aos Jardins Reais. Os bruxos estiveram muito ocupados.
Magnus os fez criar um parquinho. Todos os brinquedos
imagináveis haviam sido criados para as crianças. Havia
gangorras, balanços, trepa-trepa e um carrossel. Para as
crianças mais velhas, haviam várias quadras para escolher,
incluindo queimada, basquete e quadra de badminton.
Magnus trabalhou com Adriel e muitos outros guerreiros
para garantir que cada criança fosse vigiada com cuidado.
Declan passou o braço em volta dos ombros dela e a conduziu
para a direita. Eles seguiram um pequeno riacho e se
aprofundaram na floresta.
— Isso é impossível, — ela sussurrou, olhando em volta.
Ela estava quase com medo de que, se falasse alto demais, a
mágica acabasse.
— Não, não é impossível quando se combina os esforços
mágicos de centenas de bruxos ao longo de centenas de anos,
cada um adicionando algo diferente.
— E Nigel e Neil? — ela brincou.
Declan sorriu.
— Quem você acha que recomendou o parquinho?
Ela parou no meio do caminho.

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— Eu pensei que Magnus tinha pedido isso.
Declan balançou a cabeça.
— Ele ordenou a construção, mas não pensou nisso.
Quando os gêmeos descobriram que Magnus e Adriel estavam
planejando uma excursão para os Jardins Reais, eles tiveram
a ideia de um parquinho para as crianças. Eles sabiam que as
crianças não ficariam entretidas por muito tempo com apenas
plantas para diverti-las. Claro, o Magnus concordou. Ele lhes
disse que era uma ideia brilhante. Aparentemente, os gêmeos
estavam muito envolvidos em cuidar de crianças quando
moravam em Storm Keep. Eles cresceram em um orfanato,
então entendem a maneira como as crianças pensam, além de
serem os mais jovens aqui fora a Bethy, a Meryn, o Stefan e o
seu Avery.
— Para onde exatamente você está me levando, Declan?
Ele sorriu.
— Estamos a caminho da casa da vovó, é melhor tomar
cuidado, vai que um leão aparece e bufe, sopre e te faça voar.
Kari riu dessa versão desmantelada dos contos de fadas
dos irmãos Grimm. O rosto dele se iluminou com o riso dela.
— É um lugar privado onde podemos nos conhecer
melhor.
— Você ainda não foi liberado pelo médico, — ela brincou.
— Eu vou me arriscar, — ele sussurrou, mordiscando seu
pescoço. Eles caminharam até chegarem ao topo de uma longa
escada de pedra. Ela olhou para baixo, ao pé da escada havia
uma campina aberta com gramíneas de cheiro doce e além
havia mais espaço aberto.

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— Um dos bruxos que Magnus chamou cerca de um
século atrás usou sua magia para simular um céu completo,
com nuvens. Ouvi dizer que se você se deitar no campo, pode
ver diferentes formas. Espere aqui por um segundo. O pomar
fica a cerca de 400 metros de distância. Eu estava pensando
que poderíamos pegar algumas maçãs para fazer uma
boquinha antes do almoço enquanto olhamos as nuvens.
— Eu acho que parece perfeito.
— Eu volto já. — Ele puxou a mão dela para os lábios e a
beijou gentilmente.
— Volte depressa. — Kari colocou os braços em volta da
cintura, abraçando-se. Ela nunca esteve tão feliz na vida.
Claro, havia uma quantidade ridícula de trabalho, e ela tinha
a sensação de que o Príncipe Magnus, a longo prazo, seria um
desafio que ela nunca dominaria. Mas não era isso que se
deveria fazer? Encontrar algo no qual dedicar a vida? Um
trabalho que seria satisfatório e gratificante? O que poderia ser
melhor do que ajudar o Príncipe de seu povo?
Do nada, ela sentiu uma brisa fria. Ela esfregou os
braços, olhando em volta. As plantas ao seu redor estavam
imóveis, nem suas folhas nem pétalas balançavam. Ela olhou
ao redor. Era como se ela soubesse que, se se virasse muito
rápido, veria algo — algo aterrorizante.
Ela agarrou o corrimão quando uma onda de tontura a
tomou. Ela balançou a cabeça, tentando clarear a visão.
Quando começou a se afastar da escada, outra onda a atingiu;
segundos depois, ela sabia que estava caindo e não havia nada
que pudesse fazer para impedir isso.

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Capítulo 9

— Kari! Kari! Abra os olhos, por favor!


Ela sentiu mãos quentes em sua bochecha, e,
lentamente, tentou piscar. Quando seus olhos se abriram, Kari
viu Declan em pé ao seu lado.
— Declan? — ela perguntou, olhando ao redor. Ela não
estava mais nos Jardins Reais. Em vez disso, estava deitada
em uma cama firme na sala fluorescente da enfermaria. Ela
tentou levantar-se e gemeu; sua cabeça latejava.
— Só fique deitada. Você sofreu uma grande queda, —
disse o Dr. St. John, se aproximando pelo outro lado. Ele jogou
uma luz em seus olhos, e ela piscou. — Não acho que você
tenha uma concussão, principalmente graças a sua cura
acelerada, mas temo que seu braço, sendo uma parte não-
crítica ainda está se recuperando.
— Braço? — ela olhou para baixo, seu braço estava bem
imobilizado, e uma maçante dor latejante irradiava de seu
pulso. — O que aconteceu? — ela perguntou.

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— Isso é o que eu gostaria de saber, — Declan grunhiu.
— Quando voltei, você estava ao pé das escadas parecendo
quebrada. — Ele respirou fundo tremulamente. — Eu nunca
mais quero ver isso de novo.
Ela olhou para além de Declan e viu Avery pálido,
trêmulo, e chorando baixinho.
— Ei, — ela sussurrou. Isso foi o suficiente. Avery
começou a soluçar histericamente. Ela só conseguia entender
cada terceira ou quarta palavra.
Kari encontrou os olhos de Warrick e, pela primeira vez,
eles entraram em um entendimento. Ambos se importavam
com Avery e queriam que este fosse feliz. Ela lhe jogou um
olhar azedo e, em seguida, assentiu. Ele gentilmente passou
um braço em volta de Avery e pegou-o nos braços.
— Vamos, querido, parece que o Declan consegue cuidar
da Kari.
Avery sacudiu a cabeça de um lado ao outro.
— Eu quero ficar com ela, — chorou Avery. — Ela precisa
de mim.
Warrick embalou a cabeça de Avery contra seu peito.
— Ela vai ficar bem, amor. Declan trouxe um lanche para
a Kari. Vamos vê-la depois do almoço.
— Avery, ouvi dizer que o Warrick trouxe o almoço para
você. Vá comê-lo, assim pode me falar sobre isso mais tarde.
Avery fungou e limpou o nariz na camisa.
— Tem certeza?
— Sim, eu estou bem. Já estou me sentindo melhor.

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Avery se remexeu até Warrick colocá-lo no chão. Se
aproximou e beijou-a na testa.
— Você não pode me deixar. Ninguém pode me deixar de
novo. — Suas lágrimas pingaram em seu rosto, e ela sentiu os
próprios olhos começarem a lacrimejar.
— Não importa o que aconteça, você sempre terá a mim,
— Kari prometeu.
Avery respirou fundo e beijou-a na testa novamente.
— Vou te cobrar isso. — Warrick pegou a mão dele e
saíram.
— Tudo bem, o Warrick não é tão ruim, — Kari admitiu a
contragosto.
— Ele se importa, e é muito gentil com ele. Eu lhe disse
que ele estava em boas mãos, — insistiu Declan.
Ela olhou para o curandeiro.
— Doutor, meu braço está quebrado?
— Sim, em dois lugares. Mas eu o imobilizei com força; se
você se alimentar, deve ficar curada em uma hora.
Declan começou a ronronar na cadeira. O doutor revirou
os olhos e olhou para Declan.
— Você está liberado para atividades extracurriculares.
— Ele se virou para Kari. — Você, no entanto, precisa ter
calma. Nada de atividade extracurricular para você. A parte de
trás do seu crânio foi esmagada. Estava tão frágil que eu temi
que seu cérebro fosse vazar. Então, só para deixar claro, nada
de brincadeiras na cama.
Kari sorriu.
— Então é só eu não ficar de costas.

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O médico jogou as mãos no ar.
— Tudo bem! Se matem de tanto foder, literalmente. Não
venha chorar para mim quando estiver morta. — Ele
atravessou a sala e abriu a porta. Ele estava prestes a fechá-la
atrás de si quando olhou por cima do ombro e piscou um olho.
— Ele é um homenzinho estranho. — Ele a olhou e
suspirou. — Portanto, ainda nada de atividade extracurricular.
Ela balançou a cabeça.
— Não, ele apenas disse que você não podia me foder de
costas, onde minha cabeça poderia ser pressionada contra o
colchão.
Declan deu uma batidinha no nariz dela.
— Comporte-se. Eu não vou fazer sexo com você pela
primeira vez na cama da enfermaria, enquanto você está com
um braço quebrado e um crânio fraturado. — Ele pegou uma
faca e começou a descascar uma maçã.
A boca de Kari começou a salivar quando ela sentiu o
cheiro no ar.
— Foi isso que você saiu para pegar? Nunca cheirei nada
assim.
Ele sorriu e continuou descascando.
— É uma maçã híbrida. — Ele começou a girar a maçã na
mão lentamente. Esta era vermelha escura que desbotava para
um rosa claro e depois para um amarelo dourado e finalmente
para um verde brilhante.
Declan comeu a casca; seus olhos se fecharam enquanto
ele cantarolava de satisfação.

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— Chama-se Fruto Proibido. Alguns dizem que é a
primeira maçã do mundo.
Diferente de todas as outras maçãs que ela já havia
descascado para si mesma, em vez de cortar de cima para
baixo, ele a cortou em um círculo ao redor da maçã, fazendo
um anel. Ele comeu o primeiro anel, quase experimentando-o
para garantir que estava bom antes de retirar outro anel e
entregá-lo a ela. Ela o olhou e deu uma mordida.
— Oh meus deuses! É tão suculento e doce!
Declan assentiu.
— Dê outra mordida, — ele encorajou.
Ela deu outra mordida. Desta vez, houve uma pitada doce
antes que um sabor fresco e azedo explodisse em suas papilas
gustativas.
— É azedo, igual uma maçã verde. Essa deve ser a maçã
mais perfeita que eu já provei.
Ele mastigou e depois engoliu.
— Eu não me canso delas e das tortas! Deuses, as tortas
que se faz com elas, — ele suspirou feliz. — Há uma vendedora
no Nível Seis que sabe que pode me fazer prometer qualquer
coisa por algumas tortas.
Kari o encarou.
— Qualquer coisa? — ela perguntou.
Declan fez uma pausa no movimento de colocar outro
pedaço de maçã na boca.
— Bem, quase tudo, — ele piscou um olho descarado para
ela.

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Ela sorriu e recostou-se nos travesseiros. Juntos, eles
comeram as maçãs que ele havia colhido. Houve silêncio entre
eles, mas não estranheza, e ela não sentiu que precisava falar
para preenchê-lo.
Ele preguiçosamente cortou e descascou maçã após maçã
para ela, como se isso o fizesse o homem mais feliz do mundo.
Enquanto comiam juntos, compartilharam centenas de
olhares e breves toques. Esta tinha que ser uma das tardes
mais confortáveis e íntimas que ela já tivera.
— Declan, obrigada, — disse ela baixinho.
— De nada. Saiba que estou compartilhando essas maçãs
com você porque é minha companheira, — ele brincou,
comendo outro anel de maçã.
— Não, obrigada por ser meu companheiro. Por se
preocupar comigo e passar sua tarde comigo só para eu não
ficar sozinha.
Declan franziu o cenho.
— Quanto tempo você ficou sozinha? — ele perguntou.
— Mais de cem anos, até eu encontrar Avery dez anos
atrás.
— Pensei que você tivesse dito que tinha um irmão
adotivo.
— E tenho. Ele dá uma olhada em mim de vez em quando.
Ele não gostava que eu ficasse completamente sozinha, mas
eu era teimosa. — Ela sentiu as pálpebras ficarem mais
pesadas.
Ele colocou a faca e as maçãs de lado.

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— Eu vou deixar você descansar um pouco, — ele se
levantou.
— Não vá, — disse Kari, praticamente implorando. —
Fique comigo e mantenha os pesadelos afastados.
Ele congelou antes de se mover imediatamente em
direção à cama. Ele rodeou a cama até o outro lado e levantou
as cobertas. Entrou debaixo destas com cuidado, tomando
cuidado para não machucar o braço dela, e ficou de conchinha
com Kari.
— Você se curaria se se alimentasse, — ele ofereceu com
voz rouca.
Ela hesitou.
— A alimentação pode ser muito sexual quando é direto
da fonte. Dada a maneira como me sinto sobre você... — ela se
virou lentamente, estremecendo um pouco com a dor no braço.
Ela o olhou. — Tem certeza?
— Você precisa de sangue, e eu tenho bastante. Eu sou
um garoto grande, meu amor; eu posso lidar com você, — ele
assegurou.
Ela lambeu os lábios e ele engoliu em seco.
— Você é um garoto muito grande.
Ele se envaideceu com suas palavras antes que seu olhar
ficasse sério.
— Kari, é meu direito e meu dever prover a você; eu
ofereço meu tudo a você.
Ela inalou bruscamente. Nunca esperara ouvir essas
palavras. Na verdade, nunca pensou que encontraria um
companheiro.

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— Sou muito grata à Destino. Não sei o que fiz para
merecer um homem tão honrado e gentil como você, mas
sempre serei grata pelo presente Dela.
Ela o ouviu perder o fôlego.
— Você está errada, meu amor; sou eu que não te mereço.
Só posso rezar para que eu cumpra qualquer expectativa que
a Destino possa ter para mim, me emparelhando com você por
toda a eternidade.
Ela tentou se levantar para alcançar o pescoço dele.
Quando ele a viu se esforçando, simplesmente se abaixou. Ela
lambeu seu pescoço e o corpo de Declan estremeceu. Movendo-
se rapidamente, ela o mordeu ao mesmo tempo em que enfiou
a mão não ferida na frente da calça dele. Ela sentiu sangue
encher seu pênis, endurecendo-o sob seu toque. Ele gritou o
nome dela e ela esfregou o polegar sobre a cabeça sensível. Ele
resfolegou como um gêiser e, por um momento, Kari lamentou
que não fosse capaz de prová-lo, mas seu sangue era mais do
que suficiente para satisfazê-la. O sangue dele em sua língua
era ainda melhor do que cerejas cobertas de chocolate com
café.
A potência deste atormentava seus sentidos como uma
bebida fina e envelhecida. Ela bebeu até sentir os ossos
começarem a se juntarem e, em seguida, infelizmente, soltou
seu pescoço. Ela lambeu os buracos e depois recostou-se. Os
olhos de Declan estavam esbugalhados e sua respiração
irregular.
— O que você acabou de fazer comigo? — ele perguntou.

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Ela o olhou confusa, mas depois percebeu que a outra
mão ainda estava na calça dele. A frente da virilha dele estava
coberta com aquela substância pegajosa da qual ela havia
desfrutado antes.
— Você gozou esse tempo todo? — ela perguntou
erguendo os dedos para lambê-los. Ela suspirou feliz, o gosto
era melhor do que se lembrava.
Declan engoliu em seco; seus lábios estavam secos de
onde respirara pela boca.
— Sim, — ele disse, a voz rouca.
Lutando contra uma risadinha diante de sua expressão
confusa, ela ficou de costas e apontou para o outro lado da
sala.
— Você deveria ir se lavar, — ela sugeriu, sorrindo.
Ele balançou a cabeça.
— Não consigo me mexer, não quero me mexer, quero
ficar aqui para sempre, — ele ofegou.
— Bem, pelo menos tire as calças. Quando isso secar,
você ficará com uma grande coceira.
Gemendo, Declan passou as pernas para a lateral da
cama. Quando começou a se levantar, suas pernas cederam e
ele caiu no chão.
— Você está bem? — ela perguntou rindo. Antes que ela
pudesse se levantar para ajudar, ele já estava se levantando.
— Não se atreva a sair dessa cama, — ele ameaçou. — O
doutor disse que você deveria ficar aí até o almoço.
— Eu me alimentei. Olhe. — Ela desfez a tipoia e flexionou
o braço.

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— Maravilhoso, agora fique nessa cama. — Com as
pernas trêmulas, ele entrou no banheiro anexo, e ela ouviu a
água correr por alguns instantes. Um minuto depois, ele saiu
e jogou-lhe um olhar sem expressão.
— O que?
— Eu nunca fiz uma bagunça assim antes.
— De nada, — ela disse e bocejou. Declan sorriu e voltou
para a cama com ela. Ele pegou o telefone do bolso e configurou
um alarme.
— Você deve gostar de sonecas, — disse Kari, fechando
os olhos. — Esta é a sua segunda em dois dias.
Ele resmungou.
— Tivemos dois dias agitados, — Declan protestou. Ele a
puxou para perto, esfregando o nariz em sua nuca. Sorrindo,
ela sabia que não ficaria acordada por muito mais tempo
quando ele começou a ronronar. Ela conseguia entender
porque Meryn gostava de ter Declan com quem dormir; ele era
melhor do que qualquer chá de camomila.
*****
Quando o alarme disparou, eles sorriram um para o outro
enquanto se preparavam para o almoço. Ela lavou o rosto e se
certificou de que seu cabelo não estivesse espetado em todas
as direções. Eles deixaram a enfermaria do laboratório e foram
para o alojamento de Magnus.
— Você tem certeza de que está tudo bem almoçar aqui?
Quero dizer, eu sei que ele é o meu chefe, mas pensei que
apenas a realeza deveria estar no Nível Um.

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— Bem, há muita coisa acontecendo agora, então ele tem
se encontrado com Adriel, Aiden e Bethy. Acho que ele gostaria
que você estivesse lá para ajudar no planejamento, o que
significa que sou convidado já que sou seu companheiro. —
Ele a olhou com um sorriso de menino.
— Você parece particularmente feliz com isso. E também
parece estar esquecendo que aceitou um papel consultivo,
então eles podem querer você lá também.
— Você já provou a comida do Sebastian? Acho que comi
melhor nos últimos dois dias do que provavelmente nos
últimos seis anos.
Eles entraram e Magnus pulou da cadeira.
— Graças aos deuses que você está bem! Quando ouvi o
que aconteceu, temi o pior.
Kari levantou a mão.
— Estou muito melhor. Declan permitiu que eu me
alimentasse. — Magnus assentiu e beijou sua bochecha.
— Por favor, sente-se. Estávamos repassando o que
planejamos fazer o resto de hoje.
Ela observou Rex olhar para o irmão. Vendo o sorriso
pateta de Declan, ele começou a relaxar visivelmente.
Magnus abriu seu portfólio e olhou para seu bloco de
anotações.
— Kari marcou algumas entrevistas mais tarde para
Declan. Fui chamado para uma reunião com o conselho
inteiro, e pedi a Aiden para se juntar a mim. — Ele parou e
olhou para cima. — Kari, acho que seria uma boa ideia se você
participasse das entrevistas com Declan.

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Beth assentiu.
— Essa é uma ideia maravilhosa, tio.
— Por quê? — perguntou Declan.
— Pode deixar algumas mulheres mais confortáveis para
falar se outra mulher estiver na sala, — explicou Magnus. —
Além disso, isso traz uma sensação de decência sobre estarem
sozinhas em uma sala fechada com um homem. Alguns
relutaram em deixar suas companheiras com Micah na sala,
mas ficaram confortáveis com a ideia de um par acasalado
fazer as perguntas.
Declan bufou.
— Isso é arcaico. Eles temem que Micah estar na mesma
sala mancharia a honra de sua companheira?
Adriel deu de ombros.
— Esse é o mundo em que vivemos agora, o que estamos
tentando mudar.
Aiden virou-se para Magnus.
— O que posso esperar do conselho?
— Há eu como o vampiro Ancião, é claro, — começou
Magnus. — Então temos o Rex aqui como o Ancião shifter.
Dagda Vi'Ilsimir é nosso Ancião fae, e Alastair Primrose é o
Ancião bruxo. Dagda é um bom homem; nos damos bem. Ele
tem uma companheira e uma criança pequena. O filho mais
velho dele, e a razão pela qual o conselho se mudou para a
cidade, está treinando para ser um guerreiro em Éire Danu.
Eu sei que Dagda espera grandes coisas dele.
Aiden assentiu.

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— Eu ouvi falar dos dois. Sei que trabalharam com meu
pai em muitas ocasiões.
Magnus virou uma página e estava prestes a começar a
falar novamente quando a porta se abriu, e um homem alto e
magro, com cabelos castanhos escuros e expressão selvagem
entrou na sala. Seus olhos castanhos se concentraram em
Bethy.
— Você está grávida! — ele gritou.
Seu rosto se iluminou e ela pulou da cadeira.
— Tarragon! — Ela rodeou a mesa correndo e, quando
estava prestes a alcançá-lo, seu pé enroscou em uma das
pernas da cadeira e ela tombou. Tarragon e Kuruk a pegaram
antes que ela caísse no chão. Tarragon começou a tremer
incontrolavelmente.
— Você está grávida! O que vamos fazer? — ele uivou em
desespero.
Tarak se aproximou por trás dele para ajudar a sustentá-
lo.
— Vai ficar tudo bem. Podemos superar isso, — disse ele,
encorajador.
Bethy colocou os braços em volta do pescoço trêmulo do
homem e o abraçou com força.
— É tão bom ter você em casa, Tarragon.
Ele devolveu o abraço com um sorriso gentil no rosto. Ele
se afastou e a olhou nos olhos.
— Você está bem? — Ele a olhou, confuso. — Você não
está em processo de cura, não há machucados? — Perplexo,
ele olhou em volta.

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Gavriel pigarreou e todos os olhos se viraram para ele. Ele
acenou para Tarragon.
O rosto de Tarragon clareou.
— Ah, sim. Você está acasalada agora, lembrei. Ele parece
o tipo de sujeito que pode impedir você de se machucar. Talvez
isso não será tão ruim. Eu aprendi muito mais feitiços de cura,
mas se eu soubesse que você estava grávida... — sua voz
sumiu.
Tarak riu.
— Nós nunca teríamos te visto de novo. Você estaria
escondido em alguma biblioteca empoeirada em Storm Keep,
procurando feitiços para bebês.
Tarragon empalideceu.
— Precisamos de uma UTIN.
— E por que precisaríamos de uma unidade de terapia
intensiva neonatal? — perguntou Bethy.
Tarragon apenas a olhou como se dissesse: “por que não
precisaríamos de uma com seu filho?”
Magnus acenou com a mão para ele.
— Organize o que precisar, ou o que achar que precisa,
ou o que achar que possa precisar para todo e qualquer caso
com o pior cenário que possa imaginar, — ordenou Magnus.
Tarragon pareceu aliviado.
— Você pode adicionar a UTIN ao meu laboratório.
Aparentemente, este está se tornando a enfermaria da cidade,
— disse Broderick, amargo.
Magnus estremeceu.

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— Nós realmente nunca precisamos de uma enfermaria
antes. A única pessoa que se machucava era Bethy.
— Talvez devêssemos ter uma, — sugeriu Bethy. — Quero
dizer, temos crianças shifter aqui agora; tenho certeza de que
vão sofrer quedas. Além disso, nunca se sabe o que pode
acontecer. Declan e Kari precisaram das instalações
recentemente, e o Dr. St. John manifestou interesse em manter
uma enfermaria aqui.
Tarragon se desequilibrou, parecendo doente.
— E se o filho dela for como ela? E se tivermos que fazer
tudo de novo? — ele perguntou. Kuruk empalideceu e começou
a balançar a cabeça. Ele olhou para o irmão. Tarak passou um
braço em volta de Tarragon e o conduziu para fora da sala.
— Vamos tomar uma bebida comemorativa, — este
sugeriu.
Os olhos de Tarragon ainda estavam sem foco.
— Sim, certo, comemorar. Uma bebida seria adorável,
obrigado. — Ele ainda estava abalado e trêmulo quando a porta
se fechou atrás deles. Kuruk, com uma mão no ombro de
Bethy, a conduziu em direção à cadeira.
Magnus continuou como se o pobre curandeiro não
tivesse acabado de ter um colapso nervoso.
— Em seguida, tenho uma surpresa para Meryn.
— Uma surpresa? — Meryn perguntou, se animando.
— Sim, ouvi você se referir a algo, e percebi que não acho
que temos um aqui. Acredito que você, Nigel e Neil estavam
conversando sobre um Xbox. — Ele sorriu.
— Não, — ela sussurrou.

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Magnus assentiu com entusiasmo, e Sebastian entrou na
sala com um carrinho. Em uma pilha havia três Xbox fechados.
Meryn gritou e saiu correndo da cadeira. Correu até Magnus e
começou a salpicar seu rosto com beijos. Ele começou a corar
furiosamente e tentou se defender de seu afeto. Mas para quem
assistia, não parecia que ele estava tentando muito.
— Obrigada! Obrigada! Obrigada! — Ela correu até o
carrinho e começou a olhar as caixas. — Podemos jogar online
agora, e você nos comprou fones de ouvido e controles extras.
Podemos matar zumbis o quanto quisermos!
Magnus riu.
— Estou feliz que você esteja se sentindo melhor, Meryn.
Declan a viu olhando os Xbox e levantou uma
sobrancelha, ela deu de ombros. Eles descobririam em breve.
— Você está se sentindo melhor? — Bethy perguntou a
Meryn.
Meryn ficou de frente para os consoles.
— Eu estou bem. Mas, tipo, sua cidade é uma merda.
— Meryn! — Bethy exclamou.
— Sim. Eu pensei que seria tudo como O Senhor dos
Anéis, mas é mais como Resident Evil.
— Resident Evil? — Aiden perguntou.
Meryn empurrou o carrinho para que este estivesse atrás
de sua cadeira e se sentou. Sorrindo, ela deu um tapinha nas
caixas.
— Sim, há essa sensação de corporação do mal que faz
zumbis nas sombras, e as sombras querem me comer.

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Kari parou; essa era a sensação que teve antes de ficar
zonza. Como se algo a observasse do escuro.
Kari observou Ryuu se mover rapidamente. Em um
momento ele estava no canto, no próximo ajoelhado ao lado de
sua incumbência.
— Por que você descreve assim? — Ele observou o rosto
dela atentamente.
— Eu não sei, — ela admitiu. — Mas a escuridão nunca
me incomodou antes de vir para cá.
Ele ficou de pé, olhando primeiro para Kuruk e depois
para Sebastian, os dois homens assentiram. Ryuu olhou para
Meryn.
— Se me der licença por um momento, denka, voltarei
momentaneamente. — Ele saiu rapidamente da sala de jantar.
Meryn apenas olhou para a porta.
— Ele me deixou, — ela murmurou. Ela pulou da cadeira
e foi sair, mas a porta não abria. — Ele trancou! — Ela
encostou a orelha na porta e depois girou para encarar a mesa,
com um olhar de nojo no rosto. — E deixou a sala à prova de
som.
Aiden deu de ombros.
— É como se ele conhecesse você ou algo assim, — disse
ele, os lábios tremendo.
Magnus, Adriel e Declan trocaram olhares. Kari
conseguia entender exatamente como eles se sentiam. O que
poderia fazer um escudeiro tão poderoso quanto Ryuu sair
correndo da sala?

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Depois de alguns minutos, Ryuu voltou para a sala e
assumiu sua posição habitual atrás de Meryn sem dizer uma
palavra. Meryn ficou de joelhos e virou-se na cadeira para
enfrentar seu escudeiro.
— Bem? — ela exigiu.
— Bem o que? — ele perguntou civilmente.
— Você sabe do que estou falando. Por que você saiu?
— Eu apenas tive que entrar em contato com alguém; não
é nada, denka.
— Não me diga que não é nada. Você trancou a porta e
insonorizou a sala.
— E como sabe disso? — ele perguntou, erguendo uma
sobrancelha.
— Tudo bem! — Meryn sentou-se novamente na cadeira.
— Mas você fica encarregado de trocar fraldas para sempre, —
ela ameaçou.
Ele sorriu suavemente.
— Claro, denka. — Ele fez uma reverência profunda com
uma mão sobre o coração.
— Falando em bebês... — Aiden olhou para Meryn. —
Você já tirou o Sascha da cadeia?
— Sim, foi melzinho na chupeta. Eu atualizei o sistema
deles; então ele foi libertado ontem. — Ela sorriu. — Mas não
antes do Colton me dar uma cópia de seu pôster de procurado.
Aiden gemeu.
— Claro que ele te deu um. Juro que não teremos
nenhuma unidade quando voltarmos. Eles vão matar uns aos
outros.

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— Considere como treinamento. — Meryn olhou para
Ryuu. — Posso comer mais pudim?
Magnus largou o garfo.
— Meryn, normalmente, eu te daria tudo o que quer, mas
estou realmente preocupado com seus hábitos alimentares.
Comer pudim por uma semana não pode ser saudável. Você
não precisa de vitaminas, legumes, carne, qualquer outra
coisa?
Meryn deu de ombros.
— Nada mais tem um gosto bom.
Ryuu colocou uma tigela de pudim na frente dela com
duas pílulas.
— Pelo menos tome isso. São as vitaminas que o
Broderick criou. Elas contêm tudo o que um shifter ou humano
pode precisar. — Meryn rapidamente engoliu as pílulas e
pegou a colher.
Magnus suspirou, observando Meryn com um olhar
preocupado no rosto. Balançando a cabeça, ele se virou para
Declan.
— Para incentivar mais mulheres e alguns dos homens
para participar das entrevistas, organizei uma câmara aqui no
Nível Um. Conheço meu povo; a maioria deles aceitaria fazer a
entrevista mesmo que apenas para dizer que estiveram no
Nível Um.
— Tenho certeza que isso ajudará muito, obrigada. —
Kari sorriu para Magnus.
— Só espero que todo mundo com quem falem hoje esteja
acasalado por vontade própria.

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— Eu também, — ela murmurou.
Declan bateu no ombro dela com o dele.
— Vai tudo ficar bem.
Espero que ele não tenha acabado de nos dar azar.

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Capítulo 10

Kari, pela maior parte do tempo, ficou em segundo plano.


Se sentou à esquerda, atrás de Declan, e permitiu que ele
falasse. Ele conhecia a maioria das mulheres, e gentilmente
persuadiu-as a responderem. Quando ele sorria, Kari via o
resultado nas mulheres. Elas relaxavam, respiravam fundo e
respondiam suas perguntas sem hesitar. Kari estava disposta
a dizer que pelo menos setenta por cento das entrevistadas
estavam acasaladas com verdadeiros companheiros, mas os
trinta por cento restantes haviam sido arranjados, e isso a
incomodava.
Uma por uma, as vampiras admitiram que haviam
acasalado com os homens em suas vidas por causa do que
suas famílias e as famílias de seus companheiros haviam
arranjado. Tinha sido uma maneira de juntar famílias para
formar alianças e manter suas linhagens puras. Kari fez
anotações de todas que haviam admitido acasalamentos
arranjados e, como suspeitava, a maioria ocorreu nos níveis
que obviamente estavam se reunindo para se opor a Magnus.

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Eles estavam na última entrevista do dia quando os pelos
da nuca de Kari se arrepiaram. A mulher que entrou olhou
para Declan como se já soubesse do que seu corpo era capaz.
— Olá, amor, — a mulher ronronou. — Eu diria que você
queria uma tarde de confraternização amorosa, mas temos
uma audiência, ou você gosta disso agora? — ela perguntou.
Kari simplesmente começou a bater a caneta contra a
prancheta à frente de si. Ela viu Declan estremecer com o som.
— Não, Trish, não foi por isso que foi chamada para cá,
você deveria saber disso. Magnus está interessado em saber
quem teve acasalamentos arranjados por suas famílias.
Trish deu de ombros.
— O meu foi um acasalamento arranjado. Eu não ia
perder meu tempo sentada esperando o Príncipe Encantado, e
minha família precisava de uma aliança. Os DuBois estão indo
muito bem, então eu concordei. Se algum dia eu encontrar
meu companheiro, posso sempre seguir em frente, — disse ela
irreverentemente.
Kari olhou para a mulher que exalava apatia e
imediatamente sentiu pena de qualquer futuro companheiro
que ela tivesse.
Trish olhou para Declan.
— Eu sinto falta das nossas noites juntos. Mesmo que eu
esteja acasalada, você sabe que eu não diria não se você
aparecesse.
Declan se remexeu na cadeira e pigarreou.

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— Sim, bem, você está acasalada agora e eu também.
Mesmo que eu não estivesse, você sabe que não durmo com
companheiras acasaladas.
— Que pena, meu companheiro não é tão bom quanto
você na cama.
Kari respirou fundo quando a caneta com a qual estava
escrevendo quebrou quando ela apertou as mãos. Ela viu a
mão de Declan agarrar o braço da cadeira em resposta ao som.
— Bem, isso é tudo que precisávamos saber. Obrigada,
Trish.
Trish se inclinou para a frente como se quisesse dar um
beijo nos lábios de Declan. Antes que Kari percebesse o que
estava fazendo, ficou ao lado de seu companheiro. E colocou a
prancheta na frente do rosto dele. Trish se levantou e
encontrou os olhos de Kari. Ela sorriu de lado.
— Eu não me importo de ter minhas sobras sendo usadas
por alguém menos afortunada.
Kari literalmente sentiu sua pressão subir. Bem quando
ela estava prestes a pegar Trish, Declan a agarrou pela cintura
para segurá-la. Trish acenou e fechou a porta atrás de si.
— Aquela vadia! — ela sibilou.
Declan fez uma careta, liberando-a.
— Ora, Kari.
Ela girou para encarar o companheiro.
— Você sabia quem ela era quando foi agendada a
entrevista. Você viu o nome dela na lista e não me preparou?
Declan coçou o lado da cabeça.
— Eu não achei que seria uma grande coisa.

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— Você não achou que seria uma grande coisa? — ela
repetiu.
Declan apenas a encarou.

— Quero dizer, eu sabia que seria uma grande coisa, —


ele recuou com o tom dela. — Mas eu não sabia como lhe
contar, — ele reformulou a frase.
Kari cruzou os braços sobre o peito e deu batidinhas no
chão com o pé.
— Com quantas mulheres desta lista você dormiu?
Declan engoliu em seco.
— Eu não dormi com nenhuma delas depois que se
acasalaram.
— Com quantas delas você dormiu, Declan?
— Treze.
— Treze! Declan, isso é quase metade da lista de hoje!
Ele estremeceu.
— Estou aqui há muito tempo.
Ela respirou fundo.
— Você sabe que não é o fato de você ter dormido com
elas. E sim o fato de estarmos fazendo entrevistas com elas, e
você nunca me disse que isso poderia acontecer. Ela me
desrespeitou completamente. A cidade inteira sabe que sou
sua companheira, e como eu não estava preparada, ela se
safou de me tratar como uma cidadã de segunda classe. Não
posso permitir que ela estabeleça esse tipo de precedente. Que
tipo de mensagem você acha que isso mostra?

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— Sinto muito, Kari, realmente sinto. Só não pensei nisso
dessa maneira, — ele admitiu.
— Não, não pensou e, por causa disso, vai dormir no sofá.
Nada de sexo de reivindicação para você.
Seu queixo caiu, e ele a encarou em choque. Ele parecia
tão ridículo que ela quase o perdoou. Quando ele começou a
dizer algo, ela lhe deu um tapa na cabeça com a prancheta.
— Sofá, Declan. — Ela se sentou e fez parecer que estava
olhando suas anotações quando, na verdade, estava apenas
tentando controlar seu temperamento e não rir da expressão
desesperada dele.
Declan ficou de joelhos na frente dela.
— Kari, por favor! Eu nunca quis te machucar. Acho que
não pensei bem nas coisas. Por favor, não me negue como seu
companheiro, — Declan implorou.
Ela estava tentando entender do que ele estava falando
quando a porta se abriu com tudo. Nigel parou derrapando na
frente deles.
— Declan, por que seu walkie-talkie está desligado?
Estamos tentando falar com você. Você precisa ir ao Nível Seis.
A família do Warrick ficou louca. Acho que estão indo atrás do
Avery!
Kari já estava se movendo antes de perceber que suas
pernas estavam correndo. Ela correu em direção ao túnel de
transporte. Voou pelo túnel até o Nível Seis, deixando Nigel
para escoltar Declan atrás de si. Ela abriu caminho pela
multidão. Warrick estava enfrentando outro homem.
— André, você não quer fazer isso, — disse Warrick.

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— Não, eu não preciso fazer, mas estou gostando. Papai
me deu uma mensagem. Ele disse para lhe dizer que você foi
renegado. Não queremos o seu tipo em nossa família.
— Tipo? — Warrick perguntou.
— Claro. Você não só acasalou com um shifter, mas um
shifter macho. Você não pode passar a dádiva DuBois para
outra geração. Você poluiu nossa linhagem pura.
Kari viu que Avery estava tremendo atrás de Warrick. Ele
estava segurando forte as costas da camisa de seu
companheiro.
Ela deu um passo à frente, rosnando baixo.
— O que está acontecendo aqui? — ela exigiu.
Andre se virou, com um sorriso no rosto até ver a
expressão dela. Ele olhou para o primo, que tinha quase 2,10
metros de altura e depois para ela, e deu um passo para trás.
— Nada que seja da sua conta, mulher. Ouvi dizer que
você se prostituiu com o Príncipe Magnus para conseguir sua
rápida promoção. Não é de admirar que meu pai esteja
chateado porque meu primo acasalou com gente como o seu
irmão vira-lata.
Kari inalou ao ouvir suas palavras. Mas antes que ela
pudesse estrangulá-lo, Declan se moveu. Ele foi como um
borrão ao lado dela antes de atacar com as garras o peito de
Andre. O vampiro uivou e agarrou a ferida. Kari os rodeou para
alcançar Avery. Warrick se moveu para que ambos ficassem
atrás dele. Avery se envolveu em torno dela enquanto
observavam a cena diante de si.

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— Foi fazer você ser preso, guerreiro! Isso é agressão! —
Andre gritou.
Declan o olhou com nojo.
— Pare de choramingar, seu inútil saco de merda. Os
arranhões já estão sarando. Você tem sorte de eu não retribuir
o que seu pai me fez. Você ficaria de cama na enfermaria.
Nigel se aproximou e ficou na frente dela. Neil estava ao
lado dele, na frente de Avery, criando outra barreira entre eles
e a ameaça.
— É! Você tem sorte! — Nigel gritou.
— É! — Neil ecoou. Os dois homens estavam um pouco
atrás de Warrick, encarando bravos o vampiro.
Andre silvou para Warrick.
— Você está proibido de voltar ao nosso nível ou de
interagir com qualquer pessoa da família. Você está
completamente excluído.
Warrick endireitou as costas.
— Sinto que seu pai me fez um grande favor. Não quero
ter mais nada a ver com vocês.
Andre olhou para Kari e Avery com um brilho maligno nos
olhos.
— Se o shifter sofrer um acidente e morrer, você pode
voltar para casa. — Andre lambeu os lábios. — Ou tenho
certeza que poderíamos encontrar um uso diferente para ele.
Kari piscou e quase perdeu o ocorrido. Warrick deu um
passo à frente enquanto movia o braço direito para trás. No
segundo passo, ele deu um gancho de direita que fez Andre
voar. Kari percebeu que quando se tem quase 2,10 metros de

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altura, um gancho de direita pode fazer alguém ir muito, muito
alto. Andre saiu do chão e voou no ar. Quando pousou, todos
ouviram algo estalar. Ninguém se mexeu; estavam chocados
com os olhos vermelhos de Warrick e suas longas garras
negras.
— Chegue perto do meu companheiro e eu te despedaço!
— Warrick rosnou. Quando não recebeu resposta, Nigel rodeou
a multidão e se aproximou de Andre e o cutucou com a ponta
do sapato. Ele olhou para cima.
— Ele pode ou não estar morto. Não tenho certeza. Não
quero chegar perto o suficiente para ver. — Declan se
aproximou, abaixou-se, agarrou a camisa de Andre e o puxou
para cima.
— Ele ainda está respirando. — Ele o soltou de volta no
chão.
Warrick fungou.
— Que pena.
Declan olhou para o amigo.
— Você não quer matar seu primo, Warrick. Você não
quer dar a Avery a dor de perder o companheiro. Não teria sido
em legítima defesa.
— Quem pode dizer que não foi legítima defesa? — O
velho Richter falou da multidão. Murmúrios de acordo soaram
ao redor deles. Declan beliscou a ponta do nariz. Kari sentiu
as lágrimas se juntarem nos olhos. As pessoas ao seu redor
estavam apoiando ela e seu irmão. Kari passou a mão pelos
cabelos dele, tentando aliviar seu tremor.

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— Está tudo bem, meu garotinho, tenho certeza de que
ninguém seria estúpido o suficiente para enfrentar seu
companheiro para te machucar.
Warrick se virou ao ouvir suas palavras, seus olhos
voltando à cor normal. Ele correu para a frente e caiu de
joelhos, e muito gentilmente puxou Avery para longe de Kari.
Quando Avery o olhou, estavam quase da mesma altura.
Warrick pegou as duas mãos dele e as beijou.
— Te juro, juro que não vou deixar ninguém te machucar.
— Avery apenas assentiu. Ele levantou suas mãos e começou
a esfregar a bochecha nos nós dos dedos de Warrick. Warrick
olhou para Kari como se estivesse pedindo permissão. Ela
revirou os olhos e assentiu.
Warrick levantou-se, pegando Avery nos braços. Só então
os tremores de Avery começaram a se dissipar.
— O que diabos vocês fizeram agora? — o doutor
perguntou, se aproximando correndo.
Declan olhou em volta confuso. Então, pelo canto do olho,
viu uma câmera. Ele estendeu a mão ao cinto e pegou o walkie-
talkie.
— Ameaça, você enviou o doutor?
— Claro que sim, Simba, — a voz de Meryn respondeu.
— Obrigado. — Ele ajoelhou-se ao lado do doutor, que
começou a avaliar os ferimentos de Andre. — Acho que o
cérebro dele chacoalhou um pouco.
— Com o que você bateu nele, um bastão de aço? — o
doutor perguntou.
Declan apontou com o polegar para Warrick.

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— Não, ele o socou.
O doutor olhou para cima, observando a altura de
Warrick. Ele se virou para Declan.
— Da próxima vez, bata nele com o bastão; pode causar
menos danos. Esse é o garoto do DuBois? — ele perguntou.
— Sim, — disse Declan sorrindo.
— Maravilhoso. Simplesmente maravilhoso. — O doutor
olhou em volta e se levantou. — Você e você — ele apontou
para Etain e Micah — levem esse cabeça-dura para as celas.
— Cela? Não a enfermaria? — Declan perguntou, também
se levantando.
O doutor balançou a cabeça.
— Acho que ele ficará melhor ao lado do pai; ele não vai
morrer nem nada.
Declan sorriu abertamente quando Etain agarrou a parte
de trás da gola de Andre e Micah agarrou as pernas da calça.
— Obrigado por virem.
Eles assentiram.
— Não é como se você precisasse de nós, — Micah sorriu.
Juntos, levaram Andre do Nível Seis para o Nível Um.
O doutor acenou.
— Você conhece o ditado: “Desgraça pouca é bobagem”.
Eles não estavam brincando. Passei anos sem voltar a Noctem
Falls, mas aqui estou na minha terceira chamada esta semana.
— Balançando a cabeça, ele também se aproximou e pulou no
túnel.
Declan foi até Kari e pegou sua mão. Ela apreciou o gesto.
Ela sentia como se suas emoções estivessem fora de controle.

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— Venha, — ele disse, puxando a mão dela.
Kari hesitou, olhando para Avery.
— Você está bem? — ela perguntou.
Ele assentiu corando.
— O Warrick cuida de mim.
— É melhor mesmo ele cuidar. — Ela olhou de cara feia
para Warrick. Ele lhe assentiu.
— Sabe — Declan se envolveu ao redor dela —, é como se
eu tivesse minha própria escolta de túnel pessoal.
— Não se acostume. Você sabe que eu estarei ocupada
com o Magnus.
— Que tal você e eu cabularmos o trabalho? As
entrevistas terminaram, e acabamos mais cedo do que
pensávamos. Eu poderia lhe mostrar seu novo lar.
— Sério?
— Claro, é a sua casa também.
Eles entraram no túnel e pousaram no Nível da Unidade.
Quando chegaram à casa dele, ele abriu o painel na parte de
trás da caixa de correio e digitou um código.
— Me dê sua mão. — Ele a colocou no sensor biométrico
e adicionou o perfil dela. — Agora você pode entrar quando
quiser.
Eles entraram. No começo, ela ficou um pouco confusa.
A única coisa que ela vira na casa dele na noite anterior fora o
saguão. Ela olhou em volta, esperando algo medieval, dado que
era um castelo, mas não era nada parecido com um. Tinha
uma aparência calorosa e meio rústica, quase como uma

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cabana em vez do castelo. Declan tinha decorado usando
móveis de madeira, tapetes grossos e cores escuras.
— Você poderia me mostrar o quarto, — ela sugeriu.
— Sim? — ele perguntou, seu rosto se iluminando. — Isso
significa que eu não tenho que dormir no sofá e você não vai
negar o nosso acasalamento?
Ela franziu o cenho.
— Você provavelmente não iria acabar no sofá de
qualquer maneira; você estava agindo de maneira muito
adorável para que eu ficasse brava. Mas de onde diabos você
tirou a ideia de que eu negaria nosso acasalamento?
— Você disse: “sem reivindicação”.
— Oh, Declan, eu apenas quis dizer que não faríamos
sexo porque eu estava brava com você na época. Não há como
nos reivindicarmos sem sexo.
— Então, quarto? — ele perguntou, os olhos escurecendo
para uma cor mel escuro.
— Sim, mas te aviso agora. Eu não vou dormir naquela
cama com você se você dormiu com outra mulher lá.
Ele balançou a cabeça rapidamente.
— Não, nenhuma.
— Acho difícil de acreditar, você disse que está aqui há
muito tempo.
Ele deu de ombros.
— É o código dos manos.
— O quê?
— É o pacto que todos fizemos. Se um companheiro
guerreiro da unidade encontra sua companheira, a primeira

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coisa que a unidade faz é arranjar um colchão novo. Então eu
sabia que não precisava me preocupar com isso e poderia me
concentrar em você.
— Quem fez isso por você? — ela perguntou.
— O Grant.
— Então, no meio de tudo o que aconteceu, ele
providenciou que um colchão fosse entregue na propriedade
da cidade e o colocou na cama para você?
— Eu farei o mesmo por ele algum dia.
— Ele tem acesso à sua casa?
— Todos os caras da Unidade Eta tem. Agora, você e Avery
também.
— Parece que estou obtendo acesso a todo lugar.
Declan a olhou.
— O que você quer dizer?
— Magnus me deu acesso ao Nível Um, incluindo a
enfermaria, os jardins, o centro de comunicações, o
laboratório, seus aposentos, os aposentos de hóspedes e os
aposentos do Conselho.
Declan assobiou.
— Olhe a minha companheira sendo toda importante.
— Ele provavelmente vai adicionar você a tudo isso,
considerando que seu irmão ficará aqui um pouco mais e que
você aceitou um papel de conselheiro.
— Ele está aqui apenas para o julgamento, — respondeu
Declan.

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— Como queira. — Kari sabia que não valia a pena
discutir. Declan era muito teimoso quando se tratava de seu
irmão mais velho.
Ela olhou para a cama; esta era enorme. Ela se
aproximou e olhou para a cabeceira.
— Você fez isso?
Declan assentiu.
— Levei cerca de uma década.
— Declan, tudo isso é esculpido à mão.
Ele deu de ombros, corando.
— Era algo para fazer.
Ela foi até a cama, observando cada detalhe.
— Qual era o tamanho da árvore de onde isso veio? — ela
perguntou. Ela não conseguia achar nenhum encaixe. As
partes não estavam unidas; não havia parafusos, pregos ou
cola. Toda a estrutura da cama era uma única e sólida peça.
— Declan, isso é lindo, — ela sussurrou. Esse tipo de atenção
aos detalhes e cuidados amorosos falava muito sobre seu
caráter.
— Obrigado, é um passa tempo.
Ela balançou a cabeça e se levantou.
— Não, Declan, isso é arte. É tão bonito que tenho medo
de tocar.
— Eu queria algo especial para a minha companheira.
— E ainda assim você trouxe outras mulheres aqui?
Ele deu de ombros.
— Eu nunca fiz sexo com elas na cama, — ele parou e
olhou para o teto como se estivesse contando. — Não, não na

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cama. Contra a cama, uma embaixo da cama, outra na mesa
de cabeceira, no armário, no chão do banheiro, em frente à
lareira...
— Ok, eu entendi. Se esta é uma cama feita sob medida,
onde Grant conseguiu o colchão?
— Depois que a cama foi feita, eu mandei fazer alguns
extras e coloquei no armazenamento. A cada dez a quinze anos
eu o troco.
— Quantos anos tem esse?
O rosto dele ficou sério.
— Alguns meses.
— Bom sincronismo, — ela brincou, mas depois parou. O
olhar no rosto dele beirava a tragédia. — O que foi?
— Você sonhou antes de vir aqui?
Kari o olhou.
— Como assim?
— Eu tive sonhos antes de você chegar aqui. Eu quase
conseguia ver o rosto de uma mulher. Ela grita por mim atrás
de uma porta trancada. Eu a vejo queimar até a morte por uma
pequena janela.
— Há um incêndio? — Ela inalou bruscamente,
assentindo. — Eu tive esse sonho. Eu pensei que era apenas
um pesadelo. É a você que eu chamo? — Ele assentiu. Ela foi
até ele e passou os braços em volta de sua cintura. — Nos meus
sonhos, eu sabia que se quem estava do outro lado da porta
pudesse me alcançar, eu ficaria bem. Eu só queria tocá-lo mais
uma vez; daria qualquer coisa para tocá-lo uma última vez. —

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A voz dela falhou e ele emoldurou seu rosto com as mãos
grandes e quentes.
Ele se inclinou e a beijou gentilmente.
— Você me tem agora.
Quando ela abriu os olhos e olhou nos dele, estes haviam
mudado para uma cor de mel derretido.
— Kari Delaney, você me deixaria acasalar com você? —
ele perguntou.
— Claro, seu homem impossível. — E ela falou a sério.
Não havia outro caminho para ela; não havia outro homem que
pudesse lhe dar a sensação de lar e consolo que ela procurara
a maior parte da vida. Ela sabia que ansiaria por Declan pelo
resto da eternidade. Nem mesmo a morte poderia absolvê-la
desse vício. E ela não iria torturar nenhum deles, negando-lhe
por um segundo a mais.
Ela deu um passo para trás e puxou o suéter por cima da
cabeça. Estendeu a mão para a cintura e abriu o longo zíper
da saia. Deixando-os se amontoar aos seus pés, ela ficou na
frente dele apenas com suas meias, calcinha e sutiã.
Ele engoliu em seco, olhando-a. A emoção em seus olhos
a fez se sentir ousada e amada. Não levou dois segundos para
ele rasgar as própria roupas.
— Você poderia querer essas calças mais tarde, agora
olhe para elas, — ela brincou.
Declan rosnou baixo, indo para frente. Ela pensou que ele
atacaria como seu leão, mas não o fez. Ele a pegou no braços
muito gentilmente e a colocou na cama. Se juntou a ela lá e

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olhou para baixo. Começando com o pé dela, ele esfregou a
bochecha contra a parte interna de sua perna. Ele sorriu.
— Suas meias são de seda, — ele afirmou.
— O que? — ela perguntou distraída com a sensação das
mãos quentes dele em suas pernas.
— Seda. Suas meias são de seda.
— Sim, — ela disse, fechando os olhos.
Gentilmente, ele estendeu a mão para a parte superior da
coxa dela e começou a tirar suas meias. Ele deixou as ligas das
meias onde estavam, mas tirou sua calcinha. Declan ignorou
a junção de suas coxas e voltou sua atenção para suas pernas
dela. Sua bochecha com barba por fazer a arranhou e
provocou. Agora que estava sem as meias, ela podia sentir
muito mais o toque dele. Ele subiu por uma coxa e, bem
quando ela sentiu sua respiração em seu monte, ele trocou de
perna e começou a esfregar seu aroma nela novamente.
Ele adorou cada centímetro das pernas dela. Na hora que
ele se estabeleceu entre as coxas dela e segurou seus quadris,
ela virara uma trêmula bagunça.
— Por favor, — ela implorou, querendo mais.
— Nós ainda nem chegamos na parte boa, — ele
provocou, colocando gentilmente a mão entre as pernas dela
para abri-la. Ele sorriu e depois inclinou a cabeça. Um segundo
depois, um orgasmo a pegou de surpresa quando a percorreu.
Sua língua parecia mil cerdas ásperas. Era quase doloroso,
mas não o suficiente para lhe dizer para parar. Toda vez que
ele a acariciava, ela estremecia e gemia. Ele a manteve no limite
entre um orgasmo e outro. Ele pressionou a língua e a lambeu

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de sua abertura até o clitóris. Uma e outra vez, como um
gatinho com creme, ele lambeu, beliscou e enterrou a língua
profundamente dentro dela.
Quando a língua grossa dele acariciou o interior de seu
canal, ela ficou desgrenhada. Nunca antes experimentara algo
assim. Ela enterrou as mãos nos cabelos dele e tentou puxá-lo
para mais perto. As mãos dele subiram por sua bunda e
agarraram cada nádega. Ele foi à loucura, alternando entre
gentil e primitivo. Quando ela finalmente achou que não
poderia aguentar mais, ele mergulhou dois dedos grossos
profundamente dentro dela. A velocidade e o inesperado da
ação a levaram ao limite. Ela gritou de novo. Declan se inclinou
para frente, lambendo os lábios.
— Você está pronta, meu amor? — ele perguntou.
— Acho que você me matou, — ela respondeu, respirando
pesadamente.
Ele riu — o som masculino de um amante que sabia que
havia satisfeito sua parceira além da conta.
— Eu não sei por que você parece tão satisfeito. Sou eu
quem está perfeitamente satisfeita. — Ela estendeu os dois
braços. — Venha para mim, — ela disse simplesmente.
Ele estendeu a mão por entre eles e guiou a cabeça grossa
de seu pênis profundamente dentro dela. Depois do abandono
selvagem que ele lhe mostrara antes, isso fora
surpreendentemente gentil e terno. Ele tomou seu tempo e
parecia não ter pressa. Seus olhos nunca deixaram os dela,
ficando fixos enquanto ele a penetrava fundo e recuava
lentamente. Delicadamente, centímetro por centímetro, ele a

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penetrou apenas para recuar e a penetrar novamente. Ele
estava indo com calma e descobrindo seu corpo, o que ela
gostava, o que não gostava.
Ele se inclinou para frente e ela colocou os braços em
volta do seu pescoço. Ela queria o máximo de contato de pele
possível, enquanto ele lentamente acendia o fogo novamente.
Quanto mais faziam amor, maior a cabeça de seu pênis parecia
ficar. Ele a esticou, a encheu e esfregou aquele ponto
indescritível que parecia deixá-la louca.
— Estou perto, — ela sussurrou. Ela pensou que Declan
aceleraria o ritmo e a deixaria sem controle, mas não o fez. Ele
continuou lento e constante, mantendo seu orgasmo fora de
alcance. Ela puxou seu corpo para perto, seus dedos
apertando profundamente suas costas. — Por favor, — ela
implorou. Ele parou e beijou-a gentilmente nos lábios. Quando
a penetrou profundamente, ele expôs a garganta. Kari atacou,
afundando as presas profundamente em sua garganta. Sua
alimentação quebrou o controle dele, e Declan acelerou os
quadris repetidamente, afundando-a no colchão. Ela estava
tão profundamente dentro dele quanto podia, e ele estava tão
profundamente dentro dela quanto podia. Ele gritou o nome
dela com uma voz rouca sobre sua cabeça, e ela sentiu como
se seu corpo simplesmente tivesse explodido.
Ninguém poderia experimentar tanto prazer e viver. Cada
gota de suor os fundia, cada gota de sangue fundia seus
corações, e cada onda de prazer misturava e entremeava suas
almas. O núcleo de seus seres saiu de seus corpos como uma
névoa. Não havia Kari sem um pedaço de Declan, e não havia

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Declan sem um pedaço de Kari. Agora havia uma nova Kari e
um novo Declan. A nova alma se dividiu ao meio e retornou
aos seus corpos. Quando ela lambeu os buracos no pescoço
dele para que se fechassem, ele caiu de lado.
Ela nunca soube que o acasalamento podia ser assim. Ela
não era mais apenas Kari, ela nunca seria apenas Kari
novamente. Ela não pôde evitar; desfez-se em lágrimas.
Preocupado, Declan imediatamente se sentou na cama.
— O que eu fiz? Eu te machuquei?
Ela balançou a cabeça e cobriu os olhos com as mãos.
— Não, foi perfeito. Nunca voltarei a ficar sozinha, — ela
sussurrou.
— Claro que não. — Ele a puxou para perto. — Descanse
um pouco, podemos ficar aqui até o jantar.
Eles cochilaram juntos por algumas horas até Kari
acordar e se virar de lado. Ela passou a mão pelo peito dele, da
clavícula ao abdômen, desfrutando da liberdade de tocá-lo.
— Posso falar algo sem você ficar com raiva? — Ela não
queria estragar o resplendor posterior do acasalamento deles.
Ele se remexeu e abriu os olhos.
— Você pode me dizer qualquer coisa. Duvido que possa
fazer algo para me deixar com raiva.
Ela bufou.
— Não conte com isso.
Ele beijou o topo de sua cabeça.
— Vá em frente, — ele insistiu.
— A coisa é que, quando pequena, eu sempre quis um
lugar para chamar de meu, com os móveis que eu tinha

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escolhido, a cozinha montada da maneira que eu queria e as
cores que eu gostava. Quando minha empresa finalmente
estava indo bem e eu tinha dinheiro suficiente, eu comprei meu
apartamento. Era um antigo prédio de tijolos na primeira
cidade onde eu realmente me senti acolhida e onde conheci
meu irmão adotivo. Ele meio que se tornou o meu lar. Eu visitei
e morei em outras cidades, mas sempre parecia parar lá.
Então, quando chegou a hora de assentar meus negócios, era
lá onde eu queria ficar. É apenas uma pequena cidade, no meio
do nada, mas é meu lar. Não sei como posso desistir disso.
— Você quer se mudar para lá? — ele perguntou.
Ela sentou-se.
— Você faria isso por mim?
— Você é minha companheira; eu faria qualquer coisa por
você. Mas você deve ter percebido agora que é necessária aqui.
— Assim como você.
— Sua felicidade sempre virá em primeiro lugar. Além
disso, o Warrick acabou de ser deserdado, então eu consigo vê-
los morando conosco em seu super apartamento.
Ela riu e fez uma pausa.
— Ele vai ficar bem?
— Olha quem está preocupada com o Warrick agora, —
ele provocou.
— É só que ele é tão... tão... — ela não conseguia
encontrar a palavra certa.
— Gentil? — ele incentivou.

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— Sim. Ele é gentil. Sinto que tenho que cuidar dele. —
Ela ofegou. — Oh deuses, como um homem daquele tamanho
pode ser meu irmãozinho?
Declan riu.
— Eu sei como você se sente. Warrick é tão velho quanto
a maioria de nós. Mas, apesar do seu tamanho, muitos caras
se veem cuidando dele. Não é que ele seja ingênuo ou inocente.
É sua gentileza que nos faz querer protegê-lo para que ele não
a perca. — O rosto dele ficou sombrio. — Nunca o vimos perder
o controle, como ele perdeu hoje com o Andre. Conheço muitos
guerreiros que vão ficar putos pelo Warrick ter sido
pressionado tanto.
— O que vamos fazer sobre o meu apartamento? Você
acha que Warrick se mudaria para ficar com Avery?
— Tenho certeza de que o Warrick passaria pelo fogo para
ficar com o Avery. Quanto ao seu apartamento, deixe-me ver o
que posso fazer. Também não há muito que eu não faria por
você. — Ele suspirou. — Deve ser bom ter um irmão que se
preocupe tanto com você.
Kari virou a cabeça.
— Você está brincando, certo? O Rex te adora.
Declan estremeceu.
— É só que é difícil tentar seguir os passos dele. A sombra
dele é tão grande.
— Então, por que tentar? Você segue os passos do
Declan, e ele segue os passos do Rex. A única coisa que o
homem quer é que você seja feliz, então dê uma folga para ele.
— Desde quando você faz parte do time Rex?

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— Desde que ele também ama o homem que eu amo. —
Ela ouviu sua inspiração rápida com sua declaração.
— Eu também te amo, Kari; você é meu coração agora. —
Os braços dele se apertaram em volta dela.
Ela olhou para o despertador na mesa de cabeceira.
— Está quase na hora do jantar.
— Nós temos um banheiro para estrear, — ele balançou
as sobrancelhas para ela.
— De jeito nenhum, Declan. Ouvi dizer que sexo no
chuveiro é uma merda.
— Há muitas maneiras de fazer muitas coisas. Se você
tiver sorte, eu mostrarei algumas delas. — Ele pulou da cama
e caminhou em direção ao banheiro. Ele se virou e lhe deu uma
piscadela. Com um balanço exagerado, ele marchou para o
banheiro.
Estou acasalada com um completo idiota, ela disse para si
mesma.
E não mudaria nada nele.

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Capítulo 11

Na hora que Kari e Declan se juntaram aos outros para


jantar, a refeição já havia sido servida. Todos estavam sorrindo
quando eles se sentaram.
Meryn assoviou.
— Lindas marcas de mordida, Declan. — Ele sorriu e lhe
fez dois sinais de positivo com os polegares.
— Parabéns pelo seu acasalamento, — disse Magnus.
— Obrigada. — Kari corou.
Ela nunca admitiria isso, é claro, mas havia algo um
pouco embaraçoso em todo mundo saber que você tinha
acabado de fazer sexo e reivindicado seu companheiro.
Ela olhou em volta da mesa.
— Onde está o Avery?
Sebastian pigarreou.
— O jovem mestre Avery foi com os jovens mestres Nigel
e Neil para seus aposentos no Nível da Unidade. — Ele olhou
para Magnus, que assentiu. — Ao jovem mestre Avery foi
oferecido um quarto aqui no Nível Um nos aposentos de

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hóspedes pelo tempo que ele precisar. Considere um presente
de acasalamento. Então vocês terão a privacidade que cada
casal acasalado precisa.
Kari lutou contra uma onda de decepção. Para todos os
efeitos, essa era uma refeição comemorativa pelo seu
acasalamento. Ela desejava que seu irmão pudesse estar lá,
mas aquecia seu coração saber que ele tinha feito amigos. Era
um pouco triste vê-lo se afastar um pouco mais.
— Podemos vê-lo mais tarde, — disse Declan, tocando em
seu ombro com o dele.
Ela olhou para cima.
— Você está certo. Claro, você está certo.
— Sim, não é como se você fosse desaparecer ou algo
assim, — Meryn disse, olhando para Eva de uma maneira
acusadora.
Eva revirou os olhos.
— Eu tenho ajudado no Nível Seis. Eles me conhecem. As
coisas têm estado muito mais tranquilas com Adriel e eu
presentes entre os refugiados. Stefan tem coordenado conosco
para garantir que as necessidades de todos sejam atendidas.
— Tanto faz. Acho que sou apenas uma ninguém, —
Meryn reclamou alto. Eva apenas balançou a cabeça.
Bethy olhou para Kari.
— É verdade o que ouvi? O Warrick foi deserdado?
Kari assentiu enquanto Declan se virava para o príncipe.
— Andre disse que se encontrou com o pai e que seu pai
lhe deu instruções para repudiar Warrick por acasalar com um
shifter e um homem.

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Magnus franziu o cenho.
— A homossexualidade nunca foi um problema em
Noctem Falls antes.
Declan pensou um pouco antes de responder.
— Acho que foi a combinação de ser gay e acasalar com
um shifter que os deixou no limite.
— Não que eu não esteja agradecida, mas por que Avery
recebeu um quarto aqui no Nível Um? Certamente, isso é um
pouco grandioso demais para ele? — Kari perguntou.
Rex pigarreou.
— Como ele é meu irmãozinho agora, eu gostaria que ele
estivesse no mesmo nível da propriedade do Conselho, para
que eu não precise de uma escolta de túnel para visitá-lo.
Kari piscou, é claro que agora estava relacionada com o
Ancião.
— Os gêmeos tem escoltado o Avery por aí?
Meryn balançou a cabeça.
— Não, eles lhe fizeram uma pedra como a minha.
— Uma pedra? De jeito nenhum! — Declan protestou. —
Eu tenho implorado por uma desde que descobri o que eles
haviam feito.
— Que pedra? — Kari repetiu.
Meryn buscou no bolso e levantou uma pequena pedra.
— É uma pedra-pomes5 na qual eles colocaram um
feitiço. Eu posso controlá-la com algumas palavras, e isso me

5
Pedra-pomes é uma rocha vulcânica produzida quando, na fase de ejecção, os
gases contidos na lava formam um coloide com os materiais em fusão.

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permite flutuar para cima e para baixo no túnel de transporte;
o Avery tem uma agora.
Meryn olhou para Declan que ainda estava fazendo
beicinho.
— Vou ver se posso pedir a eles para te subirem na lista.
Ele se virou para ela, parecendo incrédulo.
— Tem uma lista? — Meryn começou a rir.
— Falando em problemas... — começou Aiden — o Sascha
está falando com o Noah?
— Sim, o bebêzão. Honestamente, alguém pensaria que
passar a noite em uma prisão do condado foi a pior coisa que
ele já viveu.
— Estou feliz que acabou, — Aiden exalou.
— Eu não diria que acabou, — Meryn falou.
— O que? — Aiden respondeu apreensivo.
— O Colton fez cópias de sua ficha policial e fez o Jaxon
fazer photoshop nelas para ficarem como um cartaz de filme
Babe. Fizeram parecer uma foto de perfil de um aplicativo de
namoro. — Meryn sorriu de lado.
Bethy pegou um pequeno bloco de anotações e olhou em
volta da mesa.
— Então, vamos adicionar na lista de coisas a fazer
“encontrar para Aiden um novo segundo em comando”. Como
foi o dia de todo mundo?
Magnus, Adriel e Kari mexeram em suas bolsas ou
debaixo da mesa para pegar seus próprios blocos. Eles
folhearam as páginas e olharam em volta para ver quem
começaria.

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Magnus estava prestes a falar quando Meryn
interrompeu.
— Por que vocês não têm iPads?
Eles se entreolharam inexpressivamente.
— Um iPad? — Adriel perguntou.
— Sim, um iPad, sabe, que faz anotações, organiza as
coisas, tira fotos, grava vídeos, faz listas, tem lembretes de
calendário, basicamente todas as coisas nerds que se ama. Um
iPad facilitará muito o acompanhamento de tudo.
— Mas eu gosto de escrever à mão minhas anotações, —
confessou Adriel.
— Você é capaz de escrever notas no novo iPad.
Os olhos de Adriel se arregalaram. Meryn sorriu.
— Vou pedir a todos os novos iPads e configurá-los para
vocês.
Magnus e Adriel se entreolharam animados. Kari
suspirou. Ela já havia usado um iPad antes, mas havia algo
sobre escrever no papel. Parecia que ela se lembrava mais se
escrevesse.
Magnus deu batidinhas na mesa com a caneta.
— Como foram as entrevistas? — ele perguntou.
Declan recostou-se.
— A maioria são acasalamentos verdadeiros. Elas são
submissas, mas estão dispostas. Aquelas que estão em um
acasalamento arranjado não estão sendo forçadas. Entendem
que poderiam ter companheiros por aí, mas não estão
dispostas a criar problemas com a família. No entanto, eu
gostaria de fazer uma sugestão; faça os guerreiros escolta-las

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ao Nível Seis, apenas para garantir que não tenhamos
companheiros escondidos em lugar algum. Não queremos
repetir o que aconteceu com DuBois.
— Isso é certo, — Kari murmurou.
— É uma boa ideia. — Magus anotou isso.
Kari olhou para Bethy e Adriel.
— Como foi o passeio?
— Maravilhoso, — respondeu Beth. — Muitas crianças
estavam preocupadas com você, é claro, mas foi bom vê-las rir
e brincar, apesar da sua queda.
Kari estremeceu.
— Desculpa! — Bethy pediu desculpas rapidamente. —
— Não que eu tenha moral para falar, eu tropeço no nada, —
disse Bethy, sorrindo.
— O que aconteceu? — Adriel perguntou a Kari.
Kari deu de ombros.
— Eu não tenho ideia, em um segundo eu estava bem, no
outro estava zonza e depois acordei na enfermaria.
Declan virou-se para Magnus.
— Os pais disseram alguma coisa? Eles notaram uma
mudança nos filhos?
Magnus assentiu.
— Mais de um pai apareceu mais tarde e disse que seu
filho parecia ter melhorado. Que estavam sorrindo mais,
apesar de parecerem cansados no fim do dia, mas estou certo
de que é porque fizeram mais exercícios naquelas poucas horas
do que na semana passada.
Magnus virou-se para Adriel.

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— Como você e Bethy estão na organização da feira?
Bethy virou as páginas para trás em seu caderno.
— Entrei em contato com todos os fornecedores
paranormais que precisaremos. Eles estarão aqui amanhã
para começar a montar barracas e jogos.
Adriel assentiu.
— Eu tenho trabalhado com os vendedores de alimentos
no Nível Seis; eles estão mais do que preparados para ganhar
mais. Acho que estão animados para ganhar um pouco mais
de dinheiro. Todos eles, no entanto, querem a opinião de
Declan sobre o que devem vender. — Adriel lançou a seu
segundo comando uma expressão irônica.
Declan riu.
— Eles me amam como provador de comidas, — ele
admitiu.
Kari olhou para Adriel e estremeceu.
— Sinto muito. Eu disse que iria ajudá-lo com isso.
Adriel a olhou.
— Você tem estado muito ocupada ultimamente, Kari.
Você não apenas está se adaptando a um novo emprego, mas
também encontrou seu companheiro. Apenas mudar-se já
deve ser estressante.
Kari estalou os dedos.
— Por falar em mudança. Alguém conhece uma empresa
de frete que trabalha entre cidades e tem conhecimento dos
paranormais?
Bethy assentiu e virou-se na cadeira para encarar
Sebastian.

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Sebastian deu um passo à frente.
— Posso entrar em contato com a empresa que usamos
para enviar as coisas de Bethy para Lycaonia. Eles são muito
confiáveis. Se você tiver um contato na cidade para permiti-los
entrar em sua casa, eles ficarão mais do que dispostos a fazer
suas malas e trazê-las aqui.
Kari assentiu.
— Eu apreciaria o nome deles; eu mesmo ligarei mais
tarde.
Magnus estava olhando para sua lista e se virou para Rex.
— Eu estava ocupado com as crianças mais cedo. Você e
os outros membros do conselho foram capazes de revisar os
detalhes do julgamento?
Rex assentiu.
— O julgamento está marcado para amanhã às dez da
manhã. Não estamos esperando uma deliberação muito longa,
na verdade.
Magnus virou-se para Meryn.
— Meryn, você saberia alguma coisa sobre uma luz muito
brilhante que explodiu mais cedo nas celas de detenção?
Meryn o olhou, seu rosto assumindo uma aparência
inocente.
— Quem, eu? — Os olhos de Magnus se estreitaram
desconfiados. — O jantar parece bom hoje, — disse Meryn,
mudando de assunto. Ela começou mexer para lá e para cá a
comida com gosto no prato usando um garfo.
Eles tinham acabado de começar a jantar quando Meryn
bateu com força o garfo na mesa e olhou brava para Declan.

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— Declan, se você não parar de respirar, eu vou lhe dar
um soco na garganta! Eu posso ouvi-lo daqui!
Declan a olhou assustado.
— Eu... eu não posso parar de respirar, Meryn. — Ele
olhou em volta da mesa, desamparado, procurando conselhos.
Kari deu uma batidinha na perna dele.
— Faça o seu melhor.
Meryn recostou-se pesadamente.
— Estou mais nervosa do que o normal ultimamente,
tudo me irrita. Então essa maldita misofonia6 surgiu do nada.
Tipo, eu realmente fantasio em sufocar o Aiden durante o sono.
O garfo de Aidan parou no meio do movimento.
— O que? — ele perguntou, parecendo assustado.
Eva assentiu.
— Eu entendo o que você está dizendo.
Adriel congelou.
— Espere. O que?
Eva deu de ombros.
— Às vezes você respira tão alto que eu não consigo
dormir. Estou tão cansada que, bem, às vezes eu meio que
gostaria que você parasse de respirar para eu poder descansar
um pouco.
Aiden e Adriel trocaram olhares aterrorizados.
Aiden virou-se para sua pequena companheira.
— Meryn, bebê, por favor, não me mate enquanto durmo.

6Misofonia significa “ódio ao som”. Pode causar uma reação a sons, como gotas de água,
mastigação, chiclete ou ruídos repetitivos, como batidas de lápis. Pessoas com misofonia
podem ficar irritadas, furiosas ou mesmo em pânico quando ouvem os sons
desencadeantes.

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Ela levantou a mão.
— Não faço promessas.
Aiden apenas resmungou enquanto pegava outra garfada
de comida e começava a se esquecer dos problemas comendo.
Magnus estava alternando entre comer e olhar suas
anotações.
— Tenho boas notícias. Graças a Kari, teremos Leif
Grassfield e Travis Hickory de volta. — Magnus riscou algo da
sua lista. — Goddard foi capaz de falar com Leif e Travis
enquanto ainda estavam em Las Vegas. Eles chegarão nos
próximos dias. Vou mandá-los retomar suas funções. Nigel e
Neil permanecerão designados para suas unidades como
recrutas com Travis e Leif como mentores.
Bethy bateu palmas.
— Isso é maravilhoso! Você traz os bruxos experientes de
volta para a cidade, e podemos ficar com os gêmeos da Meryn.
Aiden resmungou com a frase: “gêmeos da Meryn”.
Magnus piscou um olho para ela.
— Foi ideia sua.
Quando o jantar estava terminando, Meryn deu um
tapinha na barriga.
— Bem, isso foi bom, mas tenho que ir; tenho um
encontro. — Ela pulou da cadeira.
Aiden agarrou a parte de trás da blusa dela.
— Um encontro? — ele perguntou.
— Bem, sim, se tiver terminado, pode vir também.
Aiden olhou para o prato vazio e deu de ombros.
Sebastian e Ryuu deram um passo à frente.

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— Se quiserem ir a antecâmara, serviremos chá, café e
sobremesa lá, para que a Srta. Meryn possa ter seu encontro,
— disse Sebastian piscando um olho para ela.
Meryn saiu do agarre de Aiden e foi em direção à
antecâmara. Kari entrou com Declan na sala e sentou-se em
um dos sofás. Ela não sabia como não percebera quando
entrara, mas Sebastian transformara uma parede da
antecâmara em um centro de mídia. Agora havia três TVs
grandes com consoles de jogos, controles de jogos e até uma
pequena luz de lava, tudo preparado para uma verdadeira
experiência de jogo.
Meryn sentou-se em uma das cadeiras de jogos em frente
à televisão.
Depois de alguns minutos, houve uma batida na porta.
Sebastian a abriu e Avery e Warrick entraram.
Avery olhou ao redor.
— Oi, pessoal, — ele acenou timidamente. Viu Kari e foi
direto para ela. Ele estava prestes a abraçá-la quando notou
as marcas de mordida em Declan.
Ele sorriu largamente.
— Parabéns.
Kari corou.
— Obrigada. O que é tudo isso? — ela lhe perguntou.
— Meryn, Nigel e Neil estão me ensinando como jogar um
jogo no console deles, e agora Meryn quer jogar com a gente.
Vamos sincronizar com o Noah e o Jaxon. Meryn diz que temos
um time de fodões, mesmo que eu ainda não consiga andar em
linha reta, — ele admitiu.

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Warrick se aproximou e colocou a mão nas costas de
Avery.
— Você está melhorando.
Kari começou a estalar os dedos.
— Qual o jogo que estão jogando?
— Call of Duty. Meryn colocou no modo zumbi, então
estamos matando zumbis, — respondeu Avery.
Kari olhou para a parede de consoles. Havia três: um para
Nigel, um para Neil e um para Meryn. Kari se levantou, pegou
um controle e sentou-se na cadeira gamer ao lado de Meryn.
O queixo de Meryn caiu.
— Tá brincando, né?
Kari apenas deu uma piscadela. Depois que o jogo
carregou, todos se conectaram e o jogo começou. Kari teve que
admitir que nunca conheceu alguém tão bom quanto Meryn,
exceto ela mesma. Depois de ver o quão bem a equipe estava
trabalhando junto, Meryn perguntou se estavam dispostos a
jogar contra outras equipes e todos concordaram. Logo, eles
estavam jogando com um time da cidade de Orlando.
— Porra! Droga! — Meryn rosnou, praticamente gritando
para a televisão. — Bando de filhos da puta!
Kari assentiu.
— Amadores.
Entre Meryn e Kari, foram capazes de derrotar o outro
grupo sozinhas, os meninos as ajudando quando podiam.
— Tudo bem, denka, é hora de parar, — disse Ryuu, se
aproximando para confiscar seu controle.

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— Jogo foda! Eu não me divirto assim faz anos, — Meryn
disse animadamente.
— Sua pressão arterial está muito alta. — Ryuu entregou-
lhe uma xícara de chá calmante.
— Tudo bem. — Ela ficou de mau humor por um
momento antes de se animar. — Já sei! Podemos assistir
anime.
— O que é anime? — Kari perguntou.
— Uma maninha lá de casa, a Anne, nos apresentou a
isso. O gênero se chama Boys Love, e estou totalmente viciada,
— admitiu Meryn. Usando o controle de Kari, ela entrou em
um dos aplicativos de streaming e iniciou um episódio.
Kari saiu da cadeira e foi até o sofá para se sentar ao lado
de Declan. Meryn e Avery ficaram nas cadeiras e começaram a
assistir o programa. Os olhos de Avery estavam arregalados, e
ele ficava olhando para Warrick atrás de si, que piscou um olho
para ele.
Fofo, Kari pensou consigo mesma.
— Olha, olha, — disse Meryn, apontando para a televisão.
— Esta é a minha parte favorita.
A atenção de Kari voltou para a televisão e, claro, os dois
personagens finalmente admitiram seu amor um pelo outro e
estavam prestes a se beijar. A tensão aumentou na sala e, de
repente, no programa, a porta se abriu e os dois personagens
se separaram com um pulo. Avery ofegou. A cena acabou e os
créditos finais começaram.
— O que? — ele guinchou para Meryn.

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— Que porra é essa? — Meryn balançou o punho para a
televisão.
— Estou tão feliz que você está relaxando enquanto
assiste seu anime, — Ryuu disse sarcasticamente.
— Eu não sabia que faziam programas assim. — Avery
estava corando.
— Eles são totalmente gostosos, não são? — Meryn
perguntou. Avery apenas assentiu.
— Deuses, o que está acontecendo aqui? — Caspian
perguntou enquanto entrava com Broderick.
— Papa, papai, onde estavam? Jantamos há séculos, —
Bethy perguntou, parecendo preocupada.
— Nós trabalhamos durante o jantar hoje à noite,
querida. Estou a ponto de descobrir uma das vitaminas
sintéticas de que preciso. Então pedimos jantar do Nível Seis.
Os dois se sentaram enquanto começava o próximo
episódio. A atenção de Caspian estava fixa no programa.
— O que é isso? — ele perguntou.
Meryn deu-lhe um olhar malicioso.
— Fica melhor. — Antes que percebessem, os dois
meninos estavam agora no quarto do menino mais velho. O
menino mais velho estava tentando fazer com que o menino
mais novo sentasse na cama.
As bochechas de Caspian coraram.
— Oh meu Deus, acho que sei para onde isso está indo.
Broderick riu.
— Isso me lembra do nosso primeiro encontro.

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Meryn deu um pulo e se virou animadamente em sua
cadeira gamer.
— Acabei de ter a melhor ideia de todas! — ela exclamou.
E olhou para Caspian e Broderick. — Eu quero aprender sobre
o sexo de bunda.
Aiden começou a engasgar com a torta. Declan tentou
ajudar Aiden, batendo em suas costas para limpar suas vias
aéreas. Infelizmente, ele estava rindo tanto que a maioria dos
golpes acabaram acertando o braço de Aiden.
Bethy e Gavriel apenas a encararam. Magnus balançou a
cabeça, enquanto Caspian e Broderick a olhavam como se ela
estivesse louca. Bethy finalmente ofegou, inalou e começou a
engasgar com o chá.
Tarragon deu um pulo e rapidamente correu para o seu
lado. Uma leve luz amarela apareceu em suas costas e,
lentamente, Bethy conseguiu respirar novamente. Kari voltou
sua atenção para Meryn. Meryn e Avery estavam agora de
joelhos em suas cadeiras, olhando para Broderick e Caspian
com grandes olhos de cachorrinho. Broderick olhou para
Caspian, que balançou a cabeça.
— Eu tive essa conversa com a Bethy; é a sua vez.
— Meryn! — Aiden exclamou, finalmente recuperando o
fôlego. — Você não precisa saber disso.
Meryn fez uma careta para ele.
— Eu não quero engravidar de novo.
Broderick esfregou o queixo.
— Tecnicamente, isso ainda poderia acontecer.
Meryn deu de ombros.

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— Eu vou me arriscar.
Broderick corou enquanto Bethy ria de seu desconforto.
— Eu... eu... — ele gaguejou. — Não sei bem por onde
começar.
— Comece com a bunda, — disse Meryn, tentando ajudar.
A boca de Broderick se abriu e fechou e depois se abriu e
fechou novamente. Ele olhou para o companheiro que estava
rindo histericamente, com os braços em volta do estômago.
Declan pegou a mão dela.
— Vamos, eu realmente não preciso desta lição. — Ele
piscou um olho para ela. — Vamos apresentá-la aos caras.
Kari bagunçou o cabelo de Avery e depois piscou um olho
para Meryn. Ela sabia que Meryn havia quebrado o gelo e
estava fazendo essas perguntas desconfortáveis pelo bem de
Avery. Ela não podia amar mais a anãzinha.
Kari e Declan chegaram ao Nível da Unidade e Declan os
guiou. Eles pararam na frente de um grande edifício e, mesmo
do lado de fora, podiam ouvir risos atrás das portas.
Declan virou-se para ela.
— Estamos nos divertindo mais agora do que em décadas.
Não tenho certeza se é pelo Adriel estar se soltando ou por
termos os gêmeos aqui, mas de qualquer forma, está se
tornando uma prática comum para os caras se encontrarem
aqui. Chamamos essa de casa da unidade. Ela possui uma
grande cozinha, sala de jantar e centro de mídia. Tudo o que
você precisa simplesmente para se divertir. — Ele abriu a porta
e Kari entrou atrás dele.
Alguém à sua esquerda gritou:

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— Parabéns!
Outra voz falou:
— Lindas marcas de mordida!
Outra voz masculina brincou:
— Bastardo de sorte!
Declan riu e possessivamente passou um braço em volta
de sua cintura.
— Cavalheiros, eu gostaria que conhecessem minha
companheira, Kari Delaney. Kari, esses palhaços são os
guerreiros da unidade de Noctem Fall.
— É verdade que seu irmão está acasalado com o
Warrick? — alguém perguntou.
— Aquele é o Viktor BelleRose, — disse Declan
identificando o orador.
Kari assentiu.
— Sim, embora tecnicamente eles não ficarão acasalados
até o próximo mês, quando o Avery fizer cem anos.
— Há mais algum bonitinho? — um homem bonito de
cabelos loiros cor de areia perguntou.
— Aquele é o Beau Westerly, — disse Declan, oferecendo
outro nome.
Kari virou-se para Beau.
— Desculpe, não, só ele e eu.
Declan percorreu a sala apresentando os homens, Kari
tinha certeza de que nunca se lembraria de todos.
— Ei, Kari, obrigado por toda a sua ajuda aqui
recentemente.
Ela olhou para quem falou, surpresa.

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— O que você quer dizer? Você é?
Ele balançou a cabeça.
— Desculpe por isso. Todos nós estamos aqui há tanto
tempo que estamos acostumados a todo mundo saber o nome
de todos. Meu nome é Dimitri Romanov; sou o líder da Unidade
Teta.
— O que quer dizer, Dimitri? Obrigado pelo quê?
— Por ajudar o Príncipe Magnus primeiramente. Antes de
você chegar aqui, sempre parecia haver um aperto em seus
olhos como se ele estivesse constantemente franzindo a testa
ou preocupado com alguma coisa. No entanto, desde que você
chegou aqui e assumiu o lugar da Cheryl, é quase como se ele
pudesse relaxar. Ele não tem medo de estar esquecendo algo.
Kari riu.
— Fico feliz que eu estar aqui fez tanta diferença. Ele
precisa de toda a ajuda que conseguir. — Os homens ao seu
redor assentiram.
— Então, Declan, ouviu falar da Rachelle? — Beau
perguntou.
Declan assentiu.
— Claro que sim. Isso fez ser cortado ao meio valer a
pena. Não consigo imaginar um bebê nascendo aqui.
— Sim, até chegar a sua vez, — brincou Dimitri.
Declan empalideceu, olhou para ele e depois para Kari.
Ela deu de ombros. À direita, risos estrondosos encheram o ar.
Ela lhe jogou um olhar interrogativo, e os dois entraram na
sala de mídia seguidos pelos outros guerreiros. Em frente à

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televisão, Nigel e Neil estavam dançando ao som da música.
Parecia que eles estavam jogando algum tipo de jogo de dança.
Os olhos de Goddard se suavizaram.
— Eles podem dar trabalho, mas eu não os trocaria por
nada. A presença deles aqui trouxe apenas risos e alegria. Não
se pode pagar por esse tipo de alegria. A maioria de nós
esqueceu como é ser jovem.
Declan, com o braço ainda em volta da cintura dela, a
guiou de volta para a porta.
— Bem, pessoal, só queria fazer algumas apresentações
para que ela saiba como são seus rostos feios.
Os homens riram.
— Saia daqui. Só podemos imaginar como é ser recém-
acasalado, — brincou Goddard.
Declan riu e se despediu. Eles andaram pela rua escura
que dividia as duas fileiras de casas.
— Você está bem? — ela perguntou.
Ele assentiu.
— Foi apenas algo que eles disseram.
Kari deixou o assunto em paz por um momento, mas
percebeu que o que quer que fosse, o incomodava. Se ele não
falasse logo, ela sabia que o incomodaria sobre isso mais tarde.
Eles entraram na casa e ele a acompanhou até a cozinha,
sorrindo. Ele apontou para uma máquina. Ela era toda preta e
cromada.
— Bem, vou te mostrar como isso funciona, mas apenas
com uma condição.
Ela levantou uma sobrancelha.

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Alanea Alder
— Qual condição?
— Você nunca deve dizer a Eva ou Meryn que isso está
aqui. Elas nunca sairiam daqui.
— O que é isso?
Sorrindo, ele apertou um botão, ela ouviu um som
estridente e viu como um líquido marrom escuro começou a
fluir para uma pequena xícara.
— É uma máquina de café expresso. A única coisa com a
qual não posso viver sem.
— Você está certo; Meryn nunca sairia. Já ouvi histórias
de terror sobre ela e café. Magnus fica evidentemente muito
entretido com elas.
Declan pegou as duas doses de café expresso, foi até a
geladeira e abriu a porta. Havia um pequeno pote com tampa.
Ele o abriu e despejou o café. Lavou a pequena xícara e depois
a colocou no balcão.
— O que você vai fazer com isso? — ela perguntou.
— Vou usar mais tarde para fazer café gelado.
Eles subiram as escadas e se prepararam para dormir.
Após a demonstração do café expresso, ele não disse uma
palavra. Ela vestiu uma camiseta velha e subiu na cama.
Quando Declan ainda não tinha dito nada quando subiu após
ela, Kari decidiu dizer alguma coisa.
— Um centavo por seus pensamentos, — ela começou.
Ele passou um braço em volta da cintura dela e a puxou contra
a lateral de seu corpo.
— Só um centavo?
— Isso é tudo o que posso pagar por agora.

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Alanea Alder
Ele apoiou o queixo no ombro dela.
— Você poderia estar grávida? — ele perguntou.
Ela parou. Contou os dias. Durante a mudança, ela sabia
que havia entrado em seu período fértil.
— É possível.
Declan deu um suspiro feliz.
— Acho que foi por isso que te encontrei quando
encontrei. Acho que foi por isso que você veio a mim agora.
— Declan, temos anos, séculos até.
Ela sentiu o queixo dele se mover contra seu ombro
enquanto ele balançava a cabeça.
— Eu poderia ter te perdido. Eu nem consigo imaginar...
— sua voz foi desaparecendo. — Há um assassino à solta e
aqui está você, caindo da escada.
Ela agarrou o antebraço dele que rodeava sua cintura.
— Você pode me dizer mais sobre o assassino? Eu estava
com Magnus quando Meryn mostrou a ele as câmeras de
segurança, mas ninguém me disse os detalhes.
Declan começou a esfregar a mão dela.
— Pouco antes de você chegar aqui, três shifters foram
assassinados no Nível Seis. Achamos que um dos vendedores
de vinho, um vampiro, virou um feral quando a primeira onda
de refugiados chegou. Havia tanto sangue que muitos
vampiros não conseguiram lidar com isso. Achamos que ele
enlouqueceu. Eva foi capaz de localizá-lo nos Fossos, os níveis
inferiores, abaixo do Nível Um. É onde há a manutenção da
cidade. Ela foi atacada; nós quase a perdemos. Desde o ataque
de Eva, não houve novos assassinatos. O pobre Adriel está

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Alanea Alder
ficando mais frustrado a cada dia que passa, sem novas pistas.
Odiamos admitir, mas, a menos que ele mate novamente, pode
ser impossível encontrá-lo.
— Talvez ele tenha ido embora, — ela sugeriu.
— Selamos o poço de manutenção que ele costumava
usar para percorrer a cidade e ele não pode voar. Ele perdeu
essa habilidade quando virou um feral. Não, ele ainda está em
algum lugar da cidade, simplesmente não conseguimos
encontrá-lo.
— E quanto ao Avery? — ela exclamou. — O Avery está
sozinho, ele...
Declan mordiscou seu ombro.
— Você realmente acha que o Warrick vai deixar alguma
coisa acontecer com ele?
Ela puxou os joelhos contra o peito.
— Talvez nós realmente teríamos ficado mais seguros em
casa.
— Não, não teriam. Três novas famílias foram descobertas
assassinadas ontem.
— O que está acontecendo? Por que agora?
— Não sei, mas é como se estivéssemos sendo caçados.
Meu leão não gosta disso.
Kari lutou contra calafrios.
— Foi assim que me senti no jardim, apenas por um
segundo antes de ficar zonza. Uma sensação gélida de medo.
Eu estava zonza, mas ainda olhei em volta. Esperava ver
alguém me observando.
— Por que não disse nada? — Ele a virou em seus braços.

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— Foi apenas uma sensação.
— Você e Meryn disseram quase a mesma coisa.
— É difícil, eu acho, — começou Kari. — Estar em uma
cidade com a qual não se está acostumado. Há tantos túneis e
cavernas. Tantos espaços fechados na escuridão; nas sombras
quase se espera que algo esteja escondido lá.
Declan balançou a cabeça.
— Estou aqui há tanto tempo que isso nem me incomoda
mais. Se sentir essa sensação novamente, corra, me procure,
procure alguém. Eu não posso te perder. — Ele a puxou contra
o peito e a abraçou com força. — Você me vê. Não um
mediador, não um Lionhart, só eu. Não posso perder isso.
Ela esfregou a bochecha contra o peito dele.
— Sinto-me da mesma maneira. Depois que meus pais
foram embora, fiquei sozinha até meu irmão adotivo me
encontrar. Ele me ajudou a descobrir o que eu podia fazer e
como sobreviver.
— Adotivo? — ele perguntou.
— Sim, eu o encontrei há mais de cento e sessenta anos
atrás. Foi mais ou menos na época em que os humanos
começaram a se dirigir para o oeste. Eu o vi fazendo magia e
grudei nele como um carrapicho. Ele foi o único paranormal
que eu vi desde que meus pais me deixaram. Eu acho que ele
só teve pena de mim. Ele me arrumou um pedaço de papel que
muda dependendo do que eu precisava: uma certidão de
nascimento, diploma ou certidão de casamento. Qualquer
coisa para me ajudar a viver no mundo humano e me misturar.
— Onde estão seus pais?

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Alanea Alder
— Não faço ideia. Quando completei cem anos, eles
disseram que eu tinha idade o suficiente e foram embora.
— Eles estão mortos?
— Eu não sei. É por isso que você e Avery são tão
importantes. São minha família agora. Não posso perder vocês
dois.
Ele esfregou o queixo na parte de cima da cabeça dela.
— Você nunca se livrará de mim. Se algum dia se
perguntar onde eu estou, olhe para trás. Eu estarei lá para
pegá-la ou lhe dar um empurrão quando você precisar.
— Prefiro que você ande ao meu lado. — Ela sorriu.
Ele bufou.
— De jeito nenhum. Eu prefiro andar atrás de você para
poder ver sua bunda.
Ela o cutucou nas costelas, e ele riu.
Ela ficou séria por um momento.
— Você realmente me ama?
Ele assentiu.
— Tanto que é assustador.
— Mesmo eu tomando o controle? Alguns caras com
quem eu namorei disseram que eu era muito dominante e que
não se sentiam necessários.
— Eles simplesmente não eram fortes o suficiente para
permitir que você seja quem é. Na maior parte do tempo, eu
sigo o fluxo, é mais fácil. Mas quando estamos apenas nós dois,
quando estamos sozinhos, meu leão precisa que você se
submeta. Isso será um problema?
Ela sorriu e beijou seu peito.

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— Se resultar em uma repetição do que aconteceu mais
cedo, não.
Ele riu.
— É apenas o começo do nosso calor de acasalamento,
minha pequena general.
Ela olhou para cima; seus olhos estavam rindo e
brilhando.
— Por que você me chamou assim?
— Porque você é como um pequeno general que
simplesmente anda por aí dizendo às pessoas o que fazer e elas
fazem.
— Eu não faço isso. — Ela bateu no braço dele.
Ele assentiu.
— Oh sim, faz sim. Você tem até o príncipe fazendo o que
você quer; não pense que não percebemos.
— Eu prometo usar meus poderes para o bem.
Ele riu.
— Então, você não quer? — ela balançou as sobrancelhas
para ele.
Ele balançou a cabeça.
— Eu sempre vou te querer, mas você se machucou hoje.
A única razão pela qual te reivindiquei antes, apesar de seus
ferimentos, é porque meu leão estava frenético para fazer isso
depois de quase te perder. Podemos tirar a noite de folga para
que seu corpo possa descansar.
— Então não é que você não tenha gostado... — Ele a
mordeu com força o suficiente para quase tirar sangue e ela
chiou.

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— Nem complete essa frase, — disse ele em uma voz mais
profunda. — Estou sendo um homem de palavra.
Nunca antes um homem colocara suas necessidades —
mesmo as que ela estava ignorando — acima das dele.
— Obrigada. Você será um homem de palavra amanhã?
— Serei um homem e manterei minha palavra.
— Ótimo. — Ela se virou e mexeu a bunda.
Rosnando baixo na garganta, ele deu um leve tapa na
bunda dela e aquietou seus quadris com a mão.
— Cuidado, gatinha. — Rindo, ela fechou os olhos. Ela
poderia se acostumar com esse leão resmungante.

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Capítulo 12

Quando Kari acordou, estava sozinha. Ela esticou os


quatro membros, aproveitando a sensação de ter a cama só
para si. Olhou em volta e viu um pedaço de papel na mesa de
cabeceira. Declan havia saído. Tinha uma reunião de treino
com os guerreiros da unidade e disse que a encontraria na sala
do Conselho para o julgamento. Kari se espreguiçou uma
última vez e depois pulou da cama. Ela experimentou um
momento surreal vendo sua mala contra a parede. Ela morava
ali, mas não de verdade. Kari ainda estava tirando as roupas
da mala para se vestir. Ela olhou em volta; o homem nem
possuía uma cômoda.
Ela jogou a mala na cama e pegou uma muda de roupa.
Se aprontou e desceu as escadas. Quando chegou à cozinha,
riu. Ele havia deixado uma nota na máquina de café expresso
com um coração desenhado com uma pequena figura de um
leão do lado. Ela abriu os armários até encontrar o que
procurava, duas canecas reutilizáveis para viagem. Ela fez dois
lattes, um para si e outro para Avery.

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Com a bolsa do portfólio pendurada sobre o ombro e os
lattes em mão, Kari saiu do Nível da Unidade e flutuou até o
Nível Um. Quando chegou ao escritório do Magnus, entregou
um latte ao Avery. Notou que Warrick estava no canto, os pés
apoiados na mesa, os olhos fechados. Quando ela caminhou
até a mesa, Warrick abriu os olhos. Mesmo que parecesse
relaxado, ela sabia que ele estava em alerta. Vin e Keegan
estavam sorrindo de lado para ele, e Warrick piscou um olho
para ela. Avery pegou a caneca, inalou e seus olhos
praticamente reviraram na cabeça.
— Obrigado! — ele exclamou.
Ele tomou um gole e depois gemeu. O olhar de Warrick
voou para o companheiro. Ela lhe sorriu e ele engoliu em seco.
— Um mês, — ela anunciou.
— O que? — ele perguntou, nunca tirando os olhos de
Avery.
— Seu aniversário é daqui a um mês. Ele nasceu tarde
para um shifter.
Avery suspirou, ditosamente feliz, alheio ao desconforto
do companheiro. Ele ainda estava dançando na cadeira.
— Onde você encontrou isso? — ele perguntou, abrindo
os olhos.
— Declan tem uma máquina de café expresso.
— Eu amo seu companheiro, — Avery admitiu, tomando
outro gole. Warrick rosnou baixo com essa declaração.
— Dito isso, tchau, querido, divirta-se.
— Oh, eu vou. — Avery tomou outro gole e depois
estremeceu.

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Alanea Alder
Rindo para si mesma, Kari se encontrou com Rex logo
após o túnel de transporte à caminho da sala do Conselho. Na
porta, viu Meryn em pé com as mãos nos quadris, o rosto
virado para o homem na porta. Kari olhou para Rex, que agora
estava carrancudo. Rex e Kari se aproximaram de Meryn por
trás. Rex passou um braço protetor em volta dos ombros de
Meryn.
— Qual o problema aqui? — ele perguntou.
O homem olhou rapidamente para Rex.
— Ninguém deve ser admitido, especialmente shifters.
— Sob a autoridade de quem? — Rex exigiu.
— As Famílias Fundadoras determinaram que este será
um processo a portas fechadas.
O guarda nem sequer olhou para cima enquanto falava
com Rex.
— Filho, você sabe quem eu sou? — ele perguntou.
O guarda zombou.
— Eu sou um vampiro e provavelmente mais velho que
você, shifter. Cuidado com quem chama de filho.
Kari ouviu um som distinto e então olhou para Rex. Ele
estava rangendo os dentes, os músculos da mandíbula
cerrados. Declan compartilhava o mesmo hábito quando
estava irritado.
Meryn apontou para ele.
— O Aiden também faz muito isso.
Kari a olhou.
— Com você, não estou surpresa.

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Alanea Alder
— Você tem dois segundos para se mover antes de eu te
mover, — Rex ameaçou.
O guarda finalmente olhou para cima e encontrou seus
olhos.
— Eu gostaria de ver você tentar.
Sem outra palavra, Rex se afastou de Meryn, agarrou o
guarda pela gola com um braço e o jogou do outro lado da sala.
Quando o corpo do guarda bateu no muro de pedra, um
estrondo ecoou pelo corredor. A pedra ao redor de seu corpo
rachou, deixando uma enorme cratera. O guarda caiu no chão,
gemendo.
— Puta merda, isso foi incrível! — Meryn exclamou.
Ela se virou para Rex.
— Ei, flexione o braço, — pediu.
Sorrindo, o irmão de seu companheiro levantou o bíceps
e o flexionou. Meryn pulou e começou a balançar de seu braço.
Quando a porta se abriu, Aiden, Adriel, Gavriel e Declan
ficaram parados lá, confusos e chocados.
— O que aconteceu? — Adriel exigiu.
Kari apontou com o polegar para a parede.
— O guarda disse que não eram permitido shifters e que
este era um procedimento a portas fechadas.
— E, evidentemente, ele não reconhece nenhum dos
anciões daqui, — acrescentou Rex, ainda segurando o braço
erguido para a risonha Meryn.
Aiden deu um passo à frente.
— Meryn, saia de cima do Ancião. — Ele a levantou para
seus braços.

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Declan estava rindo.
— Talvez se você visitasse com mais frequência, os
habitantes locais saberiam como você é.
Kari sorriu e passou por Rex. Passou os braços em volta
do pescoço de Declan e deu-lhe um beijo.
— Senti sua falta de manhã.
Declan sorriu largamente para ela.
— Também senti sua falta.
Magnus passou por eles para ficar ao lado de Rex,
olhando para a parede.
— Mas que caralho! — ele exclamou.
— O Magnus xingou! — Meryn anunciou rindo.
Magnus virou-se para Rex.
— Minhas desculpas. Eu nem tinha ideia de que o guarda
estava aqui. Ele não estava cuidando da porta quando
chegamos.
Rex deu de ombros.
— Começamos?
Eles entraram na sala e a porta se fechou atrás deles.
DuBois e DeLaFontaine estavam sentados em uma mesa,
Declan e Adriel na outra. Ambas as mesas estavam diante de
um painel de quatro cadeiras, onde os Anciões estavam
sentados. À direita havia assentos para qualquer testemunha.
Kari se juntou a Aiden, Meryn, Beth e Gavriel lá. Rex olhou
para DuBois. Kari começou a entender o termo “se um olhar
matasse”. Rex parecia que estava a dois segundos de arrancar
a cabeça do homem.

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Alanea Alder
— Para que conste, o shifter Ancião Rex Lionhart, o
vampiro Ancião Magnus Rioux, o bruxo Ancião Alastair
Primrose e o fae Ancião Dagda Vi'Ilsimir presidirão este caso.
— Rex fez um gesto com a mão para indicar os homens
sentados ao seu lado na longa mesa. O bruxo Ancião usava
uma capa verde escura sobre suas roupas com o emblema da
lua tripla bordado no peito em fios de prata. O fae Ancião usava
uma túnica formal longa de ouro e marfim, com um colarinho
alto que parecia apenas acentuar seus traços etéreos. Os dois
homens encararam Ivan e Gerald com uma expressão plana
nos olhos.
— Para que conste, precisamos que fale seu nome, —
ordenou Rex ao Gerald.
Gerald DuBois levantou-se.
— Meu nome é babaca. — Silêncio encheu a sala.
Ele franziu a testa.
— Meu nome é babaca! — ele exclamou.
Os olhos de Magnus e Rex, junto com os dos outros
anciãos, se arregalaram.
DuBois bateu as mãos contra a mesa.
— Eu sou babaca. — Ele olhou ao redor da sala
freneticamente.
Rex e Magnus mal conseguiam conter as risadas. O
Ancião Primrose riu abertamente e o Ancião Vi'Ilsimir ficou
olhando com os olhos arregalados e a boca tremendo
ferozmente. Quando Gerald disse: “Eu sou babaca”,
novamente, o Ancião fae perdeu o senso de compostura e
começou a bater na mesa dos anciãos, rindo alto.

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Alanea Alder
Depois de alguns minutos, os Anciãos recuperaram a
compostura. Rex, enxugando os olhos, falou primeiro:
— Vamos pular seu nome por enquanto.
Ivan DeLaFontaine se levantou.
— Disseram-me que o filho do chefe de uma das minhas
Casas Nobres foi agredido por Declan Lionhart ontem, — ele
começou.
O Ancião Primrose acenou com a mão.
— Ele não foi agredido. Ele recebeu vingança por ameaçar
o companheiro de um guerreiro. Ele foi levado às celas de
detenção para receber tratamento e está bem. Estamos aqui
hoje para tratar das acusações contra Gerald DuBois. — Ivan
sentou-se novamente, parecendo frustrado.
Rex nem sequer fingiu olhar para qualquer um dos papéis
à sua frente.
— Sua sentença é...
DeLaFontaine levantou-se rapidamente, a cadeira
batendo no chão.
— Sentença? Pensei que fosse um julgamento.
Rex olhou sem rodeios para o homem.
— Foi determinado pelo conselho que Gerald DuBois não
precisaria de um julgamento. Mais de duas dúzias de
testemunhas se adiantaram para dar declarações.
Independentemente do motivo pelo qual ele agrediu um
guerreiro da unidade, o fato é que ele recorreu à violência. —
Ele se virou para Gerald DuBois. — Você deve pagar uma
multa de dez milhões de dólares pelo seu ataque a Declan
Lionhart. — Os olhos de Gerald se arregalaram. Rex

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continuou: — Esse dinheiro deve ser depositado em um fundo
para qualquer cidadão de Noctem Falls que possa descobrir
seu companheiro entre shifters e se encontrar precisando de
ajuda para começar de novo.
— Este é um juri tendencioso! Exijo que substituamos
Rex Lionhart pelo Ancião Evreux para uma deliberação mais
neutra e imparcial. O irmão do réu não deve fazer parte do juri
do Conselho, — protestou Ivan DeLaFontaine.
Os olhos do Ancião Primrose flamejaram.
— Negado! Se ele não quiser ficar à mercê de um ancião
cujo membro da família ele quase matou, não deve sair por aí
atacando pessoas. Ele tem sorte de não ser meu irmão. Ele
teria sido estripado e os guerreiros ainda estariam procurando
por seu baço.
O Ancião Vi'Ilsimir pigarreou, sorrindo de lado enquanto
olhava para Ivan DeLaFontaine.
— Os fundos devem ser transferidos até o fechamento dos
negócios de hoje. Você tem algo a acrescentar como chefe da
Família Fundadora?
Ivan virou-se para Magnus.
— Vejo você hoje à noite no jantar, Príncipe Magnus.
Magnus inclinou a cabeça.
— Claro.
Gerald se levantou e ele e Ivan foram em direção à porta
e saíram. Assim que a porta se fechou atrás deles, Meryn caiu
em um acesso contagioso de risadinhas. Primeiro Bethy e,
finalmente, Kari se envolveram no riso contagioso. O Ancião
Primrose riu junto com elas e virou-se para Magnus.

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Alanea Alder
— Entendo por que você pediu que Leif e Travis
voltassem.
Magnus virou-se para ele, um olhar inocente no rosto.
— Como assim?
O Ancião Primrose deu uma piscadela.
— Não estou dizendo que o Sr. DuBois estava enfeitiçado
com a assinatura mágica de Nigel e Neil Morninglory, mas se
ele estivesse, eu recomendaria que alguém lhes ensinasse um
feitiço de ocultação.
— Boa ideia, — Meryn murmurou.
O Ancião Vi'Ilsimir fez uma reverência.
— Foi um prazer conhecê-la, Meryn McKenzie. Recebi um
relatório de Etain sobre o convite para Éire Danu de nossa
Rainha. — Ele deu a volta na mesa e subiu as escadas dos
assentos onde haviam observado a sentença. Ele entregou a
ela um pequeno cartão dourado. — Se precisar de alguma
coisa, qualquer coisa, use isso e o cartão entrará em contato
comigo.
Os olhos de Magnus se arregalaram e ele praticamente
correu ao redor da mesa para olhar o cartão.
— Maneiro. Posso ser sua amiga no Facebook? — Meryn
perguntou.
O Ancião riu.
— Eu acho que minha companheira já fez amizade com
você. Ela gosta de suas atualizações hilárias.
Meryn estremeceu.
— Eu preciso trabalhar no meu fraseado.

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— Oh, eu não sei; acho que seu fraseado está certo, —
disse ele provocando.
Meryn enfiou o cartão no bolso.
Aiden fez uma careta.
— Meryn, esse é um presente muito, muito importante.
Foi enfeitiçado para permitir que você entre em contato com o
Ancião Vi'Ilsimir diretamente a qualquer momento que desejar.
Se você colocá-lo no bolso, pode perdê-lo.
— A Dani não perderia. Além de virar roupas maneiras,
ela é muito boa em manter as coisas nos meus bolsos em
segurança.
— Dani? — O Ancião Vi'Ilsimir perguntou, se sufocando
com a palavra. — Deuses! Isso é...?
Meryn assentiu.
— O Vestido de Éire Danu, — disse Meryn, puxando a
camiseta.
O Ancião fae olhou para a pequena humana e notou seus
sapatos gastos, jeans folgados, camiseta de Star Wars e grande
moletom com capuz.
— Esse é o cobiçado Vestido de Éire Danu? — ele
perguntou.
— Sim, mas esse nome é um tanto grande, agora eu a
chamo de Danu ou Dani.
Ela enfiou a mão no bolso e tirou um pen drive, dois
pedaços de chiclete, cinco pacotes de sal, uma pequena pedra
e o que parecia ser uma chave de fenda sônica.
— Veja, ela mantém as coisas seguras.
Aiden olhou por cima do seu ombro para suas mãos.

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Alanea Alder
— Pacotes de sal? — ele perguntou.
Meryn olhou para cima e, com uma expressão muito
séria, disse:
— Para demônios.
Os anciãos bruxo e fae ficaram pálidos.
— Há demônios aqui? — Ancião Primrose sussurrou
quase como se estivesse com medo de dizer a palavra.
Meryn empalideceu e colocou o sal de volta no bolso.
— Espere, eles são reais, tipo, reais mesmo?
Eles assentiram. O Ancião Vi'Ilsimir virou-se para ela.
— Sim, mas não são vistos há muitos séculos, desde que
batalharam com o Príncipe das Sombras.
— Eu só comecei a carregar sal desde que comecei a
assistir Supernatural.
O bruxo Ancião estremeceu.
— A representação dos bruxos naquele programa é
horrível.
Magnus assentiu em concordância.
— Como acha que nos sentimos em relação aos
vampiros? Eles nos fizeram parecer piranhas.
Tanto o bruxo quanto o ancião fae fizeram uma meia
reverência.
— Bem, se nos der licença, fomos convidados a opiniar
em projetos diferentes para a próxima feira, — disse o Ancião
Primrose, sorrindo.
Rex apertou suas mãos.
— Obrigado pela ajuda.

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Alanea Alder
— Sinto muito que isso tenha acontecido, — respondeu
Magnus.
O Ancião Primrose bateu em suas costas.
— Não é sua culpa. Em um tópico totalmente diferente,
eu queria agradecer por sediar esta feira; não vejo minha
companheira tão empolgada assim há décadas.
O Ancião Vi'Ilsimir também sorriu.
— Minha companheira também está muito ansiosa para
ver como será a primeira feira de Noctem Falls. Você nos deu
algo pelo que ansiar. — Juntos, eles foram embora e a porta se
fechou atrás de si.
— Por falar em feira, — começou Kari. — Com o que todos
estarão contribuindo?
Meryn acenou com a mão no ar.
— Posso usar meu drone para tirar fotos para as pessoas.
Dessa forma, teremos tudo documentado.
Declan apontou para si e para Bethy.
— Estamos conversando com os vendedores do Nível Seis
para garantir que tenhamos comida suficiente. Temos tido que
fazer pedidos extras para a propriedade da cidade. Se o teste
de sabor é um reflexo do que estará disponível na feira, eu vou
me machucar de tanto comer.
Adriel olhou para a prancheta.
— Parece que Goddard está trabalhando com as
unidades. Eles farão atividades de unidade dirigidas para as
crianças, incluindo jogos. A Unidade Eta tem atuado como
escolta para que qualquer vampiro das Famílias Nobre e
Fundadora vá para o Nível Seis, mas até agora , não houve

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novos casais. — Ele virou uma página. — Nigel e Neil estão
agora com Emlyn Blackwood trabalhando na rede. Esta
quebrou quando alguém chutou o DeLaFontaine nela.
Meryn levantou o pé e chutou o ar.
— Chute ninja!
Adriel riu e bagunçou seus cabelos.
— Não deveria ser permitido que você e minha
companheira ficassem juntas.
— Não odeie como somos fodas.
— Bem, parece que pelo menos temos pontos de partida
para o resto do dia, — acrescentou Magnus. Ele olhou para
Kari. — Te vejo no escritório.
Ela assentiu.
— Claro.
Eles saíram como um grupo e todos se dispersaram para
seguir seus diferentes caminhos. Kari ficou surpresa quando
Meryn ficou para trás com Ryuu. Ela igualou seu ritmo com o
de Meryn. Eles voltaram lentamente para os aposentos de
Magnus.
Meryn a olhou, parando.
— Sua empresa também não lida com segurança?
Kari sorriu.
— Bem, conhecendo você, tenho certeza que você já
pesquisou isso. E sabe que sim.
— Posso contratá-los? — Meryn perguntou.
— Você é companheira do Comandante da Unidade. É
convidada do Príncipe Magnus, em seus aposentos pessoais.

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Você tem um escudeiro incrível e está cercada por guerreiros
da unidade. Por que diabos precisaria de segurança adicional?
Meryn deu de ombros e começou a arrastar o pé no chão
de pedra.
— É que, eventualmente, quando a merda realmente
bater no ventilador, e vai bater, receio que até Adriel hesite
entre proteger o Magnus ou o Aiden. Na hesitação dele,
poderíamos perder os dois.
Kari teve um momento de clareza.
— É por isso que você ficou bem chateada. Não foi porque
Doctor Who foi removido da Netflix. Depois que o Declan se
machucou, você começou a juntar as peças. Ficou real.
Meryn olhou para cima e encontrou seus olhos.
— Fiquei perturbada quando ouvi pela primeira vez sobre
as lesões do Declan. Então todo mundo estava correndo por aí
ajudando, e eu percebi que poderia facilmente ter sido o Aiden.
Ele é como o Declan; ele é do tipo que simplesmente pula, e
poderia ter se machucado seriamente. Depois pensei que se
isso pôde acontecer por acidente, o que poderia acontecer se
alguém estivesse realmente tentando machucá-los? A lealdade
de Adriel estaria dividida entre seu Comandante da Unidade e
seu príncipe. Os vampiros da unidade ficariam divididos. Acho
que a maioria dos shifters ajudaria Aiden. Não tenho certeza
sobre os fae ou os bruxos. Acho que naqueles caóticos
segundos de confusão, poderíamos perder muitas pessoas.
— Meryn, você é brilhante.
— Sim, eu sei.

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— Se não se importa, posso fazer algumas sugestões para
Declan sobre a realização de alguns exercícios ou talvez apenas
designar pessoas para os homens protegerem, para que
saibam instintivamente para onde ir.
Meryn deu de ombros.
— Eu acho que praticar ajudará, mas com quanta prática
eles podem superar os séculos de associação? É sobre o
Príncipe dos Vampiros que estamos falando.
— Bom argumento. Escute, eu mesma ligarei para o chefe
de segurança esta tarde. Como a maior parte da segurança que
trabalha para mim é paranormal, eles devem poder chegar
aqui imediatamente. Eles só precisam ir ao portal mais
próximo.
— Eles vão reportar a mim, certo? Não ao Magnus, Adriel
ou Aiden. Para mim, — ela perguntou.
— Sim. É assim que funciona. Se você assinar o contrato,
eles pertencerão a você. Você pode fazê-los proteger você,
Bethy, Aiden, qualquer pessoa. Eles se reportarão a você e
farão o que você pedir.
— Ótimo. — Alívio encheu os olhos de Meryn.
Eles tinham acabado de passar pelo túnel de transporte
quando Kari começou a sentir tonturas novamente. Ela
chamou Meryn, mas depois olhou para baixo. Ela viu o chão
se mover sob os pés e, de repente, estava olhando para o Túnel
de Transporte.
— Kari? — ela ouviu uma voz perguntar.

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Ela piscou, e parecia que o piscar levou uma eternidade.
Ela piscou novamente; a tontura a dominou e, pouco antes de
perder a consciência, ela ouviu um grito.
*****
Quando acordou, olhou em volta e gemeu; estava de volta
à enfermaria.
— Estou realmente começando a odiar este lugar, — ela
murmurou.
Ela abriu os olhos e viu Tarragon ao seu lado.
— Se não te conhecesse, diria que você tem a mesma sorte
da Bethy.
Ela olhou para a esquerda, onde Declan estava segurando
sua mão com um olhar nauseado no rosto.
— Eu estou bem, — ela assegurou.
Ele apenas balançou a cabeça, incapaz de falar.
Ela engoliu em seco com o olhar desesperado nos olhos
dele.
— Por favor, me diga que alguém contou isso ao Avery
gentilmente? — ela perguntou, notando a ausência do irmão.
Tarragon estremeceu.
— Eu tive que sedá-lo. Muita coisa aconteceu com ele nos
últimos dois dias. Warrick está cuidando dele. Ele prometeu
que passariam um dia relaxante no quarto de Avery, seguido
de um jantar tranquilo.
Ela olhou para Declan.
— Foi quão ruim? — ela sussurrou.
— Se não fosse por Meryn, teríamos te perdido, —
respondeu ele, com a voz embargada.

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Alanea Alder
Ela franziu a testa e olhou além de Declan para ver Meryn
parecendo pálida, sentado no colo de Aiden. Ela estava com o
braço numa tipóia.
— Você está bem?
Aiden compartilhava o olhar nauseado de Declan.
— Ela pulou atrás de você.
— Eu usei minha pedra, — disse Meryn, sorrindo
fracamente. — Acho que ela reagiu ao meu senso de urgência.
Consegui voar pelo túnel atrás de você, mas não sou assim tão
forte então meu braço repuxou um pouco.
— Denka reagiu muito rapidamente à sua queda, — disse
Ryuu, com a voz tensa. Medo e raiva estavam emanando dele
em ondas. Kari sabia que o medo decorria de quase perder
Meryn. Ela estava disposta a apostar que a raiva era dirigida a
si mesmo por não a impedir.
— Oh, Meryn, você não deveria ter se colocado em perigo
assim. — Kari se sentiu terrível. Ela tentou se sentar e gemeu.
Sua cabeça começou a latejar. — O que aconteceu
exatamente?
Declan gentilmente passou a mão pelos seus cabelos.
— Você não lembra?
— Lembro-me de ficar tonta, olhar o túnel, e acho que caí.
— Ela olhou para Meryn. — Eu acho que você gritou.
Meryn assentiu.
— Seu rosto ficou engraçado, e então você literalmente se
virou e voltou para o túnel. Não acho que você tenha caído;
parecia que você pulou.
— Como você me pegou?

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Alanea Alder
Meryn deu de ombros.
— Meio que sabia que isso iria acontecer, então eu estava
logo atrás de você. — Ela olhou para o escudeiro, os olhos
brilhando com lágrimas não derramadas. — Me desculpe. Eu
não queria te deixar bravo; apenas me movi antes que eu
percebesse.
Ryuu se ajoelhou ao lado dela em um instante.
— Eu não mudaria sua coragem por nada no mundo. Isso
significa apenas que terei que trabalhar muito mais para
merecer você como minha incumbência.
— Apenas continue me alimentando e estamos bem, —
disse Meryn, parecendo desconfortável com o elogio de seu
escudeiro.
Ryuu simplesmente levou os nós dos dedos dela aos
lábios e os levou à testa em uma espécie de bênção.
— O que quiser, denka. — Ele se levantou e voltou à
posição normal, de pé atrás de sua incumbência.
Kari ficou emocionada com a devoção de Ryuu. Não
conseguia imaginar Meryn com outro escudeiro. Ela olhou ao
redor do quarto.
— Ninguém vai perguntar como ela sabia?
Declan olhou para Aiden, que olhou para Tarragon, que
deu de ombros.
Meryn suspirou.
— Não pergunte, eu não tenho idéia; pode ser essa coisa
de empatia.
Tarragon balançou a cabeça, confuso, antes de voltar sua
atenção para Kari.

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— Há alguma chance de você estar grávida?
Ela balançou a cabeça e depois corou.
— Espere... sim, é uma possibilidade.
— Precisa apenas uma vez, — brincou Meryn.
Tarragon apenas assentiu antes de entregar uma
pequena pedra para Declan.
— Gostariam de um pouco de privacidade? — ele
perguntou. Declan assentiu.
Tarragon virou-se para Aiden e Meryn.
— Ok, mocinha, agora que a grande emergência acabou,
vamos trabalhar nesse ombro.
Aiden embalou a companheira cuidadosamente contra o
peito, e ele e Ryuu seguiram Tarragon pela porta.
Quando a porta se fechou, Declan apenas a encarou.
— O que quer?
— Não sei. E você?
— Você sabe se tivesse me perguntado esta manhã eu
teria ficado feliz de qualquer maneira. — Ele respirou fundo.
— Eu ouvi o grito e sabia que era você. Então, quero que seja
sim. Quero um pedaço de você, um pedaço de nós que
possamos criar e amar. E você? Sim? Não?
— Tudo está tão louco agora, mas talvez seja por isso que
deveria ser sim. Talvez seja por isso que ficaria tudo bem. É
importante se agarrar às coisas que importam. Dois dias atrás,
eu teria dito não; eu sofri muita mudança. Mas agora, talvez
uma pequena versão sua não seja tão ruim. Então, sim, acho
que seria bom se eu estivesse grávida.

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Alanea Alder
Declan engoliu em seco e levantou a pedra. Ela estendeu
a palma da mão e ele colocou a pedra nesta. Lentamente, uma
luz âmbar começou a brilhar. Os olhos de Declan se encheram
de lágrimas e um soluço escapou. Ele a puxou contra si.
— Obrigado, — ele murmurou.
Kari sabia que tinha dito sim, mas agora que sabia que
era sim, era diferente. As coisas estavam tão perigosas; a fazia
pensar que talvez devessem ter esperado, mas agora era tarde
demais. Ela ia ser mãe e nem sabia onde iria morar. Não foi até
Declan começar a sacudi-la suavemente que ela percebeu que
estava hiperventilando.
— Eu preciso ir buscar o Tarragon? Você está bem?
— Estou bem. Estou bem. Talvez você possa me pegar um
copo de água?
Ela respirou fundo outra vez. Declan correu para a pia.
Quando ele deixou o copo cair pela terceira vez, ela teve que
sorrir. Era bom que este fosse de plástico. Ele encheu o copo
quase até a borda e cuidadosamente se aproximou com este.
Ele o entregou a ela como se fosse o Santo Graal. Suas
reações a fizeram relaxar. Ele não estava lidando com isso
melhor do que ela. Sorrindo, ela bebeu o suficiente para não
ficar preocupada em derramar água. Ela colocou o copo no
pequeno suporte ao seu lado. Declan ficou parado lá, sem
saber o que fazer. Parecendo chocado, ele começou a balançar
sobre os pés. Ela estendeu a mão e gentilmente puxou a mão
dele até que ele se sentasse na cadeira novamente.

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— Kari, eu poderia ter perdido vocês dois. — Rosnando,
ele pegou o walkie-talkie. — Grant, entre. — Kari sabia que ele
estava distraído por não usar o codinome.
— Sim, Simba. O que houve?
— Você pode ver se encontra meu irmão e o envia para a
enfermaria?
— Claro. Kari está bem?
— Sim, ela está bem, câmbio.
Kari o olhou.
— Seu irmão?
— Não vou me arriscar mais com a mulher que amo. Não
me importo se tiver que me tornar um ancião. Farei o que for
necessário para obter a proteção que você precisa e merece.
Kari viu o terror gritante em seus olhos e queria de volta
seu companheiro pateta e sorridente. Ela não queria que a
ameaça iminente estragasse seu momento. Ele ficou tão feliz
ao descobrir que ia ser pai que brilhara, agora parecia retraído.
Ela estendeu a mão e esfregou a pele entre as sobrancelhas
dele, onde estavam franzidas.
— Você tem alguém em mente como athair? — ela
perguntou.
Lentamente, um sorriso começou a substituir o olhar
vazio em seu rosto.
— Adriel, — ele disse, assentindo.
— Sério? — ela perguntou, surpresa. — Você parece mais
próximo do Grant ou até mesmo do Etain. Por que o Adriel?
— Porque o Adriel faria qualquer coisa ao seu alcance por
nosso filho. Ele se manteve separado dos homens porque não

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sabia que poderia ser nosso líder e nosso amigo. Mas, na
semana passada, ele viu como o Aiden é com o Gavriel, e acho
que percebeu que pode ser mais do que apenas um líder de
unidade. Acho que o que temos visto ultimamente é seu
verdadeiro eu emergindo. Ele sempre foi leal e protetor; ele era
ótimo com a Bethy quando ela era criança. Não se poderia
pedir um athair melhor.
— Nem o Warrick? — ela perguntou.
Ele balançou a cabeça.
— Ele já vai ser o tio.
Ambos se viraram quando houve uma batida na porta.
Um segundo depois, a porta se abriu e Rex entrou com um
olhar preocupado.
— Ninguém me contou o que aconteceu. Só que a Kari
estava machucada. Ela está bem?
Declan assentiu.
— Ela está bem, mas eu tenho outras preocupações. —
Ele se levantou para encarar o irmão. E colocou as duas mãos
nos ombros deste. — Irmão, eu preciso de você, — disse Declan
em um tom formal.
Kari pôde ver a mudança no Rex imediatamente. Era
como se Declan tivesse apertado um botão. Rex foi
subitamente cercado pelo poder de seu posto.
— Declan, você sabe que não há nada que eu te negaria.
Você é carne da minha carne e sangue do meu sangue, e se
houver qualquer coisa que precise, basta pedir, — respondeu
Rex, colocando as mãos em cima dos ombros de Declan.

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Declan baixou as mãos e praticamente caiu na cadeira.
Preocupado, Rex puxou uma das outras cadeiras na sala para
se sentar ao lado do irmão.
— Diga-me, irmãozinho, o que está acontecendo?
Declan olhou para Kari e depois de volta para o irmão.
— Acho que alguém está atrás da minha companheira.
Kari ofegou.
— Isso não pode ser verdade.
Declan levantou uma sobrancelha.
— Kari, você já teve problemas com tonturas, desmaios e
apagões antes de vir para Noctem Falls? — ele perguntou.
Ela balançou a cabeça.
— Não, nunca.
— Você não acha muito suspeito que nos últimos dois
dias você tenha caído duas vezes? No mínimo, você ficou
gravemente ferida. Ambas as quedas poderiam ter sido fatais,
Kari.
Kari sentiu o estômago virar gelo. Ela nem percebeu que
estava tremendo até Declan se juntar a ela na cama, puxando-
a para perto.
Os olhos de Rex estavam flamejando quando se levantou,
rosnando:
— Quem ousaria?
Declan deu de ombros.
— Poderia ser qualquer um. Qualquer uma das Famílias
Fundadoras ou Famílias Nobres que não estão felizes com o
progresso que Magnus está fazendo com Kari ao seu lado. Pelo
que ouvi, Kari deixou bem claro seu desprezo pelas classes

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dominantes quando Cheryl foi demitida. Poderia ser qualquer
amigo ou familiar da Cheryl que sentisse que a Kari a tirou de
sua posição. Poderia ser o feral... — Declan hesitou. — Até
agora ele tem procurado sangue. Isso exige um contato
próximo e pessoal. Por que ele repentinamente mudaria seu
modo operante para matar pessoas de longe?
Kari levantou a mão.
— Como isso aconteceria?
Rex e Declan trocaram olhares surpresos.
— Kari, você é uma vampira.
— Sim, eu sei.
Declan olhou para ela com cuidado.
— Você sabe que tem a capacidade de manipular mentes,
certo? — ele perguntou.
Ela balançou a cabeça.
— Ouvi de outras pessoas um pouco do que podíamos
fazer, mas nunca vi isso acontecer. Meus pais não me
ensinaram como. — Ela fez uma careta. — Espere, então você
está dizendo que alguém poderia controlar minha mente?
Declan e Rex assentiram.
— Normalmente não se faz isso. Além de ser contra as
nossas leis; é muito difícil controlar outro paranormal. Temos
um sistema de proteção inato embutido. Alguém pode ser
capaz de manipular sua mente, mas precisam ser muito, muito
fortes, especialmente se podem controlá-la sem que você esteja
ciente disso.
— Então, o que eles ganhariam me fazendo cair de
escadas ou pular no túnel de transporte? — ela perguntou.

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— Se alguma coisa acontecesse com você, Declan ficaria
arrasado. Adriel perderia seu segundo em comando, — Rex
respondeu andando pela sala.
Kari discordou.
— Não faz sentido ir atrás da companheira do segundo
em comando para distrair o líder da unidade.
— Isso incomodaria o Magnus, — acrescentou Rex.
— Ele só me conhece há três dias, — Kari refutou.
— Eu não ligo, — disse Declan calmamente. — Eu
realmente não me importo com o porquê. Só não quero que
isso aconteça novamente. — Ele olhou para Rex, que assentiu.
— Vou ligar para a mãe e o pai. Faremos um pouco do
nosso bando se juntar a nós o mais rápido possível. Ela ficará
protegida, — prometeu Rex.
Declan olhou para o irmão, um sorriso se formando no
rosto.
— Sim, acho que mamãe e papai ficariam muito dispostos
a fazer isso, principalmente depois que descobrirem que Kari
dará a luz o primeiro neto deles.
O queixo de Rex caiu de repente. Seu rosto se abriu em
um sorriso enorme. Ele deu um grito alto, e antes que ela
percebesse, foi arrancada da cama e rodada ao redor do
quarto.
Declan deu um pulo e bateu nas mãos do irmão.
— Coloque-a no chão, seu idiota.
Rex pareceu instantaneamente contrito e gentilmente a
colocou de volta na cama.
— Você está bem? Eu não te quebrei? — ele perguntou.

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Ela revirou os olhos.
— Não, não estou quebrada. Estou bem. — Ela lhe sorriu.
— Acho que você está animado com a idéia de se tornar tio.
Rex assentiu, rindo.
— Claro que sim. Meu irmãozinho terá um bebê. — Ele
bateu nas costas de Declan. — Bom trabalho, irmãozinho.
Kari os olhou sem rodeios.
— Sim, porque ele fará todo o trabalho mesmo.
Ambos pareceram um pouco apreensivos. A expressão em
seu rosto deve ter sido formidável.
— O que quiser, querida, eu darei a você, — Declan
prometeu, beijando sua mão.
— Ouvi dizer que havia um chocolatier muito bom no Nível
Seis. — Ela piscou um olho para Rex.
Ele levantou a mão.
— Considere feito. Com sua permissão, contarei a Avery
as maravilhosas notícias. Então podemos fazer planos para
nossa futura sobrinha ou sobrinho. Deixo minha irmã sob
seus cuidados, Declan. — Kari assentiu com permissão.
Honestamente, ela queria ela mesma dizer a Avery que ele seria
tio, mas já estava começando a se sentir esgotada por causa
da sessão de cura. Rex seria capaz de compartilhar a excitação
exuberante de Avery e isso lhes daria a chance de criar um
laço, consolidando ainda mais os laços de sua nova família.
Declan revirou os olhos.
— Sim, irmão.
Rex saiu da sala enquanto Kari começava a rir.
— Ele é um pouco dominador, não é?

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Declan sentou-se na cadeira com uma expressão
divertida.
— Ele realmente se importa.
— Você parece surpreso.
— Nunca fomos muito próximos. A diferença de idade
entre nós dificultou as coisas.
— Você tem sorte; família assim é importante. — Kari
olhou para o companheiro. — Você tem certeza de que não terá
problemas por não ligar para seus pais? Quero dizer, é o Rex
quem está contando tudo a eles.
Declan empalideceu, pegando um telefone.
— Graças aos deuses pela Meryn. Agora temos celular e
Wi-Fi na cidade. — Ele colocou o telefone no alto-falante e o
colocou na cama ao lado dela. Eles ouviram o toque, e então
uma voz masculina profunda entrou na linha.
— Jedrek Lionhart, Declan, é você? — a voz perguntou.
Declan engoliu em seco.
— Sim, pai, sou eu.
— Bem, já era hora de você ligar, garoto. Seu irmão nos
deu uma atualização sobre o que aconteceu. Pensámos que
depois de encontrar sua companheira, você teria nos ligado, —
disse seu pai, parecendo magoado.
Declan estremeceu.
— Pai, ela está bem aqui.
Jedrek quebrou o silêncio momentâneo pigarreando.
— Sinto muito, minha querida, é que estou realmente
decepcionado pelo Declan não ter ligado antes.
Kari pegou a mão de Declan.

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— Claro, eu entendo completamente. Você é o pai dele e
deveria ter sido uma das primeiras pessoas a receber uma
ligação dele. — Ela piscou um olho para Declan, que estava
revirando os olhos.
— Você não tem ideia de como estou feliz em ouvir isso,
Kari. Parece que você tem uma boa cabeça sobre os ombros.
Você é uma boa companheira para o meu filho.
— Pai, a razão pela qual estou ligando é...
— Espere, seu irmão está ligando na outra linha, pode ser
um assunto de Ancião.
— Não atenda! Não é. — Declan gritou.
— Eu ligo de volta para ele depois. Por que não devo
atender a ligação de seu irmão? — Jedrek Lionhart perguntou.
— Porque eu aposto que ele está tentando ganhar de mim.
— Ganhar no quê? — seu pai exigiu.
— A mãe está aí?
— Espere um pouco. — Eles ouviram o som de passos e
então um alto berro. — Catherine!
— Bons deuses, Jedrek! Acredito que a própria rainha
possa ter te ouvido. Sobre o que é toda essa confusão? — uma
voz feminina suave perguntou.
— Declan está no telefone com a companheira, Kari.
— O quê? — Eles ouviram mais passos antes que a voz
de sua mãe ficasse mais alta. — Declan, querido, é você?
O sorriso de Declan foi suave.
— Sim, mãe, estou aqui.
— Kari, oh, Kari, é tão bom finalmente poder falar com
você. Quando vem me visitar? — sua mãe exigiu.

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Alanea Alder
Kari olhou para Declan, que deu de ombros.
— Ainda estamos tentando nos assentar aqui. Talvez
depois disso, — sugeriu Kari diplomaticamente.
— Quanto mais cedo melhor. Mal posso esperar para
conhecer a nova companheira do meu filho. Finalmente, tenho
uma filha. — Eles ouviram um gorjeio. — Por que o Rex está
ligando? — ela perguntou.
— Espere, querida, não responda ainda. Declan tem algo
que quer nos dizer. Não tem, filho?
— Sim, pai. Eu só queria que soubessem que Kari e eu
descobrimos que estamos esperando um bebê.
Um grito alto praticamente quebrou o telefone. Declan
estava abanando a cabeça com o nível de decibéis. Kari sorriu.
— Agora você realmente tem que vir, Declan. Traga-a o
mais rápido que puder. Mal posso esperar para vê-la. Que
notícia feliz. — A voz de sua mãe falhou e ela começou a chorar.
— Pronto, pronto, querida. Não chore; são boas notícias.
— Jedrek consolou a companheira. — Declan, olha o que você
fez.
— Eu não quis fazê-la chorar, — protestou Declan.
— É claro que ela vai chorar, é o nosso primeiro neto, —
disse Jedrek bruscamente. — Posso atender a ligação de seu
irmão agora?
— Sim. Vou deixá-lo explicar o que está acontecendo. Ele
vai pedir reforços.
— Reforços? — Jedrek latiu a pergunta.
— Pai, tenho que ir.
— Declan, eu...

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Declan desligou o telefone.
— Isso foi rude, Declan, — advertiu Kari.
Ele deu de ombros.
— Rex será capaz de informá-lo. Além disso, você está
parecendo cansada. Você está grávida; precisa descansar.
— Eu não sou uma... — Um grande bocejo a interrompeu.
Então seu estômago roncou.
Declan franziu a testa. Ele olhou do estômago dela para
seu rosto e depois para o estômago.
— O doutor disse que você deveria descansar, mas você
precisa comer! — Declan parecia confuso e um pouco em
pânico.
— Talvez um almoço rápido e depois uma soneca. Ser
curada por um curandeiro bruxo sempre me deixa cansada, —
sugeriu Kari.
— Ok, vamos almoçar.
Ela ia se levantar da cama, ele se levantou e começou a
acenar freneticamente com as mãos na frente dela.
— Não, espere, pare, não se mexa.
Ela congelou.
— O que eu deveria fazer?
Declan começou a puxar os próprios cabelos.
— Eu não sei! — ele exclamou. — Você deveria se mexer?
Você deveria sair da cama? Quero dizer, você se machucou
quando caiu no túnel. Agora vai ter um bebê.
Kari estava sentada na beira da cama, os pés balançando.
Ela viu como seu companheiro lentamente começou a derreter
diante de seus olhos. Quando Declan se virou sem rumo pela

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quarta vez, ela pulou da cama, caminhou até ele e colocou as
duas mãos em seu peito. Ele a olhou com um olhar selvagem
nos olhos.
— Querido, estou com fome.
— Certo, com fome, comida. Você precisa de comida. —
Ele a pegou nos braços e saiu correndo da enfermaria.
Kari suspirou.
Maravilhoso. Ele sabe há menos de uma hora, e é assim
que está.
Ela deitou a cabeça no ombro dele.
E eu não mudaria nada.

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Capítulo 13

Quando estavam nos alojamentos de Magnus, Kari deu


tapinhas nos ombros de Declan e ele a colocou no chão. Ela o
olhou.
— Entre primeiro. Em um momento eu entro.
Ele assentiu com a cabeça.
— Claro. Eu faço um prato para você.
— Isso seria adorável, — disse ela. Assim que ele se
acomodou na sala de jantar, Kari entrou e sentou-se no sofá
na antecâmara. Ela pegou o celular e discou um número que
sabia de cor.
— Olá, — respondeu uma voz familiar. — Kari, é você? —
ele perguntou.
— Claro que sou eu.
— Bem, eu não vou buscá-la. Você precisa ficar aí.
Kari revirou os olhos.
— Na verdade, Law, Avery e eu encontramos nossos
companheiros. Vamos ficar aqui.

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— O que?! — ele exclamou. — Vocês deveriam ficar aí só
até ser seguro voltar. Não deveriam se mudar para aí.
— Em parte, é por isso que estou ligando. Eu conheci a
Meryn McKenzie e ela está solicitando uma equipe de
segurança. — Ela rapidamente repassou o que acontecera
desde que chegou: do ataque de Declan às preocupações de
Meryn sobre a divisão da liderança. Houve um breve silêncio
no telefone.
— Volte para casa; não é seguro aí.
— Eles vão encontrar o feral.
— Que feral? — ele exigiu.
— Oh, você não sabia disso.
— Porto seguro, meu cu mágico. — Ele se aquietou. —
Quão cedo precisa de nós?
— Bem, eu posso ou não ter um perseguidor tentando me
matar também.
— Ok, chegaremos em uma hora.
— E estou grávida.
— Chegaremos em quinze minutos.
— Não há como chegarem aqui em quinze minutos.
— Não importa, vou organizar minha equipe e mais outra;
logo chegaremos aí.
— Ok, mas tome cuidado.
— Eu? Quero que você fique ao lado do Magnus até eu
chegar.
— Nós estamos almoçando.
— Tudo bem, sente-se ao lado do Magnus, será o lugar
mais seguro da sala. — Suspirando, ele desligou o telefone.

MY CHAMPION
Alanea Alder
Ela pensou em tudo o que havia acontecido nos últimos
dois dias e se viu sorrindo. Não, o Law não complicaria
nenhum pouco as coisas. Ela se levantou e entrou na sala de
jantar. Parou e encarou o cômodo. Declan havia empilhado o
prato dela com comida. Ele se levantou e deu um tapinha na
cadeira dela. Os outros homens se levantaram, lhe sorrindo
calorosamente.
— Comida, — disse ele, apontando para a cadeira dela.
Ela olhou em volta da mesa para ver expressões
divertidas.
— Ele lhes contou? — ela perguntou.
— Nós meio que descobrimos. Tudo o que ele conseguiu
dizer foi comida e bebê, — brincou Beth.
— Parabéns, — disse Adriel, sorrindo radiante.
— Venha se sentar e comer, — Declan repetiu.
— Olha quem está falando frases completas. — Meryn riu.
Kari sentou-se e os homens voltaram a sentar.
— Meryn, sua equipe de segurança deve chegar aqui em
cerca de quinze minutos. — Ela se virou para o Príncipe. —
Magnus, você pode querer alertar as unidades para que nossas
equipes vindouras não tomem tiro.
Adriel pegou seu walkie-talkie.
— Francis, temos pessoas a caminho. — Ele olhou para
Kari. — Quantos?
— Duas equipes de quatro que eu saiba.
— Temos oito amigos chegando; envie-os para o Nível Um.
— Entendido. Uh, senhor, posso fazer uma pergunta?
— Sim, — respondeu Adriel.

MY CHAMPION
Alanea Alder
— Por que meu codinome é Francis?
Adriel olhou para Meryn, que estava rindo para si mesma.
— Meryn?
— O nome dele é Ajax, — ela respondeu.
Kari olhou em volta e viu que não era a única que não
entendeu a explicação.
O queixo de Meryn caiu.
— Sério? — Ela beliscou a ponta do nariz, de forma
similar a como seu companheiro costumava fazer quando
irritado. — Em breve teremos uma noite de cinema.
— Francis, é uma referência obscura ao cinema, —
respondeu Adriel ao Ajax 7.
— Não é obscura! — Meryn protestou.
Adriel devolveu o walkie-talkie ao cinto.
Kari olhou a comida que seu companheiro lhe havia
escolhido. Parecia que ele pegara três de cada coisa.
— Embora, conhecendo meu irmão, ele possa
simplesmente aparecer aqui embaixo.
— Como? — Gavriel perguntou.
— Não tenho ideia. Ele é assim. — Ela pegou um dos
quatro sanduíches no prato. — Como está indo a feira?
Adriel assentiu.
— Muito bem, na verdade. Os vendedores realmente se
superaram. Não apenas vamos ter alguns dos favoritos da
cidade, mas eles tentaram novas receitas. E mal podem
esperar para compartilhá-las.

7
Francis Fanny, ou Ajax, é um dos inimigos principais do Deadpool, personagem que
conta com um filme de mesmo nome produzido pela 20th Century Fox.

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Alanea Alder
Ela olhou para Magnus. Ele ainda estava sorrindo
radiante.
— Dois bebês, mais minhas duas sobrinhas ou sobrinhos
da Meryn e a Bethy. — Ele estava praticamente vibrando na
cadeira.
Kari percebia que ele estava realmente empolgado com a
perspectiva de uma nova vida. Todas as dúvidas que ela tinha
sobre se mudar para Noctem Falls foram eliminadas. Este
homem precisava de todo o apoio que pudesse conseguir. Kari
estava no meio do sanduíche quando houve uma batida na
porta. Um momento depois, um rosto familiar apareceu e um
belo sorriso a recebeu.
— Law! — ela exclamou.
Ela pulou da cadeira e correu até ele. Ele a abraçou e a
girou. Atrás dela, ela ouviu alguns sons de engasgo.
Ele a olhou.
— Você está bem? — ele perguntou, analisando-a de cima
a baixo.
— Sim, eu estou bem. A Meryn me salvou. — Ela apontou
para Meryn, que estava sentada no colo de Aiden.
— Então ela é a pessoa inteligente que identificou o
problema.
— Sim.
— Que problema? — Adriel perguntou parecendo
confuso.
— Meryn, vá em frente; a ideia foi sua, — Kari incentivou.
Meryn torceu os dedos.

MY CHAMPION
Alanea Alder
— Bem, é que eu notei algumas coisas. Tipo, o Magnus
dá uma ordem e os guerreiros automaticamente olham para o
Aiden para ver se ele concorda. Se o Aiden dá ordens, alguns
dos vampiros olham para o Magnus para ver se ele concorda.
E com o Declan ferido, eu temia que, se algo acontecesse com
qualquer um de vocês, eles hesitassem. Poderíamos acabar
perdendo vocês dois.
Magnus, Adriel e Aiden trocaram olhares. Pelas
expressões tristes, Kari percebeu que nenhum deles havia
notado o problema.
Meryn torceu o nariz.
— O nome do irmão da Amelia é Law. É você? — ela
perguntou.
— Sim, sou eu. — Law confirmou. — Como conhece a
Amelia? — ele perguntou.
— Amelia é minha irmãzona-prima. Nossas mães eram
irmãs. Isso faz dele meu... — Meryn fez uma pausa. — Meu
irmão da minha irmãzona-prima? — ela perguntou à sala. Ela
virou a cabeça. — Ryuu, como a família funciona mesmo?
Kari viu divertida o rosto de Law congelar. Ele piscou e
depois pegou o telefone. Ele segurou-o de lado, e este tocou
como um walkie-talkie.
— Tom, envie o time sete para Noctem Falls em dobro; eu
preciso deles aqui ontem.
— Sim, senhor!
Law o prendeu no cinto.
— Por que adicionar outra equipe? — Adriel perguntou.

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Alanea Alder
— Eu tenho duas irmãs aqui onde a população local está
atacando guerreiros da unidade ou virando ferals. Uma delas
tem um perseguidor. A outra é humana. E ambas estão
grávidas. Estamos cercados por homens que não conseguem
nem identificar um grande problema de cadeia de comando.
Claro que vou trazer outra equipe, — Law respondeu
sarcasticamente.
Gavriel fez uma careta.
— Sabe, ele me lembra alguém.
Law se virou e olhou para Gavriel. Seus olhos se
arregalaram e ele inclinou a cabeça.
— Parece que não sou o único que guarda segredos.
Gavriel jogou-lhe um olhar sem emoção.
Law voltou-se para Meryn.
— A palavra que está procurando é irmão. Eu sou seu
irmão. Amelia é minha irmã, e você é sua irmãzinha, então isso
faz de você minha irmã. — Ele sorriu. — Mal posso esperar até
Thane e Justice descobrirem.
— Por que você não sabia sobre a Meryn ser parente da
Amelia? — Kari perguntou.
— Eu estive em missão.
As mãos de Meryn bateram na mesa.
— Diga isso de novo, — ela insistiu, parecendo animada.
Law repetiu:
— Eu estive em missão.
Meryn ofegou, ambas as mãos indo à boca.
— Deadpool? — ela perguntou.
O queixo de Law caiu.

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— Rainha Vermelha?
— Puta merda! — Meryn exclamou.
— Não é possível. — Law recuou e abriu a porta da sala
de jantar. — Gimli, Gambit, Legolas, entrem aqui. — Três
homens grandes entraram.
— Sim, senhor? — O loiro alto e elegante perguntou.
Law apontou para Meryn.
— Aquela é a Rainha Vermelha.
O homem grande de barba e cabelos desgrenhados,
soltou uma gargalhada.
— Caralho! — Ele correu e a tirou do colo de Aiden. —
Onde você esteve? Quase morremos no Afeganistão. Eles a
substituíram por um absoluto idiota.
— Sentimos sua falta, pequena. — O homem alto e loiro
a tirou dos braços do amigo e a colocou no chão antes de
beijar-lhe a mão.
— Deixe-me vê-la. — O homem de cabelos escuros deu
um passo à frente, beijou-a nas duas bochechas e depois nos
lábios. — Você é absolutamente adorável, baixinha. — Aiden
começou a rosnar baixo. Os três homens o ignoraram.
Aiden se levantou e puxou Meryn para longe deles,
esfregando a bochecha onde eles a beijaram, e eles riram. Ele
sentou-se novamente, abraçando firme Meryn em seu colo.
Aiden disse:
— Meryn, como diabos você os conhece?
— Eu trabalhei com eles para ajudá-los a matar pessoas.
Todo mundo congelou, e houve silêncio. Aiden riu
nervosamente.

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Alanea Alder
— Você quer dizer como no seu jogo de zumbi?
Meryn balançou a cabeça.
— Não, eu invadia sistemas, abria portas, vigiava as
câmeras, fazia identidades falsas. Esse tipo de coisa.
Aquele que Law chamou de Gambit levou um dedo aos
lábios.
— Calma, você está revelando todos os nossos segredos.
— Meryn? — Aiden olhou para sua companheira como se
nunca a tivesse visto antes.
— Todos eram malvados, — Meryn assegurou.
— Segurança, hein? — Kari perguntou categoricamente.
Meryn ofegou e começou a rir.
— Eu pensei que você tinha vindo porque é irmão da Kari,
eu não sabia que você fazia parte da força de segurança dela.
— Meryn piou quando Law lhe deu um olhar sem expressão.
Ela continuou a piar.
Bethy olhou confusa para a amiga.
— Meryn, o que está acontecendo?
Meryn apontou um dedo para Law.
— Ele é um gênio.
Law assentiu.
— Bem...
Gavriel olhou em volta.
— Eu não entendo.
Meryn limpou os olhos.
— Se você é paranoico e acha que alguém está atrás de
você, o que você faz?
Kari franziu o cenho.

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Alanea Alder
— Chama a segurança. — Os olhos dela se arregalaram e
ela olhou para o irmão adotivo. — Law! — ela protestou.
Ele levantou as duas mãos.
— Nenhum deles eram seus contratos.
Gambit deu um passo à frente.
— Espere, irmã? — ele perguntou apontando para Kari.
Law assentiu.
— Ela é a diabinha que eu acolhi da qual te falei. — Ele
se virou para Kari. — Kari Delaney, eu gostaria que você
conhecesse três dos meus amigos mais antigos. Gambit ou
Emeric Foret, vampiro. — Emeric piscou um olho e lhe soprou
um beijo. — O ruivo bruto é Gimli ou Gidan Campbell, um
shifter de urso. E nosso alto irmão fae é Legolas ou Idris
Li'Mierlen. — Ele se virou para a mesa. — Meryn nos deu
codinomes no primeiro dia em que trabalhamos juntos. Ela se
apresentou como Rainha Vermelha, mas sempre a chamamos
de Problema.
Emeric olhou Kari de cima a baixo.
— Senhor, essa bela criatura nunca poderia ser uma
diabinha. — Kari sorriu para ele e acenou para os outros.
Magnus virou-se para Adriel.
— Como você acha que a equipe deve ser designada?
— Dois na Kari... — Adriel começou.
Law começou a rir e todos se voltaram para ele.
— Eu não acho que os senhores entendam. Nós apenas
respondemos àqueles que nos chamam. Estas seriam Kari e
Meryn; elas decidirão para onde vamos. Vamos fazer

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Alanea Alder
exatamente como elas ordenarem; ninguém pode passar por
cima de seus comandos.
Magnus assentiu, mas não parecia muito satisfeito.
— Entendo.
Gidan colocou as mãos nos quadris.
— Você não disse nada sobre cuidar da sua irmã.
Emeric sacudiu a cabeça.
— Nós vamos morrer. Law vai nos matar se algo acontecer
com esses dois anjos.
— Você quer ir para casa? — perguntou Idris.
— De jeito nenhum! — Gidan respondeu. — Não vamos
deixar nossa pequena rainha aqui sozinha.
— Eu posso cuidar da minha própria companheira, —
Aiden rosnou.
Sorrindo, Law virou-se para Kari.
— Então, senhoras, quais são nossas ordens?
Kari olhou para Meryn, em seguida, virou-se e olhou para
Declan, que ainda estava se enchendo de comida.
— Tê-los aqui incomoda você? — ela perguntou.
Declan olhou para cima e balançou a cabeça.
— Quanto mais pessoas para protegê-la, melhor. Não me
incomoda nada.
Kari se dirigiu a Meryn.
— Tudo bem, você é quem tem a melhor pontuação em
combate de campo ou algo assim. Você decide.
Law parecia impressionado.
— Sério?
— Eu empatei com o Byron, — disse Meryn, assentindo.

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Alanea Alder
— Byron McKenzie? — perguntou Idris.
— Sim, ele é o pai do Aiden.
— Eu sempre soube que você era inteligente, Problema,
— elogiou Law.
— Ela é um pequeno gênio, — Gidan deu uma cotovelada
em Law.
— É claro, — disse Law, esfregando as costelas. — Eu
deixei ela nos direcionar no campo, não?
Eles assentiram. Meryn o olhou.
— Eu era a única boa o bastante.
Ele apenas piscou um olho para ela e ela riu.
— Ok então, — Meryn olhou para Law. — Temos três
equipes de quatro homens?
Law assentiu.
— Sim, e meu único pedido é que eu proteja pessoalmente
você ou Kari.
Meryn mordeu o lábio superior.
— Ok, Emeric e Gidan podem ficar com a Kari. Law e Idris
comigo. Dividam os outros dois times da seguinte forma: dois
designados para Beth, dois para Aiden, dois para Adriel e dois
para Magnus.
Law assentiu.
— Boas escolhas.
— Mesmo que você não tenha sido designado para sua
irmã? — perguntou Magnus.
Law sorriu.
— Diga a eles por que escolheu assim, Meryn.

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Alanea Alder
— Duas razões. Uma: sentimentos pessoais podem afetar
seu tempo de reação, e ele pode não seguir o protocolo
adequado, o que colocaria em risco outros, — Meryn disse,
segurando um dedo. Magnus piscou. — E a segunda é porque
eu preciso pedir coisas mágicas para Law.
Law franziu a testa para Meryn um momento antes de se
aproximar dela. Quando colocou a mão em seu ombro, pulou
para trás quando faíscas azuis voaram. Amaldiçoando
baixinho, ele chupou os dedos. Ele olhou ao redor da sala e
depois encarou bravo Ryuu.
— E você é?
— Perdão. Meu nome é Sei Ryuu. Eu sou o escudeiro de
Meryn. Tenho ajudado a proteger suas emoções. Ela não
estava reagindo bem. Deve ser seguro agora.
Meryn começou a franzir a testa e tremer. Ela olhou para
o escudeiro.
— Você é a razão pela qual eu estava me sentindo melhor?
Ryuu deu de ombros.
— Em parte.
Law colocou a mão no ombro dela.
— Você tem mágica. É uma quantia pequena. Apenas o
suficiente para ser incômodo.
— Empatia, foi o que Kendrick disse, — acrescentou
Aiden.
— Você conhece o Kendrick? — Law perguntou.
— Sim, ele se mudou para Lycaonia quando a alma de
Keelan foi ejetada do corpo, — respondeu Meryn.
Law estremeceu.

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— Quanto eu perdi? Deuses acima, alguém machucou
Keelan?! Lycaonia ainda está de pé? — ele perguntou.
Meryn assentiu.
— Sim, Kendrick está tentando colocar Keelan de volta no
corpo.
— O que exatamente aconteceu com Keelan? — ele
perguntou.
Meryn olhou ao redor da sala.
— Isso é confidencial.
As sobrancelhas de Magnus e Adriel se levantaram.
Com a mão no ombro dela, Law se inclinou.
— Se o Kendrick liberar, você poderia me dizer então?
— Claro, se ele mesmo não te informar.
Law fechou os olhos.
— Kendrick fez as portas?
— Sim, mas elas não estão funcionando muito bem.
Law deu de ombros com apenas um ombro.
— Ele está acostumado a trabalhar com bruxos
consagrados. Sua mágica tem estado descontrolada a vida
toda. Não se pode simplesmente enfiar isso atrás de uma porta.
Tem que persuadi-la a entrar; caso contrário, ela continuará
saindo. — Law removeu a mão. — Eu vou trabalhar com você
enquanto estiver aqui. Isso deve ajudar.
— Obrigada, chorar e estar desequilibrada é péssimo.
Law riu.
— Consigo imaginar.
Meryn virou-se para Magnus.
— Onde os maninhos da segurança podem ficar?

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Adriel virou-se para o Príncipe.
— As equipes da Kari e as minhas podem ficar no Nível
da Unidade.
Magnus deu batidinhas na mesa.
— Nós temos apenas três quartos de hóspede neste nível.
Aiden e Meryn estão em um deles. O jovem Avery está no outro.
— Seis, — Sebastian ofereceu, dando um passo à frente.
Magnus se virou na cadeira.
— Desde quando?
Sebastian colocou as duas mãos nos quadris e encarou
sua incumbência.
— Desde que começamos a ficar sem espaço. Os meninos
expandiram os quartos de hóspedes para nós.
— Nigel e Neil? — perguntou Magnus. Sebastian assentiu.
Magnus balançou a cabeça.
— Aqueles diabinhos.
Law assentiu.
— Eu gostaria de me assentar e começar. Faremos turnos
de doze horas. Meryn, eu vou trabalhar com você um pouco
mais. Idris, leve os homens para seus aposentos. Adriel, se
puder designar alguém para ajuda-los a se adaptar.
Adriel pegou o walkie-talkie.
— Casanova, você pode descer ao Nível Um?
— Sim, senhor.
— Casanova? — Kari perguntou em voz alta.
— Micah, — várias pessoas responderam. Ela riu.
Bethy recostou-se, sorrindo.
— O que mais temos para hoje? — ela brincou.

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Alanea Alder
Magnus suspirou.
— O jantar com os DeLaFontaine.
— Babaca, — Meryn murmurou. Law levantou uma
sobrancelha. Ela balançou a cabeça — Te digo mais tarde.
Magnus tinha um pequeno sorriso no rosto e se virou.
— Law, você vai se juntar a nós para jantar?
— Por que você se juntaria a eles, senhor? — Gidan
perguntou.
Law parecia um pouco desconfortável.
— Minha família é bem conhecida.
Gavriel, Aiden, Magnus e Adriel começaram a rir. Law
olhou para Meryn.
— Eu acho que talvez eu devesse me juntar a você.
Meryn sorriu.
— Manda ver.
Kari sentou-se novamente e indicou para Law se juntar a
ela à mesa no assento vazio ao seu lado. Os homens saíram
com Micah para verem seus novos aposentos e a cidade. Ela
passou a Law alguns dos sanduíches em seu prato e eles
começaram a finalizar o almoço. Conforme as pessoas
terminavam o almoço, saíam da sala para concluir suas tarefas
antes do jantar.
Ela estava saindo com Declan quando ouviu seu nome
ser chamado. Ela olhou para trás e viu Law correndo para
alcançá-la.
Ele a olhou.
— Então, está grávida, é? Emeric e Gidan vão cuidar bem
de você.

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Alanea Alder
Kari sorriu.
— Deixando você livre para bisbilhotar.
Ele piscou um olho.
— O escudeiro de Meryn tem magia suficiente para
derrubar um exército. Então ela ficará bem com ele enquanto
eu bisbilhoto.
Ela colocou a mão no braço dele.
— Estou contente que esteja aqui.
— Eu também, criança. — Law bagunçou seus cabelos e
depois congelou, olhando para Declan. Ele baixou a mão. —
Os leões não deveriam ser extremamente possessivos?
Declan deu de ombros com a pergunta.
— Acho que meu leão o vê como da família. Ele sabe que
você manterá Kari em segurança, então ele aprova.
— Lionhart? Você não é nada parecido com seu irmão.
— Quem, Rex? — Kari perguntou. — Ele é muito doce.
Law bufou.
— Ele é um idiota arrogante.
Declan se irritou.
— É que ele é bondoso demais, só isso.
Law sorriu largamente.
— Só estou brincando. Ele desmaiaria se ouvisse você o
defendendo assim. Ele adora você e Ari.
Declan sorriu.
— Como se você agora não tivesse seis irmãos e três irmãs
para cuidar.
Law deu de ombros.

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— A família é importante. Mas meus futuros sobrinhos e
sobrinhas vêm primeiro.
— Claro, — disse Declan.
— Falando em família, onde está Avery? — Law
perguntou.
Kari suspirou.
— Ele não reagiu bem às notícias do meu “segundo
acidente”. — Ela levantou os dedos para fazer aspas. —
Tarragon teve que sedá-lo. Ele e seu companheiro estarão
relaxando no quarto do Avery aqui no Nível Um.
Law cerrou a mandíbula.
— Vou dar uma olhada nele e ver como é esse novo
companheiro dele. Não tenho certeza se gosto da ideia do meu
irmãozinho acasalado com um marombeiro.
— Ei! — Declan protestou.
Law acenou com a mão.
— Não incluindo a atual companhia, é claro. — Seus
olhos assumiram um brilho diabólico. — Talvez eu devesse dar
uma olhada no Rex também. Sinto falta do tempo que
passamos juntos, quase se poderia descrever aquelas longas
semanas como mágicas, — ele suspirou.
A boca de Declan se abriu e ele olhou para Law.
Kari bocejou, e Law a conduziu aos braços de Declan,
ignorando sua expressão chocada.
— Ela sempre se cansa após uma cura, então vá levá-la
para a cama antes do jantar.
— Eu posso cuidar da minha companheira, — protestou
Declan, ainda parecendo confuso.

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Alanea Alder
Law a beijou na bochecha e depois voltou para a sala de
jantar.
Bocejando, Kari os elevou até o Nível da Unidade e eles
voltaram para casa. Antes que ela percebesse, estava no quarto
deles, e Declan a tinha despido e colocado na cama.
— Acho que gosto do seu irmão. Gostaria que você tivesse
me dito que ele era Law Ashleigh, — disse Declan.
— Por quê?
— Porque ele é um dos bruxos mais poderosos do nosso
mundo.
Kari bufou e enterrou o rosto no travesseiro.
— Claro que não.
Declan cutucou-a nas costas.
— Por que você acha que ele foi convidado para jantar?
Ela se virou e o olhou.
— Ele nunca disse nada sobre ser importante.
— Ele não diria, — Declan resmungou. — Acho que é por
isso que gosto dele. Gostaria de saber se ele realmente esteve
envolvido com meu irmão.
Kari escondeu um sorriso e ignorou a pergunta. Ela sabia
que Law estava se divertindo às custas do seu companheiro,
mas tinha que admitir que estava gostando demais das
expressões confusas de Declan para lhe dizer isso. Ela cruzou
os dedos atrás da cabeça.
— Gostaria de saber que ele estava trazendo uma equipe
de segurança para mim. Poderíamos ter poupado o seu pai
desse trabalho.
Declan a puxou para seus braços.

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— Você não conhece meu pai; ele não ficará satisfeito até
que você esteja cercado pelos membros do nosso bando.
Declan enterrou o rosto na nuca dela e colocou uma mão
protetora sobre seu estômago. Ele começou a ronronar. Por
fim, foi o ronronar que a fez dormir.
*****
Quando Kari acordou, Declan já havia saído. Na mesa de
cabeceira uma única flor a esperava com uma nota.
Estou indo me encontrar com os caras antes do jantar.
Bethy deixou um presente. Já sinto sua falta. Com amor,
Declan.
A flor era linda; parecia madrepérola e brilhava à luz. Ela
tinha uma leve suspeita de que ele a tirara dos Jardins Reais.
Sorrindo, ela imediatamente pulou da cama para procurar um
vaso. Tirou um do armário da cozinha e depois subiu correndo
as escadas antes de adicionar um pouco de água do banheiro
e colocá-lo na mesa de cabeceira.
Depois que Kari saiu do banho e fez o cabelo e a
maquiagem, ela olhou em volta e ali, na cadeira, estava um
lindo vestido de seda preto. Era o presente de Bethy. Ela não
precisaria se preocupar com o que vestir enquanto estivesse
ali. Pelo menos, não até o resto de suas coisas chegar. Ela
suspirou, pensando sobre abandonar seu apartamento e
depois tirou esse pensamento da cabeça. Esta noite, ela se
concentraria no jantar com os DeLaFontaine. Ela colocou os
pés nos próprios saltos pretos, retocou o brilho labial e piscou
para si mesma no espelho. Quando saiu da casa, Gidan a
seguiu. Ela assentiu com a cabeça para ele e caminhou até o

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Alanea Alder
túnel de transporte. Ao passar pela propriedade da unidade,
ouviu alguns assobios. Ela se virou e acenou.
— Acabe com eles, — eles gritaram.
— Você sabe que vou, — disse ela, acenando.
Ela flutuou até o Nível Um e depois tocou a campainha
da propriedade de Magnus. Sebastian apareceu em um
segundo, abrindo a porta e lhe sorrindo.
— Você está absolutamente adorável, — ele comentou.
— Obrigada, Sebastian. Onde estão todos?
— A maioria dos homens está na antecâmara tomando
vinho, e... — ele hesitou — Bethy e Tarragon estão se
preocupando com a Meryn.
Os olhos dela se estreitaram.
— Ela está sendo difícil?
Sebastian sorriu maliciosamente.
— Quando ela não está sendo difícil? Eu acho que isso
faz parte do charme dela.
Kari entrou e a cabeça de Declan imediatamente se virou
para ela. Seus olhos se arregalaram e um assobio baixo
escapou.
— Querida, você está maravilhosa.
Ele atravessou a sala e a puxou para seus braços, antes
de dar um beijo quente em seus lábios. Quando se separaram,
ela olhou para cima, e os olhos dele estavam brilhando da cor
dourada.
Ela lhe piscou um olho.
— Sentiu minha falta? — Kari perguntou.
— Sempre, — ele pegou sua mão.

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Gidan acenou com a cabeça para Declan e assumiu sua
posição no canto.
Declan reconheceu o guarda antes que seus olhos
disparassem para Adriel, e Kari assentiu. Eles se aproximaram
do líder da unidade, onde ele estava conversando com Magnus
e Gavriel.
— Adriel, tenho algo a lhe pedir.
Adriel pareceu confuso e Declan sorriu.
— Eu já discuti isso com a Kari, e gostaríamos que você
fosse o athair do nosso filho.
O queixo de Adriel caiu, e Eva começou a sorrir.
— Mas eu tinha certeza de que seria Grant ou Etain, —
Adriel sussurrou. — Por que eu?
Declan colocou a mão no ombro dele.
— Etain e Grant serão grandes tios, mas todos decidimos
que você seria o melhor athair. Nós três vimos como você se
comportava com a Bethy. Sabemos que, não importa o que
aconteça, qualquer criança sob sua custódia receberia o
melhor cuidado. Não se surpreenda se eles pedirem para você
ser o athair de seus filhos também. Não há ninguém em quem
confiamos mais.
Kari ficou surpresa ao ver que Adriel tinha lágrimas nos
olhos. Sua companheira passou um braço em volta da cintura
dele enquanto deitava a cabeça em seu ombro.
— Viu, meu amor. Eu disse que eles sabiam que você se
importava.
Adriel teve que pigarrear duas vezes antes que pudesse
responder.

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Alanea Alder
— Declan Lionhart, seria uma honra ser o athair do seu
filho.
Declan puxou-o para um abraço.
— Claro, você pode ter que lutar com o Rex para mimar
ele ou ela, mas acho que você está a altura do desafio.
Adriel deu a eles um raro sorriso aberto.
— Tenho certeza de que posso cuidar de mim mesmo.
Alguns momentos depois, a campainha tocou novamente.
Desta vez era o Rex.
— Aqui está minha irmã! — ele exclamou. Andando até
ela, ele a puxou para um abraço gentil e a beijou na testa. —
E como está minha sobrinha ou sobrinho hoje?
— O mesmo desta manhã, — comentou ela.
Rex estava radiante.
— Tomei a liberdade de escolher alguns dos móveis do
quarto que acho que minha sobrinha ou sobrinho podem
gostar. Talvez possamos revisar minhas escolhas mais tarde.
Kari piscou.
— Ainda não chegamos tão longe assim, na verdade.
Rex acenou com a mão.
— Eu posso ajudar.
— Evidentemente, — ela riu.
Rex olhou em volta.
— Onde está Meryn?
Gavriel, Adriel, Aiden e Magnus trocaram olhares.
Aiden apontou para o distante corredor.
— Ainda no quarto.
Rex franziu a testa.

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— Ela não deveria estar aqui?
Aiden abriu bem as mãos.
— Estamos trabalhando nisso.
Kari deu um tapinha no braço de Declan.
— Dê-me um momento. Vou ver se posso ajudar a Bethy.
Ele se inclinou e mordiscou a orelha dela.
— Boa sorte.
Kari caminhou em direção ao quarto de hóspedes e parou
na porta aberta. Lá, Tarragon ainda estava fazendo um
rebuliço por causa do braço de Meryn.
— Já deveria estar melhor, mas estou tão hesitante, você
é humana, afinal.
— Tire essa maldita tala de mim. Eu não consigo nem
limpar a bunda, — Meryn resmungou.
Tarragon revirou os olhos.
— Graças aos deuses que a Bethy não era como você.
Meryn mostrou a língua para ele. Ele removeu
cuidadosamente a tipoia e gentilmente a fez estender e depois
flexionar o braço.
— Há alguma dor? — ele perguntou.
— Não, eu estou bem, — Meryn insistiu.
— Ok, vou à antecâmara tomar uma taça de vinho — ele
olhou para Bethy — ou três. — Então saiu do quarto.
Ryuu estava no canto observando sua incumbência com
um sorriso no rosto.
Bethy se virou.
— Meryn, você precisa começar a se arrumar.

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— Não, — disse Meryn. — Eu não quero comer com
aquele cuzão.
— E eu quero? — perguntou Bethy. — Ouça o seu Yoda.
Às vezes você tem que ser legal com os idiotas. Faz parte de ser
um adulto.
— Tudo bem, — disse Meryn.
— Tudo bem? — perguntou Beth.
— Sim, eu desisto de ser adulta. — Suas roupas
brilharam e ela ficou diante deles com seu pijama do Simba.
Kari colocou a mão no braço de Bethy.
— Eu acho que isso simplesmente está além da
capacidade dela. — Ela se virou para Meryn. — Vá comer seu
pudim, querida.
— O que está além da minha capacidade? — Meryn
perguntou, estreitando os olhos.
— Este jantar. — Kari estalou a língua. — Eu continuo
esquecendo o quão jovem você é.
— Eu não sou tão jovem assim, — ela protestou.
— Pode ser melhor se você não comparecer. Você é muito
franca.
— Eu lidei totalmente com a Daphne naquele círculo de
costura.
— Ah, sim, a Bethy me contou sobre isso. Querida, isso é
como se gabar de ter conseguido ficar na pista em uma corrida
de kart, para um piloto de Fórmula 1.
Meryn ofegou.
— Eu poderia totalmente ir nesse jantar.
Bethy parecia insegura.

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— Talvez você deva ficar aqui esta noite e dormir um
pouco.
Kari assentiu.
— Meryn, não há nada do que se envergonhar. Eu acho
que é admirável que você conheça suas limitações.
— Tanto faz, garota; eu dou conta! — Suas roupas
brilharam novamente e agora ela estava usando um vestido
vermelho de paêtes.
Kari inclinou a cabeça.
— Você estava mirando em uma garota de programa de
primeira classe de Las Vegas?
Meryn gritou de frustração.
— Não me faça assumir minha forma final!
— E que forma seria essa, querida? Um hobbit homicida?
O queixo de Meryn caiu, e então seus lábios começaram
a tremer. Logo, ela estava rindo.
— Ok, isso foi divertido.
O vestido vermelho brilhou, e ela ficou com um vestido
preto com pérolas. Kari piscou um olho para Bethy e depois se
virou para Meryn.
— Não há nada mais gratificante do que ganhar o jogo.
O queixo de Bethy caiu.
— Você acabou de lidar com a Meryn.
— Jogo? — Meryn perguntou.
— Política. — Kari respondeu. — É o melhor jogo de
estratégia que existe.
— Mas como você sabe se está ganhando?
Kari lhe deu uma piscadela.

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— Você vai saber.
A campainha tocou e ela olhou entre Bethy e Meryn.
— Manda ver, — disse ela, ecoando o sentimento anterior
de Meryn.
Quando as três chegaram à antecâmara, as tensões já
estavam altas e sorrisos falsos brilhavam por toda parte.
Segurando uma taça de vinho, Ivan DeLaFontaine estava entre
Magnus e Aiden.
— Houve mudanças demais ultimamente, Príncipe
Magnus, e rápido demais, — observou Ivan.
— Eu discordo. Se lhe dada a escolha, a cidade nunca
mudaria. Veja como se adaptaram rapidamente aos lobos e o
Wi-Fi, — apontou Magnus.
— Você está mudando nosso modo de vida, — Ivan
protestou.
— Senhoras e senhores, desculpe a interrupção, mas o
jantar já está sendo servido, — disse Sebastian, fazendo uma
reverência e indicando a sala de jantar.
Eles entraram e se sentaram. Kari ficou aliviada por se
sentar entre Declan e Law. Do outro lado da mesa, ela ficou de
olho em Meryn. Magnus levantou a colher para dar entrada na
sopa.
— Você continua falando sobre o nosso modo de vida,
mas nunca arranjamos acasalamentos antes.
DeLaFontaine deu de ombros.
— Eles são adultos e concordam; a escolha é deles.
Magnus virou-se para Kari.
— Isso é verdade?

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Kari sabia que Magnus estava perguntando sobre os
resultados, embora tivessem discutido isso anteriormente,
para provar algo para DeLaFontaine. Ela assentiu.
— Em todas as entrevistas, todos com quem conversamos
estavam dispostos, no entanto, a maioria salientou que, no
caso de encontrar seu verdadeiro companheiro, dissolveriam
seu acasalamento arranjado imediatamente. Se mais cidadãos
encontrarem seus companheiros entre os lobos, o fundo
fiduciário ajudará bastante aqueles que precisem romper seu
acasalamento arranjado, caso estejam se sentindo presos. —
Kari mencionou deliberadamente o fundo fiduciário. Os olhos
de Ivan se semicerraram ao ouvir esta palavra.
A atenção de Kari voltou-se para Meryn quando esta
começou a esfregar as têmporas. Tarragon saiu do canto onde
estava, ao lado de Tarak, e colocou a mão no ombro dela. Ele
franziu a testa e olhou em volta da mesa, para Law.
Law levantou-se, deu a volta na mesa e pôs a mão nas
costas dela; ele sussurrou algo, e o rosto de Meryn começou a
clarear.
— Ora, a humana está bem? — perguntou DeLaFontaine.
Meryn assentiu.
— Sim, tenho tido dores de cabeça muito ruins nos
últimos tempos. Tarragon e Law têm ajudado, — explicou ela,
mentindo descaradamente.
— Isso é gentil da parte deles, — DeLaFontaine olhou
para Meryn, e então seus olhos assumiram uma luz diferente.
— Obtenhamos uma perspectiva externa. Meryn, o que acha

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do nosso modo de vida e do modo como fazemos as coisas aqui
em Noctem Falls?
Kari conseguia perceber que não era a única prendendo
a respiração a espera da resposta de Meryn. Bethy parecia
doente.
Meryn deu de ombros.
— É um pouco antiquado, mas acho que faz parte do
charme da cidade.
Ivan assentiu graciosamente.
— Continue.
— Mas poderia ser melhor, — continuou Meryn. — Em
Lycaonia, há pessoas de todas as quatro raças, então é quase
como se tivéssemos o melhor das quatro cidades. Talvez um
pouco de diversidade ajudasse bastante as pessoas com as
mudanças.
Ivan tomou uma colherada de sopa.
— Esse é um pensamento muito progressivo da sua parte.
Meryn brincou com a colher.
— Eu simplesmente gosto dos meus confortos.
— Como seu Wi-Fi? — ele perguntou. Ela assentiu. —
Mas nem todas as raças são iguais, — protestou Ivan. — Por
exemplo, olhe os humanos, eles têm muito pouco a oferecer, —
disse ele, com um olhar ordinário no rosto. Ele estava
claramente provocando Meryn.
Para surpresa de todos, Meryn assentiu.
— Antes de encontrar Lycaonia, eu praticamente ficava
na minha. Não me dava bem com aqueles ao meu redor. Os
achei mentirosos manipuladores e gananciosos. Encontrei

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Alanea Alder
mais amigos entre os paranormais nos últimos seis meses do
que entre quaisquer humanos em toda minha vida.
Kari podia ver o olhar calculista nos olhos de Ivan. Ele
parecia muito satisfeito.
— Fico agradavelmente surpreso ao descobrir que você é
uma jovem muito inteligente e objetiva. Podemos ter começado
com o pé errado antes, quando tivemos nosso pequeno
“episódio”. Mas acredito que você é uma companheira muito
adequada para alguém no poder, como o nosso Comandante
da Unidade.
Meryn sorriu. Seu comportamento aquiescente fazia com
que todos se perguntassem se uma bomba estava armada no
canto. Kari se viu preocupada com as declarações de Meryn.
Ela realmente odiava humanos? Debaixo da mesa, Declan
apertou a mão dela. Ele encontrou seus olhos e sacudiu
levemente a cabeça. Kari começou a relaxar. Claro, ele estava
certo, Meryn não era como DeLaFontaine absolutamente.
Entre Kari e Bethy, eles conseguiram manter os tópicos
neutros e, lenta e dolorosamente, o jantar chegou ao fim. Na
antecâmara, enquanto se despediam, DeLaFontaine apertou a
mão de Magnus, que estremeceu, e depois a de Aiden.
Aiden franziu a testa, olhando para baixo.
— Você pode querer olhar suas abotoaduras. — Ele
esfregou a mão.
Ivan balançou a cabeça.
— Eu disse ao meu escudeiro para ver isso, minhas
desculpas. Meus esforços para atrair Sebastian para minha

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Alanea Alder
casa falharam, e tenho que me contentar com quem tenho. —
Ele olhou para Meryn. — Este foi um jantar muito produtivo.
Aiden se aproximou mais da companheira. Com um
aceno final, DeLaFontaine saiu e Sebastian fechou a porta
firmemente atrás dele.
Meryn bocejou e depois se espreguiçou.
— Hora de dormir.
— Não tão rápido, caçulinha, — protestou Eva.
Kari não fora a única a encarar Meryn. Ryuu se
aproximou de sua incumbência por trás.
— Ela não quis dizer aquilo da forma que soou.
Kari olhou para Meryn.
— Então ela não quis parecer uma simpatizante do
DeLaFontaine no ódio aos humanos?
O queixo de Meryn caiu.
— Eu não sou uma babaca.
— Não, não é, mas não estava mentindo; você não estava
jogando o jogo, e ele sabia disso. — Bethy mordeu o lábio
inferior.
— Não, mas era diferente antes, — disse Meryn. — Antes
de conhecer todos vocês, as pessoas eram uma droga. Eu não
gostava de ninguém... — ela fez uma pausa. — Eu não gostava
de humanos... — Seus olhos se arregalaram. — Oh meu Deus,
— ela sussurrou. — Eu sou racista. — Sua voz soou
horrorizada.
Atrás dela, Ryuu bufou, Bethy deu um tapa na testa e
Kari começou a rir. Eva bagunçou os cabelos de Meryn.

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Alanea Alder
— Ei, baixinha, antes de se rotular de racista, você pode
querer garantir que não estava só cercada de babacas.
— Oh sim, bom ponto. — Meryn parecia um pouco
aliviada.
Rex sorriu para Meryn.
— Eu não acredito que você odeie alguém apenas por ser
humano. O fato de você ter crescido entre humanos e odiado a
maioria deles é mais uma questão de estatística.
Meryn lhe sorriu.
— Fiquei decepcionada por você não ter batido nele com
esses seus braços musculosos.
Rex corou um pouco.
— Eu queria, é claro, mas fui criado participando de
jantares políticos, assim como Declan. Sabemos quando agir e
quando ficar quieto.
Meryn assentiu.
— Certo. Bethy disse algo assim. Ser adulto é uma merda.
Aiden virou-se para Law.
— Você ficou estranhamente quieto durante o jantar
também. Mais cedo, a dor de cabeça dela, era a magia?
Law assentiu.
— Como esta é tão selvagem, acho que vamos deixar a
porta aberta por um tempo.
Meryn o olhou confusa.
— Mas isso não é uma coisa ruim?
Law balançou a cabeça.
— Não, acho que ela estava lutando tanto com você
porque sabia que a porta estava fechada e ela não podia sair.

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Alanea Alder
Se deixarmos a porta aberta só um pouquinho e ela souber que
pode sair e entrar quando quiser, isso pode, na verdade,
facilitar para você.
Meryn assentiu.
— Faz sentido.
— O que eu achei interessante foi que você estava tendo
uma reação muito forte ao DeLaFontaine. Você quer saber o
que eu vi? — ele perguntou, sorrindo.
Meryn fechou os olhos.
— Óleo.
Law assentiu.
— Tudo o que você conseguia ver era óleo preto. Quando
você começou a associar imagens as suas sensações?
— Alguns dias atrás, era mais fácil quando certa
sensação ganhava uma imagem. Dessa forma, eu posso
entender o que esta estava tentando me dizer, e eu poderia
interpretá-la melhor. Elas apareciam, eram identificadas e
depois desapareciam. Não doía tanto.
— Essa é uma ideia realmente muito boa. — Law acenou
com a cabeça em aprovação.
Meryn corou com seu elogio.
— Oleoso? — perguntou Magnus. — Ele sempre foi
escorregadio, — o próprio comentou.
Meryn sorriu para Law.
— Obrigada pela ajuda; essas dores de cabeça me matam.
Atrás dela, os olhos de Ryuu brilharam.
— Você deveria ter me contado.
Meryn virou-se para seu escudeiro.

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Alanea Alder
— Eu não queria te drenar.
Ryuu lhe jogou um olhar exasperado.
— Deixe que eu me preocupe com isso. Eu tenho poder
mais do que suficiente para ajudá-la, e sua saúde vem em
primeiro lugar.
Kari observou como um grupo de homens se juntou a eles
na antecâmara. O turno de doze horas havia terminado e
estava prestes a haver uma mudança de guarda.
Law beijou Meryn na bochecha, depois se aproximou e
deu um beijo na própria Kari.
— Boa noite, senhoras, vejo vocês de manhã. — Ele se
virou para sair pela porta. — Rex, você é bem-vindo para visitar
a hora que quiser, — ele jogou no ar.
Declan se encolheu e seus olhos se arregalaram quando
a expressão de Rex ficou confusa.
— Obrigado pelo convite. Eu posso aceitar isso mais tarde
para discutir algumas coisas.
Meu irmão vai para o inferno. Kari decidiu ficar quieta e
ver como isso se desenrolava.
Meryn acenou, e Kari fez uma saudação ao irmão.
— Mais uma vez, obrigada, — disse ela.
— Sempre a postos, diabinha, — disse ele, fechando a
porta atrás de si.
A equipe de segurança se dividiu entre seus protegidos e
todos começaram a dizer boa noite.
Kari riu quando ouviu Meryn dizer:
— Agora que tenho minions e mercenários, posso
dominar o mundo.

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Alanea Alder
Aiden olhou para a companheira com um olhar
aterrorizado no rosto.
— Ok, dito isso, vamos dar uma olhada no Avery, —
sugeriu Declan. Kari avidamente se dirigiu aos aposentos de
hóspedes com Declan. Ela mal podia esperar para ver a reação
de Avery pessoalmente às notícias de sua gravidez.
Ela bateu na porta. Avery respondeu quase
imediatamente, parecendo mais feliz do que ela já o vira. Ele
gritou alto e passou os braços em volta do pescoço dela.
— Um bebê! Nosso próprio bebê! Um bebê de verdade! —
ele divagou.
— Estou feliz em vê-lo também.
Avery dançou de um pé para o outro. Ele estava prestes
a dizer algo e então olhou para cima e viu Declan.
— Parabéns, — disse ele, olhando para o chão. Era como
se Avery tivesse esquecido que Declan estava lá por um
momento.
Kari olhou para Avery.
— Você precisa de um tempo com sua irmã?
Ele hesitou e assentiu.
Declan sorriu.
— Você não vai machucar meus sentimentos, Avery.
Tenho certeza de que haverá coisas pelas quais você precisará
de mim também. — Ele beijou a nuca de Kari. — Estarei
esperando por você no túnel.
Kari fechou a porta, pegou Avery pela mão e o levou para
a cama, onde se sentaram.
— Onde está o Warrick?

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— Ele voltou para a casa, eu percebi que ele queria ficar,
mas... — Avery apontou para a cama de casal e riu.
Kari balançou a cabeça com a imagem de Warrick
tentando caber na minúscula cama. Então olhou para o irmão.
— Ok, o que está acontecendo?
Avery deu de ombros.
— Houve tantas mudanças; tudo está se movendo tão
rápido.
Kari passou o braço em volta do ombro dele e o puxou
para perto até que sua cabeça descansasse em seu ombro.
— O Warrick não... — ela começou a perguntar.
Avery endireitou-se e virou-se para ela.
— Não, não, não! Ele tem sido um perfeito cavalheiro. Ele
é tão doce, gentil e atencioso, — ele corou furiosamente.
Ela sorriu.
— Ótimo. Você merece todas essas coisas.
O sorriso de Avery vacilou.
— Mas sinto falta de casa. Sinto falta do meu próprio
quarto e da minha biblioteca.
— Eu sei; eu também sinto falta de casa. Mas acho que
somos necessários aqui e encontramos nossos companheiros.
Sei que eles precisam de nós.
— E eu vou ser tio, — seus olhos se arregalaram. —
Quando podemos fazer compras para o bebê?
Ela riu.
— Não faço ideia, estamos aqui há apenas três dias. Acho
que o Rex já escolheu móveis.
Avery deu uma risadinha.

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— Ele é muito legal. Ele disse que eu poderia chamá-lo de
irmão agora, — admitiu Avery.
O fraco que Kari tinha por Rex aumentou.
— Ei, amanhã é a feira. Você vai, certo? — Avery
perguntou.
— Claro.
Avery ficou quieto por outro momento.
— Você acha que somos do jeito que somos porque a
Destino precisava de nós dessa maneira para ajudar a todos?
Que não estamos quebrados? E que nossas peças só precisam
ser colocadas de maneira diferente para se encaixar aqui?
Kari piscou. Ela sempre soube que Avery se considerava
diferente de uma maneira ruim.
— Acho que sim. Acho que a Destino nos fez do jeito que
somos, porque precisava de nós dessa maneira. Ajuda saber
que estamos onde pertencemos.
Avery assentiu.
— Eu poderia até desistir da minha biblioteca pelo
Warrick.
Kari riu.
— Lembre-me depois de lhe contar sobre a biblioteca do
Magnus aqui na cidade, — ela piscou um olho.
Os olhos de Avery se arregalaram.
— Oh, Kari, eu faria qualquer coisa para ver a biblioteca
dele.
— Vou ver o que posso fazer, garoto. — Ela se levantou e
o beijou na testa.

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Alanea Alder
— Ei, — ele disse. Ela se virou. — Cuide da minha
sobrinha ou sobrinho. Afinal, sou tio.
Ela riu.
— Sim, você é.
Ela fechou a porta e caminhou pelo corredor. Encontrou
Declan e Rex perto do túnel de transporte.
— Então você avisou a mamãe e o papai sobre o que
estava acontecendo? — perguntou Declan.
Rex assentiu.
— Papai não ficou feliz por você ter desligado na cara dele,
mas acho que ele entendeu que você precisava de mais tempo
com sua companheira. Eu posso facilmente atualizá-lo. Ele
logo enviará uma equipe de segurança de leões.
Kari balançou a cabeça.
— Podemos pedir que eles voltem? Haverá tantas pessoas
aqui.
Declan virou-se para ela, sem parecer nem um pouco
preocupado.
— Por mim, eles podem ficar ao seu redor. Dito isto,
quanto mais pessoas a protegerem, mais segura você estará.
Kari colocou a mão no braço de Rex.
— Você irá na feira amanhã? — ela provocou.
Ele revirou os olhos.
— Essas coisas não são realmente o meu forte.
Declan deu uma cotovelada nas costelas dele.
— Vá para a barraca do velho Richter. Ele vende tortas de
carne de morrer. Se comprar algumas dúzias, eles deixam você
sentar lá na barraca e servem cerveja.

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O rosto de Rex se iluminou.
— Essa não é uma má ideia. — Quando Kari bocejou, ele
apontou para o túnel. — Vá dormir. Sua saúde é da maior
importância, boa noite. — Rex se inclinou na altura da cintura
até seu rosto ficar perto da barriga dela. — Boa noite, bebê
Lionhart; seu tio te ama muito, — disse ele com voz de bebê
antes de ir embora. Declan parecia chocado.
— Por que está tão surpreso? Ele te adora.
— Ele me deixa louco.
— Ele é seu irmão.
— Sim, acho que nosso filho poderia ter tios piores que
Rex, Ari, Law e Avery.
Ela riu.
— Avery ficava dizendo “tio”, “sobrinha” e “sobrinho”. Ele
é como o Rex; mal pode esperar para fazer compras para o
bebê.
Declan pegou a mão dela.
— Amanhã, vou me certificar de que o Avery ande por aí
e vá às barraquinhas. Eles têm algumas coisas artesanais que
não se encontram em qualquer outro lugar.
Eles retornaram ao Nível da Unidade e estavam
caminhando lentamente pela rua principal, em direção a sua
casa, quando ela se virou para ele.
— Você nunca duvidou da Meryn por um momento, não
é? — ela perguntou.
Declan balançou a cabeça.
— Ela é a pessoa menos crítica que eu já conheci em toda
a minha existência. Ela não gostar de alguém é quase como

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uma reação instintiva. A única pessoa que recebe esse tipo de
reação é um babaca.
Declan destrancou a porta e eles subiram para o quarto.
Ela suspirou quando viu a própria mala. Declan simplesmente
se despiu e entrou nu embaixo das cobertas, suas roupas
empilhadas no chão. Ela sentiu o olho tremer, mas estava
cansada demais para fazê-lo cuidar das roupas. Ela
cuidadosamente colocou o vestido emprestado sobre uma
cadeira e pegou sua camiseta de dormir favorita. Deslizou sob
as cobertas e cutucou Declan até que ele se afastasse para que
ela pudesse tomar o lugar que ele esquentara. Ele resmungou,
mas se moveu para ela. Ela puxou o braço dele em volta de si,
segurando-o com força.
— O que Rex tinha a dizer sobre seus pais? — ela
perguntou.
— Que eles estão animados. Minha mãe ainda estava
tagarelando quando o Rex estava no telefone com eles. Meu
pai, é claro, não ficou feliz por eu ter desligado na cara dele,
mas entendeu. Ele tem uma companheira, afinal. Ele enviará
uma equipe de segurança de leões para nós. Tenho certeza de
que pode ser um par de primos. — Ele deu de ombros.
Ela bocejou novamente.
— Por que estou tão cansada? — ela perguntou.
— Ora, não sei, provavelmente porque você passou por
muita coisa nos últimos dias.
— Avery sente falta de casa e de sua biblioteca. Eu
também. — Ela o sentiu tencionar sob sua mão. — Aqui não
parece casa. É como se estivéssemos apenas visitando.

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Declan a apertou com mais força.
— Faça o que precisar, mude o que quiser na casa.
Quanto a Avery, você poderia lhe dizer que Magnus tem uma
das maiores bibliotecas do mundo.
Kari riu.
— Lembrei o Avery disso hoje à noite.
— Estou falando sério, Kari; esta é a sua casa. Faremos
o que for preciso para que se sinta confortável e desejada aqui.
— E quanto ao Avery? Ele não pode ficar nos aposentos
de hóspedes do Magnus para sempre.
— Eu assumi que ele iria morar conosco.
— Sério? — ela perguntou. — Você não se importa?
Declan bufou.
— Claro que não. Dessa forma, eu posso ficar de olho no
rapazinho. Em cerca de um mês mais ou menos, tenho certeza
que ele vai morar com o Warrick.
Ela exalou, suspirando.
— Estamos no fim da rua, Kari; não é como se ele fosse
se mudar para um nível diferente.
Ela se animou com isso.
— Você está certo. Talvez eu devesse apenas entregar as
duas casas para ele decorar.
Ela sentiu Declan bocejar.
— O que o rapazinho precisar.
— Não há nada que você gostaria para si mesmo? Ele e
eu aparecemos e você está mudando sua vida inteira.
Declan balançou a cabeça.

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— Não vida, existência. Eu existi antes de você. Posso ter
sorrido, rido e falado, mas não comecei a viver de verdade até
que abri os olhos e te vi.
Ela apertou o braço dele com força.
— Eu também.
— Descanse um pouco. Temos um longo dia amanhã e
muita comida para comer.
Ela riu.
— Você é igualzinho uma das crianças. Está ansioso pela
comida e pelos jogos, não é?
Ela sentiu os lábios dele em sua nuca.
Ele sorriu.
— Claro. Como as crianças, eu sei o que é importante na
vida. E isso é: se divertir e comer comida boa.
— Declan?
— Sim?
— Eu te amo.
Ela sentiu uma lágrima quente cair em seu pescoço e
depois outra. Sua voz estava rouca quando ele respondeu:
— E eu também te amo, sempre.
Sentindo-se mais completa do que nunca na vida, Kari
adormeceu.

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Capítulo 14

Kari e Declan se aprontaram. Cada um se movendo em


direções diferentes. Declan não demorou muito para se vestir,
encontrar os sapatos e descer as escadas. Depois de um
minuto, Kari sorriu com o som da máquina de café expresso
moendo grãos, o que significava que Declan ainda estava
acordando.
Ela vestiu uma calça preta, que na verdade era uma calça
de ioga feita para parecer uma calça de negócios, um
confortável par de tênis pretos, uma camisa branca e um
cardigã preto. Ela esperava parecer profissional, mas se sentir
confortável durante a feira. Kari pegou seu bloco de anotações
e desceu as escadas. Para sua surpresa, Declan estava na
frente da máquina de café expresso, com uma careta no rosto.
— Você não vai tomar nada disso.
Ela abriu a boca para protestar, mas depois se lembrou
do porquê. Revirando os olhos, ela sorriu com a preocupação
deslocada dele, ela simplesmente pegaria um café mais tarde
com Sebastian. Ela foi à geladeira e a abriu. Para alguém que

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gostava tanto de comida quanto Declan, sua geladeira estava
surpreendentemente vazia. Ela se virou para encará-lo. Ele
levantou ambas as mãos.
— Podemos estocá-la mais tarde. Além disso, há uma
feira, tenho certeza de que poderemos tomar o café da manhã
lá em cima.
Resmungando pela falta de cafeína, Kari caminhou com
Declan até o túnel de transporte. Ela continuou olhando
furtivamente para o café com leite dele, que ele segurava com
cuidado na outra mão. Quando chegaram ao Nível Seis, ele lhe
deu um beijo na bochecha e se separaram.
Ela imediatamente foi para o lado de Magnus e ajudou a
organizar o local onde ficariam os diferentes locais dos
estandes, quem realizaria cada evento e para onde enviariam
as crianças. De vez em quando, Kari ouvia a risada de Declan
e se virava para vê-lo cercado por pessoas sorridentes. Onde
quer que fosse, ele parecia ser um ímã. No começo, ele estava
ajudando os guerreiros da unidade com as atividades para as
crianças. Então, é claro, ele migrou para as barracas de
comida. Todos os vendedores queriam que ele provasse o sabor
das comidas. Ela viu seu companheiro seguindo uma fila,
pegando guloseimas de cada barraca.
Ela riu enquanto Adriel e Etain se afastavam com o
Príncipe Magnus. De alguma forma, eles conseguiram
convencê-lo a entrar em um tanque de mergulho. Magnus era
um bom sujeito, mas sendo um vampiro, é claro que podia
levitar. Então ela sabia que ele não estava realmente
preocupado em entrar na água, a menos que uma das crianças

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conseguisse acertar o alvo, então sabia que ele ficaria
encharcado.
No alto, os bruxos carregaram os cristais que trouxeram
uma nova luz do dia para o Nível Seis. As crianças puderam
experimentar um parque de diversões como se estivessem na
superfície.
Kari passou pelo estande que Meryn havia proposto, de
pegar maçãs. Os bruxos murmuravam feitiços para aproximar
as maçãs, enquanto os lobos tentavam usar seus caninos para
garantir o prêmio.
Avery montara um estande e estava fazendo pintura de
rosto nas crianças, com Warrick ao seu lado. As crianças riram
quando o grande guerreiro insistiu em adicionar seus próprios
toques as suas novas aparências, muitas vezes pontilhando-os
no nariz com uma mancha de tinta preta. Avery revirou os
olhos com as habilidades artísticas de seu companheiro,
fazendo as crianças rirem mais.
Kari caminhou pela parede dos fundos e, como Declan
sugerira, Rex estava sentado na banca que vendia tortas de
carne. Ele tinha meia dúzia de latas vazias à sua frente, uma
na mão e uma cerveja na mesa. Ela levantou uma sobrancelha
e ele apenas deu de ombros. Ela ficou surpresa quando ele
colocou a torta de carne inteira na boca e depois pegou outra.
Vendo que ele estava seguro e feliz em sua escolha de barraca,
Kari seguiu em frente. Atrás dela, Emeric estava afastado o
suficiente para não interferir no dia dela, mas perto o suficiente
para que ela soubesse que ele estava por perto.

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Law estava parado ao lado de Meryn, apontando coisas
diferentes, fazendo-a rir. Ryuu estava atrás dela de um lado, e
Aiden estava com Adriel dirigindo os guerreiros.
Depois de algumas horas, os vendedores saíram e
começaram a arrumar mesas compridas nas bancas para o
almoço buffet. Grandes tigelas de salada de macarrão, salada
de batata, feijão, ensopados, sopas, chilis, pães e sanduíches
estavam numa grande pilha. Todo mundo começou a pegar a
comida. Kari estava pegando seu segundo sanduíche quando
ouviu o som familiar de um garfo batendo em um copo. Todos
se aquietaram quando Magnus ficou de pé em sua cadeira para
ser visto por todos.
— Quero agradecer a todos por terem vindo hoje. É a
primeira feira em Noctem Falls, mas não a última. — Todos
riram e aplaudiram. — Hoje estamos comemorando novos
amigos, nova família e, claro, nova vida.
Todos aplaudiram de novo, houve assobios e alguns
gritos foram ouvidos ao redor. Rachelle, Bethy e Kari riram.
Magnus estava prestes a continuar quando, pelo canto do olho,
ela viu que ele virou a cabeça. Seu olhar seguiu o dele. No
fundo do corredor, no túnel de transporte, pessoas estavam
chegando e uma multidão começou a aparecer. Eram as
Famílias Nobres e Fundadoras dos níveis mais baixos.
Movendo-se em massa, eles marcharam pelo recinto da feira,
protestando contra a feira.
Gritos altos de: “Vão para casa, seu lugar não é aqui!”
foram ouvidos. Os guerreiros formaram uma barreira entre os
participantes da feira e os manifestantes. Kari começou a se

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mover rapidamente para atravessar a multidão. O caminho
atrás de si se fechou. Ela olhou para trás e viu Emeric
xingando. Ela tinha que seguir em direção a Magnus para
ajudá-lo nisso.
Ela chegou à abertura por onde as famílias estavam
caminhando. Gerald DuBois liderava o grupo enquanto
marchavam diretamente para a mesa onde Magnus estava.
— Queremos que eles partam. Estávamos felizes do jeito
que estávamos. As coisas estavam bem.
— Nós não estávamos felizes, — disse um dos vampiros
presentes.
Gerald sibilou para o vendedor.
— Você tem sorte de ter um lugar na cidade, — disse ele.
— As coisas estão mudando e para melhor, — outro
vampiro gritou.
— Sim, talvez vocês devessem ir embora, — gritou outro
vendedor.
Andre, filho de Gerald, pegou uma garrafa vazia e a jogou
na multidão, atingindo um lobo. Kari piscou, quando abriu os
olhos, o caos começou. Os guerreiros estavam tendo
dificuldade em manter sua parede de corpos para proteger as
pessoas porque não eram apenas as Famílias Fundadoras; os
lobos queriam lutar também, já haviam chegado ao limite.
Ela entendia o motivo; esse tipo de agressão ativa não
poderia ficar sem resposta. Ela estendeu a mão para Magnus.
Ela estava tentando se afastar quando, de repente, foi jogada
no chão, na abertura em frente à mesa. Ela ofegou quando o
perdeu o fôlego a força e um rugido alto ecoou pela caverna.

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Foi de estourar os tímpanos. Os cabelos em sua nuca se
arrepiaram.
Todo mundo congelou, se entreolhando confusos. Nos
fundos da caverna, houve um rugido de resposta. Ela olhou
para cima e viu o mar de pessoas se separar. Declan caminhou
em sua direção. Pelo resto da vida, ela nunca esqueceria a
cena. Ele parecia ter crescido de tamanho, aumentado os
músculos e expandido os loiros cabelos desgrenhados. Este
havia se alongado e parecia ondular ao redor de sua cabeça
por um vento invisível, como uma juba. Seus olhos estavam da
cor do mel e seus caninos estavam estendidos. Ele grunhiu e
rosnou. Todos, amigos ou inimigos, silenciosa e
cuidadosamente começaram a se afastar.
Declan alcançou-a e puxou-a para cima e contra seu
corpo. Ele olhou para a multidão.
— Basta! — ele berrou. — Os tempos estão mudando; se
não gostam, saiam! — A palavra foi rugida e ecoou pela
câmara. — Vocês estão colocando pessoas inocentes em
perigo, incluindo minha companheira. Se tiverem uma
reclamação válida, deem um passo à frente e usem os canais
apropriados. Suas vozes serão ouvidas.
Kari colocou uma mão reconfortante no peito de Declan
enquanto este respirava com dificuldade. Ela olhou para os
rostos.
— O Príncipe Magnus não está tentando tirar nada de
vocês. Ele está tentando lhes dar muito.
— Mentirosa! — uma voz altiva gritou.

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Kari olhou para ver Gerald sibilando. Ela olhou para a
multidão dos membros da Família Fundadora atrás dele.
— O que ele lhes disse?
— Que o Príncipe Magnus deu a companheira dele para
os lobos para mantê-los satisfeitos.
Kari piscou.
— Isso não é verdade. A Rachelle está feliz. Ela encontrou
seu verdadeiro companheiro entre os lobos.
— É verdade! — uma voz feminina gritou.
As pessoas se afastaram para permitir que Rachelle e
Peter entrassem no círculo aberto.
— Estou feliz. Estou realmente feliz. O Príncipe Magnus
não me forçou a fazer nada, na verdade, ele me apoiou a cada
passo do caminho.
Kari sorriu.
— A feira faz parte de uma celebração para Rachelle, já
que está grávida. A primeira grávida de Noctem Falls em
séculos.
As Famílias Fundadoras pareciam chocadas com a
notícia.
— De verdade? — uma das mulheres perguntou, dando
um passo à frente. — Mesmo estando com um shifter de lobo.
Kari assentiu.
— Sim, assim como eu. — Todo mundo olhou para ela,
ela colocou a mão sobre o estômago. — Eu sou uma vampira.
— Ela olhou para Declan, que ainda estava franzindo o cenho
para a multidão. — Meu companheiro é um shifter. Rachelle é
uma vampira e seu companheiro é um shifter. A própria

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sobrinha do nosso príncipe é uma shifter, e seu companheiro
é um vampiro, e eles estão esperando um filho. Seu Príncipe
está literalmente tentando dar vida nova à cidade. Pela
primeira vez em séculos, teremos filhos aqui, nossos próprios
filhos.
O Príncipe Magnus saiu de cima da mesa e ficou atrás
dela.
— Eu não poderia ter dito melhor. Na semana passada,
tivemos três gestações anunciadas e, se isso não for a Destino
que está nos dizendo que estamos fazendo algo certo, não sei
o que é. Vocês não precisam gostar de mim, mas vão me
respeitar!
Magnus nunca levantou a voz, mas o poder que emanava
dele quase deixou Kari de joelhos. Se não fosse por Declan
segurando seu braço, ela poderia ter acabado no chão como
muitos dos membros da Família Fundadora. A energia pulsava
e girava em torno dele como ondas de calor saindo do asfalto
no verão. Quando Kari olhou, Rex e Emeric estavam na beira
da multidão parecendo irritados.
Atrás de Magnus, no silêncio, ela ouviu uma voz pequena:
— R.E.S.P.E.I.T.O, descubra o que significa para mim. Me
mostre, me mostre, me mostre, me mostre. 8
Kari balançou a cabeça e descansou a testa no peito de
Declan. Atrás de Magnus, Meryn estava dançando, socando o
ar como se estivesse boxeando e pulando de um lado ao outro
na ponta dos pés. Quando Kari deu uma olhada, viu que os

8 No original “R.E.S.P.E.C.T find out what it means to me. Sock it to me, sock it to me, sock
it to me, sock it to me.”, é uma canção de Aretha Franklin chamada “Respect”, de 1967.

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lábios de Magnus estavam tremendo violentamente. Embora
seus olhos ainda estivessem um pouco zangados, ele estava
tendo dificuldade em manter a carranca.
Quando Kari olhou para cima, Declan agora parecia
normal. Ele estava observando Meryn com os olhos
arregalados e um sorriso no rosto. Pela multidão, a princípio,
houve risadinhas, depois risadas e, finalmente, gargalhadas.
De pé atrás de Meryn, observando suas palhaçadas,
Aiden balançou a cabeça, as bochechas coradas. Kari
imaginou que agora ele provavelmente já estava acostumado
com o jeito maluco de sua pequena companheira.
Trish, a mulher irritante que jogou seu caso passado com
Declan na cara de Kari, saiu da multidão de membros da
Família Fundadora. Ela estava lutando contra um sorriso
também.
— Não sei os outros, mas eu estaria muito interessada
em conhecer alguns desses lobos. Especialmente se um deles
pudesse ser meu companheiro e me dar um filho. — Trish
piscou um olho para um dos lobos altos, cujos olhos se
arregalaram. Ele instintivamente deu um passo para trás, sem
saber o que fazer. Quando suas presas se estenderam e
apareceram por seus lábios, ele engoliu em seco. Encontrando
coragem, ele se adiantou e sorriu para ela.
Agora que a tensão violenta fora oficialmente quebrada,
Magnus caminhou em direção a Trish.
— Seria uma honra apresentar vocês.
Kari observou e identificou os membros da Família
Fundadora que giraram sobre os calcanhares e saíram. Nem

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todos estavam convencidos, mas ela fez nota de quais estavam
indo embora. Agora que todos estavam em termos mais
amigáveis, Tarragon e o doutor St. John estavam correndo por
aí tentando tratar alguns dos feridos. Declan beijou-a no topo
da cabeça.
— Você está machucada? — ele perguntou.
— Foi apenas um tumulto; estou bem.
— E onde diabos estava Emeric? — Declan exigiu.
— Bem atrás dela, até aqueles idiotas atrapalharem. — O
rosto de Emeric estava tempestuoso. Ele apontou o polegar e
Kari viu que dois lobos estavam inconscientes no chão. — Eu
os movi.
Declan assentiu em aprovação. E beijou a testa dela.
— Eu preciso ajudar Adriel a acalmar todo mundo. Você
vai ficar bem?
— Sim, eu vou ficar bem. Ajudarei alguns dos pais shifter
com as crianças.
— Encontre-me aqui para jantar.
— Um encontro então. — Ela ficou na ponta dos pés e
beijou seus lábios carnudos.
Enquanto Declan e Adriel trabalhavam com Magnus e
Stefan para acalmar os shifters de lobo, Kari estava
assegurando às crianças assustadas e nervosas que tudo
estava bem e que retomariam os jogos em breve. Ela estava
prestes a voltar para encontrar Magnus quando o cheiro de
sangue chamou sua atenção. Ela se aproximou e viu Tarragon
tentando freneticamente salvar um shifter de lobo.

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— O que diabos aconteceu? — ela exigiu, ajoelhando-se
ao lado do curandeiro.
Tarragon desviou os olhos do paciente para olhá-lo
furioso.
— Suponho que um dos membros da Família Fundadora
tenha arrancado um ou dois pedaços durante a briga. Preciso
de suprimentos. — Ele piscou. — Você tem acesso ao Nível Um,
não? — Ela assentiu. — Você pode correr e pegar alguns
curativos e suprimentos?
— Claro.
Tarragon virou-se para Emeric.
— Eu preciso de você. Você pode aplicar pressão?
Emeric sacudiu a cabeça.
— Não, desculpe, estou designado a ela.
Tarragon o olhou.
— Eu vou perder esse paciente se não conseguir ajuda.
Ela colocou a mão no ombro de Emeric.
— Aplique pressão, isso é uma ordem. Eu já volto.
Antes que ele pudesse responder, ela se afastou correndo.
Voou pelo túnel de transporte e caminhou apressadamente
pelo Nível Um até o laboratório de Broderick. Ela estava no
meio do corredor quando sentiu uma sensação avassaladora
de pavor.
Ela olhou em volta e não viu nada. Deu alguns passos
desconfortáveis e pensou ter ouvido passos atrás de si. Ela se
virou novamente e não havia nada.

MY CHAMPION
Alanea Alder
Sem querer arriscar, pegou o walkie-talkie. Assim que
apertou o botão, dor explodiu em sua nuca. Ela viu estrelas e
depois escuridão.
*****
Quando seus olhos se abriram, Kari grunhiu; sua cabeça
a estava matando. Ela olhou em volta, tentando identificar
onde estava. O cheiro adstringente esmagadoramente forte
quase a sufocou. Quando ela colocou as mãos no chão para se
levantar, estas ficaram encharcadas de líquido. Kari olhou em
volta, o medo tomando conta dela.
O laboratório de Broderick havia sido completamente
destruído. No fundo da sala, onde os armários estavam
alinhados na parede, fumaça subia por trás da longa mesa do
laboratório.
Ela cheirou as mãos e sabia que estava coberta de
produtos químicos. Não demoraria muito para que ela também
acabasse como aquela sala.
Ela foi até a porta, tentou girar a maçaneta da porta, mas
esta não se mexeu. Ela jogou o ombro contra a porta e nada.
Era quase como se tivesse sido trancada por fora. Ela estava
olhando pela janela em busca de ajuda quando um rosto
apareceu no painel. Ela pulou para trás, assustada.
O rosto estava torcido de raiva, os olhos vermelhos. Este
era o feral que estavam procurando? Ela semicerrou os olhos.
— Marcus? — ela perguntou. Ele rosnou, um sorriso
maligno nos lábios. — Marcus, o que você está fazendo aqui?
— ela exigiu.

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Alanea Alder
— Você não é minha chefe, não mais. Eu vim aqui para
me vingar. Ouvi sua conversinha com o Law do lado de fora do
seu escritório. Imaginei que teria uma ampla oportunidade de
me vingar aqui. Então eles me encontraram e me deram um
proposito maior. Eles disseram que eu me tornaria um
príncipe, e acredito neles.
— Acredita em quem? Do que diabos está falando? Me tire
daqui.
— Não, você precisa morrer. Precisa ser destruída junto
com o laboratório. Aproveite a sua morte, — ele zombou e
depois se afastou.
Ela bateu na porta de aço.
— Marcus! Marcus!
Ela entendeu a mão para o cinto, mas seu celular e o
walkie-talkie haviam sumido. Ela inalou novamente e começou
a engasgar; a fumaça estava rapidamente enchendo a sala. Ela
se encostou na porta e caiu.
— Declan, onde você está?
*****
Declan estava correndo com Adriel, garantindo que
aqueles que foram machucados tivessem recebido tratamento
e que as famílias assustadas houvessem sido acalmadas. Todo
mundo estava preocupado. Feridas antigas haviam sido
abertas pelos preconceitos mostrados pelas Famílias
Fundadoras. Surpreendentemente, seu irmão ficou ao seu lado
a cada passo do caminho. Ele pegou a deixa de Declan e
bajulou e brincou não apenas com os lobos, mas também com
os outros vampiros.

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Alanea Alder
Ele observou as pessoas ao seu redor lentamente
começarem a relaxar e aceitar seu irmão. Ele provavelmente
fez mais progressos nos últimos trinta minutos com ele do que
nos últimos trinta anos por conta própria. Eles voltaram para
onde Magnus e Adriel estavam, comparando anotações.
A feira começou a animar mais uma vez, principalmente
para manter as crianças calmas e aliviar a atmosfera. A música
foi retomada e os responsáveis pelos jogos estavam falando
sobre os prêmios mais uma vez.
— Bem? — perguntou Magnus.
Adriel suspirou, parecendo exausto.
— Tarragon e Emeric estão trabalhando com um lobo.
Parece que ele foi estripado, igual o Declan. Pode ter sido o
Andre. O lobo não viu quem foi. Não tenho certeza se temos
evidências suficientes para rastrear o agressor.
Declan assentiu, depois se virou para Adriel.
— Emeric? — ele perguntou.
— Sim, — respondeu Adriel parecendo confuso com o tom
urgente de Declan. Atrás deles, Law começou a xingar.
— Quem está com a Kari? — perguntou Declan.
Magnus empalideceu.
— Onde está a Kari? — Declan exigiu.
Todo mundo começou a olhar em volta.
— Kari! — Declan gritou.
— Fogo, — Meryn disse simplesmente, seus olhos um
pouco desfocados.
Todo mundo ainda estava chamando por sua
companheira e falando ao mesmo tempo, mas Declan havia

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Alanea Alder
trancado o olhar em Meryn. Ninguém estava prestando
atenção nela, exceto ele e Ryuu. Ryuu estava atrás de Meryn,
seus olhos preocupados.
— Denka? — ele perguntou.
— Fogo, — ela repetiu.
Dessa vez, Grant e Etain se viraram e olharam para
Declan. Adriel virou-se lentamente, um olhar de horror no
rosto. Os irmãos de sua unidade sabiam o que seu pesadelo
havia lhe mostrado.
— Kari, — ele sussurrou. — Onde ela está? — ele
perguntou.
— O laboratório do Broderick, — respondeu Meryn, ainda
parecendo atordoada.
Law o agarrou pelo braço e eles correram juntos. Usando
sua magia, Law os levou ao Nível Um, e eles correram pelo
corredor.
No final do corredor, chegaram à porta, apenas para ver
espirais de fumaça escapando de pequenas rachaduras. O
laboratório estava impenetrável e selado. Ele tentou a porta,
mas a maçaneta nem girava.
— Eu preciso de alguém com acesso! — ele gritou.
— Logo atrás de você, — Magnus colocou a mão na
fechadura biométrica, e ainda assim esta não girava.
— Espere, — ordenou Law.
Ele fechou os olhos e sua mão começou a brilhar. Depois
de alguns segundos, Declan ouviu os mecanismos girarem e a
porta foi destrancada. Ele tentou abrir a porta novamente, mas
nada aconteceu.

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Alanea Alder
Rugindo, ele sentiu seu corpo se expandir
completamente. Ossos começaram a estralar quando Declan
ficou mais alto e mais largo. Seu rosto começou a formar um
focinho. Seus dentes começaram a engrossar e alongar. Sua
juba, que já havia caído até os ombros, estava agora na
cintura. Um pelo dourado claro cobria seus braços e suas
mãos se tornaram garras sombrias.
Ele cravou as garras na porta de aço e a puxou,
arrancando-a das dobradiças. As pessoas atrás dele abriram
caminho, e ele jogou a porta pelo corredor. Deitada de lado, o
corpo pequeno e pálido de Kari estava imóvel no chão.
Declan estendeu a mão por entre a fumaça, puxando-a
para fora. Ao redor dele, todos começaram a tossir. Law
começou a encantar baixinho e logo apareceu uma luz
brilhante, afugentando a fumaça e apagando as chamas.
— Kari! — Declan rugiu de frustração e medo.
Mãos tentaram tocá-la e ele bateu as garras nestas.
— Declan, você precisa nos deixar ajudá-la. Ela não está
respirando, — ordenou Magnus.
Declan silvou e balançou a cabeça. Eles estavam
tentando levar sua companheira embora. Ele rosnou para
todos até sentir o cheiro de algo familiar. Um braço foi enfiado
debaixo de seu nariz. Bando. Ele olhou para cima. Seu irmão
mais velho estava pairando sobre ele, seus olhos amarelos e
seus cabelos ondulando ao seu redor.
Embora não estivesse na terceira forma, Rex também se
expandira com o próprio medo. Ele gentilmente puxou Kari
para longe de Declan, e Declan lhe permitiu. Esta era sua

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família, seu sangue, e seu sangue não machucaria sua
companheira.
Imediatamente, Rex iniciou a ressuscitação
cardiopulmonar. Ele exalou em sua boca e começou as
compressões torácicas. Sempre que alguém tentava se
aproximar, Declan batia neles. Depois de alguns instantes,
Kari começou a tossir. Alívio inundou seu corpo. Ele a puxou
para seus braços, murmurando seu nome várias vezes.
Ela piscou para ele.
— Eu estou bem; sabia que você viria.
Ela passou a mão por seu focinho, analisando cada
bigode. Os olhos dela estavam dançando com risada.
— Não estou dizendo que poderia lidar com isso todos os
dias, mas não é tão ruim, — ela brincou.
Alívio e gratidão afugentaram a transformação. Declan
sentiu seu corpo voltar ao normal novamente. Ele a envolveu
nos braços e puxou seu corpo entre suas pernas e a manteve
presa lá.
— Eu nunca vou deixar você fora da minha vista.
— O que aconteceu? — Magnus exigiu
Ela ofegou e virou-se para o Príncipe.
— Foi o Marcus.
— Marcus! — Law exclamou atrás deles.
Ela se virou para o irmão.
— Sim, ele virou um feral. Disse algo sobre servir a um
propósito maior e que eles o tornariam um príncipe. Não tenho
certeza do que lhe foi prometido, mas ele veio aqui atrás de
mim. Ele é louco.

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Alanea Alder
— Vou lidar com ele depois de lidar com o Emeric, —
prometeu Law diretamente.
Kari balançou a cabeça.
— Você não pode ficar bravo com ele.
— Diabos que não posso!
— Você não pode, porque você mesmo disse: Eles
recebem ordens de nós, e eu ordenei que ele ajudasse Tarragon
a salvar o shifter de lobo.
— A prioridade dele era você, — argumentou Law.
— Ele estava seguindo a cadeia de comando como foi
treinado para fazer. Agora, se você quiser mudar a forma como
as equipes são dirigidas, isso depende de você, mas isso foi
culpa minha, não dele.
Law respirou fundo e inclinou a cabeça.
— Eu não gosto disso, mas você está certa. Ele fez o que
lhe foi ordenado. Então, depois que eu encontrar e destruir
Marcus até a última célula, eu vou me reunir com nossas
equipes e estabelecer um novo conjunto de regras. — Ele a
olhou. — Aquele em que a segurança de nossos protegidos não
é comprometida pelas ordens desses protegidos.
Kari estremeceu. Declan sibilou para Law. Law rosnou de
volta. Ela sabia que os dois homens ainda estavam lutando
contra o próprio medo. Ela torceu o corpo para ficar de pé, mas
Declan rosnou, balançando a cabeça. Ela pegou o rosto dele
entre as mãos.
— Vamos morar aqui no corredor? — ela perguntou.
Ele apenas a olhou desamparado. Ela colocou as mãos
em ambos os lados do seu rosto e puxou-o para perto,

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Alanea Alder
capturando seus lábios. Ele ficou tenso de surpresa por um
momento e depois assumiu o controle do beijo. Ela conseguia
sentir seu medo e desespero enquanto Declan dominava sua
boca, então ela o permitiu. Quando ele se afastou e colocou a
cabeça dela debaixo do queixo, ela o deixou. Kari sabia que seu
leão precisava disso e, francamente, ela também. Com ela
ainda em seus braços, ele facilmente se levantou, carregando
seu peso. Rex ficou imediatamente ao lado do irmão.
— Ei, irmãzinha, — ele disse. — Vamos levá-la ao
Tarragon ou ao doutor St. John para a examinarem.
— Oh, eu estou bem, — ela refutou. — Assim que comecei
a respirar a fumaça, desliguei meu corpo. Os vampiros, na
verdade, não precisam respirar tanto assim.
Declan piscou.
— Graças aos deuses.
— Como você sabia onde eu estava? — ela perguntou.
— Meryn, — Law, Rex, Magnus e Declan responderam
imediatamente.
— Aquela anã milagrosa, — Kari sussurrou.
— Eu não sou uma anã, — Meryn protestou enquanto
caminhava pelo corredor com Aiden.
— Eu disse que você também era milagrosa, — apontou
Kari.
Meryn olhou para a sala enegrecida, parecendo um pouco
chocada.
— Houve um incêndio como você previu, — disse Law. —
Então, empatia e premonição. Que pequeno e delicioso enigma
você é, Meryn.

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Ela deu de ombros.
— Isso parece algo que o Kendrick diria.
Law deu de ombros preguiçosamente.
— Claro, ele pensa como eu.
Fiel à sua palavra, Declan não a deixou fora de vista. Na
verdade, ele nem deixou os pés dela tocarem o chão pelo resto
da tarde. Ele andou com ela nos braços. Aiden ou Adriel deram
a ordem, e os guerreiros da unidade se dispersaram,
procurando por Marcus.
— Como diabos ele está andando pela cidade? — Declan
rosnou.
Adriel estremeceu.
— Temos operado transporte para cima e para baixo no
túnel de transporte a tarde toda, para que as famílias nos
níveis mais baixos subam ao Nível Seis. Como funciona como
uma plataforma, qualquer um poderia ter entrado.
— O ferals fedem, não? — Kari perguntou. — As pessoas
saberiam que estavam ao lado de um, certo?
Aiden e Adriel trocaram olhares desconfortáveis.
— Não necessariamente, — Aiden ofereceu. — Eles têm
um novo dispositivo que lhes permite passar despercebidos em
uma multidão.
— O quê? Isso é impossível. — Kari sentiu medo em torno
de seu coração.
Magnus balançou a cabeça.
— Eu vou te atualizar mais tarde.
Eles ficaram tempo suficiente para a feira começar a
terminar. Pedindo licença, todos voltaram ao Nível Um. Avery

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se recusou a sair do seu lado e não parou de tremer desde que
ela lhe contou o que aconteceu. Warrick sentou-se do outro
lado de Avery, esfregando suavemente suas costas.
Somente quando Kari estava em segurança no sofá da
antecâmara de Magnus com Avery e Warrick, Declan permitiu-
se se afastar. Ele e Law ficaram no canto discutindo como iriam
encontrar Marcus.
Emeric parecia como se seu filhote tivesse sido
assassinado à sua frente. Ele continuava lhe jogando olhares
culpados. Ela entortou o dedo, chamando-o, e ele se
aproximou para sentar na cadeira ao lado dela.
— Cher, eu sinto muito, — ele olhou para as mãos
cruzadas no próprio colo.
— Não sinta, — ela disse rapidamente. — Não foi sua
culpa. — Law olhou por cima do ombro, ainda carrancudo. Ela
lhe mostrou a língua. — Você fez o que eu pedi. Você é treinado
para seguir minhas ordens porque eu classifiquei a prioridade
e, naquele momento, a vida daquele homem importava mais do
que eu ir buscar bandagens. Portanto, não é sua culpa,
Emeric. Você fez exatamente o que foi treinado para fazer.
— Mais homens chegarão em breve para ajudar, — Rex
ofereceu. — Haverá pessoas mais do que suficientes aqui para
proteger as mulheres.
— Então agora temos dois ferals pela cidade, —
sussurrou Bethy, seus olhos temerosos.
Gavriel a abraçou.
— Nós os encontraremos.

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Alanea Alder
— Eu encontrei o filho da puta! — Meryn cantou de
repente, assustando a todos.
Imediatamente, todos os olhos foram para ela. De pé atrás
de Meryn, Nigel e Neil bateram nas palmas um do outro
enquanto Meryn continuava digitando em seu notebook.
— Isso é impossível, — protestou Law. Ele se aproximou
para ver o que ela estava fazendo.
— Não, não é; é tecnologia. Sabe, a coisa na qual você é
uma droga? — Um dedo minúsculo apontou para um pequeno
rosto branco na tela. — Nível Seis, ele está tentando se
misturar, mas eu estou usando um software de
reconhecimento facial. Peguei a foto dele do perfil que a Kari
tem na página de funcionários da empresa dela. Na verdade,
se você levar um walkie-talkie, posso lhe dizer se ele se mover.
Aiden jogou um walkie-talkie para Law, e ele e Declan
saíram correndo pela porta. Kari e Avery se levantaram e
caminharam para trás de Meryn. Não demorou um minuto,
usando a câmera de vigilância, eles viram Law e Declan
correndo pelo Nível Seis. As pessoas, vendo-os, rapidamente
saíram do caminho.
Marcus enfiou a mão no bolso para pegar algo, e Declan
o atacou. Law os alcançou nem um segundo depois e lançou
um feitiço. Marcus agora estava imóvel.
— Os nerds salvam o dia! — Meryn comemorou.
— Toda vez que penso que você não pode mais me
surpreender, você se vira e me impressiona ainda mais, —
disse Magnus.

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Alanea Alder
Ela olhou para cima, corando com os elogios. Sua atenção
voltou-se para o monitor. Os joelhos de Kari cederam com o
alívio. Instantaneamente, Rex ficou ao seu lado. Ela sorriu
agradecendo-lhe, e ele deu uma piscadela. Avery colocou o
braço em volta da cintura dela do outro lado, enquanto Warrick
colocava as duas mãos nos ombros dela para equilibrá-la.
— Isso vai doer amanhã, — disse Meryn, rindo.
A atenção de Kari voltou para o monitor. Declan segurava
Marcus pelos tornozelos e o arrastava em torno dos móveis,
das bancas e de todos os cantos afiados do Nível Seis, em
direção a um túnel de transporte. A certa altura, ele parou e
apontou para Marcus. Law balançou a cabeça, e Declan abriu
a boca e silvou.
— O pobre Simba está bravo por não poder matá-lo, —
disse Meryn, rindo.
Antes de continuarem a caminhada, Law acenou com a
mão e a boca de Marcus se abriu em um grito silencioso. Ele
então começou a se debater em agonia, fazendo com que
Declan perdesse o controle. Parecendo um pouco apaziguado,
Declan estendeu a mão para agarrar o tornozelo novamente.
Ele balançou o corpo de Marcus entre duas barracas de
madeira algumas vezes, batendo a cabeça deste antes de
retomarem a marcha de volta ao túnel de transporte. Kari
virou-se para Magnus e Adriel.
— Eu prepararia a cela de detenção se fosse vocês.
Adriel pegou o walkie-talkie rapidinho, ordenando aos
guerreiros para formar uma guarda nas celas de detenção.
— Um abatido, falta um, — disse Meryn.

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Alanea Alder
— Sério, dos seus lábios aos ouvidos dos deuses, — Kari
murmurou.
*****
Mais tarde naquela noite, dois shifters de leão chegaram
de Éire Danu através do portal. Eles imediatamente entraram
em contato com Rex, e Declan os apresentou a Kari. Estes
eram seus primos de primeiro grau, Broden e Ramsey
Lionhart. Ramsey sorriu calorosamente para ela enquanto
Broden lhe dava uma piscadela atrevida, provocando um
rosnado de seu companheiro. Ela agora tinha três sombras.
Rex não ia se arriscar com ela. Embora ela sentisse que estava
sendo um pouco sufocada, nunca queria viver o que vivera
novamente. Não apenas para si mesma, mas também para
Declan, ela nunca mais queria ver seu companheiro com tanto
medo.
Os guardas entregaram algo a Rex. Rex, por sua vez,
apresentou isso a Declan, que bateu no ombro do irmão.
— O que é isso? — ela lhe perguntou.
— Eu vou te mostrar. Você topa nos levar ao Nível da
Unidade? Eu posso conseguir um escolta de túnel.
— Declan, eu estou bem. — Ela pegou sua mão. E
flutuaram até o Nível da Unidade.
— Então, o que você vai me mostrar?
— Ainda não, temos que estar em casa.
Eles entraram e Kari tirou os sapatos.
— Ok, então...
— Ainda não.

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Alanea Alder
Eles subiram as escadas para o longo trecho de corredor.
Ele parou na frente de uma parede em branco.
— Tudo bem? — ela perguntou.
Ele piscou um olho para ela. Enfiou a mão no bolso e tirou
uma pequena pedra. A colocou na parede e sussurrou uma
frase melódica. A pedra começou a se expandir até formar um
belo arco, e dentro do arco havia uma porta de madeira.
— O que é isso? — ela perguntou.
— Você descobrirá.
Ela assentiu, mais curiosa do que assustada. Declan
empurrou a porta, e esta se abriu largamente. Kari não pôde
evitar a reação que teve a seguir.
Lágrimas começaram a escorrer por seu rosto. Ela cobriu
a boca com as duas mãos. Do outro lado da porta estava o
apartamento dela. Soluçando, ela correu para frente. Ela
estava em casa. Exatamente como a deixou.
Declan a seguiu e fechou a porta atrás deles. Daquele
lado do portal, não havia um arco de pedra com uma porta de
madeira; e sim uma porta comum com acabamentos brancos
e ferragens de níquel acetinado. Esta combinava perfeitamente
com a decoração da casa dela e, como na casa de Declan, o
portal apareceu em um espaço vazio no corredor.
Simplesmente parecia outra porta de quarto.
— Isto é impossível! — Ela girou, observando tudo. Como
ela poderia estar em casa? — Declan, o que é isso? — ela
perguntou.
— Um favor. — Ele se aproximou, pegou as mãos dela e
beijou seus dedos gentilmente. — Fui criado em Éire Danu e

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conheço bem a Rainha Aleksandra. Então, quando contei a
Rex sobre suas preocupações com sua casa e perguntei se algo
poderia ser feito a respeito, Rex disse ao pai, e ele compartilhou
isso com a rainha. Esse é nosso presente de acasalamento.
— Você conseguiu um portal como presente de
acasalamento para nós?
Ele sorriu largamente e assentiu.
— Mas e a cidade? O feral! Alguém pode passar por aqui?
Ele balançou a cabeça.
— Essa é a parte boa. É bloqueada por sangue. Eu a ativei
me espetando para poder abrir a porta. Isso requer apenas
algumas gotas de sangue quando se diz o feitiço. Estou
pensando na entrada de você, Avery, Warrick e Rex. Apenas
um punhado de pessoas.
— Temos que trazer Avery para cá; ele tem que ver isso.
— Então isso serve? — ele perguntou, parecendo
inseguro.
Ela pulou e jogou os braços em volta dele.
Rindo, ele a puxou para perto.
— Entendo então que está feliz.
— Feliz nem sequer começa a descrever o que sinto.
Podemos dormir aqui. Tomar café da manhã, atravessar o
portal e ir trabalhar. Você pode se reportar às unidades. Eu
poderia trabalhar com o Magnus. Poderíamos voltar e fazer
compras. O quê? Por que esse olhar? — ela perguntou no meio
do tagarelar.
Ele balançou a cabeça, os olhos brilhantes.
— Acabei de perceber que nunca te vi assim.

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Alanea Alder
— Feliz. Sim, você viu, — disse ela. — Talvez eu não
estivesse divagando como boba, mas posso garantir que você
já me viu feliz assim. Tenho a prova bem aqui. — Ela colocou
a mão sobre o estômago.
Declan espalmou os dedos sobre seu abdômen com
reverência.
— Eu sempre vou encontrar uma forma de te fazer feliz e
te dar o que precisa, porque você é tudo que eu preciso.
— Eu te amo, Declan.
— Mesmo que tenha chegado a você com perigo
rodopiando ao meu redor? Mesmo que, ficando comigo,
tenhamos que nos preocupar com um feral louco à solta e uma
cidade à beira do desastre político?
— Você já parou para pensar que é por isso que a Destino
me enviou para você? — ela perguntou.
Ele riu.
— Minha pequena campeã, suas habilidades de resolução
de problemas salvarão a todos nós.
Kari colocou os braços em volta da cintura dele.
— Não tenho mais medo do futuro. Não temo os longos
dias vazios à frente. — Ela descansou a cabeça no peito dele e
deixou o som de seu batimento cardíaco acalmá-la.
— Enquanto estivermos juntos, podemos fazer qualquer
coisa, — disse ele esfregando a bochecha no topo da cabeça
dela.
No fundo, Kari sabia que Declan estava certo, e que os
dois lutariam para ficar juntos... sempre.

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Epílogo

Grant se inclinou contra a parede na antecâmara do


Príncipe Magnus. Ele observou enquanto os líderes da cidade
discutiam o que havia acontecido na feira naquele dia. Pelo
canto do olho, ele viu Meryn se sentar com um pedaço de papel
e um lápis. Ela colocou o pedaço de papel na mesa de centro e
fechou os olhos enquanto segurava o lápis. Ao redor deles, a
sala não passava de cacofonia de barulho e conversas, mas sua
atenção estava na pequena humana.
O que diabos ela estava tramando agora?
Depois de alguns momentos dela parada, ele ficou
preocupado. Ele se aproximou e sentou-se ao lado dela, dando
uma batidinha em seu ombro.
— Você está bem? — ele perguntou.
Ela abriu um olho verde e o olhou por um momento,
depois abriu os dois olhos.
— Estou tentando prever os números da loteria.
Ele piscou.
— O que? — ele perguntou.

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Alanea Alder
— Bem, parece que eu consigo fazer aquela coisa de
previsão. Quero ganhar na loteria pelo menos uma vez. Sabe
quantos Hot Pockets9 e quantas coisas do Doctor Who eu
poderia comprar? — Ela fechou os olhos e segurou o lápis
contra o papel novamente.
Balançando a cabeça com espanto, ele se levantou e foi
em direção à porta.
— Grant? — Adriel chamou.
— Sim, senhor, — ele respondeu, virando-se.
— Estou atribuindo você ao Nível Seis amanhã.
Grant assentiu, estremecendo internamente. Não havia
patrulha que ele odiasse mais do que andar pelo Nível Seis. Ele
não era o guerreiro mais social dali e todos pareciam querer
falar com ele. Ele não tinha ideia do que fazer ou o que dizer,
especialmente para os lobos. Todas as conversas com eles
pareciam circular de volta para sua própria matilha.
— Sim, senhor, — ele disse.
Adriel assentiu e voltou sua atenção para Eva, que estava
discutindo algumas das preocupações que Stefan havia trazido
a ela sobre o protesto das Famílias Fundadoras.
Grant fechou a porta atrás de si e foi em direção ao túnel
de transporte. Chegou a beira e suspirou. Ele realmente
precisava falar com Nigel e Neil para conseguir uma daquelas
pedras que eles haviam dado a Meryn. Estar em uma cidade
na qual se exigia voar quando se era um lobo era simplesmente
uma droga.

9 Uma marca estadunidense de sanduíches de bolsa que geralmente contêm um ou mais


tipos de queijo, carne ou legumes.

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— Pensei mesmo que você escaparia logo, — provocou
Micah.
Ele olhou para seu irmão guerreiro com alívio. Etain e
Micah estavam andando atrás dele.
— Vocês não vão ficar por aqui para receber as ordens?
Micah deu de ombros.
— Tenho certeza que eles nos avisarão de alguma forma.
Eles vão ficar ocupados por um tempo. Há muito o que
discutir. Nós, humildes guerreiros, podemos voltar ao Nível da
Unidade para bater um rango.
Grant riu. Parecia que, após o acasalamento, Adriel e
Declan foram subitamente puxados para o círculo de liderança
da cidade. Adriel estava nesse círculo quase desde o começo,
mesmo que se recusasse a ver isso. Agora Declan, com seus
laços políticos e companheira multitarefa, estava sendo
afastado cada vez mais dos deveres de guerreiro.
Antes que qualquer um deles percebesse, Declan
provavelmente seria designado como ancião em algum lugar.
Micah e Etain os flutuaram de volta ao Nível da Unidade e
seguiram em direção à propriedade dos guerreiros.
— Perde-se e ganha-se, — disse Etain baixinho.
Grant rangeu os dentes, mas não disse nada.
Etain encontrou seus olhos.
— Eu sei que discutimos isso antes. Eu estava apreensivo
antes, mas agora estou completamente apavorado. — Grant
assentiu.
— O quê? O que perdi? — Micah perguntou.
— Nossas companheiras estão chegando, — disse Grant.

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Alanea Alder
— Você sabe que não foi isso que eu quis dizer.
Etain parou no meio da rua, olhando para Grant, que deu
de ombros.
— Sério, pessoal, a menos que me expliquem isso, eu vou
entrar. Não há necessidade de olhares secretos ou falarem em
código, — protestou Micah.
Etain sacudiu a cabeça.
— Você deve ter seu sonho em breve.
— Você quer dizer, sobre as companheiras?
Etain assentiu.
— Essa é uma ótima notícia. Eu adoraria ter uma
companheira.
Os dois o olharam com um olhar sarcástico no rosto.
— O quê? Só porque eu amo mulheres, não significa que
não posso me assentar com a mulher certa.
Micah riu até ver suas expressões sombrias.
— O que? — ele perguntou. — O que mais há por vir?
Havia um terror nos olhos de Etain com o qual Grant
conseguia se identificar. Ele olhou para Micah.
— Morte, — ele respondeu.
— A morte está por vir, — ecoou Etain.

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