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QUESTÃO GERAL:
Atendeu plenamente ao que foi solicitado o texto do candidato que demonstrou
capacidade de leitura crítico-reflexiva dos artigos O protagonismo controverso dos mestrados
profissionais em ensino de ciências (REZENDE, F.; OSTERMANN, F.) e Questões
pedagógicas do mestrado profissional: uma aproximação ao tema a partir de análises
bibliográficas (QUARESMA, A. G. MACHADO, L. R. S.), de modo a abarcar os seguintes
aspectos:
● o papel do mestrado profissional (MP) na formação docente no Brasil;
● a necessidade de aprofundamento da reflexão pedagógica e sua interdependência com a
realidade escolar;
● as características do trabalho de conclusão de curso – dissertação e produto educacional;
● a legislação que normatiza a pós-graduação, em específico, o MP;
● outros.
Estão elencadas abaixo considerações constantes nos dois artigos que poderiam servir
de base para a fundamentação do texto do candidato:
conclui que não houve avanço do Ensino Médio em relação à expansão do acesso,
permanência e sucesso, no período 2000-2010, considerando, então, esta década como
perdida. As conclusões são semelhantes em relação à infraestrutura (SANTOS; OSTERMANN,
2015, p. 547);
● as ações de formação continuada individuais não produzem resultados profícuos para o
contexto escolar (SANTOS; OSTERMANN, 2015, p. 547);
● existe uma necessidade de processos de formação continuada coletivos e centrados nos
problemas dos docentes e sintonizados com a realidade cotidiana das escolas, mas essa é
uma recomendação que está na contramão dos cursos de MP em ensino (SANTOS;
OSTERMANN, 2015, p.553-554);
● o investimento na formação docente individual, por meio dos cursos de MP, tem pouco
impacto sobre a qualidade da educação, uma vez que não apreende a dinâmica, ampla e
intencional, do coletivo de professores a partir da escola;
● a obrigatoriedade do desenvolvimento de um produto educacional como parte do trabalho
de conclusão sinaliza a presença do ranço tecnicista na concepção do produto educacional:
prioridade ao como ensinar e não ao por quê ou ao o quê ensinar. Ademais, a realização de
um produto, ao contrário do que aparenta ser, não significa qualidade ou solução dos
problemas educacionais. Seria necessário investir em produtos que não apenas
contemplassem a eficiência de um método de ensinar dado conteúdo, mas que envolvessem a
reflexão sobre o problema educacional vivido pelo professor em uma dada realidade escolar e
sobre as finalidades da educação em ciências na contemporaneidade (SANTOS;
OSTERMANN, 2015, p.555);
● tanto pelos aspectos curriculares, que variam muito de acordo com a recontextualização
da legislação para cada realidade particular do país, quanto pelos aspectos estruturais, é
possível chegar à conclusão de que o protagonismo dos MP em ensino em relação à qualidade
da educação de nível médio é, no mínimo, controverso, isto é, não é algo que se possa tomar
como garantido (SANTOS; OSTERMANN, 2015, p.556).
QUESTÃO ESPECÍFICA:
científicos. É o que pode ocorrer, por exemplo, quando um(a) professor(a) prepara e realiza
uma visita, com seus alunos, a um museu científico ou à um espaço científico. Esses espaços
utilizados pela educação não formal também podem ser utilizados pela educação científica
informal. Contudo, a educação científica informal destina-se à população como um todo e não
apenas à comunidade escolar. Desse modo, um museu científico pode servir tanto à educação
não formal, quanto à educação informal. Uma distinção entre a educação não formal e a
educação informal (em Ciências) é que na educação não formal visa-se a aprendizagem de
algum conteúdo, enquanto a educação informal está mais direcionada à divulgação científica. A
educação informal preocupa-se, dessa maneira, com a formação de uma cultura científica, com
a disseminação da Ciência.
Para favorecer a educação científica brasileira, essas três modalidades devem se articular, de
forma que a população brasileira adquira, no mínimo: a) conhecimentos básicos dos conteúdos
e dos modos de fazer Ciência, por meio da educação formal e não formal; b) conhecimentos
diversificados sobre a Ciência contemporânea, a importância da Ciência para a sociedade e as
relações entre Ciência, Tecnologia e Sociedade, por meio da educação informal. Dessa forma,
acredita-se que a articulação e o bom desenvolvimento da educação formal, não formal e
informal contribua para que a população brasileira adquira uma cultura científica que possibilite
não apenas certo domínio do conteúdo, mas uma compreensão sobre o papel e o lugar da
Ciência na história da humanidade.
ambientais relacionadas à gestão e consumo da água, bem como o reuso dessa água na
limpeza e regas de jardins e gramados. Tal sugestão pode contribuir para abertura ao diálogo
entre as disciplinas de exatas, humanas e ciências da natureza.
Datas escolares comemorativas também poderiam promover o diálogo entre os pares e a
comunidade escolar, como por exemplo, promoção de mesas redondas ao se abordar temas
como a água no Cerrado, a importância da produção de alimentos se contrapondo ao consumo
da água no processo e, a preservação das matas ciliares resguardando as nascentes. Nesse
contexto, pode-se estabelecer um diálogo entre várias disciplinas e as experiências reais
vivenciadas pelos alunos.
Concluindo, não há uma receita pronta para se abordar a educação ambiental na escola de
forma interdisciplinar, o que se pode apresentar são as sugestões de ações que podem
contribuir para o desenvolvimento desse tipo de trabalho. Entretanto, pode-se garantir que há
um consenso entre a comunidade científica quanto à necessidade da promoção do diálogo
entre os pares, de práticas educacionais que contemplem a interdisciplinaridade e dos
benefícios ao aluno na sua formação.
flexíveis onde o “eu” convive com o “outro” sem abrir mão de suas
características, possibilitando a interdependência, o compartilhamento, o
encontro, o diálogo e as transformações. Esse é o movimento da
interdisciplinaridade caracterizada por atitudes ante o conhecimento.
(TRINDADE, 2008, p. 82)
● A interdisciplinaridade também requer uma ação, uma decisão de romper com que está
estabelecido. Conforme Fazenda (2003, p. 75), “interdisciplinaridade não é categoria de
conhecimento, mas de ação. Seria [...] a arte do tecido que nunca deixa que se estabeleça o
divórcio entre os diferentes elementos”.
● A especialização e a fragmentação do conhecimento não dão respostas apropriadas aos
desafios do cotidiano, uma vez que a realidade é múltipla e complexa. Dessa forma, a
interdisciplinaridade representa como uma resposta adequada aos problemas de várias ordens
e que abrangem as áreas da política, da sociedade, da economia, da cultura.
● Com a propriedade de ser uma atitude e uma resposta apropriadas e coerentes com a
complexidade das relações sociais, políticas, econômicas, culturais, “a interdisciplinaridade se
apresenta como uma possibilidade de resgate do homem com a totalidade da vida”
(TRINDADE, 2008, p. 72).