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UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

FACULDADE DE ENGENHARIA
Departamento de Engenharia Electrotécnica
Licenciatura em Engenharia Informática

Desenvolvimento de um sistema de software como serviço de Gestão de Operadores


do Comércio Informal e Controle de Pagamentos de Taxas de Mercado e Licenças de
Comércio Ambulante em Lugar Fixo
Caso de estudo (CMCM)

Autor:
TEMBE, Rafique Mohamed

Supervisor
dr. Valí Issufo

Maputo, dezembro de 2018


UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE
FACULDADE DE ENGENHARIA
Departamento de Engenharia Electrotécnica
Licenciatura em Engenharia Informática

Desenvolvimento de um sistema de software como serviço de Gestão de Operadores


do Comércio Informal e Controle de Pagamentos de Taxas de Mercado e Licenças de
Comércio Ambulante em Lugar Fixo
Caso de estudo (CMCM)

Autor:
TEMBE, Rafique Mohamed

Supervisor
dr. Valí Issufo

Maputo, dezembro de 2018


UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE
FACULDADE DE ENGENHARIA
Departamento de Engenharia Electrotécnica

TERMO DE ENTREGA DE RELATORIO DE TRABALHO DE LICENCIATURA

Declaro que o estudante Rafique Mohamed Tembe entregou no dia 21/12/2018 as 03


cópias do seu trabalho de licenciatura com referência: 2018EITLN3, intitulado
Desenvolvimento de um sistema de software de Gestão de Operadores do comércio
Informal e Controle de Pagamentos de Taxas de Mercado e Licenças de Comércio
Ambulante em Lugar Fixo.

Maputo, de de 20

O chefe de secretaria
Índice

1. Capítulo I – Introdução ......................................................................................................................... 13


1.1. Contextualização.......................................................................................................................... 13
1.2. Descrição do problema .................................................................................................................... 15
1.3. Motivação ........................................................................................................................................ 16
1.4. Objectivos ........................................................................................................................................ 18
1.4.1. Objectivo Geral ........................................................................................................................ 18
1.4.2. Objectivos Específicos ............................................................................................................. 18
1.5. Metodologia ..................................................................................................................................... 19
1.6. Organização do trabalho .................................................................................................................. 21
2. Capítulo II – Revisão da Literatura ........................................................................................................ 22
2.1. Emergência e Natureza do Informal .............................................................................................. 22
2.1.1. Reflexões em torno do Informal em Moçambique ..................................................................... 23
2.1.2. Visão Geral do Mercado de Trabalho ........................................................................................ 24
2.2. Postura sobre os Mercados e Feiras no Município de Maputo .......................................................... 27
2.2.1. Aspectos Gerais de Gestão de Mercados na Cidade e Província de Maputo ............................. 30
2.3. Sistemas de Informação ................................................................................................................... 32
2.3.1. Classificação dos SI ................................................................................................................. 33
2.3.1.1. SI nível Operacional ............................................................................................................. 33
2.3.1.2. SI nível de Apoio Gerêncial ou Tático ................................................................................... 33
2.3.1.3. SI nível Estratégico .............................................................................................................. 34
2.4. Conceitos de Desenvolvimento de Aplicações Web ......................................................................... 34
2.4.1. Aplicação Web ......................................................................................................................... 34
2.5. Computação em Nuvem ................................................................................................................... 37
2.5.1. Características ......................................................................................................................... 38
2.5.1.1. Virtualização de recursos ..................................................................................................... 38
2.5.1.2. Serviços sob demanda ......................................................................................................... 39
2.5.1.3. Independência de localização............................................................................................... 39
2.5.1.4. Elasticidade e escalabilidade ............................................................................................... 39
2.5.1.5. Mediação dos serviços ......................................................................................................... 39
2.5.2. Software como Serviço ............................................................................................................ 40
2.6. Sistemas de Pagamento Móvel ......................................................................................................... 40
2.6.1. Processos ................................................................................................................................ 41
2.6.2. Partes Integrantes .................................................................................................................... 42
2.7. Tecnologias para Pagamento Remoto .............................................................................................. 44
2.7.1. USSD ....................................................................................................................................... 44
2.8. Lei das Transações Electrónicas em Moçambique ........................................................................... 45
3. Capítulo III – Caso de Estudo ............................................................................................................... 48
3.1. Grupos de Interesse ..................................................................................................................... 48
3.2. Principais Actores Municipais ...................................................................................................... 48
3.3. A Problemática das Taxas entre a Eficiência e Ilegalidade ............................................................ 49
3.4. Roteiro da Cobrança de Taxas de Mercado .................................................................................. 49
3.5. Identificação dos Constrangimentos do Modelo Actual de Gestão ............................................... 50
3.6. Análise das diferentes tecnologias e plataformas possíveis ......................................................... 52
Capítulo IV – Solução Proposta .................................................................................................................... 53
4.1. Âmbito do sistema ....................................................................................................................... 53
4.1.1. Modelos de implantação....................................................................................................... 54
4.1.2. Nuvem privada ..................................................................................................................... 54
4.2. Ferramentas usadas para a construção do modelo ...................................................................... 56
4.3. Metodologia para o desenvolvimento do protótipo ....................................................................... 56
4.4. Requisitos do sistema ...................................................................................................................... 57
5. Capítulo V – Análise e Discussão dos Resultados ................................................................................ 66
5.1. Resultados da coleta de dados..................................................................................................... 66
5.2. População pesquisada ................................................................................................................. 66
5.3. Limitações da pesquisa................................................................................................................ 66
5.4. Resultados da pesquisa ............................................................................................................... 67
6. Capítulo VI – Conclusões e recomendações ......................................................................................... 68
6.1. Conclusões .................................................................................................................................. 68
6.2. Recomendações........................................................................................................................... 70
7. Bibliografia .......................................................................................................................................... 72
7.1. Referências bibliográficas ............................................................................................................ 72
8. Anexos ................................................................................................................................................. 74
Agradecimentos

Para chegar ao presente momento tive que contar com o apoio de diversas pessoas que
contribuíram a diversos níveis para que eu conseguisse ultrapassar diversos obstáculos, as
quais pretendo profundamente agradecer.

Em primeiro lugar quero agradecer a Allah pela saúde e sabedoria, em segundo agradecer
a minha família em particular aos meus pais Moisés Luís Ernesto Tembe e Zudeica Hámido
Chitará, os meus irmãos, primos, amigos e colegas, em especial a minha Tia Zaituna
Ambasse antiga vendedora do Mercado Estrela Vermelha, onde o projecto nasceu em 2013
graças a sua boa vontade e amizade foi possível obter as minhas primeiras impressões sobre
o processo de cobrança de taxas nos Mercados da cidade, o meu muito obrigado pela
Paciência que teve comigo.

Quero também expressar o meu sincero agradecimento a todo leque de docentes da


Faculdade de Engenharia da Universidade Eduardo Mondlane, em particular aos docentes
do Departamento de Engenharia Electrotécnica, pelo conhecimento transmitido. Este
agradecimento vai de forma especial aos seguintes docentes dr. Valí Issufo pelo voto de
confiança que depositou em mim o meu muito obrigado, dr. Ahmad Treptt Vazirna, Engª Leila
Omar, Felizardo Munguambi, Ruben Manhiça, pelo apoio, fica o meu sincero agradecimento.

Agradeço igualmente a todos meus colegas e amigos de turma, em particular Délvio


Chemane, Khalid Bapú, William Fazil, Sheila Mussane, Dino Dinoc, Gueze, Matusse, Novela,
Firmino, Fumo, Gabriel, Tonela, Pechisso, Chibique pelo apoio e pela convivência
proporcionada nos momentos alegres e tristes.

Aos que não citei não significa que foram esquecidos nem que não mereçam o meu
agradecimento, pelo contrário, a todos eles que directa ou indirectamente, contribuíram para
a minha formação, com boas ou más ações, endereço o meu obrigado.
Resumo

As experiências existentes nos mercados informais, que constituíram o caso de estudo


mostram que existem iniciativas locais e saberes populares, que são parte das estratégias
de sobrevivência económica, e se constituem como alternativas para fazer face à exclusão
social. Elas assumem por vezes características extraeconómicas, envolvem a preservação,
da dignidade humana, mesmo em condições de extrema pobreza.

A situação conjuntural do país demostra que o sector informal, continua a ser a única
alternativa para a sobrevivência de muitas famílias, o crescimento das taxas de desemprego,
a redução de oportunidades e crescimento da exclusão, deixam à maioria dos cidadãos
poucas possibilidades de emprego no sector formal, devido ao próprio sistema produtivo
urbano, baseado em serviços, na indústria e um sistema de capital intensivo, ficando como
única alternativa o emprego no sector informal (Cimeira Nacional para o Desenvolvimento
Social, Relatório Nacional de Moçambique, 1995).

O presente documento representa um estudo sobre a arrecadação de receitas em mercados


municipais da cidade de Maputo, onde evidenciou-se o esforço e o empenho ao qual o
governo explora os seus instrumentos próprios, ou bases para arrecadar as receitas, no que
culminou na modelação de um projecto que visa desenvolver uma solução informática para
auxiliar a administração dos Mercados, Feiras e outros recintos públicos, no exercício das
suas funções de governação.

Neste documento são também definidos os procedimentos iniciais para a concepção do


projecto, ou seja, a identificação do problema, a descrição do sistema, o documento de
especificação de requisitos e outros artefactos de modelação de sistemas de informação na
notação (UML) e o protótipo do sistema.
Lista de Abreviaturas e Acrónimos
ACL Access Control List
ADO ActiveX Database Objects
AM Assembleia Municipal
AJAX Asynchronous javascript and XML
API Application Programming Interface
ASP Ative Server Pages
ASSOTSI Associação dos Operadores e Trabalhadores do Sector Informal
CIP Centro de Integridade Pública
CMCM Conselho Municipal da Cidade de Maputo
CRUD Create, Read, Update, Delete
CSS Cascade Style Sheets
EF Entity Framework
HTML HyperText Markup Languague
HTTP HyperText Transfer Protocol
HTTPS HyperText Transfer Protocol Secure
IDE Integrated Development Environment
INE Instituto Nacional de Estatística
INCM Instituto Nacional de Comunicações de Mocambique
NIST National Institute of Standards and Technology
NFC Near Field Communication
MT Meticais
MVC Model View Controller
PIB Produto Interno Bruto
SAAS Software as a Service
SI Sistema de Informação
SLA Service Level Agreement
SIM Subscriber Indentity Module
SMS Short Message Service
TAE Taxa por Actividade Económica
TIC Tecnologia de Informação e Comunicação
UI User Interface
UML Unified Modeling Language
URL Uniform Resource Locator
WAF Web Application Framework
XML Extensible Markup Language
Glossário de termos e expressões
Lista de Gráficos
Lista de Tabelas
Lista de Figuras
1. Capítulo I – Introdução
1.1. Contextualização
Presenciamos na última década a proliferação de sistemas de informação (SI) nas
organizações como resposta a alta competitividade verificada no mercado. Esta, obrigou as
organizações a redesenharem as suas estratégias podendo assim maximizar os lucros e
minimizar os custos. Como resultado do ponto de vista computacional, obrigou as
organizações a adaptarem os sistemas e processos existentes, e desenvolver novos
sistemas e estratégias administrativas para atender aos requisitos dos novos processos. Em
1997 o Estado Moçambicano criou as primeiras autarquias com o objectivo de organizar a
participação dos cidadãos na solução de problemas e promover o desenvolvimento local,
desenvolvimento este que é garantido por recursos de tributação própria dos munícipes,
compreendendo impostos, taxas, tarifas e licenças pela prestação de serviços municipais e
pelas transferências fiscais do governo central. (Fonte CIP).

O desenvolvimento local exige do poder das autarquias a capacidade de criação de


condições, através da provisão de bens e serviços públicos, para o desenvolvimento de
actividades económicas pelos munícipes e esperando-se destes o pagamento de uma
contribuição para a continua e sustentável prestação do poder local. A Lei n° 1/2008 de
janeiro (Lei das Finanças Autárquicas) estabelece as seguintes contraprestações, entre
outras a serem cobradas pelas autarquias:

▪ Ocupação e aproveitamento de domínio público sob administração da autarquia e


aproveitamento de bens de utilização pública;
▪ Ocupação e utilização de locais reservados os mercados e feiras;
▪ Autorização da venda ambulante nas vias e recintos públicos;
▪ Estacionamento de veículos em parques e outros locais a esse fim destinados;
▪ Comércio por vendedores ambulantes nas ruas e outros lugares públicos;
▪ Comércio em feiras e mercados sem lugar marcado;
▪ Prestação de serviços de manutenção de jardins e manutenção das vias pela
autárquica.

Os mercados municipais são exemplos de infraestruturas de prestação de serviços


municipais pelos quais os munícipes devem contribuir pela sua utilização. A sua
sustentabilidade depende, em grande medida, da qualidade do modelo de gestão, bem como
das receitas potencialmente geradas pelos mesmos serviços. Estudos sobre Finanças
Locais (Weimer, 2012 e Nguenha et al, 2012) revelam em geral, fraca capacidade de geração
de receitas próprias e suficientes de cobrir despesas de funcionamento (receitas próprias
cobrem até 50% dos custos correntes ou de funcionamento) e baixa capacidade de
exploração do potencial existente nas autarquias, variando entre 1% e 49% das principais
fontes.

Os novos mercados que vão nascendo, ocupam terrenos baldios, e crescem de forma rápida
e descontrolada. No entanto funcionam sem infraestruturas físicas mínimas, maior parte dos
casos, para além das construções precárias onde estão instalados, não estão abrangidos
por um sistema de saneamento distribuição de água e eletricidade, ou quando têm acesso a
rede de abastecimento de água e eletricidade, ou serviços sanitários este processo mostra-
se bastante insuficiente as necessidades existentes. Com efeitos as taxas municipais pagas
pelos vendedores, parecem não dar as autoridades administrativas uma obrigação de
providenciar infraestruturas locais para o seu trabalho.

Na maior parte estes mercados são classificados como transitórios, pelas mesmas
autoridades quer por terem crescido em zonas consideradas “Impróprias” para o seu
funcionamento, ou ainda por não oferecerem condições de sanidade, de acordo com padrões
que garantem a saúde pública.
1.2. Descrição do problema
A informalidade da actividade económica é principalmente caracterizada pela ausência de
registos oficiais dos seus operadores, das suas actividades e da forte mobilidade dos seus
praticantes. Neste trabalho, evidencia-se o esforço de arrecadação de receitas nos Mercados
Municipais de Maputo, a sua eficácia, e avalia-se até que ponto o Município explora o
potencial de geração de receitas destes empreendimentos numa perspetiva de empenho. O
princípio de empenho refere-se ao nível ao qual o governo explora os seus instrumentos
próprios ou bases para arrecadação de receitas, quer sejam impostos, quer sejam outras
contribuições sob forma de contraprestação de serviços prestados.

Actualmente a estratégia de fiscalização de mercados, os governos adoptam multiplicidade


de taxas, diferenciando cores, que para além de acarretar custos elevadíssimos de produção
e gestão, propiciando actos de corrupção, deixam reservas sobre a fiabilidade, para além
destas senhas não oferecem muita segurança, podem ser facilmente replicadas.

Neste contexto, diante deste cenário desafiador, pretende-se desenvolver o modulo de


Actualização do Cadastro do Operador de Comércio, pois este servirá de ponto de partida
para solucionar em parte os problemas supracitados, uma vez que a informação contida
neste, será fundamental para o funcionamento dos módulos que dão sequência a solução
proposta, Faturação e Pagamentos, Aplicação Móvel e Mineração de Dados.
1.3. Motivação
A motivação deste trabalho vai desde o interesse pessoal sobre o sector informal em
Moçambique, a situação actual, uma vez que existe uma tensão permanente entre os
agentes do sector informal e das autoridades municipais num processo de luta pela
manutenção e localização dos mercados e outras áreas reservadas, embora seja evidente o
esforço do município de aproximar a arrecadação da receita ao seu potencial, o seu
funcionamento evidencia muitos problemas de governação, ex. falta de transparência e
riscos de corrupção que pela sua magnitude, levam a que se tenham reservas sobre a
fiabilidade desta aproximação entre o potencial da receita e o efectivamente arrecadado.

Com este estudo pretende-se também dar um contributo para o Programa de


Desenvolvimento Municipal de Maputo, trata-se de um programa de desenvolvimento do
município com o principal objectivo de aumentar a abrangência e qualidade dos serviços
prestados aos munícipes, através do fortalecimento institucional, capacidade financeira e
Boa Governação.

Outros factores chave que contribuíram também na motivação deste trabalho, foram o
aumento considerável do número dos subscritores do serviço de telefonia móvel em
Moçambique, que segundo o INCM de 2015 para 2016 observou-se um crescimento de
subscritores na ordem de 11,1%, e a proliferação e popularização de serviços financeiros de
moeda electrónica móvel em Moçambique com destaque para o M-Pesa, estes serviços são
menos burocráticos em relação aos da banca tradicional para abertura de conta, permitem
ao subscritor transferir dinheiro, comprar crédito, pagar contas facilmente e
convenientemente a qualquer hora, em qualquer lugar, com baixo custo usando o telemóvel,
a coexistência destes sistemas de pagamentos móveis, constituem um factor chave para a
viabilização da solução proposta.

Os índices motivacionais, quer de natureza pessoal quer profissional são elevados, uma vez
que se pretende conjugar algum conhecimento adquirido ao longo de um percurso estudantil,
com objetivos no âmbito dos trabalhos que são indispensáveis às responsabilidades que se
pretende desempenhar.
1.4. Objectivos
1.4.1. Objectivo Geral
Desenvolver um Sistema de Software de Gestão de Operadores do Comércio Informal e
Controle de Pagamento de Taxas de Mercado e Licenças de Comércio Ambulante em Lugar
Fixo. (Bazaraonline).

1.4.2. Objectivos Específicos

▪ Apresentar os aspectos gerais de gestão de Mercados na cidade e província de


Maputo;
▪ Descrever o modelo actual do processo de gestão de senhas e cobrança de
taxas, tarifas, impostos, licenças e outros tipos de contribuições em mercados e
venda ambulante;
▪ Propor uma solução tecnológica que esteja alinhada com o Plano Estratégico do
CMCM, em concordância com as capacidades e necessidades actuais dos
Mercados Municipais de Maputo;
▪ Desenvolver o protótipo funcional do software de acordo com o modelo proposto.
1.5. Metodologia
Para o trabalho realizado, a abordagem metodológica utilizada foi através da combinação de
métodos quantitativos e qualitativos, com objectivos exploratórios, mas também os métodos
de pesquisa participativa. A combinação de métodos permitiu examinar, explicar, confirmar
e refutar informações provenientes de diferentes técnicas de coleta de dados:

▪ Observação: que consistiu no contacto directo com a realidade dos mercados, onde
se verificou os aspectos relevantes para o processo de planificação e execução das
actividades de gestão daqueles recintos, foi possível obter algum conhecimento,
colher subsídios relacionados com os principais intervenientes, que foram bastante
úteis na medida em que permitiram tirar conclusões e constatações.
▪ Entrevista: que constituiu no contacto directo com a administração dos mercados e
seus utilizadores para se inteirar melhor sobre o modelo de gestão, através deste
método foi possível enraizar e aprofundar o assunto e assim obter maior interesse e
entusiasmo pelo tema, também foi possível tirar algumas dúvidas e inquietações, o
grande alcance deste método foi sem dúvidas o aprofundamento do conhecimento
geral que posteriormente facilitou a focalização ao tema em estudo.
▪ Inquéritos: este método foi largamente usado, de forma a conferir à pesquisa de
dados referentes à opinião dos próprios intervenientes no mercado formal e informal,
sobre assuntos que dizem respeito a força de venda e suas características na
conquista de pedidos dos clientes, comportamento de compra e características de
compradores, os custos relacionados com a actividade comercial. A grande vantagem
deste método é que permitiu obter contribuições dos intervenientes e assim ter o
sentimento deles acerca dos assuntos levantados e que se afiguram pertinentes para
a presente pesquisa.
▪ Pesquisa bibliográfica: A pesquisa bibliográfica consistiu em busca da informação
relacionada com o tema através de consulta a páginas credíveis da internet, assim,
assim como consulta a manuais e outros artigos electrónicos e físicos relacionados.
▪ Modelagem e prototipagem: esta etapa visou a elaboração de processo de dados
proposto, levando em consideração o funcionamento desejado da aplicação. Nesta
etapa foram também realizadas a análise e o projecto do sistema, e foram utilizados
os seguintes artefactos: Caso de Uso, Diagrama de Actividades, Diagrama de
Sequência e Diagrama de Classes.
1.6. Organização do trabalho
O presente relatório está dividido nas seguintes partes descritas abaixo:
▪ Capítulo 1 – Introdução: Neste capítulo abordam-se aspectos introdutórios, a
contextualização do tema, identificação do problema a ser resolvido, os objectivos do
trabalho, e a metodologia empregue.
▪ Capítulo 2 – Revisão da Literatura: Neste capítulo são avaliados os conhecimentos
produzidos em outros trabalhos, manuais, artigos, e outras publicações, gerando
conclusões sólidas de grande importância para a elaboração do presente trabalho.
▪ Capítulo 3 – Caso de Estudo: Neste capítulo faz-se a descrição da situação actual
do modelo de gestão de Mercados Municipais, identificação de constrangimentos e
limitações.
▪ Capítulo 4 – Solução Proposta: Neste capítulo são apresentadas as etapas que
foram seguidas para a elaboração do modelo conceptual e a prototipagem do sistema.
▪ Capítulo 5 – Discussão de Resultados: Neste capítulo é feita a discussão dos
resultados do presente estudo e a apresentação das dificuldades encontradas
durante o desenvolvimento do mesmo.
▪ Capítulo 6 – Conclusões e Recomendações: Neste capítulo é dado um parecer
sobre o trabalho realizado e sob forma de recomendações são levantadas
expectativas para o futuro do trabalho realizado.
2. Capítulo II – Revisão da Literatura
2.1. Emergência e Natureza do Informal
Startiene e Trimones (2010, 277- 279) sugerem que a economia informal resulta de impostos
elevados e péssimo bem-estar social, acrescentando que se trata de um “mercado
secundário onde ocorrem transações que poderiam ser possíveis no formal mas seriam
taxadas ”, situação que gera a necessidade de praticar essas operações longe do alcance
da lei.

Existe também a perspetiva de Gough, Tiplle e Naiper (2003) que associam o surgimento do
sector informal ao aumento da população urbana e da consequente procura pelo emprego,
bens e serviços que crescem mais rapidamente do que a média nacional, a ponto de o
mercado laboral formal não conseguir absorve-los. Além do mais, os anos de ajustamento
estrutural e correspondente redução do emprego na função pública diminuíram as
oportunidades nas áreas urbanas, sendo o sector informal que compensa as falhas do
formal.

Uma explicação alternativa é fornecida por Hart (1973) quando sugere que a causa do sector
informal está intimamente ligada aos baixos salários auferidos no sector formal, o que obriga
os agentes a procurarem alternativas de acréscimo de rendimento. Esta constatação também
é limitada, pois alguns segmentos da economia informal só espelham parcialmente nela,
sendo que a maioria dos operadores do sector informal tem esta actividade como única
alternativa de autoemprego, não possuindo outra forma de obtenção de rendimento.

Relativamente à natureza da economia informal, grande parte dos autores fala de uma
crescente heterogeneidade, caracterizada por microempresas de autoemprego que operam
a margem da lei (evitando pagar taxas ou impostos), existência de poucas barreiras à entrada
(devido às baixas qualificações académicas), acesso limitado ao crédito formal e capital
necessário conseguindo através de familiares amigos e aprendizagem informal.
2.1.1. Reflexões em torno do Informal em Moçambique
O Instituto Nacional de Estatística define o sector informal em Moçambique como sendo
“todas actividades não registadas, ou apenas registadas no Município, ou junto à
administração distrital ou local, não possuindo, portanto, autorização por parte das
autoridades fiscais para o exercício da sua actividade e empregando não mais de 10
trabalhadores” (Tembe 2009, 92).

O primeiro inquérito realizado pelo INE em 2005 aponta que 75% da população
economicamente ativa em Moçambique tem emprego informal (INE 2006).

Em termos de perfil demográfico do informal urbano, referir-se o facto de tratar-se de pessoas


com baixos níveis de escolaridade, de agregados familiares constituídos por mais de cinco
elementos, representado o sexo feminino o género mais dominante. O segmento mais
extenso é dos vendedores ambulantes que comercializam diversos tipos de bens, desde
cosmética a produtos alimentares de confeção caseira.

Na perspetiva de fornecida por (Araújo, 1990, 80), Maputo enfrenta problemas de uma cidade
com inadequado desenvolvimento urbano:

I. Aumento acentuado de desemprego e crescimento de actividades informais;


II. Utilização descontrolada e esgotamento de recursos florestais em volta da cidade
com consequentes desequilíbrios ecológicos;
III. Dificuldade de acesso aos serviços de educação e saúde;
IV. Agravamento acentuado das condições de habitação por efeito cumulativo
(chegada permanente de mais pessoas e inexistência de novas construções);
V. Ocupação descontrolada de áreas reservadas e dificuldades de controle e
uso de solo urbano.

Nas últimas décadas, Moçambique tem registado taxas de crescimento económico recorde
de, em média, 7,5 % do PIB. No entanto, este crescimento, porque impulsionado pelos
sectores extraviados de capital intensivo, não se traduziu em oportunidades de trabalho
digno para a maior parte da população. Mais de metade dos Moçambicanos vive abaixo da
linha de pobreza nacional (Inquérito sobre Orçamento Familiar – IOF 2008/2009) e as taxas
de pobreza nacional estagnaram na última década (Ross et al. 2014).

Os resultados do inquérito aos agregados familiares revelam que a desigualdade duplicou e


que o fosso entre as famílias urbanas e rurais, bem como entre as províncias do Norte e do
Sul, se alargou (IOF 2014/2015). O Fundo Monetário Internacional (FMI) alerta, num relatório
recente, que poucos países oferecem um contraste tão forte como Moçambique, e que a
desigualdade geográfica em particular, poderá torna-se fonte de tensões políticas pelo facto
de a maioria dos recursos naturais se localizarem nas províncias do Norte.

2.1.2. Visão Geral do Mercado de Trabalho


O desemprego, o subemprego e a pobreza ativa são três factores que contribuem para a
persistência de elevadas taxas de pobreza e para o crescimento da desigualdade. A taxa de
desemprego nacional flutua entre 22% e 27%, sendo as mulheres e os jovens das áreas
urbanas os mais afetados. Calcula-se que a economia formal gere 700 000 empregos, no
entanto, a maior parte da força de trabalho, aproximadamente 11 milhões de trabalhadores,
vê-se forçada a procurar subsistência numa multiplicidade de actividades da chamada
economia informal. A figura 1 ilustra a distribuição das actividades económicas dos chefes
dos agregados familiares de áreas urbanas e rurais (IOF 2014/2015). Verifica-se que, mesmo
em centros urbanos, a vasta maioria dos moçambicanos exerce actividades de
sobrevivência, como trabalhadores por conta própria sem empregados ou como
trabalhadores familiares sem remuneração. A figura 2 ilustra a representação
desproporcionadamente elevada das mulheres em sectores de baixos salários.

Figura 1: Distribuição das actividades económicas dos chefes dos agregados


familiares, por posição no processo laboral, em áreas urbanas e rurais (IOF 2014/2015)
a) Agregados familiares urbanos b) Agregados familiares rurais

Figura 2: Distribuição dos chefes dos agregados familiares por sexo ocupação 2014/2015

Fonte: IOF 2014/2015


Tabela 1 – Apresentação sintética de algumas diferenças entre os sectores formal e informal
(Fontes: Paix, 1972; SANTOS, 1975; ROBERTS, 1978; ANDRADE, 1992).
Formal Informal

Início Depende de Conta apenas com


autorizações oficiais iniciativa pessoal
Organização Sociedades Individual ou familiar, livre
legalmente e flexível
constituídas
Instalações Obrigatórias Geralmente inexistentes

Capital de investimento Elevado Fraco

Capital de reserva Essencial Geralmente inexistente

Tecnologia Importada e de alto Inexistente ou primitiva


nível ou reproduzida adaptada
localmente
Trabalho Reduzido em relação Abundante sem
ao volume e ao valor especialização
de produção
Salário e vínculo Ao abrigo do Acordado entre pessoas,
contracto de trabalho sem vínculo
Armazenamento Grandes quantidades Quando muito pequenas
e boa qualidade e de fraca qualidade
Preços Tabelados Objectos de regateio
oficialmente
Crédito Operações bancarias, Pessoal ou familiar,
empréstimos ou recurso a “instituições”
subsídios estatais, tradicionais (associações
investimentos de poupança, “banqueiros
estrangeiros do povo”)
Margem de lucros Pequena por unidade, Elevada por unidade, mas
mas alta pelo volume pequena por volume de
de negócios, negócios, capitalização
capitalização rara
Custos fixos Substanciais Não contabilizados

Contabilidade e apresentação de contas Ambas obrigatórias Inexistentes ou, quando


por lei muito, a primeira em
moldes rudimentares
Reciclagem de desperdícios Raramente Muito frequente

Publicidade Importante e intensiva De pessoa a pessoa


por meios próprios quando existe
Dependência do exterior Grande com Pequena ou nenhuma
contratos
2.2. Postura sobre os Mercados e Feiras no Município de Maputo
Capítulo I
Artigo 1
Definições
1. Frequentadores: é o púbico consumidor, que se dirige aos Mercados para adquirir os
seus produtos ou serviços.
2. Lojas: são recintos fechados, com espaço privativo para a permanência de compradores.
3. Mercados: Instalações, em locais vedados ou não, sob administração do Conselho
Municipal ou outro em regime de concessão ou Parcerias Público-Privadas, nos quais
múltiplos vendedores promove a venda ou facilitam a aquisição de géneros aos
consumidores, bem como a prestação de determinados serviços permitidos pelo
Conselho Municipal.
4. Mercado Abastecedor: é o Mercado que tem por finalidade principal, a comercialização,
preferencialmente, de produtos alimentares, por grosso, e ao oferecimento de serviços
de alimentos e outros serviços permitidos pelo Conselho Municipal.
5. Mercados de Bairro: são aqueles com instalações próprias e devidamente organizados,
se destinam ao fornecimento de géneros, artigos e determinados serviços autorizados.
6. Mercado Grossista: é o Mercado que tem por finalidade a comercialização de produtos
alimentares, de origem essencialmente agrícola, através do sistema de venda por grosso,
bem como o fornecimento de serviços de alimentos e outros devidamente autorizados.
7. Mercados Informais: são aqueles que surgiram espontaneamente ou que surgem para
responder a necessidades concretas, congregando um conjunto de vendedores nos
quais o Conselho Municipal instala as suas estruturas de acordo e administração, pelo
período transitório que existirem.
Artigo 12
Registos obrigatórios nos Mercados
1. Em cada Mercado deverão existir, obrigatoriamente, registos relativos a:
a. Contabilidade;
b. Arrendatários das lojas, empregados e demais colaboradores que mantêm ao
serviço, bem como do negócio autorizado pelo Conselho Municipal;
c. Ocupantes autorizados de bancas, barracas, quiosques ou lugares e dos
respectivos empregados e demais colaboradores;
d. Pretendente à ocupação de bancas, barracas, quiosques e lugares;
A área ocupada pelas bancas, quiosques, barracas e lugares será dividida em sectores,
organizados em conformidade com os produtos vendidos, devendo constar de cada sector
apenas produtos similares nomeadamente:
a. SECTOR A: Peixe, mariscos e demais produtos de pesca;
b. SECTOR B: Hortofrutícolas;
c. SECTOR C: Pão, bolos, doces e outros produtos similares;
d. SECTOR D: Mercearias;
e. SECTOR E: Animais vivos (nomeadamente, aves domésticas e outros
pequenos animais domésticos ou de caça, cuja a venda não seja proibida
por lei);
f. SECTOR F: Flores, plantas e sementes;
g. SECTOR G: Serviços de restauração, quando especialmente autorizados
pelos serviços municipais competentes;
h. SECTOR H: Boutiques;
i. SECTOR I: Quinquilharias, na medida que admissíveis.
Artigo 30

Cobranças de taxas

1. As taxas diárias e mensais, devidas pela ocupação das bancas, barracas, quiosques e
lugares, deverão ser pagas na Bilheteira, até as 10 horas de cada dia a que digam
respeito.
2. A Bilheteira deverá estar aberta e em funcionamento na hora fixada para abertura do
Mercado e que pertença.
3. A partir das 10 horas, os fiscais exigirão a apresentação do comprovativo do pagamento
da taxa devida, devendo ser multado com 50% do valor da taxa devida aquele que não
tiver procedido o pagamento.
4. Se o fiscal verificar que o ocupante multado nos termos do número anterior não procedeu
o pagamento devido até 1h após a aplicação da multa, poderá voltar a multar num valor
correspondente a 100% da taxa devida.
5. A partir das 12 horas de cada dia, a Bilheteira não receberá mais valores monetários, de
forma que, até as 13 horas tenha as contas feitas e funcionário responsável proceda ao
seu depósito, devendo o fiscal-chefe afixar no quadro para este fim providenciado e
colocado em frente a Bilheteira, a receita colhida naquele dia.
6. Os que não tiverem procedido ao pagamento dentro do horário de funcionamento da
Bilheteira, farão o pagamento no dia seguinte, acrescido da multa fixada nos termos do
número 3 e 4 do presente artigo, não podendo iniciar a actividade sem que proceda ao
referido pagamento, sob pena de multa de 10% do valor da taxa devida, por cada hora
em atraso, independentemente de ainda não serem 10 horas, conforme número 1 do
presente artigo.
7. Através de normas de funcionamento interno para cada Mercado, é permitido que
os serviços que superintendem a área criem mecanismos diferentes para a
cobrança de taxas, desde que devidamente fundamentada a sua utilidade, maior
eficiência e segurança, coleta e depósito, mesmo que criadas para implementação
a título experimental.
Artigo 97
Critérios de determinação das taxas e cálculo de multas
1. As taxas a pagar pela ocupação das bancas, barracas e quiosques no Mercados, serão
determinadas tendo em conta, nomeadamente:
a. A classificação dos Mercados;
b. O género de produtos vendidos;
c. A área ocupada;
d. A qualidade de infraestrutura existente e, se aplicável, os demais bens
equipamentos disponibilizados;
e. E outros critérios julgados relevantes, conforme determinação do Conselho
Municipal.
2. Quando na mesma banca, barraca ou quiosque forem vendidos produtos a que
correspondem a taxas diferentes, será cobrada a taxa mais elevada.
3. O fixado nos números anteriores aplica-se, com as necessárias adaptações, à
determinação das taxas a pagar pela ocupação de lugares.

2.2.1. Aspectos Gerais de Gestão de Mercados na Cidade e Província de Maputo


O Município de Maputo possui sessenta e oito (68) mercados, sendo vinte e dois (22) formais
e quarenta e seis (46) informais. Para além dos mercados, o Município possui seis (6) feiras.
Os mercados estão categorizados na escala de a à C, sendo a categoria A conferida aos
mercados com organização adequada e dotados de infraestruturas para prestação de
serviços completos, estando nesta categoria os mercados Central, Povo, Malhangalene,
Xipamanine e Grossista do Zimpeto.

Os sessenta e oito mercados têm capacidade instalada (Capacidade interna, sem incluir
vendedores fora dos mercados) de 21.309 espaços assim distribuídos:
▪ 4.506 barracas;
▪ 16.680 bancas;
▪ 204 lojas;
Este universo gerou nos últimos cinco exercícios económicos uma receita de 190.7 milhões
de meticais contra uma projeção de 216.7 milhões de meticais, o que corresponde ao grau
de execução de 88% (Ver tabela 2). (Fonte CIP).

Tabela 2: Evolução da Receita de Mercados, 2010-2014

Ano Orçamento Execução (MT) Nível de


(MT) execução
2010 32,228,178 24,981,807 78%
2011 44,347,994 36,519,222 82%
2012 45,707,977 37,395,027 82%
2013 45,890,678 50,269,520 110%
2014 48.495.735 41,576,099 86%
Totais 216,670,563 190,741,675 88%
Média 43,334,113 38,148,335
anual

Fonte: CMCM

Pode-se afirma que a receita média anual orçada (no período em análise) é de 43.3 milhões
de meticais dos quais se arrecadam, em média, 38.1 milhões de meticais. É importante
reconhecer que ambos, a meta orçamental média anual de 43.3 milhões de meticais e o que
encaixe média anual de 38.1 milhões, estão aquém do potencial que os mercados podem
gerar.

O Mercado Grossista do Zimpeto é a maior fonte de receita do Município na área de


mercados, representado cerca de 21% da arrecadação total dos mercados. De acordo com
as estatísticas do Município, existem naquele mercado (incluindo o seu anexo) 57 barracas,
943 bancas e 146 lojas. Para além disto, a receita do mercado provém da cobrança de
camiões de carga que estacionam naquele mercado para venda a grosso.

As estimativas indicam que o mercado movimenta, por dia, entre 30 a 40 camiões com estas
estatísticas (oficiais), o mercado deverá gerar, por ano, uma recita de cerca de 10.8 milhões
de meticais. O gráfico 2 ilustra o comportamento da arrecadação da recita deste mercado de
2010 até 2014, notando-se a diminuição crescente de hiato (diferença entre o potencial e a
arrecadação), 6.3 milhões de meticais em 2010 para 0.73 milhões de meticais em 2014 (CIP).

Gráfico 2 Mercado do Zimpeto – Potencial versus Arrecadação (Valores em MT)

Fonte: CMCM & CIP

2.3. Sistemas de Informação


Segundo (TURBAN, 2004), um sistema de informação consiste em instalações físicas,
serviços e gerenciamento que suportam todos os recursos computacionais existentes em
uma organização. Existem cinco principais recursos computacionais no Sistema: hardware
do computador, software de propósito geral, redes e instalações de comunicação (incluindo
internet), banco de dados e o pessoal responsável pelo gerenciamento da informação. O
sistema também nos informa como recursos computacionais específicos são organizados,
operacionalizados e administrados.
Podemos também dizer que Sistemas de Informação são conjuntos organizados de dados,
estes que são manipulados e interagem entre si gerando informação que auxilia no processo
de tomada de decisão. Um Sistema de informação possui vários elementos inter-
relacionados que coletam, manipulam e armazenam processos. Disseminam os dados e
informações, provendo um resultado destinado a tomada de decisões, com o objectivo de
coordenação e controle de uma organização.

2.3.1. Classificação dos SI


Os sistemas de informação podem ser classificados de acordo com a informação
processada. Sendo assim, a classificação dos SI geralmente é feita de acordo com a
pirâmide empresarial, composta pelos níveis da organização. Os SI encontram-se em três
níveis respetivamente:

2.3.1.1. SI nível Operacional

Este nível é formado por operações rotineiras, normalmente trabalha com um grande volume
de operações de cadastro. Caracterizam-se pela existência de formulários, relatórios e outras
operações rotineiras.

2.3.1.2. SI nível de Apoio Gerêncial ou Tático

Este nível é formado por operações de apoio no processo de tomada de decisões. Tem como
principal objectivo a utilização de informações do nível operacional para criar mecanismos
de gerenciamento das organizações. A complexa relação entre os diversos gerentes de uma
organização deve ser facilitada pelos sistemas de apoio Gerêncial. O’BRIEN (2002), afirma
que “quando os sistemas de informação se concentram em fornecer informação e apoio a
tomada de decisão eficaz pelos gerentes, eles são denominados sistemas de apoio
Gerêncial”.
2.3.1.3. SI nível Estratégico

Este nível é formado por operações estratégicas, são sistemas que apoiam a alta Direcção
das organizações no controle e monitoramento das diferentes actividades.

Actualmente, é comum encontrar organizações utilizando diferentes sistemas em diferentes


níveis, tanto nos níveis operacional, tático ou estratégico, em forma de combinações
integradas (TURBAN, 2004). Em um nível é possível a existência de vários sistemas. Sendo
assim para garantir a consistência de dados é necessário ter uma integração de dados
vertical, como horizontal.

Figura 3 Níveis dos sistemas de informação

2.4. Conceitos de Desenvolvimento de Aplicações Web


2.4.1. Aplicação Web
Uma aplicação web (Web application) é um software que é executado no contexto de um
browser e que é suportada pelos standards e tecnologias relacionadas com a Internet (Shklar
03). Normalmente, a aplicação reside num servidor que a disponibiliza e envia quando for
solicitada por um browser. Embora este termo esteja ligado à Internet para ser executada,
podendo ser disponibilizada numa rede local ou apenas num só computador (neste último
caso, tanto o servidor como o browser residem na mesma máquina). As aplicações web têm
apresentado um grande crescimento nos últimos tempos, podendo-se apontar as seguintes
vantagens:
▪ Do lado do cliente, as aplicações web apenas necessitam de um browser para
funcionar, não sendo necessária a instalação de qualquer aplicação adicional.
Existem, contudo, algumas plataformas que requerem a instalação de um plugin
para que a aplicação possa ser executada. No entanto, trata-se de instalações
simples que, na maioria das vezes, apenas requerem uma confirmação do
utilizador;
▪ Este tipo de aplicações não necessita de grandes espaços em disco. O pouco
espaço que eventualmente possam necessitar fica mais a dever-se ao browser do
que à aplicação;
▪ Salvo algumas exceções (por exemplo, o Microsoft Silverlight) as aplicações web
funcionam em qualquer dispositivo ou sistema operativo. Pode se afirmar que as
aplicações web funcionam em qualquer dispositivo que possua um browser;
▪ Os procedimentos de atualização das aplicações web são muito simples, uma vez
que basta atualizar uma só aplicação que reside no servidor. Actualizado a
aplicação no servidor, todos os browsers que acedam a ela estarão,
automaticamente, a executar a versão atualizada, sem qualquer intervenção
adicional por parte do utilizador.

Quanto aos aspectos negativos que se apontam às aplicações web, apresentam-se os


seguintes:

▪ Do lado do cliente, as aplicações web apenas necessitam de um browser para


funcionar, não sendo necessária a instalação de qualquer aplicação adicional.
Existem, contudo, algumas plataformas que requerem a instalação de um plugin
para que a aplicação possa ser executada. No entanto, trata-se de instalações
simples que, na maioria das vezes, apenas requerem uma confirmação do
utilizador;
▪ Este tipo de aplicações não necessita de grandes espaços em disco. O pouco
espaço que eventualmente possam necessitar fica mais a dever-se ao browser do
que à aplicação;
▪ Salvo algumas exceções (por exemplo, o Microsoft Silverlight) as aplicações web
funcionam em qualquer dispositivo ou sistema operativo. Pode se afirmar que as
aplicações web funcionam em qualquer dispositivo que possua um browser;
▪ Os procedimentos de atualização das aplicações web são muito simples, uma vez
que basta atualizar uma só aplicação que reside no servidor. Actualizado a
aplicação no servidor, todos os browsers que acedam a ela estarão,
automaticamente, a executar a versão atualizada, sem qualquer intervenção
adicional por parte do utilizador.

Quanto aos aspectos negativos que se apontam às aplicações web, apresentam-se os


seguintes:

▪ Na eventualidade de ocorrer uma quebra no acesso à Internet, as aplicações web


deixam de funcionar. Esta questão tende a ser minimizada com a adoção do
sistema Offline Web Application do HTML5. Contudo, esta limitação aplica-se
apenas na hipótese de a aplicação ser acedida através da Internet. Se se tratar
de uma aplicação web que está instalada numa rede local ou num só computador,
este problema das quebras de ligação não se coloca;
▪ Ainda num cenário em que aplicação está instalada num servidor externo com
acesso a Internet, quem utiliza a aplicação estará muito dependente de terceiros
para poder utilizar. Se a empresa onde está instalada a aplicação encerrar ou tiver
problemas de excesso de tráfego, poderá afectar largamente os utilizadores;
▪ As aplicações web estão muito dependentes dos browsers e das funcionalidades
que estes implementam ou deixam de implementar. Pode-se argumentar que este
problema também se verifica nas aplicações Desktop, uma vez que é usual
surgirem problemas sempre que se actualiza um sistema operativo. No entanto é
mais frequente fazer-se uma actualização de um browser (havendo casos em que
este se actualiza automaticamente sem qualquer intervenção do utilizador e sem
que este se aperceba da operação) do que uma actualização de um sistema
operativo.

O conceito Aplicação Web surge, amiúde, relacionado com o termo Website (Web Site).
Embora relacionados, trata-se de situações que apresentam algumas diferenças. Sendo
certo que ambos são executados num browser, utilizam os standards da Internet e podem
residir num servidor que os disponibiliza quando são solicitados, os websites são,
geralmente, percecionados como sendo estáticos e mais utilizados para fins informativos.
Nos Websites, a postura dos utilizadores é mais passiva e, principalmente, de obtenção de
informação. Pelo contrário, uma aplicação web é mais dinâmica, onde é exigida uma
intervenção por parte do utilizador. Ao nível técnico, uma aplicação web tenderá a ser mais
complexa porque, quase sempre, tem que lidar com aspectos muito variados, como, por
exemplo, a autenticação e segurança, interação com base de dados, ou processamento de
grandes volumes de informação. Isto não significa que um website não tenha que levar em
consideração os mesmos aspectos que as aplicações web, mas, regra geral, são
características que surgem mais associadas a estas últimas.

2.5. Computação em Nuvem


A computação em nuvem pode ser definida, de forma simplificada, como um paradigma de
infraestrutura que permite o estabelecimento do SaaS (Software como serviço), sendo um
grande conjunto de serviços baseados na web com o objectivo de fornecer funcionalidades,
que até então, necessitavam de grandes investimentos em hardware e software, e que
funciona através de um modelo de pagamento pelo uso.
Um modelo de computação onde capacidades relacionadas a tecnologias de informação são
escaláveis e elásticas, sendo que as mesmas são providas como serviços para os
utilizadores finais através da Internet, esta é uma definição disponibilizada pelo grupo Gatner
em (Cearley, 2009).
Para (Buyya, 2008), uma nuvem é um tipo de sistema paralelo distribuído que consiste de
uma de uma coleção de computadores virtualizados e interconectados que são
provisionados de forma dinâmica e apresentados como um ou mais recursos computacionais
unificados. Estes recursos são disponibilizados e controlados através de acordos
relacionados aos serviços que são estabelecidos entre um prestador e um consumidor sendo
definidos a partir de negócios entre as partes.
O termo computação em nuvem, segundo (Taurion, 2009), surgiu em 2006 em palestra de
Eric Schmidt, da Google, sobre como sua empresa gerenciava seus data centers. Hoje,
computação em nuvem, se apresenta como o cerne de um movimento de profundas
transformações do mundo da tecnologia.

Encerrando, porém longe de esgotar as definições disponíveis, apresenta-se a definição do


NIST (National Institute of Standards and Technology - USA), onde a computação em nuvem
representa um conveniente modelo de acesso, sempre que for necessário, a um conjunto
compartilhado de recursos computacionais configuráveis, tais como, redes, servidores,
armazenamento, aplicações e serviços, que podem ser disponibilizados rapidamente, e para
isto o esforço de gerenciamento e interação com o provedor dos serviços é mínimo ou
nenhum.

2.5.1. Características
O NIST definiu algumas características que descrevem o modelo de computação em nuvem:
2.5.1.1. Virtualização de recursos
Graças a este mecanismo, possibilita-se uma separação dos serviços de infraestrutura dos
recursos físicos como hardware ou redes, sendo então possível, por exemplo, tratar uma
camada inferior de aspectos relativos a localização de recursos, tornando então transparente
este contexto para as demais camadas na estrutura da nuvem.
Com esta abstração, os recursos podem ser disponibilizados e utilizados como serviços
utilitários, sem a necessidade de uma manipulação directa do hardware.
2.5.1.2. Serviços sob demanda
O cliente pode, unilateralmente, conforme a sua necessidade, requerer maior ou menor
quantidade de recursos computacionais, tais como, tempo de processamento,
armazenamento ou largura de banda, estes recursos devem ser disponibilizados de forma
automática, sem a necessidade de interação humana com o provedor de cada serviço.
2.5.1.3. Independência de localização

Os recursos devem estar disponíveis através da rede e Internet, estando acessíveis por meio
de dispositivos computacionais padrões, promovendo sua utilização por plataformas
heterogéneas, como por exemplo, telemóveis celulares, laptops, PDAs, etc.

2.5.1.4. Elasticidade e escalabilidade


A elasticidade provavelmente é a característica mais inovadora da computação em nuvem.
É a capacidade de disponibilizar e remover recursos computacionais em tempo de execução,
independente da quantidade solicitada.
Dentro deste contexto, temos a definição de escalabilidade, que está relacionada com o
requisito de aumento da capacidade de trabalho através da adição proporcional de recursos.

2.5.1.5. Mediação dos serviços


Analogamente, os sistemas de gerenciamento da nuvem, controlam e aperfeiçoam o uso dos
recursos por meio de medições que consideram cada tipo de serviço provido.
Esta monitoração agrega transparência tanto para o provedor quando para o cliente, sendo
que normalmente são utilizados contratos referentes aos serviços (SLA – Service Level
Agreement) para especificar as características dos serviços, parâmetros de qualidade (Qos
– Quality of Services) e determinar os valores que são cobrados.
2.5.2. Software como Serviço
Corresponde a camada mais externa do modelo conceitual, ela é composta por aplicativos
que são executados no ambiente da nuvem. Podem ser aplicações completas ou conjuntos
de aplicações cujo o uso é regulado por modelos de negócios que permitem customização.
Os sistemas de software devem estar disponíveis na internet através de uma interface com
um navegador web, logo devem ser acessíveis de qualquer lugar a partir dos diversos
dispositivos dos utilizadores. Desta forma, novos recursos podem ser adicionados aos
sistemas de forma transparente aos utilizadores, tornando-se assim a manutenção e
evolução dos sistemas tarefas bem mais simples.
A aquisição de licenças para uso é dispensada para a utilização do SaaS, reduzindo-se então
os custos operacionais.
Exemplos de SaaS são o Google Docs, Facebook e Microsoft SharePiont.

2.6. Sistemas de Pagamento Móvel


No mundo virtual, os sistemas de pagamento electrónico (e-payment) procuram simular os
sistemas de pagamentos do “mundo real” ao criar novas formas de realizar as transacções
monetárias (BAUER, J., 2012).

Segundo Gao, J (2009), vários são os sistemas de pagamentos electrónico (inclusive o


móvel) que justamente com o desenvolvimento do comercio electrónico, introduzam
protocolos (SOCPT, VCC, SET, iKP, VCPT, CyberCoin, DigiCash, eCoin, entre outros) para
viabilizar os pagamentos eletrónicos. Assim sendo, e segundo SCHWARTZ, D. (2009), os
sistemas de pagamento e os protocolos têm de provar que são rigorosos em termos de
segurança para serem aceites.
Segundo Urbino, N.P (2012), o sucesso dos sistemas de pagamento depende da cooperação
de um conjunto de entidades interessadas (Stakeholders), incluindo consumidores,
comerciantes, instituições financeiras e fornecedores de infraestruturas.

O pagamento através de dispositivos móveis tem ganho cada vez mais audiência no que
tange à tecnologia atualmente. Tais facilidades junto dos consumidores é resultado da junção
de tecnologias já existentes como SMS, WAP, NFC, Wireless e outras, com os dispositivos
móveis (PDA, Tablets, Telemóveis) onde os telemóveis têm maior predominância, tudo para
que os consumidores possam efectuar as suas transacções comerciais de formas cada vez
mais facilitadas. (Benyó, B., 2009).

2.6.1. Processos
Como já referido, em qualquer tipo de pagamento móvel existe um intermediário
dependentemente do seu papel, que pode ser uma instituição bancária, ou operador móvel,
e entre outros. Não obstante às variedades existentes nos sistemas de pagamentos
efectuados de forma virtual (internet) ou mesmo física, mas com a recorrência a dispositivos
móveis, as principais operações preservam algumas características comuns (Schierz, P. G.,
2010).

Figura 4 – Funcionamento de Sistemas de Pagamentos Eletrónicos - Adaptado (Schierz, P. G., 2012)


Fonte: (http://www.scielo.cl/scielo.php?pid=S0718-27242012000400001&script=sci_arttext)
Isto deriva-se da necessidade do cliente no decorrer de uma transação (compra/pagamento)
precisar de conectar-se a uma entidade de verificação (operadora de telecomunicações
móvel, entidade bancária), directa ou indirectamente.

O processo de pagamento virtual inicia-se com o vendedor a estabelecer contacto com a


entidade de verificação a fim de validar os dados fornecidos pelo cliente. Para a maioria dos
casos, a conexão é estabelecida, o cliente é solicitado para autorizar o pagamento e por
questões de segurança, o cliente tem a opção de digitar a sua senha e garantir assim um
canal seguro para o tráfego dos dados, de modo a garantir que as informações sigilosas não
sejam intercetadas por terceiros. Terminada esta fase, o cliente e o vendedor recebem uma
confirmação do pagamento. O vendedor geralmente recebe os fundos na sua conta bancária.
Para o cliente, existe uma variedade de maneiras de promover a transferência de fundos.
Isto é, sua entidade de verificação pode debitar na conta bancária, cartão de crédito, conta
pré-paga ou agregam este pagamento junto a outros pagamentos numa conta a ser saldada
pelo cliente no final do mês (Schierz, P.G., 2012).

2.6.2. Partes Integrantes


Um sistema de pagamentos móveis num conjunto de protocolos cujos intervenientes podem
ser: utilizadores ou compradores, vendedores, operadoras de telecomunicações e
estabelecimentos bancários. Estas entidades podem ser individuais – como pessoas,
dispositivos, programas de computador – ou grupos de entidades (Molnar Neto, F., 2013).

Segundo Kaufman, R. J (2008), a diversidade de intervenientes para os pagamentos móveis


dificulta a criação de standards e reduz o sucesso das iniciativas na área, pois, sabe-se que
cada entidade aparece com perspetiva e objectivos distintos.

Clientes Particulares: Segundo Au, Y. A. (2008), no ponto de vista do cliente, para adoptar
um serviço como o de pagamentos móveis, alguma vantagem este deverá possuir em
relação aos métodos tradicionais e pagamentos (dinheiro, cartão de crédito ou cheques).
Nos dispositivos móveis, alguns aspectos como a usabilidade, a facilidade bem como a
percepção de segurança nas transacções desempenham papéis preponderantes no ponto
de vista do utilizador no diz respeito à adesão.

Vendedores: Outros actores que desempenham papéis fundamentais neste novo


paradigma de pagamento são os vendedores. Estes por sua vez, têm a responsabilidade de
garantir que os serviços prestados estejam em linha com a evolução tecnológica, com o
intuito de proporcionar variedades no que concerne a escolhas por parte dos clientes. De
salientar que os vendedores, assim como os clientes, também se preocupam com o custo e
a segurança, a rapidez das transacções e a facilidade de integração com os sistemas de
pagamento existentes (Ferreira, R., 2013).

Bancos: As entidades bancárias têm os pagamentos móveis como uma oportunidade para
oferecer um novo serviço, e acima do tudo, a possibilidade de atrair potenciais clientes e com
isto, maximizar o lucro (Azevedo, R., 2013).

Para os bancos em particular, é preferível que os seus clientes optem pelos pagamentos
móveis ao invés dos tradicionais métodos de pagamento (troca de moeda por bens ou
serviços entre consumidores), pois, nestas transacções o banco não obtém lucro algum.

Operadoras de Telecomunicações: As operadoras de telecomunicações são as


responsáveis por aproximarem eletronicamente territórios que outrora pareciam
inacessíveis. Tais operadoras servem-se também dos dispositivos móveis para a
proliferação dos seus serviços, visto que os telemóveis, particularmente, invadiram o
mercado das telecomunicações tornando-se acessíveis até para as camadas mais
desfavorecidas da sociedade (Ferreira, R., 2013).

Fabricantes de Dispositivos Móveis: Os fabricantes participam nesta acirrada disputa


através do desenvolvimento e inclusão de novas tecnologias dos próprios dispositivos,
tornando-os cada vez menos dependentes dos Chips (cartão SIM), referentes às operadoras
de telecomunicações. Assim sendo, a sua contribuição aos sistemas de pagamentos móveis
consiste na atenção e prontidão para mudanças no seu Hardware de forma a não se
tornarem ultrapassados tecnologicamente (Azevedo, R., 2013).

Entidades Governamentais ou Reguladoras: Todas as boas praticas, standards, regras


de ergonomia e usabilidade, devem estar bem patentes e documentadas para que haja
realmente interoperabilidade nos sistemas nos sistemas de pagamento. Isto significa que é
imperioso existirem entidades que desenvolvam legislações para que tudo se realize no mais
alto padrão de qualidade (Ferreira, R., 2013).

2.7. Tecnologias para Pagamento Remoto


2.7.1. USSD
USSD é um mecanismo de transmissão de informação através de uma rede GSM. É uma
tecnologia similar ao SMS, entretanto oferece apenas um serviço de armazenamento e envio.
USSD oferece uma conexão em tempo real durante uma sessão. A conexão rádio continua
aberta até que o utilizador ou a aplicação a desconecte, o que é interessante para aplicações
de tempo real. Esta tecnologia tem sido usada principalmente em serviços financeiros,
compras e pagamentos (Mobile Payment Forum, 2012).

Segundo Fisher, M. (2013), o USSD é um serviço suportado em GSM semelhante ao SMS,


com a diferença de ser orientado a sessão, o que pode originar melhores tempos de
respostas em comunicações bidirecionais. Este protocolo não apresenta melhorias
significativas em relação às desvantagens referidas do SMS.

Na prática USSD e SMS complementam-se, uma vez que apresentam características


ligeiramente diferentes. A primeira diferença entre SMS e USSD é que o short message
apresenta limitação de 160 caracteres, o USSD pode ter 180 caracteres alfanuméricos.
Quando essa mensagem chega ao telemóvel, os dois tipos de modalidades soam um alerta,
tendo como diferença o modo de exibição desta, no SMS o utilizador procura a mensagem
no menu, enquanto no USSD a mensagem aparece automaticamente, sendo que essa
mensagem não poderá ser salva no telemóvel, diferentemente do SMS (Qawami, B., Talaich,
B. Z., & Farrell, M.J., 2013).

As operações de envio de mensagens através do USSD se demorarem mais do que alguns


segundos (aproximadamente 10s) significa que haverá falha no envio devido a algum
problema durante os canais de comunicação por onde passam as mensagens. Já no SMS,
o assinante tem a chance de receber a mensagem enquanto for válida na base de dados. O
USSD não pode enviar mensagens mobile-to-mobile, como o SMS, ou seja, um assinante
não pode enviar outro texto usando USSD para outro telemóvel, a comunicação pretendida
via USSD é sempre entre o telefone do assinante e uma aplicação que processará a
requisição e então devolverá a informação solicitada (Wong, S.P., Anderson, J. J., & Main,
J., 2013).

Considerado ausência de problemas no procedimento de envio, o tempo médio de entrega


da mensagem é menor via USSD. Sendo assim, a implementação comercial do USSD foi
definida em duas fases, na primeira fase, a comunicação só poderia ser originada a partir do
telefone do assinante, enquanto na segunda fase (implementações atuais), a comunicação
pode ser estabelecida pela aplicação (Fisher, M., 2013).

2.8. Lei das Transações Electrónicas em Moçambique

Capítulo IV

Mensagem de Dados e Comunicações Eletrónicas

Artigo 20

A mensagem de dados ou informação no formato electrónico tem o mesmo efeito jurídico


que o da mensagem de dados ou informação no formato físico, desde que este satisfaça os
requisitos e formalidades legais estabelecidos para documentos em formato físico.
Capítulo V

Comércio Electrónico

Artigo 37

1. Sempre que uma pessoa singular, em seu nome ou em representação de outrem,


cometer um erro de introdução numa comunicação eletrónica trocada através de um
sistema de mensagem automatizado de outra parte, o sistema de mensagem
automatizado não oferecer a pessoa de corrigir o erro, tem o direito de retirar a parte da
comunicação electrónica na qual o erro de introdução foi cometido, se a pessoa singular
ou o seu representado:
a. Notificar a parte contrária do erro dentro de 24 horas, após ter tomado
conhecimento do mesmo, indicando que cometeu um erro na comunicação
electrónica;
b. Não tiver utilizado ou recebido qualquer benefício ou valor material dos bens e
serviços, eventualmente recebidos e ou prestados pela parte contrária.

Capítulo VII

Governo Electrónico

Artigo 48

1. Os processos de atendimento e provisão de serviços, de forma electrónica, incluindo


através da Internet, na Administração pública têm a mesma validade que os processos
de atendimento e de provisão de serviços tramitados manualmente, em conformidade
com a presente Lei.
2. Os órgão e agentes da Administração pública podem praticar actos administrativos com
base em processos constituídos através da aplicação das tecnologias de informação e
comunicação tendo em conta que:
a. Os utentes da Administração Pública, podem escolher obter serviço ou informação
usando documentos físicos ou meios electrónicos, sempre que as duas coisas
coexistirem;
b. A Administração Pública deve partilhar e reutilizar os dados básicos do cidadão,
das empresas e sobre a terra, recorrendo às fontes primarias de recolha e
salvaguarda de dados.
3. Para assuntos de Administração Pública, é obrigatória a troca de mensagens através de
endereços electrónicos com a terminação “gov.mz” em todas entidades do Estado,
incluindo dirigentes, a todos os níveis e funcionários e agentes do Estado.
O conselho de Ministros regula a implementação da obrigatoriedade do uso do endereço
electrónico com a terminação “gov.mz” na troca de mensagens entre entidades do Estado.
3. Capítulo III – Caso de Estudo
3.1. Grupos de Interesse
Os principais grupos de interessados do projecto em discussão são listados abaixo:

▪ Conselho Municipal da Cidade de Maputo;


▪ Associação dos Operadores e Trabalhadores do Sector Informal
▪ Operadoras de Telecomunicações;
▪ Serviços Financeiros de Moeda Electrónica;
▪ Bancos;
▪ Operadores do Sector Informal.

3.2. Principais Actores Municipais


No Município de Maputo existem actores que estão envolvidos na governação de
Mercados tais como:

Conselho Municipal: O Município de Maputo está administradamente dividido em sete


distritos Municipais, que se encontram, por sua vez divididos em bairros (62) quarteirões. O
Conselho Municipal é constituído por um presidente eleito pelos cidadãos eleitores
residentes na Cidade de Maputo, por sufrágio universal, igual, directo e secreto para um
mandato de 5 anos.

Assembleia Municipal: É o órgão colegial do Município de Maputo que interage com as


instituições municipais são as comissões dos mercados do município. Cada mercado possui
uma comissão que representa os interesses dos vendedores. O interlocutor regular e com
qual a comissão articula, ao nível do Conselho Municipal, à Direcção Municipal de Mercados
e Feiras, quer seja através das suas visitas de monitoria regular aos mercados quer seja
através do Fiscal-Chefe do Mercado que é quem tem a responsabilidade de auscultar e
recolher as preocupações apresentadas pela comissão e encaminha-las a Direcção.
3.3. A Problemática das Taxas entre a Eficiência e Ilegalidade
A dificuldade de gestão de taxas de mercado é característica de actividades informais e muito
comum em países em desenvolvimento, onde pessoas de renda baixa procuram sustento
transacionando multiplicidade de produtos a micro retalho, usando unidades de medidas não
convencionais (por exemplo: Hortícolas medidas em montinhos e não em quilogramas, óleo
alimentar vendido em sacos plásticos minúsculos e não em recipientes apropriados da
fábrica). Esta realidade dificulta a definição de medida correcta e justa da taxa que deve ser
cobrada.

Como que, para entender a necessidade de definir uma taxa justa para a multiplicidade de
produtos vendidos, as experiências municipais (dentro e fora de Moçambique) demostram
que os governos adoptam multiplicidades de taxas, as vezes diferenciando cores. Ver foto
abaixo.

Fonte: Mercado Grossista do Zimpeto

3.4. Roteiro da Cobrança de Taxas de Mercado


De forma resumida, apresentam-se as etapas do processo de cobrança de taxas de
mercado:

a. O Município lança concurso para a contratação de empresa fabricante das


senhas, este trabalho é da responsabilidade da Vereação de Finanças;
b. É apurada a empresa responsável pela produção de senhas, inicia o trabalho em
colaboração com o Pelouro das Finanças;
c. As senhas produzidas e enumeradas são entregues à Direcção Municipal de
Mercados e Feiras;
d. A Administração de cada um dos Mercados requisita as senhas na Direcção
Municipal de Mercados e Feiras;
e. As senhas requisitadas são armazenadas na secretaria de cada um dos
mercados, mediante solicitação os cobradores do mercado levantam uma
determinada quantidade de senhas para vender aos comerciantes;
f. O valor colectado ao longo do dia é depositado numa conta bancária do
Município de Maputo;
g. O comprativo de depósito é levado para a Direcção Municipal de Mercados e
Feiras para a conferência das senhas vendidas e o valor depositado, tendo como
base a numeração constante nos livros de senhas;
h. Ao fim de cada mês, a Direcção Municipal de Mercados e Feiras solicita extrato
da conta ao banco para confrontar se confere com as cópias de talões de
depósitos apresentados diariamente.

3.5. Identificação dos Constrangimentos do Modelo Actual de Gestão

1. A existência de vendedores dentro dos mercados que não são efectivamente conhecidos
pelo Município ou que não constam no cadastro;
2. Multiplicidade de produtos, usando unidades de medidas incomuns dificulta a definição
de uma medida correcta e justa da taxa que deve ser cobrada;
3. Ausência de rigor no preenchimento das senhas, retirando toda a utilidade e segurança
necessárias para efeitos de controlo;
4. A diferenciação de coloração das senhas facilita a sua falsificação;
5. Os custos de produção de senhas diferenciadas de coloração são elevadíssimos;
6. Os vendedores dos mercados argumentam, que a senha não tem importância recebendo
ou não a senha, o essencial é pagar o valor ao cobrador;
7. Na falta de fiscais, os cobradores desempenham também funções de fiscais de si
próprios.
3.6. Análise das diferentes tecnologias e plataformas possíveis
Tecnologia O que é? Vantagens Impacto
USSD Protocolo de ▪ Mecanismo flexível, de ▪ Pouco investimento
comunicação para baixo custo; necessário
troca de mensagens ▪ Oferece aplicações ▪ Integração com serviços
dispositivo versus baseadas em menu para terceirizados são facilmente
aplicações interativas facilitar a interação com integrados a um gateway
na rede. usuários; USSD.
▪ Independente do telefone ▪ Transformação da “Nuvem
ou SIM. Funciona em de telecomunicações” em
praticamente todos os “Nuvem de serviços”.
telefones GSM.

QR CODE É um código de barras ▪ Pode armazenar ▪ Pouco investimento


bidimensional (também diferentes tipos de necessário
chamado de código informações; ▪ Simples de implementar
2D), que permite a ▪ Codificação rápida e ▪ Existem aplicações gratuitas
codificação de segura; na internet para sua
números e letras com ▪ Permite utilizar codificação
uma capacidade criptografia para proteger
máxima de mais de a informação;
4.200 caracteres ▪ Marketing barato e eficaz.
alfanuméricos.
Web Application Sistema de informática ▪ Facilidade de acessos em ▪ Investimento relativamente
projetados para qualquer local; médio a outras tecnologias.
utilização através de ▪ Custo de manutenção ▪ Integração de serviços
um navegador, através mais acessível; terceirizados (Cloud).
da internet pode ser ▪ Maior disponibilidade da
executado a partir de informação Backups e
um servidor HTTP ou Segurança.
localmente no
dispositivo do usuário.
NFC NFC é uma tecnologia ▪ Simplicidade ▪ Investimento relativamente
de comunicação de ▪ Transações são iniciadas alto a outras tecnologias;
curto alcance, de alta automaticamente depois ▪ Integração de serviços
frequência, baixa de emitir uma relação de interbancários;
largura de banda e proximidade com o leitor;
sem fio baseada na ▪ Permite trocar vários tipos
tecnologia Radio de informações;
Frequency
Identification (RFID).
NFC é padronizado
internacionalmente e
definido na ISO/IEC
18092 e ECMA-340.
Esta tecnologia
permite-nos transferir
dados a uma distância
de poucos centímetros
entre os dispositivos
(Móvel e o
Leitor/Receptor de
sinal).

Tabela 10 Análise das diferentes tecnologias e plataformas possíveis


Capítulo IV – Solução Proposta
4.1. Âmbito do sistema
Pretende-se desenvolver um sistema de software baseado em tecnologia Web, auxiliado
com outras TIC’s, que visa auxiliar a Administração dos Mercados, Feiras e Comércio
Ambulante em Lugar Fixo, no exercício das suas funções de governação das quais se
destacam:

▪ Manter actualizado os registos dos ocupantes de cada um dos espaços;


▪ Verificar se todos os comerciantes pagaram as taxas e possuem os
comprovativos;
▪ Conferir se o valor pago é correspondente ao valor devido pela ocupação do
espaço;
▪ Definir áreas de ocupação de espaços para fins de especialização;
▪ Fazer a conciliação de pagamentos;
▪ Elaborar e emitir relatórios etc.

O Sistema de Software em discussão, será executado no ambiente da nuvem, e deverá estar


disponível na Internet através de uma interface com um navegador web, logo deverá ser
acessível de qualquer lugar a partir dos diversos dispositivos dos utilizadores. Desta forma,
novos recursos poderão ser adicionados ao sistema de forma transparente aos utilizadores,
tornando-se assim a manutenção e evolução do sistema, tarefa bem mais simples.

A aquisição de licenças para uso será dispensada para a utilização do sistema, através de
contractos referentes aos serviços SLA, onde serão definidos níveis de disponibilidade,
funcionalidade, desempenho e outros atributos relativos ao serviço, incluindo penalidades
para o caso de violação das regras por qualquer uma das partes.
4.1.1. Modelos de implantação
Devido as diversas abordagens de computação em nuvem existem variados modelos de
implantação disponíveis na literatura, porém os mais significativos na literatura são descritos
a seguir.

4.1.2. Nuvem privada


Neste modelo a infraestrutura da nuvem é proprietária ou alugada por uma única organização
sendo exclusivamente operada pela mesma. Pode ser local ou remota e são empregadas
políticas de acesso aos serviços. Na figura 5 pode ser observado o modelo de nuvem privada.

Figura 5 – Nuvem Privada

4.1.3. Nuvem pública


Em nuvem pública, a infraestrutura pertence a uma organização que vende serviços para o
público em geral e pode ser acessada por qualquer utilizador que conheça a localização do
serviço, não sendo admitidas técnicas de restrição de acesso ou autenticação.
Figura 6 – Nuvem Pública

As nuvens públicas tentam fornecer aos clientes elementos de TI livres de complexidades,


onde o provedor da nuvem assume as responsabilidades de instalação, gerenciamento,
disponibilização e manutenção.

Normalmente os serviços são oferecidos com configurações especificas que tentam


acomodar os casos de uso mais comuns, por isto, nuvens públicas não apresentam a
solução mais adequada para processos que exigem segurança elevada e restrições
regulamentares.

Para modelar a solução proposta foi necessário utilizar diversas ferramentas e tecnológicas
e adoptar diversos padrões como ilustra a tabela abaixo.
4.2. Ferramentas usadas para a construção do modelo

Ferramenta Finalidade
Astah Community Aplicação desktop usada para criação de diagramas
em notação UML.
Heflo BPM Usada para criação de processos de negócio,
automação de tarefas, fluxos de trabalho e outros
recursos.
UXPin Ferramenta de Design e documentação utilizada por
Designers UI e UX, para criar wireframes, protótipos
interativos e especificações funcionais para
aplicações web e mobile.
Asp.Net MVC É um framework para desenvolvimento de aplicações
web que segue os princípios do padrão Model-View-
Controller, adequado para projectos m que se
pretende separa, muito claramente, a camada das
regras de negócio da camada de apresentação.
MS Visual Studio 2017 Ambiente Integrado de Desenvolvimento de
aplicações.

Tabela 4 Ferramentas, Tecnologias e Padrões usados

4.3. Metodologia para o desenvolvimento do protótipo


Um protótipo é um modelo funcional construído a partir especificações preliminares de um
sistema. O objectivo é simular o funcionamento de um sistema apresentado as suas
funcionalidades ainda que de forma incompleta. A partir de um protótipo ou futuros
utilizadores do software poderão interagir, avaliar e fornecer um feedback aos
desenvolvedores do sistema a fim de se efectuar melhorias no mesmo.

Existem diversos processos de desenvolvimento de software, mas todos envolvem a


especificação, o projecto, a implantação, a validação e a evolução do sistema (Sommervile,
2011). Para representar um processo de forma abstrata e numa perspetiva particular utiliza-
se um modelo de processo. Os modelos de processos podem ser essencialmente de três
tipos: modelo cascata, desenvolvimento iterativo incremental ou revolucionário e modelo
orientado a reúso (Sommervile, 2011).

Para o desenvolvimento do protótipo funcional do Bazaraonline foi seguido um modelo


iterativo incremental. Este modelo permite que os requisitos não identificados inicialmente
possam ser identificados nos incrementos, e os feedbacks anteriores possam ser utilizados
em incrementos posteriores.

4.4. Requisitos do sistema


Requisitos de um sistema são as descrições acerca do que o sistema deverá fazer, tanto a
nível de serviços que ele fornece como a nível das suas restrições operacionais (Sommervile,
2011). Existe um processo denominado Engenharia de Requisitos que tem principal objectivo
descobrir, analisar, documentar e verificar estes serviços e restrições. É importante seguir
este processo com bastante atenção dado que os requisitos reflectem as necessidades dos
clientes de determinado sistema que estes clientes adquirem para resolver determinado
problema. Por outro lado, atendendo que a fase de coleta de requisitos é critica no processo
de engenharia de requisitos, a descrição destes requisitos deve ser feita com a menor
ambiguidade possível, deixando o requisito claro com a possibilidade de ser verificado. Uma
das formas de garantir este propósito é utilizar a técnica SMART apresentado por Mannion,
et al. (1995) que ajuda na construção e avaliação de requisitos.

4.4.1. Requisitos SMART


A palavra SMART é um acrónimo que surge das iniciais das palavras Specifc, Measurable,
Attainedble, Realisable e Traceble, que significam, respectivamente, Específico, Mensurável,
Alcançável, Realizável e Rastreável (Mannion, et al., 1995). O objectivo de requisitos SMART
especifica o que realmente se precisa. Significa apenas que o documento pode ser verificado
e cada requisito pode ser conferido como correcto em termos de expressão, mas não do
conteúdo. Geralmente, se um requisito falha em critério do SMART é porque ele falhou em
outro critério. Por exemplo, um requisito não pode ser mensurável se não for específico.
Para estabelecer a prioridade dos requisitos foram adotadas as denominações Alta, Média e
Baixa. O significado de cada uma destas denominações é indicado na Tabela 5.

Prioridade Descrição

Alta O requisito com este nível de prioridade tem que ser implementado obrigatoriamente, sem
este requisito o sistema não entra em funcionamento de maneira satisfatória. Este
requisito deve ser implementado primeiramente relativamente a um outro com prioridade
média ou baixa.

Média Se um requisito tem neste nível de prioridade significa que sem ele o sistema entra em
funcionamento, mas de forma não satisfatória os requisitos com prioridade média devem
ser implementados, porém se não forem, o sistema pode ser implantado e utilizado mesmo
assim.

Baixa Este nível de prioridade indica que o requisito não compromete as funcionalidades básicas
do sistema, isto é, sem ele o sistema pode funcionar de forma satisfatória. Requisitos com
esta prioridade podem ser deixados para versões posteriores.

Tabela 5 Prioridades de requisitos

4.4.2. Prioridade dos requisitos


Sommervile (2011) define Requisitos Funcionais como sendo uma declaração de serviços
que o sistema deve fornecer, como o sistema deve se comportar em determinadas situações
e como o mesmo deve reagir a entradas especificas. É de ressalta que, em alguns casos, os
requisitos funcionais podem declarar de forma explicita o que o sistema não deve fazer. A
seguir são apresentados os requisitos funcionais do Bazaraonline (Sistema de software de
Gestão de Operadores do Comércio Informal e Controle de Pagamento de Taxas de Mercado
e Comércio Ambulante em Lugar Fixo).
4.4.3. Requisitos funcionais
4.4.3.1. Requisitos funcionais relacionados ao Conselho Municipal
Tabela 6 Requisitos Funcionais relacionados ao CMCM
Identificador Descrição Prioridade Dependência
RF 1.001 – Login Permitir que o utilizador tenha acesso às Alta
informações e as funcionalidades do sistema de
acordo com o perfil pré-determinado.
RF 1.002 – Gerir O sistema deve permitir registar, listar, alterar e Média RF 1.001
Organizações excluir os seguintes dados de um determinado
Mercado, Feira ou Departamento (nome, website,
email, categoria, contactos, localização
geográfica), bem como os sectores de actividade
e espaços internos. (no caso específico de
Mercados e Feiras), unidades administrativas e
espaços externos (no caso específico do
Departamento).
RF 1.003 – Gerir O sistema deve permitir registar, listar, alterar e Média RF 1.001, RF 1.002
Colaboradores excluir os seguintes dados de um determinado
colaborador (nome, papel e organização a qual
está vinculado) conta de utilizador, bloquear ou
desbloquear.
RF 1.004 – Gerir O sistema deve permitir registar, listar, alterar e Média RF 1.001
Contas Bancárias excluir os seguintes dados de uma determinada
conta bancária (nome, número, balcão,
beneficiário, e saldo corrente).
RF 1.005 – Gerir O sistema deve permitir registar, listar, alterar e Média RF 1.004
Contas Móveis excluir os seguintes dados de uma determinada
conta móvel (nome, número de celular, conta
bancária vinculada, e operadora móvel).
RF 1.006 – Gerir O sistema deve permitir registar, listar, alterar e Média RF 1.002
Modelos de Locais excluir os modelos de locais de venda
de Venda padronizados e taxas a vigorar em cada uma das
organizações.
RF 1.007 – Editar Permite aos utilizadores editar suas credencias. Média RF 1.001
Credenciais
RF 1.008 - Logout Permite que o utilizador saia do sistema. Baixa RF 1.001
4.4.3.2. Requisitos funcionais relacionados com Direcção Municipal de
Mercados e Feiras

Identificador Descrição Prioridade Dependência


RF 1.009 – Permitir que o utilizador tenha Alta
Login acesso às informações e as
funcionalidades do sistema
de acordo com o perfil pré-
determinado.
RF 1.010 – O sistema deve permitir Alta RF 1.002
Gerir Taxas registar, listar, alterar e excluir
as taxas a vigorar em uma
determinada organização.
RF 1.011 – O sistema deve permitir Média RF 1.004
Visualizar acompanhar todos os
Extratos lançamentos das contas
bancárias ativas em cada
uma das organizações.
RF 1.012 - Permite que o utilizador saia Baixa RF 1.001
Logout do sistema.

Tabela 7 Requisitos Funcionais relacionados ao DMMF

4.4.3.3. Requisitos funcionais relacionados com a Administração da


Organização
Identificador Descrição Prioridade Dependência
RF 1.013 – Permitir que o utilizador Alta
Login tenha acesso às informações
e as funcionalidades do
sistema de acordo com o
perfil pré-determinado.
RF 1.014 – O sistema deve permitir Alta RF 1.002, RF
Gerir registar, listar, alterar e 1.004
Sectores de excluir dados sobre um
Actividades determinado sector de
actividade (nome,
organização a qual
vinculada, e capacidade).
RF 1.015 – O sistema deve permitir Média RF 1.004
Gerir registar, listar, alterar e
operadores excluir dados sobre um
de comercio determinado comerciante
(nome, organização a qual
está vinculado, local de
venda, sector de actividade,
conta móvel, matrícula e
facturas).
RF 1.016 – O sistema deve permitir Média RF 1.004, RF
Gerir registar, listar, alterar e 1.015
Facturas excluir dados sobre uma
determinada factura do
comerciante (plano de
pagamento, valor, calendário
de pagamentos, e total a
pagar).
RF 1.017 – O sistema deve permitir Média RF 1.017
Gerir registar, listar, alterar e
Pagamentos excluir dados sobre um
determinado pagamento do
comerciante (data, hora,
valor pago, visualizar dívida
ou multa em caso do
mesmo).
RF 1.018 - Permite que o utilizador saia Baixa RF 1.001
Logout do sistema.

Tabela 8 Requisitos Funcionais relacionados à Administração da Organização

4.4.3.4. Requisitos funcionais relacionados com o sistema


Identificador Descrição Prioridade Dependência
RF 1.019 – Permitir que o utilizador Alta
Login tenha acesso às informações
e as funcionalidades do
sistema de acordo com o
perfil pré-determinado.
RF 1.020 – O sistema deve permitir Alta RF 1.019
Acompanhar visualizar total faturado
nível de versus o efetivamente
execução de arrecadado, mostrar ganhos
cobranças e perdas de cada uma das
organizações (resumos).
RF 1.021 - Permite que o utilizador saia Baixa RF 1.019
Logout do sistema.

Tabela 9 Requisitos Funcionais relacionados ao sistema

4.4.4. Requisitos não funcionais


Estão relacionados com as características qualitativas do sistema, descrevem como é o
sistema deverá fornecer os requisitos funcionais (Nunes et al, 2001). Estes requisitos não
dizem directamente as funções especificas do sistema.

Os requisitos não funcionais dividem-se em requisitos de usabilidade, segurança,


performance e hardware ou software.
4.4.4.1. Usabilidade
RNF01 – Disponibilizar manual de utilizador online.
RNF02 – Possuir uma plataforma de suporte ao utilizador.
RNF03 – Facilidade de aprender, esforço mínimo exigido para alcançar um determinado nível
de desempenho no uso do sistema.
4.4.4.2. Segurança
RNF05 – Realizar (Cópias) Backups por milésimos de segundo.
RNF06 – Encriptar as senhas dos utilizadores na base de dados.
RNF07 – Admitir autenticação multifactor.
4.4.4.3. Desempenho
RNF07 – Emitir relatórios em menos de um segundo.
RNF08 – Troughput a quantidade de dados que deveria ser processada num determinado
período de tempo, transações por segundo.
4.4.4.4. Desenho
4.4.4.4.1. Diagramas de casos de uso
Para representar as funcionalidades básicas de um sistema utilizam-se os Casos de Uso
(geralmente designados em inglês UC – Use Case) que são descrições das funções de um
sistema sob ponto de vista do utilizador. Para identificar as fronteiras de um sistema e
visualizar graficamente as suas funções. Utilizam-se Diagramas de Casos de Uso.

▪ Caso de Uso – Especifica o comportamento do actor com o sistema ou com parte


do sistema. Este é também usado como técnica de representação de requisitos
de um sistema.
▪ Actor – De acordo com Nunes e O’Neill (2003), o actor representa uma entidade
externa que interage com o sistema.
Os elementos principais de um Diagrama de Casos de Uso e actores identificados no
contexto deste projecto estão descritos na Tabela abaixo.
Actor Descrição
Administrador do Sistema Utilizador com acesso irrestrito ao sistema.
Conselho Municipal de Maputo Utilizadores com restrições definidas pelo
Administrador.
Direcção Municipal de Mercados e Utilizadores com restrições definidas pelo
Feiras Administrador.
Gestor Utilizador com restrições definidas pelo
Administrador.
Fiscal Utilizador com restrições definidas pelo
Administrador.
Inspetor Utilizador com restrições definidas pelo
Administrador.
Cobrador Utilizador com restrições definidas pelo
Administrador.
Operador Utilizador com restrições definidas pelo
Administrador.

Tabela 9 Actores do Sistema

4.4.4.4.1.1. Caso de uso administrador do sistema (Em anexo)


4.4.4.4.1.2. Caso de uso CMCM (Em anexo)
4.4.4.4.1.3. Caso de uso DMMF (Em anexo)
4.4.4.4.1.4. Caso de uso Administração da Organização (Em anexo)
4.4.4.4.1.5. Caso de uso Operador de Comércio (Em anexo)

4.4.4.5. Diagrama de Classes


Um diagrama de classes ilustra um conjunto de classes, interfaces, colaborações e
respetivas relações, em geral de dependência, generalização e de associação. Os diagramas
de classes são usados para modelar a estrutura de um sistema (Da Silva & Videira, 2001).

4.4.4.5.1. Diagrama de classes do sistema (Em anexo)


4.4.4.6. Diagrama de actividades (Em anexo)
Um diagrama de actividades é um caso particular de um diagrama de estados, no qual todos
ou a maioria dos estados são “estados de actividades” e todas ou a maioria das transições
são desencadeadas pela conclusão das actividades dos estados anteriores (Da Silva &
Videira, 2001).

4.4.4.6.1. Diagrama de actividades registar operador de comércio (Em anexo)


4.4.4.6.2. Diagrama de actividades registar pagamento (Em anexo)
4.4.4.6.3. Diagrama de actividades registar venda (Em anexo)
4.4.4.7. Diagrama de sequência (Em anexo)
Um diagrama de sequência ilustra uma interação segundo uma visão temporal diagrama de
sequência é representado através de suas dimensões, a dimensão horizontal, que
representa o conjunto de objectos intervenientes e a dimensão vertical que representa o
tempo (Da Silva & Videira, 2001).

4.4.4.7.1. Diagrama de sequência de eventos registar operador de comércio (Em


anexo)
4.4.4.7.2. Diagrama de sequência de eventos registar pagamento (Em anexo)
4.4.4.7.3. Diagrama de actividades registar venda (Em anexo)
5. Capítulo V – Análise e Discussão dos Resultados
5.1. Resultados da coleta de dados
Como forma de realizar uma das partes práticas do projecto, foi realizado um inquérito
dividido em dois módulos, com recurso a ferramenta Google Forms desenvolvida pela
Google, com o objectivo de aferir uma ideia clara, na opinião geral dos principais
intervenientes que são designadamente os vendedores e o compradores, sobre as principais
razões no seu entender que sustentam a sobrevivência do comércio informal, assim como
colher alguns elementos chaves, por forma a validar a solução proposta pelo candidato.

O questionário concebido (em anexo) para o efeito continha hipóteses de resposta, para
permitir que as respostas às questões colocadas não fugissem muito daquilo que é o
objectivo de pesquisa. Era permitido que se respondesse para a mesma questão mais de
uma hipótese ou resposta.

5.2. População pesquisada

A pesquisa foi realizada na Cidade de Maputo, Capital da República de Moçambique, onde


predominam as várias actividades económicas do País, tendo como população alvo os
principais intervenientes no sector informal, que são os vendedores e compradores do
mercado de diversos produtos, Mercado do Estrela Vermelha, Grossista do Zimpeto, e
ao longo da Avenida da Marginal, Costa do Sol.

5.3. Limitações da pesquisa


Uma das limitações teve haver com o afastamento dos inquiridos principalmente dos
vendedores informais que não facilitavam a sua contribuição, mostrando-se reservados
quanto ao objectivo e intenção do inquérito, pelo que houve uma necessidade de uma
conversa prévia com os inquiridos por forma a esclarecer o objectivo e propósito do inquérito,
que era meramente académico e não político como muitos inquiridos deduziram no seu
entender.
5.4. Resultados da pesquisa
Os resultados (em anexo) serão apresentados em forma de figuras (gráficos) e quadros que
ilustram a realidade dos resultados da pesquisa, esta apresentação será acompanhada de
breves explicações resumidas dos mesmos em forma corrida.

O inquérito tinha como objectivo analisar as razões da sobrevivência ou a continuidade do


comércio informal, hipóteses de uso de serviços de dinheiro electrónico móvel para efectuar
o pagamento de impostos, e de melhoria de prestação de serviços prestados pelo Município
da Cidade de Maputo.
6. Capítulo VI – Conclusões e recomendações
6.1. Conclusões
Conforme estabelecido no início, o objectivo do presente trabalho é desenvolver o módulo
actualização do cadastro do operador de comércio do SI Bazaraonline, a partir dos resultados
encontrados através da observação, coleta de dados e pelas pesquisas bibliográficas foi
possível desenvolver o protótipo funcional do sistema.

Pelo que foi exposto na revisão de literatura, foi possível ter a compreensão de diversos
conceitos relacionados com o sector informal em Moçambique, como uma realidade
complexa e generalizada, o comércio informal ganha cada vez mais contornos maiores, e a
sua saída ou proibição não será a solução, haverá que se encontrar formas de conciliar a
sua coexistência com a forma comercial formal, o actual processo de cobrança de taxas no
Município de Maputo, revelam em geral, a fraca capacidade de geração de recitas próprias
e suficientes de cobrir as despesas de funcionamento, e baixa capacidade de exploração do
potencial existente nas autarquias.

No caso do Município de Maputo, não parece ter sido ainda possível encontrar o melhor
modelo de gestão destas infraestruturas de prestação de serviços, não existe segregação de
funções de cobrador e de fiscal, os sistemas de controlo da receita são muito frágeis, as
constatações do trabalho sugerem uma problemática de governação destes
empreendimentos que vai para além da não actualização do cadastro dos operadores de
comércio e das actividades praticadas, o uso de senhas duvidosas para a cobrança de
receitas, a falta de rigor na venda das senhas pelos cobradores de receitas e sobretudo falta
de fiscalização da actividade dos cobradores, demostram que o modelo de gestão actual não
cobre as despesas de funcionamento deste processo, o esforço de arrecadação apresenta
variações.

A integração do SI Bazaraonline traria vários benefícios no âmbito estratégico de governação


do Município de Maputo na área de Mercados Feiras e comércio Ambulante em Lugar Fixo,
contribuindo assim por uma Boa Governação, maior transparência e qualidade na prestação
de serviços aos munícipes da Cidade de Maputo, a solução tecnológica em discussão vem
atender a necessidade de uma base de dados centralizada e unificada, para a reforma do
sector informal e planeamento urbano, que servirá de base para a construção de um governo
electrónico, podendo gerar assim um impacto social e económico positivo para Moçambique.
6.2. Recomendações
Em muitas cidades (dentro e fora e Moçambique), os trabalhadores do sector informal
constituem 50-80% da força de trabalho urbana, e a sua inclusão económica é essencial
para uma justiça social.

A inclusão social precisa de uma abordagem baseada em direitos, deveres e parceria entre
os trabalhadores e os governos locais, deve-se repensar radicalmente nos paradigmas de
planeamento urbano, e a solução deve ser contextualizada em parceria entre os governos
municipais dos actores em causa (operadores do sector informal).

6.3. Continuidade de desenvolvimento do bazaraonline


Diversas funcionalidades devem ser implementadas no que concerne aos gráficos para
visualização de nível de execução das cobranças que são feitas, autenticação e autorização,
exportação dos dados contidos nas tabelas para vários formatos indispensáveis para a sua
salvaguarda, replicação em formato físico, entre outras funcionalidades que poderão ser
identificadas em cada incremento do produto em discussão.

6.4. Backup
A perda de dados ou informação numa organização pode causar danos irreparáveis e até
afectar a própria estrutura da organização. Neste âmbito recomenda-se implementar
políticas de backup a fim de garantir a recuperação de dados ou informação em caso de uma
falha no sistema (tanto hardware ou software), corrupção de algum arquivo de configuração
ou de utilizadores entre diversas outras situações que se podem citar.

6.5. Segurança na internet


Os Ataques DDoS e outros podem fazer com que uma organização fique offline, pois os
administradores de sistemas estarão ocupados na tentativa de impedir o ataque e podem
ficar distraídos demasiado para perceber actividades suspeitas em suas redes, é
recomendável o uso seguro da Internet, atualizações dos SO’s, antivírus, firewall e demais
ferramentas que garantam o bom funcionamento da rede de onde os sistemas são acedidos.
7. Bibliografia
7.1. Referências bibliográficas

1. Allen, R., Lo, N., Brown, S., Zend Framework in Action, Manning, 2009
2. Anderson, C., Pro Business Applications with Silverlight 5, Apress, 2012
3. Abrahamsson, H., & Nilsson, A. (1994). Moçambique em Transição. Goteburgo:
PADRIGU.
4. Abrahamsson, H., & Nilsson, A. (1994). Ordem mundial futura e governação
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5. Amadeu, K. (14 de Agosto de 2018). What Are Emerging Markets? 5 Defining
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6. Amstrong B. (22 de Agosto de 2018). How Digital Currency Will Change The
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https://www.thebalance.com/what-are-emerging-markets-3305927
7. Booch, G., Rumbaugh, J & Jacobson, l., 1999. The Unified Modeling Languague
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8. Brown, P., Silverlight 5 in Action, Manning, 2012;
9. Da Silva, A. M., & Videira, C A. (2001). UML Metodologias e Ferramentas CASE.
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10. Damas. L. (2007). SQL Structed Query Languague. FCA – Editora Informática;
11. INCM, 2015. Instituto Nacional de Comunicações de Moçambique – Estatísticas
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13. International Standard Organization (2003). ISSO 8583 – Financial Transaction
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14. Joyce, E. 2001. Performance-Based Advertising, Paid Content and
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15. Kadhiwala, Saleem, and Muhammad Shaheed. 2007. Analysis of Mobile
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16. Graeml, K. S. (2012). Percepção de clientes com relação à eficácia da
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17. Hamzeh, M. (2013) – Mobile-to-Mobile Payment System and Method: U.S.
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18. Henriques, P. M. A. (2009). WPAC: Wireless payment and acess control:
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19. Marconi, M. d. A. & Lakatos, M. E., 2003. Fundamentos de Metodologia
Científica. Editora Atlas;
20. O Papel dos Trabalhadores do Sector Informal - ASSOTSI (Teresa Cruz & Silva
2003);
21. Posturas Municipais em vigor na Cidade de Maputo (Dr. Alberto Lopes de
Freitas, Maputo, Setembro MICOA);
22. Palermo, J., Bogard, J., Hexter, E., Hinze, M., Skinner, J., ASP.NET MVC 4 in
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23. Reid, J., Valentine T., JavaScript Programmer’s Reference, Apress, 2013;
24. Stewart, James Michael, Tittel, Ed e Chapelle, Mike. CISSP: Certified
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2004.
25. Uniform Resource Identifier (URI): Generic Syntax;
26. Zakas, N., Professional JavaScript for Web Developers, Ed., John Wiley & Sons,
Inc., 2012.
8. Anexos
Anexo A1: Elementos básicos de um Diagrama de Casos de Uso (UC)
Tabela A1-1: Elementos básicos de um Diagrama de Casos de Uso
Elementos do
Representação Significado
diagrama
Representa o contexto, o foco da análise, os limites do
sistema em causa. O que estiver dentro do rectângulo faz
Fronteira do parte do sistema em análise.
Sistema

Representa um papel desempenhado por um utilizador do


sistema ou qualquer outra entidade externa ao sistema como
Actor por exemplo um outro sistema ou um dispositivo de hardware.
Não se deve confundir Actor
com Autor.
Representa uma funcionalidade do sistema. Para a
simplificação da descrição dos casos de uso (UCs) estes são
Caso de Uso
classificados em UCs básicos ou UCs
extendidos (ou incluídos).
Representa a relação ou associação entre actores e casos de
uso. Uma relação de extensão (extend) significa que o
comportamento representado em um UC básico pode ser
complementado pelo comportamento representado por um
Relacionamento
UC estendido. Uma relação de inclusão (include) significa que
entre Actor e
o comportamento representado em um UC básico deve
Caso de Uso
obrigatoriamente ser complementado pelo comportamento
representado por um UC incluído.
Caso de uso Administrador do Sistema (Bazaraonline)

Caso de uso CMCM (Conselho Municipal da Cidade de Maputo)


Caso de Uso DMMF (Direcção Municipal de Mercados e Feiras)

Caso de uso Administração do Mercado


Anexo A2: Digrama de Classes
Anexo A3: Diagrama de Actividades
Anexo A4: Mockups (Rascunhos das telas do Bazaraonline)
Anexo A5: Resultados dos Inquéritos
Anexo A6: Gráficos INCM
O gráfico A6 abaixo mostra a evolução do número de subscritores de telefonia móvel
entre os anos de 2014 e 2015, segundo o INCM.

Fonte: (INCM, 2015)

Tabela A6 Acesso a internet a partir de dispositivos móveis nos anos 2015-2016

Fonte: (INCM, 2015)


Anexo A7: Proposta de novo cartão de operador de comércio (BazaraUniTicket)
Modelo do Cartão de Operador de Comércio (Comerciantes)

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