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PROCURA E OFERTA TURÍSTICA

PROCURA E OFERTA TURÍSTICA

PARTE I – A PROCURA TURÍSTICA

1. A Procura Turística………………………………………………………………..4
1.1. Noção e Tipos de Procura Turística……………………………….......4
1.2 - Necessidades Turísticas…………………………………………....….4
1.3 Utilidade Turística……………………………………………………..….9
1.4. Elasticidade da Procura Turística…………………………………..…9
1.5. Consumo Turístico………………………………………….………..…9

2. Determinantes da Procura Turística…………………………………………...11


2.1. Determinantes estruturais………………………………………….….11
2.2 – Determinantes conjunturais…………………………………………11

3. Dimensão e Características da Procura Turística………………….………….12


3.1. Factores determinantes da procura turística…………………………12

4. As Motivações e a sua Influência no desenvolvimento da procura


turística....................................................................................................17
4.1. Motivações para o turismo e comportamentos do turista………….18
4.2. Critérios para a definição de perfis socioeconómicos dos
turistas.....................................................................................................20
4.3. Impactos das motivações na organização da oferta turística……..22
4.4. Tipologia dos turistas…………………...………………………………23

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PARTE II – A OFERTA TURÍSTICA

1.- Definição das características e componentes………………………..……….28


1.1– Definição de oferta turística…………………………………………...28
1.2– Componentes da oferta turística……………………………………...28
1.3– Bens e serviços que satisfazem necessidades turísticas…………30
1.4– Características da oferta turística…………………………………….30
1.5– Oferta turística segundo a sua finalidade…………………………...32

2 - Negócios Turísticos…………………………………………………………….33

3 Componentes da oferta turística……………………………………………….35

3.1 Componentes da oferta turística de base………………………….…35

3.2− Componentes da oferta turística “complementar”…………………39

4.Produtos Turísticos………………………………………………………………..52

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Introdução - O SISTEMA FUNCIONAL DE TURISMO

O VISITANTES

PROMOÇÃO TRANSPORTES

E ATRACÇÕES

T
EQUIPAMENTOS

E SERVIÇOS TURÍSTICOS

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1. A Procura Turística

1.1. Noção e Tipos de Procura Turística

O aumento do nível de vida e o desenvolvimento dos transportes provocou o


desenvolvimento das viagens, levando também a que os analistas tivessem
interesse em estudar a procura turística.

Turismo não é só sinónimo de procura turística, mas esta reflecte a importância


alcançada pelos movimentos turísticos – a procura é, do ponto de vista
económico, a quantidade de bens e serviços que as pessoas que se deslocam
adquirem num determinado momento. Corresponde, então, a todos os bens e
serviços que os visitantes adquirem para realizar as suas viagens, expressas
em quantidades.

A procura turística pode ser vista em diferentes perspectivas:

a) Procura Física

Corresponde às deslocações no âmbito das definições do conceito de visitante


(critério fronteira). A procura é constituída pelos fluxos turísticos medidos pelas
chegadas às fronteiras e pelas dormidas nos meios de alojamento de um país.

b) Procura Monetária

Na vertente monetária, a procura turística é expressa pelo valor do conjunto


dos consumos realizados pelos visitantes - as receitas turísticas; são todos os
gastos relacionados com a viagem.

Corresponde à soma das receitas de origem externa (divisas trazidas pelos


estrangeiros) com os gastos efectuados pelos residentes nas viagens dentro do
país.

c) Procura Geográfica

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Os movimentos turísticos gerados num determinado espaço geográfico: locais


de origem e destinos. Nesta vertente, são analisados os fluxos turísticos, de
onde surgem, por onde passam e para onde se dirigem.

d) Procura Global

Ao nível de um país, a procura global é avaliada pela “taxa de partida”: relação


entre a população total e a sua parte desta que passa férias, ou que tem
propensão para viajar.

Na procura global podemos distinguir dois grupos:

Procura Efectiva – percentagem de população que efectivamente faz


turismo numa determinada altura; é a procura efectiva que aparece nos
dados estatísticos.

Procura Suprimida – divide-se em dois grupos:

1) Procura Potencial: parte da população que numa dada altura não viaja
por qualquer motivo, mas com condições para viajar no futuro caso os
motivos de impedimento à viagem sejam alterados.

2) Procura Diferida: inclui todos aqueles que não viajam por falta de
oportunidade/condições.

Razões pelas quais os portugueses não gozaram férias(1999,96 e 94)

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Razões 1999 1996 1994

Motivos económicos 62 65 62

Motivos profissionais 19 17 15

Razões de saúde pessoal ou de 5 2 7


familiares
12 2 4
Unidade: %
Reformados/idade
3 3 6
Motivos familiares
6 2 2
Não tem direito a férias
3 2 1
Desemprego
3 4 4
Não costuma gozar férias
- 1 5
Outras razões

Fonte: DGT, Férias dos Portugueses em 1999

No quadro anterior podemos ver que, dos portugueses que não gozaram férias
em 1999, 19% não o fizeram por motivos profissionais e que 5% por motivos de
saúde e familiares - ou seja, 24% dos portugueses fazem parte da procura
potencial, pois não gozarão férias por razões momentâneas. Por outro lado, 6%
da população não tem direito a férias, fazendo parte da procura diferida.

1.2- Necessidades Turísticas

O homem actua na esfera económica com o único fim de obter plena satisfação
para necessidades que crescem ininterruptamente.

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De acordo com Maslow, o homem é um animal insatisfeito a ainda mal satisfez


uma necessidade já uma outra a substituiu.
O processo é continuo e apresenta se em degraus sucessivos, isto é, segundo
uma hierarquia de importância.
- No fundo da escala encontram se as necessidades fisiológicas que
correspondem à razão de viver: fome, repouso, exercício, amor, habitação e
protecção contra os elementos;

- Depois surgem as necessidades de segurança que constituem um desejo de


protecção contra o perigo, a ameaça e a privação;

- Em seguida, o homem deseja satisfazer necessidades sociais como a posse,


a associação, a integração em grupo a de ser aceite pelos seus semelhantes;

- A necessidade de estima respeita à confiança em si próprio, a


independência, a competência, o saber. Esta necessidade tem a ver com a
reputação, a condição social, a consideração, o respeito dos outros que induz a
pessoa a procurar o reconhecimento do seu próprio valor ou das coisas a que
atribui valor;

- No topo da hierarquia encontram se as necessidades de auto realização, isto


é, a realização das aspirações do indivíduo;

Esta hierarquia pode ser apresentada segundo uma pirâmide de necessidades.

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Pirâmide das Necessidades

Auto-

realização

Estima de si próprio

Laços Sociais,
Segurança amizade
e Protecção

Necessidades Fisiológicas

A pirâmide das necessidades apresentada por Maslow leva a considerar que,


só após satisfeita a necessidade do nível inferior, a pessoa é levada a
satisfazer as necessidades do nível superior; isto é, as pessoas tendem a subir
na escala das necessidades à medida que vão adquirindo maior experiência de
viagem; do mesmo modo, o nível mais elevado de necessidades inclui o nível
mais baixo, o que significa que só quando estão satisfeitas as necessidades
dos níveis inferiores se passa para a satisfação das do nível superior; há um
certo número de consumos que só se realizam quando o rendimento alcança
um determinado valor a estes bens assumem o carácter de bens de luxo ou
sumptuários; no início do turismo, principalmente durante o século passado, as
viagens eram consideradas como um devaneio e privilégio das classes mais
abastadas e, portanto, um luxo para a generalidade da população; com a
elevação do nível de vida, o desenvolvimento dos transportar a de outros
factores que influenciam a procura turística, o acesso as viagens foi se
alargando a todas as classes sociais passando a fazer parte das respectivas
pirâmides de necessidades; só quando estão cobertas as primeiras
necessidades se podem fazer viagens mas o mesmo se passa com outros
bens que hoje são objecto de consumo corrente; se, no passado, o turismo era
um bem de luxo, hoje converteu se num bem que as pessoas desejam para lá

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de muitas outras coisas estando dispostas a fazer sacrifícios e mesmo a


endividar se para poderem desfrutar da satisfação que as viagens
proporcionam; A necessidade temporária de deslocação, que é a essência do
turismo, é comum à generalidade dos homens embora só possa ser satisfeita
após a obtenção de determinados níveis de rendimento mas uma vez
alcançados as pessoas não abdicam de fazer férias.

1.3. Utilidade Turística

Em geral, define-se utilidade como a qualidade que os bens possuem para


satisfazer desejos e, portanto, um bem ou um serviço é útil quando é
efectivamente desejado por um consumidor que, ao adquiri-lo, calcula o
benefício ou utilidade que obterá com o fim de satisfazer as suas necessidades
objectivas e subjectivas. Os bens possuem, para o sujeito económico,
determinado valor que depende da utilidade que lhes é atribuída. Não é,
portanto, uma propriedade objectiva dos bens mas sim uma relação entre estes
e o sujeito.
Podemos então, dizer que a utilidade do turismo é a capacidade eu os bens e
serviços turísticos possuem para satisfazer as necessidades de viagem
quaisquer que sejam as motivações que estão na sua origem.
Dado o seu carácter subjectivo, a utilidade não é fácil de medir. Pode, no
entanto, avaliar-se a utilidade de um equipamento turístico pelo número de dias
que for utilizado pelo turista. Se um turista permanecer num hotel vários dias é
porque nele encontra utilidade, embora nem todos os indivíduos retirem o
mesmo grau de satisfação de uma estada no mesmo hotel

1.4. Elasticidade da Procura Turística

A procura turística responde às variações do preço dos bens e serviços


turísticos como também responde às variações do rendimento dos
consumidores.

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Para avaliar a intensidade dessa resposta utiliza-se o conceito da elasticidade,


definida da seguinte maneira, em relação:

Variação da Procura

Procura

e = ___________________________
Variação do Preço

Preço

Cujo resultado é negativo dado que os preços e as quantidades adquiridas


variam em sentido contrário. Deste modo, a elasticidade da procura-preço
define-se como a variação da procura resultante de uma dada variação do
preço.

1.5. Consumo Turístico

O consumo turístico é um agregado, expresso em termos monetários,


resultante das despesas derivadas da procura de bens e serviços turísticos,
podendo ser definido como o valor do conjunto dos bens e serviços
consumidos pelos turistas durante a sua deslocação e permanência ou com
vista à sua deslocação, bem como os serviços prestados pelos organismos que
concorrem directamente para o desenvolvimento turístico.

Nesta acepção, são consideradas despesas de consumo turístico não só as


que são efectuadas durante a deslocação ( transportes, por exemplo) e no
destino ( alojamento e outros), mas também a que ocorrem antes da
deslocação com vista a esta ( despesas com passaportes, compras de
equipamentos, entre outros), bem como as despesas efectuadas pela

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administração pública com vista ao desenvolvimento turístico (despesas de


promoção, postos de informação, entre outros).
Por exemplo, a aquisição de selos do correio não é, pela sua natureza, um
consumo turístico, mas sê-lo-á se o adquirente for um turista.

4 Determinantes da Procura Turística

A procura turística global é influenciada por um conjunto de factores que


actuam no sentido positivo ou negativo contribuindo para o seu aumento ou
para a sua diminuição. A este conjunto de factores dá-se o nome de
determinantes da procura turística e define-se pela combinação de um certo
número de factores económicos, socioeconómicos, psico-socioeconómicos,
demográficos e geográficos.

Alguns destes factores exercem uma influência permanente, outros influenciam


a procura no curto prazo e outros actuam sobre o médio e longo prazo. De
acordo com o modo temporal da sua influência podemos classificar os
determinantes da procura turística em determinantes estruturais e conjunturais.

2.1. Determinantes Estruturais


Definem a tendência a médio e longo prazo e que se encontram ligados ao
processo de crescimento económico e ao modo de vida inerente à
industrialização. O sentido da sua evolução é comum à maioria dos países
industrializados. Ex. Demografia, desenvolvimento económico, duração do
tempo de trabalho, a densidade populacional e taxa de urbanização, progresso
científico e técnico e os transportes

2.2. Determinantes Conjunturais


Ligados à situação económica de cada pais e definem, de um período curto
para outro, o volume e o tipo de procura, a duração da permanência, os preços
dos serviços turísticos. Ex. Variações cambiais, Inflação

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3. Dimensão e Características da Procura Turística

Características fundamentais da procura turística

Crescimento constante

A evolução num sentido crescente é uma característica que corresponde a uma


expansão global. Nos últimos 50 anos, a procura turística mundial, avaliada
pela chegada de turistas a todos os países do mundo aumentou de 25 milhões
em 1950 para 698 milhões em 2000.

Apesar de alguns abrandamentos, o crescimento foi sempre verificado, sendo


difícil haver outra actividade no mundo com um comportamento semelhante.

Heterogeneidade

As motivações que levam as pessoas a viajar são tão diversas que conduzem
a situações díspares. As pessoas podem viajar por razões pessoais
(psicológicas), sociais (imitação, afirmação social), profissionais (negócios,
congressos), familiares (visitas) e outras.

As motivações tendem a aumentar, levando ao surgir de novos tipos de turismo


e de produtos turísticos:

Antes, em 1950, os 25 milhões de turistas eram na quase totalidade oriundos


da Europa Ocidental e da América do Norte, pertencentes às camadas
sociais de elevados rendimentos e os motivos das suas deslocações eram
muito semelhantes.

Hoje, cerca de 700 milhões de turistas são oriundos de um número cada


maior de países de todas as idades e classes sociais. Os motivos são cada
vez mais variados, havendo a necessidade de um maior número de produtos
para lhes dar satisfação – este processo é inerente à democratização do
turismo e que acompanha a alteração nos modos de vida.

Concentração

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A concentração do turismo, em períodos curtos de grande procura e períodos


largos de baixa procura (sazonalidade) pode ser por diversas razões/causas:

 Climatéricas: busca do bom tempo e evitar de épocas de frio, chuvas e


calor com demasiada humidade;
 Regimes e épocas de férias: as épocas de férias são determinadas em
épocas semelhantes para a maior parte das pessoas;
 Hábitos: em relação à escolha do período de férias; hábito de ir sempre na
mesma altura;
 Condições sociais: moda e espírito de imitação coincidentes com a época
alta;
 Razões económicas: quando a produção é baixa (Verão) as empresas
mandam os empregados de férias.

A procura concentra-se no tempo, espaço e em atractivos.

a) Tempo:

Nos diversos países, a procura concentra-se em poucos meses do ano, com


períodos grandes de baixa procura e períodos curtos de grande procura,
levando a situação de sazonalidade (época alta e época baixa)

b) Espaço:

A procura é fortemente dependente no espaço, quer do ponto de vista dos


destinos como das origens. Este facto está muito relacionado com o nível de
desenvolvimento económico: são os países onde o desenvolvimento
económico é maior e onde o nível de vida da população também é maior que
originam as maiores correntes ou fluxos turísticos.

A Europa é a região do globo com maior concentração turística, quer ao nível


de destino como de origem – recebe cerca de 60% dos fluxos mundiais. Ao
nível de receitas, cerca de 50% estão concentradas nos EUA, Alemanha,
França, Reino Unido e Itália, enquanto ao nível de chegada de turistas, cerca
de 35% estão concentradas na França, Espanha EUA e China.

c) Atractivos:

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Apesar da grande diversidade de motivações, a procura turística continua a ser


fortemente concentrada em atractivos. O mar, montanhas, grandes cidades e
os grandes centros culturais concentram as preferências: é para este tipo de
destinos que se dirigem as correntes turísticas mais significativas. Nem todos
os países têm estes tipos de espaços, pelo que também origina concentração.
O turismo de negócios e os parques temáticos são duas tendências com forte
crescimento.

► Consequências da concentração

A concentração do turismo origina problemas de difícil solução que têm de ser


tomados em consideração no processo de desenvolvimento turístico. Alguns
dos problemas são inerentes, logo não elimináveis, mas podem ser atenuados.

- Sazonalidade

A sazonalidade origina problemas para as empresas, para a administração


pública, para os trabalhadores e para os turistas.

Para as empresas turísticas, a sazonalidade provoca a subutilização em


épocas baixas; por vezes onde terão de equipar os empreendimentos de modo
a serem atractivos nestes períodos. Surgem daí também problemas de
tesouraria, por exemplo, muitos hotéis têm mais dificuldades financeiras nesta
altura pelos investimentos feitos para atrair mais turistas.

A administração pública tem que fazer investimentos em infra-estruturas para


que não sejam estrangulados os serviços básicos em épocas altas (ex.
fornecimento de energia, água, vias de comunicação em época alta). O
mesmo se aplica aos - serviços públicos e o seu reforço nas épocas altas (ex.
correio, transportes, segurança). ;

Outro problema da sazonalidade na procura, que afecta os turistas, está ligado


aos trabalhadores de serviços turísticos: os trabalhadores fixos são sujeitos a
um maior desgaste e pressão (pior desempenho), enquanto os trabalhadores
temporários podem estar mal preparados para a sua função.

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- Concentração no espaço

Acontece quando a procura é concentrada em origens, o que é comum à maior


parte dos destinos, cuja procura está dependente de dois ou três mercados.

Exemplo: em 2000, 65% das dormidas hoteleiras no Algarve são de


britânicos e alemães, que são também 50% das dormidas totais do país.
Assim a economia de um momento para o outro pode ficar abalada se
acontecer algum problema nestes países de origem

Por outro lado, a demasiada concentração de construção para turismo num


determinado local/área/região pode por em causa a mesma, a sua capacidade
de carga e o seu sistema ambiental.

A concentração também origina desequilíbrios regionais. Em Portugal, são


evidentes os desequilíbrios Norte/Sul e Litoral/Interior, que provocam também
uma fraca distribuição dos benefícios do turismo.

- Atractivos:

Existem concentração neste aspecto quando um determinado pais ou região


tem maior número de atractivos face a outro. Existe cada vez menor
dependência de atractivos históricos e monumentais em virtude do
aparecimento de equipamentos espectaculares que se transformam em
recursos turísticos.

Exemplo: os parques temáticos e de diversão ( Disney World e Magic


Kingdom, Florida, Sun City – África do Sul ) dão origem a verdadeiras
“industrias” do turismo: complexos de hotéis, restaurantes, comércio,
equipamentos desportivos, agências de viagens, guias, etc. Este tipo de
espaços tornam-se autónomos face a recursos históricos ou naturais.

Factores determinantes da Procura

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Existem diversos factores que influenciam as pessoas a viajar e determinam as


suas decisões quanto a incluir ou não as viagens nas suas opções de gasto. As
diversas análises feitas a estes factores agrupam-se em 4 grupos:

1) Factores Socioeconómicos

 Rendimentos (São um dos factores principais, pois as viagens


dependem do rendimento disponível após as outras obrigações e
necessidades básicas)
 Preços (A procura turística é influenciada pela variação dos preços nos
outros bens, como a alimentação, transportes, etc.).
 Demografia (As alterações demográficas e as mudanças na estrutura da
população estão ligadas afectam a procura; não são os países mais
populosos do mundo que origina maior procura. São os países mais
desenvolvidos economicamente e de população mais envelhecida que
tem mais relevo na procura turística: foi nestes países que se
desenvolveu o “turismo sénior” e é também nestes países que existe
uma maior taxa de “propensão á viagem”, em virtude dos maiores
rendimentos e maior disponibilidade por parte da população que não tem
encargos familiares (ex. baixa natalidade).
 Urbanização (A procura é sobretudo originada por turistas provenientes
de zonas urbanas; é nestas zonas que as pessoas possuem mais
rendimentos e também onde o stress e as tensões obrigam a uma maior
necessidade de viajar)
 Duração do lazer (o cada vez maior tempo de lazer (redução do horário
de trabalho), o direito a férias pagas pela Organização Internacional do
Trabalho, iniciado em 6 dias em 1936 e actualmente de 22 dias e a
idade de reforma cada vez mais cedo)

2) Factores Técnicos

São os factores ligados a o desenvolvimento técnico e tecnológico, tais


como a evolução dos transportes para meios mais rápidos, confortáveis e

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seguros, que tem feito aumentar a procura. Iguais efeitos tiveram os meios
de comunicações mais rápidos e menos caros, como a internet, e as novas
facilidades nos procedimentos de reservas, pagamentos e trocas de
informações.

3) Factores Aleatórios

São factores variáveis, imprevisíveis e ocasionais que afectam os


comportamentos dos consumidores. Exemplos são os fenómenos naturais
(tempestade, terramotos) que impedem as viagens, enquanto outros podem
ser um atractivo (ex. erupções vulcânicas). A instabilidade política pode
criar entraves às viagens, bem como os conflitos sociais (greves,
manifestações)

4) Factores Psicossociológicos

São factores ligados a gostos, preferências e actos dos consumidores.


Podem ser de ordem pessoal (viajar de acordo às aspirações e desejos
individuais, a vontade de viajar), cultural (viajar é sinónimo de maior
conhecimento, maior cultura, status social) e social (viajar como forma de
evasão, fuga à rotina e aos meios urbanos e aos constrangimentos da vida
urbana).

4.As Motivações e a sua Influência no desenvolvimento da procura


turística

O sucesso de um negócio turístico depende, em grande parte, da capacidade


de resposta às necessidades e preferências dos consumidores;
A capacidade de resposta depende do conhecimento dos motivos que levam
as pessoas a viajar, o que implica a compreensão do comportamento dos
turistas e das razões das suas decisões;

Uma forma de conhecer os motivos que levam as pessoas a viajar deriva dos
inquéritos realizados, junto dos consumidores em geral e, em particular, dos

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próprios turistas através dos quais se obtêm informações sobre os seus


desejos, necessidades, gostos e preferências;

Os resultados desses inquéritos podem indicar motivos do domínio do


subconsciente e não podem ser determinados facilmente, mas apesar disso,
indicam sempre uma tendência geral e constituem o modo mais adequado para
conhecer o modo de agir dos turistas;

Os motivos que levam o homem a deslocar-se são variados e complexos e


dependem de uma gama diversificada de factores desde os psicológicos aos
económicos e culturais;

A internacionalização e as interdependências da vida económica, política e


cultural provocam uma forte movimentação de pessoas cujas motivações são
facilmente identificáveis sendo comuns a todos os viajantes de todas as
nacionalidades;

Já o mesmo não se passa relativamente às deslocações realizadas durante os


tempos livres que têm na sua origem motivações complexas e diferenciadas;

4.1. Motivações para o turismo e comportamentos do turista

As razões que levam as pessoas a viajar assumem nuns casos carácter de


obrigação, noutros carácter de satisfação pessoal. Podemos distinguir entre:

Motivações constrangedoras (negócios, reuniões, missões, saúde,


estudos)

Motivações libertadoras (férias, desportos, repouso, cultura)

Motivações mistas

Para além destas a OMT (Organização Mundial do Turismo) classifica as


motivações em duas categorias que estão na origem das imagens que se
fazem de um destino:

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Motivações de tipo racional: a confiança, a segurança, a poupança, a


tradição, o conformismo e o modernismo;

Motivações de tipo afectivo: a curiosidade, a novidade, a simpatia, o


maravilhoso, a afectividade, a liberdade e a amizade.

A variedade de motivações que originam as deslocações leva a admitir que o


turismo não tenha motivações próprias já que todas as que é possível
identificar são comuns a todas as formas de actividade humana podendo,
mesmo, identificar-se motivações opostas em função das necessidades de
cada momento de partida ou em função das características pessoais de cada
viajante. Por vezes, o que leva as pessoas a viajar ou a escolher determinados
destinos são fenómenos colectivos de moda ou imitação. São motivações
colectivas que têm origem em factores colectivos e não em factores individuais.

Porém, desde sempre o homem procurou descobrir coisas novas: novos locais,
novas paisagens, novas civilizações. A procura da diversidade e da variedade
foi sempre uma das características dominantes do comportamento humano a
que, hoje, o turismo permite dar uma satisfação em condições inexistentes no
passado.

Pode, então, dizer-se que o que melhor caracteriza o turismo é a sua faculdade
de permitir a satisfação da necessidade de diversidade e o que distingue o
turismo das restantes actividades é a necessidade de deslocação temporária
do homem.

A busca da diversidade, de qualquer coisa de novo, de diferente, constitui o


motor da evolução humana, social e cultural surgindo logo após a satisfação
das necessidades fundamentais. Esta é a base geral das motivações que
levam à deslocação durante o tempo livre.

Com base nestas considerações podemos concluir que o turismo se deve


orientar pelo princípio básico de manter e valorizar as diferenças culturais,
conceptuais e arquitectónicas.

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A tendência turística para a uniformização descaracteriza e destrói as


diferenças, o que acaba por ser prejudicial para o próprio turismo porque deixa
de corresponder à motivação essencial da procura.

4.2. Critérios para a definição de perfis socioeconómicos dos turistas

Motivações por afinidades

1. Motivos culturais e educativos


a. Ver como vivem as pessoas de outros países e locais;
b. Ver curiosidades e coisas novas;
c. Melhor compreender a actualidade;
d. Assistir a manifestações especiais;
e. Ver monumentos, museus, centros arqueológicos e outras
civilizações;
f. Estudar.

2. Divertimento e descanso
a. Escapar à rotina;
b. Passar o tempo agradavelmente;
c. Repousar;
d. Fazer o que quiser, ser livre.

3. Saúde
a. Recuperar da fadiga física e mental;
b. Fazer tratamentos;
c. Cuidar da saúde, prevenir as doenças.

4. Razões étnicas
a. Visitar o berço familiar;
b. Visitar os locais que a família ou os amigos já visitaram;

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c. Visitar parentes e amigos.

5. Sociológicas e psicológicas
a. Aprender a conhecer o mundo;
b. Snobismo;
c. Conformismo;
d. Aventura.

6. Climatéricas
a. Escapar às condições climatéricas adversas;
b. Tomar banhos de sol;
c. Praticar desportos de Inverno.

7. Profissionais e económicas
a. Participar em reuniões, congressos, missões, exposições, feiras;
b. Realizar estudos;
c. Desenvolver ou realizar negócios.

8. Diversas
a. Participar em reuniões políticas;
b. Praticar actividades desportivas;
c. Retomar a forma.

Os diversos motivos que levam as pessoas a viajar coincidem, frequentemente,


na mesma pessoa embora uns predominem com mais intensidade do que
outros. São as motivações a que chamamos enérgicas, isto é, que exercem
uma influência determinante na decisão de viajar.

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4.3. Impactos das motivações na organização da oferta turística

1- Quando viajamos, não abandonamos completamente a nossa vida


quotidiana (transportamo-la como um «passageiro que se senta ao nosso lado
no avião»).

a. Não nos tornamos pessoas diferentes só porque viajamos; estamos


ligados ao nosso estilo de vida diário.
b. As pessoas querem chegar ao destino que sonharam o mais rápido
possível. Aí comportam-se como fazem em casa: acordam à mesma
hora, vão para a praia, comem, dormem, sempre pontualmente.

c. Se o local for muito diferente do "quadro" (meio) habitual, produz um


sentimento de insegurança. As pessoas preferem aquilo que lhes é
familiar.

2- Outra característica está relacionada com uma motivação meramente


egoísta dos turistas o que torna, por vezes, a viagem (o turismo) como
uma fenómeno agressivo e colonialista:

a. Os turistas estão longe de casa e estão livres.


b. Fazem o que lhes apetece: comer, dormir, festejar, gastar dinheiro…

c. Comportam-se como pessoas completamente diferentes.

d. Quebram as regras do dia-a-dia, mas também têm a pretensão de


observar as normas do país que estão a visitar.

e. As próprias boas maneiras mais elementares são esquecidas (são


"deixadas em casa"): «Have a good time»; «Tomorrow we sham be gone
again».

f. A responsabilidade é rejeitada.

3- Outra característica típica dos turistas é que estes desejam encontrar a


confirmação da sua "imagem" formada da área de férias, resultante dos
sonhos e das fotografias que são espalhadas pela publicidade turística.
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a. Todos nós enquanto turistas temos na mente estas imagens quando


vamos em viagem e queremos que estas promessas sejam
cumpridas.
b. O que é fornecido pela indústria turística cria e satisfaz
simultaneamente a necessidade para ver algo de familiar, seguro e
coisas agradáveis tanto quanto possível rodeadas de exotismo.

4.4. Tipologia dos turistas

MODELO DE STANLEY PLOG


Stanley Plog criou uma nova tipologia do carácter dos turistas, identificando
dois grupos opostos: psicocêntricos e alocêntricos.

 Psicocêntricos: agrupam os turistas que concentram o seu


comportamento nas suas pequenas preocupações pessoais e têm um
limitado interesse pelo mundo exterior. Na eleição dos seus destinos
turísticos preferem encontrar o que já conhecem, preferem os locais
mais frequentados e têm reduzida preocupação em desenvolver
actividades que os desviem da normalidade. São mais passivos do que
activos.

 Alocêntricos: são os turistas que se interessam por um grande número


de actividades, desejam descobrir o mundo e manifestam uma
curiosidade geral por tudo quanto os cerca. Distinguem-se pelo desejo
de aventura e pela curiosidade.

Entre estas duas categorias extremas encontra-se a maioria da população


turística que se reparte por três categorias intermédias: os quase-
psicocêntricos, os cêntricos e os quase-alocêntricos.

Cêntricos: representam a maior percentagem dos viajantes e caracterizam-se


pelo fraco pendor pela aventura e pela procura dos destinos mais em voga.

24
PROCURA E OFERTA TURÍSTICA

PREFERÊNCIAS E MOTIVAÇÕES

Psicocêntricos

o Destinos que não perturbem o seu modo de vida;


o Actividades recreativas pouco originais;
o Turismo sedentário;
o Destinos acessíveis por automóvel;
o Instalações e equipamentos turísticos tradicionais;
o Viagens organizadas, estruturadas e bem preparadas.

Quase-psicocêntricos

o Satisfação do ego e procura de “status”;


o Procura de conforto social;
o Visitas a locais muito frequentados ou mencionados pelos meios
de comunicação social.

Cêntricos

o Descontracção e prazer: simples diversão e entretenimento;


o Clima, sol, termas;
o Mudança durante algum tempo;
o Oportunidade de fugir aos problemas diários;
o Atracção real ou imaginária do destino;
o Gratificação sensual: gastronomia, descanso, conforto, bebida;
o O prazer de viajar e a apreciação da beleza: parques naturais,
lagos, montanhas;
o Compras para recordações e ofertas;
o O prazer sentido antes e depois da viagem: planeamento da
viagem, aprendizagem, sonho e, posteriormente, o prazer de
mostrar fotografias, recordações e de descrever a viagem.

25
PROCURA E OFERTA TURÍSTICA

Quase-alocêntricos

o Participar em certames ou actividades desportivas;


o Viagens de tipo desafio: explorações, alpinismo, passeios a pé,
peregrinações;
o Viagens de negócios, congressos, reuniões, convenções;
o Visitas a teatros, espectáculos especiais;
o Oportunidades de experimentar um estilo de vida diferente.

Alocêntricos

o Regiões não desenvolvidas turisticamente;


o Novas experiências e descobertas;
o Destinos “diferentes”;
o Actividade desdobrante durante a estada;
o Viagens de organização flexível;

o Atractivos educacionais e culturais;


o Procura do exótico;
o Satisfação e sensação de poder e liberdade;
o Melhoria de perspectivas.

Os grupos alocêntrico e quase-alocêtrico constituem o primeiro segmento de


mercado a ser atraído para um novo destino turístico que pretende crescer e
desenvolver-se.

O segmento cêntrico, que se calcula abranger à volta de 60% da população


turística global, é, pelas suas características e dimensão, o mais significativo
para fomentar o desenvolvimento e crescimento dos empreendimentos
turísticos de grande escala.

26
PROCURA E OFERTA TURÍSTICA

Os psicocêntricos despendem a quase totalidade do seu tempo e dos seus


recursos nos empreendimentos que utilizam, não contribuindo para o
desenvolvimento do centro turístico mas contribuindo para o aumento da sua
frequência.

A ligação entre os tipos de turistas e os tipos de destinos fornece um método


para prever o comportamento das viagens mas duas coisas têm de ser
observadas:

1. Um turista pode viajar por motivos diferentes de uma viagem


para a outra;
2. Um determinado destino pode garantir uma variedade de
experiências que podem satisfazer um grande número de
turistas dependendo da forma como a viagem for organizada.

27
PROCURA E OFERTA TURÍSTICA

A OFERTA TURÍSTICA

1. Definição de características e componentes

1.1– Definição de oferta turística

Conjunto dos factores naturais, equipamentos, bens e serviços que


provoquem a deslocação de visitantes, satisfaçam as suas necessidades de
deslocação e de permanência e sejam exigidos por estas necessidades.

1.2- Componentes da oferta turística

 A primeira componente da oferta turística é constituída pelos recursos


naturais. Mas, só pelo facto de existir, um elemento natural não é um
recurso turístico, com capacidade para satisfazer necessidades.
 A actividade turística baseia-se em recursos naturais ou não, ou seja
todos os elementos ou actividades humanas que provoquem a
deslocação de pessoas ou satisfaçam necessidades decorrentes dessa
deslocação.

A OMT distingue dois conceitos diferenciados entre si:

Património turístico – conjunto potencial (conhecido ou desconhecido) dos


bens materiais ou imateriais que estão à disposição do homem e que podem
utilizar-se, mediante um processo de transformação, para satisfazer
necessidades turísticas.

28
PROCURA E OFERTA TURÍSTICA

Recursos turísticos – todos os bens e serviços que, por intermédio da


actividade humana, tornam possível a actividade turística e satisfazem as
necessidades da procura.

 O património turístico constitui o elemento fundamental que o homem


transforma em recursos turísticos utilizando meios técnicos, económicos
e financeiros.

 Os recursos turísticos são constituídos pelo património turístico, que,


mediante uma intervenção do homem, se transformam em património
utilizável.

Empresas e actividades turísticas primárias ou imediatas

Empresas cuja actividade serve unicamente, ou principalmente, o turismo e


somente em razão do qual existem.

Empresas e actividades turísticas acessórias ou mediatas

Estabelecimentos cuja existência não repousa unicamente no turismo mas


que satisfaz também as necessidades da população local.

Empresas complementares não turísticas

Empresas cuja actividade se desenvolve em função exclusiva das


necessidades dos residentes mas cujas produções também são utilizadas
pelos turistas.

29
PROCURA E OFERTA TURÍSTICA

1.3- Bens e serviços que satisfazem necessidades turísticas

Bens livremente disponíveis

Não sendo bens económicos, por definição, constituem as bases


fundamentais da procura turística: o clima, as paisagens, o relevo, praias,
lagos, fontes termais.

Bens imateriais

Resultando da maneira de viver do homem, exercem sobre os outros


homens um fenómeno de atracção: tradições, cultura, exotismo, tipicidade.

Bens turísticos básicos criados

Pelas suas características ou dimensões, provocam o desejo de viagem:


monumentos, museus, parques temáticos, centros desportivos, estâncias
termais.

Bens e serviços turísticos complementares

Resultando, em exclusivo, da acção do homem, permitem as deslocações e


garantem as necessidades de permanência: meios de transporte, vias de
comunicação, meios de alojamento, restauração.

1.4 - Características da oferta turística

 Carácter endógeno;
 Imobilidade temporal e espacial;

30
PROCURA E OFERTA TURÍSTICA

 Rigidez relativamente às exigências e alterações da procura


turística;
 Esgotamento da produção no acto de consumo: os equipamentos
e instalações turísticas não podem produzir para armazenamento e
venda posterior nem os bens e serviços produzidos podem ser
transportados para serem consumidos noutros locais.

1. Localidades cuja vocação deriva de factores naturais podendo, em


função do tipo e da natureza desses factores, classificar-se em:
a. Centros de vilegiatura (estações estivais e de Inverno, parques
naturais e ecológicos);
b. Estâncias de cura (estâncias termais, climáticas, talassoterápicas
e de recuperação);

2. Localidades cuja vocação deriva de factores culturais:


a. Cidades históricas ou que possuam manifestações culturais;
b. Centros de estudos, tais como as cidades universitárias e de
congressos;
c. Localidades com manifestações ou instituições particulares
(festivais, manifestações folclóricas);
d. Centros religiosos.

3. Localidades cuja vocação deriva de infra-estruturas de vias de


comunicação: portos, centros de tráfego ferroviário e aeroportuário;

4. Localidades cuja vocação deriva de factores económicos, tais como os


centros onde existem actividades económicas relevantes a nível
nacional ou internacional e as localidades que possuem manifestações
económicas (feiras, exposições);

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PROCURA E OFERTA TURÍSTICA

5. Localidades cuja vocação deriva de factores políticos, como as capitais


e os grandes centros administrativos e aqueles onde se localizam
instituições ou manifestações políticas especiais;

6. Localidades cuja vocação resulta do património construído, tais como


os parques temáticos e centros desportivos.

1.5- Oferta turística segundo a sua finalidade

Oferta turística de atracção

Constituída por todos os elementos ou factores de origem natural ou criados


pelo homem que dão resposta às motivações turísticas, originando uma
deslocação.

Oferta turística de recepção

Conjunto dos equipamentos, bens e serviços que permitem a permanência


no local visitado e satisfazem necessidades decorrentes dessa
permanência.

Oferta turística de fixação ou retenção

Constituída por todos os elementos que, contendo ou não motivos de


atracção, contribuem para aumentar a permanência dos visitantes ou torná-
la mais agradável.

Oferta turística de animação

Todos os elementos, criados pelo homem, susceptíveis de satisfazer


necessidades de recreio ou de ocupação de tempos livres.

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PROCURA E OFERTA TURÍSTICA

Oferta turística de deslocação

Constituída pelo conjunto de infra-estruturas, equipamentos e serviços que


permitem a deslocação dos turistas.

 O desenvolvimento turístico de um determinado destino inicia-se com


a oferta de atracção a que se segue a instalação de alguma forma de
alojamento que inicia o processo de dotação da oferta de recepção.

 O desenvolvimento sustentado e a competitividade desse destino só


se asseguram com a dotação dos restantes tipos de oferta e da
criação de um sistema de relações que garanta o seu funcionamento
equilibrado.

2 - Negócios Turísticos

Embora algumas actividades (negócios) só existam em função do


turismo outras há que são indispensáveis ao funcionamento deste,
embora não existam em função dele, podendo distinguir-se três níveis
de negócios turísticos:
 Negócios primários – Compreendem os Maios para a realização
das viagens, os sistemas de transporte e as razões para viajar (as
atracções), nele se incluindo os transportes, a organização das
viagens, o alojamento, o fornecimento de refeições (catering) e as
atracções turísticas.
 Negócios secundários – São aqueles que beneficiam
directamente dos gastos dos turistas, normalmente no destino
mas nem sempre, tais como os seguros, os bancos, serviços
pessoais (cabeleireiros, limpeza) ou lojas comerciais.

33
PROCURA E OFERTA TURÍSTICA

 Negócios terciários – São aqueles cujo benefício resulta


indirectamente dos consumos (gastos) dos turistas, tais como os
serviços públicos, a publicidade ou o fornecimento de
combustíveis.

Em função da importância de algumas actividades têm para o turismo e


sem as quais não é possível estruturar-se como actividade económica,
podem eleger-se os seguintes principais grupos de actividades ou
negócios para o turismo:
 Atracções: parques temáticos, museus, parques nacionais,
centros históricos e arqueológicos, actividades desportivas,
balneários terapêuticos e termais, grutas, casinos;
 Transportes: companhias aéreas, caminhos-de-ferro, transportes
rodoviários, aluguer de automóveis;
 Alojamento: hotelaria, apartamentos, aldeamentos, caravanismo,
aldeias de férias, campismo;
 Alimentação e bebidas; restaurantes, bares, cervejarias,
cafetarias;
 Recreio e desporto: golfe, discotecas, ténis, parques aquáticos,
piscinas, espectáculos, mergulho, pesca;
 Mistas: cruzeiros marítimos e fluviais, marinas e portos de recreio,
excursões;
 Organização de viagens: operadores turísticos, agências de
viagens; organização de conferências, reservas;
 Administração e informação: organismos oficiais de turismo,
associações, órgãos locais e regionais de turismo.

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PROCURA E OFERTA TURÍSTICA

3 – Componentes da oferta turística

4.2 -Componentes da oferta turística de base

. Transporte

O transporte faz parte integrante do sistema turístico. É o transporte que


permite o acesso ao destino a partir da residência habitual dos visitantes.

Considerando que o meio de transporte turístico é aquele que é utilizado por


um visitante para se deslocar entre o seu lugar de residência habitual e os
lugares visitados podemos classificá-los do seguinte modo:

 Transportes aéreos

o Voos regulares

o Voos não regulares

o Voos de baixo custo

o Outros serviços aéreos

 Transportes marítimos

o Barcos de linhas regulares

o Cruzeiros

o Diversos

 Transportes terrestres

o Caminhos-de-ferro

o Autocarros e outros transportes públicos por estrada

 Serviços regulares

 Serviços não regulares, a pedido

35
PROCURA E OFERTA TURÍSTICA

o Veículos privados (até 8 lugares)

o Veículos de aluguer

o Outros transportes terrestres

. Alojamento

Embora possam existir fluxos turísticos sem alojamento (caso das localidades
visitadas por excursionistas), não é possível estruturar destinos turísticos sem
alojamento.

O alojamento é a base essencial do destino turístico e sem o qual este não


existe como tal.

O alojamento turístico apenas representa, para o turista, um meio para


desfrutar das atracções do destino, não constituindo uma atracção.

Por vezes, os meios de alojamento, pelas suas características ou pelas suas


tradições e representações históricas constituem uma atracção em si mesmos
exercendo uma função idêntica à dos outros recurso naturais e patrimoniais.

Os meios e formas de alojamento turístico são muito diversificadas e variam de


país para país e de época para época, não sendo fácil encontrar um conceito
único e válido universalmente.

Consideram -se empreendimentos turísticos os estabelecimentos que se


destinam a prestar serviços de alojamento, mediante remuneração, dispondo,
para o seu funcionamento, de um adequado conjunto de estruturas,
equipamentos e serviços complementares. Não se consideram
empreendimentos turísticos:

a) As instalações ou os estabelecimentos que, embora destinados a


proporcionar alojamento, sejam explorados sem intuito lucrativo ou para
fins exclusivamente de solidariedade social e cuja frequência seja
restrita a grupos limitados;
36
PROCURA E OFERTA TURÍSTICA

b) As instalações ou os estabelecimentos que, embora destinados a


proporcionar alojamento temporário com fins lucrativos, revistam
natureza de alojamento local nos termos do artigo seguinte.

Os empreendimentos turísticos podem ser integrados num dos seguintes tipos:

a) Estabelecimentos hoteleiros;

b) Aldeamentos turísticos;

c) Apartamentos turísticos;

d) Conjuntos turísticos (resorts);

e) Empreendimentos de turismo de habitação;

f) Empreendimentos de turismo no espaço rural;

g) Parques de campismo e de caravanismo;

h) Empreendimentos de turismo da natureza.

. Restauração e bebidas

No ramo dos restaurantes, encontramos várias formas de exploração diversas.

Restaurante tradicional

Designa aquele que tem serviço apenas de comida, sem proporcionar qualquer
outra distracção. È o restaurante clássico, com serviço à lista, de mesa
redonda, ou com ambos. Mais ou menos luxo, maior ou menor categoria, de
acordo com o tipo de estabelecimento.

Restaurante típico

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PROCURA E OFERTA TURÍSTICA

Restaurantes que pela cozinha, mobiliário, decoração e eventualmente, pela


exibição de folclore, apresentam no todo um ambiente característico de um
país ou de uma região.

Snack-Bar

São estabelecimentos mistos, entre o bar e a restauração. Onde se servem


refeições ligeiras (quentes ou frias), de preparação rápida e a qualquer hora.

Taberna ou tasca

Estabelecimento onde a venda de vinhos é o principal negócio, mas onde


algumas vezes se vendem também pratos típicos regionais ou sanduíches. A
decoração é simples, com a exibição de grandes tonéis e um balcão para
atendimento ao cliente, para além de toscas mesas.

Bar

O bar é um estabelecimento confortável, com mesas baixas e cadeiras


estofadas ou tamboretes. A sua principal actividade é a venda e preparação de
bebidas, o que inclui uma oferta mais sofisticada que pode abarcar os cocktails.
O bar pode funcionar como unidade independente ou agregado a uma
exploração hoteleira.

Café

Estabelecimentos destinados à venda de café em chávena e bebidas


alcoólicas. Na sala, distribuem-se várias mesas, servidas por empregados que
efectuam o transporte das bebidas em bandejas. Não são estabelecimentos
muito luxuosos, mas têm por vezes uma decoração agradável.

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PROCURA E OFERTA TURÍSTICA

3.2− Componentes da oferta turística “complementar”

. Atracções turísticas

Atracção turística – qualquer elemento ou factor que provoque a deslocação


de pessoas para fora da sua residência habitual e, por si, ou em conjunto com
outros, garanta a existência de uma actividade turística.

VARIEDADE DE ATRACÇÕES

Atracções naturais – praias, montanhas, parques naturais, cataratas, rios,


etc.;

Atracções criadas pelo homem sem a intenção de atrair visitantes:


catedrais, centros de peregrinação, palácios, centros urbanos, etc.;

Atracções artificiais criadas com o fim de atrair visitantes: parques


temáticos, ecomuseus, casinos, centros de exposições, centros comerciais,
etc.;

Eventos especiais e mega eventos: festivais de arte, jogos desportivos,


exposições, aniversários históricos, etc.

PRINCIPAIS NÚCLEOS DE ATRACÇÃO

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PROCURA E OFERTA TURÍSTICA

1. Núcleos receptores naturais

 Reservas Naturais: áreas classificadas como de protecção de habitats


de flora e fauna tendo por efeito possibilitar a adopção de medidas que
permitam assegurar as condições naturais necessárias à estabilidade ou
à sobrevivência das espécies quando estas requerem a intervenção
humana para a sua perpetuação;

 Parque Natural: áreas naturais, pouco transformadas pela exploração


ou ocupação humana que, em razão da beleza das suas paisagens e da
riqueza e representatividade dos seus ecossistemas, possuem valores
ecológicos, estéticos, educativos e científicos cuja conservação merece
uma atenção particular;

 Monumento Natural: ocorrência natural contendo um ou mais aspectos


que pela sua singularidade ou representatividade em termos ecológicos,
estéticos, científicos ou culturais exige a sua conservação e manutenção
da sua integridade;

 Paisagem Protegida: área com paisagens naturais, seminaturais ou


humanizadas, de interesse regional ou local, resultante da interacção
harmoniosa do homem e da natureza que evidencie grande valor
estético ou natural;

 Jardins: áreas constituídas por elementos naturais dispostos por


intervenção humana de tal forma que, pela sua singularidade,
representatividade em termos ecológicos ou valor estético, geram
movimentos turísticos.

2. Núcleos receptores monumentais e culturais

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PROCURA E OFERTA TURÍSTICA

Uma das mais importantes motivações do turismo internacional é o desejo de


conhecer outros povos e o seu modo de vida bem como conhecer as
civilizações do passado. Como o modo de vida de cada povo é influenciado
pelas suas tradições, pela cultura e pela história, os valores artísticos e
monumentais fazem parte do turismo como factor de primeira grandeza.

Arte, Monumentos, Cultura, Cidades, Vilas ou aldeias Históricas.

3. Núcleos receptores religiosos

Os locais de culto constituem, desde a mais remota Antiguidade, grandes


centros de atracção de pessoas podendo dizer-se que, com eles, nasceram
as primeiras correntes turísticas.

Na actualidade os centros religiosos continuam a exercer uma forte


atracção, constituindo destinos turísticos de grande importância.

Meca – islamismo

Benares – hinduísmo

Lhassa – budismo

Lourdes, Fátima, Roma – cristianismo

4. Núcleos climáticos e hidrológicos

Praias

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PROCURA E OFERTA TURÍSTICA

A procura de “sol e mar” nas décadas de 50 e 60 permitiu o “boom” turístico


do Sul da Europa que, rapidamente, se transformou na região de maior
atracção turística mundial.

Estâncias montanhosas de Inverno

Nos últimos 20 anos o esqui transformou-se numa actividade desportiva


muito popular que inclui pessoas de todas as faixas etárias provocando um
grande desenvolvimento turístico das zonas montanhosas onde a queda de
neve é mais abundante.

Estâncias hidrológicas e climáticas

As estâncias hidrológicas e climáticas utilizam a água do mar (salgada) e a


água de nascentes (doce), associada ao clima, com fins idênticos:
tratamentos e bem-estar. As primeiras deram origem à talassoterapia e as
segundas ao termalismo.

As novas tendências e o alargamento do conceito de turismo de saúde a


todo o mundo e ao mero bem-estar deram, contudo, lugar ao aparecimento
e desenvolvimento de novos conceitos:

Estâncias de saúde (health resort) – locais onde os visitantes permanecem


participando em actividades para melhorar ou manter a sua saúde. O
principal objectivo da estância é o de providenciar uma experiência de
manutenção de saúde num ambiente agradável e o respectivo mercado

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PROCURA E OFERTA TURÍSTICA

engloba as estâncias termais (resort spas), os destinos termais (destination


spas) e os centros de tratamento (day spas) que apenas oferecem
tratamentos sem alojamento

Destinos termais (destination spas) – são constituídos, simultaneamente,


pelo turismo e pela saúde. Atraiam as pessoas interessadas na mudança do
seu estilo de vida desfrutando, ao mesmo tempo, de férias.

Estâncias termais (resort spas) – oferecem geralmente programas de


exercícios, hidroterapia, fisioterapia e outros tratamentos em simultâneo
com as atracções que, normalmente, se encontram numa estância:
paisagem, ambiente, alimentação, recreio e actividades desportivas.

Núcleos receptores temáticos

Na acepção comum o turismo temático é um tipo de turismo em que os


visitantes são motivados por um ou vários temas.

O turismo temático é uma forma de turismo que satisfaz, simultaneamente,


os seguintes requisitos:

 Corresponde à busca de novas experiências por parte da procura;


 As atracções resultam principalmente da acção do homem e portanto
têm uma característica predominantemente artificial;
 Resultam da necessidade das regiões menos favorecidas para o
turismo criarem formas de atracção ou de aumentarem a sua
competitividade;

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PROCURA E OFERTA TURÍSTICA

 Possuem um carácter marcadamente lúdico de diversão ou de


entretenimento.

Parques Temáticos, Casinos, Compras de ócio, Turismo industrial

Núcleos turísticos desportivos

O desporto inclui-se, na actualidade, entre as principais razões da deslocação


de pessoas seja para assistir a espectáculos desportivos seja para a prática de
uma actividade de carácter desportivo.

 Turismo desportivo orientado para a utilização de atracções desportivas:


golfe, ténis, esqui, rafting, vela, etc.
 Estadas em centros desportivos essencialmente para treinos e estágios.
 Viagens para a prática de uma actividade desportiva: escalada, ciclismo,
expedições, trekkings, safaris, automobilismo.

Oferta de vários produtos:

 Linha de produtos ligados ao mar;


 Linha de produtos ligados à natureza;
 Linha de produtos específicos das montanhas;
 Linha de produtos heterogénea.

5. Eventos especiais e mega eventos

Os mega eventos turísticos são acontecimentos de grande dimensão


realizados, por uma ou mais vezes mas de duração limitada, com o objectivo
de promover um destino turístico a curto e longo prazo.

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PROCURA E OFERTA TURÍSTICA

Os efeitos esperados destes acontecimentos, que em regra exigem a


mobilização de consideráveis meios financeiros, são:

 Aumento da cobertura publicitária e de informação através dos meios de


comunicação internacional e/ou mundial;
 Melhoria e expansão das infra-estruturas turísticas e dos serviços de
turismo;
 Aumento das actividades promocionais das indústrias do turismo a fim
de capitalizar o ambiente favorável que o acontecimento cria;
 Aumento dos fluxos turísticos durante e após o acontecimento.

. Eventos

Evento é um acontecimento criado com a finalidade específica de alterar


a história da relação organização-público em relação às necessidades
observadas. Caso esse acontecimento não ocorresse, a relação tomaria um
rumo diferente e, certamente problemático”.

Como a realização de eventos é uma actividade dinâmica, atribuir um


conceito é complexo visto que esta actividade tem sido objecto de modificações
consoante a sua evolução. Sendo assim, e segundo a experiência de vários
especialistas da área, evento significa:

- Acção do profissional mediante pesquisa, planeamento, organização,


coordenação, controle e implementação do projecto, visando atingir o
seu público-alvo com medidas concretas e resultados projectados.
- Conjunto de actividades profissionais desenvolvidas com o objectivo de
alcançar o seu público-alvo com o lançamento de produtos,
apresentação de uma pessoa, empresa ou entidade, visando
estabelecer o seu conceito ou recuperar a sua imagem

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PROCURA E OFERTA TURÍSTICA

- Realização de um acto comemorativo, com a finalidade comercial ou


não, visando apresentar, conquistar ou recuperar o seu público-alvo.
- Soma de acções previamente planeadas com o objectivo de alcançar
resultados definidos perante o público-alvo.

Os eventos, conforme as características e peculiaridades que apresentam,


podem ser classificados em diversos tipos. Os tipos mais comuns de eventos
são:

- Assembleia - reunião da qual participam delegações representantes de


grupos, estados, países, entre outros;

- Brainstorming - reunião desenvolvida para estimular a produção de


ideias. Reúne pessoas que irão emitir as suas ideias livremente sobre
determinado assunto;

- Brunch – evento recentemente importado dos Estado Unidos muito


usado hoje em dia pelos hotéis (principalmente junto às piscinas) aos
domingos. Tem como objectivo servir pequeno-almoço e almoço e dar a
possibilidade aos participantes em relaxarem e conviverem. A origem da
palavra Brunch provém da junção de “breakfast” (pequeno-almoço) e
“lunch” (almoço);

- Colóquio – reunião fechada que visa esclarecer determinado tema ou


tomar alguma decisão; é muito utilizada por diversas classes de
profissionais;

- Concilio – reunião de prelados católicos, na qual são tratados assuntos


dogmáticos, doutrinários ou disciplinares;

- Conclave – evento de carácter religioso onde são discutidos temas de


ordem ética e moral;

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PROCURA E OFERTA TURÍSTICA

- Concurso – a sua principal característica é a competição, podendo ser


aplicado a diversas áreas: artística, cultural, desportiva, científica e
outras. Deve ser coordenado por uma comissão organizadora que
estabelecerá o regulamento e o júri;

- Conferência – caracteriza-se pela apresentação de um tema informativo;

- Congresso – reuniões promovidas por entidades associativas que visam


debater assuntos de interesse de determinado ramo profissional;

- Convenção – reunião promovida por empresas, sectores industriais e


partidos políticos com o objectivo de agir em defesa dos interesses da
referida empresa ou partido;

- Debate – Discussão entre dois oradores, cada um defendendo um ponto


de vista;

- Desfile – evento que se classifica na área promocional. Geralmente é


promovido por confecções para a apresentação dos seus produtos;

- Encontro – reunião de pessoas de uma categoria para debater sobre


temas antagónicos, apresentados por representantes de grupos
participantes, necessitando de um coordenador para resumir e
apresentar as conclusões de diversos grupos

- Entrevista Colectiva – tipo de evento na qual um especialista ou


representante de empresa, entidade ou governo se coloca à disposição
para responder sobre determinado assunto do seu conhecimento;

- Exposição – exibição pública de produção artística, industrial, técnica ou


científica. Pode haver o objectivo ou não de venda dos produtos
expostos;

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PROCURA E OFERTA TURÍSTICA

- Feira – exibição pública com o objectivo de venda directa ou indirecta,


constituída por vários stands, montados em lugares estratégicos, onde
expõem produtos e serviços;

- Fórum – reunião que visa conseguir a participação de um público


numeroso, a fim de obter mais informações sobre determinado tema
proposto. Permite aos interessados /técnicos e especialistas) debater
com liberdade os seus pontos de vista a respeito de temas em pauta,
com o objectivo de um consenso geral;

- Happy Hour – reunião de fim de tarde, promovida por bares e


restaurantes, caracterizada por disputas entre clientes e outros, na qual
quem ganha não paga;

- Jornada – encontros de grupos profissionais, de âmbito regional, para


discutir assuntos de interesse comum;

- Mega evento – evento de lazer e turismo em larga escala, como os


jogos olímpicos ou as feiras mundiais. Geralmente é de curta duração e
os seus resultados permanecem por bastante tempo nas cidades que os
realizam. É associado à criação de infra-estruturas e comodidades para
o evento;

- Mesa-redonda – reunião de um grupo de quatro a oito pessoas, sentada


em semicírculo, as quais debatem sobre um assunto de interesse
público. Um moderador coordena os trabalhos, e o plenário pode ou não
participar por intermédio de perguntas;

- Mostra – exposição itinerante;

- Oficina – evento semelhante ao workshop mas mais utilizado pela área


educacional porque proporciona a construção do conhecimento;

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PROCURA E OFERTA TURÍSTICA

- Painel – Tem como objectivo reproduzir as informações de um pequeno


grupo para um grande grupo assistente, permitindo vários ângulos da
situação proposta;

- Palestra – menos formal que a conferência, caracteriza-se pela


apresentação de um tema predeterminado a um grupo pequeno que já
possui conhecimentos sobre o assunto;

- Roda de negócios – reunião que tem como objectivo aproximar as


empresas para realizar parcerias e negociar seus produtos e serviços,
ou concluir uma negociação político-económica;

- Road-show – consiste na demonstração itinerante, montada, por


exemplo, num autocarro que se desloca para áreas geoeconómicas de
determinado país ou estado, com o objectivo de informar e demonstrar o
potencial de uma organização, governo ou entidade, por meio da
apresentação de fotos, gráficos, livros, protótipos de produtos e vídeo,
visando conquistar novos clientes, associados ou parceiros e obter o
apoio do público;

- Salão – destinado a promover e divulgar produtos com o intuito de criar


uma imagem positiva da instituição promotora;

- Semana – reunião de pessoas pertencentes a uma categoria profissional


que visam discutir temas de interesse comum;

- Seminário – consiste numa exposição verbal, cujos participantes


possuem conhecimento prévio do assunto a ser exposto;

- Simpósio – reunião derivada da mesa-redonda que possui como


característica apresentar alto nível de qualidade e contar com a
participação de especialistas;

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PROCURA E OFERTA TURÍSTICA

- Videoconferência ou teleconferência – novo meio de organizar um


evento por um linha de satélites e um espaço físico adequado, que
permita a interacção entre os participantes. Tem como característica
principal apresentar um tema de interesse de determinado grupo d
pessoas, estando esses pessoas em locais diferentes e distantes;

- Visita ou Open Day – reunião usada por meios empresariais para


mostrar sistemas, métodos, equipamentos e materiais a determinado
público-alvo;

- Workshop – reunião de especialistas para a apresentação de novas


técnicas e/ou desenvolvimento de novos temas. Actividade usada nos
meios das artes e dança;

- Outros eventos – inaugurações, shows, lançamentos, sorteios, rodeios,


leilões, comícios, jantares, entre outros.

. Actividades de animação

Animação turística – todas as actividades que visam contribuir para melhorar


ou aumentar as condições de atracção, constituir um meio para a ocupação
dos tempos livres dos visitantes ou para satisfação das necessidades e
experiências decorrentes da sua permanência no local visitado.

A animação no turismo desempenha um papel importantíssimo no


desenvolvimento do mesmo, através da realização de actividade de
entretenimento e/ou lazer. Existem inúmeras actividades de animação turística,
as quais se podem inserir ou subdividir em diversos grupos ou tipos.

Assim podemos falar em:

50
PROCURA E OFERTA TURÍSTICA

Animação Sócio-cultural

- Exposições de Pintura, Escultura, Selos, Fotografias, Artesanato etc.

- Organização de Conferências, Seminários e Colóquios

- Concertos Musicais

- Representações Teatrais

- Festivais de Cinema

- Jornadas Gastronómicas e Enológicas

Recreação e Entretenimento

- Concursos de Teatro e Literários

- Organização de concursos de dança e bailes

- Concursos de Gastronomia/Cozinha

- Desfiles de Moda

- Secções de Magia

- Jantares de Gala

- Organização de Concursos

Desportivas

- Concursos de Pesca e Caça

- Torneios de Ténis ou golfe

- Canoagem

- Passeios Pedestres

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PROCURA E OFERTA TURÍSTICA

- Outras competições/actividades em instalações desportivas

Infantis

- Competições desportivas e jogos tradicionais

- Trabalhos manuais

- Festas, Teatro, Marionetas etc.

- Cursos de línguas

4.Produtos turísticos

Produto turístico – conjunto dos elementos que, podendo ser comercializado,


directa ou indirectamente, motiva as deslocações, gerando uma procura.

Produto turístico:

 Conjunto de elementos tangíveis e intangíveis


o Centrados numa actividade específica
o Centrados num destino específico
 Compreende e combina as atracções actuais e potenciais de um destino
 Compreende as facilidades
 Compreende as acessibilidades

Componentes do produto turístico

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PROCURA E OFERTA TURÍSTICA

A) Recursos turísticos – conjunto dos elementos naturais, culturais,


artísticos, históricos ou tecnológicos que geram uma atracção turística.
Neste conjunto incluem-se os atributos positivos que atraem as pessoas
e fortalecem o produto turístico.

B) Infra-estruturas – conjunto de construções e equipamentos exigidos


pelo desenvolvimento de actividades humanas dos residentes e
visitantes. São constituídas por: construções e equipamentos, quer
subterrâneos, quer de superfície; sistemas de fornecimento de água;
sistemas de fornecimento de energia; saneamento básico; estradas, etc.

C) Superestruturas – conjunto de facilidades necessárias para


acomo0dar, manter e ocupar os tempos livres dos turistas: terminais de
tráfego; alojamentos; restauração; animação; centros de congressos;
comércio; transportes locais; outros serviços.

D) Acolhimento e cultura – o espírito, as atitudes e os comportamentos


existentes em relação aos visitantes, bem como as manifestações
culturais: música; dança; outras actividades turísticas; desporto; outras
formas de animação.

Nota: o desenvolvimento de todos os elementos que concorrem para o


acolhimento (hospitalidade em sentido amplo) constitui um dos mais
importantes aspectos da actividade turística.

E) Acessibilidade – formado pelos meios de transporte externos, incluindo


os serviços e respectivas tarifas

A criação e promoção de produtos turísticos corresponde ao


reconhecimento da existência de grupos de pessoas, com motivações

53
PROCURA E OFERTA TURÍSTICA

próprias, que se deslocam por razões idênticas e possuem idênticas


necessidades – Segmentos de mercado diferenciados.

O desenvolvimento do marketing proporcionou este reconhecimento e induziu à


formatação de produtos turísticos pela combinação das diversas componentes
da oferta.

 A cada segmento de mercado corresponde um ou mais produtos


definidos em função das condições específicas de cada país ou região;
 Não há produtos turísticos universais, igualmente válidos para cada
caso;
 Cada país ou região possui características diferentes que influenciam
diferentemente o produto que lhes respeita;
 Os produtos existentes num país não podem ser transpostos para outro
na sua totalidade.

CICLO DE VIDA DOS PRODUTOS

A conjugação das alterações das preferências e necessidades dos


consumidores com as forças da concorrência conduz a que os produtos
se desenvolvam segundo um ciclo de vida que começa com o seu
nascimento, passando pelo seu crescimento até ao seu desaparecimento.

FASE EMBRIONÁRIA

A descoberta ou criação de um novo produto desenvolve-se nos planos


técnico, conceptual e comercial até que possa ser lançado no mercado sob a
forma de produto novo.

 Despesas elevadas;

54
PROCURA E OFERTA TURÍSTICA

 Risco elevado;
 Lucros negativos.

FASE DE INTRODUÇÃO

Corresponde ao período de penetração no mercado sendo a fase mais crucial


em que a margem entre o sucesso e o fracasso é mínima. O sucesso
dependerá da aceitação do produto e também da política comercial adoptada.

 Elevados custos;
 Volume de vendas relativamente baixo;
 Lucros negativos ou muito reduzidos.

FASE DE CRESCIMENTO

Caracterizada pela aceitação do produto ou serviço pelos consumidores,


traduzindo-se pelo crescimento das vendas e dos lucros.

 As despesas de promoção mantêm-se elevadas;


 Surgem os concorrentes atraídos pelo sucesso do produto lançado;
 Começam a manifestar-se erros na gestão das empresas, cujas
consequências vão ser sentidas posteriormente.

FASE DE MATURIDADE

As vendas ainda aumentam mas as taxas de crescimento são cada vez mais
reduzidas entrando num plano de estagnação.

 Concorrência torna-se maior;


 Margens de lucro diminuem;
 Preços competitivos da parte da concorrência
 Procura de novas vias para manter a quota de mercado.

SATURAÇÃO

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PROCURA E OFERTA TURÍSTICA

Surge quando as vendas atingem o máximo e o produto ou o serviço alcançou


o maior grau possível de penetração no mercado.

 Produtos tornam-se obsoletos dando lugar à inovação de outros


produtos que substituem os anteriores.

DECLÍNIO

A procura reduz-se rapidamente, as despesas de publicidade são baixas e


inicia-se a fase de prejuízos e os produtos tendem a desaparecer e, muitas
vezes, com eles, as próprias empresas.

 Quando um produto entra na fase da saturação é possível evitar o


declínio mediante alterações que o vivifiquem ou o adaptem às novas
exigências do mercado.

 Dá-se, então, uma inovação parcial ao alterar-se um ou mais elementos


do produto e uma inovação total, ou seja, uma renovação, quando se
alteram, simultaneamente, todos os elementos que o constituem.

INOVAÇÃO PARCIAL – corresponde ao prolongamento da vida do produto

RENOVAÇÃO – corresponde a um novo ciclo na vida do produto que tem


efeitos idênticos à sua fase de introdução anterior.

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