Artigo | As Companhias Brasileiras São Socialmente Sustentáveis?
Uma Análise Das
Iniciativas Nos Relatórios De Sustentabilidade De Companhias Brasileiras | Ligia Pires Pinto, André Terreri, Universitat Pompeu Fabra (2021) Ideias – conteúdos Tópicos para estrutura do texto A função social da empresa vem sendo discutida desde 1988 por meio da constituição federal, porém definir o • Problema de Pesquisa: Social no cenário empresarial se torna uma tarefa bem Realizar uma análise crítica do arrojada. O texto objeto deste estudo analisa uma estado da arte da gestão da lacuna existente na literatura, que é a perspectiva dos sustentabilidade social no agentes econômicos no que diz respeito a função social contexto corporativo brasileiro. da empresa. • Construção do texto: Dentro do espaço corporativo, falar de agentes Inicia-se com a introdução econômicos torna-se uma tarefa com grandes lacunas, elaborada de forma uma vez que pessoas possuem interesses e estruturas estruturada apresentando sociais diferentes, pontos estes que impactam a contextualização do diretamente na implementação de novas políticas tema, problema de gerenciais. pesquisa, objetivos, e O desenvolvimento social dentro das corporações fica mecanismos de pesquisa condicionado aos responsáveis pelas deliberações abordado. Nos tópicos dentro das grandes companhias, com poder de gerar seguintes aborda a desenvolvimento econômico e social. Neste ponto o estrutura bibliográfica para texto em análise aponta a seguinte afirmativa: embasamento das “As decisões tomadas por essas empresas geram informações levando em externalidades positivas e negativas: apesar da consideração a abordagem geração de empregos e riquezas para a sociedade, sobre o debate sobre os as empresas impõem custos sociais e ambientais papéis da função social da sem necessariamente pagarem por isso (SILVEIRA, empresa, acompanhado da 2015, p. 64).” metodologia de pesquisa. A adoção de práticas sociais traz resultados positivos e Esta última apresenta que o negativos, isto acaba gerando grandes discussões a trabalho foi desenvolvido cerca como seria melhor lidar com essas com base na leitura e na externalidades. Para esta discussão podemos dizer que sistematização das existem duas visões, a voltada para a maximização de informações de relatórios lucros (teoria do acionista) e a voltada para a divisão de sustentabilidade, os de custos com os agentes de governo. Tanto que ao quais são disponibilizados longo do texto podemos encontrar falar que seguem pelas próprias companhias este movimento, mas sempre levando em em suas páginas na consideração a visão do agente. Como pode-se ver nos internet. Essa parágrafos abaixo, descritos na Pag. 3 do texto: sistematização foi realizada de acordo com a “Os autores sustentaram essa posição em sentido normativo, afirmando que os acionistas deveriam metodologia da teorização ser priorizados por serem os únicos a investirem fundamentada em dados, capital irrecuperável na companhia, sem garantia na qual foram criadas jurídica de retorno financeiro (SILVEIRA, 2015). categorias e subcategorias Berle e Means também afirmaram que uma de iniciativas, que serviram governança guiada apenas pela geração de lucro para a conformação de geraria maior eficiência econômica. As empresas base de dados em formato deveriam então pagar por suas externalidades, mas binário. o montante deveria ser definido por governos democraticamente eleitos e não por executivo. Já na década de 1930, outro proponente do institucionalismo, Merrick Dodd, travou longo debate com Berle e Means. Dodd (1932, p. 1148) afirmou que o debate público cada vez mais via a companhia aberta como “uma instituição econômica que tem uma função social tanto quanto uma função de geração de lucros”. Para ele, acionistas não são os únicos que investem capital irrecuperável nas companhias: pode-se dizer o mesmo de funcionários que investem em formações específicas a seus cargos ou governos que constroem infraestrutura para atrair empresas”. O que se pode concluir da leitura do texto, é que a sustentabilidade social tem mais uma roupagem de competividade do que seu papel específico. Que vai para além dos muros jurídicos, trabalhando mais como uma métrica de mercado, que garante a perenidade da empresa a partir da escuta e da conciliação de interesses das diversas partes interessadas. Os relatórios sustentabilidade publicados pelas empresas, são a porta e entrada para estas métricas de competitividade, isso porque apresentam como principal finalidade a prestação de informações ao investidor sobre a atuação da empresa nas temáticas social, ambiental e de governança.
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