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Planos e políticas educacionais:

das concepções às práticas

Sofia Lerche Vieira

Introdução

Este estudo retoma ideias de escritos anteriores (cf. VIEIRA


1998; VIEIRA, ALBUQUERQUE 2002) ressignificando-as à luz do
presente. O texto aprofunda articulações entre planos, planejamen-
to e políticas de educação, detendo-se de forma indireta sobre o pa-
pel exercido pela legislação nesse contexto.
Na expectativa de elucidar algo sobre as práticas, a reflexão
detém- se sobre alguns elementos teóricos, ao mesmo tempo em que
resgata aspectos relativos à trajetória dos planos de educação pro-
curando situá-los em sua historicidade. Isto porque não apenas o
próprio percurso, mas também os diferentes elementos de conjuntu-
ra que caracterizam cada período da política educacional imprimem
significados distintos ao lugar que os planos ocupam no decorrer da
história. O texto aborda os seguintes tópicos: 1) elementos teóricos;
2) o problema e seu(s) contexto(s); 3) breve reconstrução histórica;
4) convocações da/à sociedade e 5) planos e políticas educacionais.

Elementos teóricos

Planos fazem parte da vida, tanto na esfera individual quan-


to na institucional. No âmbito das organizações, mais do que meras
manifestações de projetos de futuro, os planos costumam traduzir intenções de dos passos são dados antes, outros depois. No interior de cada momento histórico
melhoria de situações existentes'. Sendo o planejamento componente imprescin- ocorrem ciclos que se concretizam através de uma lógica onde se articulam contex-
dível das instituições políticas, econômicas e sociais, é oportuno lembrar que os tos de "influência", de "produção de textos" e de "implementação', conforme a
planos podem exercer funções diversas, a depender das circunstâncias em que são perspectiva teórica de Bowe, Bali e Gold (1992) e Bali (2006).
gerados e das forças que contribuem para sua elaboração. Analisando o tema pela perspectiva desses autores, pode-se dizer que os
A análise dos planos feita pelos estudiosos da política educacional em geral planos têm relação com os contextos de influência e de produção de textos, mas
é conduzida "a posteriori dos acontecimentos" (TEDESCO 2012, p. 65). Estes não não necessariamente com os contextos de implementação. Para que se articulem
raro se concentram em estudar aspectos negativos das políticas - por que este ou aos contextos de implementação, os planos precisam ser documentos que de fato
aquele plano não deu certo, o que faltou, o que deveria ter sido feito. Os que se orientem a tomada de decisão política na condução das ações acima referidas. Por
envolvem diretamente com a concepção e a execução das políticas educacionais razões as mais diversas, de natureza histórica, social e cultural, de espaço e tempo,
(políticos e técnicos) se relacionam com os planos de forma diversa, pois suas de- sobretudo, isto nem sempre ocorre no Brasil. Basta olhar a rede física escolar pelo
cisões são tomadas em funções de variáveis nem sempre visíveis aos olhos dos que país afora para constatar que, se pianos existem, em muito poucas situações foram
pesquisam a dinâmica das políticas e reformas educativas. considerados no planejamento da expansão dos sistemas públicos de ensino.
Sem fugir à lógica da investigação "a posteriori dos acontecimentos", este es- Os planos são elaborados por demandas cuja origem está associada a atores
tudo trata de aspectos relativos ao movimento de formulação dos planos, os quais sociais, políticos e econômicos diversos, daí relacionarem-se com os "contextos de
são concebidos com maior ou menor participação de atores externos ao aparato influência". Os agentes sociais e políticos mais visíveis costumam ser representa-
estatal, a depender de circunstâncias diversas, algumas das quais aprofundadas ao dos pelos movimentos organizados, no caso brasileiro sobretudo associações cien-
longo da reflexão. tificas e profissionais sindicatos e partidos políticos. Os atores econômicas, por
As políticas educacionais são aqui compreendidas como ações do poder público sua vez estão ligados a dimensão financeira das políticas - tanto no que se refere
expressas num espaço e num tempo determinados. Espaço tem a ver com as noções as instancias do poder publico responsáveis pela identificação e por captações de
de território, lugar e local. Em tempos de globalização, por certo, essas circunstân- fontes de recursos para viabilizar a execução de políticas, como por segmentos que
cias sofrem modificações. A determinação espacial, todavia, é inegável. Tempo, podem obter benefícios pela venda dos mais diversos serviços ao governo - des-
por sua vez, constitui o fio condutor entre o passado e o presentes. Retomando o de materiais permanentes ate material de consumo passando por obras (reforma
argumento anterior, ao analisar as políticas, os pesquisadores em geral se debru- ampliação e construção) de pequeno e grande portes.
çam sobre o produto e portanto concentram-se no esclarecimento de algo que já e A articulação dos planos com o contexto de "produção de textos" não dei-
passado. Os que fazem as políticas estão às voltas com o processo. xa de ser um tanto quanto óbvia. Na esfera pública e na burocracia estatal, sejam
Tempo e espaço são movimentos mutuamente articulados. Assim, as políti- quais forem os autores dos planos - visíveis ou invisíveis aos estudiosos da(s)
cas têm um eixo cronológico, em termos de gerações ou sucessões, onde determina- politica(s) - os planos se configuram como documentos escritos cujo destino
e cuja implementação não dependem apenas da força das ideias que lhes deram
origem Como tais podem ou não ser traduzidos em legislação, bem como em pro
1. É oportuno registrar que neste estudo planos dizem respeito a documentos que informam os proces- Jetos e programas que integram as iniciativas de politica educacional
sos decisórios dos governos na tomada de decisão. Nesta perspectiva, podem ser elaborados com ou scan O Brasil tem uma forte tradição em produzir leis, e o campo da educação é
participação da sociedade. Embora relacionados ao tema, não são aqui considerados planos de partidos Um
políticos. exemplo fecundo do muitoque já se acumulou nessa matéria (VIEIRA 2008).
2. Segundo o autor, os estudos sobre políticas educacionais tendem a ser feitos 'a posteriori dos aconte-
cimentos provocados pelas mudanças e costumam estar dirigidos a identificar suas limitações ou explicar
seu fracasso" (TEDESCO 2012, p. 65). O exame dos processos de reforma, todavia, permite perceber que
'a articulação da dimensão técnica com a tomada de decisões é muito mais importante ria fase prévia 55 4 Esta discussão pode ser aprofundada erri20l 2 p 283-297.
decisões das reformas educacionais [.1 que no processo mesmo de implementação" (ibid., p. 72). ',.Sobre esta matéria, os estudos sobre políticas educacionais tendem a silenciar. Para bem conhecer
- OS
3. A esse respeito é oportuna a observação de que a oposição passado/presente é essencial na aq uisição .meandros de tal dinâmica, há que se pesquisar junto aos Tribunais de Contas da União e de estados e
da consciência do tempo (L GOFF 2003, p. 13),

Parte 1 - Planos e planejamento da educação nacional Planos e políticas educacionais: das concepções às práticas
Seria possível entender as leis de reforma como planos? Em certo sentido si ino sustenta Matus (1991, p. 28), na vida real o plano "está rodeado de
pois de uma maneira ou de outra estas apresentam indicações de mudanças. N -ezas, imprecisões, surpresas, rejeições e apoio de outros atores. Em conse-
é este, porém, o entendimento que se tem no campo da política educacional, cia, seu cálculo é nebuloso e sustenta-se na compreensão da situação, ou seja,
noção de planos costuma estar associada a documentos previstos pela legislaç Ljclade analisada na particular perspectiva de quem planifica". Para além das
e cuja finalidade é fazer projeções de futuro de médio e longo prazo, situações r ezas, na dinâmica mais ampla da ação estatal, outros fatores podem intervir
epção e a execução do que se planeja, a exemplo da troca de dirigentes,
gistradas em vários momentos da história da política educacional, como se ve e a conc
neste ensaio. jidanças de prioridades, da escassez de recursos, entre outros.
planejamento educacional enquanto atividade que integra o modus ope-
organizações do poder público em suas diferentes instâncias (União, es-
O problema e seu(s) contexto(s)
s, municípios e Distrito Federal) e que via de regra é explicitado através de
Guardando uma articulação direta com o contexto econômico e político on as não necessariamente se confunde com os planos de educação elaborados
se inscrevem, não são as mesmas as convocações e demandas à participação dos co da sociedade civil. E verdade que existem elos e aproximações
atores sociais sob a égide de regimes democráticos e autoritários. Nos últimos os planos governamentais e os planos elaborados com participação da so-
cinquenta anos, intervalo que corresponde à presença do planejamento no país ade. Todavia, há que se ter clareza a respeito das diferenças para melhor com-
viveu-se sob o primado de situações distintas das quais resultaram planos e políti ,reender as similitudes.
cas diferenciados. o bem ou para o mal, o planejamento educacional está entranhado no go-
Sendo, por princípio, atividade própria dos governos, o planejamento in-. yeino. Na esfera pública há que se prever para poder fazer, ainda que na prática o
depende de circunstâncias políticas indutoras de maior ou menor participação á.zerpossa distanciar-se do planejado. Ao planejar, os governos comprometem-se
Como bem diz Matus a este respeito, "o essencial do governo é a ação e o essenci ino uso de recursos, daí a proximidade entre planejamento e execução orçamen-
do planejamento é o cálculo que a precede e preside, então planeja quem governa, tári Em relação aos planos elaborados com participação da sociedade civil, não
porque o governante faz o cálculo de última instância, e governa quem planeja, necessariamente. O planejamento educacional enquanto rotina inscrita na máqui-
porque governar é conduzir com uma direcionalidade que supera o imediatismo ià governamental em geral é desenvolvido por agentes técnicos. Os planos com
de mera conjuntura" (1993, p. 32). rticipação da sociedade civil, por sua vez, tendem a ser assumidos por agentes
Sobre o assunto, vale ainda lembrar lanni, quando afirma que "o planeja líticos.
mento é um processo que começa e termina no âmbito das relações e estruturas de As diferenças entre os planos de governo e os planos elaborados com partici-
poder" (1986, p. 309). Se isto é verdade, como se situariam os planos no âmbito çãc da sociedade civil podem diluir-se a depender dos contextos, mais ou me-
de tais processos? Em primeiro lugar, é preciso deixar claro que planos podem ser fl.os participativos. Tanto uns como outros correm o risco de configurar-se como
elaborados com ou sem a contribuição da sociedade civil. instrumentos de legitimação de ideologias e de grupos no poder. Considerando as
Em diferentes contextos históricos, os planos elaborados com participação Circunstâncias políticas, contudo, é mais plausível a probabilidade de um plano da
da sociedade civil representam um momento do processo mais amplo do planeja- Sociedade civil representar uma peça de retórica do que um plano de governo.
mento, mais especificamente aquele que diz respeito ao "contexto de influência"
antes mencionado, quando atores diversos entram em cena na arena de formula-
reve reconstrução histórica
ção de políticas buscando fazer valer defesa de seus interesses. Com isto se quer
afirmar que planos elaborados com a colaboração da sociedade civil podem ou nãO, A análise retrospectiva é um recurso propício à compreensão sobre as relações
se transformar em peças de planejamento das políticas públicas, a depender de re Estado, governo e sociedade civil na elaboração, na implantação e no cum-
circunstâncias mais ou menos propícias à participação. E mesmo sob condições )rimento dos planos de educação no Brasil. Isto porque "o interesse no passado
favoráveis nada assegura que planos se transformem em projetos que venham a Se aenl esclarecer o presente; o passado é atingido a partir do presente" (LE GOFF
traduzir em políticas. 03, P. 13). Nessa perspectiva, costuma-se associar a presença do planejamento

Parte 1 -Planos e planejamento da educação nacional Planos e poIticas educaciona,s das concepções is práticaS
governamental no país ao período da ditadura militar. De fato, a observação fã
QUADRO 1 Planos de golerno no Brasil
sentido. Embora tenha sido introduzido na vida pública em momento anterior dá1
história, foi no pós- 64 que este ganhou força e substâncias. Por isso mesmo, passou
- -, Governo Documento Autoria

Kubitschek Plano de Metas (1956-1961) Executivo


a ser incorporado às ações do Estado em geral e da educação em particular. É pre- JusosFf0 (cf. LAFER 1987)
1956-1
ciso registrar, entretanto, que o planejamento governamental antecipa e ultrapassa Ja.Goulart Plano Trienal de Desenvolvimento EconômLco e Social do Governo João Goulart
(1963-19651 (BRASIL. PR 1962)
Executivo

a longa permanência dos militares nas esferas de governo, sendo instrumento pró- Programa de Ação Econômica do Governo (1964-66) (BRASL. MI' 1964) Executivo
Branco
prio das atividades de gestão na esfera pública. Por outro lado, é importante reco- (19641967)
plano Decenal de Desenvolvimento Económico e Social (1967-1976) (BRASIL. Executivo
nhecer que muitas vezes, mesmo sem qualquer referência à palavra planejamento, costa e Silva
MI' 1965)
(1967-1969)
tais processos ocorrem. Programa Estratégico de Desenvolvimento (PED) 1968-1970 (BRASIL. MP 1968) Executivo
Costa e Silva
(1967-1969)
No Brasil, a experiência do Estado Novo (sob Vargas, 1937-1945), por exemplo, 1 Plano Nacional de Desenvolvimento (1 PND) 1972-1974 (BRASIL. PR. SI' 1971) Executivo
poderia ser identificada como um momento em que se configura um projeto po (1969-1974)
lítico hegemônico no qual um razoável grau de coesão se expressa em ações coor- Geisel
II PND 1975-1979 (BRASIL, RI'. SP 1974) Executivo
denadas do setor público Mesmo que os métodos e procedimentos adotados não ()974-1979)
pgueiredO ti PND 1980-1985 (BRASIL RI'. SP 1980) Executivo
tenham se orientado pelos princípios defendidos por uma determinada concepção
(1979-1985)
de planejamento, o produto resultante daquelas ações pode ser entendido como
portador de atributos básicos que definem um processo de tal natureza (VIElIt, Sarney 1 PND da Nova República - 1985-1989 (BRASIL. PR . SP 1985) Executivo
(1985-1990) Plano de Metas 1986-1989 (BRASIL PR. SI' 1986)
ALBUQUERQUE 2002, p. 30-31). Collor 1 Plano Plurianual (PPA) 1991-1995 Executivo
(1990-1992) (BRASIL 1991)
A introdução do planejamento educacional no Brasil se insere neste contex- FHC PRA 1996-1999 -Brasil em Ação Executivo
Q994-1997) (BRASIL 1996)
to mais amplo e coincide com o advento de estruturas de planejamento governa-
EHC PPA 2000-2003 -Avança Brasil Executivo
mental criadas, de modo específico, a partir da segunda metade dos anos 1960, (, 1998-2002) (BRASIL 2000)
sob a égide dos governos militares. Foi então que surgiram os Planos Nacionais de LULA PRA 2004-2007 - Plano Brasil de lodos
(BRASIL MI'. SPI 2003; 2004; BRASIL 2004)
Executivo
(2003-2005)
Desenvolvimento (PNDs) e, como consequência, os Planos Setoriais de Educação
LULA PPA 2008-2011 - Desenvolvimento com Inclusão Social e Educação de Executivo
e Cultura (Psecs) que caracterizaram as administrações daquele período. (2007-2010) Qualidade
(BRASIL. MI'. SPI 2007; BRASIL 2008)
Fazendo uma retrospectiva no tempo e situando a discussão proposta no caiu DILMA Executivo
PRA 2012-2015 -.-. Plano Mais Brasil
po mais amplo do planejamento governamental, percebe-se que no passado os pia (2011-2014) (BRASIL. MP. SPI 2011 1 BRASIL 2012)

nos nacionais de governo foram marcos referenciais importantes para a concepção Fonte: elaboração da autora

dos planos setoriais, aí incluídos os planos educacionais. Esta situação, entretanto,


começa a mudar no contexto da redemocratização do país, quando novas rotinas Com o fim do regime militar há um redirecionamento dos planos, sendo o go-
de planejamento se instalam na burocracia pública. verno de transição política de José Sarney o último a ter um plano nacional de de-
O Quadro 1, a seguir, contribui para visualizar a trajetória dos planos de go senvolvimento - o primeiro (e último) da chamada Nova República. Se aparato
verno no país. dos planos perde visibilidade para a sociedade civil e em certo sentido é possível
observar uma desconstrução do processo de planejamento, tal como anteriormente
Ocorria na burocracia estatal (REZENDE 2009, p. 9-21), a verdade é que sua incor-
poração às rotinas governamentais tende a deslocar seu lugar do foco dos holofotes
da mídia para o interior das burocracias estatais.
Marco decisivo 'no que tange ao planejamento governamental, a Constituição
Federal (CF) de 1988 (BRASIL 1988) inequivocamente pode ser considerada um
6. Para uma reflexão sobre a história do planejamento no país, cf. KON 1994; REZENDE 2009;
COC1-IRANE 2012. iVisor de águas" (C0cHRANE 2012, p. 28) entre os planos do passado e do pre-

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Parte 1 - Planos e planejamento da educação nacional Planos e politicas educacionais: das concepçDes as prãticas D
sente. A nova Carta Magna (Art. 165) estabelece um
ciclo de planejamento co
tituído de três etapas na concepção e na execução de Políticas públicas. Segu
n Autoria
tal orientação, cabe ao poder Executivo definir seu programa de trabalho atra Documento
vi Executivo
Plano de Desenvolvimento Econômico e Social - Educação Diagnóstico
de leis de sua iniciativa a saber o Plano Plurianual (PP\) a Lei de Diretriz Preliminar III (Setembro/1966) (BRASIL. MP EPEA 1996)
Orçamentárjas (LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA)7 . 974) (BRASIL. MEC. SG1971) Executivo
1 Plano Setoríal de Educação e Cultura (1972-1
Executivo
Embora possa parecer óbvio - mas na prática não seja—, é importante lei II Plano Setorial de Educação e Cultura (1975-1979) (BRASIL. MEC. SG 1974)
Executivo
III Plano Setorial de Educação, Cultura e Desporto (1980-19851 (BRASIL. MEC.
brar que o planejamento associa-se ao orçamento. Sem previsão de recursos não
SG 1980)
como chegar à execução. Por sua própria natureza, a sociedade civil nem semp Educação para Todos: Caminho para Mudança (1985) (BRASIL. MEC 1985)
Executivo

está atenta a tal articulação, tampouco costuma acompanhar a tramitação dos pr Executivo
Programa Setorial de Educação do Governo Coilor ria Área de Educação (1990) Executivo

cessos da legislação relativa ao planejamento, embora tais instrumentos passe (BRASIL. MEC 1990)
Executivo
nI Plano Decenal de Educação para Todos (1993) (BRASIL. MEC 1993)
pelo crivo do poder Legislativo. Executivo
Planejamento Folitico-EstratégicO (1995-1998) (BRASIL. MEC 1995)
Como se pode verificar no Quadro 1, depois da regulamentação da dinâmj Executivo
PNE 2001-2010 - Proposta do Executivo ao Congresso Nacional (1998)
antes aludida pela Constituição Federal de 1988 o pais passa a conviver com aro (BRASIL. MEC. INEP 1998; BRASIL 1998)
Legislativo
tina dos PPAs8 Lei n. 10.172, de 9 de janeiro de 2001 - Aprova o Plano Nacional de
Não e demais lembrar que estes planos fazem parte da s1stematjCÈ Educação e dá outras providências (BRASIL, 200 1)
de planejamento governamental e não se confundem com aqueles elaborados con Executivo
Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) —2007 (BRASIL 2007; BRASIL.
MEC 2007)
participação da sociedade Assim como ocorreu em relação aos planos elaborado Executivo
s PL 0.8.035/2010, Aprova o Plano Nacional de Educação para o decênio 2011-
Pelos governos autoritários no passado, também sob a égide da democracia no pre- 2020 e dá outras providências (BRASIL 2011)
sente tais planos podem ou não incorporar demandas da sociedade civil. ElaboraÇaO da autora
Como se viu, os planos de educação, em geral, são elaborados na estei
ra dos planos mais gerais de governo O Quadro 2 faz uma retrospectiva deste Quadro 2 permite perceber que a maioria dos planos de educação elabora-
movimento:
o nos últimos cinquenta anos, com exceção do PNE aprovado pelo Congresso
foram formulados pelo Executivo. É certo que
acional em 2001 (BRASIL 2001),
QUADRO 2. Planos de educação no Brasil i diferentes momentos da história muitos planos foram discutidos por organiza-
Governo es da sociedade civil e tiveram sua chancela; entretanto, a reconstituição desta
Documento
Autoria
Jango
Lei rt, 4.024, de 20 de dezembro de 1961, Art. 92, delega ao Conselho Federal Executivo 'ajetóna assinala o que antes foi dito em relação aos planos como atividade espe-
de Educação (CFE) a tarefa de elaboração do Plano Nacional de Educação (PNE)
(BRASIL 1961) cífica dos governos.
Jango Para melhor esclarecer a questão, o próximo tópico irá deter-se de modo bre-
PNE (1962) (BRASIL MEC. CFE 1962)
Executivo 1
Jango
Publicação do PNE/Aprovação do Programa de Emergência - Decreto n
Executivo vé sobre algumas circunstâncias em que a sociedade civil envolveu-se neste deba-
51 -552, de 26 de novembro de 1962 (BRASIL 1 962)
Jango
Plano Trienal de Educação (1963-1965) (BRASIL. MEC 1963)
e seja por iniciativa própria, seja por convocação do Executivo.
Executivo

Onvocações da/à sociedade


7. O PPA é A primeira manifestação concreta em defesa do que hoje poderia configurar-
uma lei ordinária que expr'esao planá le governo e apresenta as principais indicações dos
rumos das ações do poder Executivo. Visando a assegurar a continuidade e a transição entre os governos, a
vigência de um PPA é COEnO um plano nacional de educação surgiu por iniciativa do grupo de signatá-
de quatro anos não coincidentes com os mandatos dos governantes. O primeiro ano
de um governo corresponde ao último ano de execução do PPA os do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, que defenderam a ideia de um
cessivamente, A LDO, elaborado pelo governo anterior e assim aU
por sua vez, fixa as grandes linhas no uso de recursos, estabelecendo metas e priori-
dades do PPA. A esta se segue a LOA, lano de reconstrução educacional" (Manifesto 2006, p. 196). A ideia foi incor-
que faz um detalhamento da destinação dos recursos ano a ano.
S. Os
textos dos planos plurianuais podem ser acessados no Portal da Biblioteca da Presidência da Re orada à Constituição de 1934 (BRASIL 19 34) (art. 150 e 152) e às cartas magnas
pública. Disponível em: <
http://wwwblbliotecapresideflcjagovbr> acesso em: sei 2014. 'Ceto a de 1937) subsequentes. Só veio a tomar corpo, entretanto, com a prO-

Parte 1- Planos e planejamento da educação nacional Planos e politícas educacioiiais: das concepções às pratK5
mulgação da primeira Ldben - Lei n. 4.024, de 20 de dezembro de 1961 (BRASIL de 1994, à qual foram convidados a debater, inclusive, os então candidatos à
1961), que atribuiu tal incumbência ao Conselho Federal de Educação (CFE). h,res
idência da República (VIEIRA 2008)10 .
Segundo Saviani (2010, p. 390), "o Conselho Federal de Educação elaborou et Durante o governo Fernando Henrique Cardoso (1°/1/1995 a 1°/1/2003),
1962 um documento (BRASIL 1962)1 em que procurou, numa primeira parte, tra.. debate sobre o Plano Nacional de Educação (PNE) é retomado e nem sempre
çar as metas para um plano nacional de educação e, numa segunda parte, estabele. e forma amena. Governo e sociedade civil, neste caso, colocam-se em trincheiras
cer as normas para a aplicação dos recursos correspondentes aos Fundos do Ensi 0 istintas' t Entre marchas e contramarchas e embates políticos diversos, o primei-
Primário, do Ensino Médio e do Ensino Superior". PNE é aprovado como lei em 2001 - Lei n. 10.172, de 9 de janeiro de 2001
Tendo a ideia sido motivada por educadores comprometidos já nos anos 19301 RASIL 2001).
vale lembrar que não foram poucas as ocasiões em que a sociedade civil foi chama- No governo Lula (1°/1/2007 a 1°/1/ 2011), a relação entre organizações do
da a participar da elaboração de planos nacionais de educação. A concepção d campo educacional e governo é de natureza menos conflitiva. A ideia de um grande
"planejamento participativo", por exemplo, circulou nos corredores do Ministério fórum nacional para a manifestação das bases, buscada por associações de educado-
da Educação e Cultura já sob a fugaz passagem de Eduardo Porteila pela pasta res que se opunham politicamente ao governo Fernando Henrique Cardoso, atra-
(BRASIL. MEC. DDD 1980). vés dos Congressos Nacionais de Educação (Coned), é abraçada pelo Ministério.
Com a redemocratização, a partir de meados dos anos 1980, os movimento Em 2008 ocorre a Conferência Nacional de Educação Básica (Coneb), quando o
de educadores ganharam fóruns nacionais, e não foram poucas as manifestações n governo federal assume o compromisso institucional de organizar um grande de-
sentido da necessidade da retomada da ideia de um plano nacional de educação. O bate nacional sobre o PNE, cuja culminância nacional viria a ser a Conferência
clima mostrou-se propício, pois, a novas convocações da/à sociedade. Nacional de Educação (Conae), realizada de 28 de março a 10 de abril de 201312 .
No que diz respeito ao envolvimento da sociedade civil na democracia brasi As contribuições da Conae ofereceram matéria substantiva para a elaboração
leira, o período pós-1988 tem fomentado e consolidado novas formas de participa- o PNE do governo Lula, muitas das quais incorporadas ao Projeto de Lei (PL)
ção popular na formulação e no controle das políticas públicas. Entre as novidades n. 8.035/2010 (BRASIL 2011) encaminhado pelo Executivo ao Congresso Nacional
do presente estão as conferências nacionais e os conselhos de participação, inicial- em 20 de dezembro de 2010. Como costuma ocorrer na esfera do Legislativo, a
mente presentes nas políticas de saúde e educação, mas que tiveram proliferação amitação do projeto foi mais lenta do que uma expectativa otimista levaria a su-
pelas demais áreas das políticas públicas (BRASIL. SAE. IPEA 2010, p. 18). por. Entre debates, emendas e alterações, o texto foi aprovado na Comissão de
Também no âmbito governamental convocações à participação ocorrem, nem Educação da Câmara dos Deputados em outubro de 2012, de onde seguiu para o
sempre na direção de planos e/ou planejamento, mas como exercício de ouvir os Senado. Nesta casa legislativa, o projeto também transita devagar, sendo objeto
interessados, caso, por exemplo, da iniciativa "DIA D da Educação", que mobili- de marchas e contramarchas. Votado no Senado em dezembro de 2013, retoma à
zou milhares de pessoas em escolas de todo o país (VIEIRA 2008, p. 56-57). Câmara onde novo ciclo de votação ocorre. Entre idas e vindas, por fim é aprovado
Os anos 1980, de fato, representam um período de intensos debates, em pari sob forma de lei (Lei n. 13.005, de 15 de junho de 2014).
ticular na direção da Assembleia Nacional Constituinte (1987) e na elaboração O percurso entre o envio do PNE pelo Executivo ao Congresso e sua apro-
da CF de 1988 (VIEIRA 2008). As demandas por participação adentram os anos ação final demorou quase quatro anos, gerando inegável descompasso temporal
1990 e coincidem com um interesse maior do governo em incorporar demandas
de educadores aos planos de educação. Assim ocorreu, por exemplo, em relação ao
Plano Decenal de Educação, concebido no governo Itamar Franco (2/10/1992 a 10 -Os candidatos Fernando Henrique Cardoso —Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) - e
L tua
10/1 / 1995), cuja culminância foi uma grande conferência nacional, realizada em Partido dos Trabalhadores (PT) - não compareceram ao debate.
11.A esse respeito cf. a análise de BEISIEGEL (1999) sobre os dois projetos então encaminhados ao Con-
gresso Nacional: um do governo federal, outro de educadores de oposição, em documento aprovado no II
-'Ongresso Nacional de Educação (Coned) realizado em Belo Horizonte em 1997.
9. BRASIL. Ministério da Educação e Ctíltura. Conselho Federal de Educação. Plano Nacional de 12. Para descrição e análise do significado histórico da Conae, conferir seu Documento Final (BR\SIL.
Educação, 1962. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, Rio de Janeiro, v. 38, n. 88 (out.-dez. 1962) ÍEC. SE 2010), publicação de 164 páginas reunindo as principais propostas apresentadas e aprovadas no
108-126. 'ento

Parte 1 - Planos e planejamento da educação nacional Planos e políticas educacionas: das concepçôes às práticas D
em sua aplicação. Os emperramentos no fluxo dos acontecimentos sinalizam dissenso. Aqui, cabe retomar a advertência de Matus de que "No plane-
' to
,to ar a ideia de que existem conflitos, que se contrapõem
descaso para com um projeto de futuro para a educação brasileira. Mesmo apre érito podemos recusara
jari e mudança; esta oposição é realizada por outros indivíduos com
vado, algo da energia gerada pela contribuição de tantas forças vivas acabou Por
áci,ri so desejo d
tes visões e opiniões, que podem aceitar a nossa proposta de futuro no todo
perder no caminho. Algo é possível, porém, aprender do movimento observad o jjMrei
implesmente recusar esta possibilidade" (MATUS 1993, p. 14).
n parte ou s de cada uma das diferentes par-
Maimportante que a proposto' de futuro
Sobre planos e políticas educacionais ressadas é a capacidade de conceber um projeto de amanhã que contem-
s0
nacional pela educação de TODOS(AS) cidadãos e cidadãs
A análise desenvolvida oferece alguns elementos para a reflexão sobre plariç
) O novo PNE há de contribuir nesse sentido.
e políticas educacionais. As evidências apresentadas permitem concluir que a pro- a iieiros(a5
dução de planos de educação não é modesta como o senso comum levaria a Supor.
Os planos tiveram/têm seu lugar na política educacional brasileira. Sua existência '
eféiênCia5
todavia, não implicou um planejamento no sentido de melhor prever o encaminha
EducatiOflal Policy and Social Class: The Selected Works of Stephen J.
mento de iniciativas, evitando o desperdício de recursos humanos e financeiros. jíjStephen J.
Outra observação a fazer a partir da reconstituição da trajetória dos planos all. London, Routiedge, 2006.
Cadernos de Pesquisa, São Paulo,
que não necessariamente estes caminham na mesma direção das políticas. A título EISIEGEL, Celso de Rui. O plano nacional de Educação.
n.196 (mar. 1999) 217-231.
de exemplo, vale a pena lembrar que mesmo em tempos de plena democracia ai: Reforming Education & Changing Schools:
E, Richard,BALL, Stephen, GOLD, Ann.
gumas das ações mais significativas do governo federal não passam pelo crivo do London, Routiedge, 1992-
Case Studies in Policy Sociology.
planos da sociedade. Tal é o caso, por exemplo, de todo o processo de avaliação de
Ri'L.
Constituição [de 19341 da República dos Estados Unidos do Brasil. Diário Oficial
sistemas educacionais, construído desde o final dos anos 1980 e início dos anos daUnião [da] República Federativa do Brasil. Rio de Janeiro, 16 jul. 1934.
1990 e consolidado pelos governos recentes. Também é o caso para o monitora-
RASIL. Constituição [de 19881 da República Federativa do Brasil. Diário Oficial da União
mento de indicadores e, até mesmo, para o chamado Plano de Desenvolvimento [da] República Federativa do Brasil, Brasília, 5 out. 1988.
da Educação (PDE), lançado com pompa e circunstância pelo governo federal em )ecreto n. 51.552, de 26 de novembro de 1962. Aprova Programa de Emergência do
2007 (BRASIL. MEC 2007; BRASIL 2007). Ministério da Educação e Cultura para 1962. Diário Oficial da União [da] República
Embora possa parecer haver plena sintonia entre planos e políticas, nem tudo Tederativa do Brasil, Brasília, 27 set. 1962.
se passa assim - nem em termos de forma, nem de conteúdo, nem de timing... lASIL. Decreto n. 6.094, de 24 de abril de 2007. Dispõe sobre a implementação do Plano
Mesmo os planos concebidos em passado recente pouco dialogam entre si. Há. de Metas Compromisso Todos pela Educação, pela União Federal, em regime de cola-
boração com Municípios, Distrito Federal e Estados, e a participação das famílias e da
pontos em comum, é verdade, mas também muitas dissonàncjas. As arenas onde:
comunidade, mediante programas e ações de assistência técnica e financeira, visando
a mobilização social pela melhoria da qualidade da educação básica. Diário Oficial
se movimentamos diferentes atores do jogo da política educacional respondem pe da
los compassos e descompassos na condução dos planos e projetos que informam, União [da] República Federativa do Brasil, Brasília, 25 abr. 2007.
ou não, as ações que se configuram como iniciativas do poder público. RASIL. Lei n. 10.172, de 9 de janeiro de 2001. Aprova o Plano Nacional de Educação
As evidências parecem fazer crer que, enquanto a sociedade civil se ocupa coo) Diário Oficial da União [da] República Federativa do Brasil, Brasília, 10 jan.
os planos de educação, os governos levam adiante seus projetos por mecanismos 2001,
outros. É certo que os "contextos de influência" incorporam demandas da socieda- ItAsEL. Lei n. 13.005, de 25 de junho de 2014. Aprova o Plano Nacional de Educação
de civil, mas, vale lembrar, apenas até certo ponto. Diante de tais circunstâncias, PNE) e dá outras providências. Diário Oficial da União [da] República Federativa do
cabe a pergunta: Para que servem os planos?. Os planos, como bem se sabe, em razil, Brasília, DF, 26jun. 2014.
princípio, servem para orientar decisões. Nem por isso deixam de ser instrumentos ASIL. Lei n. 10.933, de li de agosto de 2004. Dispõe sobre o Plano Plurianual para
•0 periodo 2004/2007. Diário Oficial da União [da] República Federativa do Brasil,
de legitimação de grupos no poder, de obtenção de consensos e de atendimento a
Brasilia, 12 out. 2004.
demandas exercidas sobre os governos. Por isso mesmo, costumam também ser

Planos e políticas educacionais: das concepções s prác


Parte 1— Planos e planejamento da educação nacional
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70 Parte 1 - Planos e planejamento da educação nacional


Planos e políticas educacosaisi das concepções às pratiCas
Educação e desenvolvimento:
planejamento de ações governamentais
e novos modos de regulação social?'
Mansa Ribeiro Teixeira Duarte
Maria Rosimary Soares Santos

Introdução

No final da década de 1960 foi lançado pelo International


Institute for Educational Planning (liep), órgão vinculado às Nações
Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), brochura
intitulada What is Educational Planning? (CO0MBs 19 70)2. O livre-
to era destinado principalmente, mas não exclusivamente, àqueles
que trabalhavam em planejamento educacional nos países em de-
senvolvimento e inaugurava a coleção Fundamentais ofEducational
Planning. Esta coleção encontra-se no número 95 (em 2011) e di-
rige-se também a outros públicos, menos especializados, incluindo
funcionários de governos, agentes políticos, professores e adminis-
tradores. Ao longo dos últimos cinquenta anos, com o acréscimo de
outros números à coleção, revelaram-se mudanças substantivas nas
concepções e nos procedimentos de planejamento educacional.

1. Este artigo expõe resultados de estudos efetuados no âmbito do projeto apresenta-


do para a cátedra Anisio Teixeira do programa "Cátedras Ipea/Capes para o Desenvol-
vimento', no período de 2011 a 2012.
2. O estudo recebeu tradução de Lecnidas Gontijo de Carvalho e edição pela Funda-
ção Carlos Chagas em 1972, como separata ri. 4 dos Cadernos de Pesquisa. Esta tradu-
ção serviu de base para este artigo.

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