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Policy Design: What, Who, How and Why?

January 2014
In book: L'instrumentation et ses effets (pp.281-315)Publisher: Paris, Presses de
Sciences Po.Editors: Halpern Charlotte and Lascoumes Pierre and Le Galès Patrick

O desenho da política envolve o esforço para desenvolver mais ou menos


sistematicamente políticas eficientes e eficazes por meio da aplicação do
conhecimento sobre os meios de política adquiridos com a experiência, e a razão,
para o desenvolvimento e adoção de cursos de ação que provavelmente terão
sucesso em atingir seus objetivos ou objetivos desejados dentro de contextos
políticos específicos. O desejo de economizar recursos envolvidos na realização de
metas envolve governos de todos os tipos e convicções em processos de esforços
mais ou menos conscientes e racionais de design.
A este respeito, é importante que os formuladores de políticas incorporem em seu
pensamento o conhecimento de que os processos exatos pelos quais as decisões
políticas são tomadas variam muito por jurisdição e setor e refletem as grandes
diferenças e nuances que existem entre as diferentes formas de governo - desde
regimes militares para democracias liberais e dentro de cada tipo - bem como a
configuração particular de questões, atores e problemas que vários governos, de
qualquer tipo, enfrentam em áreas ou setores de atividade específicos - como
política de saúde ou educação, política industrial, política de transporte ou energia,
política social , e muitos outros (Ingraham, 1987; Howlett, Ramesh e Perl, 2009). Em
algumas circunstâncias, as decisões políticas serão mais altamente contingentes e
"irracionais", ou seja, guiadas mais por lógicas situacionais e oportunismo do que por
deliberação e avaliação cuidadosas, do que em outras (Cohenet al., 1979; Dryzek,
1983; Kingdon,1984; Eijlander, 2005; Franchino e Hoyland, 2009).

O que se espera dos governos


Independentemente do regime e tipo de problema, e independentemente do peso
específico dado pelos governos aos diferentes objetivos substantivos e
procedimentais, todos os governos desejam ter seus objetivos efetivamente
alcançados e geralmente desejam fazê-lo de forma eficiente, isto é, com um mínimo
de esforço (Weimer, 1993). Assim, todos os governos, de qualquer tipo, estão
interessados em aplicar o conhecimento e a experiência sobre questões de política
de forma a garantir a realização mais ou menos eficiente e eficaz de seus objetivos
(deLeon, 1999; Potoski, 2002).
Como Linder e Peters observaram, é fundamental para cientistas e projetistas de
políticas entender este vocabulário básico de design:
“Quer o problema seja arquitetônico, mecânico ou administrativo, a lógica do projeto
é fundamentalmente semelhante. A ideia é moldar um instrumento que funcione da
maneira desejada. No contexto dos problemas de política, o design envolve um
processo sistemático para gerar estratégias básicas e uma estrutura para compará-
las. Examinar problemas de uma perspectiva de design oferece uma maneira mais
produtiva de organizar nosso pensamento e esforçosanalíticos. ” (1984: 253)
O papel desempenhado pelos instrumentos de implementação, em particular, tem
sido um foco central dos estudos de design. São eles que fornecem a substância ou
o conteúdo de quaisquer deliberações de design que ocorram no estágio de
formulação.

Dada a gama de atores e subestágios envolvidos nela, a formulação de políticas é


um processo altamente difuso e muitas vezes desarticulado, cujos trabalhos e
resultados são frequentemente muito difíceis de discernir e cujas nuances em casos
particulares podem ser totalmente compreendidas apenas por meio de estudo de
caso empírico cuidadoso. Como Thomas ”(2001) observa, diferentes atores estão
envolvidos em diferentes aspectos da formulação de políticas e atividades de
desenho de políticas. No entanto, definir e pesar os méritos e riscos de várias
opções constitui a substância desta segunda fase do ciclo de políticas, e a "análise
de políticas" mais ou menos formal é geralmente um componente crítico da
formulação de políticas e da atividade de desenho de políticas em governos
modernos (Gormley , 2007; Sidney, 2007; Dunn, 2008).
Compreender a natureza da formulação de políticas e atividades de design em
diferentes contextos analíticos envolve discernir como o sistema de aconselhamento
de políticas relevante é estruturado e operado no setor específico da atividade
política em exame (Brint, 1990; Page, 2010). Existem diferentes tipos de “sistemas
de aconselhamento de políticas”, dependendo da natureza da oferta e demanda de
conhecimento em contextos específicos de formulação de políticas, que variam não
apenas por contexto nacional e desenho institucional, mas também por setor
(Halffman e Hoppe, 2005).
Esta é uma tarefa complexa, mas, como vimos, a formulação de políticas
normalmente ocorre dentro dos limites de um modo de governança e lógica de
políticas existentes, o que simplifica a tarefa de criação de políticas. Ele faz isso
restringindo o número de alternativas que são consideradas viáveis em qualquer
situação de planejamento, reduzindo a proporções administráveis a gama quase
infinita de possíveis escolhas de instrumentos de micronível específicos (Meuleman,
2009); mas apenas se essas restrições contextuais forem diagnosticadas com
precisão.
POLICY DESIGN: UMA ANÁLISE DE ELEMENTOS DO DESENHO DAS POLÍTICAS DE
DESENVOLVIMENTO DE 14 CAPITAIS ESTATUAIS BRASILEIRAS

A fim de responder aos anseios que se propõe o estudo, será utilizada uma
metodologia mista, com a análise de informações através de métodos quantitativos e
qualitativos. Stake (2006) defende que a ideia de avaliação de políticas públicas e programas
deve alcançar diferentes perspectivas. Ao passo que se considera critérios como um meio de
avaliação, deve-se considerar também práticas e experiências sociais daqueles que vivenciam
o programa. A junção do quantitativo e qualitativo dá relevância aos processos intrínsecos ao
desenvolvimento do programa. Isso permite uma visão mais próxima da realidade
(STAKE,2006).

Para tanto, é interessante uma breve explicação do termo. Esse termo passou a ser
utilizado na década de 80 como afirma Colebatch e parte de concepção atrelada ao Policy
analysis que busca justamente compreender, analisar e buscar melhorar os conjuntos de
ferramentas adotadas pelos governos para corrigir problemas das próprias políticas que criam,
segundo o que afirma Michael Howlett e Ishani Mukherjee.

Existe uma variação na conceito do termo porém de modo geral, todos obedecem a
uma única linha de raciocínio. Assim, alguns “intens” aparecem de forma categórica nessa
conceituação como a percepção sobre a dinâmica do problema inerente a politica, o estudo
das possíveis soluções, estabecelcimento de objetivos, os instrumentos e ações necessárias.

O Policy Design propõe uma compreensão dos processos de construção das políticas e
dos desenhos resultantes. Dessa forma, busca-se entender o desenho de uma política a partir
do conjunto de aspectos que a delineiam, de suas estruturas e dinâmica. E claro que atrelado a
isso, existem diversas variáveis que influenciam na análise como as características políticas,
culturas organizacionais e conexões com atores sociais ,capacidades analíticas e de
governança e a complexidade dos problemas sociais como aponta PETERS.
Então, avaliar uma política pública através de uma perspectiva de Policy Design , é
considerar os objetivos ou os problemas a serem resolvidos, os agentes, as populações-alvo,
as regras, os instrumentos, as lógicas e os fundamentos e as suposições, ou seja, considerar
uma visão macro da política e não, baseada em etapas distintas excluindo o fator de inter-
relação destas.

https://scholar.google.com.br/citations?view_op=view_citation&hl=pt-
BR&user=V5ksv7AAAAAJ&cstart=20&pagesize=80&citation_for_view=V5ksv7AAAAAJ:
K3LRdlH-MEoC

https://scholar.google.com.br/citations?user=V5ksv7AAAAAJ&hl=pt-BR

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