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POLÍTICAS PÚBLICAS

PROF. PAULO LACERDA


Prof. Paulo Lacerda
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Políticas Públicas
1) Conceito
O termo “políticas públicas” remete a um conceito recente – e amplo – nas Ciências Políticas. A
partir da segunda metade do século XX, a produção acadêmica estadunidense e europeia se debruçou
sobre estudos que tinham por fim analisar e explicar o papel do Estado quanto a oferta de serviços e a
mudança do “status quo”, porquanto suas instituições administrativas impactam e regulam diversos
aspectos da vida em sociedade. Nesse sentido, pode-se concluir que elas estão diretamente associadas
às questões políticas e governamentais que intermedeiam a relação entre Estado, gerente do processo, e
sociedade, beneficiária delas.
Convém alertar, de modo geral, que elas são atravessadas pelos campos da Economia,
Administração, do Direito e das Ciências Sociais, traduzindo suas intenções e regras com referência nas
ações do Estado. Ocasionalmente, as políticas públicas que mais se aproximam da vida cotidiana são as
políticas sociais – comumente organizadas em políticas públicas setoriais, como nos casos de saúde,
educação, saneamento básico, transporte, segurança etc.
Compreender o que são e como se operacionalizam também implica no entendimento do
processo de elaboração e execução delas, o que, de forma didática, é possível compreender o
desenvolvimento delas como um ciclo, um processo esquematizado de visualização que organiza as fases
envolvidas nesse processo.
(Cespe - 2016 - DPU – Sociólogo) No Brasil, as políticas são públicas porque têm interesses e fins públicos,
podendo ou não ser subsidiadas ou implementadas pelo poder estatal, o que significa dizer que grupos
sociais e organizações da sociedade civil podem se responsabilizar pela sua execução, desde que
supervisionadas pela Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais (ABONG).
Comentários: para ser pública, a política deve conter a figura do Estado.
Gabarito: Errada.
2) Ciclo de Políticas Públicas
2.1) Conceito
Há uma homérica demanda por diversas políticas públicas que solucionem a grande cesta de
problemas sociais. Por outro lado, sabemos que os recursos são finitos, o que faz depende de
fortemente, entre outras coisas, da capacidade técnica dos (as) servidores (as) públicos (as) e do
orçamento público.
Para isso se materializar, faz-se mister termos um ciclo contínuo que promova eficiência, eficácia
e efetividade no manejo dos recursos públicos, ofertando objetos e produtos cirúrgicos à população, a
saber:

2.2) Fases
2.2.1) Identificação dos Problemas: é do olhar técnico-administrativo da gestão pública em conjunção
com as demandas sociais que os problemas são identificados;

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o É muito comum não encontrarmos essa fase em provas de concurso público, não por ela ser
irrelevante, mas pelo fato dela constar em outras análises públicas, realizada, inclusive, pelo
IBGE.
2.2.2) Elaboração da Agenda
2.2.2.1) Conceito
Forma-se uma agenda de itens que precisam ser trabalhados com urgência e prioridade pelo
governo, organizando as demandas sociais, econômicas e afins, definindo, portanto, dentro de um rol de
lista dos problemas ou dos assuntos, aqueles que chamaram a atenção do atores governamentais e
cidadãos da sociedade civil organizada, incluindo-os como necessidades da população, deixando de lado,
pelo menos, por um tempo, outros problemas ou assuntos, que, neste instante, não são tão danosos aos
usuários.
(Cespe - 2017 - TCE-PE - Conhecimentos Básicos - Cargo 5) A inclusão de uma necessidade da população
nas prioridades do poder público refere-se à etapa de construção de agendas do processo de formulação
e desenvolvimento de políticas públicas.
Comentários: agenda é, em suma, o debate central sobre os problemas levantados e a inclusão de uma
ou outra necessidade da população nas prioridades do poder público, geralmente em detrimento de
outras, já eu não há recursos financeiros, humanas e materiais para abarcar todos os problemas na
mesma magnitude e tempestividade; logo, mostra as questões públicas a serem tratadas pelo Estado,
sua prioridade e importância.
Gabarito: Certa.
(Cespe – 2016 – TRE/PI – Analista Administrativo) Entende-se por políticas públicas um conjunto de
decisões e ações destinadas à resolução de demandas sociais; por isso, essas demandas sempre
alcançam a agenda governamental das autoridades públicas decisórias.
Comentários: essas demandas nem sempre alcançam a agenda governamental das autoridades públicas
decisórias, uma vez que, entre outros motivos, os recursos públicos são escassos.
Gabarito: Errada.
(Cespe - 2013 - TCU - Auditor Federal de Controle Externo) A ocorrência de eventos ou crises pode
suscitar a emergência de problemas ou assuntos, não sendo suficiente, contudo, para impelir a entrada
de um assunto na agenda.
Comentários: a ocorrência de eventos ou crises pode fazer com que haja um debate nacional sobre;
porém, por um ou outro motivo diagnosticado, não entre na agenda, como no caso, aparentemente,
gravíssimo de superlotação presídios ou mesmo massacres neles, mas que, por intolerância social a esse
contingente populacional, não tolerando, portanto, investimentos nessas demandas.
Gabarito: Certa.
3.2.3) Formulação
Criação de alternativas é fundamental para que os gestores identifiquem soluções possíveis;
deve, portanto, ser compreendida como o processo por meio do qual os governos traduzem seus
propósitos em programas e ações, que produzirão os resultados ou as mudanças desejadas no mundo
real, pesquisando um assunto, filtrando-o, bem como estabelecendo prospecções, explicitando valores e
objetivos a serem alcançados.
Segundo Secchi, a formulação é “o estabelecimento de objetivos é importante para nortear a
construção de alternativas e as posteriores fases de tomada de decisão, implementação e avaliação da
eficácia das políticas públicas”.

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Nesta fase de formulação e levantamento de alternativas, são realizadas reuniões, consultas e/ou
audiências públicas para analisar os melhores cenários para a Política Pública, analisado tanto do ponto
de vista jurídico, como do ponto de vista administrativo e financeiro.
Para saber mais
"Elaboração - consiste na identificação e delimitação de um problema atual ou potencial da
comunidade, a determinação das possíveis alternativas para sua solução ou satisfação, a avaliação dos
custos e efeitos de cada uma delas e o estabelecimento de prioridades."
"Formulação - inclui a seleção e especificação da alternativa considerada mais conveniente,
seguida de declaração que explicita a decisão adotada, definindo seus objetivos e seu marco jurídico,
administrativo e financeiro."
PALUDO (2017. pag. 506)
3.2.4) Tomada de Decisão
É a escolha da solução ou da alternativa, outrora levantada, mais viável. Há, para tato, alguns
modelos-base para a tomada de decisão, a saber:
1. Racional (Absoluta): custos e benefícios de cada alternativa são calculados pelos atores para
achar a melhor solução para aquele caso de firma cirúrgica e absoluta, uma utopia na prática.
2. Racional Limitada: solucionando a incongruência da análise racional “absoluta”, aqui, a decisão é
tomada com base em opções satisfatórias, não necessariamente são ótimas, já que não é comum
termos o “poder” de auferir todas as informações necessárias para tomar a decisão sem arestas
e contrapontos.
3. Incremental: Nesse modelo incremental o elemento político é considerado mais do que o critério
técnico. Sendo esse modelo, a melhor decisão é aquela que assegura o melhor acordo entre os
envolvidos.
4. Fluxos múltiplos: como já frisado, este modelo acontece pela convergência do fluxo de
problemas, de soluções favoráveis e de política.
3.2.5) Implementação
a) Conceito
Momento da execução e efetuação das estratégias que solucionarão a demanda,
compreendendo a etapa de produção de resultados da política pública; um dos motivos que levam a
falhas nos resultados de políticas públicas é a dissociação que se faz entre elaboração e implementação
no processo de planejamento.
b) Classificação
❖ Top down, de cima para baixo ou da cúpula para o “chão de fábrica”: apresenta um processo de
implementação linear;
❖ Bottom-up, de baixo para cima ou do “chão de fábrica” para a cúpula: o formato da política
pública após tomada de decisão não é definitivo e pode ser modificado pelos que a
implementam no dia a dia; a implementação transforma e adapta as políticas originais, pois os
executores burocratas gozam de liberdade decisória, existindo, logo, modificações no projeto
original no momento da implementação.
c) Nível de Rua ou Street-Level Bureaucracy
Trata-se de servidores administrativos que operam na ponta, no atendimento ao público, e que
se apresentam como a face pessoal de um governo, podendo afetar fortemente a implementação das
políticas públicas devido ao seu controle de acessos, seu conhecimento do público etc.
Geralmente, percebida na perspectiva bottom-up, o implementador de linha de frente (na
literatura, comumente denominado sobre o assunto como o “burocrata do nível de rua”) é considerado

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um dos elementos centrais do processo de implementação, por causa de sua responsabilidade direta
pela execução da política."
(Cespe - 2012 - MCT - Analista em Ciência e Tecnologia Pleno - Tema I) A atuação da burocracia “no nível
de rua” pode interferir no processo de implementação de políticas públicas.
Comentários: há interferência costumaz do burocrata “no nível de rua” processo de implementação de
políticas públicas.
Gabarito: Certa.

3.2.6) Monitoramento
É a ação concomitante à execução, que a verifica, checa-a e anota as pautas e realidades; a
maioria das bancas associam o monitoramento à avaliação, como dois atos que se fundem na busca de
um objetivo comum.
(Cespe - 2019 - PGE-PE - Analista Administrativo de Procuradoria - Gestão Pública) A atividade de
monitoramento constitui um processo contínuo que retroalimenta o ciclo de ajustes de uma política.
Comentários: monitorar significa é abastecer o contínuo ajuste das políticas públicas de informações das
possíveis distorções relevantes que desvirtuam os objetos delas.
Gabarito: Certa.
(Cespe - 2012 - MCT - Analista em Ciência e Tecnologia Pleno - Tema I) O principal objeto de estudo da
teoria do equilíbrio pontuado são os períodos de estabilidade nas políticas públicas, em detrimento dos
momentos de mudança, que impossibilitam a análise da formação da agenda.
Comentários: principal objeto de estudo da teoria do equilíbrio pontuado são os períodos de estabilidade
nas políticas públicas, sem termos detrimento dos momentos de mudança, que impossibilitam a análise
da formação da agenda.
Gabarito: Errada.
3.2.7) Avaliação
a) Conceito
Avaliar é obter, numa visão prospectiva, um “feedback” da relação entre o que foi planejado e o
que foi conquistado e seus possíveis impactos futuros, bem como agir de forma corretiva e fomentadora,
a fim de potencializar novos ciclos.
Considerando que as políticas públicas, conforme as relações diretas que estabelecem com a
sociedade, podem ser analisadas a partir de abordagens macrossociais ou macropolíticas, assinale a
opção correta com referência à avaliação de políticas públicas e programas governamentais.
Correspondem a objetos de avaliação de políticas públicas os seguintes aspectos: quem se
beneficiou, em que medida se beneficiou, de que maneira se beneficiou e por que se beneficiou.
Alguns autores com Secchi defendem que haja mais uma etapa após a avaliação, denominada de
“extinção” da política pública, caso:
❖ O problema que originou a política é identificado com resolvido;
❖ Os programas da política pública se mostrem ineficazes; ou
❖ O problema perdeu relevância por motivos de mudança de hábitos, alteração legal, etc.
(Cespe - 2018 - EBSERH - Tecnólogo em Gestão Pública) Compete à atividade de avaliação a mensuração
objetiva de resultados das políticas públicas e dos programas governamentais, não cabendo julgamento
sobre o valor das intervenções governamentais.

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Comentários: o julgamento sobre o valor das intervenções governamentais é parte integrante do
processo de avaliação; a avaliação de um programa deve ser realizada à luz dos contextos sociais pelos
quais o programa é implantado.
Gabarito: Errada.
b) Quanto às Atividades
Ela combina quatro (4) diferentes tipos de atividades de monitoramento e avaliação de impacto
por parte dos gestores públicos.
⮚ Processo ou Meio-Termo:
o Examina os métodos organizacionais, incluindo as regras e os procedimentos
operacionais, utilizados para executar programas;
o Relacionado ao desempenho de determinada ação, de um projeto, programa ou uma
política;
o O ambiente político no qual os programas se desenvolvem e as forças políticas que se
contrapõem ou se aliançam para apoiar ou sabotar o programa;
o O ideário econômico-financeiro que preside a determinação sobre a alocação do gasto
público e as concepções sobre a maior ou menor necessidade de democratização do
Estado.
o Identifica se um processo pode ser simplificado e tornado mais eficiente.
⮚ Satisfação do beneficiário: a
o Avalia a atitude do usuário em relação à qualidade do atendimento que está obtendo do
programa;
⮚ Equidade:
o Grau em que os benefícios de um programa estão sendo distribuídos de maneira justa e
compatível com as necessidades do usuário.
⮚ Esforços:
o Tentativas de medir a quantidade de insumos do programa envolvido na política (pessoal,
comunicação, transporte etc.) e devem ser calculados em termos dos custos monetários;
o Seu propósito é estabelecer uma linha de base de dados.
⮚ Sustentabilidade:
o Mede a capacidade de continuidade dos efeitos benéficos alcançados através do
programa social, após o seu término;
⮚ Desempenho
o Determina o que a política pública está produzindo, muitas vezes independentemente dos
objetivos definidos, produzindo benchmark (ponto de referência) ou dados de
desempenho, que são utilizados como insumos para as avaliações mais abrangentes e
profundas.
⮚ Eficiência
o “Fazer certo as coisas;”
o Em síntese, análise do custo-benefício de um programa, em termos econômicos ou
políticos;
o Tipos:
▪ Eficiência operacional: centra sua análise na relação entre recursos e atividades,
de um lado, e os produtos obtidos, de outro; e
▪ Eficiência alocativa: foca a relação entre recursos e resultados.
o Relação entre os recursos e objetos;
o Tentam avaliar os custos de um programa e julgar se a mesma quantidade e qualidade de
produtos poderiam ser alcançadas de forma mais eficiente, ou seja, por um custo menor
ou com utilização reduzida de recursos humanos, financeiros e materiais;

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o É a busca da melhor maneira possível em uma dimensão interna;
o Os insumos e produtos são o alicerce desse tipo de avaliação.
⮚ Eficácia
o “Fazer a coisa certa;”
o Conjunto de objetos entregues aos usuários em uma dimensão externa, dentro de uma
meta, um objetivo e um resultado pretendido antecipadamente;
o Relação entre as metas e objetos;
o Avaliação da relação entre objetivos e instrumentos de um programa ou projeto e os
resultados obtidos. Considera-se avaliação de processos implementados.
⮚ Efetividade
o “Resultado do resultado;”
o É uma avaliação do todo, isto é, uma avaliação de uma política pública orientada a
resultados, da perspectiva de quem ofertou, passando pelos meios e recursos utilizados,
até chegar ao destinatário/usuário dela;
o É o grau do impacto gerado nos usuários e na sociedade, como um todo, do programa de
governo, em uma mudança do “status quo” ou estados atua das coisas;
o Juízo de valor estabelecido a partir da relação entre a execução de um programa e o
impacto provocado na realidade em que foi executado;
o Logo, é a dimensão externa do desempenho de um programa que representa a relação
entre os resultados alcançados e as transformações ocorridas no ambiente social e
econômico que lhe usufruiu.
⮚ Análise custo- efetividade:
o Comparação de formas alternativas da intervenção para a obtenção de determinados
impactos;
(Cespe - 2018 - EBSERH - Tecnólogo em Gestão Pública) O elemento central da avaliação da efetividade
de um programa governamental é o diagnóstico, que auxilia na alocação dos recursos disponíveis de
acordo com os objetivos propostos.
Comentários: o elemento central da avaliação da efetividade eficiência de um programa governamental
é o diagnóstico, que auxilia na alocação dos recursos disponíveis de acordo com os objetivos propostos.
Gabarito: Errada.
(Cespe - 2019 - PGE-PE - Analista Administrativo de Procuradoria - Gestão Pública) O objetivo de uma
avaliação de impacto consiste na averiguação contínua do plano de execução de um programa
governamental, o que inclui mudanças no plano inicial.
Comentários: o entendemos que “avaliação de impacto” se refere à avaliação de efetividade, que se dá
ao final da execução e não de forma contínua.
Gabarito: Errada.
(Cespe - 2019 - MPC-PA - Analista Ministerial – Administração) Assinale a opção correta, relativa ao
planejamento e à avaliação de políticas públicas.
A) A avaliação consiste na mensuração subjetiva dos resultados de políticas públicas e programas
governamentais.
B) O monitoramento é utilizado unicamente na etapa de formulação de políticas públicas.
C) A fase de implementação da política pública caracteriza-se pelo levantamento de alternativas de
soluções para o problema público identificado.
D) As avaliações de meio-termo, ou de processo, permitem aplicar correções na fase final da
implementação de políticas públicas.

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E) A classificação de uma avaliação de política pública em função do seu período de execução divide-se
apenas em avaliação inicial (ex ante) e avaliação de resultados (ex post).
Comentários: as erradas
A) A avaliação consiste na mensuração subjetiva objetiva dos resultados de políticas públicas e
programas governamentais.
B) O monitoramento é utilizado unicamente na etapa de formulação de políticas públicas.
C) A fase de implementação da política Identificação dos Problemas pública caracteriza-se pelo
levantamento de alternativas de soluções para o problema público identificado.
E) A classificação de uma avaliação de política pública em função do seu período de execução divide-se
apenas em avaliação inicial (ex ante) e avaliação concomitante e de resultados (ex post).
Gabarito: D.
(Cespe - 2018 - SEFAZ-RS - Auditor do Estado - Bloco I) A avaliação constitui um instrumento
imprescindível para o conhecimento da viabilidade de programas e projetos governamentais. Nesse
sentido, avaliar a eficácia consiste em
A) obter explicações a respeito de programas e projetos governamentais a partir da perspectiva de
pesquisadores.
B) determinar ações que ajudem a otimizar o desempenho de instituições e programas.
C) avaliar a relação entre as metas e os instrumentos explícitos e os resultados de determinado
programa governamental.
D) examinar a relação entre a implementação e o impacto social de determinado programa
governamental.
E) avaliar a relação entre o esforço empregado para implementar determinada política pública e os seus
resultados.
Comentários:
A) obter explicações a respeito de programas e projetos governamentais a partir da perspectiva de
pesquisadores. Não há sentido
B) determinar ações que ajudem a otimizar o desempenho de instituições e programas. Eficiência
D) examinar a relação entre a implementação e o impacto social de determinado programa
governamental. Efetividade
E) avaliar a relação entre o esforço empregado para implementar determinada política pública e os seus
resultados. Eficiência
Gabarito: C.
c) Quanto ao Tempo
❖ “Ex Ante”: deve começar no nascedouro a fim de verificar, fundamentalmente, se respondem a
um problema bem delimitado e pertinente, abarcando, por isso, também, o processo de
monitoramento e acompanhamento inicial. Em função disso, observa-se se há um objetivo claro
de atuação do Estado e se propõe um desenho que efetivamente possa ser alcançado. Entre
outros tópicos, é necessário que as políticas públicas contem com essa análise ex ante para que
os recursos públicos e o bem-estar da sociedade sejam otimizados. Desse modo, evita-se a
detecção posterior de erros de formulação e de desenho, que, com maior racionalidade no
processo inicial de implantação da política, poderiam ter sido previstos e eliminados;
❖ “Ex Post”: deve se dar de forma concomitante e após a implementação da Política Pública, em
uma espécie de monitoramento final e avaliação em detrimento de análise por si só; executada
como um processo sistemático, integrado e institucionalizado, tem como premissa básica
verificar a eficiência dos recursos públicos e, quando necessário, identificar possibilidades de
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aperfeiçoamento da ação estatal, com vistas à melhoria dos processos, dos resultados e da
gestão. As metodologias e ferramentas analíticas utilizadas na avaliação fundamentam a tomada
de decisão dos gestores públicos em prol do aprimoramento das políticas em execução. Portanto,
os resultados da avaliação de processos servem para a Avaliação:
o Formativa:
▪ Realizada no decorrer ou na implementação de programa, ação (projeto ou
atividade), a fim de identificar se a execução está ocorrendo de acordo com o
planejado;
▪ Subsidia o processo de reflexão e inovação em andamento;
▪ Finalidade de aperfeiçoá-lo enquanto há o desdobramento de fases;
▪ De acordo com Cavalcanti (CAVALCANTI, 2007, p. 78), verifica se as atividades
estão “se desenvolvendo de acordo com o planejado, procurando dar forma,
constituir ou compor a política pública, referindo-se aos procedimentos
empregados para a implementação da respectiva política “e está relacionada com
a decisão de modificar ou revisar (aprimorar o que está sendo implementado). Ou
seja, é realizada com a intenção de gerar feedback para aqueles que então
envolvidos efetivamente com a implementação do programa”; ou
o Somativa:
▪ Realizada no após a implementação de programa, ação (projeto ou atividade), a
fim de identificar se a execução está ocorrendo de acordo com o planejado;
▪ Verifica os resultados obtidos ao fim do processo, ou seja, julga, de acordo com
Cavalcanti (CAVALCANTI, 2007, p. 79), “o mérito do programa e comprova os seus
resultados. Sua finalidade é a de promover informações para a decisão de
continuar ou acabar com o programa em curso”;
▪ Tomada de decisão sobre sua adoção, continuidade ou expansão deles.
(Cespe - 2018 - EBSERH - Tecnólogo em Gestão Pública) A avaliação formativa procura investigar como o
programa funciona e, também, avaliar as estratégias utilizadas para o alcance dos resultados.
Comentários: avaliação formativa procura identificar, aferir, investigar e analisar as modificações do
comportamento e rendimento do sistema programático, confirmando se a construção da ação ou
atividade se processou conforme o planejado.
Gabarito: Certa.
Exemplo: Programa de Cisternas (objeto) do Governo Federal. É de conhecimento de grande
parte da sociedade brasileira que a região árida e semiárida do nordeste brasileiro sofre com a falta de
água nos longos períodos sem chuva. A partir de 2013, diante de todos os estudos e da forte demanda
social para que esse problema seja acolhido, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
em parceria com a ASA (Articulação no Semiárido Brasileiro) selecionou um dos aspectos desse grave
problema para que se desenhasse uma política pública que atendesse às demandas da população local.
Usando as etapas do ciclo como referência, podemos esquematizar o seguinte processo:
1) Identificação do Problema: falta de água na região semiárida brasileira, o que compromete as
atividades básicas e produtivas dos habitantes.
2) Formação da Agenda: análise das principais questões envolvidas nesse problema (saúde pública,
economia local, educação, trabalho, saneamento básico etc.) por parte do poder público, ativistas,
organizações, entre outros atores. Aqui, temos a “Teoria do Equilíbrio Pontuado”:
⮚ A qual explica o comportamento de estabilidade e mudança nos processos políticos em relação à
trajetória anterior, enquanto a maior parte dos modelos teóricos concentra-se em explicar a
estabilidade ou a mudança nas políticas públicas (True et al., 2007);

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⮚ Determina que agenda de políticas públicas reveza períodos de estabilidade de problemas e
períodos de emergência de problemas (ascensão de novos ou redefinição de antigos);
⮚ Impõe às políticas públicas mudanças incrementais e mudanças de grande escala, dependendo
da emergência de mudanças nas imagens e nas instituições;
⮚ O principal objeto de estudo da teoria do equilíbrio pontuado são os períodos de mudança nas
políticas públicas, em detrimento dos momentos de estabilidade, que impossibilitam a análise da
formação da agenda;
⮚ Adota uma perspectiva de racionalidade limitada, destacando as limitações cognitivas dos atores
envolvidos em processos de políticas públicas;
⮚ Um dos aspectos centrais da abordagem é o papel desempenhado pelas dinâmicas de atenção
no que diz respeito a temas e problemas públicos.
3) Formulação de Alternativas: levando em consideração a capacidade técnica e o orçamento público,
diversas soluções são consideradas para a elaboração de uma política de acesso à água.
4) Tomada de Decisão: escolha das cisternas como forma de captação e armazenamento da água da
chuva. O público-alvo dessa política é a população rural e de baixa renda do semiárido nordestino
cadastrada no Cadastro Único (mesmo processo de elegibilidade do Bolsa Família).
5) Implementação: execução da política pública que foi desenhada. O Programa Um Milhão de Cisternas
(P1MC) que se resume na construção de cisternas domiciliares para captação e armazenamento da água
da chuva.
6) Monitoramento: foram levantadas o número de cisternas construídas e não construídas em
determinado período; o porquê da não execução; ações alternativas e suplementares.
7) Avaliação: o processo de avaliação envolve um olhar crítico (quantitativo e qualitativo) para a
implementação da política pública. Nesse caso, por conta da avaliação, foi possível identificar a
necessidade de sua ampliação em 2018 para a construção de um segundo tipo de cisterna (calçadão)
com a finalidade de captar água para atividades produtivas, garantindo a segurança alimentar local.
Para saber mais
Segundo a doutrinadora Maria das Graças Rua, há dez (10) pré-condições ideais para
implementação bem-sucedida:
1. As circunstâncias externas não devem impor restrições que a desvirtuem;
2. O programa deve dispor de tempo e recursos suficientes;
3. Não apenas não deve haver restrições em termos de recursos globais, mas também, em cada estágio
da implementação, a combinação necessária de recursos deve estar efetivamente disponível;
4. Teoria adequada sobre a relação entre a causa (de um problema) e o efeito (de uma solução que está
sendo proposta);
5. Esta relação entre causa e efeito deve ser direta, e, se houver fatores intervenientes, estes devem ser
mínimos;
6. Deve haver uma só agência implementadora, que não depende de outras agências para ter sucesso; se
outras agências estiverem envolvidas, a relação de dependência deverá ser mínima em número e em
importância;
7. Deve haver completa compreensão e consenso quanto aos objetivos a serem atingidos e esta condição
deve permanecer durante todo o processo de implementação;
8. Deve ser possível especificar, com detalhes completos e em sequência perfeita, as tarefas a serem
realizadas por cada participante;
9. É necessário que haja perfeita comunicação e coordenação entre os vários elementos envolvidos no
programa;

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10. Os atores que exercem posições de comando devem ser capazes de obter efetiva obediência dos seus
comandados."
O QUE É O PRONASCI
Pronasci inova no enfrentamento ao crime Desenvolvido pelo Ministério da Justiça, o Programa Nacional de Segurança Pública
com Cidadania (Pronasci) marca uma iniciativa inédita no enfrentamento à criminalidade no país. O projeto articula políticas de
segurança com ações sociais; prioriza a prevenção e busca atingir as causas que levam à violência, sem renunciar às estratégias
de ordenamento social e segurança pública. Entre os principais eixos do Pronasci destacam-se a valorização dos profissionais de
segurança pública; a reestruturação do sistema penitenciário; o combate à corrupção policial e o envolvimento da comunidade na
prevenção da violência. Para o desenvolvimento do Programa, o governo federal investirá R$ 6,707 bilhões até o fim de 2012.
Além dos profissionais de segurança pública, o Pronasci tem também como público-alvo jovens de 15 a 24 anos à beira da
criminalidade, que se encontram ou já estiveram em conflito com a lei; presos ou egressos do sistema prisional; e ainda os
reservistas, passíveis de serem atraídos pelo crime organizado em função do aprendizado em manejo de armas adquirido durante
o serviço militar.
Veja os estados que já contam com o Pronasci: Alagoas, Acre, Bahia, Ceara, DF e Entorno, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais,
Pará, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo e Sergipe A execução do
Pronasci se dará por meio de mobilizações policiais e comunitárias. A articulação entre os representantes da sociedade civil e as
diferentes forças de segurança – polícias civil e militar, corpo de bombeiros, guarda municipal, secretaria de segurança pública –
será realizada pelo Gabinete de Gestão Integrada Municipais (GGIM). O Pronasci será coordenado por uma secretaria-executiva
em nível federal e regionalmente dirigido por uma equipe que atuará junto aos GGIM e tratará da implementação das ações nos
municípios.
Para garantir a realização das ações no país serão celebrados convênios, contratos, acordos e consórcios com estados, municípios,
organizações não-governamentais e organismos internacionais.
A instituição responsável pela avaliação e acompanhamento do Programa será a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Além da
verificação dos indicadores, ainda será feita a avaliação do contexto econômico e social. O controle mais abrangente do Programa
contará com a participação da sociedade.
(Fonte:http://www.mj.gov.br/data/Pages/MJE24D0EE7ITEMIDAF1131EAD238415B96108A0B8A0E7398PTBRNN.htm)

4) Análise
4.1) Conceito
A análise de políticas ou Policy Analysis oferece uma compreensão das questões relacionadas a
legitimidade, eficácia e durabilidade da ação pública, analisando o sentido, desenvolvimento, conteúdo e
consistência de uma política, isto é, o que a motiva; como se constrói, como se decide, que
problema/oportunidade busca atender; qual a sua racionalidade; que objetivo busca atingir, que
instrumentos utiliza, como se integra com outras políticas etc.
Harold Lasswell (1948) introduz pela primeira vez a expressão Policy Analysis, cravando a análise
do processo político como objeto de estudo alternativo aos objetos tradicionais da ciência política, isto
é, alternativo ao estudo das constituições, legislaturas, grupos de interesse, elites e questões clássicas do
poder.
Já a avaliação de Programa ou Program Evaluation, avalia a necessidade, relevância, desenho,
implementação, utilidade de uma intervenção proposta que busca concretizar os objetivos de uma
política.
4.2) Objetivos
❖ Melhorar o entendimento acerca da política e do processo político quanto apresentar propostas
para o aperfeiçoamento das políticas públicas;
❖ Produzir conhecimentos sobre o processo de formulação, implementação e avaliação de políticas
públicas.
❖ Orientar, de forma prescritiva e propositiva, a gestão;
❖ Explicitar o processo político no qual são processadas e do qual derivam políticas públicas;
❖ Auxiliar os formuladores de políticas públicas por meio do aporte de conhecimentos ao processo
de elaboração;
❖ Enfatizar questões de tomada de decisão;
❖ Constituir em meio prático para solução de problemas sociopolíticos.

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4.3) Dimensões
❖ Polity (política): dimensão institucional ou estruturas do sistema político, como no caso de
Senado, STF, Procuradoria-Geral da República;
o É o modo e como as instituições foram e são desenhadas no país (muito por conta da
constituição e regras infraconstitucionais), o que influencia a atuação delas e,
ocasionalmente, influenciam as Politics ou a dimensão processual;
❖ Politics: dimensão processual ou processos de negociação política, como no caso de uma
negociação entre Congresso Nacional e Presidente para aprovação de uma Medida Provisória ou
urgência de tramitação de lei;
o Gera, naturalmente, um processo conflituoso de vieses ideológicos e até burocráticos,
que, por sua vez, influenciam no Policy ou dimensão material;
❖ Policy: dimensão material, conteúdos concretos ou configuração dos programas políticos em
conteúdo “stricto sensu” Public Policy, como nos casos de problemas técnicos e a busca de
resultados, como já frisado, concretos; é a administração em si das políticas públicas, com
identificação do problema, construção de uma agenda, formulação de alternativas, tomada de
decisão, implementação e avaliação.
o Para muitos autores, o “Policy” ou dimensão material é considerado o conceito específico
de Política Pública, que reflete o fluxo de decisões políticas e técnicas que orienta a
manutenção do equilíbrio social ou, por outro prisma, introduz desequilíbrios destinados
a modificarem o “status quo” ou a realidade atual das coisas;
o Duas informações importante sobre políticas públicas:
1º. Elas não são exclusivas do Estado constituído; uma comunidade que se reúna para
resolver ou sanar um problema ou para potencializar um evento local existente é
ação considerada como políticas públicas, ainda que não estruturadas pelo Estado.
2º. Elas podem advirem de ação ou inação, ou seja, de omissões, como no caso de
não interferir nas liberdades de associações;
(Cespe - 2011 - EBC - Analista - Ciências Sociais) Em inglês, usam-se os termos polity, politics e policy para
caracterizar as três dimensões da política. Eles se referem, respectivamente, às instituições políticas, aos
processos políticos e aos conteúdos da política. Policy é adotado para designar as políticas públicas
(public policy).
Comentários: a assertiva compreende os conceitos de polity, politics e policy a contento.
Gabarito: Certa.
(FCC - 2010 - METRÔ-SP - Analista - Ciências Sociais) Na Análise de Políticas Públicas utiliza-se a distinção
entre os termos polity, politics e policy. Tais termos são relativos, respectivamente a:
A) dimensão institucional ou estruturas do sistema político; dimensão processual ou processos de
negociação política; dimensão material ou configuração dos programas políticos, problemas técnicos e
resultados concretos.
B) dimensão material ou configuração dos programas políticos, problemas técnicos e resultados
concretos; dimensão institucional ou estruturas do sistema político; dimensão processual ou processos de
negociação política.
C) dimensão processual ou processos de negociação política; dimensão institucional ou estruturas do
sistema político; dimensão material ou configuração dos programas políticos, problemas técnicos e
resultados concretos.

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D) dimensão processual ou processos de negociação política; dimensão material ou configuração dos
programas políticos, problemas técnicos e resultados concretos; dimensão institucional ou estruturas do
sistema político.
E) dimensão institucional ou estruturas do sistema político; dimensão material ou configuração dos
programas políticos, problemas técnicos e resultados concretos; dimensão processual ou processos de
negociação política.
Comentários: a única alternativa que representa respectivamente polity, politics e policy é a alternativa
“A”.
Gabarito: A.
(VUNESP - 2020 - Prefeitura de Ilhabela - SP - Analista - Gestão de Políticas Públicas - Gestão Pública)
Desde os anos 1960, alguns teóricos da Análise de Políticas Públicas consideram que não fazer nada em
relação a um problema público também é uma forma de política pública. Nessa interpretação, o conceito
de política pública, além das ações governamentais – o que o governo escolhe fazer –, abrange:
A) os projetos públicos não estatais realizados pelo terceiro setor para compensar a insuficiência das
políticas sociais.
B) os planos de organismos internacionais como a ONU e o Banco Mundial que completam, desde o
pós-guerra, as políticas públicas nacionais e subnacionais.
C) os programas de investimento das empresas estatais (sociedades de economia mistas e empresas
públicas) que suprem a ausência de ações governamentais de infraestrutura.
D) os processos legislativos que determinam, com a elaboração de leis, as políticas públicas que os
governos devem fazer.
E) as situações de omissões, negligências e inações governamentais perante um problema público.
Comentários: se a intenção é não fazer nada, cabe se omisso, negligente e inano
Gabarito: E.
5) Modelos de Tomada de Decisão em Política Pública
❖ Clássico/Burocrático: os procedimentos lógico-formais do Processo Decisório são enfatizados,
corroborando que quem toma as decisões examina primeiro os fins e só depois estuda os meios
para alcançá-los, subordinando a eficácia da decisão à escolha da melhor decisão;
o Decisão centralizada: elimina esforços duplicados de vários tomadores de decisão, é mais
rápida, menos onerosa, menos qualitativa, mas é fechada e exige um gestor fora de série;
o Decisão descentralizada: decisões mais próximas dos fatos e das circunstâncias locais,
favorecer a formação de gerentes mais motivados e autônomos, mas não elimina esforços
duplicados de vários tomadores de decisão, é mais demorada, mais onerosa, e
despadroniza as ações.
o Decisões em grupos: muito qualitativa na busca de soluções, entretanto, há maior
exigência de mais tempo e recursos.
❖ Comportamentalista: o comportamento do indivíduo na organização é muito acentuado e
abrangente; em consequência, gestores procuram prevê-lo para evitar situações desagradáveis
no contexto das decisões. Afinal, a Teoria Comportamental concebe a organização como um
sistema de decisões; este está preocupado com os indivíduos, ele vê como suas decisões estão
afetando seus subordinados;
❖ Diretivo: tomadas de decisão a curto prazo. Os administradores não levam em consideração as
opiniões dos cooperadores, com decisões claras e bem definidas. Baseadas nas informações que
eles conseguem reunir;
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❖ Analítico: os administradores buscam soluções/decisões mais complexas, onde se baseiam nas
informações providas a ele.
❖ Conceitual: Decisões a longo prazo. Buscam várias fontes, aqui você deve pensar na “lincagem”
com o Papel do administrador (nível estratégico, tático e operacional);
o Cuidados com estas últimas duas:
▪ Analítico: soluções/decisões mais complexas; e
▪ Conceitual: soluções/decisões a longo prazo.
❖ Normativo: o que deve ser feito é a preocupação central. Modelo de grupos
técnico-profissionais;
❖ Incremental: as decisões são continuadas, mas há um acréscimo apenas marginal ou adicional
nas decisões passadas;
o Aqui, os recursos governamentais para um programa, órgão ou uma dada política pública
não partem do zero e sim, de decisões marginais e incrementais que desconsideram
mudanças políticas ou mudanças substantivas nos programas públicos;
o Assim, as decisões dos governos seriam apenas incrementais e pouco substantivas;
❖ “Lata do Lixo”: do inglês garbage can ou garbage can model, teve grande impacto na
Administração Pública contemporânea devido a seu foco analítico na forma como decisões são
tomadas em ambientes organizacionais complexos. De acordo com esta teoria, a ambiguidade é
um fator a ser considerado nas organizações, e os tomadores de decisão geralmente não têm
clareza em relação às suas preferências.
o Também conhecido como Modelo Anárquico, March e Olsen (1972) cunharam a
expressão “lata de lixo” para caracterizarem um modelo onde o processo de tomada de
decisão não possui regras definidas, podendo até mesmo ser incoerentes.
o Há uma busca permanente por informação, mas sua utilização é baixa, o que, por fim, faz
com que o indivíduo tenha dificuldade em entender os fins e os meios da organização.
o O processo geralmente dá-se por tentativa e erro por parte dos membros da organização;
o Tal teoria teve grande impacto na Administração Pública contemporânea devido a seu
foco analítico na forma como decisões são tomadas em ambientes organizacionais
complexos. De acordo com esta teoria, a ambiguidade é um fator a ser considerado nas
organizações, e os tomadores de decisão geralmente não têm clareza em relação às suas
preferências.
❖ Participativo: é comum, hoje, os gestores adotarem estilos mais participativos e democráticos de
gestão, envolvendo os indivíduos e os grupos nas decisões que os afetam, diluindo poderes com
estes. A tomada de decisão em grupo apresenta vantagens em relação à tomada de decisão
individual, como, por exemplo, maior diversidade de perspectivas sobre os problemas em foco e
qualidade na melhor alternativa. No entanto, a tomada de decisão em grupo também apresenta
desvantagens quando comparada à individual, tais como mais recursos envolvidos, mais tempo
para solucionar problemas e aumento de conflitos:
❖ Racional: o processo decisório tem, como intuito, maximizar os objetivos da alta administração e
de seus acionistas, buscando a decisão absoluta, sem arestas e falhas, o que, no mundo atual, é
uma utopia, portanto é quase impossível auferirmos todas as informações, a tempo e na medida
correta, para tomarmos a melhor decisão, o que gerou o estudo do modelo “Racional Limitado”.
❖ Racionalidade Limitada: sob o trabalho de Herbert Simon, está baseado na sua análise de que as
organizações devem ser encaradas como um sistema de decisões onde o indivíduo é responsável
pela tomada de decisão.
o O seu estudo propõe que não é possível para um tomador de decisões ter acesso a todas
as possibilidades de ação, medindo todas as opções, devido as impossibilidades física e
temporais de se ter acesso a todas as informações e processá-las, além do alto custo
envolvido nesse processo.

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o Tendo em vista a escassez de recursos, os gerentes e administradores contentam-se em
obter um número limitado de informações, contudo, num nível satisfatório, que lhes
permita identificar os problemas e algumas soluções alternativas.
▪ Exemplo: fulano vai viajar para um país remoto e de cultura avessa à brasileira;
nesse sentido, ele deve auferir o maior número de informações possíveis dele para
tomar as decisões perto de uma realidade, mas jamais auferirá todas as
informações desse lugar;
o Dessa forma, na prática, os gestores não buscam todas as soluções possíveis para um
problema específico, o que seria impossível, mas apenas soluções satisfatórias e
aceitáveis.

Para saber mais


A junção do modelo incremental e do racional limitado é perfeitamente viável (Mixed-Scanning),
conjugando questões ordinárias e questões estruturantes, ocasionalmente denominado de modelo misto.
(FGV - 2022 – MPE/GO - Assistente Administrativo) No que se refere ao processo decisório em uma
organização, o modelo da racionalidade limitada preconiza que
A) as condições que envolvem o problema são simples e os critérios, conhecidos e bem definidos.
B) o indivíduo deve buscar uma solução satisfatória para determinado problema.
C) todas as informações sobre o problema devem estar à disposição do tomador de decisão.
D) as soluções ótimas para os desafios devem ser as únicas aceitas.
E) a imparcialidade plena do examinador permite que ele maximize os resultados em suas decisões.
Comentários: no modelo da racionalidade limitada, o agente deve buscar uma solução satisfatória para
determinado problema no máximo, já que, segundo este modelo, a solução completa e absoluta é
impossível, chamando a atenção da letra “D”, na qual se afirma que as “soluções ótimas para os desafios
devem ser as únicas aceitas”, fica clara a intenção dos examinadores de seduzir o estudante com a
falácia de buscar o % de decisão.
Gabarito: B.
(FGV - SAD-PE - Analista em Gestão Administrativa – 2009) No processo decisório das organizações, o
conceito de racionalidade limitada (Modelo Carnegie) tem um importante papel. Dentre as alternativas a
seguir, assinale aquela que não pode ser considerada uma característica deste modelo.
A) A limitação do ser humano em ter acesso e processar cognitivamente todas as opções para tomada de
decisão.
B) A otimização das decisões ser considerada um fato real.
C) A impossibilidade material de obter todas as informações para tomada de decisão, em função dos
problemas de tempo e custo.

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D) As pressões afetivas, culturais e os jogos de poder influenciarem o conteúdo das decisões tomadas.
E) As decisões tomadas serem satisfatórias, mas não ótimas.
Comentários: a otimização das decisões ser considerada um fato é uma característica do modelo
Racional e não da Racionalidade Limitada. No primeiro, tem como premissa que o tomador de decisão
tem conhecimento absoluto de todas as opções disponíveis e escolhe a melhor ou a opção ótima; já no
segundo, as decisões são satisfatórias, aceitáveis e relativas ao sujeito que decide e não otimizantes e
maximizadoras, como previa o modelo Racional.
Gabarito: B.
(FGV - IBGE - Coordenador Censitário Subárea – 2019) O processo decisório organizacional é influenciado
pelas características individuais dos decisores, que têm diferentes estilos de decisão. Administradores
que privilegiam decisões técnicas e racionais, com base em dados objetivos e muitas informações,
considerando múltiplas alternativas e buscando soluções complexas para os problemas, são decisores de
estilo:
A) conceitual; B) diretivo; C) estratégico; D) analítico; E) comportamental.
Comentários: decisões para soluções complexas exige um tomador de decisões analítico; quando as
decisões exigirem mais tempo, o tomador se enquadra no conceitual.
Gabarito: D.
(FGV - IBGE - Coordenador Censitário Subárea – 2019) Em Administração, centralização “significa que a
autoridade para tomar decisões está concentrada no topo da organização, enfatizando assim a cadeia de
comando” (Sobral e Peci, 2013, p. 265). Embora a centralização das decisões possa ser questionada
frente à maior complexidade do processo decisório gerada pelo ambiente externo mais turbulento e
incerto que as organizações contemporâneas enfrentam, a centralização apresenta vantagens em
relação à descentralização, tais como:
A) eliminar esforços duplicados de vários tomadores de decisão;
B) decisões mais próximas dos fatos e das circunstâncias locais;
C) favorecer a formação de gerentes mais motivados e autônomos;
D) maior rapidez e flexibilidade na tomada de decisões;
E) maior interesse e motivação por parte dos subordinados.
Comentários: sem dúvida, eliminar esforços duplicados de vários tomadores de decisão é uma das
grandes vantagens de centralizar decisões, já que todas as outras são vantagens da descentralização.
Gabarito: A.
(FGV - MPE-RJ - Analista do Ministério Público – Administrativa – 2019) Os governantes atuais de
determinado município analisaram a política de agricultura familiar orgânica, implementada pelo
governo anterior, e decidiram pela sua continuidade. Para tanto, argumentaram que os recursos estão
escassos, não há tempo hábil nem capacidade técnica dos envolvidos na política para modificá-la. Nessa
situação, o estilo de tomada de decisão desses governantes é:
A) racional; B) ótimo-normativo; C) incremental; D) normativo; E) distributivo.
Comentários: a continuidade dos programas e a possibilidade de aumentar os recursos, mostra-nos uma
decisão incremental, tema também estudado em AFO.
Gabarito: C.

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(FGV - TCE-PI - Assistente de Administração – 2021) Nas organizações contemporâneas, é comum os
administradores adotarem estilos participativos de gestão, envolvendo os indivíduos e os grupos nas
decisões que os afetam. A tomada de decisão em grupo apresenta vantagens em relação à tomada de
decisão individual, como, por exemplo, maior diversidade de perspectivas sobre os problemas em foco.
No entanto, a tomada de decisão em grupo também apresenta desvantagens quando comparada à
individual, tais como:
A) tendência a decisões heurísticas;
B) permeabilidade a informações externas;
C) perda de legitimidade da decisão;
D) tendência ao efeito halo;
E) exigência de mais tempo e recursos.
Comentários: umas das grandes desvantagens de democratizar as decisões é justamente é exigir mais
tempo e recursos.
Gabarito: E.
(FGV - IMBEL - Analista Especializado - Analista de Recursos Humanos – 2021) Segundo a teoria da
racionalidade limitada, conceito associado às disfunções do processo decisório, assinale a afirmativa
correta.
A) As decisões são programadas conforme a ocorrência dos problemas rotineiros enfrentados pelos
gestores, que têm dificuldades em recorrer a soluções elaboradas em contextos e situações emergentes.
B) Os entendimentos dos problemas são inibidos por ancoragens psicológicas da gestão, criando
situações de perda da capacidade de abstração e limitando o gestor a se basear apenas em soluções
programadas.
C) Os gestores tomam decisões sobre questões sobre as quais possuem informações insuficientes, devido
às restrições cognitivas, de tempo e de recursos para a obtenção de dados mais completos.
D) A racionalização exacerbada das situações reduz a possibilidade de o gestor tomar uma decisão com
base nos objetivos finalísticos da organização e foque essencialmente em questões procedimentais do
problema.
E) A capacidade de percepção dos gestores é afetada negativamente pela sazonalidade das mudanças de
um mercado maduro, fato esse que limita a tomada de decisão como uma mera questão de perpetuação
do status quo.
Comentários: quando gestores tomam decisões sobre questões sobre as quais possuem informações
insuficientes, devido às restrições cognitivas, de tempo e de recursos para a obtenção de dados mais
completos, temos a consolidação da teoria da racionalidade limitada.
Gabarito: C.
(VUNESP - EBSERH - Analista Administrativo - Qualquer Nível Superior – 2020) Os modelos de processo
decisório iniciam-se com os teóricos racionais, buscando a maximização dos resultados. A partir disso,
um dos avanços mais relevantes foi a abordagem desenvolvida pelo prêmio Nobel Herbert Simon, o qual
reconheceu que a maximização seria algo utópico, ou seja, apenas teórico. Essa abordagem ficou
amplamente conhecida como
A) Modelo Reverso.
B) Racionalidade Limitada.

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C) Sensemaking.
D) Decisões Comportamentais.
E) Racionalidade Difusa.
Comentários: ao identificar que maximizar esforços no alcance de uma decisão absoluta seria mito,
encontramos a razão limitada na toma de decisões.
Gabarito: B.

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