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Capítulo 5: Filho Da Lua

Parte 1:

Dicionário popular, Terra Do Fogo:

Alpharius
adjetivo

​ 1.

​ quem mente por algo ou objetivo maior.

​ 2.

​ quem é julgado como mentiroso hábil.

Zion andava apressado para chegar ao Salão De Guerra, possivelmente o lugar mais
importante do castelo. Quem o seguia era Vitória, que se sentia confusa com o fato dele
aparecer do nada falando de tinha descoberto o porquê das Amazonas quererem vir até a
terra novamente. Os dois andaram por quase 1 minuto até chegarem na porta do Salão,
Zion chuta a porta de madeira para abri-la, quase quebrando a porta no processo. Ele entra
no salão e corre até uma das várias estantes de livros empoeirados, Zion começa a mexer
em vários livros através da estante. Vitória, que na velocidade de Zion havia ficado para
trás, só ouviu o som do chute de Zion abrindo a porta do Salão De Guerra, ela se assustou
com o barulho, parecia um dos experimentos de Anattalia. Vitória chega até o salão, anda
até Zion, que mexia com vários livros em uma estante, ela coloca a mão no ombro de Zion e
ele continua a mexer nos livros. Vitória pergunta: "Onde é que tu tava esse tempo todo?",
Zion pega vários livros da estante e os leva até a mesa no centro do salão, a mesa era
grande e tinha o mapa da Terra do Fogo encravado em sua superfície. Zion coloca os livros
na mesa, pega um deles e começa a folhear, ele finalmente responde a Vitória, que estava
confusa com tudo que Zion estava fazendo: "Muita coisa. Mas resumindo, eu descobri um
negócio que vai demorar pra eu explicar." Vitória dá um suspiro e fala: "Eu tenho tempo,
desembucha!" e então Zion começou a falar o que ele fez aquelas 8 horas que ele havia
sumido e de como ele descobriu algo que poderia mudar o destino dos dois.
8 horas antes:

Zion estava em sua casa, pensando sobre toda a situação que havia acontecido aquela
tarde e re-lendo os relatórios dados por Vitória, Lionel e Anattalia. Ele se perguntava o que
realmente estava acontecendo entre os seres acima dos mortais. Zion pensou por muito
tempo, quase 2 horas inteiras parado, pensando, até que ele se lembra de um nome: Marie
Laveau. Ele pensa: "Eu não vou recorrer a Marie de novo, não depois do que já aconteceu
entre eu e ela." Zion se nega por alguns segundos, mas depois de pensar ele pega seu
manto azul-escuro e vai em direção ao lugar onde ele prometeu pra si mesmo que não iria:
O "bar" Beijo Do Diabo.

Nota do Autor: Na parte em que Zion pensa: "...não depois do que já aconteceu entre
eu e ela." Zion se refere a traição cometida por ele durante o relacionamento entre ele e
Marie Laveau( Dona do "bar" Beijo Do Diabo ). Marie havia se apaixonado por Zion 1 ano
antes dos eventos de O Fogo, A Espada E As Três Chaves, Zion não gostava muito de
Marie. Ele na verdade gostava apenas das noites com ela, por isso Zion negava todo tipo
de alegação ou rumor de um relacionamento entre ele e Marie, isso feria muito Marie, que
naquele ponto estava louca de amor por Zion e estava planejando se casar com ele. Zion,
que não levava o relacionamento entre ele e Marie como algo realmente sério, ficou com
inúmeras outras mulheres durante os quase 11 meses de "relacionamento" entre ele e
Marie. Após descobrir sobre uma das várias amantes de Zion, ela se revoltou e jogou uma
maldição sobre ele: Nunca mais nenhuma mulher iria se apaixonar por ele. Após algum
tempo Zion convenceu Marie a tirar a maldição e pediu perdão a ela, Marie respondeu:
"Nunca vou perdoar um filho da puta que nem tu!" e os dois separaram seus caminhos. 1
mês após toda essa situação Zion conheceu Vitória. Tu vai aprender mais sobre o Zion e a
Vitória através da história e em outras notas.
Fim Da Nota Do Autor.

Zion sai de sua casa e anda até o beco ao lado, ele olha para os dois para ver se alguém o
observa. Ele não viu ninguém, mas havia um homem com um manto vermelho que o
observava, ele era velho com uma barba branca grisalha e usava um tapa olho. Zion vai até
o fim do beco, onde no chão havia a tampa de um bueiro com o símbolo usado por Marie
Laveau na maioria dos lugares pertencidos por ela.
Zion puxa a tampa do bueiro para cima com dificuldade, era muito pesado. Ao tirá-la Zion
surpreendentemente sente um cheiro de rosas, ele sabia que era comum Marie espelhar
magias de cheiros através dos lugares onde seus portais ficavam. Zion então começa a
descer a escada até o esgoto da cidade, pra baixo Zion via apenas a escuridão. A rede de
esgotos de Alastar era conhecida pela sua extensão, o lugar era tão grande que várias
guildas criaram bases secretas em partes do esgoto. Os esgotos também eram conhecidos
pela lenda da Cidade Das Damas, uma cidade inteira debaixo de Alastar onde residia a
Irmandade Das Boas Damas, um grupo de mulheres devotas à magia e ao culto da Deusa
Amazona Joana, mãe das almas livres. Zion desce até o final da escada, chegando a um
quarto vazio. No quarto havia apenas um desenho de uma espiral na parede com o mesmo
símbolo que havia na tampa do bueiro, Zion se aproxima e a espiral começa a soltar um pó
amarelo. O desenho começa a girar na parede e Zion joga uma faca bem no meio do
símbolo da parede, fazendo que a espiral começasse a soltar uma poeira roxa ao invés da
amarela. O desenho começa girar ainda mais rápido, emitindo um vento forte, Zion não
reage ao vento e fica parado, esperando o portal se abrir. O desenho começa a girar cada
vez mais lento, e depois de um tempo, ao parar de girar, o desenho se transforma em um
portal roxo na frente de Zion.

"Parado aí!" diz o homem encapuzado, enquanto coloca a lâmina de sua lança na garganta
de Zion. "Calma ai amigo, calma aí!" responde Zion, com um pequeno tom de desespero
em sua voz. Zion rapidamente se abaixa e dá um giro, enfiando uma adaga na perna do
homem, ele bate na cabeça do homem encapuzado e pega a sua lança, a empunhando
com precisão e colocando sua lâmina na garganta do homem misterioso. Zion retoma o
fôlego e pergunta com seu pé na cabeça do homem: "Marie ou a Cruz?", o homem
responde, confuso:"O quê?" Zion o pergunta de novo, agora com raiva em sua voz: "MARIE
OU A CRUZ? Quem te enviou?", o homem dá um pequena risada, ele não parecia ter mas
medo de Zion: "Eu não trabalho pra dona de puteiro ou padre, eu só faço o serviço
pesado!". Zion faz um pequeno corte no peito do homem e o pergunta novamente: "Quem
te enviou?". Enquanto falava, Zion percebe algo na mão do homem, uma bomba de fumaça.
A bomba explode, espalhando fumaça e bloqueando a visão de Zion, dando tempo para o
homem encapuzado empurrá-lo e pegar sua lança de volta. O homem se afasta e Zion se
encontra agora no meio da fumaça sem visão de nada além de si mesmo. O homem
encapuzado anda ao redor da fumaça, que não havia coberto todo o quarto, e dá uma
investida em Zion, que estava no exato meio da fumaça. Zion desvia do golpe do homem e
segura sua lança, Zion chuta ele e rapidamente pega sua adaga do chão, dando um golpe
certeiro na garganta do homem. O sangue espirra no chão, na cara de Zion e em sua roupa.
O homem, agora caído, começa a soltar sangue de sua ferida, fazendo um poça de sangue
no chão do quarto. Zion respira, ofegante, e limpa o sangue em seu rosto com um pano que
estava no bolso dentro do seu manto. Ele começa a entrar em pânico, mas respira fundo e
diz pra si mesmo: "Eu não estava aqui!", ele continua a repetir essa frase para si mesmo
enquanto anda em direção ao portal.

Perante toda essa cena, Marie observava tudo através do portal, ela sempre mantinha
todos seus portais em constante observação. Marie dá uma pequena risada e fala: "Menino,
menino, tu não muda mesmo hein!". Ela pega o revólver ao seu lado e começa a andar em
direção ao seu quarto.

Zion entra no portal e é imediatamente teletransportado para o quarto de Marie,


provavelmente um dos lugares mais bem guardados da cidade. O quarto era grande, tinha
cama bem grande no seu centro, duas janelas com suas cortinas sempre fechadas, uma
porta grande que abria para a varanda do quarto onde Marie observava a parte de fora do
"bar", à direita da cama havia uma escrivaninha com um espelho grande com bordas
douradas e um guarda-roupa, à esquerda da cama havia um altar com uma pequena
estátua de Joana, deusa Amazona das Almas Livres, duas caveiras, cada uma em um lado
do altar, velas e um símbolo desenhado na mesa em que o altar se sustentava. Zion anda
através do quarto, mexendo um pouco em cada coisa presente ali no quarto. Ele anda até o
guarda-roupa e o abre, dentro havia vários vestidos e outras peças de roupa. Zion procura
um pouco até encontrar o que procurava, as calcinhas de Marie. Ele pega uma das
calcinhas, a única vermelha presente entre as outras, e a guarda no bolso dentro de seu
manto. Mesmo longe de seu nariz a peça de roupa possuía um cheiro bom, Zion sempre se
perguntou como as roupas de Marie sempre tinham aquele cheiro .

Distraído com as peças de roupa de Marie, Zion não percebeu que a própria Marie tinha
entrado no quarto sorrateiramente, ela já sabia que o portal ia levá-lo até seu quarto. Ela
anda até ele e fecha a porta do guarda-roupa, dando um susto em Zion. Marie tinha em sua
mão direita um revólver, uma das mais novas e sofisticadas invenções da Terra Do Fogo.
Ela coloca a arma na cabeça de Zion, que sabia exatamente o que era o que ela
empunhava, ele levanta as duas mãos e se vira para olhar diretamente para Marie, que
naquele ponto já estava vermelha de raiva. Ela bate o coldre da arma na cabeça de Zion,
que mal sente dor devido a falta de força de Marie. Marie olha no fundo dos olhos de Zion e
ele sente a fúria do espírito dela, "Devolve!" ordena Marie, Zion tira a calcinha vermelha do
bolso do seu manto e a entrega para Marie, "Era só uma lembrancinha." fala Zion, com
medo. Marie dá um chute em Zion e ele cai no chão, era surpreendente a força do chute
dela, "Marie calma, eu não vim aqui por causa do que acontec…" Marie interrompe a fala de
Zion: "Tu tem 10 segundos me dar um bom motivo pra tu tá aqui depois da filhadaputagem
que tu me fez." Marie abaixa a arma e respira fundo, tentando se controlar. Zion fica um
pouco mais tranquilo com o fato de Marie ter abaixado a arma, ele pensa: "Pelo menos eu
tenho chance de me justificar." Zion tira do seu bolso uma carta, o relatório do que havia
acontecido na tarde em que o dragão chegou. Ele estende a carta para Marie e pergunta,
com receio: "Tu pode me ajudar?"

De volta ao Presente:

Vitória pergunta enquanto Zion ainda folheava o mesmo livro: "E ela respondeu o quê?"
Zion então para de folhear o livro e se levanta com o mesmo livro em sua mão: "Ahhhh..
isso eu te falo outra hora." Ele anda até uma prateleira de livros ao lado da que ele havia
mexido minutos atrás, Zion mexe em vários livros até tocar em um com uma capa
azul-escuro. Ele tenta puxar o livro da prateleira mas não consegue, ele faz um pouco de
força e o livro finalmente sai do lugar. A prateleira se abre como um porta e Zion dá dois
passos para trás, ele dá um sorriso e fala: "Bingo!". A prateleira era um porta para uma
espécie de sala secreta abaixo do castelo. Vitória fica surpresa com o fato da prateleira se
abrir, ela sabia que existiam passagens secretas no castelo pelo fato de ser General Mestre
do Exércitos, mas não que havia um no Salão de Guerra. Zion anda para dentro do lugar
que a prateleira revelou e sente um vento forte vindo do lugar, como se o lugar fosse uma
caverna com uma saída para a parte exterior.

Zion entra no lugar e Vitória fica atrás dele, com receio do que havia dentro daquele lugar.
Ele anda em direção à escuridão da caverna, sem medo do que havia lá. Ele estala os
dedos e eles se acendem como velas, e então começa a caminhar como se já soubesse o
que havia lá dentro, e ao andar ele começa a sentir o calor de velas e tochas dentro do
lugar. À medida que ele anda, Vitória vai junto, com receio do lugar. Os dois andam na
escuridão até chegarem em uma sala, que a princípio, parecia pequena, mas quando Zion
assopra seus dedos e uma bola de luz acende sobre a cabeça dos dois o lugar se revela
como um salão gigante, repleto de velas apagadas. O lugar era frio e silencioso com 7
tronos presos a parede oposta à Zion e Vitória, os tronos eram ornamentados com várias
escrituras em sua superfície. Ao se aproximarem, algo que os dois não haviam visto ao
gerarem se revela quando a luz se move junto aos dois, um homem acorrentado com um
corpo de uma mulher à sua frente. O homem era branco alto, com cabelos brancos longos e
segurava uma adaga em suas mãos. Vitória anda para trás, chocada com o corpo da
mulher que ainda soltava sangue pela sua garganta. Zion, ao contrário de Vitória, se
aproxima do homem para vê-lo melhor, e ao se aproximar, o homem levanta sua cabeça,
fazendo Zion ter certeza. Zion acaba de rever seu antigo amigo, confuso ele pergunta:
"Dargor?".

Parte 2:
Dargor, enfurecido com Zion, avança para golpeá-lo com a adaga, mas Zion desvia do
golpe, dando um pulo para trás. Dargor volta para trás, ele havia forçado as correntes e
machucado seu braço ao tentar golpear Zion, e ao voltar, ele empurra o corpo de Santria,
que tosse com força e dor, inesperadamente voltando à vida. Ela levanta assustada com
tudo que havia acontecido com ela naquele último segundo, Santria tropeça mas fica de pé,
ainda sem entender nada. Dargor puxa seus braços para frente e as correntes entram em
chamas, desaparecendo logo após. Ele anda até Zion e o encara, frente a frente com
aquele que havia o traído, e então, ele começa a falar: "Você me prende nessa cova aberta
abaixo do lugar onde um dia eu governei, traiu minha confiança junto com aquela puta e
ainda tem a coragem de vir até mim para cuspir em minha prisão, COMO TE ATREVES?"
Dargor cuspia enquanto fala, colocando cada vez mais medo em Zion, que não esperava
ver seu antigo amigo ainda vivo. Vitória, ouvindo tudo isso, toma a frente e chuta Dargor,
que mal sente o chute, e puxa sua espada na garganta do homem. Zion anda para trás e
fala, com medo em sua voz: "Vitória, corre!" Vitória fica parada, ainda com a espada na
garganta de Dargor. Dargor parecia não temer a espada, mas ainda sim recua, ele pega a
lâmina com sua mão e Vitória congela em medo, Dargor solta a lâmina e dá dois passos
para trás, ela não reage ao homem e apenas embainha sua espada, dando sentimento de
ameaça para Dargor.

Dargor dá um suspiro e fala: "Você tem coragem neta, eu respeito isso, mas ele não tem.
Aconselho você a sair desse lugar o mais rápido possível. Se salve do teatro que ele vai
fazer. " Vitória fica confusa com a fala de Dargor e anda um pouco para trás, onde Zion
estava parado. Ela olha para Santria, que observava toda a situação com a mão em sua
garganta, que ainda pingava sangue, Dargor que olha para as duas com um olhar
amedrontador. Vitória respira e pergunta para Zion: "O que tá acontecendo aqui?" Santria
dá uma gargalhada e a pergunta: "Ele passou tanto tempo com você e não te contou
nada?" Vitória olha para trás e pergunta para Zion: "Contar o que?" ele responde: "Vitória,
corre agora!".

7 horas antes:
Marie pega a carta, a abre e começa a ler o relatório do que realmente aconteceu naquela
tarde. Zion esperava ela ler, nervoso com o que ela poderia responder. Marie olha para Zion
e o pergunta, com raiva em sua voz: "Tu tem noção do que realmente se trata o que esse
bicho falou?" Zion olha para ela confuso, "Vem comigo!" responde Marie andando em
direção à porta do quarto.

Após não mais de 10 minutos andando pelo casarão principal do "bar", os dois chegam até
a porta de um dos inúmeros quartos espalhados pelo lugar. A porta tinha várias correntes e
cadeados, prendendo qualquer coisa de abri-lá. Marie bate na porta duas vezes, com força,
com um pequeno sentimento de angústia. Ela se afasta e espera, e com impaciência, se
aproxima e bate novamente na porta. Ao bater, os passos de uma mulher jovem são
ouvidos de fora por Marie e Zion, aquele andar parecia familiar para Zion. A mulher, de
dentro do quarto, bate na porta e todos os cadeados da parte de fora caem, fazendo um
barulho grande. Marie abre a porta e dá de cara com uma das suas amigas mais leais, uma
dama com pouco mais de 20 anos, negra com cabelos cacheados curtos, baixa e usava um
roupão preto, essa dama se chamava Feichges.

Feichges se recosta na porta e pergunta para Marie: "O que foi?", Marie estende a carta
para Feichges, que sente um presságio ruim do objeto e se afasta. "Pega vai!" Marie fala
enquanto estica o braço para perto da mulher. Feichges pega a carta, a abre e começa a
ler. Feichges se choca ao ler o relatório, Zion acha estranho a reação da mulher, para ele
não havia nada demais naquele relatório.

Feichges termina de ler e puxa Marie para dentro do quarto. Ela olha para Zion e fala: "Ei
moço! Entra aqui!" Zion anda para dentro do quarto enquanto Feichges segura seu braço.
Feichges vai até a porta e olha para os dois lados, não havia ninguém. Ela bate a porta com
força e é ouvido o barulho de correntes se movendo, a porta estava novamente trancada.
Zion olha ao redor e percebe: o quarto cheio de velas e caveiras organizadas em um
semicírculo perfeito ao redor da cama de Feichges, ele se sente hipnotizado por sua visão,
como se aquela cama o chamasse. Zion dá um passo para trás, um pouco assustado, e
esbarra em Marie. Marie percebe que ele já está caindo na tentação do lugar e coloca sua
mão em cima dos olhos dele. "Não olha pra cama." sussurra ela, enquanto Feichges anda
até o início do semicírculo e chuta uma das velas, fazendo a cama sumir diante dos olhos
das duas. Marie tira sua mão dos olhos de Zion e ele vê agora uma pequena mesa com
Feichges sentada, com um baralho de Tarot em suas mãos, ela embaralha as cartas de
maneira hipnotizante, como se as próprias cartas fossem as mãos dela.

Marie empurra Zion, que olha para trás confuso, ela fala entende a mão em direção a
cadeira oposta a Feichges. Ele anda lentamente e se senta, esperando algo acontecer.
Feichges para de embaralhar as cartas e coloca três delas viradas em cima da mesa. Ela
olha para Zion sorrindo e pergunta: "Qual teu nome moço?", as palavras dela pareciam
ecoar na mente de Zion, para ele aquilo tudo parecia um sonho ou algo parecido. Ele
responde, sentindo uma tontura: "Zion." Feichges vira uma das cartas, nela havia uma
ampulheta com um círculo de fogo ao seu redor. "O tempo te fez perigoso, não foi?
Mas também te fez sentir um pouco…frágil." Ao ver ela virando a carta, Zion se lembra de
sua fama entre sua família. "Menino esperto!" dizia seu avô quando ele vencia seu pai no
xadrez. Suas tias o olhavam torto depois de descobrirem que ele havia beijado todas as
meninas de sua sala uma semana depois do seu aniversário de 15 anos. As palavras dela
novamente pareciam ecoar para Zion. As paredes e o chão ao redor dos dois são banhados
em um fogo estático, como se as chamas estivessem paradas no tempo. "Cuidado moço!
Tuas areias já estão acabando." As palavras de Feichges pareciam agora como o vento
passando pelo rosto de Zion. Ela vira a segunda carta, nela havia o símbolo do Unicórnio
Alado. "As mentiras te fizeram livre da vida que tu tinha. Tem gente que te caça por isso, te
odeia por isso. Tu usou do artifício mais impuro que existe pra se livrar do ruim." Enquanto
Feichges falava, as chamas se extinguiram e o quarto voltou ao normal. Zion sente outra
tontura e fala com um pouco de felicidade irracional em suas palavras: "Eu minto só quando
eu tenho algo a ganhar. Isso quer dizer que eu menti em todas as festas que eu fui, pra
todas as meninas com quem eu fiquei, com todos os homens velhos importantes que meu
pai me apresentava. Eu menti pelo simples ganho, independente do que o tal ganho era."
Feichges olha pra ele e sente um pouco de respeito: "De onde eu vim chamam gente que
nem tu de Alpharius. Não é qualquer pessoa que tem coragem pra fazer o que tu faz moço."
Feichges coloca as cartas em sua mão em cima da mesa e puxa mais uma carta do
baralho. Feichges coloca a carta na mesa, ao lado da que ainda estava virada para baixo.
Então ela vira a terceira carta, e nela havia desenhada uma mulher idêntica a Vitória. Zion
olha para a carta um pouco assustado, a mulher da carta parecia ler um diário, o mesmo
que Vitória sempre andava com, e vestia uma armadura cinza, comum entre os soldados de
alta patente do exército. Feichges empurra a carta para o lado da mesa onde Zion estava:
"Vitória, não é? Ela gosta muito de tu, mas de uma maneira… Involuntária. Ela pode até ser
casca grossa e parecer muito séria às vezes, mas tu sabe que no fundo ela só caiu nas
palavras bonitas que tu falou pra todas as mulheres antes dela." Feichges dá uma risada e
vira a última carta deitada na mesa. Nessa carta havia uma espada com com uma lâmina
verde e duas asas, cada uma em um lado da lâmina, abaixo da espada haviam três chaves
douradas e acima das espada uma pequena chama. Zion acha a carta familiar a pega da
mesa, aproximando o objeto de seus olhos. Zion se lembra daquele mesmo conjunto de
figuras, era o símbolo que um amigo seu sempre desenhava, após anos Zion relembra de
Dargor, aquele que quase arruinou sua vida há muito tempo atrás.

Feichges estala os dedos, fazendo Zion perceber que o quarto havia sumido enquanto ele
olhava para a carta, agora ele e Feichges estavam em uma floresta. Zion estava em pé e
Feichges encostada em uma árvore ao seu lado, ela estava vestida com uma camisa
branca, um colete vermelho escuro, botas e uma calça preta. Ela também usava luvas, que
eram cuidadosamente ajeitadas por ela. Feichges olha para ele e assobia, chamando a
atenção de Zion, que olha para ela imediatamente. Feichges olha para frente e fala: "Ela me
pediu pra falar com tu." Zion olha para frente e vê uma figura usando um manto preto, e
uma máscara de ferro lisa. A figura fala com uma voz feminina: "Meu filho, você se encheu
de mentiras em seus 500 anos de vida. Você sabia Zion que, um dia, isso causaria
consequências e cicatrizes. Uma das várias foi aquele que tentou lhe derrubar, mas acabou
sendo aprisionado e deixado para apodrecer em um canto escuro dessa Terra. Aquele que
um dia você havia chamado de amigo, mas agora, você se lembra com raiva de sua
existência. Dargor era um homem bom, mas ele havia se cansado da tirania, algo que
beneficiava mentirosos como você. Você não queria correr o risco de perder tudo e traiu
aquele que mais confiava em você. Dargor… me lembro bem dele. Avisa a ele que aquela
que um dia ele havia amado está morrendo de saudade." A figura dá um último aviso a
Zion: "Agora vá encontre Zion, pergunte a ele sobre a profecia" Zion se sente ser
empurrado por algo e em um piscar de olhos, estava caído do lado de fora do quarto do
quarto de Feichges. Ele sabia o que ele tinha que fazer e o preço que iria pagar, estava na
hora de rever um Antigo Amigo.

Parte 3:
Dúvida, medo e anseio. Esses eram os sentimentos que Vitória sentia em meio aquela
situação. Ela acabava de ser pega por um tornado de problemas, que mal sabia era, mas
iria mudar sua vida para sempre. Santria se levanta e tira a mão ensanguentada de sua
garganta, não havia mais corte, apenas uma cicatriz vermelha. Vitória, nervosa com toda a
situação, se desespera e começa a correr de volta para o salão, mas é parada por Santria,
que a segura e a nocauteia, jogando Vitória no chão logo após. Santria olha para Vitória e
sente pena "Mal sabe ela!". Ela anda até Zion e fala: "Agora é hora de acertar as coisas."
Satria pega Zion e o joga contra a parede, ele reage e a empurra de volta. Dargor intervém
e grita: "Parem!Vocês não veem a nossa situação?" Santria e Zion se afastam um do outro.
Zion olha para Dargor e pergunta: "A profecia, já tá na hora não tá?", Santria olha para
Vitória mais uma vez: "Ela sabe demais, pelo menos vai ser rápido." Zion segura Satria pelo
braço e pede a ela: "Deixa ela viva, por favor. Ela não sabe de praticamente nada." Satria
tira a mão de Zion de seu braço: "Mas ela viu nós três aqui, isso já é o suficiente pra acabar
com tudo." Ela puxa uma adaga de dentro do seu manto, mas ela é puxada por Dargor. Ele
joga a adaga para longe e aponta para a espada pendurada na parede atrás de Zion:
"Mande ela pra Sombra, é o melhor a se fazer." Zion anda até ele, mas Dargor dá um passo
à frente, interrompendo Zion e fala com firmeza: "Não venha com sua pena pra cima de
mim, eu fui pela sua vontade uma vez e deu tudo errado. Agora vai ser do meu jeito."

Santria anda até a espada pendurada na parede e a pega, parecia ser pesada, mas era
muito leve. Ela anda até Vitória, que estava desmaiada no chão, e finca a espada no peito
da General. Santria pega sua adaga e dá um corte rápido no cabo, que começa a soltar um
líquido dourado. O líquido desse a lâmina da espada até entrar em contato com o corpo de
Vitória, que então brilha desaparece junto a espada. Zion sente um medo pelo o que iria
acontecer com Vitória, a Sombra era um lugar perigoso pra gente comum. Ele sente um
pouco de culpa, mas esquece disso, era hora de focar no que realmente importava: A
Profecia.

Santria guarda sua adaga e anda até o canto do salão, havia um porta que se escondia em
meio a escuridão, ela a abre e vê uma pequena escada, um pequeno raio de luz vem do
além da porta. Santria olha para trás e chama Zion e Dargor: "Vocês dois, bora!" Os dois
seguem a mulher enquanto ela subia a escada até o topo do castelo.

Os três subiram as escadas até uma escada com uma pequena escotilha acima dela, eles a
sobem e se deparam com a vista de toda cidade de Alastar. Na frente dos portões da
cidade, estava algo que os três ali esperavam aparecer há muito tempo: A Pirâmide Da
Conquista, uma pirâmide gigantesca, do tamanho de um castelo, feita de ouro com um
portão de ferro em sua face virada para a cidade.

Lá se guardava a primeira peça da Profecia há muito tempo escrita nas ruínas da criação: A
Espada De Esmeralda. Todas as peças já estavam posicionadas nesse xadrez de Deuses e
Mortais: A Chave, Os Três Escolhidos e a Pirâmide. Estava na hora de mudar a história da
Terra do Fogo.
Capítulo 6: Renascimento

Parte 1:

Vitória acorda ofegante, sentindo uma dor imensa em seu peito. Ela se levanta e percebe,
ela não estava mais no salão gigante. Ao redor dela havia uma floresta sem fim e um cheiro
muito forte de grama. Ela anda para trás, cambaleando, e se recosta em uma árvore, a dor
em seu peito havia sumido. Vitória sentia que estava sendo observada, ela olha ao redor,
esperando ver algo, mas não havia nada, apenas a infinidade da floresta. Vitória respira
fundo e retoma o fôlego, ela ainda sentia um medo gigante, era um pouco instintivo esse
medo. Ela se levanta e começa a andar devagar pela floresta, ela sentia o chão um pouco
mais macio que o normal. Ao andar, ela começa a ver pequenos vultos nos cantos do olhos,
era como se eles estivessem ali mas sumissem na era em que ela percebia sua presença.

Vitória anda, até ouvir uma voz na distância, ao se aproximar ela reconhece que é de uma
criança, ela estava cantando. Vitória anda em direção a voz e vê na distância a criança
sentada em uma pedra, era uma menina loira, ela era muito semelhante a irmã de Vitória. A
menina era loira e vestia um vestido azul escuro, parecia ter uns 10 anos. Vitória começa a
se aproximar, a menina olha para Vitória e acena para ela. A menina grita: " Moça, vem cá! "
Vitória começa a andar na direção da criança e vê que atrás dela havia alguém de
armadura com uma espada gigante, a movendo em direção a menina. Vitória começa a
correr em direção a menina para tentar tirá-la do caminho da espada, mas quando Vitória
chega perto da garota um urso marrom surge e golpeia a pessoa com a espada, fazendo a
armadura se desmontar, como se não houvesse ninguém lá dentro.

Vitória se assusta com o animal, mas a garota parece não ligar. Ela pega a menina no colo
e sai correndo dali, o urso segue as duas. A menina dá um grito e Vitória involuntariamente
para de correr, como se algo a parasse ela do nada. A garota desce do colo de Vitória e
fala: " Você não deveria correr assim moça, pode se machucar. " Vitória fica confusa com a
fala da menina, ela não parecia nem um pouco aterrorizada pelo urso ou pela armadura. A
menina anda para mais perto de Vitória e a toca com seu dedo indicador, Vitória volta ao
normal, ela sente um empurrão dentro de seu corpo. "Meu irmão falou que tava te
esperando na doca. Pra lá!" A menina aponta para o lado direito de Vitória, ela via na
distância o que parecia ser água. Vitória ajoelha e passa a mão na cabeça da menina,
preocupada com o que poderia ter acontecido com a garota. Vitória pergunta à menina: "A
gente tá aonde?" A menina olha confusa para Vitória: "Você não é daqui? Então você tem
que ir agora falar com meu irmão, moça! Ele vai te ajudar." A menina assobia e o urso vem
até ela, Vitória se levanta e pula para trás. O animal se abaixa e a menina sobre em cima
dele: "Ei, moça! Meu nome é Julia, te vejo por aí!" O Urso corre para dentro da floresta com
a menina montada em suas costas, os dois parecem sumir na distância. Vitória sente um
dor na sua nuca, ela se pergunta: "Mas que porra foi essa?" Ela olha para o lugar para onde
a menina apontou, Vitória respira fundo e começa a andar naquela direção.
Parte 2:

Vitória anda por uma estrada de terra no meio da floresta, na distância parecia haver um
mar. Ela começa a perceber, era uma floresta com muitas árvores diferentes, pinho,
araucária, carvalho, eucalipto, era impensável para ela o fato de tantas árvores diferentes
estarem juntas. Era dia, Vitória sentia a luz do sol mas não conseguia ver o sol, as árvores
bloqueiam toda a vista do céu.

Após alguns minutos de caminhada, ela se depara com uma doca de madeira com um
barco pequeno em sua ponta. Vitória via no horizonte, além do mar, uma ilha. Ela se
aproxima e percebe que encostado no barco havia um homem com a aparência de um
índio. Ele tinha cabelos pretos longos, parecia ser da região de onde Lionel veio. O homem
vestia uma roupa de mercenário, uma camisa branca de marinheiro, calças pretas que
pareciam ser de um soldado, um cinto que segurava dois revólveres e no lado esquerdo de
sua cintura uma espada curta. Vitória se aproxima com cautela e pergunta: "Licença, você
pode me ajudar?" O homem acha estranha a cautela de Vitória ao falar com ele. Ele sai do
lado do barco, anda até Vitória e a pergunta: "Você não é daqui não é?" o homem tinha uma
voz que parecia jovem e velha ao mesmo tempo. "Daqui aonde?" pergunta Vitória, "Da
Sombra." responde o homem, "Sombra?" pergunta Vitória, ela nunca havia ouvido falar de
um lugar chamado Sombra. Pela fala de Vitória, o homem já percebe que ela tirou a pior
das sortes possíveis no mundo. Ele se vira e chama Vitória para subir a bordo do barco:
"Você quer respostas? Então vem comigo. Uma palavrinha com O Comandante vai te
colocar a par da situação." Ela não confia no homem, mas não tinha para onde ir. Se
perguntando quem era esse tal "Comandante" e com uma dor gigante em sua nuca, Vitória
anda até o barco.

Vitória sobe a bordo , o homem estava puxando e amarrando várias cordas, ele estava
preparando o barco para partir. Vitória sobe uma pequena escada e anda até o lado do
leme, o homem anda até ela. Ele sobe as escadas e segura o leme: "Alias, eu sou
Jonathan. Qual teu nome?", "Vitória, prazer." ela responde, havia uma estranheza na fala de
Vitória, ela desconfia muito do homem. Ela estende o braço e Jonathan aperta sua mão, ele
olha para ela e dá um pequeno sorriso. Jonathan puxa uma alavanca do lado do leme e o
barco começa a partir. Vitória dá um suspiro e pergunta: "Afinal, onde a gente tá?", "Como
eu te falei, nós estamos na Sombra, o lugar entre os mundos, a casa dos condenados.",
"Onde?" pergunta Vitória, confusa com o que Jonathan acaba de falar. Ele dá um suspiro e
pergunta a ela: "Qual é a última coisa que tu se lembra?" Ela pensa um pouco e responde:
"Alguém me nocauteou. Só isso, o que veio antes é difícil de explicar." Jonathan solta o
leme e se vira para Vitória: "Você se lembra de uma espada ou algo do tipo?" Vitória pensa
um pouco, e então se lembra, no meio do que ocorreu dentro do salão ela se distraiu por
apenas um segundo e olhou para uma espada pendurada na parede. Ela responde: "Sim,
mas parecia uma espada normal." Jonathan segura o leme de novo: "Aí que você se
engana Vitória, provavelmente era um basilisco.", Vitória olha para ele com dúvida, se
perguntando o que era um basilisco. Ele percebe e então explica: "Não vou te explicar tudo
porque demoraria um dia inteiro. Mas basicamente um basilisco ou "baxxaiar" como é
chamado na minha região é um objeto que pode ser usado pra acessar esse lugar, a
Sombra." Vitória pergunta a Jonathan: "Então basicamente eu usei esse basilisco só de
olhar pra ele?" Ele responde: "Não, não. Alguém usou em você. Você tem suspeita de quem
poderia ter usado o basilisco em você?", Vitória se pergunta por um segundo quem dos três
naquele salão poderia ter usado o basilisco nela. Zion poderia ter se desesperado e usado a
espada pra salvar ela. O tal do Dargor poderia ter feito isso só pra se livrar dela, seja lá o
que ele estivesse planejando, ele parecia não gostar de testemunhas. Talvez Santria, a
mulher parecia ter um rancor dela. Vitória pensa na pergunta de Jonathan e percebe que
poderia ser algum dos três ou os três juntos. Ela responde: "Três pessoas." Jonathan fica
surpreso com a resposta de Vitória: "Menina, em que problema você se meteu hein?",
Vitória responde: "Pra falar a verdade, nem eu sei."

Ela pergunta algo que estava a incomodando muito: "Pra onde tu tá me levando?" Jonathan
aponta para a ilha no horizonte e responde: "Pra casa do Comandante Kron, ele vai te
explicar como as coisas ocorrem por aqui." Vitória ouve o nome Kron e se lembra de um
dos livros que ela leu, Kron é um dos 7 Keethers, um dos 21 deuses. Ela pensa em
questionar sobre o nome, mas prefere não perguntar, ela acha aquilo tudo muito suspeito.

O barco navegava fazia 20 minutos. Depois da conversa entre Jonathan e Vitória, ela havia
ido até a ponta da frente do barco e observava o horizonte. Jonathan, que estava no leme,
percebe que os dois já estavam na metade do caminho e grita para ela: "Ei! Olha pra o
mar!" Vitória se pendura na borda do barco e vê algo surpreendente, o mar estava dourado,
a água parecia ouro líquido. Jonathan grita de novo: "Agora vai pra o outro lado e olha pra o
mar!" Vitória vai a o lado oposta a qual ela estava e olha para baixo, naquele lado o mar
estava vermelho, parecia sangue. Ela anda até a Jonathan e consegue ver, o mar estava
perfeitamente dividido em dois, uma parte dourada e a outra vermelho sangue. Vitória
pergunta: "Porquê o mar tá assim?" Jonathan responde: "Aqui na Sombra a maioria dos que
chegam morrem quase imediatamente, você tem sorte de ainda estar viva. Os que morrem
ficam condenados a renascer e morrer pela eternidade. As almas deles viram sangue e são
despejadas aqui no mar." Diferente de Vitória, Jonathan não parecia nada impressionado
com o fato do mar estar daquela forma. Um pouco assustada, Vitória pergunta: "Então a
gente tá basicamente navegando em um monte de… almas?", Jonathan responde:
"Infelizmente é isso mesmo. Já a outra parte são as almas de todos que vieram pra cá e
não morreram instantaneamente, como eu, você, O Comandante, minha irmã."

Jonathan solta o leme e olha para Vitória: "Eu ia deixar O Comandante te explicar isso tudo,
mas como eu já te falei, agora eu te digo a má notícia. Você tá presa aqui Vitória." Vitória
toma um pequeno susto quando ouve isso: "Como assim eu tô presa?" Jonathan responde:
"Não tem saída. A Sombra é fora de qualquer Reino Mortal ou Divino, não tem forma de
sair… porém, O Comandante pede pra eu trazer todo mundo que não morreu pra encontrar
ele. " Vitória fica com medo de não voltar para casa, ela sente aquela mesma dor na nuca
novamente. Jonathan se vira para frente e segura para o leme, mas ele olha para trás por
um segundo e persegue que na testa da jovem havia várias rachaduras, como as de um
vidro quebrado. Ele solta o leme de novo e pergunta: "Ei, você tá bem?" Vitória, um pouco
confusa com a pergunta, responde: "Eu tô… porquê a pergunta?" Jonathan puxa de seu
bolso um pequeno pedaço de espelho e o vira até Vitória: "Olha isso na sua testa." Vitória
olha no reflexo do pedaço de espelho e vê o mesmo que Jonathan, sua testa tinha várias
rachaduras, como as de um vidro quebrado. As rachaduras eram vermelhas e pareciam se
espalhar. Ela toca em uma das rachaduras e sente a mesma dor na nuca como antes. Ela
coloca seu cabelo para frente e pede para Jonathan olhar em sua nuca, lá havia um espécie
de epicentro das rachaduras, o lugar brilhava em um vermelho carmesim e emitia uma
pequena luz. Jonathan toca no lugar e as rachaduras se expandem da testa de Vitória para
os olhos, as rachaduras se espalham pelas pupilas dela. Vitória sente uma dor insuportável
em toda sua cabeça, ela sente que um pedaço de si está sendo arrancado pela dor. Ela se
ajoelha, a dor era tão grande que ela não conseguia ficar de pé. Jonathan se abaixa e
segura em seu ombro, preocupado com o que acontecia a ela. Ele se lembra de algo que
havia guardado que poderia ajudar a jovem. Jonathan levanta e fala: "Espera aí!" enquanto
anda até um baú na parte abaixo do leme, lá ele pega uma seringa com um líquido roxo. Ele
corre até Vitória e injeta o líquido no pescoço dela, que se assusta um pouco e começa a
sentir uma tontura. Vitória se afasta de Jonathan e pergunta, com uma voz trêmula: "Mas…
o…quê?" Jonathan corre até ela e a segura em seus braços: "Calma, a dor já vai embora."
Nesse momento, Vitória desmaia em um sono profundo.

Vitória acorda em uma cela escura. Ela estava deitada em uma cama dura, não havia mais
nada além da cama na cela. O lugar era pequeno e grande ao mesmo tempo, era difícil
para ela dizer com certeza sobre o lugar. A dor que ela sentia havia ido embora, porém, ela
sentia as rachaduras em sua testa, perto dos olhos e através da cabeça indo até a nuca.
Ela se senta na cama e percebe que havia um homem a observando no lado de fora da
cela. Ao se sentar, a luz da janela atrás do homem a cegou por um segundo, mas depois,
ela conseguia ver normalmente. O homem não era Jonathan. Aquele que a observava
estava sentado em uma cadeira, colado às barras da cela. Ele vestia uma capa roxa com
bordas douradas, uma armadura de ouro robusta com uma águia encravada em seu peitoral
,uma calça de um bobo da corte com losangos roxos, pretos, brancos e rosas e grandes
botas de couro. Ele também possuía olhos totalmente brancos e cabelos brancos um pouco
acinzentados. O homem limpa a garganta e fala: "Jovem, bonita, forte, cabelos pretos, olhos
azuis. Parece mesmo uma das meninas que eu conheci." ele dá uma pequena gargalhada,
"Então…. Vitória, eu esqueci seu nome por um segundo, o que você, A Grandiosa General
Mestre Dos Exércitos Do Norte veio fazer aqui na Sombra?", Vitória começa a falar mas é
interrompida por ele: "Antes de você falar e eu ouvir sua majestosa voz, deixe-me me
apresentar… Sou Kron, Deus Exilado Dos Keether, Barão das Ilhas Distantes, Matador do
Leão De Gaia, Vingador do Povo de bla bla bla bla, sei lá oque e tudo mais, Salvador de…."
O homem fala em um tom de zombaria, como se ele estivesse tentando fazer Vitória rir.
Após passar 1 minuto falando seus títulos ele dá um suspiro e pergunta: "Agora, como
posso ajudá-la senhorita?"

Parte 3:

Vitória não conseguia processar tudo aquilo tão rápido. Kron parecia uma mistura de
soldado e palhaço, algo que ela nunca tinha visto em sua vida. As últimas 10 horas de sua
vida eram totalmente confusas, uma tal profecia que Zion escondeu dela, ser nocauteada,
acordar em um lugar totalmente estranho, a fala da menina na floresta, o mar, as
rachaduras em sua cabeça, a dor e agora um "Deus" na sua frente. Ela se pergunta qunado
tudo isso vai parar.
Vitória aperta os olhos e, com uma voz cansada, pergunta: "Onde é que eu tô?" Kron coloca
a mão no queixo e pensa um pouco: "Essa, senhorita, é uma pergunta difícil. Mas
explicando da melhor forma, você, quer dizer, nós estamos entre a Sombra e A Terra Do
Fogo. Mais especificamente nas Ruínas De Kron, as ruínas do meu cast…centro de
pesquisa." Vitória não entende muito bem o que Kron havia acabado de falar mas continua
a perguntar outras coisas: "Tá bom… tu pode me soltar aí?" Kron imediatamente se levanta
e rapidamente puxa a chave da cela e a destranca: "Mil perdões, eu me distraí um pouco
com sua voz." Ele dá uma pequena risada, abre a porta da cela e vai em direção a Vitória,
que sentia uma fraqueza em suas pernas. Kron pega em sua mão e ajuda ela a levantar,
Vitória se apoia nele.

Kron sai da cela com Vitória e anda com ela até a porta no final do corredor, haviam várias
celas vazias no decorrer do caminho. Ao chegar na porta, a fraqueza nas pernas de Vitória
some, e ela sente suas pernas normais novamente. Ela se desapoia de Kron e ele abre a
porta para a biblioteca. Vitória dá um passo à frente, o chão era todo feito de madeira, ela
nunca tinha visto tantas prateleiras de livros tão grandes e cheias, elas pareciam se
estender infinitamente, quanto em altura, quanto em largura. Haviam livros no chão e
espalhados pelas prateleiras, tudo parecia desorganizado. Kron fecha a porta atrás dos dois
e olha para o topo da prateleira mais a esquerda e grita: "Valéria, visitante!" Vitória ouve o
som de alguém correndo e de trás da prateleira a frente um jovem negra com cabelos
cacheados aparece e vai em direção dos dois. Ela vestia um manto verde que era grande o
suficiente para esconder suas mãos e segurava dois livros gigantes fechados com
cadeados, pareciam pesados mas ela andava como se eles fossem leves. Valéria chega até
os dois e Kron estende a mão para ela: "Valéria, essa é Vitória . Eu vou cuidar de alguns
assuntos pela próxima semana. Você pode ajudar ela a se acomodar e tudo mais?." A
jovem parecia animada com tudo aquilo. Kron pede para ela chegar perto dele e fala em
seu ouvido: "Mostre o portal a ela." Apesar de ele ter falado baixo, Vitória ouve, mas
disfarça ao se aproximar de uma das prateleiras. A jovem anda até Vitória e se apresenta:
"Eu sou Valéria, aprendiz do Comandante." As duas dão um aperto de mão, Vitória percebe
que a pele da jovem era muito macia. Kron começa a andar para longe das duas mas se
vira e chama Vitória: "Ei! Preciso ter uma conversa com a senhorita, vá no meu escritório
depois de Valéria te mostrar o lugar, certo?" Ele se vira e continua a andar.

Vitória vira sua atenção a Valéria, a jovem estende a espada que ela havia perdido: "Vitória,
a Julia encontrou isso lá na floresta, ela falou que era seu." Vitória pega a sua espada de
volta e a tira da bainha, estava amolada e brilhante. Ela a coloca novamente na bainha e a
guarda em sua cintura. Aquela espada lhe dava um sentimento de segurança mesmo
embainhada. Valéria coloca os livros que carregava no chão, do lado da prateleira
gigantesca, e pede para que Vitória a siga.

As duas começam a andar pela biblioteca e Vitória começa a perceber como o lugar era
gigante. A curiosidade de Vitória pelo lugar era quase instintiva, ela observava cada coisa e
achava fascinante toda a imensidão do lugar. As duas andam até Valéria parar em uma das
prateleiras, ela tira um livro de lá e o entrega a Vitória. "O comandante mandou entregar a
você esse livro, Algalord e a Profecia do Chamado." Valéria guia Vitória até seu quarto, no
caminho elas passam por uma dupla de estátuas de um homem e uma mulher. O homem
parecia ser um guerreiro, segurava um machado gigante. A estátua lembrava Vitória de
alguma figura importante, era difícil de se lembrar. Já a mulher parecia com a antiga esposa
do Rei, Vitória nunca soube de seu nome nem nada sobre ela. A estátua da mulher
segurava um livro aberto. Vitória para e fica observando as estátuas. Valéria percebe e a
pergunta: "Bonitas não é? O Comandante fala que esses dois foram os que fundaram a
biblioteca. Tâllia e Constantino, dois exploradores.", Vitória se pergunta sobre o nome
Constantino, parecia familiar. Ela não pergunta sobre, ela ainda estava tentando processar
tudo que havia acontecido com ela nos últimos tempos, ainda era difícil assimilar as coisas.
Valéria continua a andar com ela até levá-la a uma porta, entrada para o quarto de
hóspedes.

As duas entram e Valéria fala: "Então é aqui, seu quarto." Ela aponta para a porta no canto
do lugar e fala que lá era o banheiro. O quarto não era luxuoso, mas era um lugar para
descansar, isso já era o suficiente para Vitória. Havia uma cama, roupas para ela, toalhas e
uma escrivaninha com um diário e uma carta escrita por Kron: "Um passarinho me disse
que você havia deixado isso no castelo, esse passarinho me trouxe o diário de lá. Eu JURO
que eu não li. Tome um banho e descanse, depois venha falar comigo no meu escritório,
pergunte a Valéria onde fica. Com confiança, Comandante Kron."

Vitória coloca a carta de volta na escrivania junto com o livro que Valéria havia lhe dado e
pega o diário. Só de ver a primeira página, com "Vitória ama Zion!" escrito por Júlio ela
reconhece que o diário era dela. Vitória se pergunta como que Kron havia pego ele de seu
quarto. Mas ela tira isso de sua cabeça, estava na hora de descansar e colocar sua mente
de volta no lugar.

Vitória nunca havia ficado tão cansada na sua vida. Depois de tomar banho ela dormiu por
quase um dia inteiro. Vitória foi acordada por Valéria, que havia ficado preocupada com ela.
Depois de acordar, Vitória vestiu as roupas que haviam sido deixadas para ela, um vestido
branco e botas de couro. Ela não se sentia segura naquelas roupas, mas ficar de armadura
o tempo inteiro era cansativo. Vitória se sentou na escrivaninha, pegou seu diário, abriu em
uma página em branco e começou a escrever o que havia acontecido com ela:

"Querido Diário,
Depois de ser nocauteada por aquela mulher (Acho que o nome
dela começava com S) eu acordei em uma floresta bizarra, sem minha
espada e com ninguém ao meu redor. Até agora eu me pergunto como
eu fui parar aqui. Eu falei com uma menina na floresta e ela me guiou
até o irmão dela, um cara chamado Jonathan, ele parecia um
mercenário. Jonathan me levou até uma ilha no barco dele. No meio do
caminho eu vi que havia várias "rachaduras" na minha cabeça indo até
minha testa. Eu tava com muita dor e eu apaguei do nada, ele injetou
alguma coisa no meu pescoço. Ele me falou que o lugar onde eu tô se
chama "Sombra" (Onde é que fica esse lugar?) Ele me falou também
que, eu provavelmente entrei aqui por causa de um tipo de espada
chamada "Basilisco". Ele mencionou que quem entra aqui morre, porque
eu ainda tô viva? (Nunca pensei que eu ia me perguntar isso.) Acordei
em uma cela, com um cara chamado Kron me observando (ele parecia
um comandante e um palhaço ao mesmo tempo) me falando que ele
era um Deus(ainda tô tentando processar) e que ele tava aqui pra me
ajudar. Ele me tirou da cela e eu descobri que eu tava em uma
biblioteca gigante(Cada prateleira tem o tamanho de uma casa) e pediu
pra eu ir falar com ele. Uma menina chamada Valéria(Ela parece ter 16
ou 17) que se diz aprendiz dele me levou até esse quarto. O Kron
aparentemente pegou meu diário de lá do meu quarto no castelo e
trouxe até aqui."

Nota: Eu não sei direito onde eu tô mas o Kron mencionou que estou
"Nas Ruínas De Kron, Entre a Terra Do Fogo e A Sombra" Isso quer
dizer que eu tô ainda no Norte, ou não? Não faz tanto sentido pelo fato
de que as Ruínas de Kron são afinal das contas Ruínas. Vou investigar
isso. Tomara que eu ainda esteja perto de Alastar.

-Vitória Batarion, 25. Décimo verão A.E.D

Ao terminar de escrever ela fecha o diário e o coloca embaixo da cama, ela sempre sentia
insegurança com seu diário. Vitória anda até o banheiro e procura por um espelho, ela acha
um na gaveta embaixo da pia. Ela olha e percebe que as rachaduras ainda estavam lá, mas
em forma de cicatrizes. Ela passou a mão em sua nuca e a dor não vinha mais, um alívio
para ela. Vitória coloca o espelho em cima da escrivaninha e segue até a porta. Vitória
respira fundo, abre a porta e vê Valéria na distância, organizando uma das prateleiras.
Vitória vai em direção a ela e ao chegar pergunta: "Licença, onde fica o escritório do Kron?",
Valéria deixa cair um dos livros que estava colocando, o pega de novo e responde: "Vai
direto e vira a primeira esquerda, você vai ver uma escada em espiral, sobe ela e entra na
primeira porta que ver." Vitória agradece a menina e segue seu caminho, mas Valéria avisa
para ela: "Ei! Antes de entrar bata na porta." Vitória ouve e segue seu caminho.

Ao subir as escadas, Vitória ouve os degraus rangerem bastante, parecia velha a escada.
Ao chegar no topo, a madeira do chão parecia úmida e as paredes um pouco sujas, como
se aquele lugar tivesse envelhecido. Ela bate na porta e Kron responde: "Valéria, ainda não
é hora, espere a convidada dormir!" Vitória acha estranho a fala dele: "Licença, é Vitória, o
senhor queria falar comigo?" Ela ouve os passos rápidos do homem indo abrir a porta. Ela
abre a porta e dá espaço para que Vitória entre: "Perdão, senhorita, achei que era a Valéria.
Sente-se por favor!" O escritório dele era característico de um comandante, nas paredes
cabeças de animais como troféus, um machado grande pendurado na parede atrás da
mesa principal e vários papéis, livros e cartas espalhados pela mesa na qual ele se sentava.
Vitória se senta na cadeira oposta à dele, do outro lado da mesa e pergunta novamente: "O
senhor queria falar comigo?" Kron se senta e responde: "Sim, sim. É sobre algumas coisas
que a senhorita provavelmente tem dúvidas. A começar pelo lugar em que estamos. Eu lhe
falei que nós estamos entre a Sombra e a Terra Do Fogo, deixe-me lhe explicar direito."
Kron respira fundo e começa a falar: "Aqui, onde estamos, é uma espécie de limbo entre A
Sombra e a Terra Do Fogo. Sei que a senhorita se pergunta, mas sim, você pode voltar para
Alastar pelo portal presente aqui na biblioteca." Vitória respira aliviada com a notícia, mas
não entende muito bem quando ele fala que é um "portal", Vitória pergunta: "Como assim
um portal?" Kron explica para ela: "Senhorita, eu tenho bastante tempo livre aqui. Eu acabei
pesquisando sobre esse tipo de magia e com a ajuda de Valéria, criei um portal até sua
terra. Ele funciona como uma espécie de viagem instantânea, você me entende?" Vitória
responde: "Tá bom, mas então, quando eu posso voltar?", Kron responde: "Aí que está a
parte difícil, senhorita. O portal não está abrindo devido a algo que, sem intenção de
ofendê-lá, está além de sua compreensão, entende?" Vitória responde que sim e começa a
suspeitar um pouco. "Felizmente devido a genialidade de nossa amiga Valéria, ela
descobriu quando o portal irá se abrir novamente." Kron respira fundo e fala: "Infelizmente,
daqui a dois longos meses." Vitória não podia acreditar no que havia acabado de escutar.
Dois meses, iriam achar que ela havia desaparecido ou morrido. "Mas não se preocupe, a
senhorita pode ficar aqui no meu centro de pesquisa o tempo que quiser. Qualquer coisa
que precisar, me avise e eu providenciarei de imediato." Vitória, um pouco desesperada,
pergunta: "Não tem nenhuma outra forma de voltar não?" Kron responde: "Sinto lhe
informar, mas não." Vitória coloca a mão em sua cabeça e começa a pensar em tudo que
poderia dar errado naqueles dois meses. Kron percebe e coloca a mão no ombro da jovem:
"Não se preocupe, eu vou dar um jeito de acelerar." Vitória sente um conforto instintivo no
toque do homem, como se ela fosse enfeitiçada pelo seu toque. Kron tira a mão de seu
ombro e tira a luva que usava, a pele que havia tocado Vitória parecia vermelha. Ele, um
pouco sem graça, pede para ela que se retire. Vitória sai do escritório com preocupação em
sua mente, e com um sentimento estranho pelo homem.

Parte 4:

"Querido Diário,
Dois longos meses se passaram desde que eu cheguei aqui. Fui
bem recebida por Kron em sua biblioteca nesse meio tempo. Ele parece
misterioso, educado e (não vou mentir) um pouco galanteador. Valéria,
a aprendiz dele, é doce e muito inteligente. De tempos em tempos eu
vejo ela entrando no escritório dele durante a noite ou até mesmo
durante o dia, ela só sai dali depois de 1 hora (quase duas). Eu suspeito
dos dois. Valéria é jovem, tem 17, quase 18 e Kron tem, pelo que eu sei,
31. Se é o que eu tô pensando, ou Kron é um homem excêntrico ou
Valéria é mais esperta do que eu penso. Eu passei a maior parte do
tempo treinando luta e lendo os infinitos livros dessa biblioteca. Aprendi
mais sobre várias coisas, ciência, a natureza, astrologia e astronomia,
magia (nunca pensei que ia ler sobre), economia e por sugestão de
Kron, um cara que aparenta não ser mas é um hábil espadachim,
anatomia humana. Eu passei boa parte do tempo treinando no jardim da
biblioteca, Valéria cuida daquele lugar como um filho. O jardim tinha
todo tipo de planta e flor, é relaxante ficar naquele lugar. Lá o teto é de
vidro, eu só treino lá quando o tempo está agradável. Os últimos dois
meses foram de descanso, mas ainda sim de aflição por estar longe de
casa. Penso em minha mãe e em Zion todo dia. Mesmo com as minhas
dúvidas sobre ele, eu gosto de Zion. Minha mãe deve tá surtando a
esse ponto. Lionel e Anattalia devem tá segurando as pontas lá na
corte, aqueles dois se amam e são muito fortes, admiro muito os dois.
Espero que tudo esteja bem quando eu chegar (provavelmente vai ter
dado merda por lá) me deseje sorte. Voltando a falar sobre a Valéria, ela
me ensinou algumas coisas sobre mecânica. Ela me deu de presente
um bracelete com uma lâmina retrátil e um escudo (Parecia uma das
tralhas da Anattalia) e me falou que era pra eu lembrar dela. Nos últimos
dois meses ela passou muito tempo me perguntando sobre o Norte, a
cidade de Alastar e sobre a Terra Do Fogo, eu respondi tudo que eu
podia. Ontem a noite Kron me avisou que o portal se abriria na manhã
seguinte. Tô ansiosa em voltar, tenho medo do que vão achar quando
eu dar as caras depois de dois meses desaparecida."

Nota: É importante notar que eu ainda não tenho certeza se Kron é


realmente o tal Deus Kron ou só um cara que usa o nome dele. É
provável que seja só um cara que usa o nome dele. Independente disso,
eu confio nele, Kron é um homem (Ou Deus) muito honesto e sincero.

Vitória Batario, 25. Décimo outono A.E.D

Vitória fecha seu diário e o deixa em cima da escrivaninha, junto a pilha de livros que ela
estava lendo. Ela percebe que estava fazendo a mesma coisa que fez quando chegou na
biblioteca, escrever em seu diário. Vitória o observa por um tempo e percebe o quão velho
ele é, lhe traz lembranças de tempos melhores. Ela se levanta e sai do quarto, Kron a
esperava do lado de fora: "Bom dia, senhorita! Dormiu bem?" Vitória responde: "Sim, sonhei
com o Zion de novo, o representante dos magos lá na corte. Eu tô um pouco preocupada
com ele depois de toda aquela situação que eu te expliquei." Kron acha os sonhos de
Vitória interessantes, ele sempre a perguntava sobre. Vitória não via incômodo em falar o
que havia sonhado quando Kron a perguntava, era provável que ele estivesse fazendo
alguma pesquisa sobre o assunto. Ele fala: "Não se preocupe, você verá seu amado muito
em breve senhorita." Vitória responde: "Eu espero."
Vitória acha estranho o Comandante estar ali tão cedo, eram 07:00 ainda. Ela pergunta: "O
senhor tá precisando de alguma ajuda ou algo assim?" Kron responde: "Não, não. Eu vim
aqui na verdade pra lhe falar uma coisa que eu encontrei que poderia lhe interessar." Vitória
fica curiosa com o que era: "Algo que poderia me interessar?" Kron responde: "Sim. Eu
preciso lhe explicar um pouco antes de falar. Você pode me seguir por favor?" Vitória então
começa a andar ao lado do homem, que a guiava até seu escritório. Kron explica para ela:
"A senhorita se lembra de duas semanas atrás, quando você me falou do dragão que
chegou na cidade de Alastar e daquela situação entre aquele tal de… Dargor, a mulher
chamada Santria, Você e Zion? Depois de você ter me falado tudo aquilo senhorita, eu
fiquei pensando muito sobre tudo aquilo. Os nomes, a tal profecia que os três mencionaram
e até mesmo no basilisco." Vitória acha boa a curiosidade dele, poderia ajudá-lá a entender
tudo aquilo. Ele continua a falar: "Eu chamei Valéria um dia e decidi pegar tudo que você me
contou e pesquisar sobre. O que eu encontrei foi preocupante, para se dizer o mínimo."
Kron puxa da fenda do peitoral de sua armadura um relógio de bolso, marcavam 07:10. Ele
guarda o relógio no mesmo lugar em sua armadura e pede para Vitória: "Me siga,
senhorita…por favor." Kron era sempre estranhamente educado com Vitória, mas ele
parecia diferente agora, preocupado de certa forma.

Vitória e Kron andam até uma prateleira no canto da área principal da biblioteca, onde
ficavam as prateleiras gigantescas. A prateleira que os dois iam em direção era de certa
forma, normal comparada às outras pelo lugar. Kron puxa um livro com uma capa azul
escuro da prateleira e ela se move, igualmente aquela no salão de guerra do castelo de
Alastar. A prateleira se abre e revela um caminho reto a frente, Kron dá um passo adentro e
pede para que Vitória o siga. Os dois começam a andar o caminho até chegarem em uma
encruzilhada, Kron segue o caminho da esquerda e Vitória o segue, com um pouco de
medo. Os dois andam um caminho reto até verem uma escuridão grande à frente, onde
Kron bate na parede à sua direita e as luzes se acendem, revelando uma galeria gigante
com quadros de batalhas e pessoas, objetos e armas. Tudo ali estava organizado como em
um museu. Vitória se choca com o volume de coisas ali, Kron anda até a ponta da galeria,
onde havia um pedaço de pedra gigante com algo cravado nela. Kron respira fundo e pede:
"Vitória, lhe peço para que não olhe para tudo aqui e dê atenção apenas a esse objeto."
Vitória se aproxima e vê que na pedra havia vários desenhos que estavam organizados em
linhas. "Eu pesquisei sobre os três indivíduos e não achei quase nada sobre Santria e Zion.
Porém eu achei em um dicionário a definição da palavra Dargor, aquele que planeja em
segredo. Isso me preocupou um pouco, mas eu continuei indo a fundo e descobri sobre
uma história muito antiga, eu estipulo que foi escrita entre 2000 e 4000 anos atrás. A
história se chama Algalord e a Profecia Do Chamado, você já leu essa história não foi?"
Vitória responde que sim. Kron continua a falar: "E se lhe dissesse que essa história
aconteceu?" Vitória responde: "Não tem como, as coisas escritas ali são muito absurdas pra
ser verdade. Se algo daquela magnitude acontecesse seria impossível não ser registrado
de algum lugar." Kron não responde com palavras, mas sim ao apontar para a pedra na
frente dos dois. Vitória olha para ela com atenção e percebe que toda a história estava
encravada ali. O protagonista, um guerreiro sem nome com apenas uma armadura e uma
espada, matando uma besta marinha gigantesca, ele sendo recebido pelo povo, a traição
dos reis de Algalord contra ele, o guerreiro sendo ressuscitado após sua morte, as deusas
lhe dando a missão de levar a vingança até aqueles que o traíram, sua morte e sua alma
sendo levada até "um lugar onde o fogo reina" e no final da história uma previsão de que as
deusas iriam até a terra para chamar três escolhidos. Kron vai até o lado da pedra e pega
um amontoado de papéis que pareciam velhos. Ele entrega os papéis a Vitória e fala: "Essa
pedra foi descoberta por Tâllia e Constantino, os fundadores dessa biblioteca. Os dois a
colocaram aqui como um aviso para os que um dia viriam pra cá. Eu nunca entendi direito
até você me falar sobre o que aconteceu com você." Vitória começa a ler os papéis, vendo
como o casal de exploradores encontrou a pedra que estava à frente dela. Vitória pensa
que tudo é uma coincidência, mas depois de se lembrar sobre o livro, pensar sobre o que
aconteceu com ela e ler aqueles papéis, havia certeza na cabeça dela, mesmo a
possibilidade ainda sendo mínima. Kron avisa a ela: "Senhorita, existe uma possibilidade
muito grande de tudo isso ser verdade e de que, o ciclo contado nessa história possa
acontecer com você. No meu escritório há um diário com toda minha investigação sobre
tudo isso. Quando você voltar a sua terra o leve com você e mostre o diário às duas
pessoas que estavam com você quando o dragão partiu." Kron se aproxima e segura os
dois braços de Vitória: "Me ouça, isso é maior que qualquer um de nós, acredite quando eu
lhe falo isso." Os dois ouvem os gritos de Valéria chamando O Comandante. A jovem corre
até a entrada da galeria e fala, ofegante de tanto correr: "Comandante, o portal se abriu."
Kron solta Vitória e fala para ela: "Vá, pegue o diário e faça as malas, rápido senhorita."

Vitória corre e coloca em uma mochila, seu diário e o diário onde estava a investigação de
Kron, os papéis que ele havia lhe dado junto a alguns livros da biblioteca, o vestido que foi
emprestado a ela e o livro Algalord e A Profecia Do Chamado. Ela fecha a mochila, pega
sua espada embainhada e corre até a ponta da biblioteca, onde se localizava o portal.

Ao chegar lá, ao lado do portal estavam Valéria e Kron, os dois esperavam por ela. Valéria
entrega para Vitória o bracelete que ela havia feito para ela e lhe dá um abraço e um breve
"Adeus Vitória!" Kron lhe dá um aperto de mão e lhe entrega uma adaga: "Uma arma
elegante, para uma mulher elegante. " ele fala. Vitória guarda a adaga em seu cinto e dá um
abraço em Kron, ela agradece ao homem por tudo. Vitória anda até o portal e começa a
atravessá-lo, ela fala um último adeus para os dois e Valéria responde: "Espero te ver de
novo." Vitória passa pelo portal e ouve as palavras de Kron dizendo: "Lembre-se do que eu
te falei, senhorita!" Enquanto a realidade desaparece por um segundo e Vitória aparece no
meio de um bosque, no lado de fora da cidade de Alastar. Era hora de Vitória finalmente
voltar para casa.

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