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Os “nós” da questão agrária na Amazônia
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Os “nós” da questão agrária na Amazônia
Editora Açaí
Belém-PA
2016
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Os “nós” da questão agrária na Amazônia
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Os “nós” da questão agrária na Amazônia
APRESENTAÇÃO
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Os “nós” da questão agrária na Amazônia
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Os “nós” da questão agrária na Amazônia
SUMÁRIO
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Os “nós” da questão agrária na Amazônia
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Os “nós” da questão agrária na Amazônia
Valeria de Marcos2
Introdução
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Na maior parte dos casos, os camponeses e/ou os quilombolas em áreas de
Unidades de Conservação –RESEX e RDS – têm tido que continuar a lutar
pela autonomia de gestão de seus territórios e contra o controle do Estado
através das inúmeras regras e proibições que terminam por comprometer a
possibilidade de realização plena de seu modo de vida e, com ele, de sua
recriação tal como são de fato.
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ocorre com os camponeses que buscam sua recriação por meio de uma
estratégia econômica.
A reprodução das contradições do capitalismo e a prática política
camponesa de reprodução de sua existência geram uma situação de
conflito contínuo, a conflitualidade, expressa na luta de classes: de um
lado o capital em seu processo de territorialização, expropria, concentra
terra, subordina a produção, ou seja, destrói e recria o campesinato; de
outro, em seu processo de territorialização (através da luta pela terra), o
campesinato destrói o capital e reconstrói formas mais autônomas de
organização da vida e da produção. Assim, a luta de classes expressas
no processo de dominação e resistência permanente é constituinte
estrutural da questão agrária, o que a torna insolúvel no seio do
capitalismo.
De acordo com Fernandes (2010), as formas de tratamento
político da questão conduzem a dois caminhos, o do tensionamento –
através do incentivo ao modelo de desenvolvimento que promove a
concentração de terras e da riqueza, e, ao assim fazer, aumenta a
conflitualidade e reforça a questão agrária – ou o da distensão – através
do incentivo a um modelo de desenvolvimento que desconcentra a
terra e a riqueza, como por exemplo a reforma agrária e o
reconhecimento do direito à propriedade de comunidades tradicionais e
que diminui, mas não elimina, a luta de classes que constitui a essência
da questão agrária, atenuando-a e mascarando-a temporariamente. Isto
porque, ao fim e ao cabo, a luta é pelo controle da apropriação da renda
da terra e, enquanto existir a propriedade privada capitalista da terra,
essa questão existirá.
Assim, o que é importante ter claro, como ressaltam Oliveira
(1995, 2003, 2005) e Fernandes (2010), é o fato de que as contradições
fazem parte do processo de desenvolvimento do capitalismo, ou seja,
conflito por terra e desenvolvimento rural são partes do mesmo
processo. O conflito é um momento do processo e não é externo ao
desenvolvimento do capitalismo mas, ao contrário, acontece em seu
interior. Em outras palavras, se queremos ter uma compreensão ampla
e concreta da questão agrária, não podemos reduzi-la apenas ao
momento do conflito e, sobretudo, não podemos pensar que a solução
do conflito – por meio da conquista da terra – resolve o problema. A
conquista da terra resolve o problema do acesso à terra, mas dá início a
um outro, o conflito pelo direito de existir de modo diferente, expresso
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O curioso é que em reportagem feita sobre o lançamento da campanha “Sou
Agro” pelo Canal Mix Notícias a jornalista informa que a campanha representa
uma tentativa de reverter a imagem negativa que o agronegócio possui junto ao
público. Para maiores detalhes, ver http://www.youtube.com/watch?
v=1O7DHxXR2Ig&feature=related. Acesso em 13 nov 2013.
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Muito embora a propaganda veiculada é a de que o cultivo do dendê destina-
se à produção de agrodiesel, de fato, ainda hoje a produção do dendê é
destinada majoritariamente para a indústria alimentícia e de cosméticos e a
maior parte do cultivo é feito pela própria indústria e não pela chamada
agricultura familiar. Em visita à Biopalma, empresa do Grupo Vale situada em
Moju-PA, ocorrida em 2014, o funcionário entrevistado revelou-nos que a área
total ocupada pelo cultivo de dendê nas terras dos camponeses integrados não
totalizava 1000ha (cada família destina 10ha para tal cultivo). De acordo com
Glass (dados da Repórter Brasil, 2013), a área plantada pela empresa é de
42.000ha, havendo planos de se chegar a 80.000ha.
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O grau de penosidade do trabalho daqueles que se dedicam à colheita de
dendê é semelhante àquele dos cortadores de cana: ainda que trabalhem com
os Equipamentos de Proteção Individual (EPI) necessários, as roupas são
grossas e suportá-las no calor amazônico não é algo banal. Além disso,
caminham longas distâncias durante o dia à procura de cachos maduros, se
curvam várias vezes para cortar o cachos e deixá-los em local de fácil retirada,
os cachos são espinhosos e há risco de que os espinhos perfurem as luvas e
penetrem nas mãos dos trabalhadores e, além disso, estão sujeitos a
encontrarem animais peçonhentos no meio dos dendezais.
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Referências Bibliográficas
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Otávio do Canto7
Introdução
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Professor do Programa de Pós-Graduação em Gestão de Recursos Naturais e
Desenvolvimento Local na Amazônia (PPGEDAM) e Coordenador do
Programa de Formação Interdisciplinar em Meio Ambiente (PROFIMA) do
Núcleo de Meio Ambiente da Universidade Federal do Pará (NUMA-UFPA).
E-mail: docanto@ufpa.br
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“A nova proposta de regionalização para o Estado do Pará surgiu da
constatação de que as regionalizações estabelecidas pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) – Mesorregião e Microrregião – não mais
refletiam a realidade estadual. A identificação das 12 Regiões de Integração
levou em consideração as características de concentração populacional,
acessibilidade, complementaridade e interdependência econômica”. (PARÁ,
[2009, p.01]).
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que a sua localização está no ponto de contado entre o alto curso, com
muitas corredeiras, dificultando a navegação e o baixo curso, sem
maiores obstáculos e inteiramente navegável até a sua foz no rio
Amazonas na altura da cidade de Santarém.
Entre as atividades econômicas que mais atraíram migrantes,
principalmente nordestinos e dinamizaram o território local foram o
extrativismo da borracha e o garimpo de ouro. Ao longo dos anos, os
grupos sociais que chegaram à região foram assimilando com os grupos
locais, a convivência com os ambientes. Muitos, porém, aprenderam e
ensinaram a viver uma espécie de simbiose com os rios, tornando-se
verdadeiros ribeirinhos.
Um importante fator para a comunidade de São Luiz do Tapajós
foi o deslocamento de antigos moradores da área que foi transformada
no Parque Nacional da Amazônia (PARNA). A criação desse parque
em 1974 se deu no contexto do Plano de Integração Nacional (PIN),
que ao imobilizar uma área de seis milhões de hectares de terra, o
conhecido Polígono de Altamira, para a “reforma agrária”,
disponibilizou cerca de um milhão de hectares para conservação,
nascendo assim, umas das primeiras unidades de conservação criada na
Amazônia. Esse fato indica a inauguração, também por parte do
governo, de uma política de “preservação” ambiental. Embora, o
principal objetivo governamental era estimular a ocupação de terras sob
a influência da rodovia Transamazônica e estabelecer programas
agropecuários.
Nessa área, entretanto, havia diversas unidades familiares que se
reproduziam por meio da extração de borracha, coleta da castanha,
caça, pesca e pequenos cultivos agrícolas, principalmente da mandioca.
Essas pessoas foram pressionadas a abandonar a área com a promessa
de que seriam indenizados, porém, os depoimentos obtidos em campo
revelaram atos de intimidação e o não cumprimento integral do
processo indenizatório prometido pelos agentes do governo aos antigos
moradores.
A imposição não se limitou ao abandono da terra por parte dos
antigos moradores, mas a todo seu modo de vida, uma vez que muitos
deles saíram das margens do rio Tapajós e passaram a viver às margens
da Rodovia Transamazônica, outros seguiram para a cidade ou
comunidades mais próximas, como foi o caso daqueles que se dirigiram
para São Luiz do Tapajós.
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remar, pescar, reconhecer as batidas dos peixes nas águas mansas dos
lagos e respeitar os perigos dos banzeiros dos rios, sobretudo os do
Amazonas sob ventos de leste.
A observação realizada ao longo desse tempo pretérito, ensinou
reconhecer como uma balança podia subtrair os ganhos dos produtores
de juta, pescado, farinha, etc., para enriquecer os patrões aviadores. Foi
nesse tempo que se começou a perceber que a propriedade privada da
terra deveria ser extinta, que o seu arrendamento era uma forma injusta
de apropriação do trabalho de outrem e que o sistema de
apadrinhamento se prendia ao seio de uma escravidão consentida pela
sociedade, que a justificava e lhe dava suporte de realização e chancela.
É importante esclarecer que o conhecimento empírico gerado a
partir dessas observações e vivências do passado foi fundamental para
orientar os levantamentos da nossa mais nova inserção no campo
paraense, desta vez focada na implantação e operação do projeto de
exploração de bauxita da mineradora Alcoa e os conflitos
socioambientais no município de Juruti e, mais especificamente, no lago
Juruti Velho. Inserção iniciada em 2006, durante levantamentos de
campo destinados à elaboração do Zoneamento Ecológico-Econômico
da Área de Influência da Rodovia BR-163 (Cuiabá-Santarém). A partir
de então serão apresentados os principais passos dessa pesquisa e
alguns de seus resultados, na seguinte sequência:
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SPRIX & MARTIUS. Viagem pelo Brasil 1817-1820. vol. II, São
Paulo: Melhoramentos, 1938.
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Introdução
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Professora Adjunta da Universidade do Estado do Pará-UEPA e Instituto de
Educação Federal do Pará-IFPA. E-mail: catiamacedo@yahoo.com
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Doutorando pelo Programa de Pós-graduação em Geografia da Universidade
Federal Fluminense. E-mail: benevidessousa@gmail.com
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E continua,
Ou entende-se a questão no interior do processo
de desenvolvimento do capitalismo no campo ou
continuar-se à ver muitos autores afirmarem que
os camponeses estão desaparecendo, mas,
entretanto, eles continuam lutando para
conquistar o acesso às terras em muitas partes do
Brasil. (OLIVEIRA, 2004, p. 35).
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E continua,
O certo era o governo investir no pequeno que tá
aqui, que produz pra gente come. Tô vendo o dia
que não vai ter mais mandioca. Aqui só alguma
família não compra o que podia produzir. Só sei
que é que tem muita gente vendendo terra, mais
tarde vai sofrer, vai chorar. (Entrevista concedida
por Seu Boa, morador da comunidade Nova
Esperança, em agosto de 2010).
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Apresentação da discussão
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Professor Assistente de Geografia do Centro de Ciências Sociais e Educação
da Universidade do Estado do Pará. E-mail: fabianobringel@gmail.com
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Professor do programa de Pós-graduação em Geografia da Universidade
Federal de Pernambuco. E-mail: birarural@ig.com.br
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Definindo fronteira
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Fonte: (indefinida)
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São 892 km da Estrada de Ferro Carajás (EFC). Em processo de duplicação,
esta ferrovia vai de Parauapebas (PA) a São Luís (MA). Vale também é
proprietária do Porto Ponta do Madeira, localizado na capital maranhense.
Atualmente, a EFC passa por 27 municípios, 28 Unidades de Conservação e
atravessa diretamente mais de 100 comunidades quilombolas, indígenas e
camponesas no Pará e no Maranhão, além de abranger 86 comunidades
quilombolas na sua área de influência direta ou indireta.
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Nesta cidade é grande o assédio por esses recursos junto aos lavradores.
Como a maioria dos lotes no assentamento são cortados pelo rio
Parauapebas, que contém tais recursos minerais, o resultado é um
processo crescente de “subordinação” desses camponeses ao capital
mercantil na figura das estâncias de venda de materiais de construção.
Neste sentido, é que se estabelece a “articulação entre
acumulação primitiva e formas de acumulação propriamente
capitalistas” e nesse jogo, o campesinato é fundamental. Cumpre um
papel importante. Mesmo em condições subordinadas às regras de
acumulação do capital que no “capitalismo autoritário, onde quer que
preexista uma base camponesa, ela não é destruída pelo
desenvolvimento capitalista (a não ser em parte), mas é mantida como uma
forma subordinada de produção e a acumulação primitiva prosseguem às
suas custas” (VELHO, 1976, p. 49). Temos, então, além da lógica de
subordinação pela agricultura, também a subordinação pelo
extrativismo. No caso, mineral.
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“Catimbó” é uma expressão do interior do Maranhão usada para designar uma
espécie de feitiço. Usada, também, como sinônimo de “macumba”.
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Petrônio Medeiros15
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Mestre em antropologia pelo Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais
da Universidade Federal do Pará. E-mail: petronio.mlf@gmail.com
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LITLE. Paul E. “Territórios Sociais e Povos Tradicionais: Por uma
antropologia da territorialidade”. Brasília, 2002.
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Considerando a imensa demanda, foram ínfimas a quantidade de titulações de
territórios quilombolas já realizadas no Brasil. Segundo a Comissão Pró-Índio
de São Paulo que faz o acompanhamento das titulações de territórios
quilombolas em todo o Brasil: “Atualmente, apenas 216 comunidades
quilombolas contam com título de propriedade de seu território. Esse número
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A palavra inglesa “homeland” tende a ser traduzida como “pátria” em
português. Mas o significado mais comum de pátria faz referência a um
Estado-nação, o que desvia o termo “homeland” de seus outros significados
possíveis referentes às territorialidades de distintos grupos sociais dentro de
um Estado-nação.
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TRINDADE, Joseline Simone Barreto & NOGUEIRA Shirley Maria Silva.
Narcisa: história e memória de uma comunidade negra em Capitão Poço – PA.
CEDENPA, 2000. Neste estudo as autoras mostram a construção do
quilombo de Narcisa, seus primeiros ocupantes, as estratégias de resistência
utilizadas pelos negros para permanecerem na terra.
24
Idem anterior
25
Os grupos étnicos são vistos como uma forma de organização social. Então,
um traço fundamental torna-se [...] a característica da auto-atribuição ou da
atribuição por outros a uma categoria étnica. Uma atribuição categoria é uma
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A área da comunidade quilombola de Narcisa estava ligada ao município de
Ourém. A lei N° 2.460 de 29 de dezembro de 1961 criou o município de
Capitão Poço, na re-divisão territorial o território de Narcisa passou a fazer
parte deste município.
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“A antiga Estrada de Ferro de Bragança, linha que unificou todo o nordeste
paraense entre 1908 e 1964 e que foi a grande responsável, junto das colônias
agrícolas fundadas nesta área do estado, desde a década de 1870. (...) Sua
existência permitiu o escoamento da produção de várias colônias agrícolas que
se situavam ao longo de todo nordeste do estado, entre a capital, Belém, e seu
ponto final, a cidade de Bragança. Entre elas nasceram, todo um conjunto de
municípios que hoje existem nessa área do Pará: Igarapé-açu, Benevides,
Castanhal, Tracuateua, Capanema, Paixe-Boi, Mirasselvas”.
(ofimdahistoria.freehostia.com)
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De Carvalho, Regina Vânia Vieira, “Dinâmica inovativa entre camponeses do
nordeste do Pará”. Paper do NAEA 88. Maio de 1988.
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RTID – Relatório Técnico de Identificação e Delimitação é o instrumento que
o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA utiliza para
delimitar a área a ser titulada em nome das comunidades autodefinidas
quilombolas.
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Macedônio Lucas é uma figura lendária na comunidade, foi o líder de Narcisa
durante muito tempo, segundo contaram os comunitários ele teria sido o único
a permanecer na vila de Narcisa durante os anos que as famílias se mudaram
para as extremidades do território da comunidade, Macedônio ficou sozinho,
manteve o que restou da comunidade e recebeu as famílias de volta quando
retornaram para a antiga vila.
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MARTINS, José de Souza. Onde o arcaico e moderno se combinam. Diário
do Pará. Belém. 04/06/2000.
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Em certo momento na entrevista quando nos referimos às áreas reivindicadas
pelos comunitários utilizando o termo “retomar as terras”, fomos prontamente
corrigidos pelos mesmos que ressaltaram: “retomar não, retornar as áreas para
a comunidade”.
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Entrevista com remanescentes de quilombos de Narcisa, dia 10/03/2010.
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Na Festa da padroeira da comunidade quilombola de Narcisa, Nossa Senhora
do Livramento, realizada no mês de setembro, os vizinhos Tembés são sempre
chamados e tradicionalmente participam.
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Entrevista realizada em 10 de março de 2010 na comunidade de Narcisa.
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www.todaamazônia.org.br/biblioteca/files/cad.prof-4-história.pdf (história
da ocupação da Amazônia)
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Segundo Cícero Custódio de Araújo, Técnico Agrícola, servidor do
INCRA/SR-01/Unidade Avançada – U. A. de Capitão Poço, a gleba Capitão
Poço, onde situa-se o Território, que fica à margem esquerda do rio Guamá, é
uma área discriminada pelo INCRA, arrecadada e matriculada em nome da
União; os trabalhos de discriminação iniciaram em 1979 com a constituição da
Comissão Especial – CE/PA-15; a partir do ano de 2.000 o memorial da
Gleba foi dividido em 2, Capitão Poço 1 e 2, sendo que no memorial Capitão
Poço 1 está inserida a comunidade Narcisa.
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total
281-A Luiz Marques da Silva 34,9420 3496/79, 1.094/83 e
069/96
206- A Osmarino Meireles da 24,9345 1092/83-Expedido
Silva TD/Nº 1228
230-A Francisco Carmo dos 23,7570 1097/83-Expedido
Santos TD/Nº 1227
230 José Meireles da Silva 23,7410 3.376/78- Expedido
TD/Nº 1770
230-B Alberto Viana 23,1500 1093/83
Coutinho
518-A Manoel Felix da Silva 36,2535 Processo não
identificado
581 Antônio Felix Pereira 756,0000 3892
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Conclusão
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Introdução
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Graduado em Geografia pela Universidade do Estado do Pará. Mestrando
pelo Programa de Pós- graduação em Agriculturas Familiares e
Desenvolvimento Sustentável da Universidade Federal do Pará. E-mail:
dericklima16@hotmail.com
46
Professor Assistente de Geografia do Centro de Ciências Sociais e Educação
da Universidade do Estado do Pará. E-mail: fabianobringel@gmail.com
47
A monografia “A expansão da rizicultura nos campos marajoaras: Arrozeiros,
quilombolas e territórios” defendida na Universidade do Estado do Pará no
Curso de Geografia, contou com subsídios do Núcleo de Extensão em
Desenvolvimento Territorial do Marajó, por meio do projeto “Monitoramento
e avaliação de políticas públicas para gestão de territórios na Amazônia
paraense”, financiado pelo CNPq/MDA, a quem somos gratos.
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chegue um filho, um irmão meu com peixe nesse dia eu sei que eu não
vou comprar né (Risos)”. (Entrevista realizada em julho de 2015).
O território de Rosário dispõe também de rios, lagos e igarapés
onde a pesca é cotidianamente praticada, destinada principalmente para
o autoconsumo e às formas de dádivas citadas. Esses cursos d’água
servem para deslocamento dos variados pontos dentro e fora do
território, representando um papel primordial no acesso a áreas de caça
e extrativismo na floresta. Contudo, além do Igarapé Rosário, do ponto
de vista dos recursos pesqueiros, o principal rio é o Camará, assim
como os igarapés conhecidos pelos nomes de Jutuba, Atoriá, Panema e
São Miguel (CARVALHO, 2014).
Exercício difícil, a definição da principal fonte de renda destes
quilombolas não se dá somente por uma atividade específica,
justamente por estes se caracterizarem em um campesinato polivalente
(CASTRO, 1999), no qual as práticas extrativistas, agricultora, de pesca
e caça se mesclam constantemente.
164
Os “nós” da questão agrária na Amazônia
52
Sobre a dualidade dominação/apropriação do território, “Embora seja
completamente equivocado separar estas esferas, cada grupo social, classe ou
instituição pode “territorializar-se” através de caráter mais funcional
(econômico-político) ou mais simbólico (político-cultural) na relação que
desenvolvem com os “seus” espaços, dependendo da dinâmica de poder e das
estratégias que estão em jogo”. (HAESBAERT, 2012, p. 96).
168
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Referências bibliográficas
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Introdução
53
Graduada em Geografia pela Universidade do Estado do Pará. Mestranda
pelo Programa de Pós- Graduação em Agriculturas Familiares e
Desenvolvimento Sustentável da Universidade Federal do Pará. E-mail:
fabianacarneiro@rocketmail.com
54
Graduada em Geografia pela Universidade do Estado do Pará. E-mail:
jamillimosilva@gmail.com
55
Professora Adjunta de Geografia do Centro de Ciências Sociais e Educação
da Universidade do Estado do Pará. E-mail: catiamacedo@yahoo.com
178
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57
“Compreendem um conjunto de iniciativas para remover os obstáculos
jurídico-formais à expansão do cultivo de grãos e para incorporar novas
extensões de terras aos interesses industriais, numa quadra de elevação geral do
preço das commodities agrícolas e metálicas.” (ALMEIDA, 2009, p.102).
187
Os “nós” da questão agrária na Amazônia
58
Os documentos apresentados pelos advogados da empresa indicam que a
fazenda de propriedade da Biovale estaria localizada à 60km do território da
AMARQUALTA.
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Considerações finais
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Referências bibliográficas
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Os “nós” da questão agrária na Amazônia
64
Empregamos a expressão comunidade num sentido basicamente descritivo e
como expressão “nativa”, usada correntemente por moradores de localidades
rurais amazônicas. Comunidade pode expressar, de forma descritiva, tanto a
proximidade das casas, a partilha da vida religiosa, quanto os laços de
parentesco que existem entre os moradores. Esses três aspectos se aplicam à
comunidade da Foz do Cravo.
65
O surgimento da Foz do Cravo remonta ao processo de ocupação das
margens do rio Bujaru, nos séculos XVIII e XIX, em particular da povoação
que originou a Freguesia de Sant`Anna, que teve papel fundamental na
formação dos povoados instalados às margens do rio. Segundo Castro (2003,
p. 74): “Os muitos igarapés que desembocam nesses rios integram-se a rede
hidrográfica e de ecossistemas ricos em biodiversidade, compostos de várzea e
terra firme. Serviram no passado como vias na ocupação a terras interiores,
levando a conformar lentamente, um campesinato com roças de mandioca,
milho, arroz além de uma diversidade de plantas comestíveis – frutas, raízes e
legumes – associadas a atividades extrativistas de drogas do sertão, madeira e
posteriormente a borracha”.
201
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71
Sobre a trajetória dos fundadores da Rádio Clube do Pará ver Oliveira (2011).
Consultar especialmente o Capítulo 1 “Uma proto-história do rádio na
Amazônia, 1923-1929”, p. 18-85.
72
Ver site “O Pará nas Ondas do Rádio”. Disponível em
www.oparanasondasdoradio.ufpa.br. Acesso em: 05 mai. 2010.
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Referências
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Introdução
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Graduado em Geografia Pela Universidade do Estado do Pará. Mestrando
pelo Programa de Pós- Graduação em Agriculturas Familiares e
Desenvolvimento Sustentável da Universidade Federal do Pará. E-mail:
arthur-182@hotmail.com
74
Professor Assistente de Geografia do Centro de Ciências Sociais e Educação
da Universidade do Estado do Pará. E-mail: fabianobringel@gmail.com
218
Os “nós” da questão agrária na Amazônia
76
Assim como a Espécie Brasiliensis (seringueira que fornece um látex de ótima
qualidade), a arvore de Caucho também é uma fonte de extração de Látex,
porém é necessária a destruição desta ultima para que a extração seja feita, o
que demanda a constante movimentação dos trabalhadores em busca de outras
árvores (EMMI, 1987).
220
Os “nós” da questão agrária na Amazônia
que agora a matéria prima que mais se destacava não era o Caucho ou a
Castanha (principal renda do sudeste paraense em meados do século
XX), mas sim o minério.
Parauapebas foi claramente criada sob os interesses da até então
estatal Vale do Rio Doce, que possuía o objetivo inicial de radicar ali
microempresas de apoio a Carajás, criando uma considerável
infraestrutura, com luz, esgoto, escola, hospital, água tratada, etc.
(VALVERDE, 1989).
Nesta mesma década de oitenta, a aliança entre trabalhadores
rurais sem terra, posseiros, meeiros, rendeiros e parceiros, firmou o
surgimento e a formação de movimentos sociais rurais por todo o
Brasil, sobretudo com a forte territorialização do MST que intensificou
o processo de re-criação do campesinato (PEDON, 2009).
No inicio da década de noventa, em meio a uma reestruturação
das relações de poder e a intensos deslocamentos de pessoas para o
sudeste paraense, o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem
Terra) estrategicamente surge como um movimento socioterritorial em
contraponto ao agronegócio e ao latifúndio da área. Sua força se
materializa primeiramente em um assentamento chamado Ingá,
localizado em Conceição do Araguaia, posteriormente, em 1994, no
assentamento Palmares II, no município de Parauapebas.
Rio Branco era a fazenda da qual se originaram três
assentamentos, o de mesmo nome da fazenda (primeiro
cronologicamente), o Palmares I (palmares sul) e o Palmares II,
comumente chamado só de Palmares.
Neste ultimo, a relação campo-cidade se mostra de extrema
importância desde a gênese do assentamento como nos conta
Amazonas, um dos mais antigos líderes do MST nessa área, em
entrevista realizada em janeiro de 2015: “queremos uma terra para
agricultura, mas próximo da situação maneira para o pobre, não
queremos difícil... por que fizemos aqui? Por que é próximo da cidade”.
A área então, foi geo-estratégicamente escolhida como afirma
Solimões:
222
Os “nós” da questão agrária na Amazônia
Mapa 1: Localização do assentamento de reforma agrária Palmares II, situado por volta de 20 Km. de
distância da sede municipal e do núcleo urbano de Parauapebas.
223
Os “nós” da questão agrária na Amazônia
demonstrar essas relações, pode nos cegar para a relação forte que há
entre cultura, paisagem e poder.
Entende-se então, que a realidade visível nem sempre explica o
que realmente acontece em determinada paisagem, uma fotografia, por
exemplo, pode nos induzir a uma interpretação errônea da paisagem, e
isto é uma “armadilha” que os geógrafos devem estar atentos, devem
ter cuidado, pois podem se deparar com “paisagens que mentem”
(CLAVAL, 2012, p. 256).
Marcelo Lopes de Souza teoriza o que estamos afirmando
durante o trabalho da seguinte forma: “a paisagem é uma forma, uma
aparência. O conteúdo “por trás” da paisagem pode estar em
consonância ou em contradição com essa forma e com o que ela, por
hábito ou ideologia, nos “sugere” (SOUZA, 2013, p. 46).
226
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Os “nós” da questão agrária na Amazônia
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Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
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Os “nós” da questão agrária na Amazônia
Considerações finais
80
Exemplo exposto na palestra: território e territorialidades, no IX Congresso
Brasileiro de Agroecologia, realizado em Belém/PA no ano de 2015.
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Introdução
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Professor doutor da Universidade Federal Rural da Amazônia.
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A inovação
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Metodologia
83
Manteve-se a fala original das entrevistas.
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Os “nós” da questão agrária na Amazônia
até hoje meus netos também tem direito...”, “ o sítio ajuda a gente preservar a
natureza...”, “ na natureza uma coisa depende da outra e eu sou a natureza
também...”
Algumas conclusões
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Os “nós” da questão agrária na Amazônia
Referencias bibliográficos
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Introdução
251
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João do Amaral Ferreira, entrevista à autora em out./2008.
86
A prelazia de Abaeté do Tocantins foi criada em 25/11/1961, desmembrada
da Arquidiocese de Belém do Pará. Foi confiada pela Santa Sé aos cuidados da
Sociedade de São Francisco Xavier para as Missões Estrangeiras. Em 1981 foi
elevada a Diocese, passando a denominar-se Diocese de Abaetetuba,
abrangendo atualmente os municípios de Abaetetuba, Acará, Barcarena,
Bujaru, Concórdia do Pará, Moju, Tailândia e Tomé-Açu (CNBB, 2009).
252
Os “nós” da questão agrária na Amazônia
87
Uma associação pode representar uma ou mais comunidades.
88
O MMTCCB surgiu no final dos 1960 tendo como grande referência a
trajetória de Margarida Silva. Margarida era do interior do município de Bujaru,
mas migrou para a cidade onde participava do Clube de Mães, do Grupo de
Evangelização e foi animadora e monitora de comunidade, muito ligada às
CEBs. Sua atuação no meio urbano, com a fundação do movimento na cidade
de Bujaru, estende-se para o meio rural, agrupando também as reivindicações
253
Os “nós” da questão agrária na Amazônia
A religiosidade camponesa
255
Os “nós” da questão agrária na Amazônia
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Os “nós” da questão agrária na Amazônia
O sentido de comunidade
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Os “nós” da questão agrária na Amazônia
Considerações finais
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Tomé Lopes de Oliveira, entrevista à autora em dez./2008.
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Referências bibliográficas
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Introdução
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Os “nós” da questão agrária na Amazônia
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Durante a pesquisa de campo, observamos três famílias em Arapiranga
cultivando o dendê em suas propriedades. Este cultivo tem sido financiado
pelo banco da Amazônia e firmado contrato de compra (de adubos e mudas) e
venda (da oleaginosa) com a empresa Biopalma.
269
Os “nós” da questão agrária na Amazônia
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Os “nós” da questão agrária na Amazônia
95
Os regatões foram embarcações que realizavam o processo de aviamento
entre as comunidades ribeirinhas e os portos dos grandes centros urbanos na
Amazônia (Manaus, Belém, Santarém, etc.) até meados do século XX. No caso
de Arapiranga, por estar situada na bacia hidrográfica do Rio Bujaru (próximo
a capital paraense), foi durante muito tempo dependente destas embarcações,
tanto para a comercialização agrícola da comunidade como também na compra
de utensílios não produzidos pelos camponeses.
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Os “nós” da questão agrária na Amazônia
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Considerações Finais
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Referências bibliográficas
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Os “nós” da questão agrária na Amazônia
Introdução
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Graduado em Geografia pela Universidade do Estado do Pará. Mestrando
pelo Programa de Pós- graduação em Agriculturas Familiares e
Desenvolvimento Sustentável da Universidade Federal do Pará. E-mail:
evandroneves@museu-goeldi.br
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Professor Assistente de Geografia do Centro de Ciências Sociais e Educação
da Universidade do Estado do Pará. E-mail: fabianobringel@gmail.com
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Os “nós” da questão agrária na Amazônia
98
Os circuitos de pesca estão diretamente relacionados com o processo de
territorialização das comunidades situadas na Resex Marinha de Soure. No
caso da Comunidade do Pesqueiro, têm-se relatos de pais de pescadores que
chegaram no ano de 1966 da microrregião do Salgado paraense. O pescador,
como não pode controlar a mobilidade do peixe, vale-se estrategicamente da
mobilidade através de seu conhecimento sobre a ictiologia amazônica,
descobrindo novos pontos de pesca e detectando cardumes.
285
Os “nós” da questão agrária na Amazônia
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100
As áreas de cocais, assim denominadas pelos moradores da Resex, são áreas
de Terra Firme que possuem grandes plantações de côco (nucifera L.).
291
Os “nós” da questão agrária na Amazônia
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Considerações finais
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Referências bibliográficas
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Os “nós” da questão agrária na Amazônia
Apresentação
103
Professora Adjunta da Universidade do Estado do Pará-UEPA e Instituto de
Educação Federal do Pará-IFPA. E-mail: catiamacedo@yahoo.com
104
Professor do Programa de Pós-graduação em História Social da Amazônia -
PPHIST e Programa de pós-graduação em Sociologia e Antropologia –
PPGSA - UFPA. E- mail: makosta@bol.com.br
300
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Ponta de Pedras
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O primeiro professor da
localidade alfabetizava
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Os “nós” da questão agrária na Amazônia
gratuitamente.
5. Curral Não foram Beneficiamento de Conhecimentos tradicionais
Panema relatadas plantas e nozes de ervas como hortelã e
(Ex-Curral Feliz) saracura
Fazendeiros donos de
terras onde exploram
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Os “nós” da questão agrária na Amazônia
palmito contribuem
para a diminuição da
produção de açaí
9. Jacarajó Não foram Realização de mutirão Não foi relatada
relatadas (ou “convidado”) para a
construção de casas
10. Praia Grande Não foram Famílias que trabalham Atividades de evangelização
relatadas em sistema de
cooperativa
11. Antônio Não foram Plantações de açaí e Não foi relatada
Vieira relatadas atividade agrícola em
(ex. Pau Grande) declínio
12. Urinduba Não foram Não foi relatada Realização de ladainha e folia
relatadas de santo na Festa de São João
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Os “nós” da questão agrária na Amazônia
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Os “nós” da questão agrária na Amazônia
O Dia do Berto
Um belo dia no Rio São José Fortaleza, um
determinado morador foi almoçar e não tinha
açaí para beber. Logo decidiu ir pro mato, devido
seu costume de tomar açaí. Ao chegar no mato,
fez sua peconha de folha da árvore. Quando deu
o primeiro pulo, lembrou que era o dia do Berto,
e que nesse dia não se pode apanhar açaí, nem sair
para o mato. Mesmo assim ele insistiu. Quando
chegou ao cacho, começou a perceber que caía
água, mas não estava chovendo. Ficou
desesperado. A partir dali deu uma forte dor de
cabeça que não conseguiu se segurar, no qual
acabou por cair da árvore. A sorte que a árvore
era baixa. Ele disse que passou dias doente,
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Referências Bibliográficas
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