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A segurança pública não pode ser tratada apenas como medidas de vigilância e repressiva, mas como
um sistema integrado e otimizado envolvendo instrumento de prevenção, coação, justiça, defesa dos
direitos, saúde e social. O processo de segurança pública se inicia pela prevenção e finda na
reparação do dano, no tratamento das causas e na reinclusão na sociedade do autor do ilícito.
Normalmente, os Conselhos Comunitários de Segurança são criados pelos Estados e, como tal, não
possuem personalidade jurídica, sendo regulados por legislação específica (Decreto estadual
ou Lei estadual e regulamentos).
Um Conselho Comunitário de Segurança não é um conselho formado por pessoas que cuidarão da
Segurança Pública, porém, auxiliam na manutenção dos serviços policiais. Também não se trata de um
conselho no qual pessoas irão se reunir para identificar traficantes e outros criminosos ou denunciá-los
para a polícia. O principal objetivo dos CONSEGs é a prevenção, e para prevenir é preciso identificar
problemas e controlar fatores de risco de múltiplas origens.
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Para operacionalizar o Sistema, o Ministério da Justiça conta, na sua estrutura, com órgãos colegiados
e executivos ligados à segurança pública.
Assim, o Decreto Federal n.º 2.169, de 04 de março de 1997, instituiu o Conselho Nacional de
Segurança Pública - CONASP, órgão colegiado de cooperação técnica entre a União, os Estados e o
Distrito Federal, subordinado diretamente ao Ministério da Justiça, tendo por finalidade:
3) estimular a modernização de estruturas organizacionais das policias civil e militar dos Estados e do
Distrito Federal;
4) desenvolver estudos e ações visando aumentar a eficiência dos serviços policiais e promover o
intercâmbio de experiências;
Pela determinação contida no aludido decreto, integram o CONASP: (Redação dada pelo Decreto n.º
3.215, de 22 de outubro de 1999, que altera o art. 2º, do Decreto n.º 2.169/97).
Reforçando esta composição, o Ministério Público e o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do
Brasil poderão indicar um representante junto ao Conselho, com direito à voz e voto.
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Além disso, conta com a Secretaria Nacional de Segurança Pública - SENASP, órgão específico
singular integrante da estrutura regimental do Ministério da Justiça, a que se refere o art. 15 do Decreto
3.698, de 21 de dezembro de 2000, que tem por finalidade assessorar o Ministro de Estado da Justiça,
a quem é diretamente subordinada, na definição e implementação da política nacional de segurança
pública, por meio das seguintes ações:
2) assistir ao Ministro de Estado da Justiça nos assuntos referentes aos órgãos de segurança pública
dos Estados e do Distrito Federal;
4) acompanhar, em todo o território nacional, as atividades dos órgãos estaduais responsáveis pela
segurança pública;
10) apoiar, inclusive financeiramente, a capacitação dos profissionais da área de segurança pública;
13) apoiar ações para modernizar, reequipar e reestruturar o aparelho policial do País;
15) exercer, por seu titular, as funções de Ouvidor-Geral das polícias federais;
16) apoiar e promover a implantação da Polícia Comunitária e de centros integrados de cidadania nos
estados;
3. INSTRUMENTOS
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a. O Subsistema de Inteligência
O Subsistema de Inteligência de Segurança Pública, criado pelo Decreto n.º 3.695, de 21 de dezembro
de 2000, com a finalidade de coordenar e integrar as atividades de inteligência de segurança pública
em todo o País, bem como suprir os governos federal e estaduais de informações que subsidiem a
tomada de decisões neste campo.
Operando no âmbito do Sistema Brasileiro de Inteligência, criado pela Lei n.º 9.883, de 07 de dezembro
de 1999, o Subsistema de Inteligência de Segurança Pública, no âmbito federal, é integrado pelos
Ministérios da Justiça, da Fazenda, da Defesa e da Integração Nacional e o Gabinete de Segurança
Institucional da Presidência da República, sendo a Secretaria Nacional de Segurança Pública do
Ministério da Justiça o órgão central do referido Subsistema.
Afora isso, o Plano Nacional de Segurança Pública prevê, por intermédio da ABIN, coordenadora das
atividades do sistema, a criação do Núcleo Federal e os Núcleos Estaduais de Gerenciamento do
Subsistema de Inteligência de Segurança Pública. Para tanto, prevê-se o estabelecimento de canais de
ligações formais e informais, que permitam o acompanhamento e a elaboração de análise de temas,
dentre os quais o crime organizado, o narcotráfico e delitos conexos, a violência urbana e rural,
estruturas de segurança pública e ameaças potenciais a instituições democráticas e à sociedade.
As inter-relações dos órgãos que compõem o Núcleo Estadual de Inteligência dar-se-ão de acordo com
o organograma abaixo, observadas as seguintes disposições:
2) como integrante do Subsistema de Inteligência de Segurança Pública, o Núcleo Estadual terá uma
ligação técnica com a Secretaria Nacional de Segurança Pública, que é o Núcleo Federal, portanto, o
órgão central;
4) as comunicações dos órgãos federais, no Estado, serão feitas com o Núcleo Estadual. Nos casos
em que se fizer necessário, os órgãos federais poderão fazer contato direto com o órgão estadual
responsável pelo fato, no entanto a resposta será transmitida de forma simultânea ao solicitante e ao
Núcleo Estadual.
Segurança total não existe. Contudo, é possível limitá-la com a expansão da inteligência. Contra a
criminalidade só é eficaz o emprego da força policial se baseado em informações precisas e
transmitidas a tempo. Numa empreitada contra o crime organizado, a inteligência é ainda mais
importante para a obtenção de algum êxito. As frações, se não forem direcionadas de forma bem
específica, serão ineficazes e é provável, a experiência tem demonstrado, que ainda piore a situação
pelo desvio de poder ou abuso de poder, conseqüências do emprego indiscriminado.
Em verdade, o modelo, na seqüência, é o padrão nacional, mas que deverá sofrer alterações de
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acordo com a situação particular de cada Estado, a exemplo do Paraná, em que o Corpo de Bombeiros
é integrante da PMPR e constitui um órgão regional do Sistema de Informações da Corporação. O
mesmo acontecendo com a Polícia Técnica que, em razão da desvinculação da Polícia Civil, outorgada
pela Emenda Constitucional n.º 10, de 16 de outubro de 2001, mediante alteração no art. 50 da
Constituição Estadual, deverá constituir-se num órgão com o mesmo status das Polícias Civil e Militar.
Integração
• Atribuições - Segundo o texto, cada agente precisará respeitar os "limites de suas atribuições
constitucionais e legais". Mas, diante de uma emergência, o policial poderá atuar fora de sua atribuição
caso não haja profissional especializado no local da ocorrência. "Cabe ao profissional de Segurança
Pública presente no local do fato adotar todas as medidas preliminares e urgentes, até o
comparecimento do representante do órgão com atribuição constitucional, e continuar prestando o
apoio necessário a este na continuidade da atuação", explica trecho do documento.
• Divisão de tarefas - À PF cabe, por exemplo, combater o tráfico de drogas. Já a PRF tem a
incumbência de patrulhar as rodovias federais. Com o SUSP, um policial rodoviário federal poderá
auxiliar a PF na repressão do tráfico de drogas com informações sobre o paradeiro de um suspeito.
Informações compartilhadas
• Instituições fora do SUSP - A proposta permite que órgãos integrantes do Sistema Brasileiro de
Inteligência e outros órgãos (federais, estaduais, distritais ou municipais) participem de operações,
principalmente das que tratarem do enfrentamento de organizações criminosas, mesmo que não
estejam incluídos no SUSP.
Metas
• Avaliação das metas - A avaliação dessas metas deverá considerar, principalmente, elucidação de
crimes com morte e a produção qualificada de provas (com laudos técnicos) pelos peritos. Sobre as
unidades prisionais, vão avaliar número de presos contra o número de vagas e a reinserção deles na
sociedade. É responsabilidade do Ministério da Segurança Pública disponibilizar um sistema que
permita a troca de informações entre os integrantes do SUSP, e auditar o funcionamento dele.
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• Estados e municípios - Os estados, Distrito Federal e municípios deverão, com base no Plano
Nacional de Segurança Pública e Defesa Social, elaborar e implantar seus planos correspondentes em
até dois anos a partir da publicação do documento nacional, sob pena de não poderem receber
recursos da União para a execução de programas ou ações de Segurança Pública e Defesa Social.
Avaliação
• Avaliações anuais - A União realizará avaliações anuais periódicas sobre a implementação do plano
nacional, tendo como objetivo verificar o cumprimento das metas estabelecidas e elaborar
recomendações aos gestores e operadores das políticas públicas. A primeira avaliação do Plano
Nacional de Segurança Pública e Defesa Social vai acontecer no segundo ano de vigência da lei,
cabendo ao Poder Legislativo Federal acompanhá-la.
• Novos sistemas - Pelo texto, também será criado o Sistema Nacional de Acompanhamento e
Avaliação das Políticas de Segurança Pública e Defesa Social (Sinaped). E o Sistema Nacional de
Informações de Segurança Pública, Prisionais e sobre Drogas (Sinesp), com a finalidade de
armazenar, tratar e integrar dados e informações para auxiliar na formulação, implementação,
execução, acompanhamento e avaliação das políticas relacionadas com segurança pública e defesa
social; sistema prisional e execução penal; e enfrentamento do tráfico de drogas ilícitas.
Na última década, a questão da segurança pública passou a ser considerado problema fundamental e
principal desafio ao estado de direito no Brasil. A segurança ganhou enorme visibilidade pública e
jamais, em nossa história recente, esteve tão presente nos debates tanto de especialistas como do
público em geral.
A amplitude dos temas e problemas afetos à segurança pública alerta para a necessidade de
qualificação do debate sobre segurança e para a incorporação de novos atores, cenários e paradigmas
às políticas públicas.
O problema da segurança, portanto, não pode mais estar apenas adstrito ao repertório tradicional do
direito e das instituições da justiça, particularmente, da justiça criminal, presídios e polícia.
Evidentemente, as soluções devem passar pelo fortalecimento da capacidade do Estado em gerir a
violência, pela retomada da capacidade gerencial no âmbito das políticas públicas de segurança, mas
também devem passar pelo alongamento dos pontos de contato das instituições públicas com a
sociedade civil e com a produção acadêmica mais relevante à área.
Em síntese, os novos gestores da segurança pública (não apenas policiais, promotores, juízes e
burocratas da administração pública) devem enfrentar estes desafios além de fazer com que o amplo
debate nacional sobre o tema transforme-se em real controle sobre as políticas de segurança pública e,
mais ainda, estimule a parceria entre órgãos do poder público e sociedade civil na luta por segurança e
qualidade de vida dos cidadãos brasileiros.
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Trata-se na verdade de ampliar a sensibilidade de todo o complexo sistema da segurança aos influxos
de novas ideias e energias provenientes da sociedade e de criar um novo referencial que veja na
segurança espaço importante para a consolidação democrática e para o exercício de um controle
social da segurança.
Câmara dos Deputados deverá votar nesta semana o projeto que cria o Sistema Único de Segurança
Pública (Susp).
Enviada pelo governo no início deste mês, a proposta prevê a integração das atividades da Polícia
Federal, das polícias civis e militares, Polícia Rodoviária Federal e Bombeiros.
O projeto foi apresentado em meio à intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro e à
criação do Ministério da Segurança Pública.
Paralelamente, Câmara e Senado têm votado desde as últimas semanas projetos relacionados à área
da segurança
Entenda a proposta
A proposta que será analisada pelos deputados prevê que os registros de ocorrência e as
investigações deverão ser padronizados e lançados em uma rede acessível aos participantes do
sistema.
Segundo o projeto, a União vai criar um Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa Social, com
duração de 10 anos.
Esse plano deverá priorizar, por exemplo, ações preventivas e de fiscalização nas divisas entre
estados, nas fronteiras com outros países, portos e aeroportos. Estados, Distrito Federal e municípios
deverão elaborar os planos na área com base no plano nacional.
Outros temas
Saiba abaixo outros temas que podem ser analisados pela Câmara nesta semana:
• Bloqueadores de celular: Os deputados podem votar o pedido de urgência para o projeto determina
que sejam instalados bloqueadores de celular em penitenciárias e presídios de todo o país.
• Reoneração da folha: Os deputados também podem analisar o projeto que altera o sistema de
desoneração da folha de pagamentos para alguns setores da economia, a chamada reoneração.
• Conselho de Ética: Termina nesta semana o prazo para os relatoresdos processos relacionados aos
deputados Paulo Maluf (PP-SP), Lúcio Vieira Lima (MDB-BA), Celso Jacob (MDB-RJ) e João
Rodrigues (PSD-SC) apresentarem os pareceres preliminares. Esses processos podem levar à
cassação do mandato.
Senado
Os senadores podem votar nesta semana um projeto que aumenta o tempo mínimo de cumprimento da
pena para que condenados possam progredir de regime.
A progressão ocorre, por exemplo, quando condenados em regime fechado passam a ter o direito ao
semiaberto, em que só precisam dormir na cadeia.
O projeto também resgata o exame criminológico para a concessão do benefício. Esse requisito deixou
de ser obrigatório em 2003.
A lista de votações do plenário também prevê a análise de outros dois projetos que promovem
mudanças no Código Penal. Uma dessas propostas extingue o atenuante de pena para jovens entre 18
e 21 anos.
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Outro projeto que pode ser analisado pelos senadores aumenta a pena para crimes cometidos em
situação de tocaia nas proximidades de casas, no interior de escolas ou em raio de até cem metros de
escolas.
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