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ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PORTO ALEGRE, RS

SECRETARIA DA SEGURANÇA PÚBLICA


BRIGADA MILITAR Em 15 Jan 2013

DIRETRIZ GERAL DA BRIGADA MILITAR Nº 027/EMBM/2013


Polícia Ostensiva - Conceitos Básicos
1. FINALIDADE
Estabelecer conceitos básicos, princípios e características para o exercício da polícia ostensiva e
de preservação da ordem pública, pela Brigada Militar, no Estado do Rio Grande do Sul.

2. BASE LEGAL E DOUTRINÁRIA


a. Constituição Federal;
b. Decreto-Lei nº 667, de 02 de julho de 1969;
c. Decreto nº. 88.777, de 30 de setembro de 1983 (R-200);
d. Constituição do Estado do Rio Grande do Sul;
e. Lei nº 10.991, 18 Ago 97 (LOB);
f. Decreto nº 38.107, 22 Jan 98 (R LOB);
g. Regimento Interno da Brigada Militar;
h. Manual Básico de Policiamento Ostensivo. IGPM. 1981.

3. EXECUÇÃO
a. Conceitos Básicos
1) Sistema de Segurança Pública
Conjunto de atribuições destinadas a assegurar a ordem pública e a incolumidade das
pessoas e do patrimônio, exercidas harmonicamente pelo Estado, por meio dos órgãos definidos no
art. 144 da Constituição Federal, pelos demais órgãos e poderes que têm responsabilidade sobre a
ordem pública, e pela Sociedade.
2) Ordem Pública
Estado que abrange a segurança pública, a tranquilidade pública e a salubridade
pública, e opera para que o bem comum e a pacífica e harmoniosa convivência social
preponderem, segundo os valores legais, morais e políticos de uma determinada sociedade.
3) Tranquilidade Pública
É o estado em que a sociedade se encontra num clima de convivência harmoniosa e
pacífica, representando, assim, uma situação de bem-estar social.
(Continuação da DGBM nº 027/EMBM/2013....................................................................... fl. 02)

4) Salubridade Pública
Constitui-se no estado higiênico e de sanidade de um lugar, cujas condições se
mostram favoráveis ao atingimento de um satisfatório grau de qualidade de vida, garantido por
meio de ações preventivas e repressivas da alçada do poder público.
5) Segurança Pública
É o estado antidelitual que resulta da observância dos preceitos tutelados pela lei penal.
6) Preservação da Ordem Pública
É função primordial do Estado, atribuída, amplamente, aos órgãos para tal fim
definidos no artigo 144 da Constituição Federal e, em sentido estrito, às Polícias Militares, que
compreende a manutenção da ordem, no estado de normalidade, o seu restabelecimento, quando
rompida, e o seu aperfeiçoamento, quando necessário.
7) Polícia Ostensiva
É a atividade de vigilância da conduta normal da sociedade e de intervenção naquilo
que se apresente como anormal, independentemente da ocorrência ou não de ilícito penal. A
atuação assume caráter preventivo - na medida em que, por meio do policiamento ostensivo, busca
inibir práticas infracionais -, assim como repressivo – na razão de sua pronta resposta a fatos
criminais em situação de flagrância, caracterizando a repressão penal imediata. Atua nas quatro
fases da atividade estatal policial: o ordenamento de polícia, o consentimento de polícia, a
fiscalização de polícia e a sanção de polícia, tendo, portanto, suas atribuições preventivas e de
repressão penal imediata, alcance pleno.
8) Polícia Judiciária
É a função de polícia voltada a dar efetividade a requisições feitas pelas autoridades
judiciárias, expressas por meio de mandados judiciais, cumprida, em relação à União, com
exclusividade pela Polícia Federal, e, em relação aos Estados, pelas Polícias Civis e Militares,
conforme a quem for dirigida a ordem.
9) Polícia Administrativa
É a função de polícia por cuja atuação o Estado exerce sua função de regulação,
autorização, fiscalização e sanção sobre bens, direitos e atividades da sociedade, realizadas por
pessoas físicas ou jurídicas, visando à garantia da ordem pública. Tem escopo eminentemente
preventivo, posto que consiste em limitar as liberdades individuais em prol do interesse coletivo.
Efetiva-se em quatro fases: a do ordenamento, a do consentimento, a da fiscalização e a da sanção
de polícia.
(Continuação da DGBM nº 027/EMBM/2013....................................................................... fl. 03)

10) Ordenamento de Polícia


Fase do exercício da Polícia Administrativa voltada à preservação da ordem pública em
que a autoridade ordena, ou seja, estabelece os requisitos necessários à execução de qualquer
empreendimento ou atividade, pública ou privada, por pessoa física ou jurídica, que possa impactar
a Ordem Pública.
11) Consentimento de Polícia
Fase do exercício da polícia administrativa voltada à preservação da ordem pública em
que a autoridade, certificando-se do atendimento aos requisitos de execução relativos a
empreendimento ou atividade regulamentada, expede a licença para a atividade.
12) Fiscalização de Polícia
Fase do exercício da polícia administrativa voltada à preservação da ordem pública,
característica do policiamento ostensivo, em que a autoridade examina as condições de execução
do empreendimento ou atividade consentida.
13) Sanção de Polícia
Fase do exercício da polícia administrativa voltada à preservação da ordem pública em
que a autoridade, constatando inadequação ou desvio na execução do empreendimento ou atividade
consentida, impõe o sancionamento cabível.
14) Poder de Polícia
É a faculdade de que dispõe a Administração Pública para condicionar e restringir o
uso e gozo de bens, atividades e direitos individuais, em benefício da coletividade ou do próprio
Estado.
15) Apuração de Infrações Penais
É a atividade apuratória da autoria e materialidade em relação a infrações penais já
ocorridas, para o que são empregadas técnicas de investigação criminal próprias.
16) Investigação Policial Criminal
É o processo de produção de conhecimento que dá suporte às atividades operacionais
de apuração de infrações penais, quer em ocorrência, quer já ocorridas, assim como à gestão de
elementos operacionais, através da determinação de padrões e tendências criminais num
determinado espaço geográfico-temporal.
17) Investigação Policial Não Delitual
É o processo de produção de conhecimentos indispensáveis à gestão policial em torno
de eventos de repercussão social ou comunitária, com previsibilidade de impactação à ordem
(Continuação da DGBM nº 027/EMBM/2013....................................................................... fl. 04)

pública, desvinculados de imputação criminal, tais como a preparação para eventos, o


enfrentamento de calamidades ou emergências, ou a simples adoção de medidas de ordem
administrativa em geral. É característica da atividade de preservação da ordem pública estrito
senso, uma vez que é realizada com o fito último de evitar que atividades comuns de indivíduos ou
da sociedade possam evoluir para situações atentatórias à paz pública, com reflexos na norma
penal.
18) Investigação Policial Pré-Delitual
É o processo de produção de conhecimentos ligados a fatores criminogênicos, tais
como a atuação de delinquentes conhecidos, o funcionamento de empreendimentos suspeitos ou
outras ações ligadas direta ou indiretamente à prática de delitos, incluindo-se os atos preparatórios,
integrantes do iter criminis, cuja intervenção e monitoramento pela Polícia Militar é fundamentada
na atribuição da preservação da ordem estrito senso, com o desiderato de impedir ou minimizar a
execução de delitos, ou de permitir o restabelecimento qualificado da ordem pública.
19) Investigação Policial Flagrancial
É o conjunto de procedimentos realizados a partir de situação de flagrância delitiva.
Consiste na realização de diligências, no curso do atendimento do fato, voltadas à arrecadação dos
elementos e circunstâncias ligadas ao delito, tais como a identificação e descrição de evidências, a
reunião de elementos de prova, o estabelecimento da cadeia de custódia da prova e a coleta de
informações específicas ou genéricas que tenham relevância na posterior fixação da autoria,
circunstâncias e materialidade do delito flagrado.
20) Policiamento Ostensivo
É o conjunto de ações policiais, exclusivo das Polícias Militares, que se caracteriza
pela dissuasão, decorrente da pronta identificação, própria do policial fardado e dos equipamentos
e meios empregados, característico da fase de fiscalização, na atividade policial, dirigidas,
prioritariamente, à manutenção da ordem pública.
21) Prevenção Criminal Primária
Fase da prevenção criminal, orientada às causas, às raízes do conflito criminal, para
neutralizá-lo antes que o problema se manifeste, criando os pressupostos necessários para resolver
as situações de vulnerabilidade, criminogênicas, em que a educação, a socialização, a moradia, o
trabalho, o bem-estar social, a qualidade de vida, são os aspectos essenciais, correspondendo, tais
exigências, a estratégias de política cultural, econômica e social, cujo objetivo último é o de dotar
os cidadãos de capacidade para superar, de forma produtiva, eventuais conflitos.
(Continuação da DGBM nº 027/EMBM/2013....................................................................... fl. 05)

22) Prevenção Criminal Secundária


Fase da prevenção criminal que se funda em políticas de ordem legislativa, em
programas de prevenção policial, ordenação e ocupação do espaço urbano, etc., e atua não quando
e onde o conflito criminal é gerado, mas quando e onde ele se exterioriza.
23) Prevenção Criminal Terciária
Fase da prevenção criminal que consiste na adoção de políticas públicas e ações
comunitárias tendo por foco o apenado, a quem devem ser dirigidas ações que visem a evitar a
reincidência criminal.
24) Estratégia Policial Militar
É o processo de tomada de decisões que determina um conjunto integrado de ações
destinadas a viabilizar os objetivos institucionais, ou seja, as metas de médio e longo prazos da
Instituição.
25) Tática Policial Militar
É o emprego direto dos recursos disponíveis para a consecução de um objetivo
institucional ou um resultado imediato.
26) Técnica Policial Militar
É o conjunto de métodos e procedimentos usados para a execução eficiente das
atribuições policiais-militares.
27) Região
É a circunscrição territorial atribuída à responsabilidade de um Comando Regional de
Polícia Ostensiva.
28) Área
É a circunscrição territorial atribuída à responsabilidade de uma Unidade – Batalhão ou
Regimento.
29) Subárea
É a circunscrição territorial atribuída à responsabilidade de uma Subunidade -
Companhia (Cia PM) ou Esquadrão de Polícia Montada (Esq P Mon).
30) Setor
É a circunscrição territorial atribuída à responsabilidade de um Pelotão (Pel PM).
(Continuação da DGBM nº 027/EMBM/2013....................................................................... fl. 06)

31) Subsetor
É a circunscrição territorial atribuída à responsabilidade de um Grupo (GPM).
32) Posto
É a circunscrição territorial atribuída à responsabilidade de fração elementar ou
constituída, atuando em permanência e/ou patrulhamento.
33) Itinerário
É o trajeto que interliga pontos-base no posto, percorrido obrigatoriamente pela fração.
34) Local de Risco
É todo local que, por suas características, apresente probabilidade de ocorrência
policial militar.
35) Ocorrência Policial Militar
É todo ato ou fato, criminal ou não, que exige intervenção policial militar, por
intermédio de ações ou operações.
36) Boletim de Ocorrência / BO
Documento operacional destinado ao registro dos Termos Circunstanciados e das
Comunicações de Ocorrências Policiais.
37) Termo Circunstanciado / BO-TC
Boletim lavrado pelo policial militar no atendimento às ocorrências decorrentes de
infrações penais de menor potencial ofensivo, no qual devem ser registrados os dados essenciais do
fato, desde que presentes os elementos do flagrante delito e que o autor do fato assuma o
compromisso de comparecer ao Juizado Especial Criminal, na data estabelecida pelo policial, ou
quando for regularmente intimado.
38) Comunicação de Ocorrência Policial / BO-COP
Boletim lavrado pelo policial militar que atender à ocorrência, em que devem ser
registrados os dados essenciais do fato, nas infrações penais de menor ou maior potencial ofensivo,
desde que ausentes os elementos do flagrante delito.
39) Ação Policial Militar
É o desempenho isolado de fração elementar ou constituída, com autonomia para
cumprir missões rotineiras.
40) Ação de Presença
É a manifestação que proporciona à comunidade a sensação de tranquilidade, pela
expectativa de atendimento policial militar. Ação de presença real consiste na presença física do
(Continuação da DGBM nº 027/EMBM/2013....................................................................... fl. 07)

policial no local. Ação de presença potencial é a capacidade do policiamento ostensivo, num


espaço de tempo mínimo, acorrer ao local onde a ocorrência seja iminente ou já tenha surgido.
41) Fração Elementar
Fração de tropa, de até cinco Policiais Militares (PM), que não constitua Grupo Policial
Militar (GPM), para emprego coordenado.
42) Fração Constituída
É a tropa com efetivo mínimo de 01 (um) GPM.
43) Estudo de Situação
É a ferramenta de coleta e análise de dados utilizada pelos Comandos com o objetivo
de interpretar os fatores intervenientes e fornecer subsídios para melhor instruir o processo
decisório.
44) Planejamento Estratégico
Processo de identificação e seleção dos objetivos institucionais de médio e longo
prazos, realizado pela instância de Direção da Brigada Militar, e a determinação das políticas e
programas dirigidos a atingi-los.
45) Planejamento Tático
Metodologia realizada pela instância de Gestão da Brigada Militar, integrando as ações
operacionais da Instituição aos objetivos estratégicos, atuando em curto e médio alcances.
46) Planejamento Operacional
Planejamento realizado na instância de Execução da Brigada Militar, que visa à
solução de demandas pontuais na preservação da ordem pública, bem como à efetividade dos
planos táticos e estratégicos da Instituição.
47) Plano
Modelo teórico para o desenvolvimento de uma ação ou operação, ou de um conjunto
de ações ou operações determinadas, com o fim de atingir um objetivo específico.
48) Plano de Operações
Modelo teórico de execução, dirigido a um resultado desejado, estabelecendo os
recursos disponíveis e/ou necessários, assim como a forma de atuação de cada uma das partes e
setores envolvidos.
49) Ordem de Polícia Ostensiva
Documento elaborado pelo Comando da Corporação e desdobrado pelas Instâncias de
Execução, abrangendo as rotinas das áreas de inteligência, operações, instrução e administração,
(Continuação da DGBM nº 027/EMBM/2013....................................................................... fl. 08)

visando a orientar as frações subordinadas, garantindo a eficiência e eficácia no exercício da


polícia ostensiva e de preservação da ordem pública.
50) Ordem de Operações
Documento elaborado a partir de um evento previsto ou presumido, que estabeleça a
conduta policial-militar nas circunstâncias ordinárias e especiais, tendo por abrangência, no
mínimo, dois níveis de execução.
51) Operação Policial-Militar
É a conjugação de ações, que exige planejamento específico, realizadas por frações de
tropa constituída, podendo, inclusive, contar com a participação de outros órgãos, públicos ou
privados.
52) Ação de Polícial-Militar
É o exercício diuturno das atividades de polícia ostensiva e de preservação da ordem
pública.
53) Controle Operacional
Consiste no estabelecimento de padrões de desempenho e na fiscalização de seu
alcance. São instrumentos de controle operacional: a presença pessoal dos diversos escalões de
supervisão; o quadro de produtividade individual e coletiva da fração e o controle de qualidade
sobre o serviço prestado. Deve ser realizado em todos os níveis de execução das operações e
tarefas.

b. Princípios da atuação policial-militar


São preceitos essenciais considerados no planejamento e na execução, visando à eficiência
e à eficácia operacionais.
1) Universalidade
A polícia ostensiva, atribuição exclusiva das polícias militares, e a polícia de preservação
da ordem pública, atribuição – estrito senso – acometida às mesmas, determina que seus
integrantes estejam capacitados a intervir no amplo espectro de situações direta ou potencialmente
turbadoras da ordem. Eventual especialização de alguns setores da Instituição não desonera o
policial militar de dar o atendimento imediato, pleno ou preliminar – com as limitações do possível
e do adequado –, aos diversos tipos de ocorrências com que se depare ou para cuja intervenção seja
demandado.
(Continuação da DGBM nº 027/EMBM/2013....................................................................... fl. 09)

2) Responsabilidade Territorial
Os elementos em Comando, com tropa desdobrada no terreno, são responsáveis pela
preservação da ordem pública na circunscrição territorial que lhe estiver afeta, especialmente pelo
que decorre do exercício da Polícia Ostensiva, cabendo-lhes a iniciativa de todas as providências
legais e regulamentares, para ajustar os meios que a Corporação aloca ao cumprimento da missão.
3) Eficiência
A atividade de polícia militar deve pautar-se pela eficiência, exteriorizada nos princípios
da qualificação permanente, atualização, evolução tecnológica e participação comunitária.
4) Continuidade
A Polícia Ostensiva, efetivada pelas ações de policiamento, é atividade imprescindível, de
caráter absolutamente operacional, e será exercida diuturnamente.
5) Aplicação
A pronta identificação do policial militar em serviço, proporcionada pelo uso da farda e
equipamentos, impõe atenção e atuação ativas de seus executores, de forma a promover a
segurança pública, pela atuação preventiva e repressiva. A omissão, o desinteresse e a apatia são
fatores geradores de descrédito e desconfiança, e revelam falta de preparo individual e de espírito
de corpo.
6) Isenção
No exercício de sua função, o policial militar deve assegurar o tratamento igualitário à
pessoa, garantindo o gozo dos direitos individuais, sociais e coletivos, e impondo o cumprimento
dos deveres legais, pautando suas intervenções pela imparcialidade e impessoalidade.
7) Respeito
As atividades de polícia ostensiva e de preservação da ordem pública devem ser
fundamentadas nos princípios gerais de direitos humanos, com o objetivo de garantir o bem de
todos, sem qualquer forma de discriminação.
8) Emprego Lógico
A disposição de meios, para o exercício da polícia ostensiva e de preservação da ordem
pública, deve ser o resultado de julgamento criterioso das necessidades, escalonadas em
prioridades de atendimento, da dosagem do efetivo e do material, compreendendo o uso racional
do que estiver disponível, bem como de um conceito de operação bem claro e definido,
consolidado em esquemas exequíveis.
(Continuação da DGBM nº 027/EMBM/2013....................................................................... fl. 10)

9) Antecipação
Ao exercício da polícia ostensiva e de preservação da ordem pública é imprescindível a
proatividade na tomada e proposição de medidas estratégicas, táticas e técnicas, voltadas à
manutenção, restabelecimento e aperfeiçoamento da ordem pública.
10) Profundidade
A cobertura de locais de risco não ocupados e/ou o reforço a pessoal empenhado devem
ser efetivados ordenadamente, seja pelo judicioso emprego da reserva, seja pelo remanejamento
dos recursos imediatos, ou mesmo, se necessário, pelo progressivo e crescente reforço ou apoio,
que assegure o pleno exercício da atividade, dirigida por eficientes instrumentos de supervisão
(fiscalização e controle) e a coordenação, realizadas por Oficiais e Graduados.
11) Unidade de Comando
Em eventos específicos, que exijam emprego de diferentes frações, a missão é melhor
cumprida quando se designa um só Comandante para a operação, o que possibilita a unidade de
esforço, pela aplicação coordenada de todos os meios.
12) Objetivo
A função de Polícia Ostensiva e de preservação da ordem pública visa à obtenção e
conservação da tranquilidade pública pelo desencadeamento de ações e operações, isoladas ou
integradas, com propósitos particulares definidos.

c. Características da Polícia Ostensiva e de Preservação da Ordem Pública


São aspectos gerais que revestem a atividade policial militar, que identificam o campo de
atuação e as razões de seu desencadeamento:
1) Identificação
Polícia Ostensiva é a atividade de preservação da ordem pública em cujo emprego a
fração é identificada de relance pela farda. O armamento, equipamento, viatura e aprestos se
constituem em formas complementares de reconhecimento.
2) Ação Pública
Objetiva alcançar o interesse geral da sociedade, resguardando o bem comum em sua
maior amplitude. Não se confunde com zeladoria, atividade de vigilância particular de bens ou
áreas privadas e públicas, nem com a segurança pessoal de indivíduos sob ameaça. A atuação
eventual nessas situações ocorre por conta das excepcionalidades e não como regra de observância
imperativa.
(Continuação da DGBM nº 027/EMBM/2013....................................................................... fl. 11)

3) Totalidade
A preservação da ordem pública tem origem na necessidade comum de segurança da
comunidade, permitindo-lhe viver em tranquilidade. É desenvolvida sob os aspectos preventivo e
repressivo, consoante seus elementos motivadores, assim considerados os atos que possam se
contrapor ou se contraponham à ordem pública. Consolida-se por uma sucessão de iniciativas de
planejamento e execução ou em razão de clamor público. Deve fazer frente a toda e qualquer
ocorrência, quer por iniciativa própria, quer por solicitação, quer em razão de determinação,
dando-lhe a solução definitiva ou promovendo-se o encaminhamento às respectivas instâncias de
atendimento.
4) Dinâmica
O desempenho da função de polícia ostensiva e de preservação da ordem far-se-á, com
prioridade, no cumprimento e no aperfeiçoamento dos planos de rotina, com o fim de manter
continuado e íntimo engajamento da fração com sua circunscrição, para obter o conhecimento
detalhado do local de atuação e dos hábitos da população, a fim de melhor servi-la. O esforço é
feito para a manutenção dos efetivos e dos meios na execução daqueles planos que conterão o rol
de prioridades pela presença continuada, objetivando criar e manter a sensação de tranquilidade,
objetivo final da preservação da ordem pública. As Operações Policiais Militares, destinadas a
suprir exigências não atendidas pelo policiamento ostensivo em determinados locais, poderão ser
executadas esporadicamente, em caráter supletivo, através da saturação/concentração maciça de
pessoal e material, para fazer frente a inquietante situação temporária, sem prejuízo para a Ordem
de Polícia Ostensiva (OPO).

4. PRESCRIÇÕES DIVERSAS
a. Os conceitos, princípios e características constituem-se em suporte doutrinário para o
exercício pleno das atribuições constitucionais deferidas às Polícias Militares: a polícia ostensiva e
a preservação da ordem pública.
b. A uniformização de vocabulário técnico contribui para o aperfeiçoamento da atividade de
polícia ostensiva e de preservação da ordem, e deve ser desenvolvida por todos os profissionais da
Brigada Militar.
c. A instância mínima de gestão operacional de polícia militar corresponde à Subunidade.

SERGIO ROBERTO DE ABREU


Cel QOEM – Comandante-Geral

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