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A PN integra as áreas de Ordem Pública, Guarda Fiscal, Polícia Marítima, Trânsito, Estrangeiros e
Fronteiras, e Polícia Florestal.
Competências e objectivos da Polícia Nacional
No quadro da política de segurança interna, são objectivos fundamentais da PN, sem prejuízo das
atribuições legais de outras entidades, com observância das regras gerais sobre polícia e com respeito
pelos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos:
Garantir a manutenção da ordem, segurança e tranquilidade públicas;
Proteger as pessoas e os seus bens;
Prevenir e combater a criminalidade e os demais actos contrários à lei e aos regulamentos;
Prevenir a criminalidade organizada e o terrorismo, em coordenação com as demais forças e
serviços de segurança;
Prevenir e combater o tráfico de pessoas e emigração clandestina;
Adoptar as medidas de prevenção e repressão dos actos ilícitos contra a aviação civil;
Prosseguir as atribuições que lhe forem cometidas por lei em matéria de processo penal;
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Exercer, nos termos da lei, as competências específicas que lhe são conferidas quanto à
realização de diligências de investigação criminal e cooperar com os demais órgãos de polícia
criminal;
Colher as notícias dos crimes, investigar os seus agentes nos limites das suas competências
específicas, impedir as consequências dos crimes e praticar as diligências e os actos cautelares
necessários para assegurar os meios de prova, bem como apreender os objectos provenientes
ou relacionados com a prática de factos puníveis nos termos da lei do processo penal;
Fiscalizar e regular o trânsito rodoviário;
Fiscalizar as actividades sujeitas a licenciamento administrativo;
Garantir a execução de actos administrativos emanados da autoridade competente que visem
impedir o incumprimento da lei ou a sua violação continuada;
Prestar ajuda às populações e socorro aos sinistrados, designadamente em caso de emergência,
e apoiar em especial os grupos de risco, bem como qualquer outra colaboração que
legitimamente lhe for solicitada;
Cooperar com outras entidades que prossigam idênticos fins;
Prevenir e combater as infracções fiscais e aduaneiras,
Vigiar e fiscalizar o território aduaneiro;
Colaborar com a Administração Fiscal no combate à fraude e evasão fiscais;
Controlar as fronteiras aéreas e marítimas, actuando como polícia marítima e aérea;
Defender e conservar o meio ambiente, os recursos naturais e a floresta nacional;
Contribuir para a formação e informação em matéria de segurança dos cidadãos;
O mais que, no âmbito das suas funções lhe sejam atribuídas por lei.
Compete em exclusivo à PN:
Assegurar o controlo e fiscalização da importação, fabrico, armazenamento, comercialização, a
posse, a detenção, o uso e o transporte de armas, munições e substâncias explosivas e
equiparadas que não pertençam às Forças Armadas e demais forças e serviços de segurança;
Organizar e manter actualizado o registo dos actos previstos na alínea anterior e garantir o
cumprimento das respectivas medidas de prevenção e controlo;
Garantir a segurança pessoal dos titulares dos órgãos de soberania e de outras altas entidades
nacionais ou estrangeiras, bem como de outros cidadãos quando sujeitos a situação de ameaça
relevante.
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É com base nesse pressuposto que, para a melhor compreensão global da matéria, vamos, ao longo
deste curso, falar de determinados conceitos relacionados com a técnica de serviço policial, que os
profissionais da polícia devem dominar, convenientemente.
Não vamos de uma só vez aprender todos os conceitos relacionados com a função policial. Dai a
escolha de alguns conceitos básicos, ou seja aqueles sobre os quais falaremos com maior frequência
nas aulas.
De referir que é provável não existir apenas uma só definição para esses conceitos, mas sim várias
definições, das quais escolhemos uma que poderá servir de conhecimento básico para o formando
compreender melhor a matéria no seu conjunto. Passemos então à explicação desses conceitos:
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Ocorrência policial – é todo facto que exige intervenção policial, por intermédio de acções ou
operações.
Giros de Patrulha - são os espaços nas ruas onde os agentes patrulheiros cumprem a missão
de serviço, com base num plano ou escala de serviço previamente ordenado pelo comandante
da unidade responsável pela manutenção da ordem, segurança e tranquilidade públicas na área
territorial que enquadra esses giros.
Patrulha é uma modalidade de serviço de rotina da polícia, normalmente executada nas ruas
que compõem os giros, tendo como objectivo a manutenção da ordem, segurança, e
tranquilidade públicas.
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Percorrer todas as artérias que constituem o seu giro, verificando a existência de qualquer
anomalia que careça de reparo, nomeadamente se há inscrições ou panfletos obscenos nas
paredes, muros ou pavimentos;
Encontrando algo de anormal, comunicar o facto à Esquadra ou Posto Policial, no mais curto
espaço de tempo possível, a fim de serem adoptadas as providências adequadas;
Antes da comunicação para a Esquadra ou Posto, certificar se nas proximidades se encontra o
autor ou autores dessas infracções e proceder à detenção dos mesmos. Se for mais de um
elemento, solicitar o reforço;
Durante o turno de serviço, não deve caminhar despreocupadamente sem olhar para trás de
quando em vez;
As paragens são feitas nos cruzamentos e entroncamentos ou locais mais movimentados, não
devendo a sua presença nesses pontos ser demorada, a fim de poder dar conta de qualquer
facto anormal na área sob sua vigilância.
Estar sempre vigilante, não parar em frente de montras a olhar para os objectos expostos, de
modo a descurar a vigilância;
Dirigir-se aos superiores hierárquicos com competência para o rondar, em passo cadenciado.
Depois de os cumprimentar, presta-lhes continência e dá-lhes conhecimento da ocorrência.
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Ao entrar de serviço e antes de render o colega, o agente deve passar uma revista minuciosa às
escadarias do prédio e elevadores, quando existem, para se certificar de que nada há de anormal;
Manter uma permanente vigilância na área de serviço, de modo a evitar ou reprimir com prontidão
qualquer atentado ou sabotagem;
Fixar a fisionomia das pessoas que habitam nos prédios onde as altas entidades moram, de modo a
poder distinguir os estranhos dos seus moradores;
Qualquer volume suspeito transportado para esses prédios deve ser objecto de cuidado e vigilância
discreta;
Tratando-se de volumes abandonados nas escadas de que haja fundadas suspeitas de conter qualquer
engenho explosivo, o agente comunicará o facto à sua Esquadra ou Posto, para que sejam tomadas
medidas adequadas.
Manter uma atenção permanente sobre a residência a guardar, especialmente sobre as suas entradas,
como também sobre as janelas dos prédios vizinhos e locais adjacentes donde seja possível disparar
armas de fogo sobre qualquer dependência daquela;
Abordar as pessoas que sem aparente motivo justificado vagueiem de modo suspeito pelas imediações
da residência, identificando-as e não permitindo o seu estacionamento;
Anotar a matrícula, cor e marca de viaturas suspeitas que sem motivo justificado circulem ou
estacionem amiudadas vezes pelos arruamentos adjacentes;
Conhecer perfeitamente a alta entidade e seus familiares, as disposições indicadas por esta no que
respeita à sua segurança;
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Redobrar a vigilância quando a alta entidade entrar ou sair da residência, devendo o agente colocar-se
junto da entrada principal, impedindo que seja abordada por quaisquer indivíduos estranhos;
Ocorrer prontamente a qualquer chamamento feito da residência, prestando todo o auxílio que lhe for
solicitado;
No fim do serviço deve participar, por escrito, todos os factos anormais verificados e quaisquer outras
ocorrências com os quais relacionadas;
Havendo motivo de detenção de qualquer indivíduo, comunicar, telefonicamente ou por outro meio
rápido, ao Comando ou Subunidade de que depender, a fim de ser providenciada a condução do
detido;
Durante o serviço, desconfiar de tudo e de todos, não se deixando ludibriar, pois pode-lhe ser
preparado um pedido de intervenção para uma suposta ocorrência com a finalidade de o afastar do
local. Por isso, deve certificar-se bem da veracidade dos factos.
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V - SITUAÇÕES DE POLÍCIA
Aspectos gerais:
Natureza da situação;
Tempo e lugar;
Obstáculos actuais e previsíveis;
Modalidade de execução.
Estes factores devem ser analisados, obrigatoriamente, por esta ordem, já que da respectiva análise
surgem resultados relevantes para a decisão. Esta decorre de uma escolha e impõe a sua aplicação.
O quê?
Quem?
Onde?
Quando?
Como?
Porquê?
A aplicação da lei pela Polícia ocorre em múltiplas situações que revelam tanta complexidade como
riscos. Daí que qualquer acção ou operação que responda às situações de polícia terá de ser bem
planeada e bem executada. Para tal deverão ser respeitadas seis etapas, a saber:
1. Planeamento;
2. Preparação;
3. Informação;
4. Coordenação;
5. Execução;
6. Segurança.
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A Informação tem como pressuposto a recolha de toda a informação policial relevante e difundi-la ao
pessoal quanto:
À natureza da intervenção;
À finalidade da missão;
Às circunstâncias especiais da missão;
Ao local ou locais;
Às pessoas envolvidas (alvos).
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A coordenação pressupõe especificar para cada equipa e cada elemento o que deve ser feito antes,
durante e depois da acção;
Rapidez;
Surpresa;
Simplicidade.
Por último, importa dizer que a segurança depende da prudência, do cuidado e da adequada avaliação
da situação.
A evolução das situações de polícia e o momento em que podem ocorrer determinam que se definam
três modos de intervenção que correspondem a três tipos de situações, a saber:
1. Rotina – trata-se de uma situação inserida na actividade quotidiana da polícia e que exige um
mínimo de atenção para despistar o menor sinal de evolução da situação em curso.
2. Alerta – exige o reforço da vigilância e cautelas suplementares que são impostas por indícios,
factos ou determinadas expressões;
3. Crítica – supõe a possibilidade de confronto pela circunstância de um perigo imediato.
Em resumo, pode-se dizer que o modo de intervenção tem como quadro de referência aqueles três
tipos de situações atrás referidas: rotina; alerta; crítica.
A sociedade democrática postula uma certa ordem e segurança equilibrada com a garantia da
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Os princípios da actividade operacional são normas gerais de acção das forças policiais modernas que
devem ser respeitadas na conduta das operações para permitir e facilitar o êxito na prossecução das
mesmas. A sua adequada aplicação é essencial ao exercício do comando e à condução, com sucesso,
das operações da Polícia Nacional. Esses princípios estão relacionados entre si e, conforme o caso,
podem tender para mutuamente se reforçarem ou se oporem. Consequentemente, o grau de aplicação
de um determinado princípio variará com a situação.
Legalidade
Objectividade
Iniciativa
Concentração de meios
Economia das forças
Mínima força
Capacidade de manobra
Unidade de comando
Segurança
Surpresa
Simplicidade
Princípio da Legalidade
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Princípio do Objectivo
Toda e qualquer operação da Polícia deverá contribuir para a obtenção daquele objectivo último. Os
objectivos atribuídos a Polícia Nacional devem ser definidos de uma forma clara e inequívoca, ser
exequíveis, isto é, susceptíveis de ser alcançados pelas forças e com os meios a elas destinados.
Princípio da Iniciativa
Uma preocupação fundamental da actividade operacional deve ser a conservação da iniciativa. Para
manter a iniciativa, os ramos da Polícia Nacional devem reconhecer as oportunidades, analisar as
modalidades de acção, decidir o que fazer e actuar mais rápido do que o adversário. É essencial uma
manobra eficaz que explore os pontos fracos e os erros do adversário para manter a iniciativa.
A iniciativa é um factor indispensável à obtenção de resultados. É a vontade que leva cada pessoa,
quando devidamente instruída e sensibilizada, a ultrapassar todas as dificuldades e cumprir a missão.
A aplicação deste princípio exige o uso da imaginação, de modo a evitar procedimentos rotineiros e
repetitivos que cedo revelarão ao adversário a nossa intenção, reduzindo drasticamente ou mesmo
anulando os resultados que se pretendiam alcançar.
A fim de alcançar o sucesso, deve empregar-se uma força com capacidade superior ao adversário, no
local e no momento adequado, respeitando o requisito da proporcionalidade.
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concentrar num local uma força com capacidade superior à do adversário, deverá conseguir-se a
economia de forças noutros locais. Portanto, o Comandante deverá procurar cumprir a sua missão
através do emprego judicioso dos meios à sua disposição, reduzindo ao mínimo o desgaste desses
meios e procurando empregá-los de forma decisiva no local e momento mais adequados.
Tal não implica uma atribuição sistematicamente parcimoniosa dos meios mas, antes, uma
distribuição da Força e Meios disponíveis pela acção principal e pelas acções secundárias quando for
o caso, a fim de obter em cada circunstância a capacidade adequada à situação.
O emprego da força para restabelecer a Lei e a Ordem deve ser considerado como uma medida
drástica, de último recurso, de forma a sujeitar o adversário ao menor dano físico, material e moral.
O agente da Polícia deve defender e respeitar, em todas as circunstâncias, a vida e a integridade física,
a moral e a dignidade das pessoas e utiliza preferencialmente a persuasão como método de actuação,
só fazendo uso da força em casos de absoluta necessidade.
Há porém ocasiões em que se torna necessário o emprego de grandes efectivos. No entanto, este
empenhamento não colide com o princípio da mínima força, uma vez que a presença de um efectivo
apreciável evita, em muitos casos, a escalada da violência e a transformação de uma perturbação de
reduzida importância numa confrontação em larga escala (efeito dissuasor de demonstração de
capacidade).
A finalidade da Manobra consiste em dispor uma força de forma tal que o adversário fique colocado
numa situação desvantajosa, obtendo-se assim resultados que de outra forma exigiriam um maior
dispêndio de meios.
A Manobra permite uma correcta aplicação dos princípios da concentração de meios e da economia de
forças, concentrando num ponto forças disponíveis doutros locais e reduzindo assim a vulnerabilidade
do dispositivo nos locais e momentos decisivos. Contribui para conservar a liberdade de acção, para
manter a iniciativa e para explorar os resultados da actuação.
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táctica.
Princípio da Segurança
A segurança consegue-se pelas medidas de diversão e segredo com que se planeia e executa a acção,
ocultando os movimentos, adoptando medidas de decepção (simulações e outras) que cubram a nossa
movimentação (ou iludam o adversário).
A integridade física dos efectivos e de terceiros e a preservação dos meios materiais conseguem-se
mediante a adopção de medidas de protecção desempenhadas por uma parte do efectivo a esse fim
destinada.
O segredo permitirá chegar com surpresa à zona de actuação. Pode conseguir-se utilizando viaturas
civis os policias trajando à paisana; com a concentração de pessoal em locais afastados das unidades
policiais, pois estes, eventualmente, poderão estar vigiados pelo adversário.
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Princípio da Surpresa
A surpresa consiste em criar uma situação inesperada, para a qual o adversário não esteja em
condições de reagir eficazmente em tempo oportuno. Visa retirar ou limitar a liberdade de acção do
adversário, impedindo-o de tomar e ou manter a iniciativa e colocando-o, sempre que possível, em
posição de desvantagem. Entre outros factores, contribuem para a surpresa: a velocidade, a decepção,
a concentração inesperada de forças num dado local e momento, uma informação e contra-informação
eficientes e a variação de processos tácticos e dos métodos de actuação.
Princípio da Simplicidade
Os planos devem ser simples e os objectivos e as ordens claras, precisas e concisas, a fim de se
reduzirem as dificuldades de interpretação e as possibilidades de confusão.
Uma demasiada complexidade de manobra pode contribuir para lhe retirar eficácia, conduzindo
mesmo, eventualmente, ao insucesso.
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Todo ato de abordar ou interpelar indivíduos deve ser baseado numa motivação legal, pelo que não
deve ser um ato arbitrário ou ilegal, isolado do Estado, ali representado pelo agente policial. Dai que
essa motivação deve ser explicitada ao abordado logo que for possível, a fim de fazê-lo compreender a
acção da polícia quanto ao uso do poder do Estado para limitar ou impedir direitos individuais, que
deve ser feito sempre em prol de um bem maior, social ou coletivo.
Assim, torna-se necessária a adoção de uma técnica de abordagem que tenha levado em conta a
situação e o grau de ameaça quando este seja evidente, ou previsível.
1. Conceito de Abordagem
A abordagem é o ato de aproximar-se e interpelar uma pessoa ou pessoas a pé, motorizada ou
montada, com o intuito de identificar, informar, orientar, assistir, revistar, deter, etc. Por conseguinte,
é uma técnica utilizada pela polícia para intercetar alguém com objetivo preestabelecido. Esta técnica
será aplicada, quer quando o agente é abordado por alguém, quer quando é ele a tomar a iniciativa da
abordagem.
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grande constrangimento para um abordado inocente, poderá transmitir uma total antipatia para a
população que, principalmente, não entende a acção policial;
d) AÇÃO VIGOROSA: É a atitude firme e destemida como se apresenta numa ação policial,
baseada em ordens claras e precisas ao abordado, caracterizadora do conhecimento técnico-
profissional. Porém, a acção vigorosa não deve ser nunca confundida com o arbítrio ou a
violência.
e) UNIDADE DE COMANDO: Tem a ver com a atividade dinâmica de prever, dirigir, coordenar,
fiscalizar ou controlar a acção de um policial a cargo de uma pessoa dentro de uma cadeia de
comando verticalizada, devendo somente um dos policiais da equipa ser incumbido de comandar a
abordagem e de dar as ordens. Pois, se vários policiais emitirem ordens ao mesmo tempo a
confusão dominará a acção policial, prejudicando seriamente o seu êxito. Neste caso a
responsabilidade da ação será proporcional ao nível de comando.
3. Fases da Abordagem
Regra geral, uma abordagem policial propriamente dita comporta quatro fases, a saber:
O que faremos?
Para que abordaremos?
Quem iremos abordar?
Onde se dará a acção?
Porquê abordaremos?
2º - PLANO DE ACÇÃO: Tem a ver com o planeamento de como será a actuação, baseado na
elaboração de uma linha de acção adaptável às circunstâncias do ambiente, em que devem ser
respondidas as seguintes questões:
Como atuaremos?
Quando realizaremos a abordagem?
Finalmente, como ficou a saber, a abordagem é uma técnica policial a adoptar pelo agente ao
interpelar alguém, ou a ser interpelado, adoptando e adequando os procedimentos face à situação em
causa. Como exemplos, podemos salientar os seguintes:
Antes de se efetuar uma abordagem, deve-se ter em conta alguns princípios elementares,
nomeadamente:
As técnicas a seguir demonstradas são para dois elementos, quando a formação táctica da patrulha é
constituída por dois agentes.
Regra geral, consoante a situação, são definidos policialmente três graus de riscos a considerar na
abordagem, dos quais dependem os procedimentos a adoptar:
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Numa equipa de patrulha composta por dois agentes, a divisão de tarefas entre ambos pode assumir a
composição a seguir demonstrada:
a) Diz com voz enérgica de um agente de autoridade as seguintes palavras: POLÍCIA, PARADO,
NÃO SE MEXA. Este primeiro comando é importantíssimo por dois motivos: primeiro tem a
ver com a identificação do policial para que a pessoa abordada não pense que está sendo
vítima de crime e o segundo tem a ver com a segurança dos próprios agentes que impõem
medidas que melhor contribuem para a sua actuação de uma forma segura;
b) Ordena ao suspeito que levante as mãos acima da cabeça e não apoiadas nesta;
c) Manda o suspeito rodar 360º para observar os contornos e volumes suspeitos em especial na
zona da cintura e costas;
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a) Coloca-se numa posição que lhe garanta protecção e empunha a arma, pronta a fazer fogo,
mantendo o suspeito à distância;
b) Nessa primeira fase dialoga com o suspeito exercendo uma acção psicológica efectiva e
desmobilizadora de qualquer movimento suspeito;
c) Manda levantar os braços no ar e não fazer qualquer movimento suspeito;
d) Consoante a situação:
Manda colocar de joelhos, deitar com as pernas afastadas e de barriga para baixo a olhar
para si;
Ou, manda virar de costas e colocar as palmas das mãos contra um obstáculo (ex: parede,
viatura, etc.) em posição de ser revistado;
Evolui na sua posição em função do Agente B;
Garante a segurança do Agente B e fica atento ao meio envolvente e ao suspeito.
a) Consoante a situação, aborda o suspeito de surpresa e rapidamente, não lhe dando qualquer
hipótese de reacção;
b) A partir desse momento do contacto com o suspeito, é ele, que passa a dialogar, neutralizando
e algemando o suspeito;
c) Pode utilizar técnicas de defesa pessoal para neutralizar e algemar o suspeito;
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d) Coloca o suspeito em posição de ser revistado e avisa o outro elemento de qualquer objecto
perigoso encontrado;
Sempre que uma arma de fogo for encontrada no suspeito, deverá ser colocada fora do alcance deste e
efectuados de imediato os respectivos procedimentos de segurança com armas de fogo (colocação em
segurança, retirar o carregador e possíveis munições na câmara).
Reunir os indivíduos e mantê-los sob atenta vigilância, ordenando-lhes que não façam
movimentos;
Destacar do grupo um indivíduo de cada vez e aplicar-lhe as técnicas de abordagem e revista
pessoal;
Se o indivíduo depois de revistado tiver que regressar ao grupo, separar-se-á o suficiente para
evitar contacto entre eles.
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2.1 - Generalidades
Em diversas acções policiais torna-se necessário revistar pessoas. As circunstâncias de local, horário,
histórico entre outras, indicarão o nível de risco que este procedimento envolve, bem como os factores
que geraram a suspeição do policial e que portanto justificarão a revista numa pessoa concreta.
Trata-se de uma actividade de conteúdo discricionário da polícia que deve receber toda atenção dos
agentes policiais para não se converter em actos de arbitrariedades e discriminações, impingindo
constrangimentos desnecessários às pessoas consideradas temidas.
Podemos considerar basicamente dois tipos de revista: a revista pessoal de segurança e a revista
processual penal.
2.2 - Conceito de revista pessoal
A revista pessoal é uma técnica rotineira da actividade policial realizada no corpo, vestimentas e
pertences de um determinado cidadão tendo como objectivo a localização de objectos.
A revista pessoal de segurança é uma revista ligeira, realizada nas pessoas, utilizada normalmente
antes do embarque de detidos na viatura policial, à entrada das casas ou locais de diversões públicas,
nos portões de campos de futebol e em outros estabelecimentos afins, com a finalidade de verificar se
existem em poder das pessoas armas ou outros objectos perigosos que possam ser usados na prática de
actos ilícitos.
Trata-se de uma revista feita com base nos pressupostos do artigo 10º da Lei de Segurança Interna
(Lei nº 16/VII/2007, de 10 de Setembro), a saber:
Artigo 10º
A Revista Pessoal de Segurança é feita num movimento rápido de deslizamento das mãos sobre o
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vestuário do cidadão, verificando sobretudo: quadris, tórax, axilas, braços, pernas e pés. Se o revistado
estiver com boné ou chapéu, o mesmo deve ser retirado e revistado, sendo os bolsos apalpados.
Por conseguinte, baseado numa análise adequada da pessoa e da situação, a revista pessoal de
segurança deve ser rápida, completa e metódica observando-se os seguintes princípios elementares:
A revista pessoal denominada revista processual penal é uma revista mais minuciosa, efectuada em
local apropriado, destinada à obtenção de meios de prova em Processo Penal, incluindo por exemplo
armas ou outros objectos e substâncias considerados como provas da prática de delito.
Trata-se de uma revista realizada com base nos pressupostos processuais penais previstos no Artigo
234º e seguintes do Código de Processo Penal, a saber:
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CAPÍTULO III
REVISTAS E BUSCAS
Artigo 234º
Conceitos e pressupostos
1. Quando houver indícios de que alguém oculta na sua pessoa quaisquer objectos relacionados com um crime ou
que possam servir de prova, é ordenada revista.
2. Quando houver indícios de que os objectos referidos no artigo anterior ou o arguido ou outra pessoa que deva ser
detida, se encontram em lugar reservado ou não livremente acessível ao público, é ordenada busca.
4. Ressalva-se da exigência contida no número anterior as revistas e as buscas efectuadas por órgão de policia
criminal nos casos de:
a) Crimes de terrorismo, organização criminosa ou punível com pena de prisão cujo limite máximo seja superior
a 8 anos, praticado com violência ou ameaça de violência, ou, ainda, de suspeitos em fuga iminente;
b) Haver motivo fundado para crer que a demora pode representar grave perigo imediato para a vida, a
integridade física, a liberdade ou a subsistência do Estado de direito constitucionalmente protegido;
5. Nos casos abrangidos pela segunda parte do número antecedente, a realização da diligência será, sob pena de
nulidade, imediatamente comunicada ao juiz competente e por este apreciado em ordem à sua validação.
Artigo 235º
Ordem de entrega de coisa
1. Se, com a revista ou a busca se pretende obter um ou vários objectos determinados, poderá a autoridade judiciária
competente ordenar a sua entrega.
2. Se a ordem for voluntária e prontamente cumprida, não se efectuará a revista ou a busca, a não ser que sejam tidas
como úteis para a ultimação das diligências de investigação.
Artigo 236º
Formalidades da revista
1. Antes de se proceder à revista será entregue ao visado, cópia da decisão que a determinou, salvo nos casos do n.º
4 do artigo 234º.
Para além dos princípios elementares considerados numa revista pessoal de segurança, o agente
policial deve fazer com que o suspeito fique de pé, ajoelhado ou deitado quando se trata de uma
revista minuciosa como a revista processual penal, considerando o individuo a revistar e a situação,
mediante uma correcta avaliação dos graus de riscos de segurança.
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Uma revista completa é empregada como se costuma dizer, passada a “pente fina”, quando há uma
suspeição real de que a pessoa esteja com arma e ou objectos que constituirão provas de um delito e
também quando do encarceramento de presos. É feita em recinto fechado, a fim de evitar a
aglomeração de curiosos e o constrangimento ao suspeito a ser revistado.
Numa revista completa, para além dos princípios elementares já vistos, deve-se ainda considerar os
seguintes:
As mulheres também estão sujeitas aos mesmos tipos de revistas efectuadas em homens, sendo que
elas, por regra, devem ser revistadas por polícias femininas ou por uma mulher sob orientação de um
polícia masculino.
2.2.4 - Missões
Operando dois agentes numa revista pessoal, ambos realizam a sua missão de forma articulada e
coordenada, dando sequência aos procedimentos da abordagem ou interpelação a indivíduo, conforme
as predisposições a seguir detalhadas:
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Agente A:
Deve colocar-se face ao suspeito, ligeiramente de lado, observando a zona de segurança
para poder garantir a protecção de B em caso de necessidade.
Deve manter-se atento à evolução do comportamento do suspeito e do meio
envolvente.
Agente B:
Deve colocar-se face ao suspeito, afastando-se ligeiramente para o lado para proceder à
“palpação” com os braços estendidos.
Deve actuar com método começando pela cabeça (penteado, nuca, etc.), espáduas,
tronco, braços, mãos, quadris, pernas, entre costas, tornozelos.
Agente A:
Deve seguir B na sua intervenção, garantindo a sua protecção e respeitando a zona de
segurança;
Deve verificar a sua arma que se mantém no coldre.
Agente B:
Deve escolher o obstáculo natural mais favorável (parede, muro, veículo, etc.) e
informar disso o seu colega.
Deve, ao mesmo tempo, manifestar ao suspeito as suas intenções, colocando-o em
posição de desequilíbrio. Deve proceder à “palpação” como se descreveu antes.
Agente A:
Deve empunhar a arma e posicionar-se relativamente a B de forma que este fique
sempre fora da linha de tiro.
Agente B:
Deve intervir com firmeza e proceder à colocação das algemas.
Deve neutralizar qualquer objecto perigoso que descubra e concluir cuidadosamente a
“palpação” de segurança.
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3.1 - Generalidades
A aplicação das algemas é de grande utilidade para os agentes policiais, pois, por um lado garante a
segurança do detido e ao mesmo tempo a dos próprios agentes. Considera-se que um dos melhores
meios de se prevenir a fuga de um cidadão detido ou preso, durante a sua condução, é o uso de
algemas, que além de dificultar a sua movimentação, resguardará sua integridade física e de toda a
equipa em contacto com ele. Contudo, a aplicação de algemas deve ser feita tendo em conta os
critérios de oportunidade, conveniência, lugar, tempo e densidade do público, considerando as ordens
e instruções hierárquicas recebidas, com estrita obediência aos princípios da legalidade, da
necessidade, da adequação e da proporcionalidade, como previsto no nº 2 do artigo 244º da
Constituição da República, salvaguardando sempre o respeito pelos direitos, liberdades e garantias dos
cidadãos.
Na aplicação de algemas deve-se levar em conta alguns princípios elementares para que a acção
policial seja eficaz, a saber:
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Aplicar as algemas antes de proceder à “palpação” de segurança, sempre que o suspeito for
recalcitrante e perigoso;
Privilegiar, na argumentação, o aspecto da “segurança para todos”, em caso de reacções hostis
por parte do público.
3.3 - Missões
Agente A:
Deve colocar-se alguns metros atrás do seu colega B (3 a 4 metros), o qual em
princípio procede sozinho à “palpação” e à aplicação das algemas. Manterá a mão
sobre a arma colocada no coldre.
Deve garantir que o suspeito se coloque com as mãos de encontro à parede, pernas
afastadas, em posição de desequilíbrio.
Deve vigiar o meio envolvente para prevenir qualquer agressão exterior.
Deve alterar a linha de tiro no momento que o agente B mudar de posição.
Agente B:
Deve manifestar claramente a sua intenção de colocar o suspeito de mãos contra a
parede, pernas afastadas, em posição de desequilíbrio.
Deve colocar-se sucessivamente à direita ou à esquerda do suspeito, barrando a
perna direita ou esquerda deste com a sua perna esquerda ou direita, consoante a
situação, de modo a desequilibrá-la em caso de reacção hostil, utilizando as técnicas
de defesa pessoal.
Deve proceder metodicamente à “palpação” de segurança.
Deve algemar o punho direito ou esquerdo em função da posição inicial que adoptar
e “trazer” rapidamente o braço algemado para as costas do suspeito. Dominado
este, segurar o outro braço e imobilizá-lo nas costas, algemando-o por sua vez.
Deve verificar a folga das algemas e fechá-las.
Deve colocar-se atrás do suspeito segurando as algemas para o fazer avançar.
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Agente A:
Deve proceder como na hipótese anterior, mas retirando a arma do coldre.
No caso de um meio hostil, deve pôr-se de costas para a parede, a cerca de 2
metros, do lado oposto ao seu colega.
Agente B:
Deve actuar como na hipótese anterior, mas ordenando ao suspeito que ponha a
cabeça contra o muro.
Deve recorrer às técnicas de defesa pessoal para algemar o suspeito, se for
necessário.
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Pode acontecer que no decorrer de uma abordagem policial a um ou mais indivíduos, estes tentem
pôr-se em fuga para livrarem das consequências dos seus actos, o que, consoante a gravidade da
situação, impõe aos agentes policiais a necessidade de executarem uma perseguição apeada para deter
pelo menos um dos fugitivos, caso não conseguir detê-los todos.
A perseguição apeada é uma técnica policial utilizada no acto de interpelação a um detido que se põe
em fuga a pé, observando alguns princípios elementares como factores para garantir a eficácia da
acção policial.
Para que uma perseguição apeada seja bem executada, deve-se considerar alguns princípios
elementares da técnica policial como por exemplo:
4.4 - Missões
Agente A: Protecção
Agente B: Intervenção
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Agente A:
Deve seguir B, alguns metros afastado deste, aproveitando todos os obstáculos
naturais para garantir a protecção;
Deve manter-se atento ao meio envolvente e a qualquer evolução da situação, desde
que o suspeito não esteja aparentemente armado;
Deve manter em prontidão a sua arma a partir do momento em que o suspeito seja
interpelado por B, continuando a sua função de protecção até ao fim da missão.
Agente B:
Deve evitar correr no eixo do fugitivo e manter uma distância de segurança até
escolher o local oportuno para a interpelação. Deste modo, evitam-se os obstáculos
que o suspeito pode utilizar (contentores de lixo, caixotes, cartões, bicicletas, etc.) e
não ser-se surpreendido por uma inversão da situação;
Deve contornar todos os ângulos dos obstáculos o mais largo possível, sempre que
o fugitivo tenha ligeira vantagem na distância;
Deve manter-se lúcido durante a perseguição (não saltar muros sem tomar o
mínimo de cautelas, etc.);
Deve evitar ultrapassar os obstáculos do mesmo modo ou no mesmo sítio usado
pelo suspeito, evitando expor-se após os ter ultrapassado;
Deve observar tempos de espera e ouvir os ruídos (respiração cansado, barulho de
paços precipitados, etc.) sempre que o perseguido entre em zonas de sombra ou
pouco iluminadas (caminho estreito, corredor, escadas, cave, etc.) e só então
retomar a perseguição respeitando os mesmos princípios de segurança;
Deve neutralizar o suspeito, fazer-lhe a “palpação” de segurança e algemá-lo, se
necessário e logo que o intercepte;
Deve proceder às verificações de rotina.
Agente A:
Deve agir do mesmo modo que se descreveu para a hipótese anterior, mas
empunhando a arma durante a interpelação se o suspeito estiver armado.
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Agente B:
Deve agir do mesmo modo descrito para a hipótese anterior, devendo informar o
público (durante a perseguição) que o fugitivo se encontra armado;
Não deve usar a arma de serviço de modo inconsiderado, excepto, no caso de
legitima defesa;
Deve manifestar a sua intenção ao suspeito, intimando-o a não se mexer, a não
voltar-se, a lançar a arma para o chão e a pôr mãos ao ar, sempre que já não tenha
hipótese de fuga;
Deve neutralizar muito rapidamente o suspeito, algemá-lo e proceder à “palpação”
de segurança, se necessário e logo que o intercepte;
Deve proceder às verificações de rotina.
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b) Perseguição:
Adoptar os mesmos princípios de segurança referidos imediatamente antes;
Utilizar um “corredor” sinalizado ou não, respeitando as regras de segurança;
Utilizar todos os obstáculos para interceptar os veículos suspeitos (viragem, obras,
irregularidades do pavimento, etc.);
Informar via rádio o pessoal envolvido, da evolução da perseguição, das características do
veículo e dos ocupantes, bem como de qualquer nova ocorrência;
Manter uma zona de segurança de cerca de 30 metros da traseira do veículo perseguido, no
sentido de evitar qualquer surpresa ou manobra imprevista do condutor perseguido ou de
perder de vista o veículo em fuga;
5.2 Missões
Agente A: – Condutor: Protecção – Ligação;
Agente B: – Intervenção.
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6.1 Generalidades
Na sequência dessas matérias, vamos estudar as técnicas relacionadas com a condução de detidos,
especificamente a condução de detidos a pé e a condução de detidos em viaturas.
Podemos considerar a condução de detidos como uma das mais importantes situações de polícia a que
o agente policial deve saber enfrentar no exercício das suas funções, devendo as suas acções orientar-
se por um conjunto de princípios fundamentais face aos meios disponíveis.
Mais uma vez se recorda aos formandos que a acção dos agentes policiais deve-se orientar por
critérios de conveniência, proporcionalidade e oportunidade, de acordo com o grau de ameaça que a
situação exige. Dai os cuidados na segurança aquando do transporte de detidos, quer da nossa
segurança quer da integridade física dos detidos.
A condução de pessoas detidas é uma acção policial de grande responsabilidade, porque a partir do
momento da “privação da liberdade” o detido é da nossa inteira responsabilidade e como tal
respondemos pela sua integridade física.
Devemos considerar a condução de detidos como sendo situações “Suspeita” ou “Crítica” consoante o
grau de ameaça de que se revestirem. Determinam esta classificação as características do detido, o
motivo da detenção, o local da detenção, entre outros factores.
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A integridade do detido.
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A Polícia Nacional possui diversos tipos de viaturas que podem ser utilizadas nesse tipo de missão, de
modo que estes princípios devem ser devidamente adaptados ao tipo de veículo que venha a ser
utilizado:
O condutor deve previamente certificar-se que a viatura está em condições para executar a
missão;
Proceder a uma revista pessoal de segurança antes de introduzir qualquer suspeito em viatura
da polícia;
Proceder à verificação cautelar da existência de qualquer objecto ou instrumento perigoso no
interior da viatura e ao alcance do suspeito (chave de rodas, extintor, chave de fendas, etc.);
Não deixar ao alcance do suspeito os objectos apreendidos na revista pessoal ou na busca.
Garantir que as armas de serviço não fiquem, em nenhum caso, ao alcance do suspeito;
Garantir que nenhum suspeito fique sentado atrás do motorista ou condutor da viatura;
Não satisfazer nenhum pedido inopinado e não urgente que contrarie as regras de segurança;
Tratando-se de pessoa algemada, garantir que as algemas tenham sido aplicadas pelas costas
do suspeito;
Não fixar as algemas a qualquer parte da viatura;
Utilizar o cinto de segurança para manter o suspeito sentado;
Manter as algemas durante todo o percurso e tempo de transporte;
Garantir a prudência/segredo nas comunicações via rádio.
7.2 Missões:
Observações:
As situações de rotina integram situações de auxílio. Trata-se de pessoas sobre as quais não recaem
dúvidas.
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As situações aqui previstas respeitam apenas a actividade normal da polícia e não respeitam a
situações de transferência de reclusos ou de extradição em que há-de ter-se em conta as normas
regulamentares específicas em vigor e os normativos legais aplicáveis.
Agente A:
Deve proceder a uma inspecção prévia ao interior da viatura antes de fazer entrar o
suspeito com a finalidade de impedir que qualquer objecto ou instrumento perigoso fique
ao seu alcance (v.g., armas, extintor, ferramentas, etc.);
Deve vigiar a entrada do suspeito na viatura;
Proceder às operações de fecho e abertura das portas da viatura (utilizando os fechos de
segurança);
Chegados ao destino, deve garantir a protecção do agente B (e, eventualmente, do agente
C), que conduz o suspeito para fora da viatura;
Deve sair, abrindo a porta do seu colega e posicionar-se na parte da frente esquerda da
viatura, prevenindo assim qualquer tentativa de fuga por qualquer dos lados;
Deve verificar se o suspeito nada deixou aí (v.g., objectos, notas, documentos, etc.)
Agente B:
Deve proceder à revista pessoal e algemar o suspeito antes de entrar na viatura, aguardando
que o agente A proceda à inspecção prévia ao interior do veículo;
Deve utilizar o cinto de segurança para manter o suspeito sentado;
Deve dar contínua atenção às modificações de comportamento do suspeito;
Deve conduzir o suspeito para fora da viatura apenas quando o agente A estiver em posição
de protecção (do seu lado ou do lado oposto, consoante a zona de segurança adequada).
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A actividade policial ocorre em diversas situações, a qualquer hora do dia e em qualquer lugar.
Quando se trata de uma intervenção em local de fraca luminosidade ou de noite, tal como noutras situações de
polícia já ministradas, para que tudo ocorra da melhor forma e com a máxima de segurança, os agentes policiais
devem orientar-se por um conjunto de princípios técnicos elementares, a saber:
MISSÕES
Agente B: Intervenção
Observação:
Pelas circunstâncias específicas desta situação (cujo contexto emocional é específico) não se configura
a hipótese “Rotina”.
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HIPÓTESE I: ALERTA
Agente A:
Deve seguir em silêncio a progressão do agente B, ligeiramente afastado deste;
Deve manter a sua arma em prontidão, no coldre;
Deve estar atento a qualquer evolução da situação;
Na hipótese de ocorrer a intervenção do agente B, deve pegar de imediato na lanterna e
manter o suspeito dentro do foco luminoso, enquanto o agente B procede à revista pessoal
de segurança e eventualmente algema-o;
Deve garantir a ligação rádio, após a intervenção.
Agente B:
Deve preceder o agente A, mantendo a lanterna segurada com o braço estendido, variando
a posição do braço ou do corpo e tendo a arma em prontidão no coldre;
Deve iluminar o espaço à sua frente em movimento de vaivém, sem se voltar para o agente
A;
Deve dar especial atenção aos obstáculos e aos ângulos das paredes;
Não deve avançar na mesma posição durante muito tempo com a lanterna acesa (deve
apagá-la a espaços);
Em caso de busca ou de perseguição de suspeito, na altura de o interpelar, deve declarar
firmemente a sua intenção e mantê-lo iluminado até que esteja em posição de ser revistado;
Deve dar a lanterna ao agente A, revistar e algemar, se necessário. Se tiver achado objectos
perigosos, afastá-los e neutralizá-los;
Deve seguir o mesmo itinerário de regresso, prevenindo a hipótese de o suspeito ter
deixado objectos e documentos.
Agente A:
Agente B:
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A evolução das situações exige uma resposta tecnicamente ajustada que garanta o objectivo visado.
Por isso se torna essencial considerar em qualquer intervenção policial os elementos técnicos
relevantes que, em geral, se analisam na chamada espiral de agressividade.
Sabe-se que, em cada situação, existem protagonistas assumindo diferentes papéis (perseguidor,
salvador, vítima) que devem ser tidos em conta relativamente aos agentes e à instituição.
A alteração dos papéis dos protagonistas numa dada situação é função dos agentes e da instituição e
podem gerar um quadro de agressão/ameaça, tomando como base e fazendo a estimativa do perigo
(relativamente ao meio, à eventualidade de alargamento do conflito) e a respectiva análise para chegar
ao cálculo da relação de forças que determina a resposta. Esta pode ser adaptada ou inadaptada. Nesta
segunda hipótese ocorre uma nova agressão que reforça o quadro inicial da agressão/ameaça.
A importância de um correcto domínio dos elementos técnicos permitirá evitar o desenrolar, sem
controlo, da agressividade.
NOTA IMPORTANTE:
As situações de intervenção implicam que se tente definir o estado emocional das pessoas envolvidas
e avaliar o carácter urgente da intervenção.
Sendo qualquer situação sempre delicada e podendo degenerar em perigos múltiplos, é importante que
o agente saiba proceder a uma abordagem relacional e saiba estar atento a qualquer indício de
evolução da situação.
Diluir a tensão e criar um clima de confiança passa pela capacidade de ouvir sem intervir num
primeiro momento e quando seja esse o caso. Só depois devem ser formuladas perguntas abertas,
sem fazer comentários ou emitir juízos de valor.
Nas situações de conflitualidade entre terceiros, deve sempre tentar-se desactivar o conflito e
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Obviamente, para as situações de maior gravidade (tomada de reféns, atirador emboscado, etc.) deve
sempre recorrer-se à intervenção das autoridades competentes e dos serviços especializados, se
existirem.
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A actuação policial exige uma análise e reflexão com um grau de complexidade variável.
A urgência e rapidez da intervenção e a menor importância da acção levam o agente responsável pela
intervenção a considerar e tratar os elementos de decisão de um modo superficial. Dai que seja
necessário acautelar qualquer falha ou esquecimento e evitar que graves lacunas gerem incertezas e
insegurança na acção.
Por isso o agente responsável por qualquer acção deve analisar e examinar:
É justamente pela via destas análises, correlações e síntese sucessivas que se chega à formação da
decisão, traduzida em ordens pela via das modalidades de execução. Este procedimento constitui um
limite mínimo para se lograr uma decisão metódica.
A observação que, com frequência, refere que certas decisões não seguem tal processo apenas pode
aceitar-se no domínio das técnicas profissionais, mas com a precisão de que estas se encontram
fundamentadas num raciocínio preestabelecido. Com efeito, dada técnica profissional representa a
solução ou resposta ideal e melhor adaptada a casos concretos idênticos, por via indutiva. É
justamente por isso que, para situações do tipo referido, se recorre à técnica profissional sem passar
pelas fases fundamentais do raciocínio operacional: passa-se pelo momento da análise e reflexão para
o da aplicação de uma solução adquirida e dada de onde se precipitam as modalidades de execução.
Exemplo claro destas situações são aquelas a que se aplicam os chamados planos de contingência
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como seja os casos de reacção sistemática a um assalto a banco; montagem de barragens nos pontos
de passagem obrigatórios ou habituais; patrulhas motorizadas nos grandes eixos viários, etc.
Infelizmente, porém, não há técnicas disponíveis e adaptadas a todos os casos. Para cada um destes há
que adaptar as técnicas colmatando lacunas. Dai a necessidade de se recorrer ao raciocínio
operacional.
Deve também reforçar-se a ideia de que, mesmo para as operações menores, o profissional de polícia
tem de chegar a uma decisão, ainda quando se trata de decidir quanto a um modo de actuar. O
processo intelectual do agente – em função do tempo disponível e da natureza da intervenção – situa-
se entre o raciocínio propriamente dito e o exame sistemático das questões fundamentais e que lhe
bastará para garantir o controlo e a segurança, sem nada esquecer.
Concluindo, pode se reter que a decisão decorre da análise de todos os dados susceptíveis de actuarem
sobre a acção e da síntese simples das conclusões conseguidas à medida do estudo feito em
progressão.
Tendo como referência toda a explanação feita sobre as situações de polícia, seguem-se as regras de
segurança a se considerar face a tais situações:
Dito isto, compreender-se-á que os princípios e regras de segurança da acção policial assentam na
análise. Por isso mesmo qualquer resposta policial a um problema tem de partir da análise da natureza
da intervenção considerando:
O momento;
O lugar;
A ausência de risco ou a existência de perigo, já que cada missão pode ir da mera relação
de auxílio ou socorro até a situação de crise.
A adequação do modo de reacção passa pela utilização dos instrumentos adequados. O uso da força é
subsidiário relativamente a outros meios que podem ser eficazes na situação concreta. As técnicas de
expressão, as atitudes, o comportamento, por exemplo, poderão ser eficazes sem ocorrer a necessidade
de aplicar as técnicas de defesa pessoal, de usar armas ou instrumentos letais.
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Acordar, sempre antes de actuar, numa estratégia comum aos intervenientes, devendo distribuir as
missões segundo três funções:
Ligação;
Protecção;
Intervenção
Apenas as funções ligação e protecção são acumuláveis por um só agente. Assim, em caso de
evolução negativa da situação ou de insuficiência numérica não acumular outras funções que tornem o
dispositivo perigoso.
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Negligenciar qualquer das missões ligação, protecção, intervenção, pode acarretar graves
consequências;
Durante a acção devem se manter as disposições fixadas, sem nunca trocar de papel. Em
caso de força maior que exija tal permuta, deverão alertar-se todos os outros sobre as
modificações sofridas pelo plano inicial;
Na mesma ordem de considerações, qualquer incidente, por menor que seja, ocorrido
durante o evoluir da situação deve ser levado ao conhecimento dos colegas;
Deverão manter-se também informados os reforços e outro pessoal implicado que esteja
em ligação à distância.
Neste aspecto, importa realçar que não deve estar nenhum colega na sua linha de tiro nem dar tiros de
intimidação. Deve ter-se presente que o uso da arma implica fazer sistematicamente o controlo de
segurança. Também devem neutralizar-se de imediato todas as armas descobertas.
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No caso de grave alteração da ordem pública os efectivos da Polícia Nacional, por inerência das suas
funções devem adoptar os procedimentos a seguir indicados:
Apresentar-se imediatamente e sem esperar avisos de prevenção, na esquadra mais próxima da sua
residência, onde comunicará com o graduado de serviço e pedirá para, pelo telefone ou outro meio de
comunicação, contactar com a sua unidade policial, a fim de receber qualquer ordem especial;
Se, na eventualidade, não puder alcançar uma esquadra ou posto, procurar por todos os meios
comunicar com o comando, esquadra ou posto, a fim de receber instrução;
Se for surpreendido ou subjugado pelos desordeiros, procurará por todos os meios libertar-se deles e
pôr-se em ligação com os elementos da ordem que encontre, como unidades de piquete, serviço de
ronda, serviço de trânsito, esquadras ou postos policiais, tendo sempre o cuidado de se apresentar
imediatamente aos comandos, nos locais onde puder alcançar e procurando sempre que o sucedido
seja de conhecimento dos seus superiores directos, o mais rapidamente possível;
Não deve abandonar a sua esquadra ou posto sem autorização dos seus superiores. Se o fizer, será
considerado, em todos os casos, ausência ilegítima e muito mais o será se não conseguir alcançar outra
esquadra ou posto para justificar o motivo da sua ausência forçada;
Nos casos acima referidos, a simples alegação a que não se apresentou a ninguém, por se encontrar a
sua unidade fechada, invadida ou cercada por agitadores, manifestantes ou forças desordeiras, não é
justificável, porque nesta condição procederá conforme o previsto nos parágrafos anteriores;
O facto de se encontrar em traje civil, também não é motivo que justifica a não comparência do agente
na sua unidade;
Cada agente, de acordo com o regulamento disciplinar da Polícia, assume a responsabilidade directa
do não exacto cumprimento destas instruções;
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De realçar que todos aqueles que não procederem de harmonia com o espírito destas instruções
tornam-se por isso, desmerecedores de confiança dos seus superiores e do seu comandante.
No combate aos desordeiros o agente só pode fazer o uso dos meios coercivos – força –, quando
completamente esgotados os meios de persuasão, e, mesmo nestas circunstâncias, só usará aqueles,
em caso de legítima defesa. Só deve usar o cassetete, quando a força muscular seja insuficiente para
dominar a pessoa que lhe está a faltar o respeito.
O impacto deve ser duro e rápido. Não se deve bater na cabeça, mas sim nas costas, no peito ou nos
braços com que se pretende agredir o agente. A agressão deve ser enérgica e nunca espectaculosa. Não
se deve utilizar o cassetete de modo a empregar as partes metálicas.
É manifestamente incorrecto ter o agente atitudes exibicionistas numa acção da manutenção da ordem.
Se recorrer a meios estranhos para se fazer respeitar e obedecer, deve procurar nesta situação, fazer
pender para o seu lado a opinião pública, de modo a que esta possa pronunciar a sacramental frase: “o
agente teve razão”.
O agente não se deve atemorizar ou deixar-se influenciar, quando nas suas justas intervenções lhe
apareçam indivíduos que o ameacem ou digam conhecer pessoas de certa influência, para que o
mesmo deixe de proceder a determinados serviços, em conformidade com a lei e os ditames da sua
consciência, usando sempre de termos correctos, de modo a nunca o poderem acusar de falta de
educação, ainda que amesquinhado.
Também não se deve esquecer que a recusa de fornecer a sua identificação, ainda que lhe pareça não
haver motivo para essa exigência, é considerada falta disciplinar.
A educação, firmeza e justiça nas suas actuações são as principais armas de que o agente da polícia
deve dispor. Deve evitar a discussão e muito menos provocá-la. Discutindo, não só perde tempo
como, geralmente, a razão que lhe assistia.
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Durante o serviço o agente deve manter-se devidamente aprumado. Na organização das bichas, na
manutenção ou reposição da ordem, na canalização de aglomerações de pessoas para entrada ou saída
de locais de espectáculo, nas procissões, nas manifestações pacíficas, nas invasões pacíficas dos
estádios de futebol, etc., nunca lhe é permitido estar com a cassete na mão. Aliás, a cassetete só deve
ser retirada da pala, quando por razões imperiosas e justificadas, o uso daquele instrumento se tornar
necessário. É incorrecto empunhar a cassetete como forma de ameaça ou intimidação às pessoas para
acatarem as ordens ou decisões do agente da polícia.
O acto de puxar a cassetete por casos de somenos importância leva a que o agente perca o seu
prestígio de autoridade e dá sempre lugar a veementes protestos por parte do público assistente, para
além de suscitar comentários desabonatórios à corporação policial.
Sempre que qualquer agente tenha de intervir para manter a ordem, deve lembrar-se que só pode fazer
uso dos meios coercivos (força), quando completamente esgotados os meios de persuasão e, mesmo
nesta hipótese, só usará aqueles, em caso de legítima defesa.
Só deve usar a cassetete, quando a força muscular seja insuficiente para dominar a pessoa que lhe está
a faltar ao respeito.
Quanto ao uso da força pelos agentes da polícia, importa recordar que ele se rege pelo princípio da
proporcionalidade ou, como referem alguns sistemas e autores, pelo princípio de recurso mínimo à
força. O que quer dizer que se tiver que recorrer à força deverá fazer-se tal uso em medida
proporcionada ao problema defrontado.
Os pressupostos gerais de intervenção policial na rua dependem da avaliação que o agente da polícia
faz da situação em termos de custo-benefício das suas diversas possibilidades de acção. A
complexidade do problema resulta da circunstância da avaliação dever ocorrer imediatamente e
assentar numa rápida observação dos factos e das pessoas que possam intervir em qualquer
acontecimento.
A concluir, importa dizer que para satisfazer todas essas expectativas seria necessário, como
expressivamente escreveu Vollmer (…), que o polícia tivesse, simultaneamente, “a sabedoria de
Salomão, a coragem de David, a paciência de Job, a liderança de Moisés, a delicadeza do Bom
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Sempre que os agentes da PN presenciem o cometimento de crimes por parte dos elementos das
Forças Armadas e em que à Polícia é permitido deter sem prévia formação de culpa, devem deter,
imediatamente, os criminosos, observando-se o seguinte:
Os oficiais, sargentos e soldados das Forças Armadas detidos pelos agentes da autoridade, qualquer
que seja o motivo da detenção, serão entregues, conforme os casos, aos oficiais ou sargentos de
serviço e, na falta destes, a quem a autoridade militar designar para conduzi-los à competente unidade
militar;
O oficial ou sargento que tomar a entrega do detido, passará ao agente uma declaração, na qual consta
a identidade do detido, o motivo da prisão, a data da entrega, bem como o dia e a hora em que o
mesmo será entregue ao tribunal territorialmente competente para efeito de julgamento;
Não comparecendo qualquer oficial ou sargento para se encarregar do detido, será este conduzido à
Esquadra ou Posto, donde imediatamente se prevenirá ao competente autoridade militar para o mandar
receber;
O militar isolado, que em serviço particular ou na sua vida privada praticar algum acto pelo qual deva
ser detido, será acompanhado à Esquadra de Polícia mais próxima e, depois das indagações
necessárias para se reconhecer a sua identidade, será entregue à autoridade militar competente que se
encarrega de o apresentar no Tribunal habilitado, de acordo com a hora marcada pelo agente captor;
O militar armado, a quem for intimado ordem de detenção ou prisão, será obrigado a desfazer-se da
sua arma, devendo esta ser entregue ao militar que o receber sob captura;
Devem ser tomadas todas as precauções para que o militar, eventualmente, na posse de alguma arma a
não utilize ou tente utilizá-la contra o captor ou contra outra pessoa;
Conforme se acha regulamentada, é expressamente proibido a todos os oficiais, sargentos e praças sob
pena de desobediência, intervir nas capturas ou em qualquer serviço desempenhado por agentes da
polícia, excepto para lhes prestar auxílio, se por esses for requisitado o auxílio.
RECOMENDAÇÕES GERAIS:
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Quando qualquer agente verifique que não pode resolver por si só, incidentes com soldados que não
estejam desempenhando qualquer serviço ou cumprindo com instruções superiores, deve
imediatamente e por via telefónica, comunicar a ocorrência ao quartel ou comando militar da
localidade, e depois ao respectivo comando da P.N.
Sempre que se verifiquem acidentes de qualquer natureza com militares e que torne necessário ou
conveniente o seu transporte de urgência para um estabelecimento hospitalar, na medida em que tal
decisão dependa dos agentes da PN, deverão os mesmos ser transportados, de preferência, para os
estabelecimentos de assistência sanitária militar, sempre que de tal prática não resulte ou possa
resultar qualquer inconveniente razoável para o assistido.
Sempre que se dê qualquer incidente conflituoso em que intervenham militares, mesmo que estes
estejam em traje civil, mas provem a sua identidade, a Polícia procurará, pela forma mais rápida ao
seu alcance, comunicar o facto às rondas das Forças Armadas e ao Comando de que dependerem.
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:
ESTATUTO DOS MILITARES – Decreto-Legislativo Nº 2/2012, de 15 de Novembro
Artigo 24º
Os Oficiais Generais e Superiores das FA não podem ser presos ou detidos sem culpa formada, salvo
em flagrante delito, por crime punível com pena superior a 3 (três) anos.
Major-General
Brigadeiro
Para a componente Guarda Nacional e demais militares não abrangidos na alínea seguinte, os
postos de Coronel, Tenente-Coronel e Major;
Para a Esquadrilha Naval da Guarda Costeira, os postos de Capitão-do-Mar, Capitão-de-Navio
e Capitão-de-Patrulha
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No caso de se tratar de doente chegado de outra localidade ou de outra ilha – caso que é muito
frequente – e ali abandonado, procurará a Polícia, por todos os meios ao seu alcance, identificá-lo,
com a indicação do lugar da sua morada e saber quais as pessoas, de família ou não, responsáveis pelo
abandono. Identificadas essas pessoas, serão conduzidas à Esquadra e ali obrigadas a receber esse
doente e fazê-lo regressar ao lugar de onde veio. De tudo isso, será igualmente feita a participação ao
Comando.
Essas instruções destinam-se a evitar a desumana permanência de alienados nas prisões da Polícia,
privados da indispensável assistência médica e medicamentosa e conforto pela impossibilidade da
admissão imediata, como seria necessário, desses doentes em hospital apropriado.
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Quando à Polícia conste o achado de qualquer objecto ou coisa, o facto deverá ser comunicado
imediatamente, indicando na participação o nome, idade, estado, profissão e morada do achador, local,
dia e hora em que foi encontrado, o valor presumível da coisa achada e se o achador desiste ou não da
parte que lhe possa caber.
Se o achador declarar que não quer conservar em seu poder e se desinteressar da coisa achada, deverá
a mesma ser enviada com a participação.
O mesmo destino terá a coisa achada, ainda que o achador não desista da sua quota-parte, quando:
Quando o achado for animal de qualquer espécie e o achador declarar não desejar fiel depositário, será
o mesmo conduzido ao local para tal fim designado pela Câmara Municipal, cobrando-se da entrega o
competente recibo para juntar à participação. Em caso algum pode o achado ficar depositado nas
Esquadras, Postos e demais serviços ou na posse do pessoal, quando este não seja o achador.
Os volumes abandonados e objectos encontrados nos recintos ou terminais das paragens dos
transportes colectivos ficam em poder das respectivas empresas ou proprietárias até serem reclamados
pelos donos. Porém, estes não são obrigados a retê-los em seu poder além do prazo de dois meses.
As pessoas que em viagem nas estradas acharem coisa perdida de que desconheçam o dono devem
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fazer a sua entrega na primeira unidade da polícia que encontrarem no seu caminho.
Podem ser adquiridos por ocupação os animais e outras coisas móveis que nunca tiveram dono, ou
foram abandonados, perdidos ou escondidos pelos seus proprietários, salvas as restrições previstas nos
artigos seguintes: (1318º do Código Civil).
1. Aquele que encontrar animal ou coisa móvel perdida e souber a quem pertence, deve restituir o
animal ou a coisa a seu dono, ou avisar este do achado; se não souber a quem pertence, deve
anunciar o achado pelo modo mais conveniente, atendendo ao valor da coisa e as
possibilidades locais ou avisar as autoridades, observando os usos da terra, sempre que os haja;
2. Anunciando o achado, o achador faz sua a coisa perdida, se não for reclamada pelo dono
dentro do prazo de um ano, a contar do anúncio ou aviso;
3. Restituída a coisa o achador tem direito à indeminização de prejuízo havido e das despesas
realizadas, bem como a um prémio dependente do valor do achado no momento de entrega,
calculado pela forma seguinte:
Até ao valor de 1.000$00 – 10%;
Sobre o excedente desse valor até 5.000$00 – 5%;
Sobre o restante – 2,5%.
4. O achador goza do direito de retenção e não responde no caso de perda ou deterioração da
coisa, se não houver da sua parte dolo ou culpa grave. (Artigo 1323º do Código Civil).
Tesouros:
1. Se, aquele que descobrir coisa móvel de algum valor, escondido ou enterrado, não poder
determinar quem é o dono dela, torna-se proprietário de metade do achado, a outra metade
pertence ao proprietário da coisa imóvel onde o tesouro estava escondido ou enterrado;
2. O achador deve anunciar o achado nos termos do nº 1 do artigo mencionado anterior ou avisar
as autoridades, excepto quando seja evidente que o tesouro foi escondido ou enterrado há mais
de 20 anos.
3. Se o achador não cumprir o disposto no número anterior, ou fizer seu o achado ou parte dele,
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sabendo quem é o dono, ou ocultar do proprietário da coisa onde ele se encontrava, perde em
benefício do Estado os direitos conferidos no nº 1 desse artigo, sem exclusão dos que lhe
possam caber como proprietário. (Artigo 1324º do CC).
a) O agente policial que encontre ou lhe for entregue uma carteira ou porta-moedas com dinheiro
deve verificar na presença de testemunhas o valor do achado;
b) Desde que se trata de objectos cujo valor real não possa ser por si determinado, deve se
recorrer a estabelecimentos do género, desde que estes se encontrem a funcionar, como é
óbvio, para fazer a sua avaliação. Não sendo possível recorrer a pessoa abalizada, não convém
fazer uma avaliação que possa exceder o seu devido valor;
c) O agente policial deve participar a coisa achada por si logo que o possa fazer. Pois, a isso
obriga o Regulamento Disciplinar da Polícia.
d) Em caso algum deverá participar que determinada coisa achada por outrem foi por si
encontrada, pois além de faltar à verdade, o que constitui infracção disciplinar, revela também
ausência de honestidade.
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1. Alertar os moradores do prédio se o incêndio se manifestar a certa hora da noite, por meio de
toques das campainhas, intercomunicadores dos diversos andares ou toque de apito, noutras
circunstâncias;
2. Não permitir a entrada de estranhos, a não ser para proceder ao salvamento de vidas que
estejam em perigo;
3. Não consentir que alguém estranho aos bombeiros arrombe as portas dos andares sinistrados –
para evitar que a escada do prédio seja invadida pelo fumo – excepto quando haja pessoas ou
animais a salvar;
4. Impedir que dos vários andares atirem móveis para a rua ou que a escada fique obstruída com
mobília ou outros objectos;
5. Mandar colocar os salvados, quando os houver, à distância, de modo a não ser dificultado o
trabalho dos bombeiros ou a passagem das suas viaturas;
6. Vedar a circulação das pessoas nos cruzamentos ou entroncamentos escolhidos, segundo as
conveniências e estabelecer um cordão de polícia para manter o público a uma certa distância,
por forma a facilitar o serviço dos bombeiros;
7. Tratando-se de incêndios em casa de espectáculos ou em transporte público (autocarro), o
agente policial deve manter a maior serenidade e sangue frio, auxiliando o público a evacuar a
sala ou o veículo, indicando-lhe os pontos de saída da mesma e incutindo-lhe ânimo para que a
saída se faça, quanto possível, em boa ordem;
8. Em caso de pânico devido a falso alarme, a polícia deve aconselhar o público a conservar-se
nos seus lugares, fazendo compreender que nenhum perigo corre desde que acate as suas
indicações;
9. Terminado o serviço, será feita participação do sinistro, da qual deverá constar, além de outros
elementos, a hora do início do incêndio; a localização do prédio ou dos prédios atingidos;
identidade do proprietário do prédio e dos inquilinos dos andares sinistrados; avaliação
sumária dos prejuízos, quando seja possível, números das apólices e designação das
companhias de seguros que lhes digam respeito; causas prováveis; comparência do pessoal e
material de bombeiros e que o serviço de policiamento foi assegurado pelo pessoal afecto à
Esquadra da área ou de piquete, etc.
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O Código Penal de Cabo Verde define que as ofensas à integridade física podem ser simples,
qualificada e por negligência, conforme as especificações que se seguem:
Acontece quando alguém ofender o corpo ou a saúde de outra pessoa – pena de prisão até 3 anos ou
pena de multa de 80 a 200 dias.
Acontece quando alguém ofender o corpo ou a saúde de outra pessoa, de forma a provocar uma sua
desfiguração grave e permanente, uma debilitação permanente da saúde física ou psíquica, de um dos
sentidos, de um membro ou uma permanente afectação das capacidades intelectuais, de procriação ou
de utilização da linguagem, ou, ainda, a incapacidade para o trabalho por mais de dois meses, doença
particularmente dolorosa ou perigo de vida. – Pena de prisão de 3 a 8 anos.
A pena será de prisão de 4 a 10 anos, se a ofensa provocar doença incurável, física ou psíquica, a
inutilização definitiva para o trabalho, a perda de um dos sentidos, de um órgão ou membro, ou da
capacidade de procriação ou de utilização de linguagem.
A pena referida nos dois artigos anteriores será agravada de um terço nos seus limites mínimo e
máximo, caso se verifique qualquer das circunstâncias descritas nos artigos 123º e 124º, desde que, no
segundo caso, se verifique igualmente o condicionalismo mencionado na parte final do artigo.
Com emprego de veneno, tortura, asfixia, fogo, explosivo ou de outro meio insidioso ou que se
traduza na prática de crime de perigo comum, ou, ainda, com outro acto de crueldade para fazer
aumentar o sofrimento da vítima;
À traição, ou mediante dissimulação ou outro meio ou recurso que torne difícil ou impossível a defesa
por parte da vítima;
Por avidez, pelo prazer, para excitação ou para satisfação de instinto sexual, mediante paga ou
recompensa ou sua promessa, ou por qualquer outro motivo fútil ou torpe;
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Com a finalidade de preparar, executar ou encobrir um outro crime, facilitar a fuga ou assegurar a
impunidade do agente de um crime;
Menor de catorze anos ou pessoa particularmente vulnerável em razão da idade, doença ou deficiência
física ou psíquica;
Membro de órgão de soberania e de órgãos políticos constitucionais, membro das autarquias locais,
magistrado, advogado, oficial de justiça, funcionário ou qualquer pessoa encarregada de um serviço
publico, desde que seja no exercício ou por causa do exercício das suas funções;
Testemunha, declarante, perito, assistente ou ofendida e o crime for cometido com a finalidade de
impedir o depoimento, a denúncia dos factos ou a apresentação de queixa ou por causa da sua
intervenção no processo.
Pena de prisão até um ano ou com pena de multa até 100 dias.
Pena de prisão até dois anos ou com pena de multa de 60 a 150 dias, se do facto resultar ofensa à
integridade grave.
Quando da ofensa não resultar doença ou incapacidade para o trabalho por mais de três dias, o
Tribunal poderá dispensar o agente da pena.
Quem tiver à sua guarda ou cuidado, ou sob a responsabilidade de sua educação, ou, ainda, como
subordinado no trabalho, menor ou pessoa incapaz ou particularmente vulnerável em razão da idade,
doença, deficiência física ou psíquica, e lhe provocar habitualmente ofensas ao corpo ou na saúde, ou
lhe infligir maus-tratos físicos ou psíquicos, ou tratamentos cruéis, será punido com pena de prisão de
1 a 5 anos, se pena mais grave não couber em virtude de outra disposição legal.
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O criminoso detido em flagrante delito ou fora dele, nos termos do nº 1, alínea c), do Artigo 77º do
Código de Processo Penal, não é obrigado a responder as perguntas que lhe são feitas sobre os factos
que lhe são imputados.
A detenção de criminosos fora de flagrante delito é efectuada nos termos do Artigo 268º do Código de
Processo Penal. Resulta de muita importância para a captura dos detidos fora de flagrante delito, a
consulta desse artigo e seguintes.
A detenção em flagrante delito é feita nos termos dos artigos 265º e 266º do C.P.P.
NOTA: A matéria respeitante a este tema deverá ser convenientemente desenvolvida na disciplina de
Direito Penal.
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O agente policial ao tomar conta de uma ocorrência dessa natureza, deve diligenciar-se, por todos os
meios possíveis, no sentido de transportar a vítima ao hospital mais próximo, o mais rápido possível e
em segurança, utilizando o itinerário mais adequado.
No caso de se tratar de ferimentos de pouca gravidade, a vítima pode ser conduzida a um posto
médico mais próximo e ser tratado por um enfermeiro.
No socorro às vítimas recorre-se ao meio de transporte que estiver no local ou chegar ali primeiro,
independentemente de ser ou não da Polícia, de preferência as viaturas de aluguer se não houver da
Polícia. A prioridade é a prestação do socorro. Qualquer motorista que negar a prestação do socorro
poderá ser detido por crime de desobediência.
O limite de velocidade da viatura na prestação de socorro é sempre determinado pelo Agente policial
que acompanha a vítima, não devendo permitir que o condutor imprima velocidade ou qualquer
manobra perigosa que possa pôr em perigo a vida das pessoas, só pelo facto de se estar na prestação
de socorro.
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Sempre que o agente policial tenha conhecimento da existência de indivíduos falecidos sem
assistência médica e seja necessária a comparência de uma autoridade sanitária (Delegado de Saúde)
para verificar o óbito, providenciará para que o facto seja imediatamente comunicado à Esquadra da
área, a fim de esta solicitar a comparência do médico sanitário, seja a que hora for, de dia ou de noite,
bem como da polícia Judiciária ou do Procurador da República.
O cadáver deverá ser guardado pelo agente até a comparência daquelas entidades, não consentindo
que alguém lhe toque ou altere a posição em que foi encontrado, principalmente nos casos em que
haja suspeita de crime.
Se o Delegado de Saúde ordenar a remoção do cadáver para a casa mortuária (morgue), é solicitada
aos Bombeiros, Delegacia de Saúde ou Hospital a viatura apropriada para o transporte.
O agente que acompanhar o cadáver deverá assistir a revista feita nas algibeiras do vestuário do
falecido, devendo o funcionário que o passar entregar ao mesmo agente uma nota de arrolamento de
todos os artigos ou valores encontrados, nota essa que será enviada ao Comando juntamente com a
competente participação.
Se não houver herdeiros ou se desconheça a sua existência e não for possível nomear fiel depositário
dos haveres deixados pelo falecido, na sua residência, torna-se necessário proceder à oposição de selos
(lacre com sinete e fita de nastro) nas portas e janelas (caso não haja ali hóspedes), a qual poderá, em
certos casos, ficar guardada pela Polícia de Ordem Pública.
1. Certificar-se de que todas as portas e janelas oferecem a necessária segurança para evitar a
entrada de qualquer pessoa no andar;
2. Certificar se em casa não há animais;
3. Verificar as torneiras de água e os interruptores de luzes e coloca-los em segurança, de modo a
evitar inundações ou perda de água e energia eléctrica;
4. No fim do serviço elaborar uma participação narrando os factos relacionados com essa
ocorrência.
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APARECIMENTO DE FETOS
No caso em estudo feto é o produto da concepção expulso sem vida do ventre materno.
Os fetos encontrados abandonados na via pública merecerão no que concerne ao seu levantamento o
mesmo tipo de tratamento que em vias de regra é dado aos casos de levantamento de cadáveres. Feitas
as “démarches” necessárias, serão conduzidos à casa mortuária ou ao local superiormente indicado, a
fim de serem submetidos aos exames que se mostrarem necessários, devendo de seguida ser elaborada
a competente participação.
Isso quererá dizer que uma vez encontrados fetos abandonados na via pública, devem ser chamados
todas as autoridades competentes para o levantamento de cadáver, conforme foi visto quando se falou
sobre o levantamento e transporte de cadáveres à casa mortuária.
Dos fetos ou crianças recém-nascidas em casas particulares em que se suspeita o aborto criminoso,
serão comunicados ao Ministério Público ou à Polícia Judiciária para que sejam tomadas as medidas
tendentes ao esclarecimento dos casos.
O abandono de um feto ou recém-nascido na via pública, sarjetas, quintais, caixote de lixo, etc., é
sempre precedido de aborto provocado cuja prática é criminosa. Constatada essa ocorrência, deve-se
colher, sendo possível, todos os elementos que possam levar à descoberta da autora ou cúmplice do
delito, facto que deverá ser circunstanciado na participação elaborada sobre o assunto.
As roupas, trapos, jornais ou quaisquer outros artigos que envolvam o feto, são enviados ao hospital
ou serviço de saúde da área da Esquadra ou Posto onde trabalha o agente ou qualquer outro local
designado para esse fim, seja qual for o estado em que se encontram.
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IMUNIDADES DIPLOMÁTICAS
A questão das imunidades diplomáticas deve ser analisada a partir da Convenção de Viena sobre
relações diplomáticas, assinada a 18 de abril de 1961.
1. Conceito:
Consiste na prerrogativa de Direito Público Internacional de que desfrutam os representantes
diplomáticos estrangeiros e seus familiares que com ele vivam em território nacional diverso de seu
país de origem. A imunidade diplomática apresenta-se como medida de respeito, na ordem
internacional, entre os diversos órgãos estatais estrangeiros.
As imunidades diplomáticas referem-se a qualquer delito e se estendem a todos os agentes
diplomáticos (embaixador, secretários da embaixada, pessoal técnico e administrativo das
representações), aos componentes da família deles e aos funcionários das organizações internacionais
(ONU, UA, UE, etc.) quanto ao serviço. No caso de falecimento de um diplomata os membros de sua
família continuarão no gozo dos privilégios e imunidades a que têm direito, até a expiração de um
prazo razoável que lhes permita deixar o território do Estado acreditado, como se lê do artigo 39, § 3º,
da Convenção de Viena sobre relações diplomáticas.
Para o melhor entendimento desta matéria, à priore importa explicar que o diplomata exerce uma
função representativa de um Estado (Acreditante) em outro Estado (Acreditado), sendo assim o chefe
da denominada missão diplomática. Para que tal representação possa se dar de forma efectiva e
soberana, torna-se necessária a existência de alguns pressupostos que provêm da ordem jurídica
internacional. Assim, ao diplomata e imunes por extensão que cometem um crime em Cabo Verde não
serão aplicadas a lei penal nem a jurisdição caboverdiana, mas sim a lei penal e processual penal
estrangeira, pois subordinado à jurisdição do país ao qual representa, sendo lá processado e julgado.
Destaque-se, ainda, que só haverá condenação no exterior se a conduta praticada em Cabo Verde, tida
pela lei caboverdiana como ilícito penal, também assim for considerada no exterior. Caso o sujeito
não seja condenado no exterior, pois a lei estrangeira não tipifica tal ilícito penal, ele não poderá ser
punido em Cabo Verde, uma vez que não se sujeita à nossa jurisdição.
Então importa dizer que os diplomatas, familiares e funcionários natos possuem uma imunidade de
natureza absoluta, pelo que não podem sofrer nenhuma medida restritiva, seja ela administrativa,
policial ou judicial, posto ser Cabo Verde signatário da Convenção de Viena, que prevê tais garantias.
Por exemplo: no âmbito processual penal, essa imunidade pode-se traduzir da seguinte forma: caso
pratiquem um crime, estando em flagrante delito (artigo 265º e 266º, CPP), não podem sequer ser
abordados pela autoridade policial ou quem quer que seja, sendo sua imunidade absoluta.
A única solução possível, uma vez verificada a existência da imunidade diplomática, é reportar tal
facto ao país Acreditante, que é absolutamente livre para tomar a medida que desejar, ou até mesmo,
deixar de tomar, pelo motivo que melhor julgar. Conclui-se que no caso em apreço não cabe a Cabo
Verde realizar qualquer procedimento penal, ainda que estejam comprovadas a materialidade e autoria
de delitos. Sendo assim, não é preciso sequer o diplomata se encaminhar à Esquadra para lavrar o
expediente da ocorrência, posto estar afastada a incidência da legislação cabo-verdiana.
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Artigo 29º
A pessoa do agente diplomático é inviolável. Não poderá ser objecto de qualquer forma de detenção
ou prisão. O Estado acreditador tratá-lo-á com o devido respeito e adoptará todas as medidas
adequadas para impedir qualquer ofensa à sua pessoa, liberdade ou dignidade.
Artigo 31º
3. O agente diplomático não está sujeito a nenhuma medida de execução, a não ser nos casos
previstos nas alíneas a) b) e c) do parágrafo 1 deste artigo e desde que a execução possa
realizar-se sem afectar a inviolabilidade de sua pessoa ou residência.
Como vimos, percebe-se que o tema relativo aos privilégios e imunidades concernentes às relações
diplomáticas e consulares foi tratado por duas convenções: A Convenção de Viena sobre as Relações
Diplomáticas, de 1961, e a Convenção de Viena, sobre as Relações Consulares, de 1963, ambas
ratificadas por Cabo Verde.
Relativamente aos privilégios consulares, do que se lê da Convenção de Viena de 1963, a regra é que
os Cônsules e funcionários consulares gozam de inviolabilidade física e da imunidade ao processo
(penal ou civil) apenas no que diz respeito aos seus atos de ofício.
Para os Cônsules e funcionários consulares não existe uma inviolabilidade absoluta. Assim será o
cônsul imune à jurisdição local caso tenha, no exercício de suas funções, cometido um ilícito penal
(por exemplo a falsificação de um passaporte), mas não terá qualquer imunidade caso ofenda ou
agrida o vizinho.
Têm os Cônsules inviolabilidade pessoal e oficial e dos arquivos consulares, que não ficam sujeitos a
busca ou penhora por parte das autoridades locais, salvo na hipótese de incêndio, calamidade ou para
prestar socorro.
A imunidade dos Cônsules não se estende aos familiares. A imunidade domiciliar dos cônsules e dos
funcionários consulares abrange unicamente os serviços consulares e o arquivo, que não pode ficar
subordinado a exames ou requisições das autoridades.
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Artigo 41º
(Inviolabilidade pessoal dos funcionários consulares)
1. Os funcionários consulares não poderão ser presos ou detidos, excepto em casos de crime grave ou
em virtude de decisão da autoridade judicial competente.
2. Excepto no caso previsto no parágrafo 1 do presente artigo, os funcionários consulares não
poderão ser presos nem submetidos a qualquer outra forma de limitação à sua liberdade pessoal,
salvo em execução de uma decisão judicial definitiva.
3. Quando um processo penal for instaurado contra um funcionário consular, este será obrigado a
comparecer perante as autoridades competentes. Todavia, o processo deverá ser conduzido com as
deferências que são devidas ao funcionário consular em virtude da sua posição oficial e, com
excepção do caso previsto no parágrafo 1 do presente artigo, de maneira a perturbar o menos
possível o exercício das funções consulares. Quando, nas circunstâncias previstas no parágrafo 1
do presente artigo, for necessário colocar o funcionário consular em estado de detenção, o
processo contra ele instaurado deverá iniciar-se sem a menor demora.
Artigo 42º
(Notificação em caso de prisão, detenção ou instauração de processo)
Em caso de prisão, de detenção de um membro do pessoal consular ou de instauração contra o
mesmo de processo penal, o Estado receptor deverá notificar imediatamente o chefe de posto
consular. Se este último for objecto de tais medidas, o Estado receptor levará o facto ao
conhecimento do Estado que envia por via diplomática.
Artigo 43º
(Imunidade de jurisdição)
1. Os funcionários consulares e os empregados consulares não estão sujeitos à jurisdição das
autoridades judiciárias e administrativas do Estado receptor pelos actos realizados no exercício das
funções consulares.
Todavia, as disposições do parágrafo 1 do presente artigo não se aplicarão em caso civil:
a) Resultante da conclusão de um contrato feito por um funcionário consular ou um empregado
consular que não o tenha cumprido expressa ou implicitamente como mandatário do Estado que
envia; ou
Intentada por um terceiro como consequência de danos causados por acidente de veículo, navio ou
aeronave ocorrido no Estado receptor
delito, por crime punível com pena cujo limite máximo seja superior a oito anos de prisão.
2. Movido procedimento criminal contra qualquer candidato ou indiciado este por despacho de
pronúncia ou equivalente, o processo só poderá prosseguir os seus termos após a proclamação dos
resultados das eleições
Artigo 124º (CR)
(Direitos, regalias e imunidades)
1. Os titulares dos órgãos do poder político gozam dos direitos, liberdades, regalias e imunidades
e estão sujeitos aos deveres estabelecidos na Constituição e na lei.
Artigo 170º
(Imunidades)
1. Pelos votos e opiniões que emitirem no exercício das suas funções, os Deputados e os Grupos
Parlamentares não respondem civil, criminal ou disciplinarmente.
2. Nenhum Deputado pode ser detido ou preso preventivamente sem autorização da Assembleia
Nacional, salvo em caso de flagrante delito por crime a que corresponda pena de prisão, cujo
limite máximo seja superior a três anos.
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IMUNIDADES
ESTATUTO DOS DEPUTADOS
Lei n.º 35/V/97 de 25 de Agosto
CAPITULO II
Imunidades
Artigo 10º
(Irresponsabilidade)
Pelos votos e opiniões, que emitirem no exercício das suas funções, os Deputados não respondem
civil, criminal ou disciplinarmente.
Artigo 11º
(Inviolabilidade)
1. Nenhum Deputado pode ser detido ou preso, sem autorização da Assembleia Nacional, salvo em
caso de flagrante delito, Por crime a que corresponda pena de prisão, cujo limite máximo seja superior
a dois (três) anos e, fora de flagrante delito, Por crime a que corresponda pena, cujo limite máximo
seja superior a oito anos de prisão.
2. Salvo no caso previsto na segunda parte do n.º 1, movido procedimento criminal contra qualquer
Deputado e pronunciado definitivamente, a Assembleia Nacional decide se o Deputado deve ou não
ser suspenso para efeitos de prosseguimento do processo.
3. O mandato do Deputado preso em flagrante delito, Por crime punível com pena de prisão cujo
limite máximo seja superior a dois anos, fica automaticamente suspenso, a partir da data em que a
pris‹o for comunicada à Assembleia Nacional.
4. A decisão prevista no número 2 deste artigo será tomada Por escrutínio secreto e maioria absoluta
dos Deputados em efectividade de funções, após parecer da Comissão competente.
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4. A busca na residência do Magistrado é, sob pena de nulidade, presidida pessoalmente pelo juiz
competente na presença do Presidente do Conselho Superior da Magistratura Judicial ou do
membro do mesmo conselho por aquele designado para o efeito.
Major-General;
Brigadeiro
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IDENTIFICAÇÃO DE INDIVÍDUOS:
No exercício das suas funções, por mais diversas causas, os elementos da polícia estão sujeitos a
recolher a identificação de pessoas, quer no âmbito de aplicação das medidas de polícia previstas na
lei de segurança interna, quer na aplicação e cumprimento das normas processuais penais. Por
conseguinte, a identificação de indivíduos é uma condição indispensável para a elaboração de
expedientes administrativos, policiais e judiciais diversos, como a participação e o auto de notícia, por
exemplo.
De um transgressor vulgar:
João Lopes, mais conhecido por “Pindoco”, solteiro, mecânico, nascido em 12 de Abril de 1970, filho
de Mário Lopes e de Isabel Castanheira, natural da freguesia de Nossa Senhora da Graça, Concelho da
Praia, residente em Vila Nova, junto do Minimercado Matilde.
De um menor:
José Mário Galvão, nascido em 15 de Janeiro de 2000, filho de Januário Galvão e de Maria João
Teixeira Galvão, natural da freguesia de Santiago Maior, Concelho de Santa Cruz, residente com os
seus pais em Achada Santo António, junto à praça “Dinós”.
De um motorista auto:
Raul Cardoso Mendes, casado, nascido em 10 de Novembro de 1958, motorista, habilitado com a
carta de condução nº S-1244 emitida pela Direcção Geral de Viação e Segurança Rodoviária na Praia
em 15 de Maio de 1992, filho de Joaquim Mendes e de Josefa Cardoso, natural da freguesia e
Conselho de São Domingos, residente junto do Centro de saúde.
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De um funcionário público:
Jorge Tavares Correia, casado (solteiro), nascido em 25 de Junho de 1940, oficial de diligências do 1º
Juízo Criminal da Comarca da Praia, filho de João Correia e de Aldina Tavares Correia, natural da
freguesia de Nossa Senhora de Ajuda, Concelho dos Mosteiros – Ilha do Fogo, residente na rua
Andrade Corvo desta cidade, nº 14, 3º andar.
De uma testemunha:
Nesse e noutros casos, é de toda conveniência que a residência seja, na medida do possível, associada
a um ponto de referência no terreno, o que facilitará a notificação posterior, quer por elementos da
polícia quer por oficiais de diligências dos tribunais.
Nota importante:
As identidades devem ser sempre confirmadas por Bilhete de Identidade ou qualquer outro documento
pessoal que seja oficial ou formal. Quando se trata de identificação de queixosos e acusados deve-se
mencionar sempre no expediente o número, a data da emissão e o Arquivo de Identificação Civil e
Criminal ou outros serviços de emissão desses documentos oficiais de que sejam titulares e que
sirvam para provar as suas identidades. Caso não possuírem qualquer documento comprovativo da
identidade, será esse facto mencionado no expediente e, nos casos em que a lei o exija, terá de ser
confirmada a identidade dos mesmos através de duas testemunhas.
Como devem estar a lembrar da matéria do Processo Penal, a denúncia ao Ministério Público é
obrigatória para as autoridades policiais, quanto aos crimes de que tomem conhecimento, e para
quaisquer outras autoridades ou agentes da Administração Pública, quanto aos crimes de que tomem
conhecimento no exercício das suas funções e por causa delas (Artigo 60º do CPP).
Deste modo, o Artigo 63º do CPP, relativamente ao Auto de Notícia, estabelece o seguinte:
Sempre que uma autoridade judiciária, um órgão de polícia criminal ou outra entidade policial
presenciar qualquer crime de denúncia obrigatória, levantará ou mandará levantar auto de notícia,
onde mencionará os factos que constituem a infracção, o dia, a hora, o local e as circunstâncias
relevantes em que foi praticada, o que puder averiguar sobre a identificação do infractor e dos
ofendidos, bem como os meios de prova conhecidos, nomeadamente as testemunhas que puderem
depor sobre os factos.
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O auto de notícia deverá ser assinado por quem o levantou ou mandou levantar, pelas testemunhas
quando for possível e pelo infractor, se o quiser fazer.
O auto de notícia será obrigatoriamente remetido ao Ministério Público no mais curto prazo de tempo
e valerá como denuncia.
(...)
Feitas essas breves e importantes transcrições formais do Código de Processo Penal, passemos à
elaboração de alguns modelos de participação e Autos de Notícia, que são partes integrantes e
indissociáveis de ocorrências policiais, consoante os casos.
Participação de Achado;
Participação de Incêndio;
Auto de Apreensão;
Auto de Identificação;
Auto de Peritagem;
(...)
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Excelentíssimo Senhor
Comandante da Esquadra de Achada Santo
António
Participo à V. Excelência que hoje, pelas 10H00, na Avenida Amílcar Cabral, foi-me
entregue por João José Vieira Andrade, casado, de 42 anos de idade, taxista, filho de
José Andrade e de Isabel Vieira Andrade, natural da Freguesia de Nossa Senhora da
Graça, do Concelho da Praia, residente em Lém-Ferreira, junto ao Polivalente Zeca
Santos, um anel de ouro amarelado com uma pedra vermelha, com o peso de 15
gramas, avaliado em 5.000$00 (cinco mil escudos). O achador declarou tê-lo achado,
momentos antes, na referida Avenida, à frente da Igreja Adventista, ignorando a quem
pertence, o qual junto se envia para os devidos efeitos. Igualmente, o achador
declarou desistir-se do achado e do prémio que lhe possa caber, no caso de aparecer
o dono do mesmo. Do facto são testemunhas: João Augusto Pires, solteiro, de 26 anos
de idade, marceneiro, e Joaquina Lopes, casada, de 40 anos de idade, comerciante,
ambos residentes na rua 2 de Ponta Belém, porta nº 17, junto ao Ministério das Infra-
estruturas.
Praia, 27 de Setembro de 2013.
A Participante,
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Excelentíssimo Senhor
Comandante da Esquadra da Fazenda - Praia
O Participante,
Daniel Correia
Agente de 2ª Classe
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Excelentíssimo Senhor
Comandante da Esquadra de Achada Santo
António
Participo à V. Excelência que, hoje pelas 15H00, de serviço na rua Andrade Corvo
desta cidade, acompanhei ao Hospital Agostinho Neto o Sr. Domingos Miranda,
casado, pedreiro, nascido em 12 de Junho de 1956, filho de José Miranda e de Maria
Joana Andrade, natural da Freguesia de Nossa Senhora da Graça, do Concelho da
Praia, residente no Meio de Achada Santo António, junto à Cooperativa, por, à hora
acima indicada, se me apresentou declarando que momentos antes e na travessa do
Mercado, tinha sido agredido com garrafas por Joaquim Gomes, mais conhecido por
“Toco”, solteiro, motorista auto, nascido em 30 de Abril de 1948, residente em Achada
de Santo António, na rua da capela, causando-lhe ferimentos no couro cabeludo e
região dorsal. Depois de socorrido e tratado, seguiu o seu destino. Pelo que apurei, a
agressão foi motivada pelo facto de o ofendido ter solicitado o pagamento de uma
dívida de 14.000$00 (catorze mil escudos). Do facto são testemunhas: Mário de Pina,
solteiro, de 24 anos de idade, carpinteiro, e João Cabral, casado, de 45 anos de idade,
pedreiro, ambos empregados da TCNICIL, residentes na Várzea da Companhia, junto
ao Cemitério.
Praia, 27 de Setembro de 2013.
O Participante,
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Aos trinta dias do mês de Setembro do ano de dois mil e treze, às dez horas, na rua da Capela, em Achada de
Santo António, capturei David dos Santos, mais conhecido por “Deivs”, solteiro, mecânico, nascido em quinze
de Maio de mil novecentos e sessenta e dois, filho de Mário dos Santos e de Maria Joana Lopes dos Santos,
natural da Freguesia de Nossa Senhora da Graça, do Concelho da Praia, residente em Tira Chapéu, junto ao
Mini Mercado Zani, e José Henrique de Pina, casado, taxista, nascido em vinte e cinco de Dezembro de mil
novecentos e sessenta e quatro, filho de Henrique de Pina e de Alzira Lopes de Pina, natural da Freguesia de
Nossa Senhora da Conceição, do Concelho de São Filipe, residente na Várzea da Companhia, junto ao
Cemitério. -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
MOTIVO DA DETENÇÃO: Por no dia, hora e local acima indicados, se terem envolvido em desordem,
agredindo-se mutuamente a socos e pontapés, arremessando pedras e garrafas, tendo ambos em consequência
sofridos ferimentos diversos nas pernas e no rosto, pelo que os acompanhei ao hospital “Doutor Agostinho
Neto” desta cidade, na viatura ST-80-AI do serviço de piquete desta Polícia. Depois de socorridos, deram
entrada numa das celas da Esquadra de Achada de Santo António. A contenda, segundo apurei, teve a sua
origem numa discussão entre si travada por razões políticas. ------------------------------------------------------------
Que não são obrigados a responder as perguntas sobre os factos que lhes são imputados; --------------------------
Que podem constituir advogados de defesa e com eles contactar mesmo que em privado; -------------------------
Que têm direito de comunicar com os seus familiares acerca das suas detenções e permanência na Esquadra;
Que têm direito a serem apresentados ao Tribunal no prazo máximo de quarenta e oito horas. --------------------
Dos factos são testemunhas: Manuel Barbosa, de 24 anos de idade, solteiro, carpinteiro, residente em Vila
Nova, junto ao Chafariz, e José Carlos de Pina, de quarenta e quatro anos de idade, soldador, residente no Paiol,
junto do Templo Maior. -----------------------------------------------------------------------------------------------
A Captora,
- Agente de 2ª Classe -
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Aos trinta dias do mês de Setembro do ano de dois mil e treze, pelas quinze horas e vinte minutos, na Esquadra
de Achada de Santo António, foi entregue por Daniela Cardoso Teixeira, mais conhecida por “Nela”, solteira,
professora do EBI, nascida em 10 de Novembro de mil novecentos e setenta e nove, filho de Casimiro Teixeira
e de Maria José Lopes Teixeira, natural da Freguesia de Nossa Senhora da Conceição, do Concelho de São
Filipe, residente na Várzea da Companhia, junto a “loja Táti”, uma criança do sexo masculino com cerca de
quatro anos de idade, por sua mãe (nome e outros elementos de identificação que sejam conhecidos), no dia
vinte e cinco deste mês, não voltando mais a ser vista e desconhecendo-se por completo o seu actual paradeiro
(caso não tenha sido conseguido). A criança em referência foi conduzida com guia passada por esta Esquadra
ao Instituto Cabo-verdiano de Crianças e Adolescentes da Praia, onde ficou entregue para os devidos efeitos ---
E para constar se levantou o presente auto que vai ser assinado por mim João José Pires, agente principal desta
Polícia e pela declarante --------------------------------------------------------------------------------------------------------
A DECLARANTE,
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O AUTUANTE,
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(Posto) _______________________
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No dia trinta de Setembro do ano de dois mil e treze, pelas dez horas e quinze minutos, no Cruzamento de
Fazenda, eu João Manuel Lopes, agente de 2ª classe da PN, efectivo da Esquadra da Fazenda, apreendi a Daniel
Barbosa Lobo, mais conhecido por “Nhelas”, solteiro, motorista auto, nascido em vinte e cinco de Julho de mil
novecentos e setenta e cinco, filho de Manuel Lopes e de Zulmira Lopes, natural da Freguesia de Nossa
Senhora da Graça, do Concelho da Praia, residente em Achada de Santo António, junto ao estabelecimento
comercial “A Bolha”, uma pistola da marca “Taurus”, de calibre 7,65 mm, de um cano, de tiro simples, com o
interior do cano estriado, sistema de carregamento por carregador com sete munições, número três mil e
quinhentos e vinte e cinco, com cão e comprimento do cano de dez centímetros, por o seu detentor não possuir
licença ou autorização de uso e porte da mesma, e ter praticado o exercício de tiro na via pública, verificando-se
a violação das normas vigentes em Cabo Verde sobre a detenção, uso e porte de armas. -----------------------------
Por ser verdade e para constar, se lavrou o presente auto, que depois de lido, vai ser assinado pelo autuado,
O APREENSOR,
_____________________________________________
(Posto) _______________________
O AUTUADO,
_____________________________________________
AS TESTEMUNHAS,
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(indicar o motivo que pode ser: Por o seu detentor não possuir ficha, livrete de manifesto, nem licença ou
autorização de uso e porte, por praticar o exercício de tiro em locais não apropriados, por disparar armas de
defesa por motivo fútil ou por ter sido encontrada para reparação desacompanhada do competente livrete ou
ficha de manifesto).
Por ser verdade e para constar se lavrou o presente auto que depois de lido em voz alta, vai ser assinado pelo
autuado, pelas testemunhas presentes F. ………………….. e F. ……………………………. e por mim que o
escrevi.--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
O APREENSOR,
_____________________________________________
(Posto) _______________________
O AUTUADO,
_____________________________________________
AS TESTEMUNHAS,
_____________________________________________
_____________________________________________
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AUTO DE DENUNCIA
No dia nove de Outubro de dois mil e treze, pelas nove horas e vinte minutos, na Esquadra de Achada
de Santo António, recebi uma denuncia do Senhor Rui Mendes Barbosa, m.c.p. “Ruizinho”, casado,
carpinteiro, nascido em vinte e quatro de Setembro de mil novecentos e setenta e nove, filho de José
Barbosa e de Maria Mendes, natural da Freguesia de Nossa Senhora da Luz, do Concelho de São
Vicente, portador do BI nº 127632, emitido pelo Arquivo de Identificacao Civil e Criminal de São
Vicente em 17/03/2010, residente em Vila Nova, junto do mercado municipal, telefone nº 2616666 e
9919999. ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------
CONTRA: o cidadão João de Deus Cordeiro Silva, também conhecido por “Jony Batata”, solteiro,
pedreiro, maior de idade, sem outros elementos de identificação imediatos, mas residente em “Fundo
Cobom”, perto da padaria “Bom Pão”, empregado da Empresa “Santos Constrói” com sede em Tira
Chapéu. ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
A QUEM DENUNCIA DE: lhe ter ameaçado de morte, devido a um desentendimento entre ambos,
relacionado com um trabalho que o denunciado devia executar na residência do denunciante, para o
qual recebeu a importância de cinquenta mil escudos, antecipadamente. Acontece que, hoje ao ter
abordado o mesmo sobre esse assunto, ele reagiu agressivamente, dizendo que se o denunciante
continuar a chateá-lo, que o matará com um tiro na cabeça. ---------------------------------------------------
TESTEMUNHAS:
E para constar se lavrou este auto que vai devidamente assinado pelo autuante e pelo denunciante.
O Autuante,
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O Denunciante,
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TRABALHO INDIVIDUAL:
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