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DE:
TETE
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE
DE:
TETE
CAPITULO I – INTRODUÇÃO
Os resíduos são materiais que perderam a sua capacidade de uso original e dos quais nos
podemos desfazer, sendo assim, é importante que se faça uma boa gestão dos mesmos, caso
contrário o meio ambiente é colocado em risco. São vários os tipos de resíduos
existentes que se dividem em vários grupos, um desses grupos são os resíduos de serviços de
saúde, produzidos nas várias unidades de saúde, podendo estas serem públicas ou
privadas, sendo que os hospitais são, obviamente, os maiores produtores desses
resíduos. A importância da gestão dos resíduos serviços de saúde tem vindo a aumentar
ao longo dos últimos anos, pois um mau armazenamento ou um inadequado transporte destes
pode colocar a saúde pública e ambiental em risco.
Mais especificamente, os resíduos de serviços de saúde são de alta criticidade pelos riscos
ainda maiores que podem oferecer ao meio ambiente e à sociedade. O tratamento inadequado
destes materiais pode provocar acidentes com materiais perfurocortantes, transmissão de
doenças, contaminação do solo e de lençóis freáticos, dentre outros.
As etapas do gerenciamento têm como finalidade evitar impactos ao meio ambiente, logo
devem ser realizadas com base em uma percepção ambiental bem estruturada, e de forma
sistêmica. Essas etapas são interdependentes e se realizadas com sucesso, o processo terá
êxito e as alterações ambientais poderão ser controladas ou inexistirem. Na última década, a
legislação sofreu grande avanço, proporcionando o início da formação de uma consciência
ambiental por parte dos estabelecimentos hospitalares e também da sociedade em geral. Desta
forma, o gerenciamento dos resíduos hospitalares proporciona aspectos positivos para o meio
ambiente que devem ser ressaltados e levados a conhecimento público, visto que o equilíbrio
ambiental é essencial para existência da vida humana.
1.1. Problematização
No entanto, mesmo considerando esses fatores, Chartier, Y. (2014) aponta que o resíduo
comum, classificado pela ANVISA (2018) como grupo D, corresponde a maior fração dos
resíduos que são gerados em um estabelecimento de saúde. Dessa forma, a falha na
segregação dos resíduos no local de geração, ou até mesmo a ausência de ações visando à
minimização da geração de resíduos, resultam em impacto ambiental e social, como por
exemplo: desperdício de matéria-prima, sobrecarga dos locais adequados de disposição final
de resíduos, carga demasiada de resíduos encaminhados desnecessariamente para tratamento e
inviabiliza a geração de renda para cooperativas de reciclagem.
Portanto, o hospital provincial de Tete sendo a maior unidade de saúde ao nível da província,
que acolhe pacientes provenientes de diferentes centros de saúde distritais e não só, para o
atendimento mais especializado, o que pode elevar a sua capacidade de geração de Resíduos
hospitalares..
Por isso coloca-se a seguinte questão: Como é que são geridos os resíduos no Hospital
provincial de Tete e como é feito o processo de incineração?
1.2. Justificativa
A razão da escolha do tema é que actualmente o planeta enfrenta uma grave crise ambiental,
e, como tal, os resíduos constituem uma problemática que necessita de ser resolvida, sendo
por isso é necessário que haja uma gestão cuidadosa dos mesmos.
A importância do tema justifica-se principalmente pela preocupação constante do impacto que
os resíduos hospitalares causam a saúde e ao ambiente.
Os resíduos hospitalares requerem cuidados especiais, uma vez que falhas no seu transporte,
armazenamento e acondicionamento, podem colocar em perigo a saúde pública e ambiental.
O bom gerenciamento objetiva proteger a saúde da população, reduzir os riscos operacionais
durante o manejo e evitar que os insumos prejudiquem o meio ambiente. Por isso, a
orientação é minimizar a produção desses objetos e priorizar um adequado tratamento.
A gestão de resíduos hospitalares é uma área que está a ganhar cada vez mais importância,
pelas questões ambientais e económicas que lhes estão associadas, mas também ao nível da
saúde pública. No entanto, parece que ainda existe um caminho longo para percorrer e muitos
aspetos a melhorar, e por isso é fundamental que se realizem e desenvolvam estudos que
permitam conhecer melhor a realidade nas unidades prestadoras de cuidados de saúde para
que se possam introduzir melhorias. É neste âmbito que se insere este projecto.
Pessoal: O projecto que se apresenta é de grande importância porque pode contribuir a reduzir
os riscos sanitários e ambientais que podem estar a provocar a má gestão dos resíduos que se
produzem nas instituições hospitalares .
Académica: Escolheu-se esse tema, por ser um fenómeno que marca a realidade de todo o
país, a motivação de poder colocar em prática conhecimentos adquiridos em alguns pontos
curriculares, bem como a curiosidade de compreender alguns aspectos inerentes a gestão dos
resíduos hospitalares numa perspectiva generalizada, bem como na perspectiva do gestor
1.4. OBJECTIVOS
1.4.1. GERAL
Temporal- Terá um período de início e termino nos anos compreendidos de 2019 a 2020.
CAPÍTULO II- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1.1. Resíduos
Por definição, resíduo é tudo aquilo não aproveitado nas atividades humanas, proveniente das
indústrias, comércios e residências.
Para Logarezzi (2004), tanto o lixo como os resíduos são restos de uma atividade qualquer e
os que definem como lixo ou resíduo são os valores econômicos, sociais e ambientais que se
impõem a eles. Desse modo, ao descartar os resíduos sem preservar seus valores potenciais,
esses se transformam em lixo, adquirindo aspectos de inutilidade, sujidade, imundície, estorvo
e riscos.
O termo resíduo, comummente conhecido como lixo, define todo o material sólido ou semi-
sólido indesejável e que necessita ser removido por ter sido considerado inútil por quem o
descarta (Santos, 2005).
Sendo assim resíduo pode ser definido como tudo que é produzido como consequência não
almejada de uma atividade humana e, em geral, de qualquer ser vivo.
Segundo Rodrigues et al. (2015), Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) são todos os resíduos
relacionados com atendimento à saúde humana ou animal, inclusive os gerados nos serviços
de assistência domiciliar, de trabalhos de campo e estabelecimentos de ensino e pesquisa na
área de saúde. São exemplos os hospitais, clínicas, laboratórios, necrotérios, funerárias,
farmácias, serviços de acupuntura e de tatuagem, nocivo.
Para Vilela-Ribeiro et al. (2012), os RSS denominados popularmente como “lixo hospitalar”
são aqueles produzidos em unidades de saúde, constituídos de lixo comum e de resíduos
infectantes ou de risco. Esses lixos possuem um grau de periculosidade, sendo o descarte
correto o mínimo a se fazer para amenizar os riscos.
Para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária [ANVISA] (2006), são aqueles que se
originam de qualquer actividade de natureza médico-assistencial humana ou animal,
farmacologia e saúde, medicamentos vencidos, necrotérios, funerárias, medicina legal e
barreiras sanitárias.
Silva (2004), considera que a preocupação com os resíduos de serviços de saúde extrapola os
serviços de saúde, levando a discussões sobre o meio ambiente, sugerindo mecanismos para a
gestão adequados, minimizando a poluição do planeta.
Os autores deste artigo são do critério, que a intenção da gestão de resíduos hospitalares é
promover um acompanhamento dos mesmos, desde a sua geração, até a disposição final,
passando por etapas e as distinguindo, visando à minimização ou ao bloqueio dos efeitos
causados pela gestão de resíduos hospitalares, no âmbito sanitário, ambiental e ocupacional.
De forma aberta muitos estudiosos citaram conceitos de gestão de resíduos hospitalares como
os que se podem destacar:
Confortin (2001, pp. 78), consolida essa afirmação, quando afirma que a gestão de resíduos de
serviços de saúde tem como finalidade estabelecer todas as etapas do sistema, que vai desde a
geração, até a disposição final dos resíduos hospitalares.
Os autores concordam com o expressado por Confortin, pois são do critério que essa definição
resume bem o conceito de gestão de resíduos hospitalares, uma vez que engloba as bases
fundamentais para a implantação das técnicas de gerenciamento, pelo que é da opinião que os
critérios a serem seguidos é o campo de actuação do mesmo.
O gerenciamento visa ao melhor aproveitamento das áreas destinadas à disposição dos
resíduos e à implantação de técnicas para a minimização, reutilização, reaproveitamento e
reciclagem dos mesmos, além de prover protecção à saúde pública e ao meio ambiente.
Schneider et al. (2001, pp.173), lembram que o gerenciamento é um factor vital para o
planejamento urbano, embora não tenha ocupado o cenário das discussões com o vigor que
seria desejável.
Enfim, a gestão correcta dos resíduos de serviços de saúde significa não só controlar e reduzir
os riscos, mas também alcançar a minimização destes, desde o ponto de origem, observando-
se as normas referentes ao acondicionamento, recolhimento intra e extra unidade, destinando-
os, de forma segura e ambientalmente adequada, elevando também a qualidade e a eficiência
dos serviços.
a) Segregação
Consiste na separação dos resíduos no momento e local de sua geração, de acordo com as
características físicas, químicas, biológicas, o seu estado físico e os riscos envolvidos.
b) Acondicionamento
c) Identificação
Esta etapa do manejo dos resíduos, permite o reconhecimento dos resíduos contidos nos sacos
e recipientes, fornecendo informações ao correto manejo dos RSS.
d) Transporte Interno
Esta etapa consiste no translado dos resíduos dos pontos de geração até local destinado ao
armazenamento temporário ou armazenamento externo com a finalidade de apresentação para
a coleta. O transporte interno de resíduos deve ser realizado atendendo roteiro previamente
definido e em horários não coincidentes com a distribuição de roupas, alimentos e
medicamentos, períodos de visita ou de maior fluxo de pessoas ou de atividades. Deve ser
feito separadamente de acordo com o grupo de resíduos e em recipientes específicos a cada
grupo de resíduos.
e) Armazenamento Temporário
O armazenamento temporário pode ser dispensado nos casos em que a distância entre o ponto
de geração e o armazenamento externo justifiquem.
f) Tratamento
g) Armazenamento Externo
Consiste na guarda dos recipientes de resíduos até a realização da etapa de coleta externa, em
ambiente exclusivo com acesso facilitado para os veículos coletores. Neste local não é
permitido a manutenção dos sacos de resíduos fora dos recipientes ali estacionados.
A coleta e transporte externos dos resíduos de serviços de saúde devem ser realizados de
acordo com as normas NBR 12.810 e NBR 14652 da ABNT.
i) Disposição Final
Consiste na disposição de resíduos no solo, previamente preparado para recebê-los,
obedecendo a critérios técnicos de construção e operação, e com licenciamento ambiental de
acordo com a Resolução CONAMA nº.237/97.
O chorume que vem do lixo hospitalar pode se infiltrar no solo e no subsolo e com isso
contaminar os lençóis freáticos. Com a decomposição do lixo hospitalar, ocorre a liberação de
gases, com isso além do lixo hospitalar poluir o solo e o subsolo, ocorre também a poluição
do ar.
Na medida em que os RSS são dispostos de qualquer maneira em depósitos a céu aberto, ou
em cursos de água, possibilitam a contaminação de mananciais de água potável, sejam
superficiais ou subterrâneos, disseminando as doenças por meio de vetores que se multiplicam
nestes locais ou que fazem dos resíduos fonte de alimentação.(Rodrigues, 2009, pp. 24)
O gerenciamento externo dos resíduos de serviços de saúde deve contar com o apoio da
sociedade, observando-se o plano municipal de coleta, tratamento e disposição final dos
resíduos, conferindo operacionalização prática e satisfatória através de estudos que devem
variar desde a localização física dos estabelecimentos e do local da disposição dos resíduos
até a avaliação técnica e econômica buscando soluções para casos de acidentes. (Martins,
2004, pp. 105)
O lixo hospitalar deve ser tratado de maneira especial, pois sempre há um plano municipal de
recolhimento que deve ser seguido.
Para o problema ser resolvido haveria de acontecer uma redução do lixo, principalmente do
lixo hospitalar. Como a redução do lixo é quase impossível de acontecer, devemos começar a
repensar os nossos atos, e investir em formas de prevenção para que não ocorra nenhum tipo
de impacto ambiental.
Existem diferentes riscos potenciais associados aos resíduos de serviço da saúde, e para
avaliá-los é preciso considerar todo o processo de desenvolvimento da ciência médica, bem
como a incorporação de tecnologias aos métodos de diagnósticos e tratamento, uma vez que
essa evolução do setor gera novos materiais, substâncias e equipamentos, com presença de
componentes mais complexos, perigosos para o homem e meio ambiente. Por esse motivo, os
RSS precisam de atenção em todas as fases de manejo (segregação, condicionamento,
armazenamento, coleta, transporte, tratamento e disposição final) devido aos riscos que
oferecem por apresentarem componentes químicos, biológicos e radioativos.
Segundo Silva et al. (2017), a utilização da política dos 5 R’s da sustentabilidade traz muitos
benefícios para sociedade visto que não se reduz apenas a quantidade de lixo, como também
recupera os produtos já fabricados, economiza matéria-prima e energia, cria nas pessoas uma
cultura conservacionista, abre novos postos de emprego, além de diminuir a degradação do
meio ambiente.
São várias as entidades produtoras de resíduos hospitalares, desde empresas públicas até às
privadas. Estas podem ser hospitais, centros de saúde, centros de enfermagem, centros
de tratamento de toxicodependência e alcoolémia, laboratórios de hemodiálise e de
análises clínicas e consultórios médicos particulares. Como são organismos diferentes
com funções de tratamento da saúde humana diferentes, a quantidade de resíduos que
produzem é também ela distinta.
Há diversos estudos que comprovam que os resíduos de serviços de saúde não devem ser
dispostos no meio ambiente sem tratamento prévio que assegure a eliminação das
características de periculosidade dos resíduos, de forma a favorecer a preservação dos
recursos naturais e o atendimento aos requisitos de qualidade ambiental e de saúde pública.
Um gerenciamento bem executado, por exemplo, já garante que o envio dos resíduos seja a
locais licenciados, que darão um destino ambientalmente adequado aos mesmos. Ressaltando
que, de acordo com as legislações ambientais brasileiras, é função e responsabilidade do
gerador dos resíduos garantir que eles tenham uma correta disposição.
Para isso, a etapa de segregação dos resíduos, no momento e local de sua geração, é de
extrema importância em um bom gerenciamento. Se os resíduos forem segregados
corretamente, o percurso do resíduo até a destinação final, seguindo todas as recomendações
ambientais, ocorrerá de maneira muito mais efectiva.
Um bom gerenciamento deve possuir processos internos bem definidos, como o horário
adequado do recolhimento do resíduo, procedimentos detalhados de como a ação deve ser
realizada, o itinerário que o funcionário deve fazer até o local de armazenamento, entre
outros. Esse tipo de processo resulta em uma grande otimização de tempo, pois os
funcionários sabem exatamente como e quando as tarefas devem ser feitas, o que reduzirá o
tempo de execução de tarefas simples, e, dessa forma, ganha-se tempo em outras tarefas de
interesse.
Menor custo
O Método Bibliográfico será usado na pesquisa para discutir ideias e confrontar opiniões
dediversos autores no que se refere a gestão de resíduos hospital
As técnicas de coleta de dados são um conjunto de regras ou processos utilizados por uma
ciência, ou seja, corresponde à parte prática da coleta de dados (Lakatos & Marconi, 2001).
A técnica a ser usada para a recolha de dados será a observação, a entrevista Semestruturada e
o questionário.
Observação
Esta irá consistir na ida ao local para observar as experiências diárias dos indivíduos inclusos
na pesquisa.
Este irá consistir na elaboração de perguntas abertas que estarão destinadas as pessoas
▪ Questionário
Este irá consistir na elaboração de uma lista que serve de guião de entrevistas para os assuntos
a serem questionados.
3.3.1. Universo
Para esta pesquisa o universo será constituído por enfermeiros, serventes, médicos,
farmacêuticos e pacientes (doentes).
3.3.2. Amostra