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INTRODUÇÃO

O Hospital é o ponto focal das promessas mais comprometedoras do sistema de saúde porque
é o local onde são resolvidos os problemas de maior complexidade, além de ser o meio de
avaliar a eficácia do sistema de segurança social… Obviamente, o hospital tem uma função de
grande responsabilidade, e os resultados de sua actividade são medidos pelo paciente, por sua
família, e por continuidade, pela comunidade em geral. A grande responsabilidade do hospital
em relação ao indivíduo, à sua família e a comunidade em geral, a complexidade de sua
direcção, os avanços técnicos e científicos e os modernos conceitos de gerência, direcção ou
administração foram os principais factores que motivaram o empreendimento da difícil tarefa
de recompilar critérios dispersos e reunir elementos fundamentais para se atingir o protótipo
de hospital eficiente. O hospital, dentro do esquema moderno de funcionamento dos sistema
de saúde, é um centro de referencia que deve receber os pacientes cujos problemas não
puderam ser resolvidos em níveis inferiores. A missão fundamental do hospital é recuperação
da saúde e, para isso, estão voltados todos os esforços administrativos, técnico-científicos e de
pesquisa sob a responsabilidade de uma equipa de profissionais adequadamente preparada e
seleccionada.

A Organização Mundial de Saúde (OMS;2000) define o hospital como “ uma parte integrante
da organização médica social, cuja função é proporcionar à população atenção médica
completa, tanto preventiva como curativa, e cujo serviço de consultas externas (extra-
hospitalar) alcança a família em seu lar. O hospital é também um centro de preparação e
treinamento de profissionais de saúde, de pesquisa biossocial”. Nos sistemas de saúde dos
países, lhe foi atribuída uma responsabilidade muito grande, sendo que o papel fundamental
da “ recuperação” exige o maior esforço, mas sem deixar de disponibilizar seus recursos para
promoção, prevenção e reabilitação como partes fundamentais da atenção integral. A
responsabilidade educativa vai além dos profissionais de saúde, estendendo-se até a família e
a comunidade, baluartes insubstituíveis para a preservação da saúde do paciente, familiares e
a comunidade em geral.

Segundo Malagón- Londoño (2000;5) a gestão do hospital moderno tem algumas


características diferentes daquelas do hospital antigo, uma vez que hoje tais instituições são
concebidas como empresas prestadoras de serviços de saúde, em disposição permanente para
atender a todas as expectativas e demandas de um cliente, o paciente; ainda assim, disposta a

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operar em um mundo de competência e de qualidade. Essa competência deve ser estabelecida
sobre os seguintes pilares: Planeamento, Organização, Satisfação do trabalhador, Orçamento,
Avaliação de Gestão, Disponibilidade de retro alimentação (retroação) e Ética.

A nossa civilização chega ao limiar do século XXI como a civilização dos resíduos, marcada
pelo desperdício e pelas contradições de um desenvolvimento industrial e tecnológico sem
precedentes na história da humanidade, enquanto populações inteiras são mantidas à margem,
não só dos benefícios de tal desenvolvimento, mas das condições mínimas de subsistência. Ao
mesmo tempo em que utilizamos os recursos da biosfera como se fossem inexauríveis, todos
os dias lançamos à natureza o desafio de ter que assimilar novos produtos artificiais,
desconhecidos dos agentes naturais, incapazes, portanto, de promover o controlo de seus usos
e riscos, ultrapassando os limites da capacidade dos ciclos naturais e dos fluxos de energia. A
unificação dos habitantes da Terra pela globalização dos efeitos no meio ambiente e a
constatação tecnocientífica da possibilidade de responsabilizar-se pelo fim da humanidade,
colocam o homem moderno frente à questão central da vida.

“Donde a centralidade nos dias que correm da questão ética”; uma vez “que o maior ou menor
equilíbrio das forças materiais das quais emergimos como espécie, depende directamente do
nosso agir e, por conseguinte, das nossas escolhas e decisões” (Barbosa, 1992: 03).

Embora existam evidências de uma tomada de consciência dos problemas ambientais, os


movimentos mundiais de protecção da natureza e do meio ambiente têm uma actuação
descoordenada e confusa e sofrem a interferência do sistema político, económico e capitalista
dominante, cuja hegemonia extrapola os limites do mundo ocidental e começa a alcançar o
mundo todo. Esta “consciência parcial das questões do meio ambiente tem-se dado apenas
dentro de uma perspectiva tecnocrática e, na realidade, o esclarecimento de tais questões
depende de uma articulação ético política entre três registos ecológicos – o meio ambiente, as
relações sociais e a subjectividade humana” (Guattari, 1989). Ou seja, um devir com uma
nova ordem social em que o homem se integre ao meio ambiente e as relações sociais se
estabeleçam numa perspectiva de maior equilíbrio (a questão ética) e a subjectividade humana
seja estruturada para formas de actuações mais criativas. “A questão ecológica é
essencialmente um problema ético” (Schramm, 1992).

As instituições hospitalares são os maiores centros de produção de todo tipo de resíduos:


dejectos patológicos ou anatómicos, sangue e derivados, secreções, excrementos humanos
infectados, partes e tecidos corporais, ataduras, sondas e cateteres, sobras de alimentos,

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materiais perfuro cortantes, além de papéis e lixo de toda a ordem. Em geral, os resíduos
hospitalares podem ser classificados segundo a sua origem, capacidade de degradação,
propriedades físicas, químicas ou biológicas, tratamento, depósito final ou por seus efeitos
sobre a saúde e o ambiente. Os resíduos biológicos são os que albergam microrganismos
patogénicos ou substâncias tóxicas capazes de produzir alterações na saúde das pessoas, nos
animais ou no ambiente, ao entrar em contacto com eles. A problemática dos resíduos
hospitalares em Angola que constitui um agente para a degradação do meio ambiente, um
agente de grande risco significativo para a saúde, colocando em causa a qualidade de vida de
todos aqueles que direita ou indirectamente estão envolvidas na sua produção. A sua condição
e eliminação devem por isso constituir uma preocupação das autoridades que governam, e
uma atenção especial por todas as entidades do país e por toda a população. Em alguns países
a manobra inconveniente dos objectos contaminados por algumas doenças infecciosas como
Hiv/Sida ou Hepatite B ou C, implica graves consequências perante os diversos intervenientes
na área de saúde, normalmente o pessoal que trabalha nas unidades de saúde, nas províncias,
suas famílias, e junto da população em especial as crianças de rua que procuram objectos para
reciclar nas lixeiras e nos aterros sanitários. Esta actividade é ainda mais grave porque levam-
nos ao aproveitamento e à manipulação de resíduos contaminados, agravando o risco sanitário
e ambiental.

O nosso trabalho irá debruçar da problemática dos resíduos hospitalares como consequência
da poluição do Meio Ambiente, e que tem causado muitos problemas a saúde de toda
população.

No primeiro capítulo iremos apresentar as definições de alguns conceitos básicos de Resíduos


Hospitalares, bem como sua classificação, características, a própria tipologia, a legislação
sobre Resíduos Hospitalares, como está organizada o sistema de saúde e algumas teorias de
externalidades.

No segundo capítulo faremos uma breve caracterização da instituição, onde irei apresentar o
contributo da instituição na sociedade, sua missão, os seus objectivos, a sua visão e os seus
valores, os recursos humanos, o nível de produção de consultas, as políticas utilizadas no
combate aos resíduos hospitalares, a recolha transporte e armazenamento dos resíduos
hospitalares.

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No terceiro capítulo faremos a apresentação e discussão dos resultados, onde irei apresentar
os resultados recolhidos através de questionários que foram submetidos aos funcionários e
colaboradores da instituição.

Finalmente no último ponto iremos apresentar as conclusões do nosso trabalho apresentando


sugestões de melhoria e algumas recomendações para um funcionamento saudável dentro da
instituição.

A preocupação com a questão ambiental torna a gestão de resíduos um processo importante


na preservação da qualidade da saúde e do meio ambiente. A questão ambiental, mais
especificamente, a educação em saúde ambiental, tem o papel de determinar e avaliar os
problemas ambientais de modo integrado, interdisciplinar e global, sem considerar a
existência de fronteiras políticas. As acções para a resolução desses problemas devem ser
implementadas a partir do micro ambiente (casa, rua, bairro), para o macro ambiente,
respeitando as singularidades culturais, políticas e religiosas. A questão ambiental está
relacionada à produção de lixo/resíduo. Quando falamos em lixo, pensamos em material que
não presta e que se despreza, é inútil e com sujidade. Tratando-se do ambiente hospitalar ai o
problema é diferente e mais complexo.

Os Resíduos Sólidos Hospitalares ou "Lixo Hospitalares", sempre constituiu um problema


bastante sério para os Administradores Hospitalares, Gestores de Empresas e a todos
profissionais que direita ou indiretamente tem feito de tudo para que algo do gênero não
aconteça, devido principalmente a falta de informações a seu respeito, gerando mitos e
fantasias entre funcionários, pacientes, familiares e principalmente a comunidade vizinha as
edificações hospitalares e aos aterros sanitários.

A atividade hospitalar é por si só uma fantástica geradora de resíduos, inerente a diversidade


de atividades que se desenvolvem dentro destas empresas.

Lixo hospitalar é o lixo que resulta da manipulação em hospitais e clinicas, e formado em sua
maioria por seringas, agulhas, luvas, fraldas, sondas, cateteres e demais materiais
descartáveis. Esse lixo representa um grande perigo a saúde, uma vez que pode estar
contaminado com microorganismos causadores de doenças. Esse lixo deve ser recolhido por
empresas especializada, seu destino é o incinerador onde é queimado.

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Problemática

Ao longo dos últimos anos temos verificado muitos debates sobre a Problemática dos
Resíduos Hospitalares em vários órgãos de comunicação social. A problemática dos Resíduos
Hospitalares é um factor de risco para a saúde das populações. A problemática dos resíduos
de serviço de saúde – genericamente denominados “Resíduos Hospitalares apesar de pouco
conhecimento pela sociedade, caracteriza um problema de saúde pública e do meio ambiente.

Hipóteses

Formulamos as seguintes hipóteses, tendo em conta a complexidade e a diversidade do tema


em análise.

Considera-se que os Resíduos Hospitalares provocam doenças graves as populações se não


forem acondicionados e tratados adequadamente.

A existência dos Resíduos Hospitalares constitui um factor de risco para a degradação do


meio ambiente.

Objectivo Geral

A problemática dos Resíduos Hospitalares perante a inter-relação das politicas de


desenvolvimento económico e social com os princípios de conservação e preservação
ambiental de forma a alcançar um desenvolvimento sustentável.

Objectivos específicos.

- Analisar os principais problemas sobre os resíduos hospitalares na vertente socio-economica


(Custos).

- Identificar a situação actual dos Resíduos Hospitalares em Luanda.

- Apresentar caminhos e formas de Resolução dos Problemas dos Resíduos Hospitalares em


Luanda.

- Permitir o reprocessamento de resíduos cujas matérias-primas possam ser reutilizados sem


riscos á saúde de pacientes e funcionários e comunidade em geral.

- Reduzir ou eliminar os riscos à saúde dos funcionários, clientes e a comunidade em geral.

- Apresentar as melhores soluções de eliminação de alguns Resíduos Hospitalares.

- Apresentaremos no fim os resultados da investigação.

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Delimitação do Estudo

O nosso estudo de investigação quanto ao horizonte temporal compara resultados de dois anos
da Maternidade Lucrécia Paim de 2012 à 2013. O local do estudo foi a Maternidade Lucrécia
Paim na província de Luanda.

Fontes de Informações

Para a prossecução do nosso trabalho de investigação utilizamos as mais variadas bibliotecas


nomeadamente: Biblioteca da Faculdade de Economia, Biblioteca da Faculdade de Medicina,
Biblioteca da Universidade Católica de Angola, a Biblioteca do Ministério da Saúde, a
Biblioteca do Instituto Português, e através de alguns funcionários ligados a área de
higienização segurança e cuidados no Trabalho, médicos, enfermeiros, técnicos e pessoal
administrativos afectos a Instituição.

Dificuldades

Encontradas ao longo do nosso estudo deparámo-nos com uma série de dificuldades de várias
ordens: quer na escassez de bibliografias directamente ligadas ao tema. Por outro lado temos
poucas obras de autores angolanos que falam sobre os Resíduos Hospitalares, e por outro lado
dificuldades de ordem financeiras no que concerne a compra de livros, cujos recursos
financeiros continuam a ser escassos.

Metodologia

Para estudo e obtenção de resultado esperado utilizamos o modelo indutivo realçando a


revisão da literatura existente sobre matéria. Em qualquer parte do mundo a redacção de
trabalhos de monografia implicam que sejam escritos de acordos as normas e princípios
científicos. Não querendo extrapolar as normas para a prossecução da nossa comunicação
utilizaremos métodos e técnicas de investigação própria de um economista. São os método
experimental, descritivos, exploratória e histórico com uma abordagem quantitativa. E como
técnica de recolha de dados usamos a observação direita e entrevista dirigidas através de
questionários. Os nossos instrumentos são: guias de entrevista, fichas de registos descritivos, a
comunicação social, através de jornais, revistam científicas, artigos científicos, máquinas
fotográficas, câmara digital, e alguns sites na internet. Quer os métodos e as técnicas
permitirão aceitar ou refutar a nossa hipótese.

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Esquema de redacção

Para a prossecução de um trabalho munido de uma riqueza análise conceptual dividimos o


nosso trabalho em três capítulos:

No primeiro capítulo iremos apresentar as definições de alguns conceitos básicos de Resíduos


Hospitalares, bem como sua classificação, características, a própria tipologia, a legislação
sobre Resíduos Hospitalares, como está organizada o sistema de saúde e algumas teorias de
externalidades.

No segundo capítulo faremos uma breve caracterização da instituição, onde irei apresentar o
contributo da instituição na sociedade, sua missão, os seus objectivos, a sua visão e os seus
valores, os recursos humanos, o nível de produção de consultas, as políticas utilizadas no
combate aos resíduos hospitalares, a recolha transporte e armazenamento dos resíduos
hospitalares.

No terceiro capítulo faremos a apresentação e discussão dos resultados, onde irei apresentar
os resultados recolhidos através de questionários que foram submetidos aos funcionários e
colaboradores da instituição.
Finalmente no último ponto iremos apresentar as conclusões do nosso trabalho apresentando
sugestões de melhoria e algumas recomendações para um funcionamento saudável dentro da
instituição.

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CAPÍTULO I – FUNDAMENTOS TEÓRICOS DOS RESÍDUOS HOSPITALARES

1.1– Definição
Segundo o Decreto Lei nº 21-A/92, Lei de Bases do Sistema Nacional de Saúde, define os
Resíduos Hospitalares como os resíduos resultantes de actividades médicas desenvolvidas em
unidades de prestação de cuidados de saúde, em actividades de prevenção, diagnóstico,
tratamento, reabilitação e investigação, relacionada com seres humanos ou animais, em
farmácias, em actividades médico-legais, de ensino e em quaisquer outras que envolvam
procedimentos invasivos, tais como acupunctura, piercings e tatuagens1

Seguindo o princípio de uma eficiente gestão dos recursos disponíveis para o homem, se
chega a uma ordem de importância nas acções relativas aos resíduos, como consta na figura
abaixo:

Ordem hierárquica da politica orientada aos resíduos sólidos. Fonte: Directiva 2008/98/CE do
Parlamento Europeu.

1 Fonte : Decreto-lei nº 21-A|92, Lei de base do Sistema Nacional de Saúde


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Partindo de cima para baixo nos quadros da figura, fica evidente a não geração de resíduos
como a melhor alternativa para a superação dos problemas decorrentes da necessidade da
humanidade em gerir os seus resíduos. A não geração, a redução, o reuso, a reciclagem e a
recuperação energética são, nessa ordem, os processos prioritários para um modo de produção
mais limpo e dessa forma, mais ético com o meio.

Para protegerem o ambiente da melhor forma, os Estados-Membros devem tomar medidas


para o tratamento dos seus resíduos, de acordo com a seguinte hierarquia que se aplica por
ordem de prioridades:

- prevenção;

- preparação para a reutilização;


- reciclagem;
- outros tipos de valorização, por exemplo, energética;
- eliminação.

Começa a ficar claro que não será possível replicar o modo de produção e consumo pautado
na obsolescência programada dentro do ciclo de vida de um produto, além da ênfase em se ter
embalagens descartáveis para tudo. Um exemplo de estímulo à não geração de resíduos, seria
o estímulo dos serviços de reparo e reforma de objectos, uso de vasilhames e bolsas
retornáveis, e o controle da indústria da moda e de criações de tendências estéticas efêmeras.
Estes são modos de produção e consumo que podem ser incorporados ao modo de vida do
homem moderno de modo a torná-lo mais sustentável, de modo que sejam satisfeitas as reais
necessidades relativas ao bem viver dos seres humanos.

Quando não é possível mais a não geração de um resíduo sólido pode se buscar a
reincorporação do mesmo em cadeias circulares de transformação e uso, como ocorre na
natureza, e na indústria da reciclagem.

1.2- Classificação de Resíduos Hospitalares

Os resíduos hospitalares devem ser acondicionados de acordo com a sua perigosidade e


recolhidos por empresas devidamente habilitadas para o efeito. Nos estabelecimentos
hospitalares, nem todos os resíduos produzidos apresentam a mesma perigosidade, sendo por
isso classificados segundo o maior ou menor risco que a sua presença implica:

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Grupo I - Resíduos equiparados a urbanos - não apresentam exigências especiais no seu
tratamento:
a) Resíduos provenientes de serviços gerais (como gabinetes, salas de reunião, salas de
convívio, instalações sanitárias, vestiários etc.);
b) Resíduos provenientes de serviços de apoio (como oficinas, jardins, armazéns e outros);
c) Embalagens e invólucros comuns (como papel, cartão, mangas mistas e outros de idêntica
natureza);
d) Resíduos provenientes das actividades de restauração e hotelaria, resultantes de confecção
e restos de alimentos servidos a doentes não incluídos no grupo III.

Grupo II – Resíduos hospitalares não perigosos - não estão sujeitos a tratamentos específicos,
podendo ser equiparados a urbanos:
a) Material ortopédico: talas, gessos e ligaduras gessadas não contaminados e sem vestígios
de sangue;
b) Fraldas e resguardos descartáveis não contaminados e sem vestígios de sangue;
c) Material de protecção individual utilizado nos serviços gerais de apoio, com excepção do
utilizado na recolha de resíduos;
d) Embalagens vazias de medicamentos ou de produtos de uso clínico ou comum, com
excepção dos incluídos no grupo III e no grupo IV;
e) Frascos de soros não contaminados, com excepção dos do grupo IV.

Grupo III – Resíduos hospitalares de risco biológico - resíduos contaminados ou suspeitos de


contaminação, susceptíveis de incineração ou de outro pré-tratamento eficaz, permitindo
posterior eliminação como resíduos urbanos.

a) Todos os resíduos provenientes de quartos ou enfermarias de doentes infecciosos ou


suspeitos, de unidades de hemodiálise, de blocos operatórios, de salas de tratamento, de salas
de autópsia e de anatomia patológica, de patologia clínica e de laboratórios de investigação
com excepção os IV.

b) Todo o material utilizado em diálise;


c) Peças anatómicas não identificáveis;
d) Resíduos que resultam da administração de sangue e derivados;

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e) Sistemas utilizados na administração de soros e medicamentos, com excepção dos do grupo
IV;
f) Sacos colectores de fluidos orgânicos e respectivos sistemas;
g) Material ortopédico: talas, gessos e ligaduras gessadas contaminados ou com vestígios de
sangue; material de prótese retirado a doentes;
h) Fraldas e resguardos descartáveis contaminados ou com vestígios de sangue;
i) Material de protecção individual utilizado em cuidados de saúde e serviços de apoio geral
em que haja contacto com produtos contaminados (como luvas, máscaras, aventais e outros).

Grupo IV – Resíduos hospitalares específicos - resíduos de vários tipos de incineração


obrigatória:
a) Peças anatómicas identificáveis, fetos e placentas, até publicação de legislação específica;
b) Cadáveres de animais utilizados em experiências laboratoriais;
c) Materiais cortantes e perfurantes: agulhas, cateteres e todo o material invasivo;
d) Produtos químicos e fármacos rejeitados, quando não sujeitos a legislação específica;
e) Citostáticos e todo o material utilizado na sua manipulação e administração.

1.3- Tipos de Resíduos Hospitalares

Segundo a Organização Mundial de Saúde os Resíduos Hospitalares são caracterizados pela


seguinte tipologia: Os resíduos sólidos podem ser classificados de acordo com a origem, tipo
de resíduo, composição química e periculosidade conforme abaixo:

Diagrama exibindo os tipos de resíduos sólidos de acordo com a sua origem

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Fonte: Directiva 2008/98/CE do Parlamento Europeu.

De acordo com a ORIGEM:

- “Resíduo Hospitalar ou de Serviços de Saúde”: qualquer resto proveniente de hospitais e


serviços de saúde como pronto-socorro, enfermarias, laboratórios de análises clínicas,
farmácias, etc.. Geralmente é constituído de seringas, agulhas, curativos e outros materiais
que podem apresentar algum tipo de contaminação por agentes patogênicos (causadores de
doenças);
- “Resíduo Domiciliar”: são aqueles gerados nas residências e sua composição é bastante
variável sendo influenciada por fatores como localização geográfica e renda familiar. Porém,
nesse tipo de resíduo podem ser encontrados restos de alimentos, resíduos sanitários (papel
higiênico, por exemplo), papel, plástico, vidro, etc. Atenção: alguns produtos que utilizamos e
descartamos em casa são considerados perigosos e devem ter uma destinação diferente dos
demais, preferencialmente para locais destinados a resíduos perigosos. Por exemplo: pilhas e
baterias, cloro, água sanitária, desentupidor de pia, limpadores de vidro, fogão e removedor
de manchas, aerossóis, medicamentos vencidos, querosene, solventes, etc.
- “Resíduo Agrícola”: são aqueles gerados pelas atividades agropecuárias (cultivos, criações
de animais, beneficiamento, processamento, etc.). Podem ser compostos por embalagens de
defensivos agrícolas, restos orgânicos (palhas, cascas, estrume, animais mortos, bagaços,
etc.), produtos veterinários e etc..
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- “Resíduo Comercial”: são aqueles produzidos pelo comércio em geral. A maior parte é
constituída por materiais recicláveis como papel e papelão, principalmente de embalagens, e
plásticos, mas também podem conter restos sanitários e orgânicos.
- “Resíduo Industrial”: são originados dos processos industriais. Possuem composição
bastante diversificada e uma grande quantidade desses rejeitos é considerada perigosa. Podem
ser constituídos por escórias (impurezas resultantes da fundição do ferro), cinzas, lodos,
óleos, plásticos, papel, borrachas, etc.
- “Entulho”: resultante da construção civil e reformas. Quase 100% destes resíduos podem
ser reaproveitados embora isso não ocorra na maioria das situações por falta de informação.
Os entulhos são compostos por: restos de demolição (madeiras, tijolos, cimento, rebocos,
metais, etc.), de obras e solos de escavações diversas.

- “Resíduo Público ou de Varrição": é aquele recolhido nas vias públicas, galerias, áreas de
realização de feiras e outros locais públicos. Sua composição é muito variada dependendo do
local e da situação onde é recolhido, mas podem conter: folhas de árvores, galhos e grama,
animais mortos, papel, plástico, restos de alimentos, etc…

- “Resíduos Sólidos Urbanos”: é o nome usado para denominar o conjunto de todos os tipos
de resíduos gerados nas cidades e coletados pelo serviço municipal (domiciliar, de varrição,
comercial e, em alguns casos, entulhos).
- “Resíduos de Portos, Aeroportos e Terminais Rodoviários e Ferroviários”: o lixo
coletado nesses locais é tratado como “resíduo séptico”, pois pode conter agentes causadores
de doenças trazidas de outros países. Os resíduos que não apresentam esse risco de
contaminação, podem ser tratados como lixo domiciliar.
- “Resíduo de Mineração”: podem ser constituídos de solo removido, metais pesados, restos
e lascas de pedras, etc.

De acordo com o TIPO:


- “Resíduo Reciclável”: papel, plástico, metal, alumínio, vidro, etc.
- “Resíduo Não Reciclável” ou “Rejeito”: resíduos que não são recicláveis, ou resíduos
recicláveis contaminados;

De acordo com a COMPOSICÃO QUÍMICA:


- Orgânicos: restos de alimentos, folhas, grama, animais mortos, esterco, papel, madeira, etc..
Muita gente não sabe, mas alguns compostos orgânicos podem ser tóxicos. São os chamados
“Poluentes Orgânicos Persistentes” (POP) e “Poluentes Orgânicos Não Persistentes”.

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“Poluentes Orgânicos Persistentes” (POP): hidrocarbonetos de elevado peso molecular,
clorados e aromáticos, alguns pesticidas (Ex.: DDT, DDE, Lindane, Hexaclorobenzeno e
PCB`s). Estes compostos orgânicos são tão perigosos que foi criada uma norma internacional
para seu controle denominada “Convenção de Estocolmo”.
“Poluentes Orgânicos Não Persistentes”: óleos e óleos usados, solventes de baixo peso
molecular, alguns pesticidas biodegradáveis e a maioria dos detergentes (Ex.:
organosfosforados e carbamatos).
- Inorgânicos: vidros, plásticos, borrachas, etc.

Infectantes
-Resíduos sólidos: resíduos em estado sólido ou semi-sólido e líquidos cujas particularidades
tornem inviável seu lançamento na rede pública de esgotos.
Resíduos do grupo A (apresentam risco devido à presença de agentes biológicos):
- Sangue hemoderivados ;
- Excreções, secreções e líquidos orgânicos;
- Meios de cultura;
- Tecidos, órgãos, fetos e peças anatómicas;
- Filtros de gases aspirados de áreas contaminadas;

- Resíduos advindos de área de isolamento;


- Resíduos alimentares de área de isolamento;
- Resíduos de laboratório de análises clínicas;
- Resíduos de unidade de atendimento ambiental;
- Resíduos de sanitário de unidades de internamento;
- Objectos corto perfurantes provenientes de estabelecimentos prestadores de serviços de
saúde.
Especiais
Radioactivos compostos por materiais diversos, expostos à radiação; resíduos farmacêuticos,
como medicamentos vencidos e contaminados; e resíduos químicos perigosos (tóxicos,
corrosivos, inflamáveis, mercúrio).

 Comuns
Lixo administrativo, limpeza de jardins e pátios, resto de preparo de alimentos.

1.4- Legislação sobre Resíduos Hospitalares

Os resíduos hospitalares, (Lei nº 21-A/92, Lei de Bases do Sistema de Nacional de Saúde), são
definidos como: Resíduos, produzidos em unidades de prestação de cuidados de saúde,

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incluindo as actividades médicas de diagnósticos, tratamentos e prevenção da doença dos seres
humanos ou animais, e ainda as actividades de investigação relacionadas. A gestão de resíduos,
segundo o mesmo decreto, é entendida como as operações de recolha, transporte, tratamento,
valorização e eliminação de resíduos, incluindo a monitorização dos locais de descargas após
encerramento das respectivas instalações, bem como o planeamento dessas operações”, sendo
atribuídas as responsabilidades dessa gestão aos produtores, designadamente às unidades de
saúde, às quais é possibilitada a realização de acordos com as administrações municipais ou com
empresas devidamente autorizadas.

O destino a dar aos RH levanta sérios problemas atendendo à a sua natureza, uma parte
considerável está contaminada por via biológica ou química e radioactivamente perigosa, ao
seu volume, estima-se que cada doente internado produza actualmente mais de 1kg de RH
contaminados, aos custos do seu tratamento, a incineração, que é o processo mais comum.

A consciência de que determinados Resíduos Hospitalares (sangue, secreções, material


ionizado, produtos químicos e tecidos humanos), enquanto focos de contaminação, constituem
perigo para a saúde pública, tornou-se mais aguda a partir do desenvolvimento de graves
doenças transmissíveis, como a SIDA e a hepatite B. Esta situação levou o aumento das
preocupações com os cuidados a ter com os Resíduos Hospitalares, que se reflectiram
igualmente na criação de legislação especifica (que pretende evitar a sua deposição em
lixeiras, por exemplo), com o consequente crescimento das quantidades de resíduos a
incinerar provocando problemas ambientais graves. Com efeito, a heterogeneidade da massa
dos Resíduos Hospitalares e a falta de preparação das unidades de incineração para o
tratamento de quantidades crescentes de resíduos têm levado à impossibilidade do
cumprimento dos limites de emissão de gases cada vez mais estritos.

Os esforços feitos para remediar esta situação e que incluem a instalação de unidades de
incineração de maior dimensão e o tratamento adequado das emissões gasosas geram custos
que contribuem presentemente para um significativo aumento das despesas das entidades
hospitalares.

Assim, tem-se tornado necessário o desenvolvimento de diferentes práticas de gestão de RH


que permitam a redução da quantidade de resíduos a tratar e a introdução de processos de
tratamento alternativos à incineração.

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1.5- Políticas de Saúde e Ambientais

A Politica Nacional de Saúde (PNS), elaborada mediante um processo participativo e de


dialogo permanente, entre os diferentes actores a todos os niveis da Nação, expressa a firme
vontade do Estado Angolano de mobilizar os recursos humanos, financeiros e materiais
essenciais, em prol da saúde e do bem –estar de todos os angolanos. Como componente da
politica social, ela deve contribuir para a edificação uma sociedade livre, justa e solidária que
proporcione a plena concretização das potencialidades humanas e o usufruto por todos, dos
beneficios de um desenvolvimento sustentavel de Angola.

A política de saúde desenvolvida pelo governo da República de Angola é executada pelo


Ministério da Saúde através dos seus desmembramentos. Esta política pode ser reflectida
pelos objectivos de desenvolvimento sanitário do país, o objectivo essencial de aumentar o
acesso aos cuidados e de melhorar a qualidade destes últimos.

A Lei n.º 21-A/92 (Lei de Bases do Sistema Nacional de Saúde) estabelece as Linhas Gerais
da Política de Saúde. O Artigo 19º do Capítulo II, estabelece que compete às Autoridades
Provinciais de Saúde propor os planos de atividades e o orçamento respectivo, bem como
acompanhar a sua execução e deles prestar contas. O Artigo 31º do Capítulo III, regula o
Apoio ao Sector Privado, e no Artigo 33º a intervenção de Instituições Privadas de Fins Não
Lucrativo com Objetivo de Saúde.

A Lei n.º 5/87 (Regulamento Sanitário da República de Angola), estabelece as competências


das Autoridades Sanitárias e da Polícia Sanitária e Mortuária assim como a obrigatoriedade de
participação das doenças transmissíveis e das etapas a seguir nestes casos. Esta lei contempla
também a fiscalização de gêneros alimentícios.

A política de Ambiente desenvolvida pelo Governo da República de Angola, está


consubstanciada no Decreto n.º 51/04, de 23 de Julho – Lei de Bases do Ambiente. A Lei de
Bases do Ambiente, define os conceitos e os princípios básicos de protecção e conservação do
Ambiente, promoção e qualidade de Vida e do uso racional dos Recursos naturais. De acordo
com o Artigo 19º, “ O Governo deve fazer publicar e cumprir legislação de controlo da
produção, emissão, depósito, importação e gestão de poluentes gasosos, líquidos e sólidos”.
Está também contemplada nesta Lei a Educação Ambiental (Artigo 20º).

Em seguimento da Lei de Bases do Ambiente, foi aprovada a Lei nº 6/02, de 21 de Junho –


Lei das Águas, que estabelece os princípios gerais do regime jurídico inerente ao uso dos
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Recursos Hídricos. No Artigo 67º (desta Lei estão descritas as actividades interditas, sendo
interdito b) acumular resíduos sólidos, desperdícios ou quaisquer substâncias em locais e
condições que contaminem ou criem perigo de contaminação das águas.”

1.6- A Organização do Sistema de Saúde


1.6.1- Evolução Histórica do Sistema Nacional de Saúde

O Sistema Nacional de Saúde conheceu uma evolução histórica caracterizada por dois
periodos distintos: O Periodo Colonial e o Periodo pós-independência. Este ultimo,
subdividido em duas fase: A da economia Planificada e da economia de Mercado. Foram
produzidos três documentos importantes com o intuito de reformular o Sistema Nacional de
Saúde no geral e o Sistema de Saúde a nivel Municipal em particular:

❖ Politica Nacional de Saúde (PNS) (Angola, Maio 2010)


❖ Reforma do Sistema Nacional de Saúde (Angola, Outubro 2009)
❖ Revitalização do Sistema Nacional de Saúde a Nível Municipal (Luanda,
Setembro 2009).

Período Colonial Período pós-independência (1ª fase)

➢ Sistema de saúde acessivel a uma ➢ Estabelecidos através do SNS os princípios da


minoria privilegiada; universalidade e gratuitidade dos cuidados de
➢ Orientado para a resolução dos saúde;
problemas de saúde e dos que afectavam ➢ Prestação exclusiva pelo Estado, com excepção
a produtividade economica da colonia. de estomatologia, farmácias, escolas de
enfermagem, etc.
➢ Estratégia dos Cuidados Primários de Saúde
(CPS);
➢ Alargamento da rede sanitária;
➢ Recrutamento de profissionais ao abrigo de
acordos de cooperação.

Fonte: Politica Nacional de Saúde, aprovado por Decreto presidencial nº. 262/10, publicado em Diário da
República nº.222, I Série, de 24 de Novembro de 2010

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Período Colonial Período pós-independência (2ª fase)

➢ Sistema de saúde acessivel a uma ➢ Reafirmação do multipartidarismo;


minoria privilegiada; ➢ No inicio, intensificação do conflito politico e
➢ Orientado para a resolução dos militar com impacto negativo sobre o sitema de
problemas de saúde e dos que afectavam saúde (destruição da rede sanitária e carência de
a produtividade economica da colonia. profissionais de saúde);
➢ Introdução de reformas politicas,
administrativas e economicas (Lei de Base do
SNS – Lei nº 21-B/92, de 28 de Agosto);
➢ Estado deixa de ter a exclusividade na prestação
de cuidados de saúde (legalização do sector
privado);
➢ Introduzida a comparticipação dos cidadãos nos
custos de saúde, mantendo o sistema
tendencialmente gratuito e universal;
➢ Estabilidade macroeconomica, intensificação
do esforço para a reabilitação e reconstrução
nacional e alcance da paz;
➢ Aumento significativo dos recursos financeiros
do Estado alocado ao Sector da Saúde.

Fonte: Politica Nacional de Saúde, aprovado por Decreto presidencial nº. 262/10, publicado em
Diário da República nº.222, I Série, de 24 de Novembro de 2010

1.4.2.2- Organização e Estrutura Hierárquica de Prestação dos Cuidados de Saúde

De acordo com a Lei n.º 21-B/92, de 28 de Agosto – Lei de Bases do Sistema Nacional de
Saúde, no Artigo 1º, O Sistema de prestação de cuidados de saúde encontra-se
estratificado em três níveis hierárquicos de prestação de serviços, baseado na estratégia
dos Cuidados Primários de Saúde (CPS):

a) Nível Primário ou de Cuidados Primários de Saúde (CPS): Representado pelos postos,


centros de saúde, hospitais municipais, postos de enfermagem e consultórios médicos.
Constitui o ponto inicial de contacto da população com o sistema de saúde.
26
b) Nível Secundário ou Intermediário: Representado pelos hospitais gerais. É o nível de
referência para as unidades do primeiro nível.
c) Nível terciário ou de rede diferenciada: Representado pelos hospitais de referência ou
mono ou polivalentes diferenciados e especializados. É o nível de referência para as unidades
sanitárias do nível secundário.

Apesar desta clara hierarquização, o sistema de referência e de contra-referência não tem sido
operacional, principalmente devido a desestruturação do sistema de saúde e à redução da
cobertura sanitária decorrente do longo conflito que o país viveu (Angola, 2010). Estima-se
(Angola, 2010) que apenas cerca de 30 à 40% da população tem acesso aos serviços de saúde.
Ainda no que concerne ao Sistema de Saúde angolano, quanto a prestação de cuidados de
saúde, ela está dividida em três sectores:

Sector Público: Inclui o SNS, os Serviços de Saúde das Forças Armadas Angolanas e os
Serviços de Saúde do Ministério do Interior e as empresas públicas. Permanece como o
principal prestador dos cuidados de saúde a nível nacional, sem a qualidade desejada na
maioria dos casos, apesar dos progressos ultimamente registrados. A comparticipação nos
custos de saúde, nos moldes actuais de implementação, foi reconhecida como um obstáculo ao
acesso aos cuidados de saúde e a equidade.

Sector Privado: Inclui as instituições privadas com ou sem fins lucrativas. Quanto ao sector
privado lucrativo, ela está presente apenas nos principais centros urbanos, pouco expressivo
ao nível terciário, os preços dos cuidados de saúde limitam a acessibilidade da população. À
semelhança do que acontece no sector público, a qualidade dos serviços prestados está ainda
aquém do desejado (Angola, 2010); os profissionais do sector privado são os mesmos que
trabalham no sector público. Em relação ao sector privado não lucrativo, essencialmente
ligados às entidades religiosas e ONG´s, direcciona a prestação de cuidados para as camadas
mais vulneráveis das áreas suburbanas e rurais, ao nível dos CPS. Fraqueza do Sistema de
fiscalização e controlo, o que favoreceu a existência de um sector privado informal de
prestação de cuidados em condições questionáveis e por profissionais com qualificações mais
baixas.

Sector de Medicina Tradicional.

Quanto aos recursos fisicos de saúde, em relação as infra- estruturas temos:

27
● 11 hospitais nacionais (centrais)
● 45 hospitais provinciais (gerais)
● 140 hospitais municipais
● 359 centros de sáude (O rácio actual de centro de saúde é de 1 para 20.000 habitantes)
● 1841 postos de saúde

Quanto aos recursos humanos temos um total de:

● 67.078 trabalhadores, sendo que:


● 35,8% do regime geral da função pública;
● 50,3% do regime de carreiras de saúde.

Distribuição de Recursos Humanos.

➢ 85% dos médicos encontram-se em Luanda e nas capitais das provincias;


➢ 15% dos médicos encontram-se nas restantes partes do território.

Regime das Carreiras de Saúde.

❖ 1527 médicos (1001 nacionais e 526 estrangeiros), 1 médico para 10.000


habitantes.
❖ 27.465 profissionais de enfermagem; 1,75 enfermeiros para 1000 habitantes.
❖ 4787 técnicos de diagnóstico e terapêuta (94 com formação superior; 2667 com
formação média e 2026 com formação básica).

No âmbito do programa de reforma administrativa do Executivo, os Recursos Humanos são


agora geridos de forma descentralizada, pelo que deixou de existir articulação entre os órgãos
de Recursos Humanos do nível central, a Direcção Nacional dos Recursos Humanos (DNRH)
do MS e os do nível local e as direcções Provinciais de Saúde (DPS).

A DNRH procedeu à sua reorganização interna e autoformação para implementação do Plano


de Desenvolvimento de Recursos Humanos. As Direcçoes e estruturas de Recursos Humanos
a nível provincial e dos hospitais centrais (nacionais) estão a ser igualmente preparadas para o
efeito.

O Sistema Integrado de Gestão de Recursos Humanos (SINGERH) encontra-se em curso e


visa uma gestão dos Recursos Humanos mais célere, fiável e efectiva.

Financiamento da Saúde
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O Executivo continua a ser o maior financiador dos cuidados de saúde em Angola. A Lei de
Bases do Sistema Nacional de Saúde estabelece a participação de terceiros no financiamento
dos cuidados de saúde, bem como a comparticipação do cidadão nos custos da saúde. O
Orçamento Geral do Estado (OGE) é o instrumento do Executivo para financiar os cuidados
de saúde.

O OGE tem consignado entre 3,8 a 8% à Saúde (Sistema de Gestão Financeiro do Estado do
Ministério das Finanças, citado por Angola, 2010). A despesa per capita com a saúde tem sido
entre 5,7 e 19,1 dolares por ano, durante o período de 1997 a 2007. Os valores orçamentados
oscilavam entre 13 e 27 dolares. De 1997 a 2001 (com excepção de 1999), as despesas com o
pessoal absorveram a grande parte dos recursos orçamentados.

No que concerne ao financiamento da saúde, verifica-se um desequilibrio em termos


geográficos de distribuição das despesas com a saúde. As provincias do interior e mais
afectadas pela guerra são as que apresentam indicadores abaixo da média nacional.

As despesas continuam a ser fundamentalment orientadas para os cuidados hospitalares, as


evacuações ao exterior do pais e a gestão de saúde a nível central. A conversão dos hospitais
provinciais e municipais em unidade orçamentais com gestão autonoma aumentou o peso do
sector hospitalar nas despesas do Orçamento Geral do Estado (OGE). As despesas com os
CPS tem aumentado progressivamente desde 2000, ainda que se mantenha a falta de
condições básicas como a água e a electricidade (despesas correntes de funcionamento).

A comparticipação dos utentes nas despesas de saúde é uma alternativa para colmatar a falta
de recursos financeiros para as despesas correntes, mas tem constituido um obstáculo ao
acesso, sobretudo para as camadas mais vulneráveis na cidade Luanda (não existe informação
detalhada sobre as contribuições das familias nas despesas com saúde).

O papel da comunidade internacional no financiamento de saúde, sobretudo nos CPS, como


aquisição de medicamento essenciais e vacinas, foi importante durante os período do conflito
(1997-2001). Com o fim do conflito armado, os apoios eram maioritariamente direcçionados
para um desenvolvimento sustentável do SNS ou para o combate de certas endemias (ex:
VIH/sida, malária e tuberculose). Muitos doadores tradicionais do sector da saúde deixaram
de prestar o seu apoio.

Ainda de acordo com esta Lei, as estruturas Básicas de Saúde do Serviço Nacional de Saúde e
a sua cobertura, são as seguintes: Posto de Saúde, Centro de Saúde, Centro de Saúde de
Referência/Hospital Municipal, Hospital Geral, Hospital Central e Estabelecimentos e
29
Serviços Especiais. Esta Lei descreve ainda as várias estruturas Básicas de Saúde e as suas
competências e obrigações.

Segundo o publicado no Diário da República nº2 de 14 de Janeiro de 2000 – Estatuto


Orgânico do Ministério da Saúde, a estruturação administrativa dos cuidados de Saúde,
coordenada a nível central pelo Ministério da Saúde, é coordenada conforme o organograma
do Ministério da Saúde abaixo descrito.

1.7- A teoria das Externalidades

Segundo a teoria económica do meio ambiente propõe uma formalização dos problemas
«ambientais» conforme ao quadro da microeconomia neoclássica ( Fisher e Peterson, 1971;
Cropper e Oates, 1992). Ela encara o seu tratamento sob o prima da procura de uma solução
que tenha todas as características de estado ó ptmo (poluição óptima, por exemplo).

A economia neoclássica, cuja análise assenta sobre o sistema de mercados concorrenciais,


poderia parecer bastante desprovida para tomar em conta fenómenos claramente pertencentes
ao domínio do extra-económico, ou até ao domínio da natureza, pela sua origem, mas que, no
entanto, não deixam de ter vinculos com a esfera das actividades económicas.

Ela gerou, contudo, com o conceito de efeito externo (ou, mais precisamente, com o de
deseconomia externa), uma representação da «falência» do mercado susceptível, ao mesmo
tempo, de oferecer uma descrição dos fenómenos de nocividade e de poluição coerente com a
sua definição do económico e também de fornecer instrumentos de correcção de tais
fenómenos, correcção susceptível de reconduzir a economia ao seu estado de optimum.É pois
necessário demorarmo-nos neste conceito de efeito externo.Mostraremos como a teoria das
externalidades, nascida com Pigou, se vai desenvolver até cobrir numerosos casos de
«falência» do mercado e, da noção de optimum.Um determinado número de instrumentos
económicos derivam direitamente desta análise neoclássica e constituem os meios essenciais
das políticas de ambiente.Estas comportam igualmente instrumentos não económicos.

Porém, é com Pigou (1920) que são colocados os fundamentos da teoria padrão das
externalidades (Mishan, 1971; Laffont, 1977; Bohm, 1987).

Pigou dá do efeito externo uma definição mais clara que a de Marshall, definição que insiste
no carácter exterior-ao-mercado do efeito:«A essência do fenómeno é que uma pessoa A, ao
mesmo tempo que fornece a uma outra pessoa B um determinado serviço pelo qual recebe um
pagamento, ocasione na mesma altura vantagens ou inconvenientes de uma natureza tal que

30
não possa ser imposto um pagamento àqueles que delas beneficiam, nem uma compensação
antecipada em proveito daqueles que as sofrem.»

Notam-se imediatamente dois pontos inteiramente novos em Pigou: O efeito é positivo ou


negativo, ou seja, perfeitamente simétrico: falar-se-á a partir daí de economia externa se o
efeito for positivo, e de deseconomia externa se o efeito for negativo.

A ausência de compensação por um pagamento exprime o carácter não comercial que está na
origem da economia ou da deseconomia. Externa não quer dizer externa à empresa, como
para Marshall, mas exterior à troca comercial. Para Pigou, a economia ou deseconomia
externa é analisável em termos de divergências entre custo privado e custo social (sendo o
custo social tomado no sentido de custo para o conjunto dos agentes económicos que formam
a colectividade ) (Jessua, 1968; Boisson, 1970).

Pode, com este efeito considerar-se que qualquer actividade económica um custo. O conjunto
dos custos impostos por uma actividade à colectividade constitui o custo social. Uma parte
deste custo social é compensada pelos pagamentos efectuados pelo agente que está na origem
da actividade: tais são, por exemplo, os custos das matérias- primas ou do factor trabalho.
Estes são custos privados do agente. Podem contudo existir outros custos impostos a outros
agentes sem que um pagamento venha proporcionar a mínima compensação: tais são os custos
ocasionados pela poluição emitida por ocasião de uma actividade de produção industrial.Uma
poluição da água, por exemplo, acarretará toda uma série de custos: perda de carácter estético
de um curso de água ( perda de amenidades ), impossibilidade de praticar certos
entretenimentos (banho), utilização da água tornada impossível ou mais dispendiosa ( água
potável, água destinada a processos industriais ), perdas devidas à mortalidade dos peixes,
etc.Nenhum destes custos é compensado pecuniariamente.

Para Pigou, as vantagens ou os inconvenientes «ocasionados» sem compensação pecuniária


podem, todávia, ser avaliados monetariamente. Desde então, se este custo ( ou este benefício )
for tomado em conta na soma dos custos ( ou dos benefícios ) que determinam o custo social,
vê-se que este custo social é na realidade maior que o custo privado suportado pelo emissor
(ou menor, no caso de uma economia externa positiva).

Aqui admita-se por hipótese uma actividade de produção industrial de um qualquer bem. Na
ausência de qualquer regulamentação antipoluição ou intervenção e admitindo um mercado de
concorrência perfeita para esse bem, o preço e a quantidade produzida de equilibrio serão
respectivamente P e Q (figura 5.1). Se se admitir que são infligidos a outros agentes custos
31
não compensados por esta produção, ou seja, que existe, devido à poluição, uma
externalidade, pode dizer-se que o preço de mercado P não reflecte a totalidade dos custos
gerados pela dita produção. O custo privado de produção deve na realidade ser aumentado aos
elementos do custo social até então não tomados em conta, o que se traduz, na figura 5.1, por
um deslize da curva de oferta de S para S’, quer dizer, pela passagem do custo marginal
privado ao custo marginal social. A tomada em conta destes custos, que corresponde à
internalização da externalidade, provoca a determinação de um novo preço P’ mais elevado
para o para o bem e de uma menor quantidadeproduzida.

Nos 40 anos que seguem a obra de Artur Pigou, o debate acerca dos efeitos externos continua.
São propostas de tentativas de clarificação que acabam todas por situar as externalidades,
relativamente ao optimum paretiano, definido como a situação fora da qual ninguém pode
aumentar os seus ganhos sem diminuir os de um outro.

Por outras palavras, se toda a gente se concilia para qualificar de não óptima uma situação que
comporte externalidades, as opiniões começam a divergirem no que respeita aos efeitos sobre
um eventual retorno ao optimum das medidas correctivas tomadas para suprimir (para
internalizar) as externalidades.

1.7.1-Classificação das externalidades

O ensinamento da economia do bem-estar na época de Artur Pigou é pois que, se a produção


de uma empresa acarreta uma nocividade qualquer que afecte directamente, e sem
compensação possível pelo mercado, o bem-estar de outros agentes económicos, o custo
marginal social da produção é mais elevado que o custo de produção marginal privado.

Este afastamento faz com que já não nos encontremos numa situação correspondente a um
optimum paretiano. O único meio de voltar a uma situação óptima em termos paretianos é
preencher o afastamento entre custo social e custo privado. Isto é aquilo a que se chama
internalizaçã o da externalidade.

32
A modalidade de internalização proposta por Artur Pigou é preencher o desvio custo social -
custo privado fazendo pagar uma taxa ou uma renda 2 ao emissor da nocividade, taxa cujo
montante é evidentemente igual à diferença entre custo social e custo privado.

A internalização da externalidade, fenómeno exterior ao mercado, traduz-se por um


pagamento que, de algum modo, vem atribuir um preço à nocividade. O preço do bem
produzido é então igual ao custo marginal social do bem (custo marginal privado + taxa).
Pode-se também dizer que a instauração desta taxa equivale a fazer tomar em consideração a
deseconomia entre os custos do emissor (ela é de facto considerada sob a forma da taxa que
o emissor paga).

Esta solução de internalização através de uma taxa, preconizada por Artur Pigou, é conhecida
pelo nome de solução pigoviana da externalidade, e foi desenvolvida e formalizada em
particular por Meade (1952).

Um debate tem todavia lugar em torno desta solução fiscal proposta por Pigou. Ele diz
respeito à optimalidade da situação proveniente desta solução. Para Pigou, o carácter óptimo
da solução da taxa não deixa qualquer dúvida, sendo isto de facto proveniente da definição
que ele dá de exterioridade como divergência entre custo social e o custo privado. Numerosos
autores liberais, pouco inclinados a preconizar soluções fiscais, contestam evidentemente a
optimalidade da posição pigoviana e exigem, para o alcance do optimum, uma condição
suplementar; que o produto da taxa seja entregue à vítima do efeito externo, a fim de que à
vítima veja o prejuízo residual compensado.

1.8- A internalização Pigoviana: A solução fiscal

Como se viu a propósito de Pigou, os efeitos externos podem ser positivos ou negativos. Os
termos economia externa e deseconomias externas foram os que se impuseram para designar
respectivamente estes dois tipos de efeitos.

É claro que, em matéria de economia do meio ambiente, são os efeitos externos negativos
(deseconomias externas) que permitem representar os fenómenos de nocividade e de poluição.
Os efeitos externos positivos também podem, contudo, justificar certas situações, por
exemplo, no domínio da paisagem: assim, pode-se considerar que o proprietário de um jardim
2Empregar-se-á indiferentemente os termos «taxa» e «renda». Uma distinção entre estes dois termos não poderia com efeito ser pertinente de um ponto de vista fiscal, e tem pouco interesse do
ponto de vista económico, que aqui nos ocupa. Em termos fiscais, distingue-se a taxa, levantamento sem contrapartida em proveito do estado ou das colectividades locais, geralmente não

aplicado, e a renda, levantamento como contrapartida de um serviço ( for por serviço prestado ) e aplicado a fins específicos.

33
particularmente cuidado e visível da rua fornece um efeito externo positivo a todos os
transeuntes.

De modo mais geral, tais economias externas provocam o aparecimento no mercado de uma
oferta de bens ou de recursos inferior ao que ela seria na ausência de externalidade.

Uma outra distinção importante é oriunda da discussão sobre o conceito de externalidade,


discussão à qual os nomes de Buchanan (1969) e de Meade (1952, 1973) ficaram ligados.
Trata-se da distinção a fazer entre as externalidades pecuniá rias e as externalidades nã o
pecuniá rias3.

As primeiras, as externalidades pecuniá rias, sobrevêm quando a interacção entre agentes,


característica da externalidade, passa pelos preços, por exemplo, através de um aumento do
preço de mercado de um bem. Suponhamos que uma nova empresa se instala numa dada
região e que esta instalação acarreta um aumento do aluguer de terrenos industriais. Este
aumento dos alugueres cria uma externalidade negativa para as empresas já instaladas, que
vêem crescer sem contrapartida as suas despesas de aluguer.

Evidentemente, pôde contestar-se o carácter de externalidade de tal efeito. Tudo depende da


definição que se dê de externalidade: se se incluir a necessidade de que a interacção entre
agentes se faça fora do mercado, é claro que a externalidade pecuniária não corresponde à
definição de externalidade; se a está-se seguramente na presença de um tipo particular de
externalidade.

A externalidade pecuniária, com efeito, não acarreta uma falência do mercado, ou seja, uma
concessão não óptima dos recursos, como faz a externalidade não pecuniária. No caso acima
citado, o mercado de terrenos industriais fornece um mecanismo com ajuda do qual as
empresas podem arbitrar a satisfação das suas necessidades de terrenos: os preços que daí
resultam reflectem o valor dos terrenos nas suas diferentes utilizações, podendo mesmo
afirmar-se que sem externalidade pecuniária ( e sem a alta de preços que a causa ) os avisos
de preços não chegariam a fazer alcançar uma nova concessão óptima dos recursos.

A distinção entre externalidades dependentes do optimum de Pareto ( Pareto relevante ) e


externalidades não dependentes do optimum de Pareto ( Pareto irrelevante ) é igualmente

3 A distinção foi pela primeira vez introduzida por Viner (1931) e retomada por Scitovsky (1954)

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interessante ( Buchanan e Stubblebine, 1962 ). Pode considerar-se como «Pareto relevante»
qualquer externalidade cuja internalização conduz a uma melhoria no sentido do optimum de
Pareto, quer dizer, a um ganho social líquido. Inversamente, é considerada como Pareto
irrelevante qualquer externalidade cuja internalização não ocasionaria um ganho social
líquido. A internalização de tal externalidade não parece portanto necessária na visão do
critério de optimum de Pareto4.

Finalmente, Pearce (1976) introduziu a distinção, particularmente importante em matéria de


ambiente, entre externalidades estáticas e externalidades dinâmicas. As primeiras são em
geral específicas, localizadas e reversíveis, e a sua solução depende da internalização entre
agentes económicos. As segundas implicam efeitos ecológicos prolongados sobre o meio
ambiente5 e, não podendo ser reduzidas a uma relação além mercado entre agentes, dependem
de outros métodos de solução que não apenas a internalização.

A excessiva generalidade do conceito de externalidade nas suas relações com aquilo a que se
convencionou chamar as falências do mercado levou a ligá-lo preferencialmente aos direitos
de propriedade.

1.9- O teorema de Coase e a negociação bilateral

Segundo a posição de Artur Pigou não implica qualquer espécie de compensação pelos
prejuízos sofridos pela vítima em virtude da existência da externalidade e o levantamento
fiscal basta para assegurar o desaparecimento desta última.

Se se exigir que o produto da taxa compense efectivamente a perda de bem-estar sofrida pela
vítima, é óbvio que se entra num mundo simétrico, caracterizado por relações bilaterais entre
emissor da deseconomia externa e «vítima».

Para Ronald Coase (1960), a internalização não pode provir senão de uma negociação
bilateral entre emissor e vítima, ou seja, de uma discussão de preços entre os agentes
4 Sobre «a melhoria paretiana», ver Dragun e O’connor (1993)
5
Tais são as poluições globais ( alteração da camada de ozono, aumento do efeito estufa), caracterizadas pela sua
globalidade, sua irreversibilidade, a incerteza e a complexidade.

35
económicos em causa, desde que, esclarece, o custo da organização dessa negociação não seja
proibitivo e nunca ultrapasse o ganho social que dele se pode esperar. Há que insistir nesta
condição de nulidade dos custos de transacção (ou de organização da negociação), essencial
para a demonstração de Coase e vezes omitida por alguns comentadores.

O que preocupa efectivamente Coase, na crítica que articula da posição tradicional da


internalização, é o carácter unilateral da solução fiscal pigoviana. Ele escreve: «A questão é
comummente posta nos seguintes termos: A inflige um dano a B e deve decidir-se como
restringir as actividades de A. Para Coase isto é errado. Na realidade, somos confrontados
com um problema de natureza recíproca. Evitar lesar B lesará A. Para Coase a verdadeira
questão a colocar é a de saber se se deve permitir a A lesar B ou a B lesar A.»

Para Coase, só a negociação bilateral dá lugar, por definição – por construção, poderia dizer-
se -, a duas variantes simétricas:

Variante 1: O pagamento pelo emissor da externalidade de uma indemnização compensatório


dos prejuízos sofridos pela vítima em virtude da manutenção da sua actividade.

Variante 2: O pagamento pela vítima potencial de uma soma susceptível de dissuadir o


emissor de se entregar à sua actividade nociva.

O teorema de Coase6 consiste em dizer que, tanto no caso como no outro, é o montante que
cada um aceita receber e/ou pagar que determina o ponto de equilíbrio da negociação. Este
ponto é idêntico em ambos os casos e constitui um optimum.

O tipo de variante 1 ou 2 que se estabelece no decurso da negociação depende, como nos diz
Coase, da concessão inicial dos direitos de propriedade entre os agentes, o que torna a admitir
a prior uma regra de responsabilidade.

No caso de uma poluição oriunda de A e que atinge B, se A possui os direitos de propriedade


sobre o ambiente, prossegue Coase, então B, a «vítima», deve indemnizá-lo a fim de o
impedir de prejudicar. Se é B, pelo contrário, quem possui estes mesmos direitos, A deve
então compensar os prejuízos sofridos indevidamente por B.

6 O teorema de Coase deu lugar a uma abundante literatura, uma parte da qual se encontra no «Coase teorem
symposium», Natural Resource Journal, (1973 e 1974) vol. 13-14.Para uma perspectiva mais recente, ver
Canterbery e Marvasti (1992), Ragni (1992).

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A validade do teorema de Coase necessita da ausência de custos de transacção. No caso em
que os custos de transacção são elevados e ultrapassam os benefícios que as partes podem
obter de uma negociação, nenhuma negociação terá lugar. Este resultado, que pode parecer
evidente, coloca no entanto um problema lógico à argumentação de Coase. Como nos
lembram Pearce e Turner (1990): «Se a negociação tem lugar, o montante da externalidade
daí resultante é óptimo em virtude do teorema de Coase. Se esta não tem lugar, encontramo-
nos também no optimum, pela simples razão que os custos de transacção ultrapassam então os
benefícios líquidos aguardados da negociação. Tem-se pois uma teoria irrefutável 6 da
externalidade ideal: o que quer dizer que todas as externalidades que se podem observar são
ideais e que não existe portanto nenhuma razão para fazer seja o que for a seu respeito.
Porém, esta demonstração, que apela a proposições irrefutáveis é, ela própria, irrefutável.»

Apercebemo-nos já, na análise de Coase, do destaque dado aos direitos de propriedade. Este
aspecto é desenvolvido por Dales, o qual proporciona simultaneamente uma nova definição de
externalidade e um novo modo de internalização desta.

1.10- Dales e a troca dos direitos de propriedades

O economista canadiano Dales (1968) atribui a existência das externalidades a uma causa
exclusiva: a ausência ou a má definição dos direitos de propriedade sobre os bens.

Segundo Dales, que nisso segue toda uma corrente neoclássica que desenvolveu a teoria dos
direitos de propriedade (Bromley, 1991), os direitos de propriedade devem ser exclusivos e
transferíveis a fim de permitir a troca mercantil. Pode efectivamente dizer-se, numa primeira
aproximação, que só se troca aquilo que se possui, e que somente um direito de propriedade
exclusivo e transferível dá o poder de mudar a forma, a substância e o local de um bem, ou de
o transferir totalmente ou em parte para outrem.

De modo mais geral, uma dada estrutura de direitos de propriedade, em situação de


concorrência, só permite atingir um optimum se possuir quatro características:

- universalidade: todos os recursos existentes devem ser apropriados privativamente e os


correspondentes títulos de propriedade não devem ter qualquer ambiguidade;

- exclusividade: todos os custos e todos os benefícios gerados pela posse e a utilização do


recurso devem estar a cargo do proprietário ou voltar a ele, e só a ele, seja directamente, seja
indirectamente através de uma troca mercantil;

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- transferibilidade: todos os direitos são livremente transferíveis através de uma troca
voluntária;

- aplicabilidade: os direitos de propriedade devem ser respeitados e protegidos contra as


usurpações involuntárias ou voluntárias de outrem.

As externalidades, as quais são interacções exteriores à troca mercantil, correspondem


portanto a uma carência de direitos de propriedade sobre os «bens ambientais». Pode ver-se aí
um retomar da ideia dos neoclássicos (particularmente desenvolvida por Say), considerando,
em conformidade com a velha concepção do direito romano das «coisas sem dono»
(resnullius), o ar, a água, etc., como «bens livres», quer dizer, não apropriados e, logo, não
económicos.

Há igualmente bens sobre os quais os direitos de propriedade são «atenuados». É o caso, por
exemplo, dos bens públicos que podem ser consumidos por todos sem rivalidade, por outras
palavras, o seu consumo por um agente não diminui o seu consumo por um outro, e sem
exclusão, quer dizer, os consumidores não podem excluir os outros eventuais consumidores.

Se não for esse o caso, Dales propõe estabelecer um leque de direitos de propriedade
exclusivos e transferíveis cada vez que for necessário sobre os bens até então considerados
como não apropriáveis e, como tal, fonte de externalidades. É este o caso, em particular,
quando os bens em questão são utilizados com a finalidade de evacuação ou de
armazenamento de desperdícios ou de recursos (água, ar, solo). Estes direitos de utilização, os
quais constituem afinal verdadeiros «direitos a poluir», podem ser objecto, como qualquer
direito de propriedade, de troca mercantil num mercado em que Dales aspira a ver possuir
características concorrenciais. Neste tipo de mercado organizado, por exemplo, sobre o
modelo bolsista, vai-se fixar um preço de equilíbrio: este será igual ao custo marginal de
depuração para um dado montante de poluição.

Segundo Dales trata-se portanto, uma vez mais, de um modo de internalização da


externalidade: encontrando a sua origem numa falência dos direitos de propriedade, a
reconstituição destes e a sua troca mercantil tem como resultado a fixação de um preço de
equilíbrio que tem todas as características de um optimum paretiano: com efeito, a este preço
a externalidade é reintegrada no cálculo económico dos agentes e desaparece enquanto
fenómeno exterior ao mercado.

38
1.11- O optimum de poluição
CAPÍTULO II- CARACTERIZAÇÃO DA MATERNIDADE LUCRECIA PAIM
2.1- O contributo da Instituição na sociedade

A Maternidade Lucrécia Paim foi inaugurada no dia 8 de Setembro de 1938 com o nome de
Maria do Carmo Vieira Machado, tendo no ano de 1972 passado a chamar-se de Maternidade
Central. Em meados dos anos de 1982 sob a direcção do Dr. Silvério Gerim Paim, a
Maternidade Central foi reformada e baptizada de Maternidade Lucrécia Paim, uma forma de
homenagear Lucrécia Paim, Heroína guerreira da luta armada, que combateu na guerra para
independência de Angola.

Nesta época, a Maternidade era conhecida como o maior centro de atendimento ao público
materno-infantil de Luanda e das demais Províncias. Contava com uma média de 300
funcionários prestando serviços de consultas externas, bloco operatório e internamento. Com
o referido projecto, a instituição teve ganho de serviços de imonuhemoterapia,
videolaparascopia, histeroscopia, reprodução assistida genética projecto de assistência de
prematuros com sulfatantes, serviços de mamas, serviços de telemedicina, serviços de
densitometria, serviços de anatomia patológica, serviços de banco de leite, digitalização de
arquivo clínico, prospecção da marca transportação por tubos pneumáticos, lavandaria,
gabinete do utente, custos e orçamentos, informatização, e biossegurança.

Em 31 de Janeiro de 2006 foi nomeado como Director Geral da Maternidade Lucrécia Paim
Doutor Abreu Pecamena Tondesso.

ESTRUTURAS INICIAIS

A sua estrutura física é composta por 3 edifícios, sede pioneira (asa branca) pavilhão (antiga
fisiologia) e o edifício central, composto por nove pisos com uma capacidade instalada de 50
camas, abrigava os serviços de patologias obstetrícas e ginecologicas, puerpérios fisiológicos
e patológicos, cirurgias obstétricas, salas de partos, blocos operatórios, bancos de urgências,
cozinha...

39
De 1975 a 2005

Teve como Directores Gerais, de 1975 a 2005 Drº Silverio Gerim Paim, Cristina Odeth de Sá,
Madalena Nogueira, Maria de Fátima Madeira Rha, Paula Adão de Campos, José Bastos dos
Santos, Judith Josefina Q. Ferreira e Domingos Mpembele.

O PLANO ESTRATÉGICO

Teve em 1998 como plano estratégico tornar funcional o edifício de 9 pisos através de:
Organização, administrativa, renovação de imobiliários e equipamento médico-cirúrgico,
recuperação e reactivação de serviços de apoios, tais como: água, lavandaria, elevadores,
electricidade, e transporte.

Em 7 de Junho de 2004 a Maternidade teve de optimizar sua estrutura física, com uma
previsão na altura de 36 meses para sua conclusão, possibilitando melhorar a qualidade e
dignidade no atendimento aos utentes e adequá-la para vertente académica e de pesquisa.

40
A Maternidade conta com uma gestão participativa reestruturação do quadro funcional e passa
por reabilitação na sua estrutura física.

SERVIÇOS

Direcção Geral Direcção Clínica

41
Direcção Administrativa Direcção Pedagógica

Laboratório (Diagnóstico e Terapêutico) Área de Urgência

Resumo do serviço

42
Serviço de Planeamento Familiar Área de Ambulatório

Departamento de Planeamento e Gestão Dept. de Equipamento e Manutenção

Área de Internamento Dept. de Pré e Pós-Graduação

43
Departamento de Formação Permanente Departamento de Investigação

Serviços de Neonatologia

2.2- A Missão, Objectivos, Visão e Valores

Missão

A Maternidade Lucrécia Paim tem como missão:

-Garantir o atendimento humanizado e especializado da mulher e do neonato por meio de


serviços preventivos e curativos com equipas multidisciplinares, alta tecnologia e programas
de ensino e pesquisa para reduzir o índice de morbi-mortalidade no país.

Valores

44
A Maternidade Lucrécia Paim tem como valores:

- Atendimento humanizado;

- Respeito das diferenças sócio culturais e políticas;

- Valorização, capacitação e desenvolvimento dos funcionários;

- Comunicação ágil, clara e precisa;

- Incentivo ao desenvolvimento do ensino e da pesquisa;

- Actuação com profissionalismo, dignidade e ética;

- Respeito da imagem e história da Maternidade;

- Zelo com o património público;

- Orgulho de fazer parte da equipa da Maternidade Lucrécia Paim.

Competência Essencial

- Determinação e compromisso com o atendimento.

Visão

A Maternidade Lucrécia Paim, pretende ser referência em Saúde integral da mulher e do


neonato em Angola e na região da SADC.

2.3- Recursos Humanos

Em termos de recursos humanos a Maternidade Lucrécia Paim, conta com um leque de


profissionais competentes e capacitados desde médicos, enfermeiros, administrativos,
técnicos, catalogadoras, auxiliares de limpeza entre outros para dar resposta a toda a
população que procuram os seus serviços:

Apresentamos então o número de recursos humanos em funções por categoria, especialidade e


nacionalidade nos seguintes quadros abaixo:

Médicos

Categoria Nacionais Estrangeiros

Médicos Chefe de Serviço 9 3


Médicos Assistentes 19 1
Médicos Assistentes Graduados 9 1

45
Médicos Interno Complementar 13
II
Médicos Interno Complementar 6
I
Médicos Interno Geral 6
Anestesista 1 1
Pediatra 4 3
Gineco- Obstetra 64 5
Outros 7
TOTAL 138 14
Fonte: Maternidade Lucrécia Paim

Obs: Não foram incluídos 17 médicos de nacionalidade cubana nas especialidades de


Anestesia, Cirurgia Geral, Cirurgia Oncológica, Cuidados Intensivos, Anatomia Patológica,
Bioestatística, Analises Clínicas, Hematologia, Neonatologia, Imagiologia e 4 Licenciados em
Enfermagem. Não foram incluídos também 4 médicos de nacionalidade Ucraniana, na
especialidade de Anestesia e Neonatologia por não fazerem parte do aplicativo salarial da
Maternidade.

A Maternidade Lucrécia Paim tem 138 médicos nacionais e 14 médicos estrangeiros.

Enfermeiros

Categoria Nacionais Estrangeiros

Licenciados em Enfermagem 10
Bacharel em Enfermagem 3
Técnicos de Enfermagem Especializado 45 1
Técnicos de Enfermagem 237 3
Enfermeiros Auxiliares 83
TOTAL 378 4
Fonte: Maternidade Lucrécia Paim

Obs: Não foram incluídos 4 Enfermeiros de nacionalidade cubana

A Maternidade Lucrécia Paim tem 378 enfermeiros nacionais e 4 estrangeiros.

Técnicos de Diagnósticos e Terapêuticos

Categoria Nacionais Estrangeiros

46
Analises Clínicas 7
Técnico Superior Psicologia 5
Outros 1
Farmácia 14
Radiologia 5
Técnico Médio Laboratório 45 2
Estomatologia 2
Outros 2
Radiologia 1
Técnico Básico Laboratório 7
TOTAL 89 2
Fonte: Maternidade Lucrécia Paim

A Maternidade Lucrécia Paim tem um total de técnicos de diagnósticos e terapêuticos de 89


técnicos nacionais e 2 estrangeiros.

Administrativos

Categoria Nacionais Estrangeiros

Técnico Superior 3
Técnico de 3ª Classe 1
Técnico Médios 12
Escriturário Dactilografo 25
Aux. Administrativo Principal 5
Aux. Administrativo de 2ª classe 8
Oficial Administrativo Principal 7
1º Oficial Administrativo 1
2º Oficial Administrativo 6
3º Oficial Administrativo 2
Tesoureiro 1
TOTAL 71
Fonte: Maternidade Lucrécia Paim

A Maternidade Lucrécia Paim possui um número total de pessoal Administrativos de 71


funcionários.

Pessoal Auxiliar

Categoria Nacionais

Motorista de Pesado 9
Motorista de Ligeiro 3
Catalogador 35
Vigilante 81
Copeira 29
Costureiro 5
Maqueiro 19
47
Porteiro 4
Roupeiro 4
Cozinheiro 8
Encarregado qualificado 10
Encarregado não qualificado 1
Operário qualificado 3
Operário não qualificado 4
Operário de Lavandaria 23
Auxiliar de Limpeza 58
Fiel de armazém 4
Telefonista 3
TOTAL 303
Fonte: Maternidade Lucrécia Paim

A Maternidade Lucrécia Paim possui um número total de pessoal Auxiliares de 303


funcionários.

2.4- O nível de produção de consultas anuais


Apresentamos em seguida o nível de produção anual de consultas em várias especialidades:

ACTIVIDADES ANO 2012 ANO 2013 Variação da


produção em %

CONSULTAS EXTERNAS
- Consultas de Obstetrícia (ARO) 4.719 6.531 27,74
- Consultas de Adolescentes 1.595 1.539 -3,64
- Consultas de Pós cesariana 1.005 1.590 36,79
- Consultas de Neonatologia 5.550 6.395 13,21
- Consultas de Planeamento 3.386 3.993 15,20
Familiar
- Consultas de Anestesia 346 260 -33,08
- Consultas de Ginecologia 6.727 6.690 -0,55
- Consultas de P.T.V. (SIDA) 2.397 2.990 19,83
- Consultas de Oncologia 320 259 -23,55
- Consultas de Pré-operatório 21 2 -950
- Consultas de Medicina 145 27 -437,04
Reprodutiva
- Consultas de Cirurgia 35 143 75,52
- Consultas de Patologia de Mama 20 32 37,5
- Consultas de Hematologia * 49
- Consultas de Psicologia 219 381 42,52
TOTAL DE CONSULTAS 26.485 30.881 14,24
Fonte: Maternidade Lucrécia Paim

No que concerne a produção houve um aumento de 14,24% no número total de consultas no


ano de 2013 em relação ao período homólogo. Por outro lado houve uma redução de -950%
nas consultas de pré-operatório, assim como uma redução de -437,04% nas consultas de
48
medicina reprodutiva e um aumento de 75,52% nas consultas de cirurgia. Devido a falta de
dados no ano de 2012 não existe uma variação das consultas de hematologia.

Distribuição de camas por Serviços - 1

Hospital Neonatologia Puerpério Serviço de


Fisiológico Toxemias
2012 201 2012 2013 2012 2013 2012 2013
3
- Nº de camas 400 400 10 66 12 15 12 22
instaladas
- Nº de camas reais 222 222 10 66 12 15 12 22
- Médias de camas 252 246 10 66 12 15 12 22
reais
Fonte: Maternidade Lucrécia Paim

A tabela acima mostra-nos a distribuição de camas por serviços em que o serviço de


Neonatologia teve um aumento de 84,85% na sua capacidade instalada, o mesmo aconteceu
com o número de camas reais e média de camas reais de 2013 em relação ao ano homólogo.
Quanto o serviço de Puerpério Fisiológico teve um aumento de 20% tanto na capacidade
instalada, médias de camas reais e número de camas reais de 2013 em relação ao ano
homólogo. O serviço de Toxemias teve um aumento de 45,45% na sua capacidade instalada,
na sua média de camas reais e no número de camas reais de 2013 em relação ao ano
homólogo.

Distribuição de camas por Serviços - 2

Puerpério Puerpério Cirurgia Cirurgia


Patológico Fisiológico Obstétrica Ginecológica
201 2013 2012 2013 2012 2013 2012 2013
2
- Nº de camas 12 20 12 15 47 50 12 20
instaladas
- Nº de camas reais 12 16 12 15 47 50 12 16
- Médias de camas 12 16 12 15 47 50 12 16
reais
Fonte: Maternidade Lucrécia Paim

Dando continuidade a interpretação dos resultados na segunda tabela o serviço de Puerpério


Patológico teve um aumento de 40% na sua capacidade instalada, e 25% no números de
camas e médias de camas. Por outro lado o serviço de Puerpério Fisiológico teve um aumento
de 20% na sua capacidade instalada, bem como no número de camas reais assim como nas
49
médias de camas reais. Por conseguinte o serviço de Cirurgia Obstétrica teve um aumento de
6% na sua capacidade instalada, no número de camas reais assim como nas médias de camas
reais de 2013 em relação ano homólogo. Enquanto o serviço de Cirurgia Ginecológica teve
um aumento de 40% na sua capacidade instalada, e um aumento de 25% no número de camas
reais bem como nas médias de camas reais no ano de 2013 em relação ao ano homólogo.

Distribuição de camas por Serviços - 3

Malária Serviço de Patologia Cuidados


Complicada Ginecológica Obstétrica Intensivos
2012 2013 2012 2013 2012 2013 2012 2013
- Nº de camas 4 4 8 11 * * 4 4
instaladas
- Nº de camas reais 4 4 8 11 * * 4 4
- Médias de camas 4 4 8 11 * * 4 4
reais
Fonte: Maternidade Lucrécia Paim

*Não há dados (serviço encerrado, devido as obras de reabilitação)

Na tabela 3 o serviço de Malária Complicada não variou no ano de 2013 em relação ao ano
homólogo mantendo-se tudo constante. Por outro lado o serviço de Ginecológica teve um
aumento de 27,27% na capacidade instalada, assim como no número de camas reais, bem
como nas médias de camas reais no ano de 2013 em relação ao ano homólogo, enquanto o
serviço de Patologia Obstétrica não houve dados devido as obras de reabilitação. Quanto o
serviço de Cuidados Intensivos manteve-se tudo inalterado ou seja não houve variação de
2012 para 2013.

Distribuição de camas por Serviços – 4

Bloco Sala de Partos Banco de Urgência


Operatório
2012 2013 2012 2013 2012 2013
- Nº de camas 6 6 12 12 10 6
instaladas
- Nº de camas reais 6 6 12 12 10 6
- Médias de camas 6 6 12 12 10 6
reais
Fonte: Maternidade Lucrécia Paim

A tabela 4 mostra que tanto o Bloco Operatório assim como a Sala de Parto não tiveram
variações nas suas capacidades instaladas, número de camas reais bem como as médias de
camas reais de 2012 para 2013 mantendo-se tudo constante. Enquanto o Banco de Urgência
50
teve uma diminuição de 66,67% da sua capacidade instalada, número de camas reais assim
como na sua média de camas reais no ano de 2013 em relação ao ano homólogo.

Devidas as obras de reabilitação, a Maternidade continua a trabalhar por debaixo das suas
capacidades de internamento, facto que tem criado um grande constrangimento no dia-a-dia.

INTERNAMENTO

HOSPITAL Variação do
internamento em
%
2012 2013
- Internadas 55.514 51.453 -7,89%
- Média de 165 206 19,90%
Hospitalização
- Taxa de Ocupação 106,05 90,84 -16,74%
- Média de estadia 1,21 1,26 5%
- Índice de Rotação 333,52 260,75 -27,91%
- Intervalo de 0,0 0,13 100%
Substituição
- Dias camas 62.811 74.287 15,45%
- Dias doentes 66.608 67.479 1,29%
- Saídas 55.031 53.714 -2,45%
Fonte: Maternidade Lucrécia Paim

Os números de doentes internadas na Maternidade diminuíram em -7,89% no ano de 2013 em


relação ao período homólogo. A média de hospitalização de 165 doentes no ano de 2012
passou para 206 doentes no ano de 2013 com um aumento de internamento de 19,90% em
relação ao ano homólogo. A maternidade teve uma redução na sua taxa de ocupação de -
16,74% dos seus doentes no ano de 2013 em relação ao período homólogo que era de 106,05
doentes. Por outro lado a média de estadia que era de 1,21 dias em 2012, não sofrendo um
aumento significativo no ano de 2013, mantendo os mesmos 1,26 dias o que corresponde a
uma variação de 5% frente ao período homólogo. Quanto ao índice de rotação a maternidade
teve uma redução de -27,91% face ao período homólogo. Por conseguinte o intervalo de
substituição teve um aumento de 100% face ao período homólogo. Finalmente com relação
aos doentes saídos a maternidade teve uma redução de -2,45% de doentes saídos em relação
ao período homólogo.

2.5- As políticas utilizadas no combate dos resíduos hospitalares

51
A Maternidade Lucrécia Paim, no que concerne as políticas utilizadas no combate dos
resíduos hospitalares, não foge a regra de todas as instituições públicas seguindo o que está
legislado pelo decreto lei sobre o Plano Estratégico de Gestão de Resíduos aprovado pelo
decreto presidencial nº 196/12, de 30 de Agosto, com vista a melhorar o sistema de recolha,
deposição, armazenamento, transporte, tratamento e eliminação deste tipo de resíduos, bem
como a elevação do bem estar e da qualidade de vida dos cidadãos.

2.6- Recolha, transporte e armazenagem dos resíduos hospitalares

No que se refere a recolha, transporte e armazenagem dos resíduos hospitalares, a


Maternidade terciarizou os seus serviços de limpeza, dando autonomia e responsabilização a
uma empresa privada de nome Serviclean, está empresa é que cuida da recolha, tratamento e
destino final. O lixo é armazenado em contentores especiais e depositado em sala de sujo e no
pátio da maternidade.

CAPÍTULO III- APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

3.1- Caracterização de alguns indicadores

Durante a elaboração do nosso instrumento de recolha de dados fomos questionados sobre


alguns indicadores se seriam relevantes estarem incluídos dentro do instrumento. Daí foram
feitas perguntas relacionadas com dados de identificação dos entrevistados, excluindo os
nomes dos entrevistados mantendo os princípios de ética e deontologia profissional
salvaguardando a confidencialidade e o segredo profissional. No instrumento de recolha de
dados tivemos como indicadores a idade, o nível de escolaridade, o sexo, o sector, a função, o
rendimento em termo de intervalo, o horário e o tempo de trabalho na instituição. De seguida
apresentamos as tabelas de frequências.

Tabela de Frequências 1 (Idade)

Idade Nº de Frequência Frequência Frequência


observações absoluta relativa em relativa
% acumulada
em %
24 7 0,035 3,5% 3,5
25 9 0,045 4,5% 8
26 4 0,02 2% 10
27 4 0,02 2% 12
28 7 0,035 3,5% 15,5
29 6 0,03 3% 18,5
30 10 0,05 5% 23,5
52
31 4 0,02 2% 25,5
32 10 0,05 5% 30,5
34 7 0,035 3,5% 34
35 35 0,175 17,5% 51,5
36 5 0,025 2,5% 54
37 9 0,045 4,5% 58,5
38 8 0,04 4% 62,5
39 11 0,055 5,5% 68
40 12 0,06 6% 74
41 3 0,015 1,5% 75,5
42 1 0,005 0,5% 76
44 1 0,005 0,5% 76,5
45 16 0,08 8% 84,5
46 7 0,035 3,5% 88
47 2 0,01 1% 89
48 2 0,01 1% 90
49 1 0,005 0,5% 90,5
50 7 0,035 3,5% 94
52 3 0,015 1,5% 95,5
53 3 0,015 1,5% 97
54 1 0,005 0,5% 97,5
55 1 0,005 0,5% 98
56 1 0,005 0,5% 98,5
57 1 0,005 0,5% 99
58 1 0,005 0,5% 99,5
60 1 0,005 0,5% 100
Nº total de 200 1 100% 200%
observações
Fonte: Maternidade Lucrécia Paim

Foram inquiridos um total de 200 pessoas desde médicos, enfermeiros, técnicos,


administrativos, pessoal da limpeza, auxiliares entre outros. Quanto ao indicador idade a
nossa tabela mostra-nos que 17,5% dos que responderam aos questionários tinham uma média
de idade de 35 anos, depois segue-se 8% dos funcionários com uma média de 45 anos, assim
como 6% dos funcionários com uma média de idade 40 anos.

Tabela de Frequência 2 (Sexo)

Sexo Nº de Frequência Frequência Frequência


observações absoluta relativa em relativa
% acumulada
em %
Feminino 145 0,725 72,5% 72,5%
Masculino 55 0,275 27,5% 100%
Nº total de 200 1 100% 200%
observações
Fonte: Maternidade Lucrécia Paim
53
Quanto ao sexo 72,5% dos que responderam os questionários foram funcionários do

sexo feminino, enquanto 27,5% eram do sexo masculino.

Tabela de Frequência 3 (Habilitações Literárias)

Habilitações Nº de Frequência Frequência Frequência


Literárias observações absoluta relativa em relativa
% acumulada
em %
7ª Classe 10 0,05 5% 5%
8ª Classe 14 0,07 7% 12%
9ª Classe 2 0,01 1% 13%
10ª Classe 19 0,095 9,5% 22,5%
12ª Classe 60 0,3 30% 52,5%
2º ano 7 0,035 3,5% 56%
faculd
3º ano 16 0,08 8% 64%
faculd
4º ano 9 0,045 4,5% 68,5%
faculd
5º ano 2 0,01 1% 69,5%
faculd
Licenciados 61 0,305 30,5% 100%
Nº total de 200 1 100% 200%
observações
Fonte: Maternidade Lucrécia Paim

No que concerne as habilitações literárias cerca de 30,5% dos que responderam os


questionários eram licenciados, 30% tinham o ensino médio concluído ou seja 12ª classe,
9,5% tinham a 10ª classe e 8% tinham o 3º ano da faculdade.

Tabela de Frequência 3 (Sector ou Serviço)

Sector Nº de Frequência Frequência Frequência


(Serviço) observações absoluta relativa em relativa
% acumulada
Administraçã 9 0,045 4,5% 4,5%
o
Banco de 19 0,095 9,5% 14%
Urgência
Bloco 25 0,125 12,5% 26,5%
Operatório
Consultas 2 0,01 1% 27,5%
Externas

54
Estatística 1 0,005 0,5% 28%
Farmácia 9 0,045 4,5% 32,5%
Ginecologia 17 0,085 8,5% 41%
Laboratório 8 0,04 4% 45%
Limpeza 40 0,2 20% 65%
Neonatologia 14 0,07 7% 72%
Obstetrícia 15 0,075 7,5% 79,5%
Puerpérios 13 0,065 6,5% 86%
Sala de Parto 12 0,06 6% 92%
UCI 16 0,08 8% 100%
Nº total de 200 1 100% 200%
observações
Fonte: Maternidade Lucrécia Paim

No que concerne ao sector ou serviço onde foram deixados os questionários foi no sector de
limpeza onde responderam mais questionários com uma frequência relativa de 20%, seguidos
dos serviços do bloco operatório com uma frequência relativa de 12,5% e do banco de
urgência com uma frequência relativa de 9,5% depois segue-se o serviço de ginecologia com
8,5% e a uci com 8% dos questionários respondidos.

Tabela de Frequência 4 (Funções ou Categoria)

Funções ou Nº de Frequência Frequência Frequência


categorias observações absoluta relativa em relativa
% acumulada
Administrativos 7 0,035 3,5% 4,5%
Anestesistas 4 0,02 2% 14%
Auxiliares de 40 0,2 20% 26,5%
limpezas
(supervisores e
chefe de turnos)
Enfermeiras 72 0,36 36% 27,5%
(os)
T. de Diag. e 9 0,045 4,5% 28%
Terapêutica
Instrumentistas 9 0,045 4,5% 32,5%
Médicas (os) 44 0,22 22% 41%
Serviços Gerais 3 0,015 1,5% 45%
Técnicas (os) de 8 0,04 4% 65%
Laboratório
Catalogadoras 4 0,02 2% 72%
Nº total de 200 1 100% 200%
observações
55
Fonte: Maternidade Lucrécia Paim

Em termos de funções ou categorias cerca de 22% dos que responderam aos questionários
eram médicas (os), 36% refere-se as enfermeiras (os) e seguem-se as auxiliares de limpezas
com 20% dos questionários respondidos.

Tabela de Frequência (Anos de Trabalhos)

Anos de Nº de Frequência Frequência Frequência


trabalhos observações absoluta relativa em relativa
% acumulada
1 7 0,035 3,5% 3,5
2 7 0,035 3,5% 8
3 11 0,055 5,5% 10
4 12 0,06 6% 12
5 14 0,07 7% 15,5
6 14 0,07 7% 18,5
7 13 0,065 6,5% 23,5
8 24 0,012 12% 25,5
9 1 0,005 0,5% 30,5
10 20 0,1 10% 34
11 1 0,005 0,5% 51,5
12 16 0,08 8% 54
14 4 0,02 2% 58,5
15 17 0,085 8,5% 62,5
17 5 0,025 2,5% 68
18 1 0,005 0,5% 74
19 3 0,015 1,5% 75,5
20 11 0,055 5,5% 76
21 2 0,01 1% 76,5
24 2 0,01 1% 84,5
25 2 0,01 1% 88
26 3 0,015 1,5% 89
27 1 0,01 1% 90
28 1 0,01 1% 90,5
30 3 0,015 1,5% 94
32 1 0,01 1% 95,5
33 1 0,01 1% 97
34 1 0,01 1% 97,5
35 1 0,01 1% 98
37 1 0,01 1% 98,5
Nº total de 200 1 100%
observações
Fonte: Maternidade Lucrécia Paim

56
Quanto aos anos de trabalho dos funcionários que responderam as questões cerca de 12% dos
trabalhadores estão na instituição há 8 anos, depois segue-se 10% dos trabalhadores com 10
anos de trabalho e 8,5% dos trabalhadores estão na instituição há 15 anos. Para salientar que
1% dos trabalhadores têm mais de 37 anos de trabalho.

Tabela de Frequência (Rendimento)

Nº de Frequência Frequência Frequência


Rendimento/mil observações absoluta relativa em relativa
akz/mensal % acumulada em
%
De 10 akz à 20 akz 13 0,065 6,5% 6,5%
De 30 akz à 50 akz 35 0,175 17,5% 24%
De 50 akz à 70 akz 57 0,285 28,5% 52,5%
De 70 akz à 100 akz 28 0,14 14% 66,5%
De 100 akz à 220 akz 25 0,125 12,5% 79%
Acima de 200 akz 42 0,021 21% 100%
Nº total de 200 1 100% 200%
observações
Fonte: Maternidade Lucrécia Paim

Quanto ao rendimento 28,5% dos trabalhadores auferem um rendimento no intervalo de


50.000 Kwanzas à 70.000 Kwanzas o que dá um número total de 57 observações no total da
amostra. 21% auferem um rendimento acima de 200.000 Kwanzas o que dá um número total
de 42 observações no total da amostra, enquanto que 17,5% dos trabalhadores auferem um
rendimento no intervalo de 30.000 Kwanzas à 50.000 Kwanzas o que dá um número total de
35 observações no total da amostra.

Tabela de Frequência (Horário de trabalho)

Nº de Frequência Frequência Frequência


Horário de trabalho observações absoluta relativa em relativa
% acumulada em
%
Das 08:00 às 15:00 171 0,855 85,5% 85,5%
Das 08:00 às 18:00 7 0,035 3,5% 89%
Das 15:00 às 23:00 1 0,005 0,5% 89,5%
Das 18:00 às 08:00 19 0,095 9,5% 99%
Das 20:00 às 08:00 2 0,01 1% 100%
Nº total de 200 1 100% 200%
observações
Fonte: Maternidade Lucrécia Paim

57
Quanto ao horário de trabalho 85,5% dos que responderam as questões têm um horário das
08:00 às 15:00 o que um número de 171 observações no total da amostra, 9,5% diz que têm
um horário das 18:00 às 08:00 da manhã, enquanto 3,5% afirmam ter um horário das 08:00 às
18:00.

3.2-Percepção de riscos

Quanto a percepção de riscos foram feitas algumas perguntas dos quais tivemos os seguintes
resultados:

- No que concerne a questão se os funcionários já tinham acidentado no local de trabalho 83


funcionários responderam sim já tinham sofrido acidentes o que dá uma frequência relativa de
41,5% no total da amostra. 105 Funcionários responderam não, nunca tinham acidentado o
que dá uma percentagem de 52,5% enquanto 12 funcionários não responderam as perguntas
feitas o que dá uma percentagem de 6%. Por outro lado os que já tinham acidentes 55,42%
tiveram acidentes uma vez, 26,51% tiveram acidentes duas vezes, 3,61% tiveram acidentes
três vezes por outro lado 2,41% tiveram acidentes cinco vezes, enquanto 12,05% tiveram
acidentes várias vezes.

Quanto a questão se alguns dos funcionários já tinham presenciado acidentes com os seus
colegas 99 funcionários já tinham presenciado o que dá uma percentagem de 49,5% no total
da amostra 86 funcionários não tinham presenciado o que dá uma percentagem de 43%,
enquanto 15 funcionários não responderam as questões o que dá uma percentagem de 7,5%.
Quanto a questão se o Hospital disponibiliza os Equipamentos de Protecção Individual (EPI
´s), 187 funcionários responderam sim disponibiliza o que dá um total de 93,5% no total da
amostra, enquanto 13 funcionário não responderam as questões feitas, o que dá uma
percentagem de 6,5% no total da amostra.

No que concerne aos equipamentos de protecção individual (EPI´s) que o Hospital


disponibiliza destacam-se as luvas, mascaras, botas, aventais, goros e adicionam ainda tocas e
uniformes, 187 funcionários responderam sim que o hospital disponibiliza tais equipamentos
e 13 funcionários não responderam.

Por outro lado, no que se refere a utilização dos Equipamentos de Protecção Individual (EPI
´s) 179 funcionários responderam sim que têm utilizado os equipamentos o que dá uma
percentagem de 89,5%, enquanto 8 funcionários responderam não utilizam por serem
administrativos e não necessitarem, o que dá uma percentagem de 4%, por outro lado 13
funcionários não responderam as questões.
58
No que se refere se o trabalho possui riscos 186 dos que responderam o questionário acham
que o seu trabalho possui riscos o que dá uma percentagem de 93% enquanto 14 disseram não
possuir riscos. No que concerne ao risco 35% referiram ao risco de contágio ou adquirir uma
infecção hospitalar, 25% referem ao risco de contágio ou contaminação, 15% risco de contrair
uma picada com um objecto infectado, 18,5% risco de contrair uma doença grave, finalmente
6,5% não responderam as questões.

No que se refere a questão se os médicos, os enfermeiros, e outros profissionais do hospital,


jogam fora agulhas, bisturis e outros objectos perfuro cortantes em local correcto, 70% dos
que responderam as questões afirmam que sim, 17% afirmam que nem sempre isto tem
acontecido, 8% afirmam que na maioria das vezes e por fim 5% não responderam as questões.

No que consiste ao saco rasgar e o lixo espalhar-se pelo chão 111 não responderam, 44
responderam sim e 45 responderam não. Quanto a questão se o funcionário sente-se estar
satisfeito com o seu trabalho ou não, 61 dos que responderam dizem estar satisfeito, 30
afirmam não estar satisfeito, enquanto 109 não responderam as questões feitas.

Sobre a periculosidade dos resíduos hospitalar, estima-se que 90% dos que responderam as
questões afirmam que os resíduos hospitalares são perigosos, enquanto 10% dizem que os
resíduos hospitalares não são perigosos. No que se refere aos resíduos hospitalares 48% dos
que responderam apontam os infectantes e os corto perfurantes, 22,5% referem-se aos
infectantes, os corto perfurantes e os químicos, 13,5% referem-se aos infectantes, os corto
perfurantes, os radioactivos, e os biológicos, enquanto 16% não responderam as questões
feitas.

3.3- Manípulos de Resíduos Hospitalares (Lixos)

Sobre os manípulos dos resíduos hospitalares o estudo mostra-nos que 77% dos entrevistados
responderam que o hospital possui a Comissão Interna de Prevenção contra Acidentes,
enquanto 12,5% afirmam que o hospital não possui está Comissão, por outro lado 10,5% não
responderam as questões feitas. 74,5% afirma que o hospital possui a Comissão de Controle
de Infecção Hospitalar, enquanto que 14% dizem que o hospital não possui está comissão, por
outro lado 11,5% não responderam as questões feitas. No que se refere ao responsável pela
gestão dos resíduos hospitalares na Instituição, 60% afirmam que o responsável pela gestão
dos resíduos hospitalares é a empresa privada Serviclean, 6,5% não tem informação, 13,5%
dizem que o responsável é os Serviços Gerais, enquanto 19,5% não responderam as questões
feitas. Por outro lado no que concerne ao plano de gestão dos resíduos hospitalares 28,5%
59
responderam que o hospital possui este plano, 8,5% afirmam que o hospital não possui este
plano, 32,5% não têm informação, enquanto 30,5% não responderam as questões.

3.4- Geração de Resíduos Hospitalares

Sobre a geração de resíduos hospitalares o estudo obteve os seguintes resultados:

No que concerne aos procedimentos de manejo isto é descarte e acondicionamento cerca de


82,5% referentes aos resíduos hospitalares infectantes não responderam as questões feitas,
enquanto 17,5% souberam explicar os procedimentos para o descarte e acondicionamento
(São acondicionados em sacos vermelhos ou brancos e armazenados em contentores de cor
laranja). No que se refere aos resíduos hospitalares químicos 88,5% não responderam as
questões feitas enquanto 11,5% souberam explicar os procedimentos para o descarte e
acondicionamento (São acondicionados em bidões azuis selado com uma tampa).

Por outro lado no que se refere aos resíduos hospitalares radioactivos 88,5% não responderam
as questões feitas, enquanto 11,5% souberam explicar os procedimentos para o descarte e
acondicionamento (São acondicionados em bidões azuis selado uma tampa).

Por enquanto que no que concerne aos resíduos hospitalares comuns 82% não responderam as
questões feitas, enquanto 18% souberam explicar os procedimentos para o descarte e
acondicionamento (São acondicionados em sacos pretos ou e armazenados em contentores de
cor verde).

No que refere aos resíduos hospitalares corto perfurantes 83,5% não responderam as questões
feitas, enquanto 16,5% souberam explicar os procedimentos para o descarte e
acondicionamento (São acondicionados e armazenados em contentores de cor amarela).

No que se refere aos resíduos hospitalares mais gerados nos serviços, 47,5% eram os do grupo
A,D e E, 12% eram os do grupo A e D, 16,5% eram os do grupo A e E e 8% para os resíduos
dos grupos D e E, A,C, e E e A, C e E respectivamente.

3.5- Segregação dos Resíduos Hospitalares

Quanto a segregação dos resíduos hospitalares o estudo obteve os seguintes resultados: No


que se refere aos descartes dos resíduos hospitalares feitos em sacos brancos leitosos 79% dos
que responderam as perguntas afirmam o descarte ser feito em sacos brancos leitosos, 16%
dizem que não, enquanto 5% não responderam as questões.

60
No que tange a questão da separação dos resíduos hospitalares ou lixos hospitalares 84,5%
responderam que é feito alguma separação, enquanto 7,5% responderam não e 8% não
responderam as questões.

No que concerne a tipologia do lixo hospitalar que é separado 67,5% relaciona-se com o lixo
comum em relação aos infectantes e corto perfurantes, 22,5% refere-se ao lixo comum,
enquanto 10% não responderam as questões. No que concerne ao pré tratamento 50% dizem
que não é feito nenhum tipo de pré tratamento, enquanto 8% dizem ser feito algum pré
tratamento, como desinfecção local e separação do lixo comum e os corto perfurantes,
enquanto 42% não responderam as questões.

Dos 100 funcionários que responderam não ao pré tratamento 60% afirmaram
desconhecimento, enquanto 40% afirmaram falta de orientação. Quanto a questão se o
hospital participa do programa de recolha selectiva do lixo no município 76% não
responderam as questões feitas, 21,5% dizem que o hospital não participa do programa, por
outro lado só 2,5% afirmam que o hospital participa do programa de recolha selectiva do lixo
no município.

3.6- Acondicionamento/Identificação

Quanto ao acondicionamento ou contentores utilizados se possuem rótulos ou símbolos para


indicação de riscos 83% dos que responderam as questões afirmam possuir os rótulos ou
símbolos de riscos, enquanto 17% não responderam as questões feitas.

3.7- Recolha de Resíduos Hospitalares

No que se refere ao responsável pela recolha interna dos resíduos hospitalares na instituição,
36,5% afirmam que a recolha interna é feita pela Serviclean, 23% dos que responderam as
questões feitas afirmam que a recolha é feita pela Recolix e a Elisal, por outro lado 21,5%
afirmam que a recolha interna do lixo é feita pela Serviclean, Recolix e Elisal, 12% afirmam
que a recolha é feita pela Recolix e por fim 7% afirmam que a recolha interna do lixo é feita
pela Serviclean e Recolix.

Em termos de frequência na recolha do lixo pelas empresas acima referida 57,5% afirmam
que a recolha é feita diariamente, 21,5% afirmam que a recolha é feita 3 vezes ao dia por fim
21% não responderam as questões feitas.

61
Quanto ao horário de recolha do lixo pelas empresas privadas e públicas as respostas variaram
muito, cerca de 33,5% afirmam que a recolha é feita no horário das 09horas as 18horas, 15%
dos que responderam afirmam que a recolha é feita no horário das 09horas as 15horas, 13%
afirmam ser feita 24h/24h, 10% dizem ser feita no horário das 10horas as 12horas, 7,5%
dizem ser feita no horário das 9horas as 12horas, enquanto 21% não responderam as questões
feitas.

No que concerne se existe uma orientação da direcção do hospital para recolha do lixo, 58%
afirmam haver uma orientação por parte da direcção para recolha do lixo, 19,5% afirmam não
ter informações e 22,5% não responderam as questões feitas. Por outro lado 79% afirmam que
as empresas que recolhem o lixo têm feito com frequência, enquanto 21% não responderam as
questões feitas.

No que concerne a utilização dos equipamentos de protecção individual (EPI´s) durante o


manejo dos resíduos hospitalares no hospital, 41,5% afirmam que têm utilizado os EPI´s
durante o manejo dos resíduos hospitalares no hospital, 6% dizem que não utilizam e 52,5%
não responderam. 41,5% afirmam que utilizam luvas, mascaras, uniformes, botas, aventais,
tocas e goros, 6% não utilizam estes equipamentos e 52,5% não responderam as questões.

3.8- Armazenamento

Quanto ao armazenamento dos resíduos hospitalares, 73% afirmam que existe uma sala
própria no sector ou serviço para o armazenamento dos resíduos hospitalares, 6,5% dizem que
não existe nenhuma sala para tal, por outro lado 20,5% não responderam as questões. No que
concerne aqueles que responderam sim existe uma sala para armazenamento dos resíduos
hospitalares 56,16% afirmam ser a sala de sujo, enquanto 43,84% afirmam ser o pátio da
maternidade isto é no total de 146 dos que responderam sim. Quanto a existência de uma sala
para o armazenamento externo dos resíduos hospitalares, 18,5% afirmam existir está sala no
hospital, 26,5% dizem não existir uma sala, por fim 55% não responderam as questões feitas.

62
CONCLUSÃO

1 Quanto aos resultados obtidos no estudo feito conclui-se que houve uma variação
percentual de 14,24% no número total de consultas no ano de 2013 em relação ao período
homólogo. No que concerne aos doentes internados houve uma redução de -7,89% aos
doentes internados no ano de 2013 em relação ao período homólogo de 4.061 doentes
internados em termos reais.

2 Em relação a média de hospitalização o estudo mostra-nos que houve um aumento de


19,90% na média de hospitalização no ano de 2013 em relação ao período homólogo o
representa em termos reais cerca de 41 hospitalizações por média, em relação a taxa de
ocupação tivemos uma redução de -16,74% no que concerne a ocupação devido a variação
que houve aos doentes internados. Quanto a média de estadia teve uma variação de 5% em
2013 face ao período homólogo, enquanto o estudo mostra que houve uma redução no índice
de rotação de -27,91% em 2013 face ao período homólogo.

Por outro lado houve um aumento de 100% no intervalo de substituição em 2013 face ao
período homólogo. Em relação aos dias de cama houve um aumento de 15,45% nos dias de
cama o que quer dizer que as doentes ficaram mais tempos em observação. Por outro houve
uma redução de -2,45% com relação aos doentes que tiveram altas e foram para casa.

Em relação ao indicador idade 17,5% dos que responderam as perguntas tinham uma
média de 35 anos. Quanto ao sexo 72,5% dos que responderam os questionários eram do sexo
feminino. Em relação ao indicador habilitações literárias 30,5% eram licenciados, enquanto
20% dos que responderam aos questionários eram do serviço de limpeza, por outro lado em
termos de categoria ou funções 36% eram enfermeiras (os), 12% trabalhavam na instituição
há mais de 8 anos, 28,5% auferem um rendimento no intervalo de 50.000 Kwanzas à 70.000
Kwanzas, enquanto ao horário de trabalho 85,5% afirmam trabalhar no horário das 08:00 às
15:00

63
RECOMENDAÇÕES
Depois de apresentado e feito a discussão dos resultados recomenda-se o seguinte:

1- Os médicos, Enfermeiros em nenhuma circunstância deviam por as agulhas, bisturis e


outros objectos corto perfurantes em lugar incorrecto;

2- Nunca deixar o saco de lixo rasgar para não provocar a contaminação do ambiente
hospitalar;

3- Divulgação por parte dos chefes de alguns documentos importantes como Comissão
Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho, Comissão de Controlo sobre Infecção
Hospitalar assim como o Plano de Gestão dos Resíduos Hospitalares aos seus colaboradores;

4- Formação específica na área de tratamento, manejo, acondicionamento e armazenamento


dos resíduos hospitalares;

5- Sensibilização e consciencialização de todos os profissionais no combate dos resíduos


hospitalares de uma forma adequada evitando a contaminação do ambiente;

6- Ter uma sala fechada para o armazenamento dos resíduos hospitalares;

7- Fazer sempre separação dos resíduos em relação aos seus grupos;

8- Usar sempre a metodologia de limpeza;

9- Usar sempre aventais de plástico, luvas de borrachas panos, baldes com água quente e
detergente, omos e pastilhas de urinóis no tratamento;

10- Fazer sempre a limpeza, usando os diversos tipos de panos com suas cores, seguindo os
procedimentos adequados.

11- Usar sempre os materiais de limpeza como, cabos de esfregonas, esfregonas, panos, carros
e baldes, e luvas de borrachas;

64
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ANEXOS

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