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TEOREMA MILITAR

1º SIMULADO EFOMM – 1º DIA – PORTUGUÊS, INGLÊS E REDAÇÃO

PORTUGUÊS Precisamos, precisamos esquecer o Brasil!


Tão majestoso, tão sem limites, tão despropositado,
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
As questões a seguir referem-se ao texto adiante. êle quer repousar de nossos terríveis carinhos.
Analise-as e assinale, para cada uma, a alternativa O Brasil não nos quer! Está farto de nós!
incorreta. 35 Nosso Brasil é o outro mundo. Êste não é o Brasil.
Nenhum Brasil existe. E acaso existirão os
Hino Nacional brasileiros?
Carlos Drummond de Andrade
1. (Ita 1995) A questão a seguir refere-se ao texto
adiante. Analise-a e assinale a alternativa incorreta.
Precisamos descobrir o Brasil! a) 'Escondido' (v. 2) pode ser substituído por 'olvidado',
Escondido atrás das florestas, embora modifique o sentido.
com a água dos rios no meio, b) 'Fidelíssimo' (v. 14) tem o mesmo radical de
o Brasil está dormindo, coitado. 'fidelidade' e de 'fidedígno'.
c) 'Piscina' (v. 17) tem o mesmo radical de 'piscicultura'.
05 Precisamos colonizar o Brasil.
d) 'Bem' (v. 27) tem valor de superlativo.
e) O texto não foi transcrito em obediência à ortografia
Precisamos educar o Brasil. vigente.
Compraremos professôres e livros,
assimilaremos finas culturas, TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
OS CÃES
abriremos 'dancings' e subconvencionaremos as
elites. - Lutar. Podes escachá-los ou não; 1o essencial é que
lutes. Vida é luta. Vida 2SEM LUTA é um mar morto no
10 O que faremos importando francesas
centro do organismo universal.
muito louras, de pele macia
DAÍ A POUCO demos COM UMA BRIGA 3de cães; fato
alemãs gordas, russas nostálgicas para que AOS OLHOS DE UM HOMEM VULGAR não teria
'garçonettes' dos restaurantes noturnos. valor. Quincas Borba fez-me parar e observar os cães.
E virão sírias fidelíssimas. Eram dois. Notou que 4ao pé deles estava um osso,
15 Não convém desprezar as japonêsas... MOTIVO DA GUERRA, e não deixou de chamar a minha
atenção para a circunstância de que o osso não tinha
carne. Um simples osso nu. Os cães 1(6)mordiam-se,
Cada brasileiro terá sua casa
rosnavam, COM O FUROR NOS OLHOS... Quincas Borba
com fogão e aquecedor elétricos, piscina, meteu a bengala 5DEBAIXO DO BRAÇO, e parecia EM
salão para conferências científicas. ÊXTASE.
E cuidaremos do Estado Técnico. - Que belo que isto é! dizia ele de quando em
quando.
20 Precisamos louvar o Brasil. Quis arrancá-lo dali, mas não pude; ele estava
Não é só um país sem igual. arraigado AO CHÃO, e só continuou A ANDAR, quando
Nossas revoluções são bem maiores a briga 2(7)cessou INTEIRAMENTE, e um dos cães,
MORDIDO e vencido, foi levar a sua fome A OUTRA
do que quaisquer outras; nossos erros também.
PARTE. Notei que ficara sinceramente ALEGRE, 6posto
E nossas virtudes? A terra das sublimes paixões...
contivesse a ALEGRIA, segundo convinha a um grande
25 os Amazonas inenarráveis... os incríveis João- filósofo. Fez-me observar a beleza do espetáculo,
Pessoas... relembrou o objeto da luta, concluiu que os cães tinham
fome; mas a privação do alimento era nada para os
Precisamos adorar o Brasil! efeitos gerais da filosofia. Nem deixou de recordar que
Se bem que seja difícil caber tanto oceano e tanta em algumas partes do globo o espetáculo é mais
solidão grandioso: as criaturas humanas é que 3(8)disputam aos
no pobre coração já cheio de compromissos... cães os ossos e outros manjares menos APETECÍVEIS;
luta que se complica muito, porque entra em ação a
se bem que seja difícil compreender o que querem
inteligência do homem, com todo o acúmulo de
êsses homens,
sagacidade que lhe deram os séculos etc.
30 por que motivo êles se ajuntaram e qual a razão de
seus sofrimentos.
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2. (Ita 1996) Identificadas as classes das palavras


retiradas do texto e relacionando a segunda coluna em 3. (Ita 1999) Assinale a opção que apresenta as
relação à primeira, assinale a sequência correta a respectivas funções da palavra "se" empregada em:
seguir: ".....podendo-se mesmo dizer....."(ref.2) e ".....vê-se
substituída....."(ref.3)?
(1) adjetivo a) Partícula de realce; pronome reflexivo.
(2) substantivo b) Índice de indeterminação do sujeito; partícula de
(3) verbo realce.
c) Pronome apassivador; pronome apassivador.
(4) pronome
d) Parte integrante do verbo; parte integrante do verbo.
(5) advérbio e) Parte integrante do verbo; pronome apassivador.
(6) conjunção
(7) preposição 4. (Ita 1999) Assinale a opção que apresenta somente
(8) locução adjetiva palavras formadas por derivação parassintética:
(9) locução adverbial a) desvalorização, avistar, resfriado, reintegração,
infelizmente.
(10) locução substantiva
b) expropriar, entortar, amanhecer, desalmado,
(11) locução prepositiva ensurdecer.
c) escolarização, antiinflação, retrospectivo, comilão,
( ) o essencial (referência 1) corpanzil.
( ) sem luta (referência 2) d) desigualdade, endurecer, alfabetizar, abençoar,
chuviscar.
( ) de cães (referência 3)
e) administração, entretela, contrabalançar,
( ) ao pé deles (referência 4) semicondutor, relembrar.
( ) debaixo do (referência 5)
( ) posto (referência 6) 5. (Ita 2003) Durante a Copa do Mundo deste ano, foi
veiculada, em programa esportivo de uma emissora de
a) 1-8-8-9-11-3 TV, a notícia de que um apostador inglês acertou o
b) 1-9-8-9-7-3 resultado de uma partida, porque seguiu os
c) 2-8-8-9-11-6 prognósticos de seu burro de estimação. Um dos
d) 2-9-10-10-9-11 comentaristas fez, então, a seguinte observação: "Já vi
e) 2-8-8-10-9-6 muito comentarista burro, mas burro comentarista é a
primeira vez."
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Percebe-se que a classe gramatical das palavras se
O tempo do pescador é medido pelos ciclos da natureza, altera em função da ordem que elas assumem na
pelo decorrer dos dias e noites no ambiente marítimo e expressão.
pelo comportamento das espécies. Na pesca tradicional Assinale a alternativa em que isso NÃO ocorre:
os róis, sob a orientação dos capitães e mestres de
pesca, dividem tarefas através do tempo de trabalho por
a) obra grandiosa
eles estipulado. O senso de liberdade, 1tão caro aos
b) jovem estudante
homens do mar, está muito ligado à autonomia sobre o c) brasileiro trabalhador
tempo, 2podendo-se mesmo dizer que decorre dela. d) velho chinês
Quando os pescadores são incorporados à pesca e) fanático religioso
empresarial, a autoridade do mestre, que lhe é
conferida pelo conhecimento que detém e pela tradição,
3
vê-se substituída pelas ordens dos patrões e dissolvida
pela interferência do pessoal de terra no trabalho dos
embarcados.
(Maldonado, S.C. PESCADORES DO MAR. São Paulo:
Ática, 1986.)
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TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: de hospital pode ser distraída: os internados sabem de
O Outro Marido tudo cá de fora.
– Pelo rádio – explicou Santos.
14
Era conferente da Alfândega – mas isso não Um dia, ela se sentiu tão nova, apesar do tempo
tem importância. Somos todos alguma coisa fora de e das separações fundamentais, que imaginou uma
nós; o eu irredutível nada tem a ver com as alteração: por que ele não ficava até o dia seguinte, só
classificações profissionais. Pouco importa que nos essa vez?
avaliem pela casca. 9Por dentro, sentia-se diferente, – 5É tarde – respondeu Santos. E ela não
capaz de mudar sempre, enquanto a situação exterior e entendeu se ele se referia à hora ou a toda a vida
familiar não mudava. Nisso está o espinho do homem: passada sem compreensão. É certo que vagamente o
ele muda, os outros não percebem. compreendia agora, e recebia dele mais que a mesada:
Sua mulher não tinha percebido. Era a mesma uma hora de companhia por mês.
de há 23 anos, quando se casaram (quanto ao íntimo, Santos veio um ano, dois, cinco. Certo dia não
é claro). 3Por falta de filhos, os dois viveram demasiado veio. 13Dona Laurinha preocupou-se. Não só lhe faziam
perto um do outro, sem derivativo. Tão perto que se falta os cruzeiros; ele também fazia. Tomou o ônibus,
desconheciam mutuamente, como um objeto foi ao hospital pela primeira vez, em alvoroço. Lá ele
desconhece outro, na mesma prateleira de armário. não era conhecido. Na Alfândega informaram-lhe que
10
Santos doía-se de ser um objeto aos olhos de Dona Santos falecera havia quinze dias, a senhora quer o
Laurinha. Se ela também era um objeto aos olhos dele? endereço da viúva?
Sim, mas com a diferença de que Dona Laurinha não – Sou eu a viúva – disse Dona Laurinha,
procurava fugir a essa simplificação, nem reparava; era espantada.
de fato, objeto. Ele, Santos, sentia-se vivo e O informante olhou-a com incredulidade.
desagradado. Conhecia muito bem a viúva do Santos, Dona Crisália,
1
Ao aparecerem nele as primeiras dores, Dona fizera bons piqueniques com o casal na Ilha do
Laurinha penalizou-se, mas esse interesse não Governador. Santos fora seu parceiro de bilhar e de
beneficiou as relações do casal. Santos parecia pescaria. Grande praça. Ele era padrinho do filho mais
6
comprazer-se em estar doente. 11Não propriamente em velho de Santos. Deixara três órfãos, coitado.
queixar-se, mas em alegar que ia mal. A doença era E tirou da carteira uma foto, um grupo de praia.
para ele ocupação, emprego suplementar. O médico da Lá estavam Santos, muito lépido, sorrindo, a outra
Alfândega dissera-lhe que certas formas reumáticas mulher, os três garotos. Não havia dúvida: era ele
levam anos para ser dominadas, exigem adaptação e mesmo, seu marido. Contudo, 7a outra
disciplina. Santos começou a cuidar do corpo como de realidade de Santos era tão destacada da sua, que o
uma planta delicada. E mostrou a Dona Laurinha a tornava outro homem, completamente desconhecido,
nevoenta radiografia da coluna vertebral com certo irreconhecível.
orgulho de estar assim tão afetado. – Desculpe, foi engano. 8A pessoa a que me
– Quando você ficar bom... refiro não é esta – disse Dona Laurinha, despedindo- se.
– Não vou ficar. Tenho doença para o resto da
vida. (Carlos Drummond de Andrade)
Para Dona Laurinha, a melhor maneira de
curar-se é tomar remédio e entregar o caso à alma de
Padre Eustáquio, que vela por nós. 2Começou a fatigar- 6. (Espcex (Aman) 2011) No trecho, “– É tarde –
se com a importância que o reumatismo assumira na respondeu Santos.” (ref.5), o sujeito do verbo
vida do marido. E não se amolou muito 12quando ele sublinhado é
anunciou que ia internar-se no hospital Gaffré e Guinle.
– Você não sentirá falta de nada – assegurou- a) indeterminado.
lhe Santos. – Tirei licença com ordenado integral. Eu b) indefinido.
mesmo virei aqui todo começo de mês trazer o dinheiro. c) inexistente.
Hospital não é prisão. d) oculto.
– Vou visitar você todo domingo, quer? e) simples.
– É melhor não ir. Eu descanso, você descansa,
cada qual no seu canto.
Ela também achou melhor, e nunca foi lá.
Pontualmente, Santos trazia-lhe o dinheiro da despesa,
ficaram até um pouco amigos nessa breve conversa a
longos intervalos. 4Ele chegava e saía curvado, sob a
garra do reumatismo que nem melhorava nem matava.
A visita não era de todo desagradável, desde que a
doença deixara de ser assunto. Ela notou como a vida
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TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Texto II


Texto I O ídolo
O silêncio incomoda
Em um belo dia, a deusa dos ventos beija o pé
1
Como trabalho em casa, assisto a um grande do homem, o maltratado, desprezado pé, e, desse beijo,
número de jogos e programas esportivos, alguns porque nasce o ídolo do futebol. 7Nasce em berço de palha e
gosto e outros para me manter atualizado, vejo ainda barraco de lata e vem ao mundo abraçado a uma bola.
1
muitos noticiários gerais, filmes, programas culturais Desde que aprende a andar, sabe jogar.
(são pouquíssimos) e também, por curiosidade, muitas Quando criança, alegra os descampados e os baldios,
coisas ruins. Estou viciado em televisão. joga e joga e joga nos ermos dos subúrbios até que a
Não suporto mais ver 25tantas tragédias, noite cai e ninguém mais consegue ver a bola, e,
crimes, violências, falcatruas e tantas politicagens para quando jovem, voa e faz voar nos estádios. Suas artes
a realização da Copa de 2014. de malabarista convocam multidões, domingo após
Estou sem paciência 20para assistir a tantas domingo, de vitória em vitória, de ovação em ovação.
4
partidas tumultuadas no Brasil, consequência do estilo A bola 13o procura, 14o reconhece, precisa dele.
de jogar, da tolerância com a violência e do ambiente No peito de 18seu pé, ela descansa e se embala. 6Ele
bélico em 14que 9se transformou o futebol, dentro e fora 19
lhe dá brilho e 20a faz falar, e neste diálogo entre os
do campo. dois, milhões de mudos conversam. 11Os Zé Ninguém,
Na transmissão das partidas, 30fala-se e grita-se os condenados a serem para sempre ninguém, podem
demais. Não há um único instante de silêncio, nenhuma sentir-se alguém por um momento, por obra e graça
pausa. O barulho é cada dia maior no futebol, nas ruas, desses passes devolvidos num toque, 16essas fintas que
nos bares, nos restaurantes e em quase todos os desenham os zês na grama, 17esses golaços de
ambientes. O silêncio incomoda as pessoas. calcanhar ou de bicicleta: quando ele joga o time tem
É óbvio 15que informações e estatísticas são doze jogadores.
importantíssimas. Mas exageram. 2Fala-se 26muito, — Doze? Tem quinze! Vinte!
mesmo com a bola rolando. Impressiona-me 18como 10
A bola ri, radiante, no ar. Ele a amortece, a
10
se formam conceitos, dão opiniões, baseados em adormece, diz galanteios, dança com ela, e vendo essas
estatísticas 13que têm pouca ou nenhuma importância. coisas nunca vistas, seus adoradores sentem piedade
Na partida entre Escócia e Brasil, um repórter por seus netos ainda não nascidos, que não estão vendo
da TV Globo deu a 6“grande notícia”, 21que Neymar foi 15
o que acontece.
22
o primeiro jogador brasileiro a marcar dois gols contra Mas o ídolo é ídolo apenas por um momento,
a Escócia em uma mesma partida. humana eternidade, coisa de nada; e quando chega a
22
Parece haver uma disputa para saber 19quem hora do azar para o pé de ouro, a estrela conclui sua
dá mais informações e estatísticas, e outra, entre os viagem do resplendor à escuridão. 3Esse corpo está com
narradores, 3para saber quem grita gol mais 23alto e mais remendos que roupa de palhaço, o acrobata virou
24
prolongado. 11Se dizem 16que a imagem vale mais que paralítico, o artista é uma besta:
mil palavras, por que se fala e se grita tanto? — Com a ferradura, não!
21
Outra discussão 27chata, durante e após as 8
A fonte da felicidade pública se transforma no
partidas, é 8se um jogador teve a intenção de colocar a 12
para-raios do rancor público:
mão na bola e de fazer pênalti, e se outro teve a — Múmia!
intenção de atingir o adversário. Com raríssimas Às vezes, o ídolo não cai inteiro. 5E, às vezes,
exceções, 4ninguém é louco para fazer pênalti nem tão 2
quando 9se quebra, a multidão 21o devora aos pedaços.
canalha para querer quebrar o outro jogador.
7
O que ocorre, com frequência, é 5o jogador, no (Eduardo Galeano. Futebol, ao sol e à sombra.)
impulso, sem pensar, soltar o braço na cara do outro. O
impulso está à frente da consciência. Não sou também
tão ingênuo para achar 17que todas as faltas violentas
são involuntárias.
Não dá para o árbitro saber 12se a falta foi
intencional ou não. Ele precisa julgar o fato, e não a
intenção. Eles precisam ter também bom senso, o que
é raro no ser humano, para saber a gravidade das faltas.
29
Muitas parecem 28iguais, mas não são. Ter critério não
é unificar as diferenças.

(Tostão, Folha de S.Paulo, caderno D, “esporte”, p. 11,


10/04/2011.)
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Texto III d) caso antes da locução “... podem sentir-se


Sermão da Planície alguém...”, houvesse uma palavra negativa, o
(para não ser escutado) pronome se teria que, obrigatoriamente, vir antes do
verbo poder.
Bem-aventurados os que não entendem nem
aspiram a entender de futebol, pois deles é o reino da TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
tranquilidade. VELHO MARINHEIRO
Bem-aventurados os que, por entenderem de
28
futebol, não se expõem ao risco de assistir às partidas, Sou marinheiro porque um dia, muito jovem,
pois não voltam com decepção ou enfarte. estendi meu braço diante da bandeira e jurei lhe dar
(...) minha vida.
Bem-aventurados os que não escalam, pois não Naquele dia de sol a pino, com meu novo
terão suas mães agravadas, seu sexo contestado e 3sua uniforme branco, 21senti-me homem de verdade, como
integridade física ameaçada, ao saírem do estádio. se estivesse dando adeus aos tempos de garoto. 29Ao
4
Bem-aventurados os que não são escalados, meu lado, as vozes de outros jovens soavam em
pois escapam das vaias, projéteis, contusões, fraturas, uníssono com a minha, vibrantes, e terminamos com
e mesmo da 5glória precária de um dia. emoção, de peitos estufados e orgulhosos. 5Ao final,
2
Bem-aventurados os que não são cronistas minha mãe veio em minha direção, apressada em me
esportivos, pois não carecem de explicar o inexplicável dar um beijo. 20Acariciou-me o rosto e disse que eu
e racionalizar a loucura. estava lindo de uniforme. 6O dia acabou com a família
(...) em festa; 11eu lembro-me bem, fiquei de uniforme até
Bem-aventurados os surdos, pois não os atinge de tarde...
o estrondar das bombas da vitória, que fabricam os Sou marinheiro, porque aprendi, naquela
surdos, nem o 1matraquear dos locutores, carentes de Escola, o significado nobre de companheirismo. 7Juntos
exorcismo. no sofrimento e na alegria, um safando o outro, leais e
(...) amigos. Aprendi o que é civismo, respeito e disciplina,
Bem-aventurados os que, depois de escutar no princípio, exigidos a cada dia; depois, como parte do
esse sermão, aplicarem todo o ardor infantil no peito meu ser e, assim, para sempre. 23A cada passo havia
maduro para desejar a vitória do selecionado brasileiro um novo esforço esperando e, depois dele, um pequeno
nesta e em todas as futuras Copas do Mundo, como faz sucesso. 26Minha vida, agora que olho para trás, foi toda
o velho sermoneiro desencantado, mas torcedor assim de pequenos sucessos. A soma deles foi a minha
mesmo, pois para o diabo vá a razão quando o futebol carreira.
19
invade o coração. No meu primeiro navio, logo cedo, percebi que
era novamente aluno. Todos sabiam das coisas mais do
(Carlos Drummond de Andrade. Jornal do Brasil, que eu havia aprendido. Só que agora me davam
18/06/1974.) tarefas, incumbências, e esperavam que eu as
cumprisse bem. 2Pouco a pouco, passei a ser parte da
equipe, a ser chamado para ajudar, a ser necessário.
8
7. (Epcar (Afa) 2012) Leia o trecho abaixo. Um dia vi-me ensinando aos novatos 12e dei-me conta
de que me tornara marinheiro, de fato e de direito, um
“Os Zé Ninguém, os condenados a serem para profissional! 32O navio passou a ser minha segunda
sempre ninguém, podem sentir-se alguém por um casa, onde eu permanecia mais tempo, às vezes, do que
momento, por obra e graça desses passes devolvidos na primeira. Conhecia todos, alguns mais até do que
num toque, essas fintas que desenham os zês na meus parentes. Sabia de suas manhas, cacoetes,
grama...” (ref. 11, texto II) preocupações e de seus sonhos. Sem dar conta, meu
mundo acabava no costado do navio.
9
De acordo com a análise morfossintática dos termos A soma de tudo que fazemos e vivemos, pelo
14
sublinhados abaixo, pode-se concluir que está navio, é uma das coisas mais belas, que só há entre
INCORRETA a afirmativa: nós, em mais nenhum outro lugar. 24Por isso sou
a) em Zé Ninguém, há uma derivação imprópria, já que marinheiro, porque sei o que é espírito de navio.
foi utilizado um pronome indefinido como substantivo Bons tempos aqueles das viagens, dávamos um
próprio. duro danado no mar, em serviço, postos de combate,
b) em “A fonte da felicidade pública se transforma no adestramento de guerra, dia e noite. 30O interessante é
para-raios do rancor público”, (ref. 12, texto II), a que em toda nossa vida, 15quando buscamos as boas
expressão grifada é predicativo do sujeito. recordações, elas vêm desse tempo, das viagens e dos
c) o substantivo destacado em “... esses golaços de navios. 16Até 13as durezas por que passamos são
calcanhar ou de bicicleta...” foi formado a partir de saborosas 1ao lembrar, talvez porque as vencemos e
sufixação. fomos adiante.
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É aquela história dos pequenos sucessos. 8. (Esc. Naval 2013) Em que opção o autor, ao reportar-
A volta ao porto era um acontecimento gostoso, se ao passado, emprega um termo cujo sufixo tem valor
sempre figurando a mulher. Primeiro a mãe, depois a intensificador?
namorada, a noiva, a esposa. Muita coisa a contar, a a) “Até as durezas por que passamos são saborosas ao
dizer, surpresas de carinho. A comida preferida, o lembrar [...].” (ref. 16)
abraço apertado, o beijo quente... e o filho que, na b) “Quando saí de bordo, parei no portaló, voltei-me
ausência, foi ensinado a dizer papai. para a bandeira [...].” (ref. 17)
31
No início, eu voltava com muitos retratos, c) “Que bom se pudesse voltar ao começo, vestir aquele
principalmente quando vinha do estrangeiro, depois, uniforme novinho [...].” (ref. 18)
com o tempo, eram poucos, até que deixei de levar a d) “No meu primeiro navio, logo cedo, percebi que era
máquina. 10Engraçado, 22vocês já perceberam que novamente aluno.” (ref. 19)
marinheiro velho dificilmente baixa a terra com máquina e) “Acariciou-me o rosto e disse que eu estava lindo de
fotográfica? Foi assim comigo. uniforme.” (ref. 20)
34
Hoje os navios são outros, os marinheiros são
outros - sinto-os mais preparados do que eu era - mas 9. (Espcex (Aman) 2013) Assinale a alternativa correta
a vida no mar, as viagens, os portos, a volta, estou certo quanto à classificação do sujeito, respectivamente, para
de que são iguais. Sou marinheiro, por isso sei como é. cada uma das orações abaixo.
Fico agora em casa, querendo saber das coisas
da Marinha. E a cada pedaço que ouço de um amigo, — Choveu pedra por no mínimo 20 minutos.
que leio, que vejo, me dá um orgulho que às vezes — Vende-se este imóvel.
chega a entalar na garganta. 4Há pouco tempo, voltei a — Fazia um frio dos diabos naquele dia.
entrar em um navio. Que coisa linda! 35Sofisticado, a) indeterminado, inexistente, simples
limpíssimo, nas mãos de uma tripulação que só pode ser b) oculto, simples, inexistente
muito competente para mantê-lo pronto. 33Do que me c) inexistente, inexistente, inexistente
mostraram eu não sabia muito. Basta dizer que o último d) oculto, inexistente, simples
navio em que servi já deu baixa. 17Quando saí de bordo, e) simples, simples, inexistente
parei no portaló, voltei-me para a bandeira, inclinei a
cabeça... e, minha garganta entalou outra vez. 10. (Espcex (Aman) 2013) Assinale a alternativa em
Isso é corporativismo; não aquele enxovalhado, que todas as palavras são formadas por prefixos com
que significa o bem de cada um, protegido à custa do significação semelhante.
desmerecimento da instituição; mas o puro, que a) metamorfose – metáfora – meteoro – malcriado
significa o bem da instituição, protegido pelo b) apogeu – aversão – apóstata – abster
merecimento de cada um. c) síncope – simpatia – sobreloja – sílaba
27
Sou marinheiro e, portanto, sou d) êxodo – embarcar – engarrafar – enterrar
corporativista. e) débil – declive – desgraça – decapitar
Muitas vezes 25a lembrança me retorna aos dias
da ativa e morro de saudades. 18Que bom se pudesse TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
voltar ao começo, vestir aquele uniforme novinho — até Minha amiga me pergunta: por que você fala
um pouco grande, ainda recordo — Jurar Bandeira, ser sempre nas coisas que acontecem a primeira vez e,
beijado pela minha falecida mãe... sobretudo, as comparar com a primeira vez que você
3
Sei que, quando minha hora chegar, no último viu o mar? Me lembro dessa cena: um adolescente
instante, verei, em velocidade desconhecida, o navio chegando ao Rio e o irmão lhe prevenindo: “Amanhã
com meus amigos, minha mulher, meus filhos, vou te apresentar o mar.” Isto soava assim: amanhã
singrando para sempre, indo aonde o mar encontra o vou te levar ao outro lado do mundo, amanhã te ofereço
céu... e, se São Pedro estiver no portaló, direi: a Lua. Amanhã você já não será o mesmo homem.
– Sou marinheiro, estou embarcando. E a cena continuou: resguardado pelo irmão
Autor desconhecido. In: Língua portuguesa: leitura e mais velho, que se assentou no banco do calçadão, o
produção de texto. Rio de Janeiro: Marinha do Brasil, adolescente, ousado e indefeso, caminha na areia para
Escola Naval, 2011. p. 6-8) o primeiro encontro com o mar. Ele não pisava na areia.
Era um oásis a caminhar. Ele não estava mais em Minas,
Glossário mas andava num campo de tulipas na Holanda. O mar
- Portaló: abertura no casco de um navio, ou passagem a primeira vez não é um rito que deixe um homem
junto à balaustrada, por onde as pessoas transitam para impune. Algo nele vai-se aprofundar.
fora ou para dentro, e por onde se pode movimentar E o irmão lá atrás, respeitoso, era a sentinela, o
carga leve. sacerdote que deixa o iniciante no limiar do sagrado,
sabendo que dali para a frente o outro terá que,
sozinho, enfrentar o dragão. E o dragão lá vinha
soltando pelas narinas as ondas verdes de verão. E o
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pequeno cavaleiro, destemido e intimidado, b) “E o irmão lá atrás, respeitoso, era a sentinela, [...].”
tomou de uma espada ou pedaço de pau qualquer para (3º parágrafo)
enfrentar a hidra que ondeava mil cabeças, e c) “[...] convertendo a arma em caneta ou lápis [...].”
convertendo a arma em caneta ou lápis começou a (3º parágrafo)
escrever na areia um texto que não terminará jamais. d) “[...] que na mesa interior marulhavam lembranças
Que é assim o ato de escrever: mais que um modo de [...].” (4º parágrafo)
se postar diante do mar, é uma forma de domar as e) “O mar é um morrer sucessivo e [...].” (8º parágrafo)
vagas do presente convertendo-o num cristal passado.
Não, não enchi a garrafinha de água salgada 12. (Espcex (Aman) 2014) Assinale o sujeito do verbo
para mostrar aos vizinhos tímidos retidos nas forjar, no período abaixo.
montanhas, e fiz mal, porque muitos morreram sem
jamais terem visto o mar que eu lhes trazia. Mas levei Chama atenção das pessoas atentas, cada vez mais, o
as conchas, é verdade, que na mesa interior quanto se forjam nos meios de comunicação modelos
marulhavam lembranças de um luminoso encontro de de comportamento ao sabor de modismos lançados
amor com o mar. pelas celebridades do momento.
Certa vez, adolescente ainda nas montanhas, li a) meios de comunicação
urna crônica onde um leitor de Goiás pedia à cronista b) modelos de comportamento
que lhe explicasse, enfim, o que era o mar. Fiquei c) modismos
perplexo. Não sabia que o mar fosse algo que se d) celebridades do momento
explicasse. Nem me lembro da descrição. Me lembro e) pessoas atentas
apenas da pergunta. Evidentemente eu não estava
pronto para a resposta. A resposta era o mar. E o mar 13. (Espcex (Aman) 2014) A alternativa que apresenta
eu conheci, quando pela primeira vez aprendi que a vida vocábulo onomatopaico é:
não é a arte de responder, mas a possibilidade de a) Os ramos das árvores brandiam com o vento.
perguntar. b) Hum! Este prato está saboroso.
Os cariocas vão achar estranho, mas eu devo c) A fera bramia diante dos caçadores.
lhes revelar: o carioca, com esse modo natural de ir à d) Raios te partam! Voltando a si não achou que dizer.
praia, desvaloriza o mar. Ele vai ao mar com a sem- e) Mas o tempo urgia, deslacei-lhe as mãos...
cerimônia que o mineiro vai ao quintal. E o mar é mais
que horta e quintal. É quando atrás do verde-azul do 14. (Espcex (Aman) 2014) Ao se alistar, não imaginava
instante o desejo se alucina num cardume de flores no que o combate pudesse se realizar em tão curto prazo,
jardim. O mar é isso: é quando os vagalhões da noite embora o ribombar dos canhões já se fizesse ouvir ao
se arrebentam na aurora do sim. longe.
Ver o mar a primeira vez, lhes digo, é quando
Guimarães Rosa pela vez primeira, por nós, viu o sertão. Quanto ao processo de formação das palavras
Ver o mar a primeira vez é quase abrir o primeiro sublinhadas, é correto afirmar que sejam,
consultório, fazer a primeira operação. Ver o mar a respectivamente, casos de
primeira vez é comprar pela primeira vez uma casa nas a) prefixação, sufixação, prefixação, aglutinação e
montanhas: que surpresas ondearão entre a lareira e a onomatopeia.
mesa de vinhos e queijos! b) parassíntese, derivação regressiva, sufixação,
O mar é o mestre da primeira vez e não para de aglutinação e onomatopeia.
ondear suas lições. Nenhuma onda é a mesma onda. c) parassíntese, prefixação, prefixação, sufixação e
Nenhum peixe o mesmo peixe. Nenhuma tarde a derivação imprópria.
mesma tarde. O mar é um morrer sucessivo e um viver d) derivação regressiva, derivação imprópria, sufixação,
permanente. Ele se desfolha em ondas e não para de justaposição e onomatopeia.
brotar. A contemplá-lo ao mesmo tempo sou jovem e e) parassíntese, aglutinação, derivação regressiva,
envelheço. justaposição e onomatopeia.
O mar é recomeço.
15. (Espcex (Aman) 2014) São palavras primitivas:
(SANT’ANNA, Affonso Romano de. O mar, a a) época – engarrafamento – peito – suor
primeira vez. In:_____. Fizemos bem em resistir: b) sala – quadro – prato – brasileiro
crônicas selecionadas. Rio de Janeiro: Rocco,1994, c) quarto — chuvoso — dia — hora
p.50-52. Texto adaptado.) d) casa – pedra – flor – feliz
e) temporada – narcotráfico – televisão – passatempo

11. (Esc. Naval 2014) Em que opção houve mudança


de classe gramatical do termo destacado?
a) “Era um oásis a caminhar.” (2º parágrafo)
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16. (Espcex (Aman) 2015) Assinale a estabelecimento de ensino da Marinha do Brasil.


alternativa cujo período está de acordo com a norma Ainda que a ansiedade persistisse oprimindo o
culta da Língua. peito dos novos e orgulhosos Alunos do Colégio Naval,
a) Precisa-se vendedores. não posso negar que a tristeza, que antes havia
b) Cercou-se as cidades. ocupado espaço em nossos corações, era naquele
c) Corrigiu-se o decreto. momento substituída pelo contentamento peculiar dos
d) Dominou-se muitos. vitoriosos. E o sentimento de perda, experimentado por
e) Aclamaram-se a rainha. ocasião das despedidas, provara-se equivocado: às
nossas caras famílias de origem agregava-se uma nova,
17. (Espcex (Aman) 2015) No trecho abaixo, a a Família Naval, composta pelos recém-chegados
alternativa correta quanto ao sujeito da oração é: companheiros; e às respectivas cidades de nascimento,
como a minha bucólica Bom Jardim, juntava-se, naquele
“O por fazer é só com Deus.” instante, a bela e graciosa enseada Batista das Neves
a) oração sem sujeito em Angra dos Reis, como mais tarde se agregaria à
b) sujeito oracional histórica Villegagnon em meio à sublime baía de
c) sujeito composto “O por fazer” Guanabara.
d) sujeito simples “O por fazer” Ao todo foram seis anos de companheirismo e
e) sujeito simples “Deus” feliz convivência, tanto no Colégio como na Escola
Naval. Seis anos de aprendizagem científica,
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES: humanística e, sobretudo, militar-naval. Seis anos
Leia o texto abaixo e responda à(s) questão(ões) a entremeados de aulas, festivais de provas, práticas
seguir. esportivas, remo, vela, cabo de guerra, navegação,
marinharia, ordem-unida, atividades extraclasses,
Laivos de memória recreativas, culturais e sociais, que deixaram marcas
indeléveis.
“... e quando tiverem chegado, vitoriosamente, Estes e tantos outros símbolos, objetos e
ao fim dessa primeira etapa, acontecimentos passados desfilam hoje, deliciosa e
mais ainda se convencerão de que inexoravelmente distantes, em meio a saudosos
abraçaram uma carreira difícil, devaneios.
árdua, cheia de sacrifícios, Ainda como alunos do Colégio Naval, os
mas útil, nobre e, sobretudo bela.” contatos preliminares com a vida de bordo e as
primeiras idas para o mar – a razão de ser da carreira
(NOSSA VOGA, Escola Naval, Ilha de Villegagnon, 1964) naval.
Como Aspirantes, derrotas mais longas e as
primeiras descobertas: Santos, Salvador, Recife e
Há quase 50 anos, experimentei um misto de Fortaleza!
angústia, tristeza e ansiedade que meu jovem coração Fechando o ciclo das Viagens de Instrução, o
de adolescente soube suportar com bravura. tão sonhado embarque no Navio-Escola. Viagem
Naquela ocasião, despedia-me dos amigos de maravilhosa! Nós, da Turma Míguens, Guardas-Marinha
infância e da família e deixava para trás bucólica de 1967, tivemos a oportunidade ímpar e rara de
cidadezinha da região serrana fluminense. A motivação participar de um cruzeiro ao redor do mundo em 1968:
que me levava a abandonar gentes e coisas tão caras a Quinta Circum-navegação da Marinha Brasileira.
era, naquele momento, suficientemente forte para Após o regresso, as platinas de Segundo-
respaldar a decisão tomada de dar novos rumos à minha Tenente, o primeiro embarque efetivo e o verdadeiro
vida. Meu mundo de então se tornara pequeno demais início da vida profissional – no meu caso, a bordo do
para as minhas aspirações. Meus desejos e sonhos cruzador Tamandaré, o inesquecível C-12. Era a
projetavam horizontes que iam muito além das inevitável separação da Turma do CN-62/63 e da EM-
montanhas que circundam minha terra natal. 64/67.
Como resistir à sedução e ao fascínio que a vida Novamente um misto de satisfação e ansiedade
no mar desperta nos corações dos jovens? tomou conta do coração, agora do jovem Tenente, ao
Havia, portanto, uma convicção: aquelas se apresentar para servir a bordo de um navio de nossa
despedidas, ainda que dolorosas – e despedidas são Esquadra. Após proveitosos, mas descontraídos
sempre dolorosas – não seriam certamente em vão. Não estágios de instrução como Aspirante e Guarda-
tinha dúvidas de que os sonhos que acalentavam meu Marinha, quando as responsabilidades eram restritas a
coração pouco a pouco iriam se converter em realidade. compromissos curriculares, as platinas de Oficial
Em março de 1962, desembarcávamos do Aviso começariam, finalmente, a pesar forte em nossos
Rio das Contas na ponte de atracação do Colégio Naval, ombros. Sobre essa transição do status de Guarda-
como integrantes de mais uma Turma desse tradicional Marinha para Tenente, o notável escritor-marinheiro
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Gastão Penalva escrevera com muita c) “E o sentimento de perda [...].” (6º parágrafo)
propriedade: “... é a fase inesquecível de nosso ofício. d) “Seis anos entremeados de aulas, [...].” (7º
Coincide exatamente com a adolescência, primavera da parágrafo)
vida. Tudo são flores e ilusões... Depois começam a e) “[...] o notável escritor-marinheiro [...].” (13º
despontar as responsabilidades, as agruras de novos parágrafo)
cargos, o acúmulo de deveres novos”.
E esses novos cargos e deveres novos, que 19. (Esc. Naval 2016) Em que opção o plural do
foram se multiplicando a bordo de velhos e saudosos substantivo composto segue a mesma regra de flexão
navios, deixariam agradáveis e duradouras lembranças do termo destacado em “[...] o tão sonhado embarque
em nossa memória. Com o passar dos tempos, inúmeros no Navio-Escola.” (11º parágrafo)?
Conveses e Praça d’ Armas, hoje saudosas, foram se a) água-marinha valiosa.
incorporando ao acervo profissional-afetivo de cada um b) obra-prima da Natureza.
dos integrantes daquela Turma de Guardas-Marinha de c) vitória-régia da Amazônia.
1967. d) salário-família irrisório.
Ah! Como é gratificante, ainda que melancólico, e) carta-bilhete do Aspirante.
repassar tantas lembranças, tantos termos expressivos,
tanta gíria maruja, tantas tradições, fainas e eventos tão TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
intensamente vividos a bordo de inesquecíveis e FELICIDADE CLANDESTINA
saudosos navios... Clarice Lispector
E as viagens foram se multiplicando ao longo de
bem aproveitados anos de embarque, de centenas de Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos
dias de mar e de milhares de milhas navegadas em alto excessivamente crespos, meio arruivados. Tinha um
mar, singrando as extensas massas líquidas que formam busto enorme, enquanto nós todas ainda éramos
os grandes oceanos, ou ao longo das águas costeiras achatadas. Como se não bastasse, enchia os dois bolsos
que banham os recortados litorais, com passagens, da blusa, por cima do busto, com balas. Mas possuía o
visitas e arribadas em um sem-número de enseadas, que qualquer criança devoradora de histórias gostaria
baías, barras, angras, estreitos, furos e canais de ter: um pai dono de livraria.
espalhados pelos quatro cantos do mundo, percorridos Pouco aproveitava. E nós menos ainda: até para
nem sempre com mares bonançosos e ventos tranquilos aniversário, em vez de pelo menos um livrinho barato,
e favoráveis. ela nos entregava em mãos um cartão-postal da loja do
Inúmeros foram também os portos e cidades pai. Ainda por cima era de paisagem do Recife mesmo,
visitadas, não só no Brasil como no exterior, o que onde morávamos, com suas pontes mais do que vistas.
sempre nos proporciona inestimáveis e valiosos Atrás escrevia com letra bordadíssima palavras como
conhecimentos, principalmente graças ao contato com “data natalícia” e “saudade”.
povos diferentes e até mesmo de culturas exóticas e Mas que talento tinha para a crueldade. Ela
hábitos às vezes totalmente diversos dos nossos, como toda era pura vingança, chupando balas com barulho.
os ribeirinhos amazonenses ou os criadores de Como essa menina devia nos odiar, nós que éramos
serpentes da antiga Taprobana, ex-Ceilão e hoje Sri imperdoavelmente bonitinhas, esguias, altinhas, de
Lanka. cabelos livres. Comigo exerceu com calma ferocidade o
Como foi fascinante e delicioso navegar por seu sadismo. Na minha ânsia de ler, eu nem notava as
todos esses cantos. Cada novo mar percorrido, cada humilhações a que ela me submetia: continuava a
nova enseada, estreito ou porto visitado tinha sempre implorar-lhe emprestados os livros que ela não lia.
um gosto especial de descoberta... Sim, pois, como dizia Até que veio para ela o magno dia de começar
Câmara Cascudo, “o mar não guarda os vestígios das a exercer sobre mim uma tortura chinesa. Como
quilhas que o atravessam. Cada marinheiro tem a ilusão casualmente, informou-me que possuía As reinações de
cordial do descobrimento”. Narizinho, de Monteiro Lobato.
Era um livro grosso, meu Deus, era um livro
(CÉSAR, CMG (RM1) William Carmo. Laivos de para se ficar vivendo com ele, comendo-o, dormindo-o.
memória. In: Revista de Villegagnon, Ano IV, nº 4, E completamente acima de minhas posses. Disse-me
2009. p. 42-50. Texto adaptado) que eu passasse pela sua casa no dia seguinte e que ela
o emprestaria.
Até o dia seguinte eu me transformei na própria
18. (Esc. Naval 2016) Em que opção encontra-se uma esperança da alegria: eu não vivia, eu nadava devagar
palavra, cujo processo de formação é o mesmo do num mar suave, as ondas me levavam e me traziam.
termo destacado em “[...] o tão sonhado embarque No dia seguinte fui à sua casa, literalmente
[...].” (11º parágrafo) correndo. Ela não morava num sobrado como eu, e sim
a) “[...] circundam minha terra [...].” (2º parágrafo) numa casa. Não me mandou entrar. Olhando bem para
b) “[...] não seriam certamente em vão.” (4º parágrafo) meus olhos, disse-me que havia emprestado o livro a
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outra menina, e que eu voltasse no dia comprimindo-o contra o peito. Quanto tempo levei até
seguinte para buscá-lo. Boquiaberta, saí devagar, mas chegar em casa, também pouco importa. Meu peito
em breve a esperança de novo me tomava toda e eu estava quente, meu coração pensativo.
recomeçava na rua a andar pulando, que era o meu Chegando em casa, não comecei a ler. Fingia
modo estranho de andar pelas ruas de Recife. Dessa vez que não o tinha, só para depois ter o susto de o ter.
nem caí: guiava-me a promessa do livro, o dia seguinte Horas depois abri-o, li algumas linhas maravilhosas,
viria, os dias seguintes seriam mais tarde a minha vida fechei-o de novo, fui passear pela casa, adiei ainda mais
inteira, o amor pelo mundo me esperava, andei pulando indo comer pão com manteiga, fingi que não sabia onde
pelas ruas como sempre e não caí nenhuma vez. guardara o livro, achava-o, abria-o por alguns instantes.
Mas não ficou simplesmente nisso. O plano Criava as mais falsas dificuldades para aquela coisa
secreto da filha do dono de livraria era tranquilo e clandestina que era a felicidade. A felicidade sempre iria
diabólico. No dia seguinte lá estava eu à porta de sua ser clandestina para mim. Parece que eu já pressentia.
casa, com um sorriso e o coração batendo. Para ouvir a Como demorei! Eu vivia no ar... Havia orgulho e pudor
resposta calma: o livro ainda não estava em seu poder, em mim. Eu era uma rainha delicada.
que eu voltasse no dia seguinte. Mal sabia eu como mais Às vezes sentava-me na rede, balançando-me
tarde, no decorrer da vida, o drama do “dia seguinte” com o livro aberto no colo, sem tocá-lo, em êxtase
com ela ia se repetir com meu coração batendo. puríssimo. Não era mais uma menina com um livro: era
E assim continuou. Quanto tempo? Não sei. Ela uma mulher com o seu amante.
sabia que era tempo indefinido, enquanto o fel não
escorresse todo de seu corpo grosso. Eu já começara a Com base no texto acima, responda à(s)
adivinhar que ela me escolhera para eu sofrer, às vezes questão(ões) a seguir.
adivinho. Mas, adivinhando-me mesmo, às vezes aceito:
como se quem quer me fazer sofrer esteja precisando
danadamente que eu sofra. 20. (Efomm 2016) Assinale a opção em que a
Quanto tempo? Eu ia diariamente à sua casa, expressão sublinhada NÃO é o sujeito da oração.
sem faltar um dia sequer. Às vezes ela dizia: pois o livro a) Como contar o que se seguiu?
esteve comigo ontem de tarde, mas você só veio de b) Até que veio para ela o magno dia de começar a
manhã, de modo que o emprestei a outra menina. E eu, exercer sobre mim uma tortura chinesa.
que não era dada a olheiras, sentia as olheiras se c) Dessa vez nem caí: guiava-me a promessa do livro
cavando sob os meus olhos espantados. (...)
Até que um dia, quando eu estava à porta de d) No dia seguinte lá estava eu à porta de sua casa, com
sua casa, ouvindo humilde e silenciosa a sua recusa, um sorriso e o coração (...)
apareceu sua mãe. Ela devia estar estranhando a e) Houve uma confusão silenciosa, entrecortada de
aparição muda e diária daquela menina à porta de sua palavras (...)
casa. Pediu explicações a nós duas. Houve uma
confusão silenciosa, entrecortada de palavras pouco
elucidativas. A senhora achava cada vez mais estranho
o fato de não estar entendendo. Até que essa mãe boa
entendeu. Voltou-se para a filha e com enorme surpresa
exclamou: mas este livro nunca saiu daqui de casa e
você nem quis ler!
E o pior para essa mulher não era a descoberta
do que acontecia. Devia ser a descoberta horrorizada da
filha que tinha. Ela nos espiava em silêncio: a potência
de perversidade de sua filha desconhecida e a menina
loura em pé à porta, exausta, ao vento das ruas de
Recife. Foi então que, finalmente se refazendo, disse
firme e calma para a filha: você vai emprestar o livro
agora mesmo. E para mim: “E você fica com o livro por
quanto tempo quiser.” Entendem? Valia mais do que me
dar o livro: “pelo tempo que eu quisesse” é tudo o que
uma pessoa, grande ou pequena, pode ter a ousadia de
querer.
Como contar o que se seguiu? Eu estava
estonteada, e assim recebi o livro na mão. Acho que eu
não disse nada. Peguei o livro. Não, não saí pulando
como sempre. Saí andando bem devagar. Sei que
segurava o livro grosso com as duas mãos,
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flight." Too much cortisol can shrink the size of your


INGLÊS hippocampus, which is where memories are stored in
the brain. Howard says it’s best not to exceed one dose
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: of caffeine every seven hours. (A dose is one milligram
1
Memory Loss on Your Mind? per pound of body weight.) In such moderate amounts,
The good news is that your occasional memory loss is however, some studies have shown that caffeine can, in
probably nothing to worry about fact, offer health benefits — just be sure not to overdo
it!
It's an all-too-common scenario: 2You've lost your keys
(again!), don't remember where you left your glasses, Heavy alcohol consumption. Because alcohol is also
or, for the life of you, can't recall the name of that darn a diuretic, it can cause dehydration, producing
movie. And your first reaction is "Sheesh — I must be symptoms such as confusion and memory problems. So
getting old. 3I'm losing my memory!" for every ounce of alcohol you consume, drink a glass
of water, says Howard. Alcohol may also directly lead to
Well, the reassuring news is that these so-called senior neuronal degeneration.
moments have nothing to do with your brain getting old,
says Pierce J. Howard, Ph.D., director of research at the A sedentary lifestyle and untreated high blood
Center for Applied Cognitive Sciences in Charlotte, North pressure. Both can make you 9susceptible to memory
Carolina, and the author of The Owner's Manual for the lapses. 10A rule of thumb worth following: Anything
Brain. Chances are your (very normal) memory 4snafus that’s good for the heart is good for the mind. That's
are associated not with age but with experience. because mental activity is dependent on blood flow
(11among other factors), which also supplies essential
Memory Rivalry oxygen to the brain.
Try this brainteaser: Off the top of your head, name ten
things that are the color red. Not as easy as it sounds, Prolonged stress and illness. Both of these can
is it? When you were 5 years old, you could probably wreak havoc on mental as well as physical functioning.
have completed this task easily, but by the time you
reach your "seasoned" years, your brain is filled with 12
Resting on your laurels. This is no time to be
some 6,000 objects that are red. And because we have complacent or lazy. It’s important to keep stimulating
so many things in brain storage bins that 5fit the your mind to learn new things and take on new
description — what scientists refer to as rivals — we challenges. Follow the slogan 13Use it or lose it!
struggle when we try to remember the name of a red
object. [...]

"Your mind will cycle through hundreds of candidates By JANENE MASCARELLA


before you come up with the right ones," explains
Howard. "And it might take longer than you expect. (Source:
That’s not a memory lapse. It's 6simply trying to recall https://www.everydayhealth.com/longevity/mental-
a memory that's in storage." Ever notice your computer fitness/memory-loss.aspx retrieved on September 9,
slowing down when the hard drive gets 7too full? It’s 2019)
akin to what happens with the human mind — as it gets
fuller, it takes more time to sift through everything.
"Aging is a misnomer here," says Howard. "It's not 21. Classify the following words as they are employed
getting old that causes the 8sluggishness of memory in the text: snafus (reference 4); fit (reference 5);
— it's simply a crowded memory bank. By now, you've simply (reference 6); too (reference 7); sluggishness
got so many associations that it's just a competition in (reference 8); susceptible (reference 9); among
your mind for the correct memory to surface." (reference 11):

[...] a) noun; verb; adverb; adverb; noun; adjective;


preposition.
In addition, certain substances can damage neurons, as b) noun; verb; adverb; adjective; noun; adjective;
can lifestyle choices and health problems, including the preposition.
following: c) adjective; verb; adverb; adverb; adjective; adjective;
preposition.
Too much caffeine. A dehydrating agent, caffeine d) noun; verb; adverb; adverb; noun; adjective; noun.
can, over time, make your neural membranes brittle. It’s
a double whammy, too: It can affect your ability to recall
because it encourages the production of excess cortisol,
the stress chemical that prepares you for "fight or
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23. Which sentence are grammatically correct?


TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Texto para a(s) questão(ões) a seguir.
I. He goes running in all weathers.
II. I have difficulties in remembering faces.
III. Do you think we have much chance of catching the
train?
IV. He speaks an excellent English.
V. We’ve bought three groceries.

a) Only I and IV.


b) Only I and III.
1
What time is it? That simple question probably is c) Only II and IV.
asked more often today than ever. 2In our clock- d) Only III and V.
studded, cell-phone society, the answer is 3never more e) Only II and V.
than a glance away, and so we can blissfully partition
our days into ever smaller increments for ever more 24. Mark the correct option.
tightly scheduled tasks, 4confident that we will always
know it is 7:03 P.M. a) Here comes he.
Modern scientific revelations about time, however, b) Not until he received her call did he fully understand
make the question endlessly frustrating. If we seek a the situation.
precise knowledge of the time, the elusive infinitesimal c) A: “I am thirsty!”
of “now” dissolves into a scattering flock of B: “So I am.”
nanoseconds. 5Bound by the speed of light and the d) Not far from here can you find a place to eat.
velocity of nerve impulses, our perceptions of the e) A: “I don’t like soap operas.”
present sketch the world as it was an instant ago—for B: “Nor I do.”
all that our consciousness pretends otherwise, we can
never catch up. 25. Which alternative is correct?
Even in principle, perfect synchronicity escapes us.
Relativity dictates that, 6like a strange syrup, time flows a) He is selling a two-person tent.
slower on moving trains than in the stations and faster b) It is important to follow the postgraduates
in the mountains than in the valleys. The time for our regulations.
wristwatch or digital screen is not exactly the same as c) I need this plier to fix the machine.
the time for our head. d) She paid me twenty dollars, now she owes me other
Our intuitions are deeply paradoxical. Time heals all twenty dollars.
wounds, but it is also the great destroyer. Time is e) I don’t have some money.
relative but also relentless. There is time for every
purpose under heaven, 26. Choose the correct sentence.
but there is never enough.
a) Pancho is Always happy to offer advise if you ask him
Scientific American, October 24, 2014. Adaptado for it.
b) Teachers always advice parents to emphasize
studying at home.
22. No texto, a expressão que melhor representa o c) My doctor adviced me to go to the gym more often.
caráter supostamente exato do tempo é: d) John has a bad habit of offering unsolicited advice.
e) Sarah will advice the city council that the deadline
a) “In our clock-studded, cell-phone society” (ref. 2). might need to be extended.
b) “never more than a glance away” (ref. 3).
c) “confident that we will always know it is 7:03 P.M.” 27. Mark the correct alternative.
(ref. 4).
d) “Bound by the speed of light” (ref. 5). a) All his bags were robbed of him.
e) “like a strange syrup” (ref. 6). b) I handed to my sister the bottle.
c) I am going to treat myself to a new dress.
d) He claimed that he had been deprived from his
freedom.
e) Her grandmother made a lovely made a lovely scarf
to me.
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Waigeo Island on March 4 when it veered slightly off


course and slammed into the reef. An investigation into
28. Choose the correct alternative. the incident found that the cruise ship allegedly entered
a) You’ll soon get used to live abroad. the area without consulting local guides and that ship’s
b) She is talking about to move to the countryside. crew only relied on GPS navigation without considering
c) I look forward to hear from you. the tide.
d) I used to playing cards when I was a kid. “The skipper forced the ship to enter the area,
e) I am used to doing the dishes. which was not open to cruise ships,” CII spokesman,
Albert Nebore, said.
29. Choose the correct sentence. Noble Caledonia called the accident an
a) My father always kept a close eye in me when I “unfortunate” incident and added that the company is
played with my friends. “firmly committed to protection of the environment” and
b) There must be more to him than meets my eyes, or fully backed an investigation, but made no mention of
else why would she be interested in him? compensation.
c) Although we are married, we don’t see eye to eye on The Caledonian Sky has since been refloated
a lot of things. and an inspection revealed that “the hull was
d) I cried my eyes away when my friend told me I failed undamaged and remained intact,” the company said.
the exam. The ship itself “did not take on water, nor was
e) Working with poor children opened my eyes off their any pollution reported as a result of the grounding,”
real needs. Noble Caledonia added.
Indonesia’s Environment and Forestry Ministry
30. Choose the correct sentence. has deployed its staff to identify the damage coral reefs
a) Her breadth of knowledge is amazing. and collect evidence that they will use to demand
b) David has a large respect for his teacher. compensation from the British company.
c) The river is 230 meters width. Ministry spokesman Djati Witjaksono said, “We
d) The driver’s behaviour caused a big annoyance. will discuss with experts the amount of compensation
e) Some native English speakers measure their personal the company must pay [to Indonesia].”
weigh in pounds. Locals in Raja Ampat say that besides the
damage to the reef, the accident has also put a major
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: strain on the local economy, which relies heavily on
Cruise ship crash causes more than $18M in snorkeling and scuba-diving tourism.
damage to pristine Indonesian reef, expert says “Coral reefs are the main attraction for many
tourists in the area. It is counterproductive for our
Published March 14, 2017. tourism prospects,” Laura Resti, from Raja Ampat’s
homestay association, told to BBC. “We have tried to
The damage caused by a British-owned cruise conserve those coral reefs for a long time, and just
ship that accidentally run aground on a pristine within few hours they were gone”. Resti added: “I am
Indonesian coral reef could cause total more than so sad and feel ashamed to take tourists there.”
$18M million, according to academics and
Adapted from: www.foxnews.com.
environmental groups working in the region.
Researches for Conservation International
Indonesia (CII), Papua State University and the
31. In the extract from the first paragraph:
Regional Technical Implementing Unit (UPTD) found
that the grounding of the 295-foot Caledonian Sky
“The damage cause by a British-owned cruise ship that
cruise ship – which weighs 4,200 tons and carried 102
accidentally ran aground on a pristine Indonesian coral
passengers – caused massive damage to several reef could total more than million (…)”,
endemic reefs that are unique to Raja Ampat, a remote
and idyllic island chain west of Indonesian’s Papua the word in bold means
province.
“The types of reefs that were damaged by the a) shabby
ship are Genus Porites, Acropora, Poicilopora, b) bulky
Tubastrea, Montipora, Stylopora, Favia and Pavites. It c) unspoiled
will take decades for restore the reefs,” Ricardo d) cozy
Tapilatu, who headed the research, told the Jakarta e) awesome
Post. Tapilatu added that damage area stretched for
more than 145,000-square-miles.
The Caledonian Sky, owned by British company
Noble Caledonia, was finishing a bird-watching trip on
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TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES: 32. What does the sentence “It will add even greater
Answer the questions based on the text below. momentum, (...)” mean in the last paragraph?

The Brazilian government has ratified its a) That the Brazilian participation in the agreement will
participation in the Paris agreement on climate change, represent an important moment.
a significant step by Latin America’s largest emitter of b) That the Brazilian participation in the agreement will
greenhouse gases that could spur other countries to bring strength to it.
follow suit. c) That the Brazilian participation in the agreement will
With a landmass larger than the continental US, represent a great burden to it.
Brazil emits about 2.5% of the world’s carbon dioxide d) That small countries in South America will join the
and other polluting gases, according to United Nations agreement because of the Brazilian participation.
data.
“Our government is concerned about the 33. Which of the idioms below is a possible synonym
future,” said President Michel Temer during a signing for “follow suit” in the first paragraph of the text?
ceremony in Brasilia. “Everything we do today is not
aimed at tomorrow, but rather at a future that preserves a) Cross the bridge when you come to it.
the living conditions of Brazilians.” b) Keep something at bay.
Temer said Brazil’s ratification would be c) Jump on the bandwagon.
presented formally to the UN later this month. d) Sit on the fence.
The Paris agreement will enter into force once
55 countries representing at least 55% of global TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:
emissions have formally joined it. Climate experts say A couple of weeks ago I was asked what I thought the
that could happen later this year. future of technology in education was. It is a really
Countries set their own targets for reducing interesting question and one that I am required to think
emissions. The targets are not legally binding, but about all the time. By its very nature, technology
nations must update them every five years. Using 2005 changes at a fast pace and making it accessible to
levels as the baseline, Brazil committed to cutting pupils, teachers and other stakeholders is an ongoing
emissions 37% by 2025 and an “intended reduction” of challenge. So what is the future? Is it the iPad? No, I
43% by 2030. don't think it is. For me, the future is not about one
In the last decade, Brazil has achieved specific device. Don't get me wrong, I love the iPad. In
significant emissions cuts thanks to efforts to reduce fact, I have just finished a trial to see if using them
deforestation in the Amazon and increase in the use of really does support teaching and learning – and they
energy from hydropower and other renewable sources have proved effective. I've written about the trial in
including wind, solar and biomass. more detail on my blog. iPads and other mobile
The Paris accord got a boost earlier this month technology are the ‘now’. Although, they will play a part
when the US president, Barack Obama, and China’s in the future, four years ago the iPad didn't even exist.
President, Xi Jinping, sealed their nations’ participation. We don't know what will be the current technology in
“Brazil is now the next major country to move another four. Perhaps it will be wearable devices such
forward. It will add even greater momentum,” said as Google Glass, although I suspect that tablets will still
David Waskow, director of the International Climate be used in education. The future is about access,
Initiative at the Washington, DC-based think tank the anywhere learning and collaboration, both locally and
World Resources Institute. globally. Teaching and learning is going to be social.
Schools of the future could have a traditional cohort of
Source: students, as well as online only students who live across
https://www.theguardian.com/environment/2016/sep/ the country or even the world. Things are already
13/brazil-ratifies-paris-agreement-with-pledge-to- starting to move this way with the emergence of
sharplyreduce-emissions. massive open online courses (MOOCs). For me the
future of technology in education is the cloud.
Technology can often be a barrier to teaching and
learning. I think the cloud will go a long way to removing
this barrier. Why? By removing the number of things
that can go wrong. Schools will only need one major
thing to be prepared for the future. They will not need
software installed, servers or local file storage. Schools
will need a fast robust internet connection.
Infrastructure is paramount to the future of technology
in education. We don't know what the new ‘in’ device
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reaction occurs allowing you to get out something


will be in the future. What we do know is that it will different at the end,” researcher Mark Symes told the
need the cloud. Schools and other educational BBC.
institutions will need to futureproof their infrastructure “We're extrapolating from that to say that in the
the best they can. future you could buy common chemicals, slot them into
something that 3D prints, just press a button to mix the
(Source: The Guardian, Author: Matt Britland, 2013) ingredients and filter them through the architecture and
at the bottom you would get out your prescription drug."
‘Revolutionising healthcare’
34. Match these words with their definitions. The 3D printing process involves the use of a
robotically controlled syringe which builds an object out
1. stakeholders of a gel-based “ink”, into which chemicals and catalysts
2. trial are mixed.
3. barrier “Chemists normally put chemicals in glassware
4. storage to create a reaction,” said Prof Lee Cronin, who came
up with the idea.
( ) the process of testing something to see if it works “What we are doing is mixing the concept of the
( ) Obstacle glassware and the chemicals together in the 3D printer
( ) someone who has an interest in the success of to create what we call ‘reactionware’”.
something “It's almost like a cake – you print the last
( ) space where things can be kept reactionary agent first and then build other chemical
layers above, finally adding a liquid at the top. The liquid
The correct sequence from the top to the bottom is: goes to layer one making a new molecule which goes to
a) 3 - 2 - 4 - 1 the next layer creating another and so on until at the
b) 4 - 1 - 3 - 2 bottom you get your prescription drug out.”
c) 1 - 4 - 2 - 3 Until now the researchers have used bathroom
d) 2 - 3 - 1 – 4 sealant to create their reactor, and the substances
created have not been suitable for human consumption.
35. What are the correct translations for the nominal But the scientists say their next step is to switch
groups in the text? ingredients and replicate drugs already available in
pharmacies. They also hope to work with engineers to
1. wearable devices – dispositivos usáveis increase the printer's speed and resolution.
2. fast pace – ritmo acelerado If successful, they say doctors and individuals
3. mobile technology – tecnologia móvel could ultimately download pre-set recipes and even
4. local file storage – arquivo de armazenamento local tailor medicines to their individual needs.
“This would not only place traditionally
The correct sequence is: expensive chemical engineering technology within reach
a) 1 - 2 - 3 of typical laboratories and small commercial enterprises,
b) 4 - 2 - 1 but also could revolutionise access to healthcare and the
c) 1 - 3 - 4 chemical sciences in general in the developing world,”
d) 2 - 4 - 3 they wrote in a paper published in the Nature Chemistry
journal.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Leia o texto e responda à(s) pergunta(s) de acordo com Fonte: BBC News, 18/04/2012.
as informações nele contidas.

Researchers have used a £ 1,250 system to


create a range of organic compounds and inorganic
clusters – some of which are used to create cancer
treatments.
Longer term, the scientists say the process
could be used to make customised medicines.
They predict the technique will be used by
pharmaceutical firms within five years, and by the public
within 20.
“We are showing that you can take chemical
constituents, pass them through a printer and create
what is effectively a chemical synthesiser in which the
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36. Match the words underlined in the text with their 39. Choose the correct option to complete this forum
correct translations into Portuguese. post.

1. layer Always hated my nose and finally __________


2. suitable
3. recipes My “beak-like” nose needed to be shaped, but I was
4. available afraid the surgery would hurt too much. A friend talked
5. reach into __________ after hearing me complain so many
times. If I had known how easy the recovery was, I
( ) alcance would have done it a long time ago!
( ) receitas (https://www.realself.com)
( ) adequado a) it had fixed – getting it done
( ) camada b) had fixed it – getting it done
( ) disponível c) it had fixed – it getting done
d) had fixed it – it getting done
The correct sequence from the top to the bottom is e) had it fixed – getting it done
a) 1 – 4 – 2 – 3 – 5
b) 4 – 1 – 3 – 2 – 5 40. Which option best completes the paragraph below?
c) 5 – 3 – 2 – 1 – 4
d) 5 – 3 – 2 – 4 – 1 Eat healthy

37. Which is the correct option to complete the In today’s fast-paced world, it is so easy __________
paragraph below? through a drive-through window to grab something to
eat. It is also easy __________ into a gas station
How to use the camera at the beach or near __________ a bag of chips, a soda, and some candy.
water However, __________ this is not the best choice for our
__________ the camera dry naturally in case it gets bodies. Simply put – the more junk you put into your
wet. After that, please __________ the door/cover to body, the worse you are going to feel. Try __________
be sure no sands is present. ___________ as required. your body with healthy food, drink plenty of water, and
___________ the camera anywhere the temperature skip fast food lines as much as you can to feel healthy
may exceed 35 C as this may damage the unit. and happy.
a) Let/inspect/To clean/Do not leave
b) Let/inspect/Clean/ Do not leave (Abridged from http://www.teenadvice.about.com)
c) To let/inspect/Clean/Not leave a) driving – stopping – to buy – to do – to nourish
d) To let/inspect/Clean/Leave not b) driving – stopping – to buy – doing – to nourish
e) To let/to inspect/To clean/Leave not c) to drive – to stop – to buy – doing – to nourish
d) to drive – to stop – buying –doing – nourishing
38. Which is the correct option to complete the e) to drive – to stop – to buy – to do – nourishing
paragraph below?

How to prepare yourself for entrance exams

While you are studying for the test, __________ the


time to anticipate what obstacles you might encounter
when taking the actual test. A helpful tool for doing this
will be the practice tests: __________ which questions
trip you up the most. Then, __________ up with
strategies for handling those minor issues while you
take your exam.

(http://www.wikihow.com/Prepare-Yorself-for-
Entrance-Exams)
a) are taking – notice – comes
b) takes – noticing – coming
c) take – notice – come
d) takes – noticing – come
e) take – noticing – coming
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– Porque não!
Dormiu logo. A mulher passou metade da noite
REDAÇÃO olhando para o nariz de borracha. De madrugada
começou a chorar baixinho. Ele enlouquecera. Era isto.
Era um dentista respeitadíssimo. Com seus Tudo estava acabado. Uma carreira brilhante, uma
quarenta e poucos anos, uma filha quase na faculdade. reputação, um nome, uma família perfeita, tudo trocado
Um homem sério, sóbrio, sem opiniões surpreendentes, por um nariz postiço.
mas de uma sólida reputação como profissional e – Papai...
cidadão. Um dia, apareceu em casa com um nariz – Sim, minha filha.
postiço. Passado o susto, a mulher e a filha sorriram – Podemos conversar?
com fingida tolerância. Era um daqueles narizes de – Claro que podemos.
borracha com óculos de aros pretos, sobrancelhas e – É sobre esse seu nariz...
bigodes que fazem a pessoa ficar parecida com o – O meu nariz, outra vez? Mas vocês só pensam
Groucho Marx. Mas o nosso dentista não estava nisso?
imitando o Groucho Marx. Sentou-se à mesa de almoço – Papai, como é que nós não vamos pensar? De
– sempre almoçava em casa – com a retidão costumeira, uma hora para outra, um homem como você resolve
quieto e algo distraído. Mas com um nariz postiço. andar de nariz postiço e não quer que ninguém note?
– O que é isso? – perguntou a mulher depois da – O nariz é meu e vou continuar a usar.
salada, sorrindo menos. – Mas por que, papai? Você não se dá conta de
que se transformou no palhaço do prédio? Eu não posso
– Isto o quê? mais encarar os vizinhos, de vergonha. A mamãe não
– Esse nariz. tem mais vida social.
– Ah, vi numa vitrina, entrei e comprei. – Não tem porque não quer...
– Logo você, papai... – Como é que ela vai à rua com um homem de
Depois do almoço ele foi recostar-se no sofá da nariz postiço?
sala como fazia todos os dias. A mulher – Mas não sou “um homem”. Sou eu. O marido
impacientou-se. dela. O seu pai. Continuo o mesmo homem. Um nariz
– Tire esse negócio. de borracha não faz nenhuma diferença. Se não faz
– Por quê? nenhuma diferença, por que não usar?
– Brincadeira tem hora. – Mas, mas...
– Mas isto não é brincadeira. – Minha filha.
Sesteou com o nariz de borracha para o alto. – Chega! Não quero mais conversar. Você não é mais
Depois de meia hora, levantou-se e dirigiu-se para a meu pai!
porta. A mulher o interpelou:
– Aonde é que você vai? A mulher e a filha saíram de casa. Ele perdeu
– Como, aonde é que eu vou? Vou voltar para o todos os clientes. A recepcionista, que trabalhava com
consultório. ele há 15 anos, pediu demissão. Não sabia o que
– Mas com esse nariz? esperar de um homem que usava nariz postiço. Evitava
– Eu não compreendo você – disse ele, olhando- aproximar-se dele. Mandou o pedido de demissão pelo
a com censura através dos aros sem lentes. – Se fosse correio. Os amigos mais chegados, numa última
uma gravata nova, você não diria nada. Só porque é um tentativa de salvar sua reputação, o convenceram a
nariz... consultar um psiquiatra.
– Pense nos vizinhos. Pense nos clientes. – Você vai concordar – disse o psiquiatra depois
Os clientes, realmente, não compreenderam o de concluir que não havia nada de errado com ele – que
nariz de borracha. Deram risadas (“Logo o senhor, seu comportamento é um pouco estranho...
doutor...”), fizeram perguntas, mas terminaram a – Estranho é o comportamento dos outros! – disse
consulta intrigados e saíram do consultório com dúvidas. ele. – Eu continuo o mesmo. Noventa e dois por cento
– Ele enlouqueceu? do meu corpo continua o que era antes. Não mudei a
– Não sei – respondia a recepcionista, que maneira de vestir, nem de pensar, nem de me
trabalhava com ele há 15 anos. – Nunca vi “ele” comportar. Continuo sendo um ótimo dentista, um bom
assim. marido, bom pai, contribuinte, sócio do fluminense,
Naquela noite, ele tomou seu chuveiro, como tudo como antes. Mas as pessoas repudiam todo o resto
fazia sempre antes de dormir. Depois, vestiu o pijama e por causa deste nariz. Um simples nariz de borracha.
o nariz postiço e foi se deitar. Quer dizer que eu não sou eu, eu sou o meu nariz?
– Você vai usar esse nariz na cama? – – É... – disse o psiquiatra. – Talvez você tenha
perguntou a mulher. razão...
– Vou. Aliás, não vou mais tirar este nariz. O que é que você acha, leitor? Ele tem razão?
– Mas, por quê? Seja como for, não se entregou. Continua a usar o nariz
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1º SIMULADO EFOMM – 2º DIA – PORTUGUÊS, INGLÊS E REDAÇÃO

postiço. Porque agora não é mais uma


questão de nariz. Agora é uma questão de princípios.

“O nariz e outras crônicas”, in Para gostar de ler. Luis


Fernando Verissimo. Editora Ática.

Faça uma dissertação sobre o tema que se depreende


do texto acima.

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