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Neste estágio, devemos nos contentar apenas com a mais simples declaração do
significado e da distinção entre substância e acidentes, sem a qual não faríamos nada da
transubstanciação. Concentrar-nos-emos no pão, lembrando-nos mais uma vez que o que
foi dito se aplica, em princípio, também ao vinho.
Em outras palavras, tudo o que os sentidos percebem - mesmo com a ajuda daqueles
instrumentos que os homens estão sempre inventando para aumentar o alcance dos
sentidos - é sempre do mesmo tipo, uma qualidade, uma propriedade, um atributo;
nenhum sentido percebe algo que tem todas essas qualidades, que é a própria coisa.
Este algo é o que os filósofos chamam de substância; o resto são acidentes que possui.
Nossos sentidos percebem acidentes; apenas a mente conhece a substância. Isto é
verdade para o pão, é verdade para todas as coisas criadas. Deixada a si mesma, a
mente assume que a substância é aquilo que, em toda a sua experiência passada,
descobriu ter aquele grupo particular de acidentes. Mas nestes dois casos, o pão e o
vinho da Eucaristia, a mente não fica entregue a si mesma. Pela revelação de Cristo sabe
que a substância foi mudada,
Os acidentes, então, permanecem; mas não, é claro, como acidentes do corpo de Cristo.
Não é o seu corpo que tem a brancura, a redondeza e a suavidade. Os acidentes que
antes existiam pela substância do pão, e aqueles outros que antes existiam pela
substância do vinho, agora existem apenas pela vontade de Deus de mantê-los.
E o corpo de Cristo, agora sacramentalmente presente? Devemos deixar a filosofia disto
para uma fase posterior do nosso estudo. Tudo o que diremos aqui é que seu corpo está
totalmente presente, embora não (assim nos diz São Tomás, entre outros) estendido no
espaço. Um elemento adicional na doutrina da Presença Real precisa ser declarado: o
corpo de Cristo permanece no comungante enquanto os acidentes permanecerem . Onde,
na ação normal de nossos processos corporais, eles são tão alterados que não são mais
acidentes do pão ou acidentes do vinho, a Presença Real em nós do próprio corpo
individual de Cristo cessa. Mas vivemos em seu Corpo Místico.
Retirado de Teologia para Iniciantes (c) 1981 por Frank J. Sheed, Capítulo 18.