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RITUAL DO PAI QUERIMBÓ

Origem do Ritual do Pai Querimbó

O Pai Querimbó é uma entidade de Ogum de mata e mentor espiritual do Centro Espírita de
Umbanda Nossa Senhora Sant’Ana. O Ritual do Pai Querimbó foi trazido pelo chefe
espiritual Eloi Ricaldi, do Rio de Janeiro, na década dos anos 50 (cinquenta), para a cidade
gaúcha de Santa Maria, e implementado na casa de Umbanda Centro Espírita Cavaleiros de
Cristo, situado na Rua Duque de Caxias e posteriormente levada para a cidade de Rio
Grande pela médium Iolanda da Silva Neves, que o implantou no Centro Espírita de
Umbanda Nossa Senhora Sant’Ana, no ano de 1985.
O ritual na sua totalidade é um procedimento de fortalecimento dos médiuns que integram a
corrente da terreira.
Além da Casa Nossa Senhora Sant’Ana adotam o mesmo ritual centro espíritas das cidades
de Cachoeira do Sul – RS, Cruz Alta – RS, Erechim – RS, Casa Nanã Buruquê e Taba do
Caboclo Ubirajara de Porto Alegre-RS e Reino do Pai Tupinambá em Chapecó SC.

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Os Planos Astrais e as Guias dos Médiuns

1- Os Planos Astrais
Os Planos Astrais são definidos em função da data de nascimento e signo astrológico do
membro da corrente conforme tabela abaixo:

Signos 1º Plano cor 2º Plano cor 3º Plano cor

Áries Ogum Iemanjá Xangô


Touro Iemanjá Ogum Xangô
Gêmeos Oriente Oxóssi Iemanjá
Câncer Oxóssi Oxum Oriente
Leão Oxum Oxóssi V Oriente
Virgem Oxóssi Oxum Iemanjá
Libra Iemanjá Oxóssi Ogum
Escorpião Ogum Oxum Iemanjá
Sagitário Oxum Xangô Ogum
Capricórnio Xangô Oxum Oriente
Aquário Iansã Xangô Oriente
Peixes Xangô Oriente Iansã
Quadro nº 1

As bebidas dos Orixás são as seguintes:

Orixás Bebidas (mensagem para cruzamentos e para


firmar a caixa)

Mãe Iemanjá Água mineral (sem gás)

Mãe Oxum Vinho branco suave

Mãe Iansã Espumante rose (Observação: para o caso de cruzamentos,

lavagem da cabeça e para firmar a caixa utiliza-se sempre água


mineral sem gás)

Pai Ogum Cerveja branca

Pai Oxossi Vinho tinto seco

Pai xangô Cerveja preta

Oxalá Água mineral (sem gás)

Quadro nº 02

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2- As Guias dos Médiuns:
As guias dos médiuns na Umbanda não servem de ornamento ou um paramento, ela
representa a identidade do médium dando-lhe proteção, segurança e afirmação. No Ritual
do Pai Querimbó as guias seguem as designações dos planos astrais que são em número
de três (1º Plano, 2º Plano e 3º Plano).

As guias utilizadas na Terreira Mãe Sant’Ana são:


 Guia da Mãe Sant’Ana;
 Guia de Aço;
 Guia dos Planos Astrais;
 Guia dos Orixás (Oxum; Iemanjá; Iansã; Oxóssi; Ogum; Xangõ e São João Batista);
 Guia dos Pretos Velhos;
 Guia de Cosme e Damião;
 Guia de Oriente;
 Guia de Ciganos;
 Guias dos Exus;
 Guia do 6º cruzamento;
 Guia do 7º cruzameno;
 Guia do Pantera Negra.
No terceiro (3º) cruzamento faz-se a inserção de três búzios na guia dos planos astrais.
Se o membro da corrente é um desenvolvente e não realizou nenhum cruzamento, ele deve
usar obrigatoriamente:
 Uma guia com contas nas cores da Mãe Sant’Ana;
 Uma guia de aço;
 Uma guia com as cores dos planos Astrais (conforme o quadro nº 1).
As guias dos Exus são adotadas por solicitação de cada entidade e normalmente são nas
cores vermelha, preta e roxo, em número impar e múltiplo de 7(sete) ou 7(sete) X 7(sete), ou
seja, no caso das duas cores (preta e vermelha), 49 contas vermelhas + 49 contas pretas.
Pode-se adicionar às contas, se solicitado pela entidade, uma caveira e ou um tridente.
A guia do Exu Pantera Negra, que é um Caboclo Quimbandeiro, é composta por contas
verdes e o seu centro é disposto com uma conta preta (ao centro) + duas contas brancas ou
incolores uma do lado direito outra do lado esquerdo + 2 (duas) contas vermelhas também
dispostas do lado esquerdo e direito das contas incolores e finalmente duas contas marrons
(por esta entidade vir em uma casa de Xangô) dispostas uma ao lado esquerdo e a outra do
lado direito das vermelhas (conforme figura 1) abaixo, totalizando 121, 127,129, 135 contas.

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Após o batizado e definição do caboclo faz-se necessário a confecção e uso de uma guia
que o represente em cor e dimensão (conforme quadro nº 3).

ORIXÁS Cores das contas


OGUM vermelho verde branco Múltiplo de sete, - nº
ímpar
XANGÔ marrom Múltiplo de sete, - nº
ímpar
OXÓSSI verde Múltiplo de sete, - nº
ímpar
ORIENTE rosa Múltiplo de sete, - nº
ímpar
IEMANJÁ azul Múltiplo de sete, - nº
ímpar
IANSÃ vermelho branco Múltiplo de sete, - nº
ímpar
OXUM amarelo Múltiplo de sete, - nº
ímpar
COSME E azul rosa branco Múltiplo de sete, - nº
DAMIÃO ímpar
Quadro nº 3

Observação:
As guias quando arrebentadas deve-se fazer outra igual e a antiga que arrebentou ser
despachada, ou refazê-la se o chefe espiritual assim recomendar. No caso de despachar
será segundo os seguintes critérios:
 Guias de Exu: devem ser despachadas no portão do cemitério, encruzilhada ou
cruzeiro;
 Guias do Oriente: Dunas a beira do mar ou rios quando não houver mar;
 Iemanjá: na beira do mar;
 Oxum: rio (água doce),
 Oxóssi: na mata;
 Ogum: campo verde (Humaitá) ou trilhos;
 Ogum Mege, Ogum Sete Ondas e Ogum Iara, Ogum Beira Mar: beira do mar, mas
se não tiver mar pode ser feito em um campo verde.
 Xangô: pedreira ou pedras.

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Existem também as guias confeccionadas para utilizar após a realização dos Cruzamentos.
A do 3º Cruzamento pega-se a guia dos Planos Astrais e acrescenta-se 3 búzios.
Já a do 6º Cruzamento é uma guia composta de 3(três) cores de contas, sendo 7 contas da
cor do 1º Plano Astral + 7 contas vermelhas e 7 brancas, o restante com contas azuis, com o
total de contas em número ímpar.
A guia do 7º Cruzamento deverá ser confeccionada com contas de louça número 8, nas
cores dos setes (7) Orixás, seguindo essa sequência com sete de cada uma, sete (7) vezes,
totalizando 343 contas: branca; amarela; azul; rosa; verde; marrom; vermelha.

Os Rituais do Pai Querimbó


1- Batismo na Umbanda
2- Lavagem de cabeça (Amaci)
3- Batismo de caboclo
4- Cruzamentos
5- Passagem de pacotes
6- Missa
7- Sessões de atendimento
8- Festas para os Orixás, Exus, Ciganos, Cosmes e Pretos velhos
9- Oferendas
10- Casamento
1- Batismo na Umbanda

O ritual do Batismo é sempre realizado nas festas a São joão Batista e a Mãe Oxum ou em
casos de extraordinários em sessões normais e rotineiras.
O batismo na Umbanda é um acolhimento dos filhos de fé. É um sacramento indispensável
para as pessoas terem uma vida plena, sendo, portanto, uma apresentação às divindades
da Umbanda, para que enviem as suas vibrações ao espírito encarnado e assim ele passe a
receber a proteção dos Orixás. O ritual do batismo também tem como finalidade conectar o
filho de fé que vai ser batizado ao seu Anjo de Guarda.

Necessidades para a realização do Batismo:


1- 1 (uma) vela de batismo grande branca;
2- 1 (uma) toalha (pano) branca pequena;
3- Água batizada*;
*A preparação da água batizada. Colhe-se água da chuva ou filtrada e na noite de 23 para 24 de junho
(noite de São João), dentro de um pote ou frasco grande, deixando-o no sereno, deve-se recolher o

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frasco antes do nascer do sol ou na quarta-feira que antecede o ritual de batismo, deixando a água no
congá.
4- óleo de amêndoa doce;
5- sal;
6- 3 (três) ramos de alecrim.
Procedimentos:
 A madrinha e o padrinho, colocam-se um de cada lado do(a) afilhado(a);
 Acender a vela e o padrinho deverá segurá-la;
 O Guia Chefe lava a cabeça do batizando com água batizada;
 O guia Chefe faz uma cruz na glote do batizando com óleo de amêndoa doce;
 O guia Chefe coloca um pouco de sal nos lábios do batizando;
 O Padrinho deverá apagar a vela com as pontas dos dedos, sem assoprar;
 Marcar na vela, 7 (sete) espaços iguais de aproximadamente 1 (um) cm a acender
por sete sábados consecutivos e guardar o restante da vela para casos de
emergência.

Conga

Conga dos Ciganos Conga do Oriente


Tábua em meia-lua

Cacique Pai Cavaleiro


da Jornada

Toalha pequena ou
Óleo de amêndoa doce pano branco

Alecrim

Bacia branca

Jarra com água


benzida

Mesa recoberta com uma


toalha branca

M
ad Afilhado
ri n
ha Vela de batismo o
nh
branca dri
Pa
Esquema de organização do ritual do Batisma

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Prece de início do batismo

“Pai boníssimo, uma vez que vos aprove permitir ao espírito desta criança (deste filho(a))
novamente passar pelas provações terrestres, destinadas ao seu progresso, dá-lhe luz para
que aprenda a conhecer-vos, amar-vos, adorar-vos com a vossa onipotência, fazei que esta
alma se regenere na fonte das vossas divinas instruções; que sob a égide do seu Anjo da
Guarda, sua inteligência aumente e se desenvolva fazendo espirar e aproximar-se cada vez
mais de vós; que a ciência e o poder de nossa religião sejam brilhante luz que a esclareça
através das escolhas da vida; que ela saiba enfim, apreciar toda a extensão do vosso amor,
que nos experimenta para nos aperfeiçoar.
Pai! Lance um olhar paterno sobre a família a quem confiastes esta alma. Possa ela
compreender a importância da sua missão e fazer germinar nesta criança boa semente, até
o dia que ela puder, por suas próprias aspirações e elevar-se sozinha até vós.
Dignai-vos! Bondoso Zambi, exaltar esta humilde prece em nome e por amor daquele que
disse: “deixai vir a mim os pequeninos, porque deles é o reino dos céus”.

Prece de finalização do batismo

“Pai amantíssimo! Senhor e salvador! Rei de todos os mundos! Com a vossa benção e
permissão as Falanges dos Caboclos, Pretos Velhos e de Cosme e Damião digneis para nos
assistir e que as mesmas sejam portadoras este ato tão sublime e que estes filhos, que
estão sendo apresentados a vós, siga os bons conselhos dos mensageiros caboclos........
Aqui presentes e que sejam protetores e orientadores na sua vida, apoiando também seus
progenitores a quem confiastes a educação e progresso deste espírito e também rogamos
ao Anjo da Guarda, que nunca o abandone. Que assim Seja!”

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2- Lavagem de cabeça (Amaci)

Os rituais do Pai Querimbó referente à lavagem da cabeça, são realizadas com ervas, água
da cachoeira, água do mar e água mineral. Este ritual tem por finalidade fortalecer a aura
dos membros da corrente e são dois durante o ano, o primeiro realizado na lua crescente
do mês de abril e o segundo no mês de setembro também na lua crescente.

1º Ritual de lavagem de cabeça (Amaci)


(realizado na lua crescente do mês de abril - 1º dia)

O Primeiro Ritual de lavagem de cabeça do ano (na lua crescente do mês de abril) é de
fortificação por meio da lavagem da cabeça do integrante da corrente e da assistência, se
houver necessidade, e também observando que não será lavada a cabeça no ritual daqueles
médiuns que farão cruzamentos na mata ou na terreira nesta data, utilizando a infusão das 7
(sete) seguintes ervas lavadas e maceradas:
1- Alecrim; 2- Arruda; 3- Espada de Ogum;
4- Coqueiro do Mato (esta erva deve ser colhida por um integrante da corrente do sexo masculino);
5- Manjericão; 6- Pitangueira; 7- Quebra Tudo.

Necessidades e preparação de cada integrante da corrente para Lavagem da Cabeça:


1- Alguidar de barro;
2- Castiçal para 7 velas;
3- Lenço triangular branco e sem nenhum desenho ou bordado para quem não tem
nenhum cruzamento, para os que já têm, usa-se o lenço do(s) cruzamento(s).
4- Velas coloridas dos Planos Astrais, sendo assim distribuídas: 3 (três) velas coloridas
do 1º Plano, 2 (duas) velas coloridas do 2º Plano e 1 (uma) vela colorida do 3º Plano
acrescida de 1 (uma) ou 2 (duas) vela(s) branca(s) conforme a necessidade.
Preparação do integrante da corrente:
 Somente consumir carne de frango ou peixe nos 3 (três) dias que antecedem o início
do ritual;
 Não consumir nenhum tipo de bebida de álcool nos (3) três dias que antecedem o
início do ritual;
 Ficar em abstinência sexual nos (3) três dias que antecedem o início do ritual;
 Evitar brigas e discórdia nos (3) três dias que antecedem o início do ritual;

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1º Ritual de lavagem de cabeça (mês de abril – 2º dia)

 Ao chegar à terreira saudar os Exus na Tronqueira;


 Passar pelo processo de defumação;
 Após bater a cabeça no Congá e em frente da mesa do ritual, se posicionar em
frente ao seu alguidar e em silêncio acender a vela branca e aguardar o início do
ritual.
 Abertura do Ritual com a reza do Pai Nosso;
 Ponto Nossa Senhora Santana;
 Saudação ao Cavaleiro da Jornada;
 Saudação (pontos cantados) aos Orixás;
 Acender as 3 (três) velas do 1º Plano Astral;
 Acender as 2 (duas) velas do 2º Plano Astral;
 Acender a vela do 3º Plano Astral;
 Lavagem das guias e cabeças;
 Terminado o ritual levantar os pontos e retirar os três alguidares das ervas e colocar
as velas ainda acessas no Congá.
 Após o encerramento do ritual (dos trabalhos) cada membro da corrente deverá
retornar em frente de seu alguidar aguardar as velas apagarem e bater a cabeça;
 Levantar o ponto (estrela de cinco pontas) que está embaixo do alguidar;
 Recolher as sobras de velas e despachar no verde (grama) e guardar o líquido (sobra
da lavagem da cabeça) em um reservatório próprio para em casa realizar no dia
seguinte o banho de descarga.

2º Ritual de lavagem de cabeça (realizado mês de setembro na lua crescente - 1º dia)

O Segundo Ritual de lavagem de cabeça (na lua crescente do mês de setembro), é de


fortificação por meio da lavagem da cabeça do integrante da corrente e da assistência, se
houver necessidade, e também observando que não será lavada a cabeça no ritual daqueles
médiuns que farão cruzamentos nessa data, utilizando a infusão das 7 (sete) seguintes
ervas lavadas e maceradas:

1- Alecrim; 2- Arruda; 3- Espada de Ogum; 4- Orô; 5- Manjericão;


6- Pitangueira; 7- Quebra-tudo; 8- Perfume de Xangô; 9- Pemba marrom.

Seguindo a mesma ritualidade da lavagem de cabeça (Amaci) do mês de abril.

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3- Batizado de Caboclo

O Batizado de Caboclo é uma afirmação do médium com a sua entidade e um ritual de


iniciação para o médium se fortificar e dar início aos atendimentos da assistência
(consultas). No ato do ritual o médium deve dizer o nome de seu Caboclo, riscar o seu ponto
(que é sua identidade) e por qual Orixá ele é enviado, identificando também a mensagem
(bebida) que seu caboclo usa.
Para a realização do Batizado de Caboclo existe a necessidade de já ter sido batizado na
Umbanda.
Quem for batizar o caboclo deve trazer:
1- 1 (uma) Pemba branca;
2- 3 (três) ponteiras de aço;
3- 1 (uma) tábua de madeira para o ponto ser riscado;
4- 1 (um) charuto.
Observação: (3) três dias antes do Batizado do Caboclo fazer abstinência de carnes
vermelhas, suínas, bebidas alcoólicas e relações sexuais. Após o batizado de caboclo a
duração da abstinência será determinada pelo Pai Cavaleiro da Jornada.

O Ritual de Amaci

 Montar a mesa na Gira e em frente ao Congá conforme figura abaixo.


 No dia da abertura do Ritual as ervas deverão ficar em infusão em água do mar, da
cachoeira e mineral em (três) alguidares;
 Firmar os 4 (quatro) cantos da terreira com 4 (quatro) velas brancas e sobre elas
colocar quatro tábuas com pontos riscados de Caboclos de Mata e o ponto do Oriente
em frente à mesa com uma vela branca de sete dias.
 Riscar estrelas de 5(cinco) pontas no chão da terreira embaixo da cada alguidar dos
participantes do ritual, os quais colocarão sobre elas seus alguidares.
 Dentro do alguidar devem ser colocadas as guias menos a de aço e dos Exus e
serem cobertas com o lenço branco;
 Em frente ao alguidar colocar o castiçal com as velas dos Planos Astrais e a vela
branca, conforme esquema abaixo.
 Ao ser iniciado o primeiro dia de ritual, o chefe espiritual mandará acender a vela
branca, que será apagada ao final do primeiro dia.
 Observação: todos estes procedimentos são executados em absoluto silêncio.

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Conga

Conga dos Ciganos Conga do Oriente


Tábua em meia-lua

MESA

ALQUIDAR 1 ALQUIDAR 2 ALQUIDAR 3

ESTRELA DE 5 PONTAS
MEIA LUA

VISTA SUPERIOR

Ponto riscado Ponto riscado do Pai Ponto riscado


1º Cacique Cavaleiro da Jornada 2º Cacique

Pano/toalha
branco(a)

Mesa
Cavaletes

Vela branca
Vela branca
Ponto riscado do Ponto riscado do Ponto riscado do
Preto Velho Pai Querimbó Caboclo Oxossi

VISTA FRONTAL

Pontos riscados necessários para a montagem da mesa


vista superior e frontal.

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Conga

Conga dos Ciganos Conga do Oriente


Tábua em meia-lua

Tábuas para
batizado de
Cabloco
MESA

ALQUIDAR 1 ALQUIDAR 2 ALQUIDAR 3

ESTRELA DE 5PONTAS
MEIA LUA

E spaços para a realização do 1º e 2º cruzamentos GIRA

Linh a branca
qu e conto rna
a assistência

Velas do: 1º Pla no Ponto ris cado de um


2 º Plano C abloco do Conselho
Vela Branca colocada 3 º Plano
no centro do prato ou
castiçal
Estrela de cinco pontas
firmada no chão
Vela branc a colocada sobre
o ponto ris cado do C abloco
e colocados nos qua tro
Prato ou castiçal cantos da te rre ira

Desenho esquemático (vista superior) da preparação do Centro para o


Ritual da Lavagem de Cabeça (Amaci), 1º e 2º cruzamentos e batizado de Caboclo

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4- Os Cruzamentos
Os cruzamentos, dentro do ritual do Pai Querimbó, têm uma significação e objetivo de
desenvolvimento espiritual e fortalecimento dos médiuns pertencentes à corrente. São em
número de sete e são realizados, em mês que tenha Orixá no comando e na lua crescente,
em três ambientes distintos:

Dentro da Terreira, com especificidades próprias descritas em cada cruzamento que são o
1º e 2º cruzamentos, juntamente com a lavagem de cabeça.
Na mata, também com necessidades específicas descritas em cada cruzamento que são 3º,
4º/5º e 7º cruzamentos.
Na beira do mar, com necessidades específicas descritas no 6º cruzamento é de caráter
estritamente individual e realizado em Janeiro ou fevereiro.

Nos rituais (cruzamentos), bem como as festas realizadas em ambientes externos à terreira,
deve-se manter as dinâmicas dos rituais das sessões de Caboclos, com exceção do 6º
Cruzamento.

 Firmar o Posto de Pandira;


 Levar imagens representativas dos Orixás de Mata ou do Mar;
 Todo o material necessário para que o ritual seja efetivado.

1º Cruzamento

O Primeiro Cruzamento é realizado dentro da terreira e ou médium deve cumprir algumas


necessidades e formalidades, conforme a figura 01.
Necessidades:
1- 1 uma caixa de madeira de madeira envernizada medindo 53cm de comprimento,
33cm de largura e 13cm de altura, forrada por dentro na cor do 1º Plano, com o ponto
do Caboclo desenhado na parte interna da tampa na cor do segundo Plano.
2- 1 vela grande branca para batismo enfeitadas com laços de fitas mimosas estreitas, 3
(três) laços com a cor do 1º Plano Astral, 2 (dois) laços com a cor do 2º Plano Astral e
1 (um) laço com a cor do 3º Plano Astral;
3- (duas) taças de vidro médias e transparentes;
4- 1 (uma) cremeira pequena de louça branca para a lamparina;
5- 2 (duas) pembas, uma branca e outra da cor do Orixá a qual pertence o Caboclo;
6- Bebidas do 1º Plano, 2º Plano e 3º Plano;
7- 7 (sete) charutos;

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8- 7 (sete) ponteiras;
9- 1 (um) cordão de São Francisco, com as medidas suficientes para amarrá-lo na
cintura e suas pontas chegarem ao joelho.
10- No seu lenço de cabeça colocar três listas de fita mimosa com as cores do 1º Plano
Astral;
11- 1 (uma) maracá ou porongo enfeitado com penas de cores do: 1º Plano Astral (três
penas); do 2º Plano Astral (duas penas) e do 3º Plano Astral (uma pena) e mais uma
pena branca (Pai Oxalá);
12- 1 cachimbo;
13- 1pacote de fumo;
14- 1 (uma) lata de azeite de oliva;
15- 1 (uma) caixa de lamparina;
16- O seu castiçal ou suporte para sete velas já usados anteriormente no ritual;
17- O seu alguidar nº 2, já usados na fortificação;
18- A sua tábua, já usada no batismo de caboclo;
19- 1 (uma) caixa de fósforo;
20- A taça destinada a mensagem do preto Velho deve ser servida com vinho branco
seco e na outra a mensagem referente ao seu primeiro plano.

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Observações:
 O médium deve escolher no neste cruzamento um padrinho e uma madrinha espiritual e
material, podendo ser Caboclos, Ciganos ou Preto Velhos.
 Três dias antes da realização do cruzamento fazer abstinência de carnes vermelhas,
suínas, bebidas alcoólicas e relações sexuais.
 Após o Cruzamento a abstinência será determinada pelo Pai Cavaleiro da Jornada. O
Médium deverá despachar as bebidas e o óleo (se sobrou da lamparina) em um
verde. Se estiver chovendo ou o chão molhado, manter a caixa aberta e aguardar,
realizando somente em chão seco.
 Após o Cruzamento, durante sete semanas, no dia do seu Orixá do 1º Plano Astral,
firmar a Caixa em casa, servindo as bebidas e acendendo a lamparina. A partir das
sete semanas firmar a caixa sempre que sentir necessidade e com uma certa
frequência durante o mês.

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Ponto cantado para realização do cruzamento:
(1)
Encruza! Encruza! Em nome de Oxalá! Encruza!
Encruza! Encruza! Em nome de Oxum! Encruza! (nome do Orixá 1º Plano);
(2)
Encruza! Encruza! Em nome de Oxalá! Encruza!
Encruza! Encruza! Em nome de Oxossi! Encruza! (nome do Orixá 2º Plano);
(3)
Encruza! Encruza! Em nome de Oxalá! Encruza!
Encruza! Encruza! Em nome de Oriente! Encruza! (nome do Orixá 3º Plano);

Este ponto deve ser entoado até o Cacique finalizar os procedimentos no médium.

2º Cruzamento

O 2º Cruzamento também é realizado dentro da terreira, e os desenvolventes precisam de


algumas necessidades e formalidades, abaixo descritas.
Necessidades:
1- Uma pemba branca;
2- Duas taças de vidro transparentes;
3- Uma tigela pequena e branca para a lamparina;
4- Uma vela branca, fina e grande com três laços de fitas mimosa com as cores do 1º, 2º
e 3º Planos Astrais;
5- Um porongo (maracá) lixado e envernizado com três penas das cores do 1º, 2º, 3º
Planos Astrais (o mesmo utilizado para o 1º Cruzamento);
6- Um cordão de Santo Antônio ou São Francisco com medida suficiente para amarrar
na cintura (o mesmo do 1º Cruzamento);
7- 7 (sete) ponteiras;
8- Mensagem do Caboclo;
9- (sete) charutos, um cachimbo e um pacote de fumo.
10- 1 (uma) bebida referente ao 1º Plano Astral;
11- 1 (uma) bebida referente ao 2º Plano Astral;
12- 1 (uma) bebida referente ao 3º Plano Astral;
13- 1 (um) vinho branco seco;
14- 1 (um) alguidar nº 2 (já utilizado nas fortificações)
15- 1 (um) pacote de vela de cor relativa a cada Plano Astral totalizando três pacotes de
velas;

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16- 1 (um) pacote de vela branca;
17- 1 (uma) tábua (a do 1º Cruzamento);
18- No lenço ou pano para a cabeça acrescentar duas listas, feita de fita mimosa, na cor
do 2º Plano Astral a baixo das três listas do 1º Cruzamento.
Observações:
 Para o 2º Cruzamento não é necessário trazer a caixa de madeira;
 2 - Sete dias antes da realização do cruzamento fazer abstinência de carnes
vermelhas, suínas, bebidas alcoólicas e relações sexuais. Após o Cruzamento a
abstinência será determinada pelo Pai Cavaleiro da Jornada.
 Após o Cruzamento durante sete semanas do dia do Orixá do seu 1º Plano Astral
firmar a Caixa em casa, não podendo sair de casa enquanto a lamparina estiver
acesa, mantendo-se em abstinência.
 Não despachar as bebidas e o azeite no chão molhado pela chuva, caso estiver o
tempo nestas condições, manter a caixa aberta até parar de chover, respeitando a
abstinência, despachar em um verde.

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Ponto cantado para realização do cruzamento:
(1)
Encruza! Encruza! Em nome de Oxalá! Encruza!
Encruza! Encruza! Em nome de Oxum! Encruza! (nome do Orixá 1º Plano);
(2)
Encruza! Encruza! Em nome de Oxalá! Encruza!
Encruza! Encruza! Em nome de Oxossi! Encruza! (nome do Orixá 2º Plano);
(3)
Encruza! Encruza! Em nome de Oxalá! Encruza!
Encruza! Encruza! Em nome de Oriente! Encruza! (nome do Orixá 3º Plano);

Este ponto deve ser entoado até o Cacique finalizar os procedimentos no médium.

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3º Cruzamento
Este cruzamento é realizado na mata e necessita de alguns itens as serem providenciados
pelo médium e por ser realizado em um ambiente externo deve-se:
Necessidades:
1- 1(uma) Caixa de madeira do 1º Cruzamentos com todos os itens como a cremeira,
taças, vela de batismo, etc...
2- 1 (uma) pemba branca;
3- 1 (uma) pemba do seu guia chefe (caboclo);
4- Um porongo (maracá) lixado e envernizado com três penas das cores do 1º, 2º, 3º
Planos Astrais (o mesmo utilizado para o 1º Cruzamento);
5- Uma vela branca, fina e grande com três laços de fitas mimosa com as cores do 1º, 2º
e 3º Planos Astrais (a mesma utilizada para o 1º Cruzamento);
6- Um cordão de Santo Antônio ou São Francisco com medida suficiente para amarrar
na cintura (o mesmo utilizado para o 1º Cruzamento);
7- 7 (sete) ponteiras (as mesmas utilizadas para o 1º Cruzamento);
8- Mensagem do Caboclo;
9- (sete) charutos, um cachimbo e um pacote de fumo (o mesmo utilizado para o 1º
Cruzamento);
10- 1 (uma) bebida referente ao 1º Plano Astral;
11- 1 (uma) bebida referente ao 2º Plano Astral;
12- 1 (uma) bebida referente ao 3º Plano Astral;
13- 1 (um) vinho branco seco (mensagem dos pretos velhos);
14- 1 (um) alguidar nº 2 (já utilizado nas fortificações)
15- 1 (um) pacote de vela de cor relativa a cada Plano Astral totalizando três pacotes de
velas;
16- 1 (um) pacote de vela branca;
17- 1 (uma) tábua (a mesma utilizada para o 1º Cruzamento);
18- No lenço ou pano para a cabeça acrescentar uma lista, feita de fita mimosa, na cor
do 3º Plano Astral ao lado das duas listas do 2º Cruzamento e das três do 1º
Cruzamento;
19- Na frente do Congá abrir a guia dos Planos Astrais e acrescentar 3 (três) búzios e
fechar a guia novamente.
Observações:
 Para o 3º Cruzamento é necessário trazer a caixa de madeira;

20
 Sete dias antes do Cruzamento, fazer abstinência de carnes vermelhas, suínas,
bebidas alcoólicas e relações sexuais. Após o Cruzamento o tempo de abstinência
será determinada pelo Pai Cavaleiro da Jornada.
 Firmar o Posto de Pandira;
 Levar imagens representativas dos Orixás de Mata.

Ponto cantado para realização do cruzamento:


(1)
Encruza! Encruza! Em nome de Oxalá! Encruza!
Encruza! Encruza! Em nome de Oxum! Encruza! (nome do Orixá 1º Plano);
(2)
Encruza! Encruza! Em nome de Oxalá! Encruza!
Encruza! Encruza! Em nome de Oxossi! Encruza! (nome do Orixá 2º Plano);

21
(3)
Encruza! Encruza! Em nome de Oxalá! Encruza!
Encruza! Encruza! Em nome de Oriente! Encruza! (nome do Orixá 3º Plano);

Este ponto deve ser entoado até o Cacique finalizar os procedimentos no médium.

4º e 5º Cruzamentos

Estes cruzamentos são realizados na mata e necessita de alguns itens as serem


providenciados pelo médium e por ser realizado em ambiente externo deve-se:
 Firmar o Posto de Pandira;
 Levar imagens representativas dos Orixás de Mata.
Necessidades:
1- Todos os itens da caixa: cremeira, taças, vela de batismo, cordão, lamparina,
ponteiras, cachimbo, maracá, charutos, pemba e lenço. A caixa de madeira é
opcional;
2- 3 (três) moedas douradas (R$ 0,25) ou (R$ 0,05);
3- lenço ou pano de cabeça;
4- 1(um) alguidar nº 1;
5- 1 (uma) pedra rolada da mata ou do rio
6- 1 (um) pacote de vela da cor relativa a cada Plano Astral totalizando 3 (três) pacotes;
7- 1 (um) pacote de vela branca;
8- 1 (uma) bebidas de cada Plano Astral e a do preto velho (vinho branco seco);
9- Uma guia referente a este Cruzamento com contas brancas, vermelhas, amarelas,
verdes, marrom, rosa e azul. Este conjunto de contas que totalizam 49 (quarenta e
nove contas) deve ser repetido por mais sete vezes, perfazendo um total de 343
contas que são de dimensões da guia da casa (guia das sete linhas).
10- Bandeja da Mãe Sant’Ana
i. 1 (uma) bandeja nº 7 ou nº 9;
ii. 1 (uma) folha de papel de seda lilás ou roxa;
iii. 7 (sete) velas lilás;
iv. 1 (uma) champanhe branca;
11- Bandeja da Mãe Oxum
i. 1 (uma) bandeja nº 7 ou nº 9;
ii. 1 (uma) folha de papel de seda amarela;
iii. 7 (sete) velas amarelas;

22
iv. 1 porção de canjica amarela cozida com mel por cima;
v. 1 (uma) laranja grande com umbigo;
vi. 1 (um) quindim;
vii. 1 (um) vinho branco suave.
12- Bandeja da Mãe Iansã
i. 1 (uma) bandeja nº 7 ou nº 9;
ii. 1 (uma) folha de papel de seda vermelho;
iii. 1 (uma) folha de papel de seda branca;
iv. 7 (sete) velas de Iansã;
v. 1 (uma) champanhe branca;
vi. 1 (uma) maçã vermelha com mel por cima;
vii. 1 mel (pote pequeno);
13- Bandeja da Mãe Iemanjá
i. 1 (uma) bandeja nº 7 ou nº 9;
ii. 1 (uma) folha de papel de seda azul;
iii. 7 (sete) velas azuis;
iv. 1 (uma) cocada branca que é colocada em cima da canjica;
v. 1 (uma) cidra branca;
vi. Canjica cozida branca.
14- Bandeja do Pai Oxalá
i. 1 (uma) bandeja nº 7 ou nº 9;
ii. 1 (uma) folha de papel de seda branca;
iii. 7 (sete) velas brancas;
iv. 1 (uma) água mineral sem gás.
15- Bandeja do Pai Oxossi
i. 1 (uma) bandeja nº 7 ou nº 9;
ii. 1 (uma) folha de papel de seda verde;
iii. 7 (sete) velas verdes;
iv. 1 (uma) garrafa de vinho tinto seco;
v. 1 (um) charuto.
16- Bandeja do Oriente
i. 1 (uma) bandeja nº 7 ou nº 9;
ii. 1 (uma) folha de papel de seda rosa;
iii. 7 (sete) velas rosas;
iv. 1 (um) conhaque.

23
17- Bandeja do Pai Ogum
i. 1 (uma) bandeja nº 7 ou nº 9;
ii. 3 (três) folhas de papel de seda sendo uma branca uma vermelha e uma
verde;
iii. 7 (sete) velas de Ogum;
iv. 1 (um) charuto;
v. 1 (uma) cerveja branca;
vi. Churrasco de 7 costelinhas (inteira) assado sem sal com 7cm de
largura.
18- Bandeja do Pai Xangô
i. 1 (uma) bandeja nº 7 ou nº 9;
ii. 1 (uma) folha de papel de seda marrom;
iii. 7 (sete) velas marrons;
iv. 1 (um) charuto;
v. 1 (uma) cerveja preta;
19- Bandeja do Exu
i. 1 (uma) bandeja nº 7 ou nº 9;
ii. 1 (uma) folha de papel de seda vermelho;
iii. 7 (sete) velas vermelhas;
iv. 1 (um) charuto;
v. 1 (uma) garrafa de cachaça;
vi. 7 (sete) punhados de pipoca sem sal;
vii. 7 (sete) batatas brancas assadas;
viii. 7 (sete) punhados de milho torrado;
ix. 1 (um) bife de boi sem nervos e gorduras;
x. 1 (um) azeite de dendê;
xi. 1 porção de farinha de mandioca torrada.
xii. O bife deve ser colocado no centro da bandeja, e sobre ele colocar um
pouco de azeite de dendê, o restante dos itens são colocados na
volta.
20- Bandeja do Pantera Negra
i. 1 (uma) bandeja nº 7 ou nº 9;
ii. 1 (uma) folha de papel de seda verde;
iii. 7 (sete) velas verdes;
iv. 7 (sete) charutos;

24
v. 1 (um) vinho tinto seco;
vi. 7 (sete) bananas com casca cortadas nas duas pontas. Em uma das
pontas cortar até o meio da banana e em uma das metades cortar até o
meio;
21- Bandeja da Pomba Gira
i. 1 (uma) bandeja nº 7 ou nº 9;
ii. 1 (uma) folha de papel de seda vermelha;
iii. 7 (sete) velas vermelhas;
iv. 3 (três) cigarrilhas;
v. 1 (uma) champanhe branca;
vi. 1 (uma) rosa vermelha;
vii. 1 (uma) bijuteria.
i. 1 pote pequeno de Mel (deixá-lo aberto).

Observações:
 Levar abridor de garrafas, saca rolha, faca de cozinha, pá de pedreiro ou jardim;
 Para o 4º e 5º Cruzamento não é necessário trazer a caixa de madeira;
 Os médiuns deitam no chão de bruços, as bandejas das mães são colocadas a
esquerda nesta ordem Mãe Sant’Ana, Mãe Iemanjá, Mãe Oxum e Mãe Iansã. As
bandejas dos Orixás ficam localizadas a direita do médium sendo a primeira de
Oxalá, seguida por Ogum, Xangô e Oxóssi e Oriente. A bandeja da Pomba-Gira fica
aos pés e a esquerda do médium e a do Exu também aos pés e a direita, assim como
a do Pantera Negra.
 Na cabeça ficam 7 (sete) velas brancas e 7 (sete) velas da cor de seus planos, abaixo
as taças e cremeiras com a lamparina acessa. À esquerda a taça com a bebida de
seu Guia e a direita a bebida do Preto Velho (vinho branco seco). As Ponteiras ficam
cravadas no tronco da árvore;
 As velas dos Planos Astrais devem ser acessas pelo médium e as das bandejas é
permitido ao cambono acender;
 O alguidar é colocado abaixo das bandejas do exus e pomba-gira, dentro do alguidar
são colocadas as guias dos exus, do Pantera Negra, a de aços, as moedas, a pedra
ou seixo rolado;
 As bandejas devem ficar no mínimo 1 (um) dia e no máximo 3 (três) dias após o
cruzamento;
 O desenho esquemático abaixo demonstra como o médium deve se posicionar bem
como as posições das bandejas e oferendas.

25
 Sete dias antes do Cruzamento, fazer abstinência de carnes vermelhas, suínas,
bebidas alcoólicas e relações sexuais. Após o Cruzamento o tempo de abstinência
será determinada pelo Pai Cavaleiro da Jornada, ou pelo Guia Chefe de Cada um.

á rvo re

7 velas branca s
7 velas do 1º Plano Me ns age ns dos três P la nos
7 velas do 2º Plano
7 velas do 3º Plano
Men sage m do se u Mens age m P re to Velho
lampa rina vinho bra nco se co
G uia Ch efe
1 (uma) taç a
ja da Mã e S an 1 (uma) ta ça eja do Pa i Ox
de ta nd alá
an Ba

na
Bura co feito
B

na terra para folha de papel de s eda branc a;


folha de pape l de se da lilá s coloc ar a s demais 7 (s ete) velas brancas ;
ou rox a; guias 1 (uma) garrafa de água mine ral se m gá s.
7 (sete ) ve la s lilás ;
1 (uma) cha mpanhe branca.
Lado esquerdo os Orixás Feminino

Lado direito os Orixás Masculinos


Medium prost a-se de bruços
ja do Pai Og
ja d a
M ãe I
em nde um
de an Ba
an

folha de pape l de se da azul; 3 (três) fo lh as de pa pel d e seda na s co res


B

7 (sete ) ve la s a zuis; bra nca, ve rmelh a e verde;


1 (uma) coc ada bra nca ; 7 (sete) ve la s d e Og um;
1 (uma) cidra branc a; 1 (um) ch aruto;
ca njic a c ozida branca. 1 (uma) cerveja bran ca;
ch urra sco de 7 (sete) co ste la a ssada se m sal
de 7 cm de la rgura.

P
eja do ai X an
nd g
Ba

ô
da M ãe O
deja xu
an
m
B

folha de pape l de se da ama re la ; folha de pape l de se da marro;


7 (se te ) ve la s amarelas ; 7 (se te ) ve la s ma rrons;
c anjic a amarela cozida ; 1 (um) cha ruto;
1 (uma ) la ranja grande com 1 (uma ) ce rv eja preta.
umbigo;
1 (um) quindim
1 (uma ) ga rra fa de v inho branco
s uav e.
De i xa r es pa ço sufi c ie nte entre as
Dei xa r es pa ç o s ufi cie nte en tr e as

p ar a que o P a i Ca val ei ro pos sa


par a que o Pa i C av a le iro possa

folha de pa pel de seda verde ;


fi la s das b and ej as e o mé diu m
fi la s das ban dej as e o médi um

ja da mãe Ia
de ns 7 (sete) velas ve rdes ;
an
B 1 (uma) garrafa de vinho tinto sec o;
ã

1 (um) charuto.
1 (uma) folha de pa pel de s eda
ve rme lha e 1 (uma ) bra nca ;
7 (sete ) ve la s de Ia nsã ;
1 (uma) cha mpanhe ve rme lha ;
1 (uma) maçã ve rmelha; ja do Orie
n de nte
1 (um) pote pequeno de mel. Ba
c ir cu la r
ci rcula r

folha de pa pel de seda rosa;


7 velas ros as;
1 (um) litro de conha que .

Po folha de pape l de
e ja da mba- se da ve rme lha; nd e
ja d os Ex
us
nd G Ba
1 (uma ) folha de pa pel de 7 (sete ) ve las v ermelhas 1 (uma) folha de papel de s eda v erde ;
Ba

ira

s eda v ermelha; 1 (um) c haruto; 7 (sete ) ve las v erde s;


7 (se te) v ela s vermelha s; 1 (uma) garrafa de 7 (sete ) charutos ;
3 (três) cigarrilha s; ca cha ça; 1 (uma) garrafa de v inho tinto se co.
1 (uma ) champa nhe bra nca ; 7 (sete ) punha dos de 7 (sete ) ba nanas (que deve m se r
1 (uma ) rosa v ermelha; pipoca; pre paradas ante cipadamente .
1 (uma ) bijuteria 7 (sete ) ba ta tas brancas
1 (um) pote de mel as sadas;
7 (sete ) punha dos de
milho torrado;
1 (um) bife se m ne rv os e
gorduras ;
1 (um) a zeite de dendê;
farinha de ma ndioca torrada

Pequeno pote
de mel.

Alguidar nº 1
três moedas;
Seixo rolado;
Guias dos Exus;
guia de aço.

Ponto cantado para realização do cruzamento:


(1)
Encruza! Encruza! Em nome de Oxalá! Encruza!
Encruza! Encruza! Em nome de Oxum! Encruza! (nome do Orixá 1º Plano);

26
(2)
Encruza! Encruza! Em nome de Oxalá! Encruza!
Encruza! Encruza! Em nome de Oxossi! Encruza! (nome do Orixá 2º Plano);
(3)
Encruza! Encruza! Em nome de Oxalá! Encruza!
Encruza! Encruza! Em nome de Oriente! Encruza! (nome do Orixá 3º Plano);

Este ponto deve ser entoado até o Cacique finalizar os procedimentos no médium.

6º Cruzamento

Este cruzamento é realizado na beira do mar, na lua crescente entre os meses de janeiro e
fevereiro, respeitando-se o recesso da terreira, durante o dia e preferencialmente pela
manhã bem cedo, sendo necessários alguns itens as serem providenciados pelo médium.
Necessidades:
1- Confecção da Guia do 6º Cruzamento, com 21 (vinte e uma) brancas, 21 (vinte e
uma) do 1º Plano Astral, 21 (vinte e uma) vermelhas, e o restante 294 (duzentos e
noventa e quatro) azuis, totalizando 357 (trezentos e cinquenta e sete miçangas).
2- 1(uma) pemba azul e outra branca;
3- 1 (um) talco para Iemanjá,
4- 1 (um) espelho para Iemanjá;
5- 1 (um) perfume para Iemanjá;
6- 1 (um) pente para Iemanjá.
7- 1 (um) lenço grande da cor azul com rendas vermelhas nas bordas;
8- 1 (um) pacote com 7 (sete) velas azuis e velas dos Planos Astrais .
9- Levar no dia do cruzamento a maracá e o cordão de São Franscisco.
Observação (s):
 Sete dias antes da realização do cruzamento fazer abstinência de carnes vermelhas,
suínas, bebidas alcoólicas e relações sexuais. Após o Cruzamento o tempo de
abstinência será determinada pelo Pai Cavaleiro da Jornada.

27
Lenço Lenço

m edium

m edium
Buraco na areia
para colocação
das velas
Mar

Lenço azul grande com renda vermelha P erfume para Iemanjá

Cordão de S ão Francisco Talco para Iemanjá

Pemba azul/branca 1 pacote velas azuis


e a Maraca e as velas dos Planos

P ente e espelho para Iemanjá G arrafa de água mineral

Esquema de posicionamento dos médiuns para o 6º cruzamento

28
7º Cruzamento
Este cruzamento é realizado na mata e necessita de alguns itens as serem providenciados
pelo médium.
Necessidades:
1- Guia do Cruzamento. Guias com contas ou miçangas de louça nº 8 nas cores branca,
vermelha, verde, marrom, rosa, azul e amarela totalizando 343 miçangas ou contas
7x7x7.
2- Adereço (se for homem) ou manto (se for mulher) do Guia Chefe. O manto deve ser
da cor do 1º Plano e o ponto bordado na cor do 2º Plano do médium.
3- 7 (sete) velas brancas;
4- 7 (sete) velas dos 3 (três) Plano Astrais;
5- E as bebidas dos três Planos Astrais;
6- 1 (um) Lenço;
7- Manto se for mulher;
8- Adereço se for homem;
9- Levar a caixa com todos os componentes.
Observação:
 Sete dias antes da realização do cruzamento fazer abstinência de carnes vermelhas,
suínas, bebidas alcoólicas e relações sexuais. Após o Cruzamento o tempo de
abstinência será determinada pelo Pai Cavaleiro da Jornada.

29
árv ore
P onteiras

7 velas brancas
7 velas do 1º Plano Mensagens dos três P lanos
7 velas do 2º Plano
7 velas do 3º Plano Lenço de cabeça

lamparina
Mensagem do seu Mensagem P reto Velho
Guia Chefe vinho branco seco
1 (uma) taça 1 (uma) taça

Buraco feito
Caixa do 1ºcruzamentos na terra para
com todos os elementos colocar as demais
guias

Medium prosta-se de bruços

Adereços feminino
e masculino

Desenho esquemático da preparação do 7º cruzamento

30
5- Passagem de pacotes

A Passagem do pacote é um ritual de descarrego e limpeza dos integrantes da corrente e


assistência realizado no final de ano, executado por 3 (três) Exus ou Pomba-gira. Realizado
em 2 (dois) dias, um para a assistência e outro para a corrente, dentro da terreira
(tronqueira) entre o final do mês de novembro e o início do dezembro, antes do Natal.
Necessidades:
1- Cada membro da corrente e da assistência deverão trazer como doação a Casa
Nossa Senhora Sant’Ana uma garrafa de cachaça e um maço ou pacote de velas
brancas ou vermelhas ou ambas.
2- O material utilizado pelos Exus para a passagem do pacote é bife sem gordura e
nervos enrolada em papel vermelho, pipoca branca enrolada em papel vermelho e 3
(três) garrafa de cachaça (marafa) e 3 (três) pacotes de velas vermelhas. Cada Exu
executa seus trabalhos conforme seu entendimento, com o ponto riscado na sua
tabua e a sua bebida.
3- Os pacotes devem ser despachados ou entregues abertos no portão cemitério, no
cruzeiro e na mata, devendo ser acompanhado de uma farofa de milho grossa com
azeite de dendê colocada em um alguidar de barro nº 2, onde os participantes
deverão passar as mãos, a qual será também despachada no portão do cemitério.

31
Entrada

Troqueira

Bancada dos Exus e Pombas Giras

)
(a
no
bo
m
Ca

Entidade 1
Consulente

Entida de 2
Consulente

Entidade 3
Consulente

C
am
bo
no
(a
)

Saída

Cachaça

3 Tábuas p/ riscar pontos

3 Entidades/Exus

Maço com 7 velas vermelhas


e ou brancas

1 pacote papel seda vermelha c/ um bife


1 pacote papel de seda vermelha c/ pipoca

Desenho esquemático da Tronqueira para a Passagem de Pacotes

32
6- Missa
As missas ocorrem, duas vezes por ano, a primeira antes do aniversário da Senhora
Sant’Ana e a segunda antes do dia de finados ou emergencialmente quando o Pai cavaleiro
sentir necessidade. A finalidade da missa é de encaminhar os espíritos sofredores para a luz
(Umbral). Realizada geralmente em uma Sessão de Preto Velhos, após as entidades do
Oriente subirem.

Tábua

7 Velas Brancas

Copo com água Espelho

Pano branco

Cruz Dourada

Flores brancas

Nome das pessoas


desencarnada s

Esquema do preparativo da missa que deve ser montado no chão

Tem o propósito de, por intermédio dos médiuns do Centro, encaminhar os espíritos de
pessoas que desencarnaram e que não conseguem se encaminhar para a luz.
Os médiuns que vão acender cada uma das sete velas brancas são escolhidos pelo Guia
Chefe.

33
No transcorrer da missa quando um médium receber um espírito os membros da corrente
devem confortá-lo e um médium deve ler a prece de Cáritas, para que este espírito seja
conduzido para a luz.

Prece por pessoa desencarnada


“Dignai-vos meu Deus! A acolher favoravelmente a prece que dirigimos pelo espírito do (a)
nosso (a) irmão (ã): ................ E permitir-lhe entrever divinas luzes, tornando-lhe fácil o
caminho da felicidade eterna;
Consenti que os bons espíritos lhe levassem nossas palavras em meus pensamentos;
Tu, que nos era cara neste mundo, ouves nossas vozes que te chama, para dar-te novo
testemunho da nossa afeição;
Deus permitiu que te libertasse antes de nos; lamentar-nos seria egoísmo, pois com isso
provaria desejar-te ainda as penas, os sofrimentos da vida;
Aguardamos resignadamente o instante da nossa união nesse mundo mais feliz, em que
nos precedeste. Sabemos que a nossa separação é apenas momentânea, e que, por mais
longa que pareça a duração, se obliterará diante da eternidade das venturas reservadas por
Deus, aos arrependidos;
Preservai-nos, Deus de cometer qualquer ato que retardes esse almejado instante, e nos
poupe assim a dor de não lhes encontrar ao sair do meu terrestre cativeiro;
Oh! Como é doce e consoladora a certeza de que entre nós não há senão um véu material
que te ocultas de nós e que podem estar aqui ao nosso lado, ver-nos e ouvir-nos como
outrora, ou melhor, que não te esqueças de nós, assim como não nos esqueceremos de ti;
Que nossos pensamentos não cessem de se confundir e que os teus nos sigam e nos
amparem sempre. Que a Paz do Senhor esteja contigo!”

Observação:
 Esta prece deverá ser feita no momento em que os espíritos sofredores chegarem
nos médiuns.
 Todo o material utilizado na missa (fósforo, sebos, velas, nomes, flores, folhagens)
que serão despachadas em seguida.

34
7- As sessões

Preparação da terreira para o início dos trabalhos espirituais


A primeira ação a ser realizada é acender uma vela branca no Conga, próxima à imagem do chefe
espiritual e deve ser feita pela primeira pessoa que entrar no centro. Logo após inicia-se a firmação
da tronqueira e das portas, como também o fechamento das encruzilhadas.

Como firmar as portas

Na porta de entrada principal, ao lado direito, firmar o Tranca Rua das Almas com velas vermelha e
branca e servir cachaça. No lado esquerdo da porta, firmar o Pantera Negra com vela verde e servir
vinho tinto seco.
Na porta à direita de entrada, pelo lado de fora, servir cachaça e acender uma vela branca e outra
vermelha para firmar o Ogum Sete Encruzilhada;

Como firmar a Tronqueira

1- A preparação da Tronqueira inicia-se pela colocação na bancada dos Exus (onde ficam as
imagens), de 7 (sete) velas assim distribuídas: duas vermelhas colocadas nas extremidades da
bancada, que servem para a firmeza dos Exus e Pomba-Gira e cinco brancas distribuídas entre as
vermelhas, observando que uma das brancas deverá ficar em frente às bebidas e servem para a
firmeza do assentamento;
2- Servir 3(três) cumbucas com as seguintes bebidas: cerveja branca, vinho tinto seco e cachaça.
Em frente à pedra branca da bancada dos Exus com a seguinte disposição: ao centro vinho tinto
seco, a esquerda cerveja branca e a direita cachaça;.
3- Na frente do Exu do Lodo, acender uma vela branca e uma vermelha e colocar a cachaça (marafa)
na areia da gamela (essa imagem nunca será lavada);
4- Encima do toco do Exu Pantera Negra – servir vinho tinto seco e acender uma vela verde em
castiçal e um punhal cravado em frente ao toco;
5- Pandira: é um lugar no espaço espiritual, onde os espíritos que desencarnam ficam em regime de
espera, para saberem qual seu destino próximo. Este posto é coordenado pelo caboclo quimbandeiro
Pantera Negra, não devendo ser confundido com o purgatório ou limbo, pois os espíritos lá
encontrados não sofrem tormentas ou ficam isolados. Estando de frente para as duas pedras, na da
esquerda acender uma vela branca e colocar cerveja preta e na pedra da direita acender uma vela
branca e colocar vinho tinto seco e no centro acender uma vela branca e outra vermelha e colocar
cachaça entre elas;
6- Riscar o ponto do Exu Pantera negra (conforme figura 01 abaixo) e cobrir os traços com cachaça;
7- Acima da porta de entrada da tronqueira servir o Bará com um copo de água e uma vela branca.

35
Ponto riscado do Exu Pantera negra

Desenho esquemático da preparação da tronqueira da Nossa Senhora Sant’Ana

36
Fechamento da rua e das encruzilhadas

O fechamento da rua tem por objetivo pedir licença e proteção às entidades abaixo citadas, aos
trabalhos a serem desenvolvidos e impedir que espíritos sem luz cheguem à terreira, utilizando
cachaça (marafa), se faz uma cruz com marafa no centro do encontro das ruas, situada a direita da
Terreira e uma cruz com marafa na intersecção das ruas, logo após indo na ponta da calçada da
direita e na da esquerda, colocando marafa, saudando todo os povos da Rua e o Ogum das Sete
Encruzilhadas, retornando de costas (sete passos), saudando e pedindo proteção ao Exu Tranca
Rua, solicitando o fechamento da encruzilhada. O mesmo procedimento se faz para o cruzamento
situado ao lado esquerdo da terreira.

1- Sede do Centro Nossa Senhora Santana;


2- Executar uma cruz no centro do encontro das ruas com marafa a direita do Centro;
3/4- Derramar marafa saudando os Povos da Rua e o Ogum das Sete Encruzilhadas;
5- Executar uma cruz no centro do encontro das ruas à esquerda do centro;
6/7- Derramar marafa saudando os Povos da rua e o Ogum das Setes Encruzilhadas.

6+ +3
5+ +2
7+
1
+4
Nossa Senhora
Santana

Representação esquemática do fechamento da rua

37
Preparação do Congá

Deverá ser colocado no Congá um copo com água em frente a um espelho, com a finalidade de
estimular a vidência e percepção de problemas espirituais.
Acender as seguintes velas do Gongá mais próximo do horário de início dos trabalhos:
 Iemanjá, uma vela azul;
 Oxum, uma vela amarela;
 Iansã, uma vela branca e vermelha;
 Nossa Senhora Sant’Ana, uma vela lilás.
 Cosme e Damião, uma vela branca, azul e rosa;
 São João Batista, uma vela rosa;
 Oxóssi, uma vela verde;
 Xangô, uma vela marrom;
 Ogum Guerreiro, uma vela verde, vermelha e branca;
 No Altar do Oriente uma vela rosa com um copo de conhaque e uma vela branca com um
copo de água para São João Batista, e uma vela rosa para os Indus;
 Altar dos Ciganos duas velas, azul para Santa Sara Kali e uma vela rosa para
ciganas/ciganos;
 Pretos (as) Velhos (as), três velas brancas no Congá;
 Na área externa firmar com uma vela correspondente ao guia chefe.
 À direita do Congá estará o toco do Exu Pantera Negra onde será servido um copo com vinho
tinto seco e uma vela verde;
 À esquerda do Congá estará a tábua em formato circular para firmar o ponto do Ogum
Querimbó com uma vela branca e um copo de cerveja preta;

CONGÁ
1 Vela rosa p/ São João Batista
3 Velas brancas p/ P. Velhos
1 Vela p/ Cosme e Damião

1 Vela p/ Ogum Guerreiro


Espelho

1 Vela marrom p/ Xangô


1 Vela lilás N.S.Santana

1 Vela verde p/ Oxossi


1 Vela amarela / Oxum
1 Vela azul / Iemanjá

CO NG Á DO S CIGANOS CO NG Á DO O RIENTE
Vela branca
Vela rosa

Vela rosa
copo c/

Punhal do
á gua

Pantera Negra
Vela verde

Toco do
Pantera Negra
Mensagem do Tábua em formato de Meia-lua
1 Vela Pai Querimbó mensagem
Oriente Mensagem
branca
do Pantera Negra
Espada de Ogum
Mensagem
Pai Cavaleiro
Ponto riscado
Ponto do Pai do 2º Cacique Ponto riscado
Querimbó do 1º Cacique

Fitas com as cores


d o Pai O gum
Verde
Vermelho
Branco

Ponto riscado
do Pai Cavaleiro
da Jornada

Observação: Todas estas velas do Congá devem ser acessas somente após firmar toda a terreira.

38
Em frente ao Congá terá uma tábua em formato de meia-lua, onde será riscado o ponto do chefe
espiritual ao centro e firmado com a sua arma e bebida. À direita será riscado o ponto do 2º cacique,
com a vela e bebida da sua entidade. À esquerda será riscado o ponto do 3º cacique, com a vela e a
bebida da sua entidade ou uma entidade do conselho poderá também fazê-lo.

TÁBUA CIRCULAR

Ponto Pai Querimbó

Início da Sessão:

Ao lado esquerdo do Congá na tábua redonda o Cacique ou um membro do Conselho de


Caboclos deve riscar o ponto da Pai Querimbó bem como servi-lo, com cerveja branca e
acender uma vela de Ogum ou uma branca.

Orações de Abertura:

1. Prece de Pai Nosso:


“Pai Nosso, que estais em toda parte, santificado seja vosso nome, que o vosso reino, o
reino do bem nos chegue, que a vontade seja sempre feita, assim na terra como no espaço
e em todos os mundos habitados. Dai-nos hoje o pão do corpo e da alma, perdoai as nossas
faltas e dai o sublime sentimento de perdão para que os que nos ofenderam, não nos deixeis
sucumbir às tentações da matéria e dos maus espíritos, enviai-nos, Senhor, um raio da
vossa divina luz. Que assim seja!”

2. Prece de Abertura:

“Pai misericordioso e justo criador do universo, lançai as vossas bênçãos sobre os trabalhos
que os vossos filhos, em vosso sagrado nome, vão executar neste terreiro de Nossa Mãe
Sant’Ana, em benefício dos seus irmãos, também vossos filhos.

39
Pai misericordioso e justo, daí permissão aos espíritos de luz superiores, aos anjos, santos,
orixás e chefes de falanges e seus comandados, aos caboclos e pretos velhos, espíritos do
mar, dos rios, fontes e cachoeiras, a todos os espíritos puros e purificados. Que lancem
sobre este terreiro suas irradiações salutares, seus fluídos regeneradores, em benefício dos
que vem aqui em busca de alívio, socorro e cura para as suas dores morais e físicas.
Oxalá, poderoso e cheio de bondade, derrame sobre nós os vossos eflúvios, infundido em
todos nós a resignação, a boa vontade, para que possamos desempenhar bem nossa tarefa.
Que as energias do Universo, sob a ação dos espíritos de luz, guias, protetores, anjos da
guarda, derramem-se luminosas, benéficas e fortes, neste ambiente, purifiquem-no
iluminem-no, afastando os maus elementos do espaço e da terra. Espíritos superiores
defendam este terreiro, impedindo a aproximação dos espíritos perturbadores.
Pai misericordioso e justo, louvado seja o vosso nome para todo o sempre. Que assim,
Seja!”

3. Mensagem dos médiuns:

“Pai! Assim quisestes que eu fosse instrumento, Bendito seja Teu Santo Nome.
Pai! Assim quiseste que eu sofresse para o aperfeiçoamento do meu espírito. Bendito seja!
Mestre! Se me experimentasses para se eu aceito com resignação. Seja sempre feita a tua
vontade!
E se aqui estamos, reunidos em teu Santo Nome. Bendito seja! Não nos abandones.
Que a nossa harmonia seja o som da paz, som de compreensão, som de amor entre nós.
E que a tua luz e o teu sol, seja a luz que ilumina as nossas almas, para que sejamos
sempre unidos em teu santo nome, na graça de Deus. Quem assim seja!”

4. Prece a Senhora Sant’Ana

“Santíssima Mãe Senhora Sant’Ana, mãe de toda a humanidade, nós teus filhos te
imploramos a tua infinita misericórdia, para que nos protejas em todos os nossos
sofrimentos e em todas as nossas agonias.
Temos a fé pura de que estareis sempre junto de todos que a ti se entregam de coração e
em ti depositam a sua confiança e esperança.
Contamos sempre com a misericórdia de tua santíssima imagem protetora, a todos que a
ela se entregam com fé e esperança. Rogamos a tua caridade para que tenhamos abertos
os nossos corações a todos que venham em busca de caridade e amor e aqueles que
venham praticar essa caridade em teu Santo nome.
Mãe amantíssima, nós te imploramos a tua santa e milagrosa proteção para que sejamos
bem sucedidos no bem que fizermos em teu Santo e imaculado nome.

40
Santa Mãe, por todos que aqui estão, por todos nós que te pertencemos, pela humanidade
sofredora, pelos enfermos, pelos órfãos e pelas almas que necessitam de luz, nós te
imploramos a tua proteção e que não permitas que nenhum deles tombem por qualquer
vingança, inveja ou ódio. Que assim seja!”

5. Pontos cantados para a abertura dos trabalhos

Ponto de Abertura

Quando eu saí de casa


Saí com fé e devoção
Para chegar nesta seara
E cumprir minha missão
Meu Anjo da Guarda
Fiel meu guardião
Vem nos dar a força
E a divina proteção

Oh! Virgem da Conceição


Vós sois a Mãe da Rosas
E entre as outras flores
Vós sois a mais formosa

Glória ao sol e glória a lua


Glória a todos que aqui estão
Glória a Senhora Sant’Ana
E a Virgem da Conceição

De Aruanda vai chegar


Comandando um batalhão
Ela é o Ogum Guerreiro
E traz sua espada na mão
Neste momento de alegria
Felicidade e devoção
Todos nós vamos saudar
O nosso Pai Querimbó

41
Nanã oh! Minha Mãe Nanã!
Afirma os seus filhos
Segura o seu Congá
Eu sou filho de pemba
Eu quero trabalhar

6. Saudação ao Cacique que vai dirigir a sessão

Saudação ao Cavaleiro da jornada (ponto cantado)


Já escureceu lá no céu
Lá no Congá clareou
Chegou o nosso Chefe
Pois foi Xangô que enviou
Cavaleiro da Jornada
Oxalá traz a benção
Vem olhar pelos seus filhos
E trazer a proteção

Saudação ao Cacique Aimoré


A água com areia não pode demandar
A água vai embora e areia fica no lugar
Zum..., Zum..., Zum, chegou o Aimoré
Cabolclo guerreiro
Vem salvar filhos de fé

Saudações ao Cacique Tupinambá


Tupinambá correu lá nas matas
Com sua flecha
E seu maracá
Jurema reza
No seu Congá
Jesus vem cá
Para nos salvar

(2)
Batuque no terreiro é Tupinambá
Se é de pena branca
42
Se é pele vermelha
Flecha, flecha, flecha
Para todo o mal levar

(3)
Jurema saia das matas
E venha trabalhar
Trazendo, o seu Pena Branca
E o Cacique Tupinambá.

7. Defumação da corrente e assistência;

Pontos cantados para defumação

(1)
Eu defumo a minha casa de caboclo
Salve Oxum! Salve Ogum! Salve Iemanjá!
Eu defumo com as ervas de Jurema
Para mal sair e bem entrar

(2)
Defuma, defuma e vai defumando
Defuma seus filhos e o mal vai levando
Ele é rezador
Ele é filho de pemba
Defuma seus filhos
E o mal vai levando

(3)
Abre a porta óh gente!
Que aí vem Jesus
Ele vem cansado
Com o peso da cruz
Vem de porta em porta
Vem de rua em rua
Pra salvar as almas
Sem culpar nenhuma

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(4)
Firma o ponto Pai Ogum
Filho quer se defumar
A Umbanda tem fundamento
Que é preciso preparar
Com incenso e guiné
Alecrim e alfazema
Vou defumar filho de fé
Com as ervas de Jurema

8. Saudação ao Congá (corrente deve bater cabeça ao Congá)

Ponto de saudação
Ao bater o côco
Dentro de um Congá
Nós pedimos forças
E a benção de Oxalá
Oxalá meu Pai

9. Saudação aos Orixás que regem o ano

O Orixá que rege o ano é realizado de acordo com o dia que inicia o ano civil, por exemplo:
se o ano civil inicia em uma terça-feira o Orixá regente é Xangô, a tabela abaixo estabelece
a relação dia e o Orixá regente.

Dia da semana Orixá regente


Segunda-feira Omulu (povo da rua)
Terça-feira Xangô
Quarta-feira Oxóssi
Quinta-feira Ogum
Sexta-feira Iemanjá e Iansã
Sábado Oxum
Domingo Oxalá

10. Saudação aos Guardiões e Guardiãs (linha de exu)


Principais pontos cantados inicialmente para saudar os Exus e as Pombagiras todos os
trabalhos para firmamentos da terreira: Sete Montanhas, Veludo, Omulu, Caveira, Maria
Padilha das Almas, Pombagiras, Pantera Negra, Marabô, (...)

44
11. Saudação ao Povo do Oriente
12. Chamamento da Linha de Trabalho
13. Saudação à linha dos Pretos Velhos
14. Encerramento
Sessão de Caboclos
Desenvolvimento:
 Orações de Abertura;
 Prece de Pai Nosso;
 Prece de Abertura;
 Mensagem dos Médiuns;
 Prece a Senhora Sant’Ana;
 Pontos cantados para a abertura dos trabalhos;
 Saudação ao Cacique que vai dirigir a sessão;
 Defumação da corrente e assistência;
 Saudação ao Congá (corrente deve bater cabeça ao Congá);
 Saudação aos Orixás (do ano);
 Saudação breve aos Exus e Pombagiras e ao Exu Pantera negra;
 Saudação ao Povo do Oriente;
 Pontos cantados de chamamento dos Caboclos;
 Início dos atendimentos;
 Encerramento;
 Prece de encerramento;
 Reverência.
Sessão de Ciganos
Desenvolvimento:
 Orações de Abertura;
 Prece de Pai Nosso;
 Prece de Abertura;
 Mensagem dos Médiuns;
 Prece a Senhora Sant’Ana;
 Pontos cantados para a abertura dos trabalhos;
 Saudação ao Cacique que vai dirigir a sessão;
 Defumação da corrente e assistência;
 Saudação ao Congá (corrente deve bater cabeça ao Congá);

45
 Saudação aos Orixás (do ano);
 Saudação breve aos Exus e Pombagiras e ao Exu Pantera negra;
 Saudação ao Povo do Oriente;
 Pontos cantados de chamamento do Povo Cigano;
 Início dos atendimentos;
 Encerramento;
 Prece de encerramento;
 Reverência.
Sessão de Pretos Velhos
Desenvolvimento:
 Orações de Abertura;
 Prece de Pai Nosso;
 Prece de Abertura;
 Mensagem dos Médiuns;
 Prece a Senhora Sant’Ana;
 Pontos cantados para a abertura dos trabalhos;
 Saudação ao Cacique que vai dirigir a sessão;
 Defumação da corrente e assistência;
 Saudação ao Congá (corrente deve bater cabeça ao Congá);
 Saudação aos Orixás (do ano);
 Saudação breve aos Exus e Pombagiras e ao Exu Pantera negra;
 Saudação ao Povo do Oriente;
 Pontos cantados de chamamento dos Pretos Velhos;
 Início dos atendimentos;
 Encerramento;
 Prece de encerramento;
 Reverência.
Sessão da Linha do Oriente

Esta linha ela é sempre saudada e chamada junto com as outras linhas menos nas sessões
de Exu (linha grande). Porém após a linha de Ciganos ou Pretos Velhos faz-se uma sessão
específica aos sábados.
OBSERVAÇÃO: Após a realização da sessão de Ciganos ou Pretos Velhos, no dia seguinte
se faz uma sessão especifica do Oriente, realizada no sábado à tarde com início às
15hs00min com objetivo de atender pessoas com doenças físicas.

46
A estruturação da sessão é feita da seguinte maneira:

Conga

Conga dos Ciganos Conga do Oriente


Tábua em meia-lua

Pano ou toalha Branco(a)


Estrela de seis pontas
desenhada no chão e
Firmar o Bug UG com o pano é colocado
uma vela rosa e uma taça sobre a estrela
de conhaque.

Roupas

Almofada
Jarra com água
Nomes

Bacia branca com


água

Copos com água


Cadeiras para à assistência mineral

Jarra transparente
com água

Cadeiras para à assistência Perfume Madeira


do Oriente

Cadeiras para à assistência

Desenho esquemático da preparação da Gira para a sessão do Oriente

47
Descrição da preparação da gira para a realização dos trabalhos de atendimento da
Linha do Oriente.
 Firma-se na lateral do pano branco ou em frente ao Congá do Oriente o BUG UG
acendendo uma vela rosa e servindo em uma taça transparente um pouco de
conhaque;
 Risca-se uma estrela de seis pontas no piso e em frente ao Congá do Oriente, sobre
ela estende-se um pano ou toalha branca; e sobre o pano branco coloca-se uma
bacia branca com água (que de tempo em tempo deve ser trocada); uma jarra
transparente com água mineral; roupas para serem energizada e ou benzidas; nomes
de pessoas para serem também energizadas e ou benzidas.
 Em uma mesa lateral, coberta com um tecido ou toalha branca, são colocados
pequenos copos com água energizadas e benzidas, que devem ser bebidas pelos
consulentes após serem atendidos, um frasco de perfume Madeira do Oriente e uma
jarra transparente com água;
 Inicia-se a defumação dos médiuns e consulentes presentes na sessão;
 Dá-se início aos trabalhos, primeiro a incorporação dos médiuns com a leitura de
preces e pontos cantados para em seguida inicia-se os atendimentos dos
consulentes.

Ponto de chamamento das Entidades do Oriente:


(1)
A lua brilhou lá no céu
E estrela está cintilante
La vem chegando o Bug Ug
Lá na Linha do Oriente
Seu Bug Ug, Seu Bug Ug

Rebenta as correntes de ferro


Estoura as correias de aço
É da umbanda e da quimbanda
Mas com ele ninguém pode

(2)
A linha do oriente
É linha de Umbanda

48
Também têm Africanos
Para vencer nossas demandas
A linha do Oriente
É linha poderosa
Quem chega na terreira
É o Povo Cor de Rosa

(3)
Ori, Ori
Ori lá do oriente
Vem trabalhar
Vem dar força
A essa gente

(4)
Que venha, que venha
Que venha do oriente
A linha dos Hindus
Confortar essa corrente

Ponto de encerramento

Minha guia dourada


Minha pemba cor de rosa
Salve o povo de Aruanda
Salve a estrela luminosa
O sol estava quente
Quando eu vinha caminhando
Passou meio o meio dia
A lua veio chegando
Gira, gira meu povo
Gira, gira minha gente
As ondas do mar
Que vão dar no oriente.

Término da sessão (despedida).

49
Sessão da Linha de Exus e Pombagiras (Linha Grande)

Desenvolvimento:
 Orações de Abertura;
 Prece de Pai Nosso;
 Prece de Abertura;
 Mensagem dos Médiuns;
 Prece a Senhora Sant’Ana;
 Pontos cantados para a abertura dos trabalhos;
 Saudação ao Cacique que vai dirigir a sessão;
 Defumação da corrente e assistência;
 Saudação ao Congá (corrente deve bater cabeça ao Congá);
 Saudação aos Orixás (do ano);
 Firmar o Oriente;
 Ponto de chamamento dos Exus e Pombagiras;
 Início dos atendimentos;
 Ponto cantado de despedida dos Exus e Pombagiras;
 Pontos cantados de chamamento dos Pretos Velhos;
 Encerramento;
 Prece de encerramento;
 Reverência.

Ponto de chamamento dos Exus e Pombagiras


(1)
No reino de oxalá
Tem a mãe Iemanjá
No reino de Ogum
Tem o povo das matas
No reino de Oxóssi
Tem a cabocla Jurema
No reino dos Pretos Velhos
Tem arruda e guiné
Sarava meu pai
Sarava meu pai
Raiou o sol

50
Raiou a lua
Raiou as estrelas
E salve o Tranca Rua

(2)
Vinha vindo devagar
Vinha vindo bem ligeiro
Lá vem a falange
Dos Sete Cruzeiro

(3)
Ele é Ogum lá nas setes encruzilhadas
Em cada encruzilhada
Ele tem uma sentinela
Ele é o Guardião
Do meu Pai Oxalá
Joga flecha e joga lança
Para seus filhos vir salvar

 Pontos cantados Exus e Pombagiras;


 Início do atendimento;
 Ponto cantado de despedida dos Exus:

Ia indo devagar
Ia indo bem ligeiro
Lá vai a falange
Dos sete cruzeiros

Pontos cantados de chamamento dos Pretos Velhos

(1)
Eu venho do mundo de um novo Sol
Girando na linha que Deus me deu
Aí vem chegando Pai José de Deus

51
(2)
A lua cheia
Que clareia a Umbanda
Clareia terra
E clareia o mar
Vem saravando candomblé baiano
Vem saravando
Os Pretos Velhos do Congá

(2)
Pretos velhos
Vem agora
E vem benzer
Os seus filhos com guiné
É na Aruanda
Que ele firma
O seu ponto
É na terreira
Que ele mostra a sua fé

 Pontos cantados dos Pretos Velhos;


 Início do atendimento;
 Ponto cantado de despedida dos Pretos Velhos:

Pretos Velhos
Vão agora
E vão benzer
Os seus filhos com guiné
É na Aruanda
Que ele firma
Seu ponto
É na terreira
Que ele mostra sua fé

52
8- Festas
Oxóssi

A festa para o Orixá Oxóssi é realizada no dia 20 de janeiro e a terreira deve ser enfeitada
com elementos da mata, o Congá que deve ser decorado com a cor verde. Prepara-se uma
mesa e sobre ela coloca-se a imagem do Orixá Oxossi, sua mensagem (vinho tinto seco),
uma vela de sete dias na cor verde e a decoração da mesa é finalizada com um bolo
temático para ser servido para a assistência e um pedaço ser reservado para a oferenda. No
chão a frente da mesa coloca-se sobre uma toalha na cor verde e sobre elas as bebidas
(mensagens), as velas verdes, as folhas e oferendas trazidas por todos. Deve-se também na
frente da mesa riscar sobre uma tábua o ponto do Orixá Oxossi e sobre a tábua servir a
mensagem e acender a vela verde grande colocada no castiçal próprio.

CONGÁ
1 Vela ro sa p/ São João B atista
3 Velas brancas p/ P. Velho s
1 Vela p/ C osme e Damião

1 Vela p/ O gu m Gu erreiro
Espelho

1 Vela marrom p/ Xangô


1 Vela lilás N.S.San tana
1 Vela amarela / Oxum

1 Vela verde p/ Oxossi


1 Vela azul / Iemanjá

CONGÁ DOS CIGANOS CONGÁ DO ORIENTE

Vela branca
Vela rosa

Vela r osa
co po c/

Punhal do
água

Pantera Negra

Vela verde
Toco do
Pantera Negra
Mensagem do Tábua em formato de Meia-lua
1 Vela Pai Q uerimbó mensagem
branca O riente Mensagem
do Pantera Negra
Espada de Ogum Vela de
Mensagem
Imagem do Oxossi
Pai Cavaleiro
Pai Oxossi
Ponto riscado
Ponto do Pai do 2º C acique Ponto riscado
Querimbó do 1º C acique
Garrafa com
F itas com as cores Mensagem
d o Pai Ogu m
Verd e
Vermelh o Taça c/ mensagem
Branco

Bo
lo

Vela para o
Pai Oxossi

Ponto do Pai
Oxossi Mesa c/ uma
toalha verde

Taça c/ a mensagem
do Pai Oxossi

Preparação Da Gira Para a Festa do Pai Oxóssi

A oferenda composta de um pedaço de bolo, sete velas verdes e uma garrafa da


mensagem que será despachada na mata ou na raiz de uma árvore frondosa. É uma sessão
especial de agradecimento pelas graças e benefícios recebidos, onde não se faz
atendimentos individuais e sim passe de corrente por todos os Caboclos. Neste dia lava-se a
cabeça e as guias, com vinho tinto, dos médiuns que integram a corrente os quais este orixá
é o Pai de Cabeça.

53
Desenvolvimento da sessão:
 Abertura dos trabalhos;
 Pontos de saldação ao Orixá Oxossi;
 Chamar a linha dos Exus;
 Chamar a linha de Oriente;
 Chamar as falanges de Oxóssi;
 Chamar os demais Caboclos;
 Realizar os passes de corrente;
 Lavar a cabeça dos filhos do Orixá Oxóssi com vinho tinto seco;
 Chamar outras entidades para saudar o Orixá Oxóssi.
 Encerramento da Sessão.

Iemanjá

A festa para o Orixá Iemanjá é realizada no dia 02 de fevereiro e a terreira deve ser
enfeitada na cor azul, bem como o Congá. Prepara-se uma mesa e sobre ela coloca-se a
imagem da Orixá Iemanjá, sua mensagem (água mineral sem gás), uma vela de sete dias
na cor azul, flores azuis e a decoração da mesa é finalizada com um bolo temático para
ser servido para a assistência e um pedaço ser reservado para a oferenda. No chão a
frente da mesa coloca-se sobre uma toalha com a mesma cor e sobre ela a bebida
(mensagem), as velas azuis, as oferendas trazidas por todos. Deve-se também na frente
da mesa riscar sobre uma tábua o ponto da Orixá Iemanjá e sobre a tábua servir a
mensagem e acender a vela grande azul colocada no castiçal próprio.

54
CONGÁ

1 Vela rosa p/ São João Batista


3 Velas brancas p/ P. Velhos
1 Vela p/ Cosme e Damião

1 Vela p/ Ogum Guerreiro


Espelho

1 Vela marrom p/ Xangô


1 Vela lilás N.S.Sant ana
1 Vela amarela / Oxum

1 Vela verde p/ Oxossi


1 Vela azul / Iemanjá
CONGÁ DOS CIGANOS CONGÁ DO ORIENTE

Vela branca
Vela ro sa

Vela rosa
copo c/
Punhal do

água
Pantera Negra

Vela verde
Toco do
Pantera Negra
Mensagem do Tábua em formato de Meia-lua
1 Vela Pai Querimbó mensagem
branca Oriente Mensagem
do Pantera Negra
Espada de Ogum Vela de
Mensagem
Pai Cavaleiro Imagem da Iemanjá
Mãe Iemanjá
Po nto riscado
Po nto do Pai do 2º Cacique Ponto riscad o
Querimb ó d o 1º Caciqu e
Garrafa com
Fitas com as cores Mensagem
d o Pai Ogum
Verde
Vermelho Taça c/ mensagem
Branco

B
ol
o
Mesa c/ uma
toalha azul

Vela para a
Mãe Iemanjá

Ponto do Mãe
Iemanjá
Toalha ou
pano azul

Taça c/ a mensagem
da Mãe Iemanja

Preparação da Gira para a festa da Mãe Iemanjá

A oferenda composta de um pedaço de bolo, sete velas azuis, uma garrafa da mensagem
deve ser despachada no mar. É uma sessão especial de agradecimento pelas graças e
benefícios recebidos, onde não se faz atendimentos individuais e sim passe de corrente por
todos os Caboclos. Neste dia lava-se a cabeça e as guias, com água mineral, dos médiuns
que integram a corrente os quais este orixá é o Mãe de Cabeça.

55
Desenvolvimento da sessão:
 Abertura dos trabalhos;
 Pontos de saudação a Orixá Iemanjá;
 Chamar a linha dos Exus;
 Chamar a linha de Oriente;
 Chamar as falanges de Iemanjá;
 Chamar os demais Caboclos;
 Realizar os passes de corrente;
 Chamar outras entidades para saudar a Orixá Iemanjá;
 Encerramento da Sessão.

Ogum Guerreiro

A festa para o Orixá Ogum Guerreiro é realizada no dia 23 de abril e a terreira deve ser
enfeitada com as cores branca, verde e vermelha, bem como o Congá. Prepara-se uma
mesa e sobre ela coloca-se a imagem do Orixá Ogum Guerreiro, sua mensagem (cerveja
branca), uma vela de sete dias nas três cores e a decoração da mesa é finalizada com um
bolo temático para ser servido para a assistência e um pedaço ser reservado para a
oferenda. No chão a frente da mesa coloca-se sobre uma toalha com as mesmas cores e
sobre ela as bebidas (mensagens), as velas de ogum, as oferendas trazidas por todos. Para
este Orixá pode-se fazer uma oferenda com uma costela bovina assada sem sal com sete
ossos de sete centímetros de largura sobre farinha mandioca torrada. Deve-se também na
frente da mesa riscar sobre uma tábua o ponto do Orixá Ogum e sobre a tábua servir a
mensagem e acender a vela grande de Ogum colocada no castiçal próprio.
A oferenda composta de um pedaço de bolo, sete velas de Ogum, costela e uma garrafa da
mensagem será despachada no trilho da viação férrea ou numa campina. É uma sessão
especial de agradecimento pelas graças e benefícios recebidos, onde não se faz
atendimentos individuais e sim passe de corrente por todos os Caboclos. Neste dia lava-se a
cabeça e as guias, com cerveja branca, dos médiuns que integram a corrente os quais este
orixá é o Pai de Cabeça.

56
Desenvolvimento da sessão:
 Abertura dos trabalhos;
 Pontos de saldação ao Orixá Ogum;
 Chamar a linha dos Exus;
 Chamar a linha de Oriente;
 Chamar as falanges de Ogum;
 Chamar as falanges dos demais caboclos;
 Realizar os passes de corrente;
 Lavar a cabeça dos filhos do Orixá Ogum com cerveja branca para os filhos que não
realizaram os cruzamentos;
 Chamar outras entidades para saudar o Orixá Ogum.
 Encerramento da Sessão.

Oriente (São João)

A festa para o Orixá São João batista é realizada no dia 24 de junho e a terreira deve ser
enfeitada com as cores rosa e dourada, bem como o Congá. Prepara-se uma mesa e sobre
ela coloca-se a imagem do Orixá São João Batista, sua mensagem (conhaque), uma vela de
sete dias na cor rosa e flores rosas e brancas a decoração da mesa é finalizada com um
bolo temático para ser servido para a assistência e um pedaço ser reservado para a
oferenda. No chão a frente da mesa risca-se o ponto do oriente com uma pemba rosa e
sobre ele a bebida (mensagem), a vela grande rosa, as oferendas trazidas por todos devem
ser colocadas sobre a mesa. Para este Orixá faz-se uma oferenda composta de uma estrela
de cinco pontas dourada que nas suas pontas são colocados cálices pequenos com

57
conhaque. A oferenda composta de um pedaço de bolo, sete velas rosas, flores e uma
garrafa da mensagem será despachada nas dunas. É uma sessão especial de
agradecimento pelas graças e benefícios recebidos, onde não se faz atendimentos
individuais e sim passe de corrente por todos os Caboclos.

Desenvolvimento da sessão:
 Abertura dos trabalhos;
 Pontos de saudação ao Orixá São João Batista;
 Chamar a linha dos Exus;
 Chamar a linha de Oriente;
 Chamar as falanges dos demais caboclos;
 Realização de matrimônios e batismos;
 Realizar os passes de corrente;
 Chamar outras entidades para saudar o Orixá São João Batista.
 Encerramento da Sessão.

Mãe Sant’Ana

A festa para Mãe Sant’Ana é realizada no dia 26 de julho e a terreira deve ser enfeitada
com as cores lilás e roxo, bem como o Congá. Prepara-se uma mesa e sobre ela coloca-se
a imagem da Nossa Senhora Sant’Ana, sua mensagem (espumante branca), uma vela de
sete dias na cor lilás e a decoração da mesa é finalizada com um bolo temático para ser
servido para a assistência e um pedaço ser reservado para a oferenda. No chão a frente da
mesa coloca-se sobre uma toalha com as mesmas cores e sobre ela a bebida (mensagem),
as velas e as oferendas trazidas por todos. Para este Orixá pode-se fazer uma oferenda
composta de flores lilás e roxas e espumantes brancas. Deve-se também na frente da mesa
riscar sobre uma tábua o ponto da Nossa Senhora Santana e sobre a tábua servir a

58
mensagem e acender a vela grande lilás colocada no castiçal próprio. A oferenda composta
de um pedaço de bolo, sete velas lilás e uma garrafa da mensagem será despachada na
cachoeira. É uma sessão especial de agradecimento pelas graças e benefícios recebidos,
onde não se faz atendimentos individuais e sim passe de corrente por todos os Caboclos.
Neste dia é que são realizados os batismos.

Ponto riscado da Mãe Sant’Ana

Desenvolvimento da sessão:
 Abertura dos trabalhos;
 Pontos de saudação ao Orixá Nossa Senhora Sant’Ana;
 Chamar a linha dos Exus;
 Chamar a linha de Oriente;
 Chamar as falanges de Nossa Senhora Sant’Ana;
 Chamar os demais Caboclos;
 Realizar os passes de corrente;
 Chamar outras entidades para saudar a Orixá Nossa Senhora Sant’Ana;
 Encerramento da Sessão.

Xangô

A festa para o Orixá Xangô é realizada no dia 30 de setembro e a terreira deve ser
enfeitada com a cor marrom, bem como o Congá. Prepara-se uma mesa e sobre ela coloca-
se a imagem do Orixá Xangô, sua mensagem (cerveja preta), uma vela de sete dias na cor
marrom e a decoração da mesa é finalizada com um bolo temático para ser servido para a
assistência e um pedaço ser reservado para a oferenda. No chão a frente da mesa coloca-
se sobre uma toalha com a cor marrom e sobre ela as bebidas (mensagens), as velas

59
marrons e as oferendas trazidas por todos. Para este Orixá pode-se fazer uma oferenda com
a flor Copo-de-Leite. Deve-se também na frente da mesa riscar sobre uma tábua o ponto do
Orixá Xangô e sobre a tábua servir a mensagem e acender a vela grande marrom colocada
no castiçal próprio. A oferenda composta de um pedaço de bolo, sete velas marrons e uma
garrafa da mensagem será despachada preferencialmente em uma pedreira ou numa pedra.
É uma sessão especial de agradecimento pelas graças e benefícios recebidos, onde não se
faz atendimentos individuais e sim passe de corrente por todos os Caboclos. *Neste dia
lava-se a cabeça e as guias, com cerveja preta, dos médiuns que integram a corrente os
quais este orixá é o Pai de Cabeça.

Desenvolvimento da sessão:
 Abertura dos trabalhos;
 Pontos de saudação ao Orixá Xangô;
 Chamar a linha dos Exus;
 Chamar a linha de Oriente;
 Chamar as falanges de Xangô;
 Chamar os demais Caboclos;
 Realizar os passes de corrente;
 Lavar a cabeça dos filhos do Orixá Xangô com cerveja preta;
 Chamar outras entidades para saudar o Orixá Xangô.
 Encerramento da Sessão.

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Iansã

A festa para a Orixá Iansã é realizada no dia 04 de dezembro e a terreira deve ser enfeitada
com as cores branca e vermelha, bem como o Congá. Prepara-se uma mesa e sobre ela
coloca-se a imagem da Orixá Iansã, sua mensagem (espumante rose), uma vela de sete
dias nas cores vermelha e branca e a decoração da mesa é finalizada com um bolo temático
para ser servido para a assistência e um pedaço ser reservado para a oferenda. No chão a
frente da mesa coloca-se sobre uma toalha com as mesmas cores e sobre ela as bebidas
(mensagens), as velas de Iansã, as oferendas trazidas por todos. Para esta Orixá pode-se
fazer uma oferenda composta por flores brancas e vermelhas, velas e mensagem. Deve-se
também na frente da mesa riscar sobre uma tábua o ponto do Orixá Iansã e sobre a tábua
servir a mensagem e acender a vela grande de Iansã colocada no castiçal próprio. A
oferenda composta de um pedaço de bolo, sete velas de Iansã, e uma garrafa da mensagem
será despachada nos molhes da barra. É uma sessão especial de agradecimento pelas
graças e benefícios recebidos, onde não se faz atendimentos individuais e sim passe de
corrente por todos os Caboclos. Neste dia lava-se a cabeça e as guias, com água mineral,
dos médiuns que integram a corrente os quais este orixá é o Pai de Cabeça.

Desenvolvimento da sessão:
 Abertura dos trabalhos;
 Pontos de saudação a Orixá Iansã;
 Chamar a linha dos Exus;
 Chamar a linha de Oriente;
 Chamar as falanges de Iansã;

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 Chamar os demais Caboclos;
 Realizar os passes de corrente;
 Lavar a cabeça dos filhos de Iansã Ogum com água mineral sem gás;
 Chamar outras entidades para saudar a Orixá Iansã;
 Encerramento da Sessão.

Oxum

A festa para a Orixá Oxum é realizada no dia 08 de dezembro e a terreira deve ser
enfeitada com a cor amarela, bem como o Congá. Prepara-se uma mesa e sobre ela coloca-
se a imagem da Orixá Oxum, sua mensagem (vinho branco suave), uma vela de sete dias
na cor amarela e a decoração da mesa é finalizada com um bolo temático para ser servido
para a assistência e um pedaço ser reservado para a oferenda. No chão a frente da mesa
coloca-se sobre uma toalha com a mesma cor e sobre ela as bebidas (mensagens), as velas
de oxum, as oferendas trazidas por todos. Para esta Orixá pode-se fazer uma oferenda
composta por quindins, canjica amarela com coco, flores amarelas, velas amarelas e
bebidas. Deve-se também na frente da mesa riscar sobre uma tábua o ponto da Orixá Oxum
e sobre a tábua servir a mensagem e acender a vela grande de Oxum colocada no castiçal
próprio. A oferenda composta de um pedaço de bolo, sete velas de Oxum, e uma garrafa da
mensagem será despachada na cachoeira. É uma sessão especial de agradecimento pelas
graças e benefícios recebidos, onde não se faz atendimentos individuais e sim passe de
corrente por todos os Caboclos. Neste dia lava-se a cabeça e as guias, com vinho branco
suave, dos médiuns que integram a corrente os quais este orixá é o Pai de Cabeça.

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Desenvolvimento da sessão:
 Abertura dos trabalhos;
 Pontos de saudação ao Orixá Oxum;
 Chamar a linha dos Exus;
 Chamar a linha de Oriente;
 Chamar as falanges de Oxum;
 Chamar os demais Caboclos;
 Realizar os passes de corrente;
 Lavar a cabeça dos filhos do Orixá Oxum com vinho branco suave;
 Chamar outras entidades para saudar o Orixá Oxum;
 Encerramento da Sessão.

Festas especiais

Festa do Mar (Jornada na Praia)


A Festa do Mar ou jornada na Praia,realiza-se no final do mês de janeiro, no sábado
anterior à última sessão do calendário do Centro, que acontece no início de fevereiro.
Deve-se levar às imagens, velas, bebidas e outros materiais necessários para que os
trabalhos aconteçam. Inicia-se os trabalhos realizando o firmamento do Posto de Pandira,
afastado do centro dos trabalhos, utilizando de três velas juntas: uma branca, uma vermelha,
uma verde. Derrama-se cachaça próximo às velas, saudando e pedindo proteção aos
trabalhos para o Povo da Rua.
No local destinado a colocação das imagens de: São João Batista, Iemanjá e Oxalá, faz-se
o firmamento do Congá, utilizando-se de uma vala se necessário para a colocação e
acendimento das velas que correspondem aos Orixás acima e ou para todos os nossos
Orixás. São acendidas sete velas para cada Orixá.
Ao lado esquerdo do Congá, firma-se o Oriente com colocando no chão uma estrela de seis
pontas confeccionada em papel dourado que em suas pontas são colocados copinhos com
conhaque.
Como oferenda para a Mãe Iemanjá leva-se um barco com os presentes (perfume, pente,
espelho, talco e flores brancas).

Pretos Velhos

A decoração para festa deverá ser de acordo com a vivência simples dos Pretos e Pretas
como: uma cabana com sapé e folhagens; a oferenda e consumo de rapaduras, cocadas,
coco, doces típicos e vinho tinto roso e as suas mensagens.

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Ciganos

A decoração para a festa será realizada com muitas cores, fogueira natural ou artificial, as
oferendas são com muitas frutas servidas em bandejas para à assistência pelas entidades
Ciganas incorporadas nos médiuns.
O início da festa dos Ciganos principia-se como uma sessão normal de incorporação, gira e
atendimento até o chamamento e subida do Povo do Oriente, a partir deste momento e por
intermédio dos pontos cantados o Povo Cigano é chamado. Em seguida as frutas ofertadas
serão servidas pelas entidades, em bandejas, para toda a assistência. Terminada a oferta as
entidades darão início aos atendimentos, podendo também receber as ofertas trazidas pelos
consulentes e assistência.

Cosme e Damião

Sessão (festa) do dia de Exus e Pombagiras (Linha Grande)

Cada membro ou integrante da corrente poderá fazer uma bandeja de oferenda a um Exu e
Pomgabira ou ao que recebe e ao final da sessão deve se responsabilizar de fazer o devido
despacho no local adequado.
Oferendas do dia 29/06 dia de São Pedro.
Serão realizadas 4 (quatro) bandejas de oferendas:

Conga

Conga dos Ciganos Conga do Oriente


Tábua em meia-lua

Bandeja a São Pedro

Bandeja ao Pantera Negra

Bandeja ao Exu Veludo

Bandeja ao Exu Tranca Ruas


das Almas

Gira

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1- A primeira oferecida a São Pedro composta por: 7 (sete) rabos de peixe; 1 (um)
copo de água mineral sem gás; 7 (sete) velas brancas, todos os itens devem ser
colocados em uma bandeja forrada com papel branco e despachada em frente a
porta da igreja de São Pedro.

Papel de seda
branco

Água mineral
sem gás

Velas brancas

7 rabos de peixe

2- A segunda bandeja de oferenda é feita para o Exu da Mata Pantera Negra


composta por: 1 (um) litro de vinho tinto; 7 (sete) velas verdes; 7 (sete) charutos; 7
(sete) bananas cortadas em suas duas pontas. Todos os itens devem ser colocados
em uma bandeja revestida com papel de seda verde. Terminada a sessão a bandeja
deve ser despachada em uma mata verde ou embaixo de uma árvore
(preferencialmente uma figueira).

Papel de seda
verde

Mensagem vinho
tinto seco
7 bananas

7 Velas verdes

7 charrutos

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3- A terceira bandeja é oferecida a ao Exu Veludo composta por: 1 (uma) garrafa de
cachaça; 7 (sete) velas vermelhas; 7 (sete) charutos. Estes itens devem ser
colocados em uma bandeja forrada com papel de seda vermelho e após o término da
sessão deve ser despachada no cemitério

Papel de seda
vermelho

G arrafa de
cachaça

7 Velas vermelhas

7 charutos

4- A quarta bandeja é ofertada ao Exu Tranca Rua composta por: 1 (uma) garrafa de
cachaça; 7 (sete) velas vermelhas; 7 (sete) charutos; todos os itens colocados em
uma bandeja forrada com papel de seda vermelho e após o término da sessão deve
ser despachada na encruzilhada.

Papel de seda
vermelho

G arrafa de
cachaça

7 Velas vermelhas

7 charutos

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Encerramento dos trabalhos

Pontos de despedida
(1)
Adeus Umbanda!
Banda querida
Adeus Umbanda!
Universal!
Adeus Umbanda!
Banda querida
Eu vou embora
Pretendo voltar
Prece de encerramento
Prece de encerramento de todas as sessões e festas especiais:
“Pai misericordioso e justo, criador do universo, oxalá poderoso e caritativo, anjos da guarda,
espírito de luz, orixás, guias e protetores, graças vos damos pela vossa assistência e
proteção aos nossos trabalhos.
Todos os presentes, humildemente, pedem a Jesus perdão para as suas falhas, erros e
culpas, todos fazem o propósito de se esforçarem por melhorar, a fim de satisfazer a
vontade do Pai, cujo mandamento é a prática da caridade.
Caridade nas ações, caridade nas palavras, caridade no pensamento.
Virgem Mãe, gloriosa senhora, padroeira excelsa, nós vos agradecemos a vossa proteção e
vos suplicamos a vossa constante assistência neste terreiro, vosso auxílio em nossos
trabalhos.
São Jorge com vossa espada flamejante, acorrei em nosso socorro defendendo-nos dos
inimigos da fé da umbanda.
São Sebastião valoroso sede também um vigilante guardião deste terreiro, cobrindo os
nossos irmãos, presidente, chefe do terreiro, médiuns e cambonos, assim como todos os
que procuram alívio aos seus sofrimentos.
Irmãos, daí graças ao Pai Altíssimo pelos benefícios que nos tem concedido e que sempre
nos concederá, todas as vezes que lhe dirigimos nossas súplicas por intermédio dos Anjos
da Guarda, Santos, Orixás e Chefes de Falange e seus comandados, aos Caboclos e Pretos
Velhos, aos Guias e protetores.
Agradecemos aos espíritos de luz os favores que nos concederam nos trabalhos desta
noite.

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A nossa Senhora Santana, nós teus filhos te agradecemos as graças alcançadas nos
trabalhos desta noite, rogamos a vós que em nossas mentes prevaleça o símbolo do amor,
verdade e justiça como escudo da vossa proteção.
E que cada irmão ao sair deste recinto sagrado, sinta-se confortado com as graças
recebidas dos luzeiros do astral.
Bendito! E louvado seja! Ó Pai misericordioso e justo! Para todo o sempre. Que assim seja!”

(2)
Vou fechar a nossa gira
Com a chave de Pai Pedro
Vou fechar a nossa gira com a chave de Pai Pedro
Salve Ogum! Que é guerreiro
Companheiro de Oxalá
Jesus promessa de Deus
No reino Senhora Santana
Encaminhe os seus
Lá nas ondas do mar
Em meu reino de Oxalá
Mensageira Senhora Santana
Seus trabalhos vão encerrar

Reverência.

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Glossário

 A Guia: é o nome usado nas religiões afro-barsileiras para colares usados pelos médiuns
durante as sessões de gira e também utilizadas pelos filhos da casa representando seus
guias (Orixás), variando a cor conforme a Linha na qual o espírito atua.
 Alguidar: Vasilha de barro.
 Amaci: Amaciar; tornar receptivo; ritual; espécie de iniciação que todos os médios
umbandistas devem passar ao menos uma vez ao ano; é um ritual onde o chacra coronário e
lavado com um preparado de liquido composto por águas sagradas (do mar, rios, cachoeiras
e mineral) mais folhas ou ervas; é a forma como o médium entra em contato com o poder do
Orixá; objetiva despertar as faculdades nobres dos médiuns que estão adormecidas,
descarregar, apaziguar o chacra coronário.
 Arriar: colocar no chão, baixar em local apropriado oferendas e trabalhos.
 Aruanda: céu; lugar onde moram os orixás e as entidades superiores.
 Atabaque ou Cubana: Instrumento utilizado para firmar a curimba (pontos) durante as giras.
 Baixar: mesmo que incorporar, entidade espiritual que se comunica com os demais através
do médium.
 Banda: lugar de origem da entidade.
 Bate-Bate: Coração.
 Burro da terra: médico.
 Burro: termo usado pelas entidades para designar o médium.
 Cabeça Grande: Pessoa que faz parte da Diretoria do Centro.
 Calunga grande: mar; oceano.
 Calunga pequena: cemitério.
 Carregado: Pessoa que está com má vibrações espirituais, o que é demonstrado por mal-
estar, medo sem causa.
 Carurutu: Charuto
 Casa-limpa: Templo livre de más influências de demandas.
 Cavalo: médium.
 Chefe de Cabeça: Entidade protetora do Médium.
 Chefe de Terreiro: o mesmo que dirigente espiritual.
 Coité: Copo, cuia geralmente da casca do coco.
 Congá: Local onde ficam as imagens e velas representando as Divindades e Orixás dentro
do terreiro (local sagrado).
 Consulta: Termo utilizado no atendimento da entidade com o necessitado.
 Curico: Ovo.
 Curimba: São os pontos cantados durante os trabalhos.

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 Dar passagem: Ato de uma entidade deixar o médium para que outra entidade nele se
incorpore.
 Dar passes: Ato da entidade, através do médium incorporado, emitir vibrações que anulem
as más influências sofridas pelos clientes, através de feitiço, olho gordo, inveja, etc. E que
abrem os caminhos.
 Defumador: Composto de essências aromáticas, folhas e cascas, usado ritualmente em
limpezas, descarrego e formas terapêuticas.
 Demanda/Demandador: Termo utilizado para designar um indivíduo que sofre um feitiço ou
ataque espiritual das trevas, através da magia elaborada por um encarnado ou desencarnado
que tem a finalidade de prejudicar severamente o mesmo.
 Descarrego: Ação de afastar do corpo de alguém ou de um ambiente, vibrações negativas ou
maléficas por meio de banhos passes, defumação, queima de pólvora.
 Desencanar: Ato do espírito da pessoa deixar o corpo; morrer.
 Desenvolvimento: Aprendizado dos iniciados para melhoria de suas capacidades
mediúnicas, com a finalidade de incorporação de entidades. Não cair no chão, controlar o
transe.
 Despachar: colocar, arriar em local determinado pelas entidades-guias, os restos de
oferendas, restos de algo usado nos trabalhos.
 Egum: Espíritos trevosos, maléficos, soldado das trevas e das sombras.
 Encarnação: Ato de vir de um espírito à vida terrestre, tomando um corpo, ou voltar num
corpo novo e continuar sua evolução espiritual.
 Encosto: Espírito de pessoas mortas. Que se junta a uma pessoa viva, consciente ou não,
prejudicando-a com suas vibrações negativas.
 Engira: O mesmo que gira; trabalho; sessão.
 Entidades: Seres espirituais na Umbanda
 Erês: Nome dado a corrente de Cosme e Damião, às crianças.
 Espírito de Luz: Espírito muito desenvolvido, é superior, é puro.
 Espírito Obsessores: Espírito sem nenhum desenvolvimento espiritual, que se apossam das
pessoas, fazendo-as sentirem doentes, prejudicando-as em todos os sentidos.
 Espírito sem Luz: espírito inferior, pouco evoluído, apegado ainda à matéria.
 Falange: O mesmo que legião, conjunto de seres espirituais que trabalham dentro de uma
mesma corrente (linha); Subdivisão das linhas da Umbanda cada uma com suas funções
definidas e dirigidas por um “chefe” – espíritos superiores.
 Fechar a Sessão: encerrar as giras e trabalhos espirituais com cantos e orações e
agradecimentos.
 Feitiço: Irradiação de forças negativas.
 Firmar Ponto: Cantar a curimba (ponto), cantar as músicas referentes a cada Entidade com
harmonia, entusiasmo e cadência.

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 Firmar Troqueira: Acender as velas da Tronqueira, firmando as linhas dos Guardiões e
Damas que dão a proteção a todo p terreiro e dos filhos nele presentes.
 Firmar: Concentrar-se para a incorporação.
 Fundanga/Tuia: Pólvora.
 Ganha-Pão: Trabalho
 Gira: sessão religiosa, com cânticos e danças para cultuar as entidades espirituais; local
onde dentro do terreiro de Umbanda se faz as danças e cânticos.
 Guia de Cabeça: Entidade principal do médium, seu protetor.
 Guia Espiritual: São seres de luz dispostos a nos guiar, orientar, intuir, auxiliar e proteger,
sempre em prol da nossa evolução espirirual.
 Lei da Umbanda: A crença da Umbanda e seus limites.
 Linha: Faixa de vibração da falange de uma determinada corrente de um Orixá. Exemplos:
Linhas de Oxum, linha de Iemanjá.
 Lua clara: dia.
 Lua escura: noite.
 Lua: dia.
 Mandinga: Feitiço.
 Manifestação: incorporação, transe mediúnico.
 Marafa: cachaça.
 Marafo: Aguardente
 Marola: água.
 Matéria: Corpo, parte material do homem.
 Médium: Pessoa que tem a faculdade especial de servir de intermediário entre o mundo
físico e espiritual. Termo do espiritismo, incorporado e adotado pela Umbanda.
 Mutinga / coco: Cabeça.
 O Guia: Entidades protetoras, algumas são a guia protetora do templo, outras do médium. No
nosso caso de acordo com os planos
 Ouro ou prata; dinheiro.
 Pata: mãos e pés.
 Pemba: Giz utilizado no terreiro para riscar pontos pelas entidades.
 Penacho: Cacique.
 Perna de Calça: Significa homem.
 Pito: Cachimbo, charuto ou cigarro.
 Ponteira: pequeno punhal ou também pode ser feito de metal utilizado para proteção.
 Ponto Cantado: Letra e melodia de cântico sagrado, diferente para cada entidade. É uma
prece evocativa cantada que tem por finalidade atrair as entidades espirituais, homenageá-

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las, quando chegam e despedi-las quando devem partir. Assim os pontos podem ser apenas
de louvor ou cantados com finalidades ritualísticas durante determinadas cerimônias.
 Ponto de Abertura: cântico de abertura de uma sessão.
 Ponto de Chamada: Cântico que evoca as entidades para virem ao templo.
 Ponto de Defumação: Cantado enquanto é feita a defumação do ambiente e dos presentes.
 Pontos Riscados: desenho formado por um conjunto de sinais cabalístico, que riscado com
pemba ajuda a chamar a entidade ao mundo terreno. Quando riscado pelo médium
incorporado identifica a entidade.
 Porteira: Entrada do templo.
 Posto de Pandira: É um lugar no espaço espiritual, onde espírito que desencarnam ficam em
regime de espera, para saberem qual seu destino próximo.
 Rabo de Saia: Mulher.
 Receber Irradiação do Guia: Entrar em meio transe ou comunicar-se de algum modo com
uma entidade superior.
 Tocha: vela
 Toco: Assento, banquinho em que o Preto Velho senta.
 Tomar Passe: Receber das mãos dos médiuns em transe vibrações da entidade, as quais
retiram do corpo da pessoa os males provocados por vibrações negativas, provenientes de
mau olhado, encosto, castigo da entidades.
 Tronqueira: O mesmo local de vibração dos Guardiões (Exus).
 Tuia ou fundanga: Pólvora.
 Turíbulo/incensário: recipiente circular de metal, utilizados em atos litúrgicos ou rituais em
cujo interior se queimam incensos.

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