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Memorial do convento

Capítulo I

D. João V e D. Maria estão casados há dois anos e até agora ela não
conseguiu engravidar. A rainha reza novenas (série de nove dias
seguidos em que louvamos a Deus por suas maravilhas) e, duas
vezes por semana, recebe o rei nos seus aposentos.

Quando ambos se casaram dormiam juntos todos os dias, mas devido


ao cobertor de penas que ela trouxe de Áustria e com o passar do
tempo, os odores de ambos fez com que o cobertor ficasse com um
cheiro insuportável, o rei deixou de dormir com a rainha.

O rei monta o puzzle da Basílica de S.Pedro de Roma a rainha espera


por ele. Se o rei construir um convento em Mafra o bispo D.Nuno da
Cunha afirma que o frei António de S.José assegura que ele tenha
descendência. Enquanto isso a rainha conversa com a marquesa de
Unhão, rejam ejaculatórias e proferem nomes de santos.

D.Maria faz orações por pelo menos um filho. E sonha com o infante
D.Francisco, seu cunhado, e dorme em paz, adormecida, invisível sob o
seu cobertor de penas, enquanto os percevejos começam a sair das
fendas. Sonha com o filho que pode chegar proveniente da promessa
de D.João.

Capítulo II

Se a conceção de D.Maria acontecesse seria vista como mais um


entre os milagres tradicionalmente associados a São Francisco. Diz-se,
por exemplo que um tal Frei Miguel da Anunciação, mesmo depois de
morto, conservara o seu corpo intacto durante dias, atraindo, desde
então, uma grande quantidade de devotos para a sua igreja.
Referência a milagres franciscanos que auguram a promessa real:
história de Frei Miguel da Anunciação (o corpo que não corrompia e os
milagres); história de Sto. António (seus milagres e castigos); os
precedentes franciscanos.

Visão crítica do narrador face às promessas e milagres dos


franciscanos: o mundo marcado por excesso de riqueza e extrema
pobreza

A imagem de S.António que vigiava uma igreja franciscana locomover-


se até à janela onde os ladrões tentavam entrar e pregou-lhes um susto.
O furto das três lâmpadas de prata do convento de S.Francisco de
Xabregas no qual entraram ladrões pela clarabóia, e passaram junto à
capela de S. António e nada roubaram.

O narrador volta ao caso do frei e faz-nos de novo desconfiar


que ,através do confessor de D.Maria, já sabia da gravidez da rainha
muito antes do rei.

Capítulo III
Reflexões sobre Lisboa: condições de vida; visão abjeta da cidade
no Entrudo; crítica a hábitos religiosos, à procissão da penitência, à
Quaresma.

Segundo a tradição, a Quaresma era a única época em que as


mulheres podiam sair à rua sozinhas. Porém D. Maria Ana não podia
gozar essa liberdade pois, além de ser rainha, agora estava grávida.

O estado de gravidez da rainha (da condição de mulher comum à


sua infinita religiosidade).

O sonho da rainha com o cunhado (tópico da traição).

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