Você está na página 1de 6

Apolônio de Tiana

Este artigo ou secção contém uma lista de referências no fim do texto, mas as suas fontes não são claras
porque não são citadas no corpo do artigo, o que compromete a confiabilidade das informações.Saiba mais

Apolônio de Tiana (português brasileiro) ou Apolónio de Tiana (português europeu) (em grego:
Απολλώνιος ο Τυανέας; Tiana, 15 d.C. – Éfeso, c. 100 d.C.)[1] foi um filósofo neo-pitagórico e
professor de origem grega. Seus ensinamentos influenciaram o pensamento científico por
séculos após a sua morte.
Apolônio de Tiana
Απολλώνιος ο Τυανέας

Estátua de Apolônio de Tiana

Nascimento 2
Tiana

Morte 98 (96 anos)


Éfeso

Ocupação filósofo, professor

Portal Filosofia

Biografia

A principal fonte sobre a sua biografia é a "Vida de Apolônio", de Flávio Filóstrato, na qual
alguns estudiosos identificam uma tentativa de construir uma figura rival à de Jesus.
Apolônio também é citado nas obras "A Vida de Pitágoras", de Porfírio, e "A Vida Pitagórica",
de Jâmblico.

Apolônio foi vegetariano e discípulo de Pitágoras, com base no seu escrito, abaixo:
Por mim discerni uma certa sublimidade na disciplina de Pitágoras, e como uma certa
sabedoria secreta capacitou-o a saber, não apenas quem ele era a si mesmo, mas também o
que ele tinha sido; e eu vi que ele se aproximou dos altares em estado de pureza, e não
permitia que a sua barriga fosse profanada pelo partilhar da carne de animais; e que ele
manteve o seu corpo puro de todas as peças de roupa tecidas de refugo de animais mortos;
e que ele foi o primeiro da humanidade a conter a sua própria língua, inventando uma
disciplina de silêncio descrito na frase proverbial, 'Um boi senta-se sobre ela.' Eu também vi
que o seu sistema filosófico era em outros aspectos oracular e verdadeiro. Então corri a
abraçar os seus sábios ensinamentos…

Nascido na cidade de Tiana, na província da Capadócia, na Ásia Menor, então integrante do


Império Romano, alguns anos antes da era cristã, foi educado na cidade vizinha de Tarso, na
Cilícia, e no templo de Esculápio em Aegae, onde além da Medicina se dedicou às doutrinas
de Pitágoras, vindo a adotar o ascetismo como hábito de vida em seu sentido pleno.

Após manter um juramento de silêncio por cinco anos, ele partiu da Grécia através da Ásia e
visitou Nínive, a Babilônia e a Índia, absorvendo o misticismo oriental de magos, brâmanes e
sacerdotes. Durante esta viagem, e subsequente retorno, ele atraiu um escriba e discípulo,
Damis, que registrou os acontecimentos da vida do filósofo. Estas notas, além de cobrirem a
vida de Apolônio, compreendem acontecimentos relacionando a uma série de imperadores,
já que viveu 100 anos. Posteriormente essas notas chegaram às mãos da imperatriz Julia
Domna, esposa de Septímio Severo, que encarregou Filóstrato de usá-las para elaborar uma
biografia do sábio.

A narrativa dessas viagens por Damis, reproduzida por Filóstrato, é tão repleta de milagres,
que muitos a têm considerado como de caráter imaginário. Em seu retorno à Europa,
Apolônio foi saudado como um mágico, e recebeu as maiores homenagens quer de
sacerdotes quer de pessoas em geral. Ele próprio se atribuiu apenas o poder de prever o
futuro; já em Roma afirma-se que trouxe à vida o filho de um senador romano. Na auréola do
seu poder misterioso ele atravessou a Grécia, a Itália e a Espanha. Também se afirmou que
foi acusado de traição tanto por Nero quanto por Domiciano, mas escapou por meios
milagrosos. Finalmente Apolônio construiu uma escola em Éfeso, onde veio a falecer,
aparentemente com a idade de cem anos. Filóstrato mantém o mistério da vida do seu
biografado ao afirmar: Com relação à maneira de sua morte, ‘se ele morreu’, as narrativas são
diversas.

Helena Blavatsky lembra, acerca de Apolônio, que, se tudo sobre ele não passasse de uma
ficção novelesca, Tito, mal refeito das fadigas do cerco de Jerusalém, não se apressaria a
escrever ao Sábio, para marcar um encontro em Argos, e dizer ainda que, sendo ele, Tito, e seu
pai devedores de tudo a Apolônio, o seu primeiro pensamento havia de ser dedicado ao seu
benfeitor.[2]
Esta obra de Filóstrato é geralmente considerada como um trabalho de ficção religiosa. Ela
contém um número de histórias obviamente fictícias, através das quais, no entanto, não é de
todo impossível discernir o caráter geral do homem. No século III, Hierócles esforçou-se para
provar que as doutrinas e a vida de Apolônio eram mais valiosas do que as de Jesus, e, em
tempos modernos, Voltaire e Charles Blount (1654-1693), o livre-pensador inglês, adotaram
um ponto de vista semelhante. À parte este elogio extravagante, é absurdo considerar
Apolônio meramente como um charlatão vulgar e um fazedor de milagres. Se descartamos a
massa de mera ficção que Filóstrato acumulou, ficaremos com um reformador sincero,
altamente imaginativo, que tentou promover um espírito de moralidade prática.

Estátua de Apolônio de Tiana de autoria de Barthélémy de Mélo no Parque dos Filósofos, Versalhes.

Escreveu muitos livros e tratados sobre uma ampla variedade de assuntos durante a sua
vida, incluindo ciência, medicina, e filosofia.

As suas teorias científicas foram finalmente aplicadas à ideia geocêntrica de Ptolemeu que o
Sol revolvia ao redor da Terra. Algumas décadas após a sua morte, o imperador romano
Adriano colecionou os seus trabalhos e assegurou a sua publicação por todo o império.

A fama de Apolônio ainda era evidente em 272 d.C., quando o imperador Aureliano sitiou
Tiana, que tinha se rebelado contra as leis romanas. Num sonho ou numa visão, Aureliano
afirmava ter visto Apolônio falar com ele, suplicando-lhe poupar a cidade de seu nascimento.
À parte, Aureliano contou que Apolônio lhe disse Aureliano, se você deseja governar,
abstenha-se do sangue dos inocentes! Aureliano, se você conquistar, seja misericordioso! O
imperador, que admirava Apolônio, poupou desse modo a cidade. Também no século III,
Flávio Vopisco, em seu escrito sobre Aureliano, cita Apolônio.

O Livro de Pedras, do alquimista medieval islâmico Jabir ibne Haiane, é uma análise
prolongada de trabalhos de alquimia atribuídos a Apolônio (aqui chamado "Balinas") (ver, por
exemplo, Haq, que fornece uma tradução para o inglês de muito do conteúdo do "Livro de
Pedras").

Devido a algumas semelhanças de sua biografia com a de Jesus, Apolônio foi, nos séculos
seguintes, atacado pelos Padres da Igreja sendo considerado desde um impostor até um
personagem satânico. Mas houve também quem o exaltou comparando-o aos grandes
magos do passado, como Moisés e Zoroastro.

Apolônio faleceu em Éfeso, cerca de 100 d.C..

Referências

1. Dzielska, M (1986). Apollonius of Tyana in legend and history. Roma: L'Erma di


Bretschneider. pp. 19–50. ISBN 88-7062-599-0

2. H.P.B., BLAVATSKY, Helena Petrovna. A Doutrina Secreta, v. V. Tradução de Raimundo


Mendes Sobral. MCMLXXX. [S.l.: s.n.]

Bibliografia

Eduardo Amarante, Dulce Leal Abalada & George Robert Stowe Mead, Apolónio de Tiana, O
Taumaturgo Contemporâneo de Jesus, Zéfiro, 2009.

Ligações externas

A Wikipédia possui o:
Portal de Filosofia

« 'Apollonius of Tyana' » (http://www.geocities.com/nephilimnot/apollonius_of_tyanna.ht


ml) (em inglês). , explora o sábio de Tiana como o modelo do qual o mítico São Paulo foi
derivado. [ligação inativa]

«Apollonius» (http://www.acadine.org/w/Apollonius_of_Tyana_-_Occultists_and_Mystics_o
f_All_Ages) (em inglês). , capítulo da obra Occultists and Mystics of All Ages, publicada
no início do século XX. [ligação inativa]

«Apollonius of Tyana» (http://www.livius.org/ap-ark/apollonius/apollonius01.html) (em


inglês). , em www.livius.org

«Life of Apollonius of Tyana de Filóstrato» (http://www.livius.org/ap-ark/apollonius/life/va_


00.html) (em inglês). , em www.livius.org
Obtida de "https://pt.wikipedia.org/w/index.php?
title=Apolônio_de_Tiana&oldid=58951953"

Última modificação há 11 meses por Renato de carvalho ferreira

Conteúdo disponibilizado nos termos da CC BY-


SA 3.0 , salvo indicação em contrário.

Você também pode gostar