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A habitação sempre foi um problema para a classe trabalhadora.

Valores incomportáveis das


rendas e prestações; Humidade, pragas e problemas de saúde; sobrelotação; ameaças e
assédios por parte dos senhorios e do Estado; marginalização; os despejos -, por muito
exacerbados que estejam, não são novos. Falar da ‘crise da habitação’ como algo novo é apagar
o histórico de luta da classe trabalhadora por uma habitação digna e de qualidade; e uma
classe trabalhadora que não aprenda com lutas passadas fica desarmada para as tarefas que
tem hoje de resolver. Por muito que a ‘crise da habitação’ seja um tópico recente, e que a luta
de classes neste campo tenha agudizado, sabemos que esta questão é histórica, de classe e
com uma origem em comum: a exploração do homem pelo homem, o capitalismo.

Quando os capitalistas andaram, primeiro na europa e depois nas colónias, a apropriar-se da


terra, fazer dela sua propriedade, enviaram a larga massa das pessoas para as crescentes
cidades, onde desde então servem como seus patrões e senhorios. A origem histórica do
problema da habitação urbana é, em geral, o capitalismo, e, em particular, a privatização da
terra e, consequentemente, da habitação. É nestes termos que temos de avaliar os factos
presentes.

Portugal é o quarto país da europa com mais hotéis em construção, os alojamentos locais
tomam os centros históricas das nossas cidades empurrando-nos para a periferia, todos os
meses começam a construir alojamentos de luxo enquanto a classe trabalhadora é obrigada a
viver nas mesmas casas velhas e sem condições com rendas e juros a trepar exponencialmente
enquanto inúmeras casas são deixadas vazias e a apodrecer pelos senhorios e pelas entidades
do Estado.

Com esta crise vem toda uma trupe de iluminados oferecer soluções falsas, desviar a atenção
do inimigo real – a classe exploradora, a burguesia quer senhorial, industrial, comercial,
financeira ou qualquer outra.

Os liberais, sempre prontos a privatizar as “soluções”, propõe que esta crise seja resolvida pela
construção privada e desregularização do setor, ou seja, a construir casas mais baratas e piores
para a classe trabalhadora. Partem do princípio de que o problema é causado por muita
procura e pouca oferta [terminar argumento; inserir o direito à cidade]

O centro-esquerda e a esquerda parlamentar, sempre prontos a estatizar o problema, propõe


que seja resolvido pela construção de habitação pública, o que não só tem os mesmos
problemas que a proposta liberal, como é astutamente engendrada para não tocar na
propriedade dos grandes senhores de terra das cidades – os senhorios.

Os centros de luta anarquistas, com o seu radicalismo individualista que, corretamente, vê as


ocupações como uma tática viável de luta, muitas vezes encontra limitações na sua
organização. Devido à sua recusa do centralismo, deixa os ocupas em perigo de violência por
parte das forças de repressão policiais e/ou fascistas. Critica feita, é impossível um acúmulo
teórico relativo às ocupações sem um estudo aprofundado do trabalho do movimento
anarquista neste setor, muitas vezes o mais avançado em muitos países como por exemplo na
Catalunha.

Mas falar da luta da habitação é falar de um tema que afeta várias camadas da sociedade para
além da classe trabalhadora no geral ou o proletariado em particular, como a pequena-
burguesia e a aristocracia laboral.
É trabalho de um movimento comunista e revolucionário demarcar claramente os interesses
do proletariado em contraste com estas outras classes afetadas. Estes setores, que compraram
uma habitação na época dos juros bonificados, e cujo pagamento já terminou ou está para
terminar, é hoje proprietária de uma mercadoria em crescente valorização, naturalmente têm
interesses explícitos contra a extinção do mercado da habitação e da desmercantilização deste
bem. Estas contradições não resultam necessariamente que estes setores não se possam aliar
ao proletariado revolucionário, no entanto, a tendência contrária existe e tem de ser estudada
a fim de conseguirmos criar uma política correta de agitação e propaganda para estes setores,
isola-los politica e ideologicamente da burguesia, e trazê-los para debaixo da influencia política
do proletariado revolucionário e seu programa – cuja vertente máxima tem naturalmente de
incluir a socialização de todos os meios de subsistência, incluindo a habitação.

Temos de afirmar, sem nunca nos rebaixar perante a burguesia ou camadas vacilantes, que a
solução final para o problema da habitação é a solução comunista: a destruição do Estado
Burgues, a elevação do proletariado a classe dominante, i.e., a criação de um Estado de novo
tipo, a ditadura revolucionária do proletariado, que inicie o processo de transformação social
que finalizara na abolição da propriedade privada e a forma mercantil, que oriente a produção
para o bem geral da humanidade e não para o enriquecimento da burguesia, tanto na
habitação como em qualquer outro setor.

Só com os objetivos estratégicos bem definidos e demarcados, podemos passar à formulação


de táticas corretas para atingir este objetivo. Não nos vamos propor a dizer quais são, até
porque a correta articulação de táticas com uma estratégia comunista não existe em Portugal
nos dias de hoje, no entanto podemos adiantar que os comunistas devem acompanhar e
participar do movimento real em volta desta luta. Devemos participar, e criar, associações de
moradores, comissões de trabalhadores e outras formas de organização que lutem neste
campo e realizar, dentro delas, trabalho revolucionário. Devemos propagandear, convidar os
seus membros para tribunas, exigir aos líderes que todo o tipo de matéria política e ideológica
seja debatida, e muitas outras ferramentas de luta que se dignem taticamente viáveis.
Devemos atentar, para não cair em doutrinarismo, que os comunistas se devem apresentar de
forma humilde aos restantes elementos da organização. Não se devem apresentar aos
elementos da organização e, antes sequer de realizar qualquer tipo de trabalho prático,
começar a “ter ideias” caindo numa atitude paternalista. Devem-se dispor a realizar todo o tipo
de trabalho “mundano”. Mostrar aos trabalhadores, pela prática, não apenas declaradamente,
que são seus aliados. Um comunista que ache esse trabalho “abaixo de si” nunca irá criar uma
ligação genuína com as massas, muito menos ganhá-las para o campo revolucionário.
1) Factos e Estado da crise
a. Devolutos
b. Construção de luxo e hotéis
c. Conversão para ALs
d. Contexto histórico da habitação
e. Inflação nas rendas e empréstimos
2) Desmistificar as soluções liberais (mais prédio), social democrata (mais habitação
social) e anarquista (mais ocupações)
a. A evolução dos preços não segue de um aumento signficiativo da procura.
Direito à cidade
b. Segue muito com o primeiro, não toca na expropriação e põe em risco o direito
à cidade
c. Não é uma solução mas sim uma tática de luta. A classe trabalhadora já ocupa,
temos de organizar essas ocupações a fim de minimizar o risco de violência
quando o faz
3) Falar da questão interclassista do tema
a. Os interesses do proletariado arrendatário e dos trabalhadores proprietários
da casa – Só o proletarido consegue defender o objetivo estratégico da
socialização dos meios de subsistência particularmente da habitação.
b. Como muitos dos donos de propriedade habitacional vem as suas casas a
valorizar

4) Solução comunista: acabar com a dupla ezploração de senhorios e burguesia atrravés da


tomada do poder de Estado, levando isso à ezpropriação dos senhorios e a coletivização da
habitação. Chegaremos ai através da organização de associação de moradores, comissões de
trabalhadores, etc, nas quais os comunistas devem intervir segundo o teu tezto na lavrapalavra

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