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BIOFOCO 10

QUESTÕES DE AULA

QUESTÃO DE AULA 7 Acão dos fosfitos no controlo de doenças em Fagus syvatica

A faia (Fagus sylvatica) é uma importante espécie arbórea e, devido à sua alta tolerância a diferentes
condições climáticas, é considerada uma das principais espécies que ocorre nas florestas da Europa. Esta
espécie vegetal é, frequentemente, usada como árvore ornamental em parques e possui um alto valor
económico devido à produção de madeira. No entanto, entre os diferentes fatores prejudiciais ao seu
desenvolvimento, agentes patogénicos do género Phytophthora estão associados à morte destas árvores.
Os agentes patogénicos são organismos que interferem nas funções fisiológicas internas das plantas.
Quando estes organismos são propagados pelo solo, como é o caso de Phytophthora plurivora, o seu
controlo é uma tarefa difícil, pois o solo é um ambiente complexo, onde medidas de eliminação de doenças
têm a sua eficácia bastante prejudicada ou a sua aplicação dificultada. Muitos trabalhos apontam os fosfitos
como uma das potenciais alternativas para o controlo de diversas doenças. Estes produtos são constituídos
por sais inorgânicos originados do ácido fosforoso (H3PO3), exercendo uma ação fungicida na planta sem,
no entanto, apresentar fitotoxicidade.
O agente patogénico P. plurivora pode causar uma extensa destruição do sistema radicular do hospedeiro,
mesmo antes dos sintomas se tornarem visíveis na parte aérea. Os danos causados afetam diretamente os
pelos radiculares, comprometendo o balanço hídrico e o uso eficiente da água. Observando os resultados do
consumo de água de plântulas de faia inoculadas com P. plurivora pode constatar-se que apresentaram
menores taxas de absorção de água, quando comparadas com as não inoculadas. No entanto, observou-se
que plantas inoculadas e pulverizadas com fosfito de potássio apresentaram valores de absorção de água
semelhantes às plântulas não inoculadas com o agente patogénico.
No estudo efetuado por Rezende e seus colaboradores, a aplicação foliar preventiva de fosfito de potássio
controlou a doença por meio da redução da quantidade de agentes patogénicos que infetam e colonizam as
raízes. O fosfito, ao contrário da maioria dos fungicidas sistémicos, possui a capacidade de sofrer
translocação xilémica e floémica, sendo detetada a sua presença em folhas e raízes de plantas dez dias
após a aplicação do mesmo nas folhas e no solo. Nas condições experimentais utilizadas, verificou-se que o
fosfito sofreu uma translocação via xilema com maior eficiência do que via floema. Para além disso, após a
pulverização de fosfito de potássio em folhas de faia, verificaram-se quantidades dez vezes maiores desse
composto nas raízes do que as necessárias para inibir em 50% o crescimento in vitro de P. plurivora. Esta
alta concentração de fosfito foi encontrada nas raízes, seis dias após a aplicação na parte aérea das plantas,
bem como no final da experiência.
Assim, este estudo permitiu evidenciar a importância da relação entre o local de aplicação e o local de
atuação, bem como o contributo da translocação de fosfitos, no controlo de doenças. Com a utilização
destes produtos, torna-se possível a aplicação foliar como tratamento preventivo para doenças
radiculares.
Rezende, D., Brandão, D., Brand, S., Blumer, S., Pascholati, S., Mafra, N. (2020). Fosfito de potássio e suas implicações no
controle de Phytophthora plurivora em faia. Research, Society and Development, v. 9, n.10

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1. De entre as seguintes afirmações relacionadas com o estudo desenvolvido por Rezende e


seus colaboradores, selecione as que estão corretas:
I – Verificaram-se menores taxas de absorção de água em faias inoculadas com o agente
patogénico P. plurivora comparativamente às não inoculadas.
II – Concluiu-se que a aplicação radicular de fosfito de potássio é um tratamento preventivo de doenças
foliares.
III – Observou-se que plantas inoculadas e pulverizadas com fosfito de potássio apresentaram valores
de absorção de água semelhantes às plantas não inoculadas com o agente patogénico.
IV – Após a colocação de fosfito de potássio no solo, verificou-se uma quantidade desse composto nas
raízes suficientemente elevada para inibir em 50% o crescimento in vitro do agente patogénico.
V – Verificou-se que a translocação floémica do fosfito foi mais eficiente do que a translocação xilémica.

2. O agente patogénico P. plurivora afeta diretamente os pelos radiculares da faia, conduzindo


_________ da área de superfície de contacto com a solução do solo e, consequentemente, a
uma _________ capacidade de absorção.
(A) ao aumento … menor
(B) ao aumento … maior
(C) à diminuição … maior
(D) à diminuição … menor

3. O aumento da concentração de fosfito de potássio no sistema radicular das faias após


pulverização das folhas é possível pois este terá sofrido translocação __________, que é um
movimento __________.
(A) floémica … bidirecional
(B) xilémica … bidirecional
(C) xilémica … unidirecional
(D) floémica … unidirecional

4. A água absorvida ao nível radicular vai ser transportada por __________, integrando a
constituição da __________.
(A) elementos de vaso … seiva elaborada
(B) células dos tubos crivosos … seiva elaborada
(C) elementos de vaso … seiva bruta
(D) células dos tubos crivosos … seiva bruta

5. Para que ocorra a absorção de água nas raízes de faia, as células na zona cortical da raiz
(A) mantêm o gradiente de solutos gerado por transporte ativo.
(B) promovem a entrada de solutos na planta por difusão facilitada.
(C) promovem o transporte de água do meio hipertónico para o meio hipotónico.
(D) mantêm a pressão osmótica mais baixa do que a da solução do solo.

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6. Ao nível dos órgãos de reserva, a faia transforma glícidos mais simples em


(A) glicogénio, por reações de hidrólise.
(B) amido, por reações de condensação.
(C) celulose, pelo estabelecimento de ligações éster.
(D) quitina, pelo estabelecimento de ligações glicosídicas.

7. Em faias de grande porte, a existência de forças de _________ entre moléculas de água


permite a ascensão de uma coluna contínua, que é desencadeada por uma __________.
(A) adesão … pressão radicular
(B) adesão … tensão no mesófilo foliar
(C) coesão … pressão radicular
(D) coesão … tensão no mesófilo foliar

8. De acordo com o sistema de classificação de Whittaker modificado, Fagus sylvatica pode


ser enquadrada no Reino das Plantas, pois é
(A) heterotrófica e multicelular.
(B) autotrófica e multicelular.
(C) heterotrófica e unicelular.
(D) autotrófica e unicelular.

9. As células de Fagus sylvatica possuem


(A) lisossomas e centríolos.
(B) vacúolos e nucleoide.
(C) cloroplastos e complexo de Golgi.
(D) cápsula e mitocôndrias.

10. Ordene as frases de A a E, de modo a reconstituir a sequência cronológica dos


acontecimentos associados à translocação floémica em Fagus sylvatica.
A – Aumento da pressão de turgescência no interior elementos condutores.
B – Síntese de compostos orgânicos nas células das folhas.
C – Aumento da pressão osmótica nos vasos floémicos.
D – Saída dos compostos orgânicos para os órgãos de reserva.
E – Saída de água dos vasos floémicos.

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11. Complete o texto seguinte com a opção adequada a cada espaço. A cada letra corresponde
um só número.
A saída contínua de seiva bruta a partir de margens foliares corresponde ao fenómeno de
___(a)___, que é explicado pela hipótese ___(b)___. Segundo esta hipótese, a água e ___(c)___
são distribuídos(as) pela planta de forma ___(d)___, em elementos condutores constituídos por
células ___(e)___.

(a) (b) (c) (d) (e)


1. exsudação 1. da tensão-coesão-adesão 1. os sais minerais 1. ativa 1. indiferenciadas
2. gutação 2. do fluxo de pressão 2. a sacarose 2. passiva 2. mortas
3. transpiração 3. da pressão radicular 3. as hormonas 3. mediada 3. vivas

12. Efetue uma previsão da quantidade de fosfitos acumulados na raiz de faias pulverizadas
com estes produtos, caso ocorra uma diminuição de energia metabólica disponível na
planta.

QUESTÃO DE AULA 7 PROPOSTA DE SOLUÇÕES

Ação dos fosfitos no controlo de doenças em Fagus sylvatica


1. Afirmações I e III.

2. Opção (D).

3. Opção (A).

4. Opção (C).

5. Opção (A).

6. Opção (B).

7. Opção (D).

8. Opção (B).

9. Opção (C).

10. B–C–A–D–E

11. a) 2; b) 3; c) 1; d) 2; e) 1.

12. Os alunos devem contemplar na sua resposta:

(A) os fosfitos podem ser transportados na seiva floémica, o que pressupõe o dispêndio de energia metabólica;
(B) perante uma menor quantidade de energia metabólica disponível, a circulação de seiva elaborada ficaria
condicionada:

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(C) consequentemente, haveria uma menor condução dos fosfitos das folhas para a raiz, levando a uma menor
acumulação radicular destes produtos.

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