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Tradução e regulação gênica

A tradução envolve "decodificar" um RNA mensageiro (RNAm) e usar


sua informação para produzir um polipeptídeo ou cadeia de aminoácidos. Em
um RNAm, as instruções para a produção de um polipeptídeo vêm em grupos
de três nucleotídeos chamados códons. Existem 61 códons diferentes para os
aminoácidos, três códons de "parada" marcam o polipeptídeo como terminado
e um códon AUG é um sinal de "início" para começar a tradução. Essas
relações entre os códons do RNAm e os aminoácidos são conhecidas
como código genético.

RNA transportador: é responsável por promover o transporte do aminoácido


correto para a síntese de proteína. Na tradução, os códons de um RNAm são
lidos por ordem (5'-3') por essas moléculas. Para ver se está apto para o
processo depende de dois fatores: a ‘’CAP’’ e da cauda poli(A).
 Cada RNAt possui um anticódon, um conjunto de três nucleotídeos que se
liga ao códon correspondente no RNAm através do pareamento de bases. A
outra extremidade do RNAt traz o aminoácido especificado pelo códon.
 Os RNAt se ligam aos RNAm dentro de uma estrutura de RNA e proteína
chamada ribossomo.

A tradução começa no citoplasma, logo após a transcrição, as proteínas que se


ligam à cauda poli(A) interagem com as proteínas ligadoras de cap e acentuam
a ligação do ribossomo com a extremidade 5’ do Mrna. Primeiro o RNAt
transportando a metionina se liga a subunidade ribossômica pequena. Juntos,
se ligam à extremidade 5' do RNAm através do reconhecimento do cap 5' GTP.
Em seguida, eles "caminham" ao longo do RNAm na direção 3' e param
quando alcançam o códon de iniciação (com frequência, mas nem sempre, o
primeiro AUG).

Iniciação – mRNA, subnidades maior e menor do ribossomo,


proteínas/fatores de iniciação (IF1, IF2, e IF3), tRNA (Met) e GTP

1- O IF3 se liga à subunidade pequena do ribossomo, impedindo a ligação da


subunidade grande.
2- Um tRNA carregado com N-formilmetionina forma um complexo com IF2 e
GTP e une a pequena subunidade do ribossomo e o mRNA.
3- IF1, IF2 e IF3 dissociam-se do complexo, o GTP é hidrolisado em GDP e a
grande subunidade junta-se para criar um complexo de iniciação 70S.

Alongamento – complexo de iniciação, tRNAs (aa), proteínas/fatores de


alongamento (EF-Ts, EF-Tu e EF-G) e GTP

1- O primeiro tRNA de metionina começa no compartimento do meio no


ribossomo, chamado de sítio P.
2- Ao lado, um novo códon é exposto em outro compartimento, chamado de
sítio A, que será o "desembarque" para o próximo RNAt, aquele cujo
anticódon é o correspondente perfeito (complementar) do códon em
exposição. Portanto, EF-Tu, EF-Ts, GTP e tRNA carregado formam um
complexo que entra no sítio A do ribossomo.
3- Depois que o tRNA carregado é colocado no sítio A, o GTP é clivado em
GDP e o complexo EF-Tu-GDP é liberado.
4- EF-Ts regenera o complexo EF-Tu-GTP, que está pronto para se combinar
com outro tRNA carregado.
5- Uma ligação peptídica é formada entre os aminoácidos nos sítios P e A,
esta etapa transfere a metionina do primeiro RNAt para o aminoácido do
segundo RNAt no sítio A.
6- Depois que a ligação peptídica é formada, o RNAm é puxado para frente no
ribossomo por exatamente um códon, isso requer EF-G e GTP.
7- Esse deslocamento permite que o primeiro RNAt que ocupava o sítio P,
agora vazio, saia através do sítio E (do inglês "exit") para o citoplasma.
8- O tRNA que ocupava o sítio A está agora no sítio P, deixando o sítio A
aberto, com isso agora está pronto para receber outro tRNA e todo o ciclo
se repite.

Término – proteínas/fatores de liberação: RF-1 (UAA,UAG), RF-2 (UGA) e


RF-3 (término da tradução)
1- A terminação acontece quando o ribossomo se transloca para um códon de
parada no RNAm (UAA, UAG ou UGA), assim não há RNAt com um
anticódon que possa parear com o códon no sítio A.
2- Esses códons de parada são reconhecidos por proteínas chamadas
de fatores de liberação, os quais se adaptam perfeitamente no sítio P
(embora não sejam RNAt).
3- RF1 ou RF2 se liga ao sítio A e RF3 forma um complexo com GTP e se liga
ao ribossomo.
4- O polipeptídeo é liberado do tRNA no sítio P e o GTP associado ao RF3 é
hidrolisado para GDP.
5- Fatores de liberação confundem a enzima que normalmente forma as
ligações peptídicas, essa reação separa a cadeia do RNAt, assim a proteína
recém-produzida é liberada.
6- Depois que as unidades ribossômicas se separam do RNAm e entre si,
cada elemento (tRNA, o mRNA e os fatores de liberação) é liberado do
ribossomo, podendo tomar parte em um novo ciclo de tradução.
Primeiro o RNAm chegará no ribossomo que possui três partes:
A(aminoácidos), P(peptídeos) e E(exit).
A tradução possui três etapas: iniciação, alongamento e término. Na fase de
iniciação, o ribossomo ‘’andará’’ da CAP até o códon de iniciação. Lembrando
que um códon é um trinucleotídeo que o RNAt trará um anticódon
correspondente junto a um aminoácido para se ligarem e formarem as ligações
peptídicas. Existem mais de 60 combinações entre os nucleotídeos que
formam os códons, e essas combinações ligam-se ao aminoácido em questão.
A porção do RNAm que não foi codificada até chegar no códon de start é
chamada de ‘’região 5’ UTR’’. Ao passo que o ribossomo identifica o códon de
start, o AUG, que identificará a metionina, ele vai liberando a zona não
codificada. Quando o AUG(identificado pelo ribossomo e correspondido pelo
anticódon do RNAt) é encontrado, ele se fixa na parte P da porção menor da
subunidade ribossômica e o códon seguinte a ele se fixa na parte A. O códon
de start se liga ao segundo códon e é liberado, formando as ligações peptídicas
da proteína e dando início a fase de alongamento.
O alongamento começa quando o aminoácido da parte P se junta com o
aminoácido da parte A(o de start). Então o que estava na parte P vai para a
parte e A e o processo é repetido, formando assim a sequência de aminoácidos
que formará a proteína. Para que o aminoácido seja identificado, o RNAt deve
apresentar o anticódon correspondente ao códon trago pelo RNAm já no
ribossomo. O processo continua, as ligações peptídicas vão aumentando para
formar a proteína, até que o ribossomo encontre um códon de término ou
códon terminal, dando início à etapa de término. Na etapa de término, um
códon terminal é identificado pelo ribossomo. Os códons de término não
possuem um aminoácido correspondente do anticódon trago pelo RNAt, então
eles vão se ligar à uma proteína responsável por reconhecer os códons de
parada (ou codões terminais) no RNA mensageiro (mRNA) durante o processo
de tradução. Esses códons de parada, como UAA, UAG e UGA, indicam o final
da sequência de aminoácidos na cadeia polipeptídica em formação.
No entanto, durante o processo de síntese proteica, existe a regulação da
expressão gênica, um processo complexo que ocorre em diferentes etapas,
desde a transcrição até a pós-tradução. Durante todo esse processo, proteínas
e fatores reguladores desempenham um papel fundamental na determinação
das condições em que os genes serão ativados ou desativados, pois não é
necessário a ativação deles o tempo todo. A regulação gênica também pode
ocorrer por influências externas, como hormônios. Por exemplo, um hormônio
específico pode ativar uma cascata de eventos que leva à tradução de uma
proteína específica em resposta a estímulos ambientais ou sinalizações
celulares. Por conseguinte, um exemplo importante da regulação gênica é o
processo de splicing, que ocorre durante a transcrição. Os íntrons, regiões não
codificadoras do DNA, são removidos e os éxons são unidos para formar um
mRNA maduro. Esse processo de splicing é regulado por proteínas específicas
que reconhecem sequências de splicing, garantindo a remoção adequada dos
introns e a formação correta do mRNA. Essas partes não codificadas serão
reutilizadas por um processo semelhante a uma reciclagem, como se fosse
uma manutenção.
Além disso, a regulação da expressão gênica envolve elementos de controle,
como promotores e acentuadores, que são sequências de DNA que
determinam onde e quando um gene será ativado. Outra forma de regulação é
a modificação química do DNA e das histonas, chamada de epigenética. A
metilação do DNA e as modificações das histonas podem alterar a estrutura da
cromatina, afetando o acesso dos fatores de transcrição ao DNA e regulando
assim a transcrição e a expressão dos genes. A exemplo dessa forma, pode-se
citar a HAT, que ao adicionar radicais acetil nos resíduos de lisina das histonas,
acabam descondensando a cromatina, fazendo com que ela fique ‘’aberta’’. Já
a HDAC, remove esses radicais acetil, condensando as histonas
novamente(‘’fechando-as’’). Metilações e proteínas de ligação Me-CPG
também impedem os fatores de transcrição de se ligarem aos locais da zona
promotora (TATA box, GC box e CAAT box), impedindo e regulando o processo
de transcrição. Esses mecanismos de regulação são essenciais para controlar
se um gene será ativado, quando e em que níveis de expressão,
desempenhando um papel crucial nos processos biológicos, como
diferenciação celular, resposta a estímulos ambientais e manutenção da
homeostase do organismo.

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