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Tolento 1

Jeremiah Tolento

Doutora Halling

Survey of Portuguese Lit.

19th of November 2021

Rebaptizando a Nação

Muitos autores têm escrito sobre as Lusíadas em formas diferentes enfocando em “the

literal/historical lure that has snared many of his interpreters”(Silva,pg 105) ou “put(ting) old and

new myths together in the service of a Christian truth that partakes of but transcends

mythological and even historical truth”(Sims pg 341).Os críticos literários têm analisado essas

ideias tanto que aparece não há mais de aprender das Lusíadas mas sugiro uma semi-nova

abordagem de análise de como o texto relaciona o nacionalismo ao classicismo transferido. Os

redações sobre esse assunto tem olhado ao ingenuidade dos portugueses “successfully pass(ing)

the tests they are put through, exemplifying the stoical ideal of exercitatio so prominent in the

Aeneid”(Silva,pg 108). Ou analisando os personagens gregos para mostrar o sentido simbólico

das virtudes ou vícios como “allegorical representation of an infidel in the form of a fraudulent

priest feigning Christian piety”(Silva, pg 107). Esses escritores estão no caminho certo mas não

se aprofundam suficientemente nos simbolismo cristao e os relacionamentos que tem com os

outros para perceber o significado pleno e o peso que tem para uma audiência católica.

Como definir Portugal? A questão sobre a identidade nacional tem preocupado o povo

português desde a formação dessa grande nação. Essa preocupação chegou a seu ápice no tempo

de Camões porque quando ele nasceu foi o apexo de glória portuguesa e logo chegará sua morte

no seguinte 50 anos. Há muitas opiniões que poderiam ser oferecidas para a eventual queda

nacional como um governo fraco, um povo rebelde pela lei cristã, etc.. Como Homero e Virgílio
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do passado, Camões cria um épico para mostrar ao povo, especialmente o rei Sebastião, o que

precisa para ser um português verdadeiro ao empregar o passado para criticar o presente porque

o propósito do Imperialismo “(is) an act of resemblance, the notion of translation as the present

order translates or adopts aspects of the much- admired past” (Meihuizen,pg 33) . No sexto

canto, o texto utiliza classicismo transferido através de personagens romanos como Bacchus (um

Satanás alegórico) e Vênus (uma figura cristológica) para destacar as virtudes de um povo

português ideal a fim de regenerar o Portugal atual.

Antes de conversar sobre Bacchus e Vênus, é preciso estabelecer como os símbolos

funcionam e em qual maneira é empregado no texto. Um símbolo geralmente representa uma

qualidade, ideia ou relacionamento oculta. Nas palavras de Janet Carter, “ a signum is always the

result of arbitrary human choice and the association is based on cultural conventions”(4). Então,

se alguém quiser aprender sobre esse conhecimento oculto eles tem que familiarizá-los com a

cultura em questão. A cultura portuguesa tem um grande influência pela religião católica por

causa disto seria normal se encontrasse no texto referências cristãs mas têm poucas vezes que

isso é claro. Ao contrário, deuses gregos tomam o lugar de deus cristã tomando posse das suas

qualidades e responsabilidades. Essa troca é chamada de classicismo transferido quando emprega

o jeito clássico dos gregos e romanos em áreas como literatura, filosofia,arte e tal. Nas Lusíadas,

essa transferência manifesta na literatura e filosofia através dos lições morais no final dos contos

ao lado de estrutura épica que mimica o Aeneid. Entretanto não é tudo porque os símbolos não

são símbolos verdadeiros se não tiver uma oposição. “For it is through the reordering of signs by

means of oppositions that the signs are transformed into true symbols, and the 'meaning' of the

text is revealed”(Carter,pg 5). Em sumo, quando identificamos os verdadeiros símbolos podemos

descobrir o verdadeiro sentido do texto. Por causa da maneira que os Lusíadas copiavam
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elementos do Aeneid pudéssemos descobrir outros relacionamentos como os símbolos com

ideais cristas. As ideias usadas são as virtudes cristãs como fidelidade, amor, paciência etc. para

delinear quais são aqueles mais importantes para um povo. Mas porque os símbolos podem

referir a mais de uma coisa é importantíssimo para o leitor considerar o relacionamento que tem

com o oposto e os outros que imitam imperfeitamente. Então consideramos primeiramente o

primeiro nível do símbolo grego depois o símbolo cristao e o relacionamento que tem entre esse

dois e o relacionamento que tem com outro símbolos incluindo o imperfeito.

Bacchus seria um desses símbolos perfeitos porque seu oposto Vênus sempre aparece

para contrair-lo. O que significa Bacchus para os romanos? Ele era conhecido como o deus de

agricultura, fertilidade, vinho, e sexo liberal conhecido como orgias. É muito útil como a

oposição contra as virtudes que geralmente são enfatizadas nos épicos, entretanto o cristianismo

não era tão influente até o tempo de Dante. Uma consideração especial e merecida por essa nova

esfera influencial para entender melhor como é aplicada com esse símbolo. O sexto canto indica

algo que poderia ensinar- nos qual é seu aparecido no outro.

A maioria do tempo, Bacchus é empregado como um símbolo da Índia ou seja os

bárbaros, mas no sexto canto ele toma um novo sentido de um símbolo cristao. No canto, o deus

do vinho vai para convencer o deus do mar a impedir os portugueses. Ele perverte as coisas

criadas pelo “deus verdadeiro"(Camões,pg 35) ao fim de estragar a busca de glória dos

navegadores. Aparece semelhante a história do Jô, onde um homem virtuoso sofre porque um

diabo quer tirar a glória. O diabo perverte o fogo dos céus/um grande vento (natureza) e os

pagãos para cercar o sebe. Todavia um argumento pode ser dado que situações assim se

encontram em todos os épicos. No Aeneid e Odyssey, os personagens principais lutam contra os

bárbaros e até no Odyssey são impedidos pelo Poseidon. Mas e a maneira que De Gama pede a
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seu Deus critsao para ser salvo, da armadilha do Bacchus,ressona mais na esfera cristã do que na

esfera grega ou romana. “ Tu, que todo Israel refúgio deste por metade das águas Erythreas, Tu,

que livraste o Paulo e defendeste"(Camões, 190). É quase como um salmo ou um profecia do

velho testamento porque segue a ordem de lembrar o que Deus tem feito por seu povo no

passado e depois pergunta onde ele está agora. Levando nossa mente a fazer questões do

relacionamento que Bacchus tem com os portugueses e porque ele é usado em vez de só Neptuno

para provar os navegadores.Porque no próximo parte de canto, o deus de vinho fala sobre como

Neptuno tem agido no passado com “ a gente alta de Rome” e “os Minhas"(Camões, pg 177).

Algo tem mudado nos propósitos de deus do oceano, mas não até o ponto em que esse símbolo

satânico não podia convencê-lo para atacar o povo favorecido do céu. Entretanto, não por o

propósito tradicional da Índia, quer opor as advancas europeias que aparecem em outros cantos.

Alguém poderia dizer que Bacchus queria que os Indianos pudessem tomar essa glória

mas as palavras dele refletem a verdade. “Temo que do mar e do céu em poucos annos venham a

deoses a ser, e nós humanos"(Camões,pg 176). Esse deus preocupa que ele e Neptuno serão

diminuídos ao nível mortal quando for comparado à glória que será concedida a eles. Ele não se

importa que os Indianos sejam diminuídos mas si próprio quando disse “Nem de mágoa,da

injúria que soffreis, mas da que se me faz também a mi "(Camões, pg 177). Que apoia essa ideia

e quantos vezes usa a palavra referindo a si mesmo em vez de referir a seu povo favorito.

Entretanto, Bacchus, em vez de representar a Índia, é usada como um símbolo de satanás. Isso é

uma possível interpretação porque naquela época “(a) cultured Renaissance man was a great

syncretist: that is, he saw the potential relationship, at different levels of interpretation, between

religious, philosophical, and mythological systems and their utility, in an interchangeable

way”(Willis, pg 75). Porque em cada passo as palavras são usadas para descrever Bacchus com
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descrições satânicas. "Não no pode estorvar que destinado está d’outro poder que tudo

doma”( Camões,pg 170). Tal como o diabo, ele tem poder de parar os homens de tomar uma

glória maior em vez de deixá-los por causa da futilidade; ele ainda tenta. E a reação dos

portugueses que foram comparados aos romanos mais cedo no canto é interessante porque não

havia ajuda humana então Da Gama pede para ajuda divina e quem é mandado para ajudar “a

amorosa estrella scintillava diante do sol claro no horizonte”( Camões,pg 191).

Quase ao final do canto chega o defensor dos portugueses: Vênus. No tempo dos

Romanos, ela era importante porque era ligada à cultivação do campo, amor e ao seu pai Jove.

Venus protegia a castidade das mulheres mas foi conhecida pela fornicação que teve com

humanos e deuses. Como uma deusa, ela era usada para justificar a divindade do Império romano

por meio da linhagem dos Caesars.

Porém, ela é aplicada ao mundo cristao no sentido de representar o amor divino que salva

o homem em modos estranhos para o mundo. Um modo que ela e seus ninfas salvam os

marinheiros é acalmar os ventos através de convênios. “Ella lhe prometteo, vendo que amavam,

sempiterno favor em seus amores, nas bellas mãos tomando-lhe homenagem, de lhe serem leaes

esta viagem”(Camões,pg 192). O convênio é nada mais do que sua palavra ou promessa e foi

suficiente para os deuses então porque não é para os homens. Porque até os elementos são

vinculados através de convênio revelando que amor divino é mais poderoso que os ataques

invejosos de um deus.Uma outra lição que vem dá essa interação e a outra que Vênus teve com

os portugues e que o Senhor sempre ampara os seus mas não por causa dos seus esforços. Um

exemplo é quando Vénus decide por si própria salvar os portugueses quando não fizeram nada

mais do que oferecer uma petição. Ela ouve ainda que não é oferecida a ela criando uma maior

ligação entre a deusa do amor e o deus do amor como escrito em 1 João 4:10. Também a
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resolução da crise ensina que coisas ruins sempre podem ser paradas se Deus quiser. Na situação

inteira Bacchus tinha controle até o ponto que Vênus começa a agir deixando os marinheiros

finalmente chegarem à Índia. A terra de promessa tirada de um deus falso para honra e glória das

pessoas de “virtude justa e dura” (Camões, pg 194).

Ao final, tentamos neste papel clarificar os relacionamentos que existem entre os

personagens ou símbolos desta história "revealing through concealment, not just for the purpose

of adornment but for instruction and betterment”(Silva,pg 105). Porque os portugueses são

personagens planos revela um complexo mas simples diálogo de ideias entre Bacchus e Vênus

mostrando como ponte principal que quando recebem algo foi por causa da virtude e

perseverança do povo. Quando foram assim receberam amparo contra seus adversários junto

com honra e glória, para sua nação. O fio comun desses pontos sugere que se Portugal quiser ser

abençoado de novo precisará rebaptizar as virtudes cristãs.

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