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Noções básicas

sobre Direito
Notarial e Registral
1- Princípio da Segurança jurídica

P
A
S
E
Fortalece a economia, pois
reflete na efetividade das
garantias reais, o que reduz os
juros, em virtude do grau de
recuperação.

Ex: home equity e empréstimo


pessoal
2- Princípio da publicidade
A publicidade é por natureza indireta, salvo art. 24
da Lei 6766/79

Indicador real

Indicador pessoal – abril de 2021, art. 15 do


provimento conjunto CGJ/CCI 03/2021.

Motivos: Ingresso de ação judicial, regularização de


imóveis, lavratura de escritura pública e outros.
Certidões
Certidão de ônus
Certidão por quesitos
3- Princípio da rogação
Os ato são praticados:
a) Por ordem judicial
b) Por requerimento:
Averbação de Inscrição Municipal
Averbação de óbito
Averbação ou Alteração de endereço
Cancelamento de Usufruto INSTITUIDO
Cancelamento de Usufruto RESERVADO
Requerimento de Averbação de Casamento
Requerimento de Primeira Aquisição
Requerimento para averbar composição interna sem alteração da área construída
Requerimento para averbar construção
Separação e Divórcio – Bem em condomínio
Separação e Divórcio
Exame e Cálculo
Requerimento de alteração de subdistrito
c) A requisição do MP
O que deve constar no requerimento?

Art. 2º do provimento 61 do CNJ: No pedido inicial formulado ao


Poder Judiciário e no requerimento para a prática de atos aos
serviços extrajudiciais deverão constar obrigatoriamente, sem
prejuízo das exigências legais, as seguintes informações:
I – nome completo de todas as partes, vedada a utilização de
abreviaturas;
II – número do CPF ou número do CNPJ;
III – nacionalidade;
IV – estado civil, existência de união estável e filiação;
V – profissão;
VI – domicílio e residência;
VII – endereço eletrônico.
Atos que o registrador pode praticar de ofício:

1- Averbação de ofício dos nomes dos logradouros


2- Retificação de registro ou de averbação
3- Averbação de ônus quando abre nova matrícula
4- Omissão ou erro na transposição do elemento
5- Hipoteca com mais de 30 anos, peremptas.
4- Princípio o tempo rege o ato “tempus regit actum”

A lei que vale é aquela da apresentação do ato, não importa


a época em que o título foi lavrado. O momento em que se
leva a registro é que se dará o efeito constitutivo para o
mundo.

É possível registrar um título muito antigo?

Obs: Não há que se falar em direito adquirido, pois o direito


só se completa com o registro.
O que precisará constar obrigatoriamente no título?

1) a data;
2) o nome, domicílio e nacionalidade do transmitente, ou do
devedor, e do adquirente, ou credor, bem como:
a) tratando-se de pessoa física, o estado civil, a profissão e o
número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas do
Ministério da Fazenda ou do Registro Geral da cédula de
identidade, ou, à falta deste, sua filiação;
b) tratando-se de pessoa jurídica, a sede social e o número de
inscrição no Cadastro Geral de Contribuintes do Ministério da
Fazenda;
3) o título da transmissão ou do ônus;
4) a forma do título, sua procedência e caracterização;
5) o valor do contrato, da coisa ou da dívida, prazo desta,
condiçõese mais especificações, inclusive os juros, se houver.
Exceção:

Para a matrícula e registro das escrituras e partilhas,


lavradas ou homologadas na vigência do Decreto nº
4.857, de 9 de novembro de 1939, não serão
observadas as exigências deste artigo, devendo tais
atos obedecer ao disposto na legislação anterior .

*Observação sobre o georreferenciamento.


*Observação sobre as restrições para compra de
imóvel rural por estrangeiro.
Apresentação do
título e respectivo
pagamento de custas
(artigo, 14,LRP)

Lançamento da
prenotação no Livro

5- Princípio da
nº 01-protocolo
(artigo 188,LRP)

Qualificação do

prioridade
título (prazo de
15 dias)

Título que chegou na frente é Proceder-se-á ao Expedição de nota


Positiva? devolutiva com as
Registro no prazo exigências no prazo
máximo de 30 dias Sim Não de 15 dias

examinado primeiro.
Títulos contraditórios excluem o Havendo necessidade
de retirada do título
para as providências a
Notificação ou

outro, se forem
apresentante ou
entrega será feita à interessado do
requerimento da conteúdo da nota
parte

Complementares seguirá uma


ordem normal. Em caso de Havendo inconformismo

O que garante a prioridade é o


Em caso de perda ou por parte do interessado Tal fato será anotado
cumprimento das omissão da parte pelo oficial no
exigências ou apresentante, será, a Protocolo
seu requerimento, (artigo 198, I, LRP)

protocolo!
suscitada dúvida a juízo
competente
(artigo 198, LRP)

Os efeitos cessarão em 30 dias. Procede-se ao


registro
Cancela-se, de
oficio, a
prenotação Elaboração pelo oficial
(artigo 205 LRP das razões da dúvida
(artigo 198, II, LRP)

FIM
O oficial dará ciência ao
Remessa, mediante apresentante dos
Inicio do prazo carga, do título e das termos da dúvida e do
razões da dúvida para prazo de 15 dias para
para impugnação o juízo competente sua impugnação em
(15 dias) (artigo 198, IV, LRP juízo (artigo 198, III, LRP

Não ocorrendo
Ocorrendo a impugnação do impugnação no praxo
interessado, o MP será Impugnou? legal, ainda assim a dúvida
ouvido no prazo de 10 dias será julgada por sentença
(artigo 200, LRP Sim Não (artigo 199, LRP)

Da sentença poderão
apelar o interessado, o
Ouvido o MP será a dúvida MP e o 3º prejudicado
julgada por sentença (artigo 202, LRP), no
(artigo 201, LRP) prazo de 15 dias (artigo
508, CPC)

Transitada em
julgado, a decisão da
dúvida (artigo 203)

O Interessado
apresentará novamente
o título, com respectivo
Os documentos serão mandado ou certidão
restituídos à parte, da sentença, os quais
dando-se ciência ao serão pelo oficial
Procedente? arquivados e desde
oficial que cancelará a
prenotação logo proceder-se-á ao
Sim Não registro, fazendo-se a
(artigo 203, I, LRP)
competente anotação
no Protocolo (artigo
203, II, LRP)

FIM
O protocolo pode ser prorrogado por
mais de 30 dias:
1- Suscitação de dúvida
2- Segunda hipoteca que depende da
primeira
3- Loteamento

Obs: idoso e gestante têm prioridade no


atendimento e não no protocolo.
6- Princípio da legalidade
Quais títulos podem ser registrados?
Art. 221 - Somente são admitidos registro:
I - escrituras públicas, inclusive as lavradas em consulados brasileiros;
II - escritos particulares autorizados em lei, assinados pelas partes e
testemunhas, com as firmas reconhecidas, dispensado o
reconhecimento quando se tratar de atos praticados por entidades
vinculadas ao Sistema Financeiro da Habitação;
III - atos autênticos de países estrangeiros, com força de instrumento
público, legalizados e traduzidos na forma da lei, e registrados no
cartório do Registro de Títulos e Documentos, assim como sentenças
proferidas por tribunais estrangeiros após homologação pelo Supremo
Tribunal Federal;
IV - cartas de sentença, formais de partilha, certidões e mandados
extraídos de autos de processo.
V - contratos ou termos administrativos, assinados com a União,
Estados, Municípios ou o Distrito Federal, no âmbito de programas de
regularização fundiária e de programas habitacionais de interesse
social, dispensado o reconhecimento de firma.
Dispensa de escritura pública

1- Alienação fiduciária em garantia


2- Compromisso de compra e venda
3- SFH e SFI
4- Compra através de consórcio
5- Valor inferior a 30 salários mínimos
Cuidados com os títulos que adentrarão nos cartórios:
Nos instrumentos particulares formalizados por força de autorização
judicial, este deverá ser apresentado em via original.
O título de natureza particular, apresentado em uma só via, ficará
arquivado no cartório.
O instrumento particular deverá estar acompanhado de cópia autenticada
dos documentos de identificação das partes e da certidão de propriedade e
ônus do imóvel.
O título ou instrumento particular, firmado por pessoa jurídica ou
procurador de pessoa natural, somente será admitido a registro mediante
prova da representação legal do signatário, por procuração pública ou
instrumento particular com firma reconhecida.
A procuração ou mandato terá a mesma forma exigida para o ato a ser
praticado, por instrumento público, quando exigível a forma pública, ou
instrumento particular, se admissível o registro com a parte representada
por procuração particular.
Os escritos particulares autorizados em lei, assinados pelas partes e
testemunhas, devem ser apresentados com as firmas reconhecidas,
dispensado o reconhecimento quando se tratar de atos praticados por
entidades vinculadas ao Sistema Financeiro da Habitação.
7- Princípio da inscrição ou territorialidade
Diferenciações importantes:
Inscrição é todo lançamento.
Prenotação é protocolo.
Registro é em regra, ato inicial que constitui ou
transfere direito
Averbação é em regra, atos secundários.
Matrícula é o RG do imóvel.
Atos eletrônicos
INFORMAÇÕES IMPORTANTES PARA LAVRATURAS DE
ATOS ELETRÔNICOS:

Escolha do tabelião: Da circunscrição do imóvel ou


do domicílio do adquirente;
Se o imóvel estiver localizado no mesmo local do
domicílio do adquirente: poderá escolher qualquer
tabelionato de notas;
Lavratura de procuração pública: caberá ao
tabelião do domicílio do outorgante ou do local do
imóvel, se for o caso.
8- Princípio da unitariedade da matrícula

Cada matrícula = 1 imóvel

*salvo imóvel que está no limite entre um município


e outro.

E se o imóvel possuir duas matrículas?


APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DECLARATÓRIA DE
NULIDADE DE REGISTRO PÚBLICO - DUPLICIDADE DE
MATRÍCULAS ABERTAS PARA ÚNICO IMÓVEL -
PRINCÍPIO DA UNITARIEDADE MATRICIAL E DA
PRIORIDADE - LEI Nº 6.015/73. Nos termos da Lei de
Registros Publicos, cada imóvel só poderá ter uma
única matrícula para que não ocorra a ofensa ao
princípio da unitariedade matricial. Comprovada a
duplicidade de registros relativos à propriedade do
mesmo imóvel, prevalece o mais antigo, devendo
ser declarado nulo o registro posterior. (TJ-MG -
AC: 10570170032439001 Salinas, Relator: Wagner
Wilson, Data de Julgamento: 08/04/2021, Câmaras
Cíveis / 19ª CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação:
14/04/2021)
Dados que deverão constar na matrícula:

1) o número de ordem, que seguirá ao infinito;


2) a data;
3) a identificação do imóvel, que será feita
com indicação:

a - se rural, do código do imóvel, dos dados


constantes do CCIR, da denominação e de
suas características, confrontações,
localização e área
b - se urbano, de suas características e
confrontações, localização, área, logradouro,
número e de sua designação cadastral, se
houver.
4) o nome, domicílio e nacionalidade do proprietário, bem
como:

a) tratando-se de pessoa física, o estado civil, a


profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas
Físicas do Ministério da Fazenda ou do Registro Geral da
cédula de identidade, ou à falta deste, sua filiação;

b) tratando-se de pessoa jurídica, a sede social e o


número de inscrição no Cadastro Geral de Contribuintes
do Ministério da Fazenda;

5) o número do registro anterior;


9 – Princípio da continuidade, especialidade e
cindibilidade
das partes

do terreno da construção
Exceções:

1- Usucapião
2- Desapropriação

Especialidade é a descrição.

Cindibilidade é a possibilidade de romper o


título, desde que não rompa os negócios
jurídicos.

Quais títulos não poderão ser cindidos?


Na dúvida em relação a possibilidade de
cindibilidade, pense que...

1- Sem essa parte o negócio seria registrado?


2- Postergar o restante do ato altera a vontade
das partes?
3- Há algum prejuízo?
10 – Principio da concentração dos atos na
matrícula

Todos os direitos reais devem estar reunidos na


matrícula, não existindo possibilidade de
outros direitos virem afetá-los caso nela não
se encontrem escritos.

*Julgados antigos do STJ sobre penhora.


Apelação – Ação de Indenização por Danos Morais e Materiais –
Reconhecimento da ilegitimidade passiva da intermediadora
imobiliária – Descabimento – Corretora que responde pela
inadequada prestação do serviço e falta de diligência no
cumprimento de suas obrigações – Entendimento do E. STJ – Dever da
corré de apresentar todas as certidões necessárias a assegurar a
solidez do negócio jurídico – Perda do imóvel – Responsabilidade do
vendedor e da intermediadora imobiliária pela evicção – Atenção aos
artigos 447, 450 e 723 do Código Civil – Perdas e danos – Condenação
do vendedor a devolução do valor pago pelo imóvel, assim como das
despesas que incidiram sobre o bem – Condenação da corretora ao
reembolso do valor recebido a título de comissão de corretagem –
Danos morais configurados – Responsabilidade solidária dos réus –
Sentença reformada – Recurso dos Autores provido e improvido o do
corréu. (TJ-SP - AC: 10043100520188260292 SP 1004310-
05.2018.8.26.0292, Relator: Luiz Antonio Costa, Data de Julgamento:
09/12/2019, 7ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação:
09/12/2019)

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