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Tema1 - O Diodo
Tema1 - O Diodo
Estudo de materiais semicondutores e do processo de dopagem. Compreensão do princípio de funcionamento dos diodos, de suas curvas
características e do modelo simplificado.
PROPÓSITO
Compreender o funcionamento e as aplicações do diodo como retificador de meia onda e onda completa a partir dos conceitos sobre os
materiais semicondutores e do processo de dopagem, bem como reconhecer a importância deste conhecimento para a atuação do
engenheiro elétrico.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
MÓDULO 2
MÓDULO 3
O núcleo do átomo (círculo mais interno) é onde os prótons e nêutrons estão alocados.
PRÓTONS
NÊUTRONS
Os nêutrons (N) são as partículas elementares neutras, ou seja, que não apresentam carga (não são positivos ou negativos).
ELÉTRONS
Já os elétrons (E) são as partículas elementares com carga negativa e ficam em camadas localizadas ao redor do núcleo que juntas formam
a chamada eletrosfera.
Quando um átomo apresenta um número de prótons igual ao número de elétrons, sua carga é neutra. Quando um desequilíbrio ocorre, o
átomo apresenta uma carga elétrica positiva se o número de prótons for maior que o número de elétrons; e negativa se o número de
elétrons for maior que o número de prótons.
DOPAGEM
A última camada da eletrosfera é chamada de camada de valência. Nessa camada estão os elétrons mais “fracamente” ligados ao átomo do
que os elétrons das camadas mais próximas ao núcleo, podendo ser inseridos ou removidos do átomo.
Veja a seguir o comportamento dos elétrons da camada de valência de acordo com o tipo de material:
Nos materiais isolantes os elétrons da camada de valência estão fortemente ligados ao núcleo e, dessa maneira, são materiais que possuem
alta resistividade à passagem da corrente elétrica.
Imagem:Shutterstock.com
Placas de vidro
Os materiais condutores são aqueles que apresentam baixa resistência à passagem da corrente elétrica. Os elétrons da camada de
valência desse material estão fracamente ligados ao átomo, tornando-se elétrons livres com mais facilidade, característica essencial para a
condução da corrente elétrica. Exemplo: cobre, ouro etc.
Imagem: Shutterstock.com
Pepita de ouro
Os materiais semicondutores são aqueles que apresentam uma resistência intermediária, entre os condutores e os isolantes. Exemplo:
germânio, silício etc.
Eles são fundamentais para o processo de dopagem dos materiais. Por exemplo, uma estrutura formada apenas por átomos de silício (4
elétrons) pode ser dopada com átomos de fósforo (5 elétrons) ou boro (3 elétrons), o que levará a estrutura a apresentar comportamentos
distintos (Figura 2).
Imagem: Shutterstock.com
Os átomos de silício, assim como os átomos de germânio, possuem 4 elétrons em sua camada de valência. Quando agrupados entre si,
formam uma rede cristalina em que cada átomo une-se a quatro outros átomos vizinhos através de ligações covalentes:
Imagem: Raphael de Souza dos Santos
Figura 3: Rede cristalina de átomos de silício ou de germânio
SAIBA MAIS
A ligação covalente é a ligação química que se caracteriza pelo compartilhamento de um ou mais pares de elétrons entre átomos vizinhos.
DOPAGEM TIPO-N
Uma estrutura formada por átomos de silício (que apresentam 4 elétrons na camada de valência), ao receber um átomo de fósforo (que
apresenta 5 elétrons na camada de valência), passa a apresentar uma maior condutividade. Isso ocorre porque o fósforo atua como uma
impureza doadora de elétrons.
Os 4 elétrons do silício se conectam a 4 elétrons do fósforo e o elétron adicional que o fósforo apresenta comporta-se como um elétron livre,
aumentando sua condutividade, já que ele fica fracamente ligado ao núcleo do fósforo, tornando-se um semicondutor Tipo-N.
DOPAGEM TIPO-P
Novamente, pode-se considerar a mesma estrutura formada por átomos de silício. Contudo, dessa vez, adiciona-se um átomo de boro (que
apresenta 3 elétrons na camada de valência). Essa inserção do boro levará o material a apresentar uma menor condutividade, tendo em vista
que ele atua como uma impureza aceitadora. Isso ocorre porque o boro possui 3 elétrons em sua camada de valência.
Ao ser inserido no material formado por átomos de silícios, 3 elétrons do silício se conectarão aos 3 elétrons do boro (ligação covalente) e,
assim, uma lacuna se abre, deixando uma ligação covalente incompleta, tornando-se um semicondutor Tipo-P.
DIODO
A junção de um material Tipo-P com material Tipo-N forma uma junção pn, que é um material semicondutor, formando um diodo
semicondutor de junção (Figura 6).
A característica semicondutora do diodo deve-se ao fato de utilizar a combinação de dois materiais dopados (um material Tipo-P e um
material Tipo-N) em sua composição.
Na região da junção entre os materiais Tipo-P e Tipo-N ocorre a recombinação entre os elétrons e as lacunas, promovida pela repulsão
entre os elétrons presentes no material Tipo-N e a atração dos elétrons pelas lacunas, presentes no material Tipo-P, como pode ser visto a
seguir:
Imagem: Raphael de Souza dos Santos
Figura 7: Recombinação de elétrons e lacunas.
Os elétrons atravessam a junção e se recombinam com as lacunas formando íons. Quando o número de íons cresce nas proximidades da
junção, essa região fica sem elétrons livres e lacunas, formando a região de depleção (Figura 8).
ATENÇÃO
Quando o material dopado é o silício, essa barreira de potencial a 25oC é de 0,7 V. Quando o material é o germânio, o potencial é de 0,3 V,
também a 25oC.
Tais níveis de tensão representam o potencial necessário para que a migração de elétrons continue e o diodo conduza corrente elétrica.
POLARIZAÇÃO DIRETA
Quando o diodo é polarizado diretamente (Figura 10), os elétrons livres no material Tipo-N são repelidos pelos elétrons do terminal negativo
da fonte de alimentação e empurrados para a região de depleção.
Para que esse fluxo de elétrons ocorra (condução de corrente), a tensão da fonte de alimentação precisa ser superior ao potencial da
barreira de depleção.
Imagem: Raphael de Souza dos Santos
Figura 10: Polarização direta do diodo.
POLARIZAÇÃO REVERSA
A inversão da polarização sobre o diodo, como na Figura 11, com a conexão do terminal negativo da fonte no anodo do diodo e o terminal
positivo da fonte no catodo, polariza o diodo reversamente.
Nessa situação, o terminal negativo da fonte atrai os elétrons e o terminal positivo da fonte atrai as lacunas, aumentando consideravelmente
a camada de depleção. Esse aumento torna praticamente impossível o deslocamento de elétrons através da camada de depleção.
Imagem: Raphael de Souza dos Santos
Figura 11: Polarização reversa do diodo.
POLARIZAÇÃO DIRETA
Considere o circuito da figura abaixo. Nele, é possível observar uma fonte de tensão contínua variável alimentando um circuito com um
resistor e um diodo semicondutor.
Variando-se a fonte de 0 (zero) até a sua tensão máxima, é possível perceber a variação do comportamento do diodo através de sua curva
característica.
Na curva característica da Figura 13, durante a polarização direta, é possível observar que a tensão sobre o diodo varia de zero (0) até um
valor próximo de 0,7 V, sem que a corrente sobre o diodo varie consideravelmente.
ATENÇÃO
Isso significa que o diodo, embora polarizado diretamente, não entra em condução, pois a tensão aplicada sobre ele ainda é insuficiente para
superar a barreira de potencial da camada de depleção, comportando-se como um circuito aberto.
Contudo, ao atingir a tensão de joelho, que corresponde à tensão da barreira de potencial (0,7 V para diodos de silício e 0,3 V para diodos
de germânio), o diodo começa a conduzir a corrente em grande intensidade, comportando-se como um curto-circuito.
POLARIZAÇÃO REVERSA
Observando o circuito da figura a seguir, a fonte de tensão variável polariza reversamente o diodo ao fornecer uma tensão negativa no anodo.
Imagem: Raphael de Souza dos Santos
Figura 14: Circuito com diodo reversamente polarizado.
Nessa condição, o diodo não entra em condução, funcionando como uma chave aberta.
Na próxima figura, é possível observar como a tensão e a corrente no diodo reversamente polarizado se comportam. A tensão fornecida pela
fonte é totalmente aplicada sobre o diodo.
Imagem: Raphael de Souza dos Santos
Figura 15: Curva característica do diodo reversamente polarizado.
É possível observar que a tensão da fonte é aplicada sobre o diodo até que a tensão de ruptura do diodo (breakdown voltage – VBV) é
atingida. Quando a tensão de ruptura é ultrapassada, a estrutura do diodo é danificada e o diodo deixa de se comportar como uma chave.
ATENÇÃO
Após a tensão de ruptura, o diodo entra na chamada região zener. Nessa região, a tensão sobre o diodo permanece quase estável.
Também é possível observar que, apesar de se comportar como uma chave aberta, uma corrente de fuga (Is) circula pelo diodo. Essa
corrente pode ser considerada desprezível por possuir uma intensidade muito baixa. Entretanto, após a tensão de ruptura, a corrente que
circula pelo diodo aumenta significativamente. Esse aumento na intensidade de corrente sobre o diodo é chamado de efeito avalanche.
APESAR DE A TENSÃO PERMANECER QUASE ESTÁVEL E A
CORRENTE AUMENTAR SIGNIFICATIVAMENTE, COM EXCEÇÃO DO
DIODO ZENER, O DIODO SEMICONDUTOR NÃO É FEITO PARA
TRABALHAR REVERSAMENTE POLARIZADO. TAMBÉM É IMPORTANTE
DESTACAR QUE O COMPORTAMENTO DO DIODO, APÓS A TENSÃO DE
RUPTURA, PODE VARIAR DE DIODO PARA DIODO.
A curva característica completa de um diodo semicondutor pode ser vista na Figura 16.
DIODO IDEAL
Quando um diodo é considerado ideal, ele funciona apenas como uma chave aberta (circuito aberto) ou uma chave fechada (curto circuito).
Assim, para que o diodo entre em condução, basta que seja diretamente polarizado, desconsiderando-se o potencial da barreira de depleção
(Figura 17).
Quando reversamente polarizado, o diodo ideal apresenta a mesma tensão da fonte e com corrente nula, como um circuito aberto.
DIODO SIMPLIFICADO
Outra opção de modelo para o diodo é o modelo simplificado, no qual o diodo é visto como uma fonte de tensão cujo valor do potencial
equivale ao potencial da barreira de depleção (0,7 V para o silício e 0,3 V para o germânio). Dessa maneira, quando a tensão da fonte de
alimentação ultrapassa a tensão da fonte que representa o diodo, ocorre a condução da corrente (Figura 18).
O modelo linear do diodo é representado por uma fonte de tensão (0,7 V para o silício e 0,3 V para o germânio) e uma resistência, que
representa a resistência interna do diodo:
Assim, para que o diodo entre em condução, é necessário polarizá-lo diretamente e superar a tensão que representa o diodo, cujo valor do
potencial equivale ao potencial da barreira de depleção.
SAIBA MAIS
Após entrar em condução, a corrente no diodo apresenta uma inclinação proporcional à resistência interna do diodo.
Ao analisar um circuito com um diodo semicondutor é fundamental analisar a curva característica do diodo e traçar a reta de carga.
O uso da reta de carga consiste em analisar as características do circuito, a curva característica do diodo e determinar os valores da corrente
e da tensão sobre o diodo no circuito.
Observando o circuito da Figura 20 e considerando o modelo simplificado do diodo de silício, pode-se desenhar um circuito conforme a figura
seguinte:
Imagem: Raphael de Souza dos Santos
Figura 21: Circuito prático com o modelo simplificado do diodo.
V - VDIODO - VRESISTÊNCIA = 0
Considerando-se o diodo de silício e a Primeira Lei de Ohm, pode-se reescrever a Equação 1 como:
V - VDIODO - R ⋅ I = 0
Logo, considerando-se o diodo como um circuito aberto, a corrente do circuito será nula:
V - VDIODO - R ⋅ 0 = 0
V - VDIODO = 0
VDIODO = V
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
ATENÇÃO
Tal ponto é chamado de ponto de corte do diodo e representa a tensão máxima do circuito.
V - VDIODO - R ⋅ I = 0
V- 0 - R⋅I=0
V=R⋅I
ATENÇÃO
Tal ponto é chamado de ponto de saturação do diodo e corresponde à corrente máxima do circuito.
Com esses dois pontos, a reta de carga é traçada e observa-se o ponto de cruzamento entre a reta de carga e a curva característica:
Com esses dados, é possível determinar todos os parâmetros do circuito: tensões, correntes e potências.
DIODO RETIFICADOR
Uma das principais aplicações do diodo semicondutor é como retificador. Equipamentos eletrônicos que dependem de tensões contínuas
para seu funcionamento só podem ser conectados na rede elétrica (tensão alternada) com o uso de um circuito retificador.
RETIFICAÇÃO DE MEIA-ONDA
Suponha uma fonte alternada, com um sinal senoidal, alimentando um circuito contendo um diodo e um resistor:
Imagem: Raphael de Souza dos Santos
Figura 23: Circuito retificador meia-onda.
Em que Vp são os valores de pico, positivo e negativo, da tensão de alimentação da fonte em volts e t é o tempo em segundos.
ATENÇÃO
Considerando o modelo ideal do diodo, ele conduzirá apenas quando polarizado diretamente pela fonte de alimentação.
Observando-se o circuito durante os ciclos positivos do sinal de alimentação, percebe-se que o anodo estará positivo em relação ao catodo,
estando o diodo polarizado diretamente:
Imagem: Raphael de Souza dos Santos
Figura 24: Circuito retificador durante o ciclo positivo da fonte de alimentação.
Como o diodo foi considerado com seu modelo ideal, sua tensão será nula. Assim, a Equação 2 poderá ser alterada para:
V - VDIODO - VR = 0
V - 0 - VR = 0
VR = V
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Sendo assim, a tensão da fonte será integralmente aplicada na resistência durante o ciclo positivo e a tensão no diodo será nula. Observe a
tensão na resistência:
Observando-se o circuito durante o ciclo negativo (Figura 26) é possível perceber que o diodo encontra-se reversamente polarizado.
V - VDIODO - VR = 0
V - VDIODO - R ⋅ I = 0
V - VDIODO - R ⋅ 0 = 0
V - VDIODO = 0
É possível observar que a tensão da fonte está totalmente aplicada sobre o diodo, que atuará como um circuito aberto. Portanto, a tensão na
resistência será nula:
2Π
VCC = ∫ 0 ( VPICO SENΩT ) DΩT = 0,318 ⋅ VPICO
(Equação 2)
De maneira similar ao que acontece na retificação de meia-onda, a retificação de onda completa também permite que um sinal alternado seja
transformado em contínuo. Entretanto, enquanto a retificação de meia-onda permite o aproveitamento apenas de metade do sinal alternado,
a retificação de onda completa permite o aproveitamento do ciclo positivo e do ciclo negativo do sinal alternado.
Aplicando-se o sinal alternado da fonte, é possível observar que os diodos D1 e D4 estarão polarizados diretamente, enquanto os diodos D2
e D3 estarão reversamente polarizados, conforme a figura:
De maneira similar, durante o ciclo negativo, os diodos D2 e D3 entrarão em condução, enquanto os diodos D1 e D4 estão reversamente
polarizados, como pode ser visto:
Analisando-se o circuito, é possível observar que o ciclo negativo da fonte é transmitido de forma integral para a resistência. Veja:
Na figura a seguir, é possível verificar que a tensão na resistência será uma retificação completa da tensão da fonte nos dois ciclos (positivo e
negativo):
2Π
VCC = ∫ 0 ( VPICO SENΩT ) DΩT = 0,636 ⋅ VPICO
A retificação de onda completa com derivação central (tap central) utiliza um transformador com derivação central, que corresponde a uma
conexão feita até o meio do enrolamento de um transformador, permitindo que o secundário do transformador seja visto como dois
transformadores idênticos:
Imagem: Raphael de Souza dos Santos
Figura 34: Circuito retificador de onda completa com derivação central.
Analisando o circuito a seguir, é possível perceber que, devido à derivação central, durante o ciclo positivo da fonte, o diodo D1 estará
diretamente polarizado, enquanto o diodo D2 estará reversamente polarizado.
Sendo assim, a tensão positiva da fonte será transmitida para a resistência de carga (Figura 36). Vale destacar que a tensão de entrada
(Ventrada) corresponde a tensão em cada uma das metades do secundário e possui a metade da tensão do primário do transformador.
Imagem: Raphael de Souza dos Santos
Figura 36: Tensão na resistência do circuito retificador de onda completa com derivação central durante o ciclo positivo.
A seguir, vemos o comportamento do circuito durante o ciclo negativo da tensão da fonte. O diodo D2 entra em polarização direta e o diodo
D1 fica reversamente polarizado.
As curvas da figura abaixo mostram a tensão no resistor durante o ciclo negativo da tensão da fonte:
Imagem: Raphael de Souza dos Santos
Figura 38: Tensão na resistência do circuito retificador de onda completa com derivação central durante o ciclo negativo.
Assim, de maneira similar ao que ocorre na retificação em onda completa, os ciclos positivos e negativos da tensão da fonte são transmitidos
como ciclos positivos para a carga. Contudo, a tensão no secundário do transformador e, consequentemente na carga, apresentam metade
da amplitude da tensão do primário do transformador:
MÃO NA MASSA
1. CONSIDERE O MODELO SIMPLIFICADO DO DIODO DE SILÍCIO (VD = 0,7 V) E O CIRCUITO DA FIGURA A
SEGUIR:
A) VR = 9,3 V e ID = 18,6 mA
B) VR = 0,7 V e ID = 18,6 mA
C) VR = 9,3 V e ID = 20 mA
D) VR = 0,7 V e ID = 20 mA
E) VR = 10 V e ID = 18,6 mA
2. PARA O MESMO CIRCUITO DA QUESTÃO ANTERIOR, MAS CONSIDERANDO-SE O MODELO LINEAR POR
PARTES DO DIODO E A CURVA CARACTERÍSTICA DO DIODO (ABAIXO), AS TENSÕES E CORRENTES DO
PONTO QUIESCENTE (VDQ E IDQ) SÃO, RESPECTIVAMENTE:
A) VR = 0,78 V e ID = 18,44 mA
C) VR = 0,78 V e ID = 20 mA
D) VR = 0,7 V e ID = 20 mA
E) VR = 0,78 V e ID = 18,5 mA
A) R = 181,35 Ω e VR = 20 V
B) R = 5 kΩ e VR= 20 V
D) R = 5 kΩ e VR = 19,3 V
E) R = 181,35 Ω e VR = 0,7 V
A)
B)
B)
C)
C)
D)
D)
E)
E)
TEORIA NA PRÁTICA
EXEMPLO
Considere o circuito da figura a seguir e o modelo simplificado dos diodos. Determine as correntes no diodo D1 (ID1), no diodo D2 (ID2) e no
resistor R1 (IR1):
Imagem: Raphael de Souza dos Santos
RESOLUÇÃO
Conforme visto no tópico Modelos para o diodo, o modelo simplificado de um diodo pode ser substituído por uma fonte de tensão. Como
os diodos considerados são de silício, a tensão na fonte deverá ser de 0,7 V.
Imagem: Raphael de Souza dos Santos
Aplicando-se a Lei das Tensões no circuito 2, é possível determinar a corrente na resistência R1:
VD2 - VR1 = 0
VD2 = R1 ⋅ IR1
0,7
IR1 = = 0,212 MA
3,3 K
R2 . IR2 = VR2
VR2 18,6
IR2 = =
R2 5,6 K
Aplicando-se a Lei dos Nós em N1, é possível determinar a correte no diodo D2:
ID1 = IR1 + ID2
ID2 = 3,108 MA
MÓDULO 2
DIODO ZENER
ATENÇÃO
Quando polarizado diretamente, o diodo zener se comporta como um diodo comum. Contudo, quando polarizado reversamente, o diodo
zener pode operar em tensões próximas à tensão de ruptura.
A principal aplicação do diodo zener é manter estável a tensão zener (tensão de ruptura). Para isso, o diodo zener é propositalmente
polarizado reversamente, a fim de produzir uma tensão estável equivalente à tensão zener.
A polarização reversa do diodo zener é realizada com um circuito composto por uma fonte de alimentação e um resistor de limitação de
corrente.
EXEMPLO
Deseja-se produzir uma tensão de 5,6V para alimentar um circuito (Figura 42). Para tal, utiliza-se uma fonte de alimentação capaz de
fornecer uma tensão acima da tensão zener desejada e uma resistência limitadora, responsável por receber a tensão excedente (que
corresponde à diferença entre a tensão da fonte e a tensão zener).
Figura 42: Circuito com diodo zener.
A Equação 3 permite determinar a tensão que será aplicada na resistência de limitação da corrente:
De maneira similar ao que é feito com os circuitos com diodo, realiza-se a análise por reta de carga utilizando-se a curva caraterística do
diodo zener. Observe:
Figura 43: Curva característica do diodo zener.
Assim, é possível determinar a corrente máxima que atravessará o diodo zener quando reversamente polarizado.
Já para tensões positivas ou tensões menores que VZ, o diodo zener ideal comporta-se como um curto-circuito (conduz corrente). Veja:
Figura 44: Curva característica do diodo zener ideal.
O modelo linear do diodo pode ser representado por uma fonte (tensão zener) e uma resistência, que representa a resistência interna do
diodo:
Figura 45: Curva característica do modelo linear do diodo zener.
Ao desenvolver um projeto com a utilização de um diodo zener, algumas características precisam ser observadas na seleção do diodo. A
tensão zener e a corrente máxima que percorrerá o diodo precisam estar abaixo do limite tolerado pelo componente.
Essas características são fundamentais pois, juntas, definem a potência máxima suportada pelo diodo zener, como definido pela Equação 4:
PZ = VZ ⋅ I Z
(Equação 4)
EXEMPLO
Um diodo zener com tensão de saída de 6 V tolera uma potência máxima de 300 mW. Qual é a corrente máxima suportada por esse diodo?
PZ = VZ ⋅ I Z
PZ
IZ =
VZ
300 m
IZ = = 50 mA
6
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Ao inserir uma carga (Figura 46), é possível determinar os parâmetros do circuito observando-se as situações de operação extrema do diodo
zener: cortado e conduzindo.
Quando o diodo zener está cortado (Figura 47), a tensão na carga atinge seu maior valor, pois toda a corrente fornecida pela fonte de tensão
atravessará a carga.
Figura 47: Circuito com o diodo zener e uma carga RL.
V − VRLimitaçã o − VRL = 0
VRL + VRLimitaçã o = V
V
IS =
( RL +RRLimitaçã o )
V
RL ⋅ I S = RL ⋅
( RL +RRLimitaçã o )
Quando o diodo está reversamente polarizado e operando com a tensão zener, a tensão na carga será:
VRL = VZ
VS −VZ
IS =
RRLimitaçã o
VZ
IL =
RL
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
IS = IZ + IL
IZ = IS − IL
Essa determinação é importante quando a fonte de alimentação possui uma tensão variável. Ela permite calcular a faixa de valores que
poderão ser utilizados na resistência de limitação para garantir a polarização do diodo zener.
ATENÇÃO
Deve-se considerar, primeiramente, que a tensão na fonte é mínima e, supondo a corrente no diodo zener mínima, a corrente na carga será
máxima.
Sendo assim, a resistência máxima de limitação é definida pela Equação 5:
Vmínimo − VZ
RS <
ILmá ximo +IZmínimo
(Equação 5)
Essa condição estabelecerá o valor máximo da resistência de limitação de corrente e, simultaneamente, garantirá que uma corrente mínima
circule pela carga.
Vmá ximo − VZ
RS >
ILmínimo + IZmá ximo
(Equação 6)
Essa condição garantirá um valor máximo para a resistência de limitação de corrente e garantirá que sob o zener não circulará uma corrente
maior que IZmáximo.
CIRCUITOS COM FONTES DE TENSÃO ALTERNADA
Quando o circuito formado com o diodo zener é alimentado por uma fonte de tensão alternada (Vca), o diodo apresentará comportamentos
diferentes para os níveis de tensão aplicados sobre ele. Por exemplo, observe o circuito da figura abaixo:
Figura 48: Circuito com o diodo zener e uma fonte de tensão alternada.
Durante o ciclo positivo, enquanto o nível de tensão aplicado pela fonte for insuficiente para a polarização reversa do diodo (menor do que a
tensão zener), o diodo zener é um circuito aberto.
Quando a tensão atinge o valor zener, o diodo comporta-se como uma fonte de tensão estável e mantém o nível de tensão aplicado na carga
na tensão zener, como pode ser visto a seguir:
Figura 49: Tensões de entrada e de saída do circuito.
ATENÇÃO
Mesmo para valores de tensão de entrada maiores do que a tensão zener, a tensão na saída permanecerá estável. Quando a tensão de
entrada apresenta valores positivos abaixo da tensão zener, o diodo volta a se comportar como um circuito aberto.
No entanto, quando a tensão na entrada começa seu ciclo negativo, o diodo zener é polarizado diretamente e, no caso do modelo ideal,
poderá ser substituído por um curto-circuito (tensão de saída nula).
MÃO NA MASSA
TEORIA NA PRÁTICA
EXEMPLO
Considere o circuito da figura a seguir e as características dos componentes apresentadas. Determine a tensão e a corrente na resistência R
(VR e IR ), a corrente no diodo zener (IZ ) e a tensão e a corrente na resistência de carga (RL ):
RESOLUÇÃO
A tensão na resistência de carga é igual à tensão limitada pelo diodo zener:
VRL = VZ
VRL = 10 V
VRL = RL . IRL
A corrente no diodo zener pode ser encontrada através da potência dissipada sobre o diodo:
PZ = VZ . I Z
30 m
IZ = = 3 mA
10
A Lei dos Nós pode ser aplicada ao N1, permitindo calcular a corrente na resistência de 1 kΩ:
IR = IZ + IRL
IR = 11,333 mA
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 3
Além disso, outro tipo de diodo é bastante utilizado como indicador luminoso em painéis e equipamentos eletrônicos, o diodo emissor de luz
ou diodo LED. O diodo infravermelho é um tipo específico de diodo emissor de luz e possui aplicações diversas.
MULTIPLICADORES DE TENSÃO
São circuitos formados por dois ou mais diodos semicondutores capazes de produzir tensões contínuas iguais a um múltiplo do valor máximo
da fonte de alimentação (que deve ser de tensão alternada). Observe:
Figura 50: Circuito multiplicador de tensão.
É possível observar dois diodos semicondutores, o que fará com que esse circuito seja capaz de produzir uma tensão contínua duas vezes
maior do que o valor máximo da tensão de entrada.
Durante o semiciclo negativo, o diodo D1 entra em estado de condução (polarização direta) e o diodo D2 em polarização reversa (Figura 51).
A tensão da fonte será aplicada sobre o capacitor C1 para sua carga (o capacitor atuará no armazenamento da energia proveniente da fonte).
Durante o semiciclo positivo, o diodo D1 está reversamente polarizado e o diodo D2 está diretamente polarizado, conforme a figura:
É possível observar que a tensão sobre o diodo VC2, após alguns ciclos, será próxima de duas vezes a tensão máxima da fonte alternada (2
Vca).
CIRCUITOS LIMITADORES
Mudar a forma de um sinal.
Proteger circuitos.
A retirada de parte do sinal que esteja acima ou abaixo de determinado valor consiste, basicamente, em limitar a excursão de um sinal,
removendo o trecho de um sinal acima ou abaixo de dado valor, conforme abaixo:
Durante o ciclo positivo da fonte de alimentação, a tensão no resistor de carga (RL ) será igual à tensão do diodo D1 (VD1 ) .
Caso o diodo seja de silício, será de 0,7 V, e se for um diodo de germânio, será de 0,3 V:
De maneira semelhante, durante o ciclo negativo, a tensão sobre a carga será igual à tensão do diodo D2 :
Caso deseje-se aumentar os níveis da tensão de limite, deve-se incluir uma fonte de tensão contínua em série com o diodo. Veja um
exemplo:
Assim, o sinal de tensão na saída terá seus valores de limite aumentados para os níveis de tensão dos diodos somados às tensões das
fontes Vcc :
Figura 58: Tensões do circuito limitador com fontes Vcc .
É possível observar que o formato do sinal senoidal se aproxima de uma onda quadrada, mostrando uma das aplicações dos circuitos
limitadores.
Outra aplicação consiste na limitação da tensão da fonte aplicada sobre uma carga, fazendo com que o valor da tensão não ultrapasse
determinado valor.
CIRCUITO GRAMPEADOR
O circuito grampeador acrescenta uma tensão contínua (Vcc ) a um sinal alternado, conhecido como offset. Com isso, é possível tornar um
sinal alternado (com ciclos positivos e negativos) em um sinal oscilante positivo. Observe:
Figura 59: Circuito grampeador.
Durante o ciclo negativo, o diodo fica diretamente polarizado, aplicando a tensão da fonte alternada diretamente sobre o diodo e colocando a
resistência de carga em curto-circuito, como pode ser visto:
No ciclo positivo, o diodo fica reversamente polarizado e, consequentemente, a tensão da fonte e do diodo será aplicada sobre a resistência
da carga.
ATENÇÃO
No exemplo anterior, a tensão sobre a carga não apresenta mais valores negativos, embora o valor do sinal de tensão continue oscilante,
conforme a figura a seguir:
O diodo emissor de luz, chamado de LED, é um diodo que quando polarizado diretamente emite luz visível.
Os diodos LED podem emitir luzes nas cores: vermelha, verde, amarela, azul ou vermelha. Esse diodo pode ainda emitir uma luz
infravermelha (não visível ao olho humano) ou ser multicores.
SAIBA MAIS
Diferentemente dos diodos semicondutores, que são de silício ou germânio, os diodos LED são de gálio, arsênico ou fósforo. Cada cor possui
uma tensão de polarização específica que, ao ser atingida, emite luz visível.
EXEMPLO
O diodo vermelho apresenta tensão de polarização de 1,8 V a 2,0 V e o diodo azul possui tensão de polarização de 2,5 V a 3,0 V.
Uma fonte de tensão aplica um potencial sobre o diodo que emite luz após polarizado diretamente:
FOTODIODO
O fotodiodo é um diodo com invólucro transparente. Quando há um aumento da intensidade luminosa aplicada sobre ele, há uma redução de
sua resistência interna e, consequentemente, ocorre um aumento da corrente que atravessa o diodo.
MÃO NA MASSA
TEORIA NA PRÁTICA
EXEMPLO
Para o circuito da figura a seguir, determine a tensão sobre a resistência de carga do circuito (R) quando um sinal senoidal de amplitude 20 V
é aplicado na entrada do circuito. Considere VCC = 5 V e o diodo com o modelo ideal.
RESOLUÇÃO
Com a tensão de 5 VCC aplicada sobre o diodo, ele está polarizado diretamente durante todo o ciclo. Assim, o diodo será considerado um
curto-circuito durante todo o ciclo positivo:
Pela Lei das Tensões, é possível determinar a tensão na resistência de carga:
Durante o ciclo negativo, o diodo permanecerá diretamente polarizado enquanto a tensão na fonte não for superior a 5Vcc . Enquanto a tensão
na fonte estiver entre 0 e 5Vcc (vide tabela abaixo), a tensão na resistência de carga será:
VRL = 5 − Vca
0 5 5
1 5 4
2 5 3
3 5 2
4 5 1
5 5 0
Quando a tensão negativa da fonte de alimentação ultrapassa os 5 VCC, o diodo deixa de estar diretamente polarizado e, por isso, deixa de
conduzir:
VRL = 0 V
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
VERIFICANDO O APRENDIZADO
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao longo dos três módulos foi possível descrever o que são materiais semicondutores e o princípio de funcionamento dos diodos
semicondutores. Vimos os modelos dos diodos e a curva de característica dos diodos semicondutores, bem como os diodos como
retificadores de meia onda e onda completa.
O princípio de funcionamento do diodo zener também foi introduzido, seguido de suas características e a análise dos circuitos com diodos
zener.
Por fim, foram apresentados circuitos diversos com diodos, incluindo os diodos emissores de luz, fotodiodos, limitadores, multiplicadores de
tensão e grampeadores. Vimos que os circuitos limitadores são utilizados na proteção de circuitos, por exemplo. Já os circuitos
multiplicadores, apresentam tensões de saída proporcionais ao número de diodos utilizados.
PODCAST
Agora, o especialista Raphael de Souza dos Santos encerra falando sobre os principais pontos abordados.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
BOYLESTAD, R. L.; NASHELSKY, L. Dispositivos eletrônicos e teoria de circuitos. 11. ed. São Paulo: Pearson Education, 2013.
CATHEY, J. J. Dispositivos e circuitos eletrônicos. 1. ed. São Paulo: Makron Books, 1994.
Busque em Cronologia, no site do Museu Virtual de Informática, o texto referente ao período de 1905 a 1942 e saiba mais sobre a
construção do diodo.
CONTEUDISTA
Raphael de Souza dos Santos
CURRÍCULO LATTES