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SUMÁRIO

CARTA DOS DIRETORES ........................................................................................................ 3

INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 4

O COMITÊ................................................................................................................................. 6

A PROBLEMÁTICA .................................................................................................................. 8

A DIPLOMACIA DA ARMADILHA DE DÉBITO .................................................................... 13

Como se caracteriza .............................................................................................................. 13

Quais são os países vulneráveis a tal estratégia? ................................................................. 14

Débito e colonialismo: uma correlação corrosiva ................................................................ 16

ESTUDOS DE CASOS .............................................................................................................. 21

Os efeitos no Paquistão ........................................................................................................ 21

Os efeitos em Sri Lanka ....................................................................................................... 23

Os efeitos em Djibouti ......................................................................................................... 24

Os efeitos no Quênia ............................................................................................................ 24

Os efeitos no Laos ................................................................................................................ 25

Como os Estados Unidos estão respondendo a tal armadilha............................................ 26

Consequências do avanço chinês .........................................................................................27

O QUE SE ESPERA DO COMITÊ? ......................................................................................... 30

QUESTÕES À PONDERAR .................................................................................................... 32

CONCLUSÃO .......................................................................................................................... 33

REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 34
CARTA DOS DIRETORES
Diretora 01:
Olá, delegados(as)!
Primeiramente, é um prazer escrever essa carta para vocês, já sei que nossa experiência e
conexão vão ser massa. Meu nome é Hanna Andraus, tenho 17 anos e sou de Salvador-
Bahia. Sou apaixonada por academia, livros, água, artigos de papelaria e Jesus. Já participei
de diversas simulações como mesa diretora, e sei que no fim de cada comitê uma memória
única é criada, e eu não vejo a hora de conhecer vocês; eu to muito animada! É bom
enfatizar que nós, mesas diretoras, estamos aqui para tirar quaisquer dúvidas que vocês
possam ter e tornar a experiência mais agradável para todos(as). Enfim, vejo vocês no
Zoom!

Diretora o2:
Saudações delegados!
Antes de tudo, me chamo Sofia Peres, tenho 17 anos. Sou de Uberaba-Minas Gerais,
entretanto estou sempre mudando para diferentes estados do Brasil. Para vocês terem uma
ideia, já morei no Acre, Paraná, Distrito Federal, Roraima e muitos outros. Dentre minhas
paixões, se encontram ler, dançar, jogar tênis e escutar música. Já atuei como delegada em
diversas simulações nacionais e internacionais, e é um prazer poder moderar este comitê
para vocês. Sou imensamente grata por poder trabalhar com essas meninas maravilhosas,
Hanna e Rayssa, e fico muito feliz de poder apresentar este guia, que foi feito com muito
carinho, para os senhores(as).

Diretora 03:
Olá, delegados!
É um prazer enorme escrever esse guia e ainda presidir um comitê tão complexo quanto o
SPECPOL. Meu nome é Raissa, tenho 18 anos e estou no último ano do Instituto Federal.
Moro no interior da Bahia em uma cidade chamada Feira de Santana. Adoro esse espaço
que construímos a cada simulação, e espero que vocês conquistem o máximo de
conhecimento possível com a DiploMUN Online 2023! Desejo bons estudos a todos e uma
jornada de pesquisas até o dia da nossa primeira sessão. Adianto para os delegados que
estão tendo seu primeiro contato com simulações da ONU que todas as questões
procedimentais serão explicadas, e a principal tarefa de vocês é se preparar ao máximo
teoricamente, para termos o debate mais rico possível.
INTRODUÇÃO

As relações internacionais entre países podem fornecer uma compreensão mais profunda de
eventos que, à primeira vista, parecem ser problemas internos de uma nação. Por exemplo,
as relações externas e o aumento das desigualdades regionais no Brasil mostram como a
política interna de um país está intimamente ligada às suas relações econômicas com outras
nações. É exatamente essa interdependência que determina a estrutura política de cada
país.

Nos anos 50, houve uma série de eventos que resultaram em situações de endividamento
semelhantes para países considerados "terceiro mundo". Na época, o termo "terceiro
mundo" foi usado para descrever países que não estavam alinhados com o bloco comunista
ou ocidental. Com a perda da hegemonia dos Estados Unidos, principalmente na América
Latina, e a descolonização de muitos países, o termo "terceiro mundo" evoluiu para sua
definição atual: uma maneira educada de se referir a países subdesenvolvidos ou atrasados.

Nos anos 70, muitos desses países buscaram a industrialização e se endividaram


principalmente através de políticas e programas externos que tinham como objetivo ajudar
países subdesenvolvidos a prosperar e encontrar soluções para seus problemas locais. No
entanto, a subida das taxas de juros e o aumento dos custos de produção tornaram
impossível para a maioria desses países efetivar sua industrialização e quitar suas dívidas.
Isso resultou na conhecida "crise da dívida" do terceiro mundo.

Atualmente, uma situação semelhante está ocorrendo em países do continente africano e


asiático, que estão sendo pressionados pelo grande plano global de desenvolvimento
conhecido como "Belt and Road Initiative (BRI)" ou "One Belt One Road". O BRI é uma
iniciativa que busca conectar a China ao resto do mundo por meio de uma rede de
infraestrutura de transporte e energia, incluindo a construção de portos, estradas e
ferrovias. No entanto, por mais que seja um projeto que possa trazer benefícios econômicos
significativos para países em desenvolvimento, ainda há preocupações entre economistas e
políticos, principalmente em relação ao risco de armadilha da dívida.

Analisando o contexto histórico, é possível ver que há muitas semelhanças entre a crise da
dívida dos anos 70 e a situação atual. Logo, cabe reflexões se os impactos do BRI serão
ainda mais profundos para a reestruturação política desses países, principalmente
observando o histórico evolutivo de nações da América Latina, por exemplo.
Nesse comitê vocês terão que discutir de forma abrangente o que esses países podem e estão
enfrentando ao aderir a política do BRI, e nisso inclui: as dificuldades em pagar seus
empréstimos, a possível perda de soberania, domínio chinês no território e o risco de perda
de identidade dessas nações.

Certamente vocês estão em um comitê desafiador que explora temas como o imperialismo
econômico e a possível exploração de países em desenvolvimento. Mas, para o bem de
vocês, o que não falta no mundo é exemplos do envolvimento desses mesmos países em
grandes projetos de infraestrutura financiados por grandes potências ou empresas
estrangeiras, avaliando, claro, que toda região possui suas particularidades.

O ponto chave para um debate plural e produtivo é entender que, o BRI pode sim
representar uma oportunidade de diversificar a economia dos países e reduzir sua
dependência a nações ocidentais e instituições financeiras internacionais. Isso, na mesma
intensidade que também pode sim gerar uma consequência a longo prazo e crises
econômicas e políticas. Portanto, é fundamental que os delegados se desprendam de
conceitos e opiniões pré-concebidas e avaliem cuidadosamente os prós e contras, já que
ambos os lados têm muito do que se defender.
O COMITÊ

O Comitê Especial de Política e Descolonização (SPECPOL) é um comitê relativamente


novo. A SPECPOL, também conhecida como Quarta Comissão da Assembleia Geral (GA),
foi criada em de acordo com a Resolução GA 47/233, adotada em 17 de agosto de 1993. O
novo Conselho Especial Político é uma combinação do extinto Comitê Político Especial e do
anterior a este2.

O SPECPOL preocupa-se principalmente com a desestabilização política dentro ou entre as


nações membros e discute as queixas que as nações trazem perante a comissão. Também
trata de assuntos da Assembleia Geral que estão relacionados com a direito à
autodeterminação, descolonização, uso de forças de paz da ONU e outros temas que não são
tratadas pelo Comitê de Desarmamento e Segurança Internacional (também conhecido
como Primeira Comissão da Assembleia Geral). Em geral, o SPECPOL, como outros comitês
da AG, discute aquelas questões para as quais o Conselho de Segurança pode tomar decisões
executáveis e medidas como sanções econômicas. O SPECPOL não pode impor
sanções ou autorizar a ação militar em suas resoluções.

O mandato do Conselho Especial Político e O Comitê de Descolonização deve definir ações


políticas para da comunidade internacional, que engloba a áreas de descolonização,
questões relativas à informação, manutenção da paz operações, o Fundo de Ajuda e Obras
das Nações Unidas Agência para Refugiados Palestinos no Oriente Próximo, e o Relatório
do Comitê Especial sobre Práticas Israelenses. Por estar sob a Assembléia Geral, o comitê
carece da necessária autoridade e poder para impor seus itens de política. No entanto, a
Assembleia Geral ainda detém importantes influências, encorajando as nações a agir em
certas através de resoluções políticas.

O objetivo do SPECPOL a qual os senhores farão parte é discutir com clareza e objetividade
os desdobramentos e as consequências da falácia da "Armadilha do Débito", e como isto tem
afetado diversos países ao redor do mundo. Espera-se que os delegados tratem o assunto
com a seriedade devida e que explorem todos os pontos citados neste guia, e ainda
permitam-se explorar tópicos que foram encontrados em pesquisas externas. Ademais, faz-
se mister que todos os delegados estejam alinhados com os interesses do país a qual
representa, de modo a representar de maneira veemente o que o país propõe.

Por conseguinte, as resoluções da conferência devem estar baseadas completamente no


escopo do comitê, de modo a seguir e a compreender as limitações da comissão. Em seus
documentos de posição (DPO 's), os delegados devem apresentar propostas concretas e
medidas que podem ser tomadas para desacelerar os efeitos letais da armadilha de débito
chinesa.
A PROBLEMÁTICA

A globalização e a dinamização das formas de comércio

Definida como "O desenvolvimento de relações econômicas, culturais e políticas entre todos
os países do mundo [...]", a globalização é um dos conceitos mais discutidos no mundo
moderno. Está presente em todos os sectores políticos, culturais e econômicos,
influenciando as inovações tecnológicas, as mudanças políticas e os princípios econômicos.
É uma das ideias-chave para compreender as relações modernas entre os países e as suas
sociedades. A globalização está presente em todos os lugares e em todos os momentos.

Com a globalização os países passaram a estar cada vez mais interconectados e


interdependentes, o que tem levado a mudanças significativas no comércio internacional e
nas formas como as empresas se relacionam com seus clientes e fornecedores. Esse vínculo
comercial entre diferentes economias nacionais criaram um novo sistema econômico global,
o que fez com que o comércio internacional crescesse exponencialmente no último século.

A imagem abaixo mostra o valor das exportações mundiais de 1800 a 2014 (notando que os
valores foram ajustados para se igualar com a inflação atual). O gráfico mostra como o
comércio internacional cresceu rapidamente nos últimos séculos, tornando o nível de
exportações 40 vezes mais alto do que era em 1913, que no contexto do gráfico se iguala a
cem anos (1913-2014).
Como podemos observar no diagrama, durante os anos 1800 o comércio exterior era quase
inexistente, tanto que a porcentagem de exportação não chegava a 10%. Entretanto, essa
situação mudou com a chegada dos anos 1900, que foi conhecida como "A primeira onda de
globalização”. Essa época foi caracterizada por suas inúmeras inovações tecnológicas, que
desencadearam um crescimento inigualável nas relações econômicas entre diferentes
nações.

Essa onda de globalização atingiu seu declínio no começo da Primeira Guerra Mundial,
quando o globo se encontrava em momento de queda do liberalismo e auge do
nacionalismo. O comércio internacional somente voltou a prosperar após a Segunda Guerra
Mundial com “A segunda onda de globalização". Com essa nova onda, o comércio entre as
nações cresceu imensamente, principalmente pela criação de acordos comerciais e de blocos
econômicos.

No mundo atual, as relações econômicas entre países não se baseiam somente nos produtos
exportados pelos mesmos, mas também na troca de matérias primas. Esse câmbio faz com
que os países se conectem formando uma rede econômica global, em outras palavras
globalização. Essa interação pode ser analisada no mapa de rotas de comércio internacional
a seguir:

Esta rede econômica proporciona às empresas uma vantagem no mercado competitivo,


permitindo-lhes obter matérias-primas de fontes abundantes, onde as mesmas são mais
baratas. Além disso, a globalização oferece a diferentes organizações a oportunidade de
utilizar custos de mão-de-obra mais baixos, que podem ser encontrados nos países em
desenvolvimento, e ao mesmo tempo aproveitam os conhecimentos técnicos e a experiência
das economias mais desenvolvidas.

Por consequência, os países em desenvolvimento firmam tratados de comércio com países


desenvolvidos e têm seus bens explorados por um valor totalmente desvalorizado e suas
populações compõe a força de trabalho de empresas multinacionais por remunerações
baixíssimas. Por esse motivo, este investimento exterior passa a ser a principal componente
de seu PIB, assim criando uma relação de dependência econômica.

A ambição por soberania e a geopolítica de dominação econômica

A busca pela soberania é uma das principais aspirações de qualquer país. Trata-se do desejo
de ter controle total sobre as questões internas e externas, sem interferência de outras
nações. Isso inclui a independência política, econômica e militar, bem como a preservação
da cultura e dos valores nacionais. A soberania é, portanto, um elemento central da
identidade nacional e da autoestima dos povos.

No entanto, a ambição por soberania muitas vezes leva à competição e conflito entre os
Estados, especialmente quando os recursos econômicos são escassos. Isso é onde a
geopolítica de dominação econômica entra em jogo. Trata-se da utilização do poder
econômico como instrumento de influência e dominação sobre outros países. Essa
estratégia é realizada através de diversas medidas, tais como imposição de tarifas
comerciais, embargo de produtos, investimentos em infraestrutura e recursos naturais, e até
mesmo intervenção militar.

A busca por dominação econômica tem sido uma característica constante da história
mundial. As grandes potências europeias, como a Inglaterra, França e Espanha, utilizaram
sua superioridade naval e comercial para expandir suas esferas de influência e explorar as
colônias. No século XX, os Estados Unidos assumiram o papel de líder mundial e utilizaram
sua força econômica para influenciar a política internacional. A China também está
emergindo como uma potência econômica global, e vem utilizando sua influência para
expandir seus interesses e projetar sua visão de mundo.

No entanto, a geopolítica de dominação econômica não é apenas uma questão de poder


bruto. A busca por recursos e mercado pode levar à exploração dos países mais pobres e
vulneráveis, perpetuando desigualdades e injustiças. Além disso, a competição econômica
pode levar a tensões e conflitos internacionais, prejudicando a cooperação e o diálogo entre
os países.

Após o final da Segunda Guerra Mundial, o mundo é apresentado a uma realidade bi-lateral
de poderio geopolítico. Esse cenário se deu através da Guerra Fria, episódio que ilustrou
uma briga silenciosa por hegemonia entre os Estados Unidos e a Rússia. Ao contrário do
que muitos pensam, esse período não mudou apenas o âmbito geopolítico dos países
supracitados. Após a Guerra Fria, todos os países do mundo foram obrigados a se
encaixarem na "Nova Ordem Mundial".

A nova ordem mundial é definida como multipolar, isto é, existem vários centros de poder.
Normalmente, consideram-se três grandes potências mundiais de grande poderio
econômico e tecnológico: os Estados Unidos da América, o Japão e a União Européia, com
destaque para a Alemanha. No final da década de 80, o mundo não era mais bipolar. Isto é,
não havia mais a marca da disputa entre as duas superpotências: EUA, representando o
capitalismo e a URSS, representando o socialismo. Mas foram a queda do Muro de Berlin e
a reunificação da Alemanha, em 1990, os verdadeiros marcos dessa passagem.

No mundo 'multipolar', pode-se afirmar que o poder de uma nação é medido através de sua
capacidade econômica, entretanto, isso não se limita apenas a "quão rico o país é", essa
capacidade se estende até:

 Disponibilidade de capital;

 Avanços tecnológicos e suas aplicações efetivas na nação;

 Qualificação de mão de obra;

 Níveis de produtividade socioeconômica;

 Índices de competitividade de mercado;

 Nível de globalização e importância geopolítica mundial;

Dessa forma, existe um longo e árduo caminho a ser percorrido até que um país se torne
uma potência. E, com o sentimento pluralista instaurado a partir da nova ordem, todos os
países do mundo fazem o que podem para encaixarem-se neste padrão, onde um tenta mais
do que os outros – ou utilizam meios "ilegais" para alcançar prestígio.
Um dos países que tenta mais do que os outros é a China. Na tentativa de projetar sua
influência pelo mundo, a China investe na chamada “diplomacia econômica” ou "diplomacia
do débito". Com projetos de financiamento, aquisição de matérias-primas e obras de
infraestrutura, o país aposta no poder de sua economia para angariar aliados. É uma forma
de estabelecer uma relação na qual os outros países se tornam cada vez mais dependentes
do capital chinês.

Dessa maneira, infere-se que na luta por hegemonia não há ética, apenas uma
"solidariedade disfarçada". Os países atualmente fazem de tudo para se manter num
ranking e apelam para soluções negativas quando veem que as coisas estão saindo do
controle. Posto isso, fica claro que o cenário global ainda vive uma Guerra Fria com novos
protagonistas.
A DIPLOMACIA DA ARMADILHA DE DÉBITO

Como se caracteriza
A diplomacia da dívida é uma estratégia utilizada pelos países credores para garantir o
pagamento de suas dívidas pelos países devedores. Essa estratégia pode assumir várias
formas, desde a imposição de sanções econômicas até a concessão de empréstimos
condicionados à implementação de reformas econômicas pelos países devedores.

A diplomacia da armadilha de débito, por sua vez, é uma variante dessa estratégia que se
concentra especificamente na negociação de reduções ou perdões de dívida por parte dos
países credores. Essa estratégia é geralmente utilizada quando os países devedores
enfrentam uma situação de crise econômica, que os impede de quitar suas dívidas.

Uma das principais características da diplomacia da armadilha de débito é a negociação


direta entre os países devedores e os credores. Essas negociações geralmente envolvem o
estabelecimento de um cronograma de pagamentos, que permite ao país devedor pagar sua
dívida em um prazo mais longo e com condições mais favoráveis. Em alguns casos, os
credores podem concordar em perdoar parte da dívida em troca de reformas econômicas ou
políticas por parte do país devedor.

Outra característica importante da diplomacia da dívida de débito é a sua natureza política.


Como as negociações envolvem interesses políticos e econômicos conflitantes, a diplomacia
da dívida pode ser vista como uma forma de guerra econômica. Por esse motivo, as
negociações podem ser bastante complexas e podem levar meses ou mesmo anos para
serem concluídas.

Além disso, a diplomacia da dívida de débito também pode envolver a intervenção de


organizações internacionais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco
Mundial. Essas organizações podem fornecer empréstimos ou outros tipos de ajuda
financeira aos países devedores, condicionados à implementação de reformas econômicas e
políticas.

Um exemplo recente dessa prática ocorreu em 2020, quando o G20 (grupo formado pelas
20 maiores economias do mundo) concordou em suspender o pagamento de dívidas de
países pobres durante a pandemia de COVID-19. A suspensão dos pagamentos foi estendida
em 2021, mas alguns analistas argumentam que essa medida é insuficiente e que é
necessário um perdão de dívida mais amplo para ajudar os países mais afetados pela
pandemia.

Por outro lado, há críticas à diplomacia da armadilha de débito por parte de alguns
especialistas, que argumentam que essa estratégia pode incentivar países a assumir dívidas
excessivas, na expectativa de que os credores eventualmente perdoem parte de suas dívidas.
Além disso, os países devedores podem ser forçados a implementar reformas econômicas ou
políticas que não são de seu interesse ou que podem ser prejudiciais à população local.

Em conclusão, a diplomacia da dívida de débito é uma estratégia complexa e controversa


que envolve negociações entre países devedores e credores. Embora possa ajudar os países
devedores a lidar com crises econômicas e reduzir suas dívidas, também pode ter efeitos
negativos a longo prazo. É importante que as negociações sejam conduzidas de forma
transparente e justa, levando em consideração os interesses de todas as partes envolvidas,
incluindo a população dos países devedores.

Quais são os países vulneráveis a tal estratégia?


Embora a iniciativa do Belt and Road Initiative (BRI) tenha sido bem recebida por alguns
países, outros são considerados mais vulneráveis aos riscos associados ao projeto. É óbvio
que esses riscos estão interligados à estrutura política e econômica dessas nações. Um
estudo realizado pela CGD (Center Global Development), analisou 68 países associados a
projetos financiados pela China, e determinou em um conjunto de 23 países um risco
significativo de endividamento. Entre eles estão: Leste e Sudeste Asiático (3): Camboja,
Mongólia e Laos; Ásia Central e Meridional (7): Afeganistão, Butão, Quirguistão, Maldivas,
Paquistão, Sri Lanka e Tadjiquistão; Oriente Médio e África (7): Djibouti, Egito, Etiópia,
Iraque, Jordânia, Quênia e Líbano; Europa e Eurásia (6): Albânia, Armênia, Bielorrússia,
Bósnia e Herzegovina, Montenegro e Ucrânia.

Dentre esses, através de dados de financiamento, o movimento na proporção geral da dívida


pública em relação ao PIB e a concentração da dívida da China como credora, foi possível
identificar 8 países onde o BRI pode criar os maiores problemas de sustentabilidade da
dívida e fortalecimento de crises econômicas. São eles: Djibuti, Maldivas, República Popular
Democrática do Laos (“Laos”), Montenegro, Mongólia, Tadjiquistão, República do
Quirguistão (“Quirguistão”), Paquistão.
Então, quais são as características que esses territórios possuem em comum? O primeiro
ponto é que muitos dos países que aderiram ao BRI são de baixa renda e precisam de
financiamento externo para apoiar o seu desenvolvimento. Infelizmente, esses países
muitas vezes não têm capacidade financeira para pagar as dívidas associadas aos projetos
BRI, tornando-se mais vulneráveis aos seus riscos.

Um segundo ponto são países com baixa governança, as quais são mais suscetíveis à
corrupção e ao nepotismo, o que pode levar a muitos desses projetos serem mal gerenciados
e ao uso de apropriação indevida de recursos. Além disso, casos como o do Paquistão e do
Afeganistão mostram a dificuldade de implementação dos projetos BRI em zonas de
conflito, devido à instabilidade política e à violência.

Há outros casos de países prejudicados pela iniciativa. O Sri Lanka, por exemplo, enfrentou
dificuldades financeiras, o que levou o país a ceder o controle de um porto estratégico a uma
empresa estatal chinesa em 2017. O governo da Malásia também, em 2018, cancelou um
projeto de ferrovia com medo dos custos e das dívidas envolvidas, o que levantou
preocupações de que os projetos do BRI possam favorecer mais empresas chinesas em
detrimento das empresas locais. Um outro caso ocorreu no Myanmar, onde a iniciativa na
região de Rakhine foi suspensa devido a preocupações com a violência étnica no país, além
da falta de transparência no gerenciamento do projeto.

Uma outra forma de reconhecer a fragilidade de países associados ao BRI é entender o


CESV (Comprehensive Economic System Vulnerability), que em português significa
Vulnerabilidade Abrangente do Sistema Econômico. O CESV é um indicador utilizado para
medir a vulnerabilidade econômica de um país ou região em relação a choques externos,
como crises financeiras ou desastres naturais. Quanto maior for o CESV, maior será a
vulnerabilidade e maior será o risco de uma crise econômica. O CESV pode ser utilizado
como uma ferramenta de análise a fatores como o nível de dívida externa desse país,
desequilíbrios comerciais e a volatilidade da taxa de câmbio.

Com base em avaliações do CESV, podemos ter acesso aos países com maiores taxas de
fragilidade, exemplos são, o Paquistão, Sri Lanka, Quênia, Malásia, Mongólia, Laos, Nepal,
Camboja, Bangladesh e o Djibouti. É importante notar que o CESV pode mudar ao longo do
tempo e que outros países envolvidos no BRI também podem enfrentar desafios econômicos
significativos.

Débito e colonialismo: uma correlação corrosiva


O colonialismo deixou marcas profundas nas relações internacionais e econômicas entre
países colonizadores e colonizados. Uma dessas marcas é a dívida externa, que muitos
países em desenvolvimento ainda carregam como um fardo pesado em suas economias.

A dívida externa é um mecanismo de controle econômico e político que se tornou uma


prática comum dos países colonizadores. Durante a colonização, as potências europeias
impuseram sistemas econômicos dependentes e desiguais às colônias, que levaram ao
empobrecimento e à exploração dos recursos desses países. Com a independência, esses
países herdaram a dívida externa que foi acumulada durante o período colonial e que foi
utilizada para financiar o próprio colonialismo.

O problema da dívida externa é que ela se torna uma armadilha para os países em
desenvolvimento, que ficam presos a juros altos e pagamentos perpétuos, sem conseguir
investir em suas próprias economias e necessidades sociais. Além disso, muitas vezes os
países credores impõem condições que afetam a soberania nacional e a democracia, como a
privatização de serviços públicos e a diminuição de gastos sociais.
A China, como uma potência econômica emergente, tem sido criticada por sua estratégia de
investimento em países em desenvolvimento, que muitas vezes resulta em dívida externa
excessiva e dependência econômica. O exemplo do Sri Lanka e do porto de Hambantota é
um caso emblemático de como a China pode usar a dívida externa para expandir sua
influência e poder geopolítico.

É importante destacar que a dívida externa não é um fenômeno exclusivo do colonialismo


ou da China. Muitos países desenvolvidos também têm altas dívidas externas, que muitas
vezes são resultado de políticas neoliberais e de especulação financeira. No entanto, a
correlação entre colonialismo, dívida externa e desigualdade econômica é uma questão que
merece ser mais discutida e abordada, para que os países em desenvolvimento possam se
libertar dessa armadilha histórica e construir suas próprias economias e democracias.
A 'BELT AND ROAD INITIATIVE (BRI)' :

Conhecida como a “Nova Rota da Seda”, a Belt and Road Initiative (BRI) é uma proposta
para expandir as relações comerciais da China com diversos países da Ásia, Europa e África.
Esse plano econômico é separado em duas partes, “The Belt” e “The Road”, que juntas
ampliariam a influência chinesa em relação a economia e política global.

Idealizada pelo atual presidente, Xi Jinping, a iniciativa foi extremamente baseada na


concepção da Rota da Seda, estabelecida há 2.000 mil anos atrás, que foi uma rede de rotas
comerciais entre diversos países da Europa, Ásia e África. Esta cadeia de rotas ficou
mundialmente conhecida e historicamente marcada por causar um enorme intercâmbio
cultural entre estes diferentes continentes.

Essa nova proposta contaria com o “The Belt”, que tem como objetivo revitalizar uma série
de rotas comerciais antigas que conectam a Ásia e a Europa, e com o “The Road” que propõe
estabelecer uma nova infraestrutura marítima, seguindo a antiga rota Marco Polo, que
interligaria a China, Sudoeste Asiatico, África e Europa.
Dentre os motivos para tal iniciativa estão: A vontade de criar uma rota comercial mais
segura para o país, já que a sua atual rota passa por Singapura, um dos países aliados com o
maior rival chines, Estados Unidos; tornar outros países interdependentes com a economia
da China, o que ampliaria o poder chines na comunidade internacional; e, também,
estimular a economia nacional da região central do país, que sempre dependeu da economia
das áreas costeiras, já que as empresas competiriam para um contratos relacionados ao
BRI.

A “Belt and Road” não é nada mais que diversos acordos bilaterais feitos com diferentes
países, cada um possuindo seus próprios termos e condições, que juntos formam uma
estratégia coerente e unida. Entretanto, muitas autoridades vêm acusando a China de usar
esse projeto como uma máscara para esconder a "Armadilha de débito". Uma estratégia
manipuladora, em que o país financia projetos de infraestrutura com empréstimos
insustentáveis, usando a dívida para exercer influência sobre os governos devedores.

Especialmente porque o governo chines nunca publicou nenhum detalhe sobre as


proporções ou termos dos empréstimos da iniciativa. Os governos que recebem os
empréstimos, na maioria dos casos, não possuem certeza em relação a qual autoridade do
governo eles estão fazendo a negociação, o que somente aumenta a suspeita e desconfiança
com a “Belt and Road”.

Isso acontece, pois, quinze ministérios diferentes do governo chinês reivindicam alguma
responsabilidade pelos projectos da iniciativa; as províncias chinesas possuem suas
próprias agendas, empresas e projectos concorrentes; e mesmo o governo central chinês
ainda não é capaz de produzir uma lista dos projectos que fazem parte da BRI e dos que não
fazem.

Os Estados Unidos e seus maiores aliados se opõem firmemente a BRI, reivindicando que
esta é uma estratégia predatória e muito prejudicial para o Ocidente global. Todavia, esse
posicionamento não vem somente da preocupação em relação às intenções chinesas, mas
também pelo receio de que a iniciativa simbolize uma futura nova ordem mundial liderada
pela China.

Estas preocupações estão longe de serem infundadas, especialmente depois que, em 2017, a
“Belt and Road” se estendeu para países da América Latina, que o governo chiens descreveu
como “uma extensão natural da Rota da Seda Marítima do século 21”.
Atualmente a BRI conta com 139 países, sendo trinta e nove da África Subsariana, trinta e
quatro da Europa e da Ásia Central, vinte e cinco da Ásia Oriental e do Pacífico, dezoito da
América Latina e das Caraíbas, dezassete do Médio Oriente e do Norte de África e seis do
Sul da Ásia. Juntas, essas nações compõem 40% do PIB global e mais de 60% da população
mundial.
ESTUDOS DE CASOS

Os efeitos no Paquistão

Em abril de 2015, durante uma visita a cidade de Islamabad, o presidente chines Xi Jinping
e o primeiro-ministro pasquistanes Nawaz Sharif anunciaram o projeto mais importante e
ambicioso da “Belt and Road Initiative", chamado “Corredor Econômico China-Paquistão”
(CPEC).

O projeto consiste em um acordo bilateral para aprimorar a infraestrutura e transporte


paquitanes. Com isso, visando explorar o potencial econômico de tratados de comércio
entre ambas as nações e provocar uma integração cultural entre os países do Sul Asiatico.

É esperado do CPEC a abertura de uma rota direta entre a China e o Oceano Índico, e um
Paquistão próspero que deixaria de ser um foco de extremismo, por meio do investimento
chines. Além disso, um Paquistão mais forte daria vantagens à China em relação aos seus
concorrentes estratégicos, a Índia e os Estados Unidos.

Para ajudar o Paquistão a ultrapassar a sua grave escassez de energia, a maior parte dos
fundos do CPEC foi destinada à construção de novas centrais eléctricas a carvão. Outros
projetos incluíram a modernização da linha férrea de Peshawar a Karachi, duas centrais
hidroeléctricas na região disputada de Caxemira, um sistema de metrô em Lahore, a criação
de várias zonas económicas especiais (ZEE), cabos de fibra óptica da Huawei que vão da
China ao Paquistão e tornar o Porto de Gwadar em uma estrutura moderna com uma área
de livre comércio.

Esta série de reformas realmente aperfeiçoou a infraestrutura do Paquistão, reduziu os


cortes de electricidade, criou dezenas de milhares de postos de trabalho e impulsionou o
crescimento económico. Todavia, teve projetos parados, denúncias de corrupção e ataques
terroristas.

Uma comissão governamental paquistanesa concluiu que os empreiteiros chineses


cobraram a Islamabad mais de 3 mil milhões de dólares em duas centrais eléctricas da
CPEC. Também surgiram relatos de que os investidores chineses tinham a garantia de
grandes retornos anuais sobre os seus investimentos.
Além disso, quase nenhum navio comercial faz escala em Gwadar e o metrô de Lahore
parece ser economicamente inviável. Embora o Paquistão tenha formado uma força de
segurança de 15 mil pessoas para proteger a construção da CPEC, esta não foi suficiente
para evitar uma série de ataques terroristas.

A partir disso, emergiram inúmeras críticas ao projeto por parte dos paquistaneses,
afirmando que a China adquiria mais benefícios que o Paquistão. Em decorrência da
situação, o CPEC foi suspenso e depois reiniciado de forma reduzida.

Além do mais, o CPEC provocou um novo aumento da dívida, já existente, do país. O Fundo
Monetário Internacional (FMI) alertou que a CPEC estava contribuindo para o aumento do
défice da balança corrente no Paquistão, uma vez que o país importava milhares de milhões
de dólares de material para os projetos.
O Paquistão, então, implementou diversas reformas necessárias para colocar a sua
economia no bom caminho, mas, devido à COVID-19, isso não foi possível. Atualmente, o
país tenta adiar o pagamento da dívida à China por uma década e reduzir drasticamente a
taxa de juro dos empréstimos dos bancos chineses. É pouco provável que a CPEC venha
culminar na grande visão delineada em 2015, potencialmente o projeto será composto por
obras menores e com menos potencial econômico.

A China tem tido um sucesso misto ao investir dezenas de milhares de milhões de dólares
no Paquistão, um país com o qual divide uma fronteira e mantém fortes laços históricos. O
CPEC é, portanto, um exemplo dos limites da BRI e levanta questões sobre a aposta da
iniciativa de que investimentos maciços em infraestrutura podem, por si só, levar a uma
mudança em ambas as nações.

O “Corredor Econômico China-Paquistão" foi de enorme aprendizado para a China.


Demonstrando que mesmo com seus países vizinhos pode haver divergências de concepção
e obstáculos em relação às obras. O que torna a execução do projeto muito mais difícil.

É improvável que o CPEC cumpra todos os projetos que Xi Jinping e Nawaz Sharif
articularam em 2015. Embora o CPEC tenha contribuído para uma melhoria das
infraestruturas do Paquistão, as suas limitações, principalmente a corrupção e a vontade de
financiar projetos economicamente inviáveis, levaram Pequim e Islamabad a reduzir as suas
expectativas.

Os efeitos em Sri Lanka


As relações entre Sri Lanka e China datam de séculos atrás, iniciando-se no século I quando
o Sri Lanka enviava embaixadas para a China, as quais se tornaram ainda mais frequentes
após o século IV. Além de trocas comerciais, as interações culturais e religiosas eram fortes
e duraram por vários séculos até a colonização do Sri Lanka pela Inglaterra em 1815.

Quando o Sri Lanka recuperou sua independência no final da década de 1940, a China foi
um dos primeiros países a restabelecer as relações diplomáticas. Isso se deveu a dois
motivos: o fato de o Sri Lanka não estar alinhado com nenhum dos blocos de poder da
Guerra Fria e sua proximidade geográfica com a Índia, o que poderia servir como uma
ponte para uma maior aproximação entre China e Índia, em caso de conflitos sino-indianos.

Em 2007, a China iniciou o projeto do porto de Hambantota, concedendo cinco


empréstimos para a sua construção entre 2007 e 2014, somando mais de um bilhão e meio
de dólares. Estimava-se que o porto seria um projeto importante para o crescimento
econômico do Sri Lanka, já que se localizava em uma zona estratégica integrada aos
circuitos comerciais marítimos entre o Canal de Suez e o Estreito de Malaca. No entanto,
nos primeiros anos de funcionamento, um número muito baixo de embarcações gerou
grandes prejuízos econômicos, fazendo com que o porto fosse chamado de “o elefante
branco de 1 bilhão de dólares”.

Em 2017, a China arrendou o porto por 99 anos em troca de uma redução significativa da
dívida que o Sri Lanka possuía, além de comprometer-se a fazer investimentos para o seu
desenvolvimento e a não o utilizar como base militar.

Os efeitos em Djibouti
O Djibouti tem sido um dos principais destinos de investimento da China, sua localização
geográfica estratégica na entrada do Mar Vermelho tornou o país um ponto crucial para a
BRI, já que grande parte do comércio internacional e cerca de 10% das exportações
mundiais de petróleo passam pela costa do país. Graças a isso, também, o Djibouti se tornou
o primeiro país internacional a possuir uma base militar chinesa, o que tem gerado
preocupações internacionais com alguns países ocidentais argumentando que a China está
expandindo sua influência estratégica e militar na região.

Nos últimos anos, a China tem investido fortemente em projetos de infraestrutura no


Djibouti, incluindo a construção de um porto que se tornou o maior e mais profundo da
África, uma linha férrea e uma zona de livre comércio. No entanto, tais investimentos
levaram ao país ser um dos maiores exemplos da “armadilha da dívida". Segundo dados do
FMI (Fundo Monetário Internacional), a dívida externa pública do país superou a de países
de baixa renda em apenas 2 anos, aumentando de 50% para 85% do PIB do país. De acordo
com relatórios do CGD (Center Global Development), a China forneceu quase US $1,4
bilhão em financiamento para os principais projetos de investimento do Djibuti, o que
equivale a 75% do seu PIB.

Por fim, um outro ponto a ser discutido é que, como as empresas chinesas possuem um
vasto e denso investimento em muitas infraestruturas estratégicas do país, há preocupações
que esses investimentos podem dar à China um domínio significante na economia e política
do país, o que ameaça sua autonomia.

Os efeitos no Quênia
Desde 2013 o Quênia tem se beneficiado de grandes investimentos pela China em
infraestrutura, especialmente em projetos de transporte. Um dos maiores projetos do BRI
na região é a construção de uma grande ferrovia que liga a capital a um dos mais
importantes portos do Oceano Índico, o que pode ser um dos grandes marcos no
desenvolvimento da infraestrutura do Quênia, podendo impulsionar o comércio e o turismo
no país.

No entanto, há críticas em relação à forma como a China tem conduzido a implementação


do projeto, principalmente em relação às condições severas de empréstimos, o que leva o
país a possuir grandes dívidas e consequentemente deixar faturas gigantescas para as
futuras gerações. O que mais há de ser discutido nesse caso são as preocupações sobre a
falta de transparência e participação de líderes quenianos no processo de decisão.

Os efeitos no Laos
A armadilha de débito chinesa tem sido uma preocupação crescente em muitos países em
desenvolvimento, e o Laos não é exceção. Desde a década de 2000, a China tem se tornado
cada vez mais ativa no financiamento de grandes projetos de infraestrutura no Laos, como a
construção de rodovias, ferrovias e barragens hidrelétricas. No entanto, a falta de
transparência nas negociações e o alto custo desses projetos têm levantado preocupações
sobre a capacidade do Laos de pagar suas dívidas.

Uma das principais preocupações em relação à armadilha de débito chinesa no Laos é o


impacto ambiental das grandes barragens hidrelétricas que estão sendo construídas ao
longo do rio Mekong. A China está financiando grande parte desses projetos, que têm
causado impactos significativos no meio ambiente, no ecossistema do rio e nas
comunidades locais que dependem do rio para sua subsistência.

Outra preocupação é a capacidade do Laos de pagar suas dívidas à China. O país tem uma
das economias mais fracas do sudeste asiático e depende fortemente do financiamento
externo para financiar seu desenvolvimento. No entanto, o aumento da dívida do país com a
China levantou preocupações sobre a capacidade do Laos de honrar seus pagamentos e
evitar o risco de uma crise de dívida.

Alguns analistas temem que a armadilha de débito chinesa possa ter um efeito corrosivo na
soberania do Laos. Como a China está se tornando cada vez mais influente na região, a
dependência do Laos do financiamento chinês pode torná-lo mais suscetível à influência
política e econômica da China.
Como os Estados Unidos estão respondendo a tal armadilha

Nos últimos anos, a China tem sido acusada de utilizar uma estratégia de armadilha da
dívida para expandir sua influência global. Como já foi citado anteriormente, essa estratégia
envolve empréstimos para países em desenvolvimento, que acabam se tornando incapazes
de pagar a dívida e acabam cedendo ativos estratégicos para a China como forma de
pagamento. Os Estados Unidos têm se preocupado cada vez mais com essa estratégia, pois
percebem que ela pode afetar significativamente seu poder e influência no mundo.

A resposta dos Estados Unidos à armadilha da dívida da China tem sido multifacetada. Por
um lado, os EUA têm pressionado a China a ser mais transparente em relação aos seus
empréstimos, a fim de evitar que os países em desenvolvimento sejam sobrecarregados com
dívidas insustentáveis. Os EUA também têm incentivado os países a buscarem empréstimos
de outras fontes, como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI), que
tendem a ter condições de empréstimo mais favoráveis e mais transparentes.

Por outro lado, os EUA têm tentado fornecer alternativas aos empréstimos chineses,
especialmente na África. O governo americano lançou a iniciativa “Prosperidade Africana”,
que visa promover o investimento privado e o comércio com a África como uma alternativa
aos empréstimos chineses. Além disso, os EUA estão incentivando empresas americanas a
investirem em infraestrutura na África, como energia, transporte e telecomunicações.
Entretanto, os Estados Unidos e seus aliados também vêm sendo acusados de serem os
“criadores” desta estratégia da “armadilha de débito". Esta imputação é justificada pelos
diversos relatórios apresentados por órgãos internacionais comprovando que a maior parte
das dívidas internacionais de países da África são detidas por credores privados ocidentais.

A resposta dos Estados Unidos à armadilha da dívida da China tem implicações


significativas para o resto do mundo. Por um lado, a pressão dos EUA sobre a China pode
ajudar a reduzir o risco de países em desenvolvimento caírem na armadilha da dívida. Isso
pode ajudar esses países a manterem sua independência e evitar que sejam sugados para a
esfera de influência da China.

Por outro lado, a resposta dos EUA pode acabar aumentando a competição entre as grandes
potências pelo controle dos recursos naturais e dos mercados emergentes. Isso pode levar a
uma corrida armamentista e a conflitos regionais, o que seria extremamente prejudicial
para o resto do mundo.

Além disso, a resposta dos EUA à armadilha da dívida da China pode afetar as relações
entre países em desenvolvimento e os Estados Unidos. Muitos países em desenvolvimento
podem ver a pressão dos EUA como uma interferência em seus assuntos internos e uma
tentativa de manter seu poder e influência no mundo. Isso pode levar a ressentimentos e
tensões nas relações internacionais.

Em resumo, a resposta dos Estados Unidos à armadilha da dívida da China tem implicações
significativas para o resto do mundo. Embora a pressão dos EUA possa ajudar a evitar que
os países em desenvolvimento caiam na armadilha da dívida, também pode aumentar a
competição entre as grandes potências e afetar as relações internacionais. É importante que
os EUA e a China trabalhem juntos para encontrar soluções que beneficiem todos os países
e evitem conflitos e tensões desnecessárias.

Consequências do avanço chinês

A China e suas grandes conquistas pelo mundo têm sido palco para a comunidade
internacional. Como uma das maiores potências do globo, pensar em seu avanço como
nação é sinônimo a refletir no seu grande impacto no comércio nacional, como na produção,
nos preços das commodities, bem como na demanda de recursos naturais. No entanto, além
do crescimento econômico e maiores influências políticas, cabe a esse momento no guia,
refletir mais a fundo no tópico: Quais são as consequências negativas e positivas do avanço
Chinês através do “Belt and Road Initiative”.
A China é um dos países que mais crescem no mundo. De acordo com o centro de estudos
britânico, o país foi rápido e eficaz no controle da pandemia de Covid-19. O que fez com que
a economia não ficasse paralisada, como ocorreu em outras partes do mundo. No entanto, é
claro que seu avanço não se dá apenas pelo controle da pandemia, mas também com
aplicação de políticas pesadas, voltadas à manufatura e à comunidade global, nesse caso, o
BRI se destaca.

Os diversos projetos de infraestrutura e financiamento da China em diversos países hoje se


avaliam por cerca de 40% do PIB mundial e 65% da população global. Além disso, é
estimado que o projeto se avalie por cerca de 1 a 8 trilhões de dólares, lembrando que
apenas 16 países no mundo inteiro possuem um GDP (Valor monetário total de bens dentro
das fronteiras de um país) maior ou igual a essa faixa. É óbvio que pela imensidão do BRI, é
sustentada a ideia por alguns países de início de dominação Chinesa, o que cabe a pergunta
se o BRI é realmente um plano de integração global ou é um plano para assegurar objetivos
estratégicos da Nação.

O fato do mapa do BRI atingir principalmente países onde a democracia é fraca ou vem
passando por problemas estruturais também levanta argumentos sobre a não existência de
um “win-win relation”, nesse caso, de uma relação em que ambos os países ganhem. Por
contrário, alguns afirmam que ao momento que autonomia desses países diminuem, a
China mesmo como credora é a que mais ganha nessa relação.

Há também outros que afirmam uma grande contradição no plano. O BRI em tese fez com
que existisse mais oportunidades para trabalhadores chineses globais, porém, como será
que de fato isso ajuda sua economia? O ponto é que avaliando as perdas que a China terá e
principalmente a falta de segurança nos empréstimos, o BRI tem muito pouco a agregar ao
GDP Chinês, o que nos faz levantar hipóteses que o BRI é um plano muito mais estratégico
do que econômico. Com a construção de pelo menos 9 portos no oceano Índico a China terá
como manter maiores contingências distantes do território, manter navios de guerra,
controlar rotas econômicas e ditar regras comerciais.

É importante pensar também que entre as consequências positivas talvez a mais


significativa seria o olhar de oportunidade por países subdesenvolvidos, em especial, países
africanos. Isso porque na maior parte das vezes projetos de financiamento por países e
instituições do ocidente vem com condições muito restritas, o que torna inconveniente para
muitas nações pequenas. A China então aparece com retornos “generosos”, o que acaba
sendo atrativo. Além disso, muitas crises financeiras na União Europeia e nos Estados
Unidos limitou seus investimentos em muitas nações, e fez com que fosse mais específico
suas preferências por países com democracias mais “limpas” e transparentes. A China, por
outro lado, vem com um chamado mais inclusivo que o permite trabalhar com regimes sem
condições prévias.

Uma última pergunta a ser feita sobre o BRI é se ele é realmente um plano sustentável.
Desde o início dos seus esforços o BRI tem sido criticado por preocupações com
sustentabilidade, especialmente em relação aos seus impactos ambientais. Por exemplo,
alguns projetos do BRI, como a construção de usinas termelétricas a carvão, podem
contribuir significativamente para a emissão de gases de efeito estufa e a poluição do ar.
Uma outra visão dessa mesma moeda, no entanto, é os incentivos, por parte da China, para
o uso de energia limpa e renovável em projetos do BRI, como a construção de parques
eólicos e usinas solares. Logo, não é possível negar que exista de fato esforços para
transformar o BRI em uma iniciativa mais “verde” e sustentável.
O QUE SE ESPERA DO COMITÊ?

As simulações da ONU, em um contexto geral, são uma oportunidade para desenvolvimento


das habilidades de oratória, comunicação e escrita. Por este motivo, os delegados são
fortemente encorajados a se arriscar nos discursos e serem criativos com suas palavras e
resoluções. Neste caso específico, durante os dois dias de debate no comitê, o foco dos
delegados deve ser explorar as causas e consequências da “Armadilha da dívida de débito”,
além de propor soluções viáveis para mitigar seus efeitos.

Primeiramente, é esperado que os delegados analisem as causas da armadilha de dívida de


débito, que podem variar desde a má gestão econômica dos governos, políticas de
empréstimo de instituições financeiras internacionais até a queda nos preços das
commodities, desastres naturais e crises econômicas globais. É importante que os delegados
compreendam como essas causas se complementam para criar um ciclo vicioso de
empréstimos e pagamento de juros que dificulta a saída da armadilha.

Posteriormente, espera-se que os delegados discutam os impactos da armadilha na


economia do país afetado. É importante abordar questões como a redução no investimento
público em setores importantes como saúde e educação, o aumento da pobreza, a
instabilidade política e social e a deterioração da reputação internacional do país. Os
delegados devem considerar como esses impactos podem afetar o desenvolvimento
sustentável do país e suas relações internacionais.

Finalmente, é esperado que os delegados proponham soluções para lidar com a armadilha
de débito. Essas soluções podem incluir a reestruturação da dívida, o alívio da dívida, a
melhoria da gestão econômica, a diversificação da economia e o aumento das exportações. É
importante que os delegados avaliem as implicações políticas e econômicas dessas soluções
e como elas podem ser implementadas em diferentes contextos.

Além disso, é importante que os delegados avaliem as seguintes questões ao determinar o


envolvimento de seu país com a problemática: Qual é o relacionamento do seu país com a
China? Como os investimentos chineses vêm afetando a infraestrutura e política do seu
país? Quais são os principais setores da economia do seu país? Quais são os maiores
problemas e virtudes que envolvem a situação econômica do seu país?

Em resumo, uma discussão sobre a “Armadilha de dívida de débito” no Comitê de Políticas


Especiais e Descolonização é uma oportunidade para os delegados analisarem as causas e
consequências dessa situação e proporem soluções viáveis para mitigar seus efeitos. É
importante que os delegados considerem a complexidade e a interconectividade dos fatores
que contribuem para a armadilha de débito, bem como os impactos econômicos, políticos e
sociais em diferentes contextos nacionais e internacionais.
QUESTÕES À PONDERAR

1. Existe alguma instância da "Armadilha do Débito" que seja benéfica para os países

credores? Se sim, qual é ela?

2. Até que ponto o que a China está fazendo é ilegal perante a lei internacional?

3. Quais são as medidas cabíveis, que se enquadram no escopo do comitê, para a resolução

da problemática?

4. Qual o papel da ONU na resolução dessa problemática?

5. Qual o papel do SPECPOL na resolução dessa problemática?

6. Como restaurar a economia dos países afetados?

7. Qual é o relacionamento do seu país com a China?

8. Como os investimentos chineses vêm afetando a infraestrutura e política do seu país?

9. Quais são os maiores problemas e virtudes que envolvem a situação econômica do seu

país?
CONCLUSÃO

O avanço chinês através do BRI pode ter consequências positivas e negativas para o mundo.
Enquanto a melhoria da infraestrutura global e o aumento do comércio e investimento são
possíveis benefícios, é importante monitorar cuidadosamente os riscos de endividamento
excessivo, que é o principal objetivo de reunirmos, vocês, delegados em um comitê como o
SPECPOL. Cabe lembrar que a partir do momento que assumirem uma das posições de uma
das seis comissões principais das Nações Unidas, sua principal responsabilidade é lidar com
questões relacionadas à descolonização e independência de territórios, e logo destacar um
dos principais mandamentos da Carta Magna da ONU, que é estabelecer o direito de
autodeterminação a todas as nações do globo.

Dessa forma, o sucesso do BRI dependerá da capacidade do governo chinês e seus parceiros
em garantir que os projetos sejam implementados de forma sustentável e em conformidade
com as normas internacionais, essas, que serão determinadas pelos senhores através de
longas sessões de debates, tendo em mente seu papel primordial como um diplomata e um
representante de uma nação.

É importante que vocês desenvolvam planos estratégicos que possibilitem que os países
envolvidos avaliem cuidadosamente os riscos e desafios associados à iniciativa do BRI e
trabalhem juntos para garantir que os projetos sejam implementados de forma sustentável e
mutuamente benéfica. É crucial que essa análise leve em conta as características específicas
de cada país, e logo, respeite a pluralidade de cada nação.
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