Do contexto histórico a construção da subjetividade humana - Jean Paul Sartre.
Sartre compreende o sujeito como parte de uma coletividade que o transforma e é
transformada por ele (Sartre,1987). O filosofo francês traz dois vieses para a construção do sujeito enquanto ser histórico-dialético, uma perspectiva subjetivista, pelo qual se entende o mundo interno do indivíduo, e a perspectiva mecanicista, pelo qual da ênfase no ambiente onde o sujeito está inserido. Dessa forma se entende a construção do sujeito a partir de uma relação sujeito-objeto-sociedade. O ser humano fora lançado ao mundo sem uma natureza predefinida, sem uma essência, tudo o que tem é a gratuidade da vida. Logo sua essência/subjetividade vai-se construindo ao longo de sua existência a partir de relações entre o sujeito e o meio pelo qual está inserido. Mas como se dar essa relação? Sartre em sua filosofia faz uso de três conceitos muito importante para a compreensão desse assunto. O Ser- em – si; que é o ser dos objetos sendo esse definido, ou seja, é o que é. O ser – pra- se; que se refere a consciência do sujeito, sendo indefinido e incapaz de possuir uma identidade sendo sempre um vim a ser, um projeto que anseia por completude, mas que é incapaz de realizar-se, e O ser – para – o – outro; manifesta-se através do olhar do outro pra mim de modo que o outro é sempre um mediador de mim para mim mesmo (Sartre,2014). Dessa forma na visão do outro eu serei sempre um objeto, pois pela ótica do outro eu serei sempre um Ser - em - si. O sociólogo Émile Durkheim concebe a existência de uma consciência coletiva que não é pessoal, mas que é pertencente a um contexto histórico, a uma sociedade, a uma determinada época. Dessa forma a consciência coletiva é a sociedade vivendo e agindo dentro do indivíduo. De modo que o sujeito desprovido de essência fora lançado ao mundo ao qual já possuí costumes, crenças e valores, o sujeito tende a olhar para o outro se relacionar e através de experiências interpessoais vão construindo sua subjetividade moldando sempre o mundo em que vivi e a se mesmo, nunca alcançando sua completude sendo sempre um projeto. Tais questões explicariam o fato de em cada época em determinado momento histórico o ser humano é portador de uma linha de pensamento originaria de questões próprias daquele determinado momento.