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Armazém 1 Automátic
Projeto em Máquinas e estruturas
Turma: P4 Grupo: 3
Andreia Oliveira nº 98131
Joana Duarte Batista nº 97675
Patrícia Viana nº 97593
05/05/2023
RESUMO
Índice
1
RESUMO..........................................................................................................................1
INTRODUÇÃO.................................................................................................................7
OBJETIVO........................................................................................................................8
CAPÍTULO 1................................................................................................................9
Descrição funcional e operacional.................................................................................9
Capítulo 2....................................................................................................................13
Estado do conhecimento e do uso...............................................................................13
Legislação e normalização..........................................................................................18
Patentes........................................................................................................................18
CAPÍTULO 3..................................................................................................................20
Cálculo estrutural e seleção do material......................................................................20
Seleção dos motorredutores.........................................................................................27
Seleção das correntes...................................................................................................29
CAPÍTULO 4..................................................................................................................34
Normas FEM...............................................................................................................34
CAPÍTULO 5..................................................................................................................38
Dimensionamento dos veios........................................................................................38
Dimensionamento dos rolamentos..............................................................................40
Dimensionamento das chavetas...................................................................................43
Critérios de dimensionamento.....................................................................................46
CAPÍTULO 6..................................................................................................................52
Análise estrutural preliminar.......................................................................................52
CONCLUSÃO.................................................................................................................54
ANEXOS.........................................................................................................................55
ANEXO A – Planeamento...........................................................................................55
ANEXO B – Seção da coluna.....................................................................................56
ANEXO C – Correntes e rodas...................................................................................60
Anexo D – Soluções existentes...................................................................................63
Anexo E- Rolamentos..................................................................................................65
ANEXO F- Veios........................................................................................................68
ANEXO G- Motores....................................................................................................69
ANEXO H- Normas FEM...........................................................................................71
ANEXO I- Gráficos MdSolids.....................................................................................72
REFERÊNCIAS..............................................................................................................76
2
Índice de figuras
Figura 1 - Mecanismo de transmissão: (1) - movimento vertical (2) - movimento
horizontal...............................................................................................................9
Figura 2 - Transmissão pinhão-cremalheira........................................................10
Figura 3 - Deslocamento através de duas roldanas fixa......................................10
Figura 4 - Esboço 2D do deslocamento através de uma roldana móvel e outra
roldana fixa..........................................................................................................11
Figura 5 - Esboço meramente ilustrativo 2D do deslocamento horizontal..........11
Figura 6 - (a) Corrente simples (b) Corrente tripla..............................................12
Figura 7 - Motor-redutor......................................................................................12
Figura 8 - Guias lineares prismáticas..................................................................13
Figura 9 - Armazém automático do fabricante Vidir®.......................................13
Figura 10 - Armazém automático do fabricante Europa Systems®....................14
Figura 11 - Armazém automático do fabricante Sideros Engineering®.............15
Figura 12 - Armazém automático do fabricante Logi Tower®...........................16
Figura 13 - Estrutura e componentes do armazém automático estereoscópico
para chapas...........................................................................................................19
Figura 14 - Estrutura e componentes do sistema de armazenamento vertical.....20
Figura 15 - Dimensão gerais da carga.................................................................21
Figura 16 - Dimensões da prateleira....................................................................22
Figura 17 - Necessidades do projeto....................................................................23
Figura 18 - Características dos materiais.............................................................23
Figura 19 - Dimensões gerais da estrutura..........................................................25
Figura 20 - Esquemas do movimento vertical do equipamento..........................30
Figura 21 - Etapas de um ciclo completo............................................................34
Figura 22 - Esquema dos cálculos relativos ao nº de ciclos................................35
Figura 23 - Espetro de carga................................................................................35
Figura 24 - Coeficiente de movimento de elevação............................................36
Figura 25 - Coeficiente λ em relação ao comprimento percorrido e distância
entre rodas............................................................................................................36
Figura 26 - Veio horizontal.................................................................................39
Figura 27 - Veio vertical......................................................................................39
Figura 28 - Características dos materiais.............................................................40
Figura 29 - Dimensões do veio horizontal...........................................................49
Figura 30 - Dimensões do veio vertical...............................................................51
Figura 31 - Condições de fronteira......................................................................52
Figura 32 - Resultados do estudo........................................................................53
Figura 33-Planeamento........................................................................................55
Figura 34 - Resultados Ftool...............................................................................57
Figura 35-Esquema para cálculo da área da secção.............................................58
Figura 36-Comprimento equivalente para várias condições de apoio.................59
Figura 37 - Veio horizontal.................................................................................63
Figura 38 - Veio vertical......................................................................................63
Figura 39 - CAD 3D............................................................................................64
Figura 40 - Representação do rolamento selecionado para o apoio esquerdo do
veio horizontal, [17].............................................................................................65
3
Figura 41 - Representação do rolamento selecionado para o apoio direito do veio
horizontal, [18]....................................................................................................66
Figura 42 - Representação do rolamento selecionado para o veio vertical, [19].67
Figura 43- Fator Kas de acabamento superficial na correção da tensão limite de
fadiga [16]............................................................................................................68
Figura 44 - índice de sensibilidade ao entalhe (q) de aços de contrução de ligas
de alumínio [16]...................................................................................................68
Figura 45 - Desenho do motor utilizado no movimento horizontal [10].............70
Figura 46 - Desenho do motor utilizado no movimento vertical [10].................70
Figura 47 - Reações e momentos no veio horizontal...........................................72
Figura 48 - Reações e momentos no veio vertical...............................................73
Figura 49- Gráficos da rotação angular e da flecha no veio horizontal...............74
Figura 50 - Gráficos da rotação angular e da flecha no veio vertical..................75
Índice de tabelas
Tabela 1 - Características técnicas do armazém automático de chapas da
Vidir®.14
4
Tabela 2 - Características técnicas do armazém automático de chapas da Europa
Systems®.............................................................................................................14
Tabela 3 - Características técnicas do armazém automático de chapas da Sideros
Engineering®.......................................................................................................15
Tabela 4 - Características técnicas do armazém automático de chapas da Logi
Tower®................................................................................................................16
Tabela 5 - Exposição das características técnicas dos quatro modelos
apresentados.........................................................................................................17
Tabela 6 - Dados necessários das chapas de aço.................................................21
Tabela 7 - Características dos materiais..............................................................23
Tabela 8 - Potências dos motores........................................................................24
Tabela 9 - Valores de velocidade considerados...................................................28
Tabela 10 - Forças nos movimentos vertical e horizontal...................................28
Tabela 11 - Valores obtidos referentes aos motores............................................28
Tabela 12 - Valores de aceleração para a respetiva velocidade, no movimento
vertical.................................................................................................................30
Tabela 13 - Valores do fator de correção [13].....................................................31
Tabela 14 - Características de correntes triplas [13]...........................................31
Tabela 15 - Resumo dos dados e resultados para o movimento vertical.............31
Tabela 16 - Valores de aceleração para a respetiva velocidade, no movimento
horizontal.............................................................................................................32
Tabela 17-Características de correntes simples [13]...........................................33
Tabela 18 - Resumo dos dados e resultados para o movimento horizontal.........33
Tabela 19 - Valores de passo e referência da norma para as correntes usadas no
movimento vertical e horizontal..........................................................................33
Tabela 20 - Tabela relativa ao coeficiente de utilização......................................35
Tabela 21 - Grupo de aplicação...........................................................................36
Tabela 22 - Coeficiente amplificador dependente da classificação de grupo de
equipamento.........................................................................................................37
Tabela 23 - Valores para o coeficiente νe e tensão admissível 𝜎a......................38
Tabela 24 - Características dos materiais............................................................40
Tabela 25 - resumo das forças sentidas nos apoios.............................................41
Tabela 26 - Quadro resumo dos parâmetros utilizados no dimensionamento dos
rolamentos, para os veios horizontal e vertical....................................................43
Tabela 27 - Valores para as potências e velocidades para o movimento vertical e
horizontal.............................................................................................................45
Tabela 28 - Valores necessários ao cálculo da velocidade angular.....................45
Tabela 29 - Resumo dos valores para o dimensionamento das chavetas, para os
veios vertical e horizontal....................................................................................46
Tabela 30 - Dimensionamento à cedência...........................................................47
Tabela 31 - Dimensionamento à rigidez..............................................................48
Tabela 32 - Dimensionamento à fadiga veio horizontal......................................50
Tabela 33 - Dimensionamento à fadiga do veio vertical.....................................51
Tabela 34-Dimensões dos perfis quadrados ocos................................................56
Tabela 35-Tensão de corte máxima.....................................................................58
Tabela 36-Tensão normal....................................................................................58
Tabela 37-Tensão equivalente.............................................................................58
5
Tabela 38-Valores necessários e obtidos para o critério da encurvadura............59
Tabela 39-Valores do coeficiente de redução da tensão de cedência..................59
Tabela 40 - Dimensões da corrente simplex, para o veio horizontal [14]...........60
Tabela 41 - Dimensões da corrente triplex, para o veio vertical [15]..................61
Tabela 42 - Dimensões da roda referente ao veio horizontal, de corrente simplex
[21].......................................................................................................................61
Tabela 43 - Dimensões da roda referente ao veio vertical, de corrente triplex
[22].62
Tabela 44 - Quadro resumo das características do rolamento selecionado para o
apoio esquerdo do veio horizontal.......................................................................65
Tabela 45 - Quadro resumo das características do rolamento selecionado para o
apoio direito do veio horizontal...........................................................................66
Tabela 46 - Quadro resumo das características do rolamento selecionado o veio
vertical.................................................................................................................67
.......Tabela 47 - Valores admissíveis indicativos de flecha e rotação, em veios de
mecanismos [16]..................................................................................................68
Tabela 48 - Catálogo do fornecedor de motores [10]..........................................69
Tabela 49 - Valores necessários para os cálculos relativos às normas FEM, [11].
.........................................................................................................................................71
Tabela 50 - Propriedades do material [23]..........................................................71
6
INTRODUÇÃO
OBJETIVO
7
O objetivo do presente trabalho centra-se na projeção de um armazém
automático de chapas que cumpra com as seguintes especificações:
Matéria-prima a armazenar: chapas em aço;
Dimensões das chapas: 2000×4000 mm2;
Capacidade de carga: 3000 kg por prateleira;
Capacidade para 35 prateleiras;
Armazenamento em torre única com carga/descarga frontal;
Acionamento eletromecânico;
Mecanismo de elevação por correntes;
Estrutura composta por 4 colunas de construção soldada e modular unidas por
ligações aparafusadas;
Prateleiras com quatro rodas apoiadas em guias;
Cumprimento das regras FEM e Diretiva 2006/42/CE
CAPÍTULO 1
8
Funcionamento
Primeiramente, a chapa metálica é colocada nas mesas de pinos de carregamento
para auxiliar o encaixe desta no elevador automático. Seguidamente, o equipamento é
ativado, recorrendo a um software HMI que organiza o stock e permite a desativação do
sistema de bloqueio, autorizando a deslocação do armazém automático na direção
vertical. Quando, finalmente, é atingida a prateleira pretendida, o movimento vertical
para e é acionado o deslocamento horizontal, com o propósito de permitir o
armazenamento da chapa na prateleira livre.
O funcionamento do sistema de transmissão pode ser dividido em dois
movimentos, um vertical e outro horizontal como está representado na Figura 1.
1
2
Deslocamento vertical
Devido à necessidade de maior esforço na elevação vertical da carga, é
recomendada a utilização de correntes triplas para o deslocamento por corrente, deste
modo é possível assegurar a máxima precisão, estabilidade e segurança nos seus
movimentos.
O deslocamento vertical pode ser realizado através de diferentes sistemas de
transmissão: pinhão-cremalheira, uma corrente com duas roldanas fixas ou com uma
roldana fixa e outra móvel. De modo a selecionar a melhor opção para o produto
pretendido, as três opções foram analisadas abaixo e, posteriormente, comparadas com
as existentes no mercado.
Inicialmente, foi considerado o sistema pinhão-cremalheira (Figura 2), que
transforma movimentos de rotação provenientes do pinhão em movimentos lineares na
cremalheira ou vice-versa. Este sistema apresenta como vantagens: a simplicidade do
seu design, elevada capacidade de suporte de carga e reduzido custo de fabricação. No
9
entanto, tem algumas desvantagens, como a limitação dos movimentos do sistema ao
comprimento da cremalheira e o facto de existir uma folga entre os dentes e a
cremalheira relativamente grande, o que promove maiores efeitos de atrito e tensões.
No sistema constituído com duas roldanas fixas (uma fixa no topo da torre de
elevação e a outra fixa no ponto mais baixo) e uma corrente tripla (Figura 3), a
prateleira que suporta a carga das chapas encontra -se acomodada na corrente entre as
duas roldanas. Uma vez que a roldana tem o seu eixo preso num apoio, apenas ocorre
movimento de rotação, assim o módulo da força motora é igual ao módulo da força
resistente, não sendo possível reduzir o esforço necessário para mover a carga.
No sistema formado por uma roldana fixa, ligada através de uma corrente tripla
a uma roldana móvel (Figura 4), verificou-se que esta permite reduzir para metade a
força motora e, consequentemente, o binário para movimentar a carga. Quanto à roldana
fixa, esta serve apenas para tornar mais proprício o deslocamemto da carga, não
interferindo no valor da força motora.
Figura 4 - Esboço 2D do deslocamento através de uma roldana móvel e outra roldana fixa.
10
Deslocamento horizontal
Após o movimento vertical parar na prateleira pretendida, o deslocamento
horizontal é acionado para armazenar a chapa na prateleira. Uma vez que este
deslocamento não exige tanto esforço, optou-se pela utilização de correntes simples
(Figura 5).
Componentes
Correntes
As correntes são elementos cujo propósito é movimentar a carga e transmitir
potência. Apresentam como principais características: a transmissão de grande
quantidade de energia, elevado rendimento e o benefício de não provocarem
deslizamento [1].
As correntes podem ser de diversos tipos: correntes de rolos, correntes de buchas
e correntes de dentes. Visto que as correntes de rolos são as mais comuns em aplicações
industriais, foram as escolhidas. Estas correntes são constituídas por placas internas e
externas ligadas por pinos. Os pinos são envolvidos por buchas, nas quais rolam os
rolos. Todos estes elementos (os pinos, as buchas e os rolos) são fabricados em aço de
liga, cujas superfícies são, em geral, cementadas e retificadas.
Como foi mencionado anteriormente, as correntes simples (Figura 6 -(b)) são
utilizadas nos deslocamentos horizontais, enquanto as correntes triplas (Figura 6 - (a))
no deslocamento vertical.
(a) (b)
Motor-redutor
Um moto-redutor é constituído por um motor elétrico e por um redutor
acoplados num único sistema como representado na Figura 7. A integração destes dois
11
equipamentos serve para adequar a velocidade à rotação que é necessária no dispositivo
mecânico que está a ser acionado. Sendo assim, é possível ao motor fornecer
movimento rotativo com um binário elevado, reduzindo a velocidade do acionamento, e
deste modo reduzir a potência absorvida, poupando energia [2].
A estrutura em forma de caixa é produzida em chapas soldadas entre si, onde se
encontra um veio comprido, em que as suas extremidades são ligadas por roldanas,
responsáveis pelo movimento do armazém automático na direção longitudinal sobre um
carril ao longo do corredor. Este equipamento mecânico é produzido em materiais de
alumínio ou ferro fundido e constituído por componentes básicos, como eixos de
entrada e saída, eixos sem-fim, engrenagens e rolamentos, sendo estes em aço e/ou
bronze [3].
Figura 7 - Motor-redutor.
Guias lineares
As guias lineares, Figura 8, são sistemas que auxiliam na movimentação e
sustentação de cargas de um equipamento de forma linear, na realização de movimentos
horizontais ou verticais. O seu principal propósito é restringir o grau de liberdade de um
determinado objeto em movimento.
Tem grandes vantagens como: a capacidade de suportar cargas mais elevadas,
facilidade de instalação, desgaste, custos reduzidos e alta eficiência. Selecionou-se o
tipo de guias lineares prismáticas, devido à sua atuação com baixo atrito, reduz os
ruídos provenientes das operações de binários altos, permitindo que os motores operem
com binários mais reduzidos. Este dispositivo é ainda, capaz de otimizar a produção e
atingir melhores padrões de qualidade devido à sua elevada precisão.
Capítulo 2
12
funcionamento de um armazém automático de chapas, na visão de diferentes
produtores. Assim, serão apresentadas as informações gerais relativas a cada fabricante,
a seleção do equipamento que mais se assemelha ao nosso projeto, baseados em
pesquisa e consulta de catálogos dos respetivos fornecedores.
VIDIR®
A Vidir®, empresa fundada em 1979 em Arborg (Canadá), é produtora de
expositores que armazenam e dispensam produtos laminados, tais como carpetes e
folhas de vinil, assim como outros produtos não laminados, ou seja, pneus, roupas,
peças industriais, etc. Em adição, a Vidir Solutions, Inc. provê armazéns industriais
(Figura 9) e personalizados para muitas empresas da Fortune 500, abrangendo GM,
Lowe’s, Goodyear, Mercedes Benz, Nike, entre outras. Cada máquina é produzida de
forma personalizada, indo ao encontro dos requisitos estabelecidos pelo cliente
(empresa), e, posteriormente, entregue e instalada pelos técnicos da fábrica da Vidir. Na
Tabela 1 é possível observar as características técnicas do armazém automático de
chapas, que pode servir de comparação ao desenvolvimento do presente trabalho.
Europa Systems®
13
A Europa Systems®, fundada em 1994 em Pyrzyce, na Polónia, conta com mais
de 20 anos de experiência adquirida ao longo da implementação de inúmeros projetos
para clientes em 35 países. Reconhecida como fornecedora de soluções de classe
mundial na área da automação e otimização de processos internos de transporte e
armazenamento (Figura 10), dispõe do seu próprio Centro de Pesquisa e
Desenvolvimento, onde tem a possibilidade de testar novas soluções inovadoras para o
mercado. Na Tabela 2 é possível observar as características técnicas do armazém
automático de chapas, que pode servir de comparação ao desenvolvimento do presente
trabalho.
Sideros Engineering®
A Sideros Engineering® foi criada em 1981 em Podenzano, na Itália. É líder
mundial no design e produção de mesas de sucção e automação para máquinas de corte
a laser, plasma e oxi-combustível, filtros de sucção para corte e solda de chapa, bem
como de posicionadores de soldagem de 3 eixos, armazéns automáticos para chapas
(Figura 11), barras e tubos, entre outros. Nos dias de hoje, esta empresa atua e exporta
diretamente de Itália para 52 países ao redor do globo, e conta com uma filial nos
Estados Unidos da América. Na Tabela 3Tabela 1 é possível observar as características
técnicas do armazém automático de chapas, que pode servir de comparação ao
desenvolvimento do presente trabalho.
14
Figura 11 - Armazém automático do fabricante Sideros Engineering®.
Logi Tower®
Fundada em 2001 na Cracóvia (Polónia), a Logi Tower® é uma empresa
especializada na conceção e implementação de sistemas automáticos de armazenamento
para a indústria e logística (Figura 12), projetados individualmente para alcançar os
requisitos específicos de cada cliente. Estes armazéns automatizados são adequados e
seguros, tanto para chapas de metal (alumínio e aço inoxidável), como produtos longos
(barras longas, perfis, tubos, etc), e ferramentas ou moldes. Na Tabela 4Tabela 1 é
possível observar as características técnicas do armazém automático de chapas, que
pode servir de comparação ao desenvolvimento do presente trabalho.
15
Figura 12 - Armazém automático do fabricante Logi Tower®.
16
começando pelo número de prateleiras, são dois os fabricantes que, mais uma vez,
permitem ao cliente estabelecer esse valor, como se pode ver na Tabela 5.A Europa
Systems® dispõe de um intervalo de valores e a Vidir® disponibiliza, no seu produto,
de 32 prateleiras. No que concerne à altura do sistema, a Logi Tower® é a empresa que
apresenta uma altura mais elevada, em comparação com os restantes fabricantes,
seguindo-se a Sideros Engineering®, também com um valor elevado, como se pode
constatar através da Tabela 5. Os restantes produtores dispõem de dimensões mais
reduzidas. Novamente a Logi Tower® apresenta dimensões mais elevadas para a
largura do armazém e possui tamanhos diferentes a pedido para a profundidade do
equipamento. A Vidir® é a empresa que oferece, no seu produto, uma menor
profundidade. Relativamente ao deslocamento vertical, pinhão-cremalheira é o que
podemos encontrar nos produtos fabricados pela Vidir®, já as restantes empresas
disponibilizam de sistemas de corrente com duas roldanas fixas, ou então com uma
roldana fixa e a outra móvel. Sobre a mesa de carregamento, todos os fabricantes
oferecem a possibilidade de uma mesa com pinos, o que se torna uma mais-valia no
momento de carregamento e descarregamento da empilhadora. No caso dos
equipamentos que não possuem mesa de carregamento com pinos, é necessário proceder
ao carregamento e descarregamento das chapas metálicas recorrendo a ventosas ou a
algum processo magnético.
Legislação e normalização
Relativamente a esta secção, foi feito um levantamento de alguns normativos a
serem respeitados para a fabricação e utilização deste tipo de equipamentos, que se
assemelha a uma estante com maior grau de automatização e complexidade, assim como
normas relativas à segurança associada à utilização de máquinas e movimentação de
cargas pesadas. Por fim, uma exposição da normalização referente à energia, uma vez
17
que este tipo de produto se destina à utilização em ambiente industrial, bem como regras
para os locais de trabalho.
DIN EN 15512 - Sistemas de armazenamento estacionários de aço - Sistemas de
estantes de paletes ajustáveis - Princípios de projeto estrutural;
DIN EN 15620 - Sistemas de armazenamento estacionários de aço - Estantes de
paletes ajustáveis - Tolerâncias, deformações e distâncias de segurança;
DIN EN 15635 - Sistemas de armazenamento estacionários de aço - Uso e
manutenção de instalações de armazenamento;
DIN EN ISO 13849, parte 1 - rança das máquinas - Componentes de sistemas de
controlo relacionados à segurança - Parte 1: Princípios gerais de projeto;
DIN EN 349 - Segurança das máquinas - distâncias de segurança para evitar
esmagamento de partes do corpo;
DIN EN ISO 3691, parte 6 - Equipamentos de movimentação de cargas -
Requisitos de segurança e verificação - Transporte de pessoal e carga (ISO
36916: 2013);
DIN EN ISO 50001 - Sistemas de gestão de energia - Requisitos com instruções
de uso;
VDI 3561 - Tempos de ciclos - ciclos para comparação de desempenho e
aprovação de equipamentos de movimentação de cargas;
Regulamento DGUV 108-007 - Instalações e equipamento de armazenamento.
Patentes
Nesta secção foi feito um levantamento e análise de algumas patentes
consideradas relevantes para o desenvolvimento deste projeto. O número de patentes
encontradas é relativamente reduzido por se tratar de um produto recente. Posto isso,
decidiu-se incluir neste relatório as que melhor representavam a geometria em questão,
bem como os componentes e o funcionamento do armazém automático em patente.
18
Inventor: LUO GUICHANG, HUANG SHUJIN, FAN JINGFENG, ZHAO
JIAN, CHEN GENYU, CHEN YI, GAO YUNFENG (Hans Laser Technology
Co LTD).
19
Inventor: Reimer, Jason T., Penner, Melvin R., Dueck, Sidney (Vidir Machine
Inc., Arborg, MB R0C 0A0 (CA)).
Esta patente (Figura 14) refere-se a um sistema vertical de armazenamento de
grandes itens, por exemplo, colchões e estrados de cama, abrangendo um grande
número de plataformas posicionadas de forma deslizante dentro da estrutura, assim
como uma vasta variedade de membros de conexão ligados de forma deslizante entre
plataformas e um dispositivo de guincho conectado à parte superior da plataforma.
CAPÍTULO 3
20
Tabela 6 - Dados necessários das chapas de aço.
m
V= (1)
ρ
Onde,
V – Volume [m3]
m – Massa [kg]
ρ – Densidade [kg/m3]
V
h= (
A
2)
Onde,
h – Altura [m]
V – Volume [m3]
A – Área [m2]
Seleção do material
Nesta secção é selecionado o material para toda a estrutura. Esta seleção pode
influenciar diretamente no resultado final do produto, estando, também, relacionada
com aspetos como custo, durabilidade, eficiência, sustentabilidade e estética. Por isso, é
fundamental entender as propriedades e características de cada material, bem como as
necessidades e objetivos do projeto em questão (apresentadas na Figura 17), para fazer
escolhas adequadas e obter o melhor desempenho possível.
22
Figura 17 - Necessidades do projeto.
23
( m prateleira +3000 ) . g
F=
4
(3)
Onde,
F – Força [N]
m – Massa [kg]
g – Aceleração da gravidade [m/s 2]
μ – Coeficiente de atrito de rolamento [adm]
24
Figura 19 - Dimensões gerais da estrutura.
M∙ y
σ normal=
I
(5)
Onde,
𝜎normal – Tensão normal em y [N/m2]
M – Momento fletor na secção [Nm]
I – Momento de inércia de área de secção [m4]
y – Distância ao eixo neutro da secção [m]
V y Q z (y )
τ xy ( y)=
I zb
(6)
Onde,
𝜏xy – Tensão de corte em y [N/m2]
25
Vy – Força de corte na secção [N]
Qz(y) – Momento estático de área [m2]
Iz – Momento de inércia de área de secção [m4]
b – Largura da secção [m2]
σ vm= √ σ normal2+ 3∙ τ xy 2 (7 )
Onde,
𝜎vm – Tensão de Von Mises [N/m2]
𝜎normal – Tensão normal em y [N/m2]
𝜏xy – Tensão de corte em y [N/m2]
σ vm
σ eq=
n
(8)
Onde,
𝜎vm – Tensão de Von Mises [N/m2]
n – Coeficiente de segurança
Encurvadura
A encurvadura é um fenómeno de instabilidade de uma estrutura que está sujeita
a uma carga normal de compressão, que tem tendência a fletir e a deformar-se na
direção perpendicular ao eixo de compressão. Assim, para um correto dimensionamento
estrutural, é necessário avaliar o critério da encurvadura. É necessário calcular a força
crítica de encurvadura, através da equação 10, em que esta envolve a determinação de
um comprimento equivalente, Lk, obtido por meio da equação 11. Esta expressão pode
ser retirada da Figura 36, no ANEXO B – Seção da coluna, tendo em conta que na
estrutura do equipamento, esta conta com um apoio móvel e um encastramento nas suas
extremidades. Após a obtenção do valor da força crítica, calculou-se a respetiva tensão
crítica, com recurso à equação 12 alcançando-se o valor de 577MPa. Para se tirar
conclusões a respeito deste critério é necessário ter conhecimento do valor da tensão de
cedência do material em análise, que deve ser superior ao valor obtido para a tensão
crítica. A tensão de cedência para o aço ronda os 400MPa, ou seja, o valor obtido com
os cálculos mencionados anteriormente, encontra-se acima desta tensão referida, assim,
podemos concluir, que não passa na verificação deste critério. Esta situação será
retificada futuramente estando atualmente a ser estudada. A solução poderá passar por
aumentar a altura de toda a estrutura, mudar de material ou alterar as dimensões da
secção. Todos os valores envolvidos no cálculo, tanto da força como da tensão crítica
situam-se na Tabela 38, no ANEXO B – Seção da coluna.
26
2
π ∙E∙ I
F cr = 2
Lk
(9)
Onde,
Fcr– Carga normal crítica de encurvadura [N]
E – Módulo de elasticidade [N/m2]
I – Menor momento de inércia de área de secção [m4]
Lk – Comprimento equivalente de encurvadura da estrutura [m]
Lk =0.707∙ L
( 50 )
Onde,
Lk – Comprimento equivalente de encurvadura da estrutura [m]
L – Comprimento da coluna [m]
F cr
σ cr =
A
( 11 )
Onde,
𝜎cr– Tensão crítica de encurvadura [N/m2]
Fcr– Carga normal crítica de encurvadura [N]
A– Área da secção [m2]
Onde,
P – Potência [w]
27
F – Força [N]
v – Velocidade [m/s]
O valor atribuído para a velocidade do sistema (Tabela 9), teve por base a
consulta de um catálogo de um fornecedor [9], onde eram mencionadas as velocidades
de operação. Por falta de mais informação disponível dos restantes fabricantes, foram
esses os valores usados para o cálculo da potência. Mais tarde, estes podem sofrer
alterações, caso seja pertinente.
Tabela 9 - Valores de velocidade considerados.
Pondo isto, foi necessário proceder à seleção de dois motorredutores [10] que
serão, então, responsáveis por exercer um movimento de rotação nos veios a si
acoplados, cada um deles com duas saídas. Estas são relevantes pois ambos os motores
ficarão localizados na zona central do equipamento dividindo cada veio em duas
metades. Esta disposição foi inspirada em soluções já existentes (ANEXO G- Motores)
28
e visa ser uma melhor opção já que, com veios de menor comprimento, os esforços
serão menores e por isso serão selecionados menores diâmetros. Sendo assim, será
necessário menos material do que o que seria no caso destes se encontrarem na ponta do
equipamento.
Para além desta condição é ainda preciso que estes possuam a potência
necessária, calculada acima, de modo que o sistema funcione corretamente. A seleção
destes está presente no ANEXO G- Motores.
29
Tabela 12 - Valores de aceleração para a respetiva velocidade, no movimento vertical.
P prateleira
F tangencial = (14)
4
F a=F ∙ μ (15)
M
F i= ∙a (16)
2
F ra=Fcorrente ∙ n ∙ k (17 )
Onde,
Fra- Força de rotura aparente [N]
Ftangencial- Força tangencial [N]
Fa- Força atrito [N]
F – Força [N]
μ – Coeficiente de atrito [adm]
Fi- Força de inércia movimento vertical [N]
M – Massa do conjunto chapas e prateleira [kg]
30
a – aceleração movimento vertical [m/s2]
n- coeficiente de segurança [adm]
k- fator de correção em função dos choques previstos na transmissão [adm]
31
movimento horizontal (equação 18). O coeficiente de segurança e o fator de correção
tomam os valores anteriormente mencionados, pelos motivos já referidos.
P prateleira
F a= ∙μ (19)
2
M
F i= ∙a
2
(20)
Onde,
Fra- Força de rotura aparente [N]
Fatrito- Força atrito no movimento horizontal [N]
μ – Coeficiente de atrito [adm]
Finércia- Força inércia no movimento horizontal [N]
M – Massa do conjunto chapas e prateleira [kg]
32
a – aceleração movimento horizontal [m/s2]
n- coeficiente de segurança [adm]
k - fator de correção em função dos choques previstos na transmissão [adm]
(Tabela 13Tabela 13)
33
É de referir, como nota, que o cubo das rodas selecionadas não tinha
cumprimento suficiente para os efeitos do nosso trabalho. Assim, por forma a facilitar o
dimensionamento dos veios e as complicações inerentes a esse estudo, foi tomada a
decisão, em grupo, de que as dimensões do cubo seriam estabelecidas por nós, e não
seguiriam a normalização. Os valores para estas dimensões são observáveis nas Figura
26 e Figura 27 (mostradas mais à frente). Também dizer que o número de dentes de
cada roda foi arbitrado, tendo sido escolhido o valor de 16 dentes para o veio horizontal
e de 20 dentes para o vertical.
CAPÍTULO 4
Normas FEM
Classe de utilização
Pondo isto, o primeiro passo foi definir a classe de utilização do equipamento
através do tempo total de utilização do mesmo. Para tal, foi necessário calcular o tempo
de um ciclo completo (Figura 21) através dos tempos de subida e descida da prateleira
conseguidos dividindo a distância percorrida pela velocidade para ambos os
movimentos. Posteriormente definiram-se um conjunto de pressupostos baseados nas
atuais condições de trabalho e chegou-se ao número de ciclos completos ao fim de 20
anos de trabalho (Figura 22). A equipa de trabalho reconhece que esta é uma visão
bastante pessimista uma vez que na realidade o equipamento nunca será utilizado
durante 8h interruptas por dia todos os dias de trabalho. Porém, devido à
impossibilidade de obter esses valores, a equipa defende que esta é, apesar de tudo, a
opção mais correta de realizar o cálculo. É também de notar que não foi contabilizado o
tempo de carregamento/descarregamento das prateleiras nem o tempo de manusear os
botões de comando, porém, devido à questão explicada imediatamente acima,
considerou-se que há uma margem de tempo suficientemente grande para incluir esses
valores.
34
Figura 22 - Esquema dos cálculos relativos ao nº de ciclos.
Espetro de carga
O seguinte passo foi então selecionar o espetro
de carga para o nosso equipamento, ou seja, o espetro
de carga que um equipamento pode um equipamento é
capaz de levantar ao longo do tempo durante sua
operação diária.
No presente caso, a classificação mais correta será
“Heavy” (Figura 23) uma vez que se trata de um
equipamento que irá funcionar de forma repetitiva e
com cargas bastante elevadas. Prevê-se ainda que este
trabalhe com carga máxima metade do tempo e com
metade da carga máxima pelo restante do tempo.
Figura 23 - Espetro de carga.
35
Tabela 21 - Grupo de aplicação.
Fator de amplificação
36
Como é possível observar na Tabela 22, o coeficiente amplificador, γc, depende
apenas da classificação de grupo do equipamento, sendo este valor 1,20.
Tensões admissíveis
Tensões admissíveis são valores máximos de tensão que um material ou
componente pode suportar sem falhar ou sofrer deformação permanente. Esses valores
são determinados com base nas propriedades mecânicas do material, no projeto do
componente e nas condições de operação a que ele estará submetido e são usadas para
garantir a segurança e confiabilidade dos materiais e componentes.
Verificou-se se o limite elástico do material é ou não elevado. Caso o valor da
razão entre a tensão de cedência e a tensão de corte seja inferior a 0,7, o limite elástico
estabelece-se como não elevado (equação 22).
σ E 235
= =0.56< 0 ,7 (22)
σ R 420
σE
σ a=
νE
(23)
Uma vez que, este estudo se baseia no caso 1, o valor do coeficiente νe, através
da análise da Tabela 23, é dado por 1,5.
Assim, pela equação 23, o valor da tensão admissível, 𝜎a, toma o valor de 157
MPa.
37
Tabela 23 - Valores para o coeficiente νe e tensão admissível 𝜎a.
σ E 235
n= = =1 , 5 (24)
σ a 157
No ANEXO H- Normas FEM encontra-se uma tabela resumo (Tabela 49) com todos os
valores necessários aos cálculos referidos acima.
CAPÍTULO 5
38
A disposição dos componentes foi inspirada em soluções já existentes (Anexo D
– Soluções existentes) sendo que todas as dimensões foram posteriormente aprimoradas
durante a resolução dos cálculos apresentados no Dimensionamento dos veios. Foi
também tida em conta a futura montagem dos componentes e a fixação das rodas
(através do aumento do diâmetro numa secção do veio e de um batente) bem como do
conjunto em si recorrendo ao uso de chumaceiras que serão posteriormente
aparafusadas a uma parte da estrutura.
Seleção do material
Os veios são componentes mecânicos que transmitem força e binário em
máquinas e equipamentos. Portanto, é importante que os materiais utilizados para os
fabricar apresentem alta resistência mecânica, resistência à fadiga e tenham boas
propriedades de maquinagem. Na Figura 28 e na Tabela 24 apresenta-se um conjunto de
características relativas às 3 opções propostas.
39
Figura 28 - Características dos materiais.
Para a construção dos veios selecionamos, então, o aço CK45 que se trata de um
material vastamente utilizado neste tipo de componentes. Para além de boas
propriedades mecânicas este aço de construção é barato e relativamente fácil de ser
adquirido. Consideramos, então, que se trate de uma boa opção já que satisfaz as
necessidades mecânicas do mecanismo em questão.
40
Tabela 25 - resumo das forças sentidas nos apoios.
Assim, tendo-se obtido todas as forças de reação nos apoios, tanto à esquerda
como à direita, para cada plano selecionado, e para cada veio, e posteriormente, o valor
para as respetivas forças radiais e axiais totais para cada veio, podemos, então, avançar
com o dimensionamento dos rolamentos necessários.
Onde,
fs- coeficiente de segurança [adimensional]
Po- carga estática equivalente [kN]
Xo- fator radial [adimensional]
Yo- fator axial [adimensional]
Fr - carga radial [kN]
Fa – carga axial [kN]
41
No que diz respeito ao cálculo da carga dinâmica (C), esta é obtida através da equação
26:
fl
C= × P , na qual, P= X × Fr +Y × F a (26)
fn×ft
Onde,
fl- fator de esforços dinâmicos [adimensional]
fn- fator de rotação [adimensional]
ft- fator de temperatura [adimensional]
P- carga dinâmica equivalente [kN]
X- fator radial [adimensional]
Y- fator axial [adimensional]
Fr - carga radial [kN]
Fa – carga axial [kN]
O fator de segurança e tendo em conta a análise da tabela 5.4 [16], com um grau
de exigência elevado, foi atingido o valor de 1,5. No que diz respeito ao fator de
temperatura, foi considerado uma temperatura máxima de serviço <120°, então, pela
(
visualização da tabela 5.5 [16] ft =1,0.
37)
Na tabela 5.6 [16] estão explícitos os valores indicativos para o fator de esforço
dinâmico, para a aplicação: máquinas industriais, sendo assumido o valor de 3. O valor
do fator de rotação foi visto na tabela 5.7 [16], considerando o rolamento de rolos
(escolhido anteriormente), para uma velocidade de rotação de entrada de 100 rpm,
chega-se a um valor de 0,719.
Na tabela 5.8 [1] é possível obter os valores para os parâmetros X o e Yo para o
rolamento selecionado, sendo estes, respetivamente de 1 e 0. Considerando o rolamento
com carreira simples e pela análise da tabela 5.9 [16], podemos obter os valores para os
fatores de carga dinâmica X e Y de 1 e 0, respetivamente.
Na Tabela 26, encontra-se um resumo de todos os valores mencionados
anteriormente, respeitante a cada veio, bem como os resultados dos cálculos a serem
efetuados de forma a se proceder à seleção de um rolamento em catálogo.
42
Tabela 26 - Quadro resumo dos parâmetros utilizados no dimensionamento dos rolamentos, para
os veios horizontal e vertical.
Uma vez obtidos os valores para a capacidade de carga estática e carga dinâmica
dos rolamentos em causa, podemos, assim, selecionar os rolamentos através de um
catálogo de algum fabricante deste tipo de componentes. Nas tabelas do Anexo E-
Rolamentos, estão presentes as características dos rolamentos selecionados, tendo por
base a consulta do catálogo de rolamentos do fabricante SKF [17],[18] e [19]. Estes
foram escolhidos, tendo em vista o facto de que os valores das capacidades de carga
estática e carga dinâmica eram, no catálogo [17],[18] e [19], superiores aos obtidos
através dos cálculos efetuados anteriormente.
É de realçar também que, comparando as larguras assumidas inicialmente, nos
rolamentos, para o estudo das forças de reação nos apoios com as efetivamente obtidas,
podemos aferir que estas últimas são inferiores às inicialmente arbitradas, ou seja, os
cálculos estarão, portanto, corretos.
No Anexo E- Rolamentos estão resumidas as principais dimensões dos
rolamentos selecionados para cada veio, bem como os respetivos valores de capacidade
de carga estática e dinâmica. É de referir que, os rolamentos selecionados para o veio
horizontal, tanto no apoio esquerdo como direito, são iguais. Os rolamentos escolhidos
serão colocados no interior de uma caixa de mancal, algo que ainda terá de ser escolhido
num catálogo de fornecedores deste tipo de materiais.
43
das chavetas (𝜏a adm) e, por outro lado, com a resistência à compressão-esmagamento (𝜎d
adm). As expressões para os respetivos cálculos são as equações 27 e 28, respetivamente.
2× M t
τ a= <τ
L × b ×d a adm
(27)
2× M t
σ d= <σ
L× d ×(h−t 1) d adm
(28)
Onde,
𝜏a – tensão de corte [N/m2]
𝜏a adm - tensão de corte admissível [N/m2]
L - comprimento útil da chaveta [m]
B - largura da chaveta [m]
Mt – momento torsor [Nm]
𝜎d – tensão de esmagamento [N/m2]
D - diâmetro do veio [m]
Relativamente ao veio vertical, foi considerado que, na zona onde seria alojada a
chaveta, teríamos um diâmetro de 140mm. Para o veio horizontal, nesta secção de
inserção de chaveta foi considerado um valor de 70mm. Assim, por forma a ser feito o
dimensionamento das mesmas, foi necessário consultar a tabela 6.1 [16], de onde
retiramos valores para os parâmetros que fazem parte da composição da chaveta. Esses
dados encontram-se referidos na Tabela 29.
Posto isto, de entre os valores de comprimento mínimo e máximo que a chaveta
poderia ter, e novamente, com recurso à tabela 6.1 [16] escolhemos um valor
normalizado para o comprimento útil da chaveta, tendo sido este tomado como 100mm
(Tabela 29). Este valor foi usado para a chaveta de ambos os veios.
É necessário calcular também o momento torsor sofrido pelos veios. Este valor é
obtido com recurso à equação 29:
P
Mt=
ω
(29)
Onde,
Mt – momento torsor [Nmm]
P – potência [kW]
ω – velocidade angular [rad/s]
44
ω=v ∙ r
(30)
Onde,
ω – velocidade angular [rad/s]
v – velocidade linear [m/s]
r – raio da roda [m]
45
vez que os valores calculados das tensões encontram-se abaixo dos valores de definidos
anteriormente.
Tabela 29 - Resumo dos valores para o dimensionamento das chavetas, para os veios vertical e
horizontal.
Critérios de dimensionamento
Nesta fase foi realizada a avaliação de três critérios de dimensionamento dos
veios: dimensionamento à cedência, dimensionamento à rigidez e verificação à fadiga.
Este estudo é importante pois é possível garantir que o veio seja dimensionado de
maneira adequada, para suportar as cargas e esforços a que será submetido,
minimizando os riscos de problemas de desempenho ou falhas prematuras. Além disso,
na aplicação destes critérios, considera-se diferentes condições de operação, tais como
vibrações, variações de temperatura e desgaste, o que aumenta a viabilidade e segurança
do componente mecânico projetado.
Primeiramente, estudou-se o dimensionamento estático do veio a partir do
critério à cedência, garantindo um coeficiente de segurança mínimo de 1.5, sendo
considerada a tensão máxima suportada no veio. Este critério calcula a tensão de Von
Mises e a tensão de Tresca no ponto de momento máximo, assumindo que o veio é
representado por uma secção circular constante e um diâmetro mínimo.
De seguida, através do dimensionamento à rigidez é preciso garantir que as
flechas e as rotações angulares não ultrapassem os limites estabelecidos considerados,
1x10-3 radianos e Lx10-2 mm para a rotação e para a flecha, respetivamente.
Por fim, é necessário analisar a vida útil de cada veio, calculando a verificação à
fadiga. Estudou-se as secções do veio onde há variações de diâmetros e onde atuam os
momentos fletores máximos, garantindo que todas estas zonas cumprem um coeficiente
de segurança mínimo de 1.5, assegurando, assim, uma vida útil de cada veio superior a
108 ciclos.
Dimensionamento à cedência
46
Este critério, como já mencionado, passa por calcular a tensão de Von mises e a
tensão de Tresca no ponto do momento máximo. O critério de Tresca calcula a tensão
tangencial máxima e através da equação 31, determinou-se o diâmetro mínimo do veio.
O mesmo foi determinado a partir da equação 32, que representa o critério de Von
Misses, onde é considerada a energia máxima de distorção
(31)
D i≥
√
3 32 γ
π .σ y
√ 2
( M t ( x ) ) +( M b ( x ) )
2
(32)
D i≥
√
3 32 γ
π .σ y
√ 2
( M t ( x ) ) +0.75 .( M b ( x ) )
2
Dimensionamento à rigidez
Com recurso ao software estrutural MDSolids, procedeu-se aos cálculos das
flechas e das rotações angulares nos apoios limites dos diferentes elementos associados
aos veios, representados na Figura 49 e Figura 50, que estão no ANEXO I- Gráficos
MdSolids.
De forma a permitir o bom funcionamento dos rolamentos, foi considerado um
limite máximo de ângulo de rotação nos apoios de 1x10 -3 radianos e um limite de
flecha máximo de L x10-2 mm. Estes valores encontram-se tabelados na Tabela 47 no
ANEXO F- Veios, como valores admissíveis indicativos. Considerou-se como
elementos do veio, rolamentos de rolos cilíndricos para o cálculo do valor da rotação e o
valor máximo geral para o limite da flecha.
Para a determinação destes valores, também foi necessário recorrer a um
software online EngiObra [20] para calcular o valor de E.I, selecionado a secção
circular do veio e o seu diâmetro.
47
Na Tabela 31, verifica-se que todos os limites são verificados, tendo em conta o
dimensionamento à rigidez e, desta forma, os veios encontram-se bem dimensionados.
Verificação à fadiga
Por fim, para garantir o bom dimensionamento do veio realizou-se a verificação
à fadiga. Para isso, foi utilizado o critério de Soderberg que consiste no cálculo da
¿ ¿
tensão equivalente estática (σ est e τ est), que tem como objetivo, a partir da tensão de Von
Misses, calcular uma tensão que pode ser utilizada para comparar com a tensão de
cedência do material.
¿ σy
σ est=σ m + c
× σa (33)
σe
¿ τy
τ est=τ m + c
× τa (34)
τe
Onde,
¿
σ est- Tensão normal equivalente estática
σ m- Tensão normal média (forças axiais)
σ y- Tensão de cedência do material
c
σ e- Tensão limite de fadiga corrigida
σ a- Tensão alternada (momentos alternados)
As constantes para a tensão de corte são similares às constantes para a tensão
normal
Foi determinada a correção da tensão limite de fadiga com recurso à equação 35.
O valor de K AS é determinado a partir do gráfico da Figura 43, presente no ANEXO F-
Veios, que relaciona este valor com a tensão de rutura e o acabamento superficial do
veio.
c
σ e =K AS × K S × σ e (35)
−0.097
K S =1.189 . d (8 mm < d < 250mm) (36)
48
Onde,
K AS - Constante de correção em função do fator de acabamento superficial.
K S - Fator do tamanho em função do diâmetro mínimo do veio.
mx
τ f =K f × τ (39)
Veio horizontal
Para o veio horizontal é representado um esquema ilustrativo com todas as
variações de secção e pontos críticos (representados com círculos vermelhos) na Figura
29 e todos os valores calculados para a verificação à fadiga encontram-se na Tabela 32.
49
Tabela 32 - Dimensionamento à fadiga veio horizontal.
Veio Horizontal
Ponto 1.00 2.00 3.00 4.00 5.00
Posição (mm) 1680.00 1730.00 1780.00 1785.00 1825.00
X -1190000.00 0.00 0.00 0.00 0.00
Mb (N.mm) Z -94790.00 0.00 0.00 0.00 0.00
Resultante 1193769.30 0.00 0.00 0.00 0.00
Mt (N.mm) 1314849.71 1314849.71 1314849.71 1314849.71 1314849.71
d secção min (mm) 70.00 70.00 70.00 70.00 70.00
σb (MPa) 35.45 0.00 0.00 0.00 0.00
r (mm) - - - 2.00 2.00
r/d - - - 0.03 0.03
D secção max (mm) - - - 100.00 100.00
D/d - - - 1.43 1.43
Kt (flexão) 1.60 1.60 1.60 2.40 2.40
q 0.90 0.90 0.90 0.90 0.90
Kf 1.54 - - - -
σa = σfmax = Kf ∙ σ (MPa) 54.59 - - - -
σm (MPa) 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00
σec 212.60 212.60 212.60 212.60 212.60
σϒ (MPa) 350.00 350.00 350.00 350.00 350.00
σestequiv (MPa) 89.88 0.00 0.00 0.00 0.00
τm (MPa) 19.52 19.52 19.52 19.52 19.52
Kt (torção) estática 3.50 3.50 3.50 1.95 1.95
τestequiv = τm x Kt (MPa) 68.33 68.33 68.33 38.07 38.07
σVM (MPa) 148.61 118.35 118.35 65.94 65.94
σe (Mpa) 300.00 300.00 300.00 300.00 300.00
Kas 0.90 0.90 0.90 0.90 0.90
σu 600.00 600.00 600.00 600.00 600.00
Ks 0.79 0.79 0.79 0.79 0.79
ϒ = σϒ/σVM 2.36 2.96 2.96 5.31 5.31
Veio vertical
Para o veio vertical é apresentado um esquema ilustrativo com todas as
variações de secção e pontos críticos para os quais se faz a verificação à fadiga na
Figura 30, juntamente com a Tabela 33, que apresenta todos os valores calculados para a
verificação à fadiga.
50
Figura 30 - Dimensões do veio vertical.
51
CAPÍTULO 6
52
Figura 32 - Resultados do estudo.
Analisando os resultados constatamos que a zona que sofre maior deslocamento
é, como seria de esperar, a zona central da prateleira (zona a laranja na Figura 32 – parte
da direita) porém este é bastante reduzido considerando as dimensões gerais do
equipamento (6,322 mm). Já em relação ao coeficiente de segurança, este é cerca de
1,67 (>1,5), ou seja, não há motivo para qualquer alteração.
CONCLUSÃO
53
54
ANEXOS
ANEXO A – Planeamento
Figura 33-Planeamento.
55
ANEXO B – Seção da coluna
56
Figura 34 - Resultados Ftool.
57
Figura 35-Esquema para cálculo da área da secção.
58
Figura 36-Comprimento equivalente para várias condições de apoio.
59
ANEXO C – Correntes e rodas
60
Tabela 42 - Dimensões da roda referente ao veio horizontal, de corrente simplex [21].
61
Tabela 43 - Dimensões da roda referente ao veio vertical, de corrente triplex [22].
62
Figura 37 - Veio horizontal.
63
Figura 39 - CAD 3D.
64
Anexo E- Rolamentos
Tabela 44 - Quadro resumo das características do rolamento selecionado para o apoio esquerdo
do veio horizontal.
65
Figura 41 - Representação do rolamento selecionado para o apoio direito do veio horizontal,
[18].
Tabela 45 - Quadro resumo das características do rolamento selecionado para o apoio direito do veio
horizontal.
66
Figura 42 - Representação do rolamento selecionado para o veio vertical, [19].
67
ANEXO F- Veios
Figura 43- Fator Kas de acabamento superficial na correção da tensão limite de fadiga [16].
Figura 44 - índice de sensibilidade ao entalhe (q) de aços de contrução de ligas de alumínio [16].
68
ANEXO G- Motores
69
Figura 45 - Desenho do motor utilizado no movimento horizontal [10].
70
ANEXO H- Normas FEM
71
ANEXO I- Gráficos MdSolids
72
Figura 48 - Reações e momentos no veio vertical.
73
Figura 49- Gráficos da rotação angular e da flecha no veio horizontal.
74
Figura 50 - Gráficos da rotação angular e da flecha no veio vertical.
75
REFERÊNCIAS
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true
3. https://pt.wikipedia.org/wiki/Motorredutor
4. https://patents.google.com/patent/CN203392304U/en
5. https://worldwide.espacenet.com/patent/search/family/050440492/
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6. https://neemiasenpfm.wordpress.com/2010/08/30/coeficientes-de-atrito/
7. https://www.siderosengineering.com/products/automated-storage-
systems/sheet-metal-storage-systems/models-sheet-metal-storage-
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8. https://pt.linkedin.com/pulse/tens%C3%A3o-de-ruptura-x-percentual-
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9. https://vidirsolutions.com/products/sheet-metal-vls
10. Motoredutores / Catálogos / 2006-07 (sew-eurodrive.com)
11. https://www.normadoc.com/spanish/normas/normas-europeas/fem.html
12. http://bdjur.almedina.net/item.php?field=item_id&value=1271160
13. https://silo.tips/download/transmissao-por-correntes
14. Simplex roller chain acc. to DIN 8188 - English (kettentechnik.com)
15. Triplex roller chain acc. to DIN 8188 - English (kettentechnik.com)
16. Completo A., Melo F.Q - Introdução ao Projeto Mecânico. 2ª ed. Porto:
Publindústria, 2019. ISBN: 9789897232251
17. NJ 2314 ECPH - Rolamentos de rolos cilíndricos | SKF
18. NJ 2314 ECPH - Rolamentos de rolos cilíndricos | SKF
19. NJ 228 ECJ - Rolamentos de rolos cilíndricos | SKF
20. https://engiobra.com/calculadoras/momento-inercia/circulo/#f1p1
21. ASA-simplex sprockets ASA25-1 DIN8188 - English
(kettentechnik.com)
22. Triplex-sprockets ASA80-3 (16A-3) acc. to DIN 8188 - English
(kettentechnik.com)
23. https://www.researchgate.net/figure/Mechanical-properties-of-ASTM-
A36-and-ASTM-1020-steel_tbl2_277447999
76