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Sumário
AULA 1 ...........................................................................................................6
Recuperação Judicial – Parte I (Conceitos, Sujeitos e Classificações dos
Créditos) .........................................................................................................6
1. Crise na empresa .....................................................................................6
2. Princípios da execução concursal ............................................................7
2.1. Universalidade do juízo ........................................................................7
2.2. Igualdade entre os credores .................................................................8
2.3. Preservação da empresa .....................................................................9
2.4. Proteção aos trabalhadores ...............................................................10
3. Execução concursal no processo do trabalho ........................................11
3.1. Reunião de execuções .......................................................................11
3.2. Procedimento de Reunião de Execuções – PRE ...............................12
3.3. Regime especial de execução forçada – REEF .................................18
3.4. Plano especial de pagamento trabalhista – PEPT .............................22
3.5. Do Regime Centralizado de Execução – RCE ...................................28
4. Disposições gerais .................................................................................29
4.1. Conceito e objetivo da recuperação judicial .......................................29
4.2. Beneficiários da recuperação judicial .................................................30
4.3. Pessoas jurídicas excluídas da recuperação judicial .........................32
4.4. Representação processual do devedor ..............................................34
5. Créditos sujeitos à recuperação judicial .................................................36
6. Créditos excluídos da recuperação judicial ............................................40
6.1. Crédito fiscal tributário........................................................................40
6.1.1. Imposto de renda incidente sobre créditos do trabalhador...............40
6.1.2. Contribuição previdenciária decorrente de condenação trabalhista .42
6.2. Crédito fiscal não tributário .................................................................45
6.2.1. Custas processuais ..........................................................................45
6.2.2. Multas impostas pela fiscalização do trabalho .................................47
6.3. Outros créditos ...................................................................................47
2
AULA 2 .........................................................................................................53
Recuperação Judicial – Parte II (Pedido e Processamento da Recuperação
Judicial).........................................................................................................53
7. O pedido e o processamento da recuperação judicial ............................53
7.1. Efeitos do processamento ..................................................................53
7.1.1. Suspensão das execuções e medidas constritivas ..........................54
7.1.2. Suspensão da prescrição .................................................................60
7.2. Verificação e habilitação dos créditos na recuperação judicial ..........61
7.2.1. Juros e correção monetária na recuperação judicial ........................65
7.2.2. Liberação dos depósitos judiciais .....................................................66
7.2.3. Arquivamento provisório da reclamatória trabalhista .......................69
7.2.4. Reserva de crédito ...........................................................................72
7.3. Classificação dos créditos sujeitos à recuperação judicial .................73
7.4. Conciliação e mediação na recuperação judicial ...............................74
Resumo da aula 2 .........................................................................................77
AULA 3 .........................................................................................................79
Recuperação Judicial – Parte III (Plano de Recuperação Judicial e
Responsabilidades na Recuperação Judicial) ..............................................79
8. O plano de recuperação judicial .............................................................79
8.1. Apresentação do plano ......................................................................79
8.1.1. Prazos para o pagamento de credores trabalhistas e acidentários ..80
8.2. Assembleia geral de credores ............................................................82
8.3. Aprovação do plano e concessão da recuperação judicial .................84
8.3.1. Efeitos da concessão da recuperação judicial .................................85
8.3.2. Encerramento da recuperação judicial .............................................88
8.4. Rejeição do plano de recuperação judicial .........................................88
8.5. Convolação da recuperação judicial em falência ...............................89
9. Alienação dos ativos da recuperanda .....................................................90
10. Recuperação judicial de microempresas e empresas de pequeno porte94
11. Responsabilidade secundária na recuperação judicial ...........................96
11.1. Responsabilidade do devedor constante no título executivo ..............98
11.2. Responsabilidade do devedor não constante no título executivo .....100
11.2.1. Responsabilidade do sócio ou administrador da recuperanda .......102
3
12. Efeitos da recuperação judicial sobre os contratos de trabalho ativos .105
Resumo da aula 3 .......................................................................................106
AULA 4 .......................................................................................................109
Falência - Parte I (Conceitos, Sujeitos, Competência e Classificações dos
Créditos) .....................................................................................................109
13. Disposições gerais ...............................................................................109
13.1. Conceito e objetivo da falência ........................................................109
13.2. Pessoas sujeitas à falência ..............................................................110
13.3. Pessoas excluídas da falência .........................................................111
13.4. Competência indivisível e universal do Juízo falimentar ..................112
13.5. Representação processual da massa falida .....................................113
14. Créditos sujeitos à falência ...................................................................114
14.1. Classificação dos créditos na falência..............................................114
14.1.1. Pedidos de restituição ....................................................................114
14.1.2. Créditos extraconcursais ................................................................117
14.1.3. Créditos concursais ........................................................................120
15. Créditos excluídos da falência ..............................................................128
Resumo da aula 4 .......................................................................................129
AULA 5 .......................................................................................................131
Falência – Parte II (Procedimento da Falência e Responsabilidades na
Falência) .....................................................................................................131
16. O procedimento para a decretação de falência ....................................131
16.1. Requisitos para requerer a falência..................................................131
16.2. Defesa do devedor ...........................................................................133
16.3. Efeitos da decretação de falência ....................................................134
16.3.1. Suspensão das execuções e medidas constritivas ........................134
16.3.2. Suspensão da prescrição ...............................................................136
16.4. Verificação e habilitação dos créditos na falência ............................137
16.4.1. Liberação dos depósitos judiciais ...................................................140
16.4.2. Arquivamento provisório da reclamatória trabalhista .....................140
16.4.3. Reserva de crédito .........................................................................142
17. Arrecadação e realização dos ativos da massa falida ..........................144
4
17.1. Arrecadação dos bens .....................................................................144
17.2. Realização dos ativos ......................................................................144
18. Pagamento aos credores .....................................................................147
19. Encerramento da falência .....................................................................148
20. Responsabilidade secundária na falência ............................................151
20.1. Responsabilidade do devedor constante no título executivo ............151
20.2. Responsabilidade do devedor não constante no título executivo .....152
20.2.1. Responsabilidade do sócio ou administrador da falida ..................153
21. Efeitos da falência sobre os contratos de trabalho ativos .....................154
Resumo da aula 5 .......................................................................................156
5
AULA 1
Recuperação Judicial – Parte I (Conceitos,
Sujeitos e Classificações dos Créditos)
1. Crise na empresa
6
2. Princípios da execução concursal
7
Na falência, encontramos a máxima atuação do supra mencionado
princípio. A previsão do art. 76 da Lei nº 11.101/05 conforma a vis atractiva do
juízo universal falimentar.
Art. 126. Nas relações patrimoniais não reguladas expressamente nesta Lei,
o juiz decidirá o caso atendendo à unidade, à universalidade do concurso e à
igualdade de tratamento dos credores, observado o disposto no art. 75 desta
Lei.
8
O art. 148-A, inciso VI, da Consolidação dos Provimentos da
Corregedoria Geral da Justiça do Trabalho de 2019 com a
redação Provimento n. 1/CGJT, de 19 de agosto de 2022
também dá destaque à par conditio creditorum, estabelecendo
a diretriz de pagamento equânime dos créditos, observadas as
particularidades do caso concreto. A saber:
9
A partir de agora, a Lei nº 11.101/05, também conhecida como
a Lei de Recuperações e Falências, será referida pela sigla
“LRF”.
10
hierarquia entre os credores, quanto no que toca ao tempo do seu
recebimento.
11
Parágrafo Único - Na hipótese deste artigo, os processos serão redistribuídos
ao Juízo da primeira distribuição.
2) que a execução deve se dar pelo meio menos gravoso para o executado,
reputando-se menos gravosa a solução mediante adoção de atos executivos
que sejam mais eficazes e menos onerosos;
12
constante da Seção X, do Capítulo VI, da Consolidação dos Provimentos da
Corregedoria-Geral da Justiça do Trabalho, bem como instituiu modalidade
própria de Regime Centralizado de Execução – RCE;
I – a cooperação judiciária;
13
IV – os princípios da eficiência administrativa (art. 37, caput, da Constituição
da República), bem como da economia processual;
14
No TRT da 4ª Região, houve regulamentação da reunião local de
execuções na Resolução Administrativa nº 28/2022 e a reunião
se dá por meio de requisição das unidades judiciárias de 1º e 2º
graus do Regional. O § 2º do art. 17 do normativo estabelece
que “ em caso de requisição pelas unidades judiciárias, deverá ser
observado o número mínimo de 100 inclusões do devedor no
BNDT, podendo o JAE, de ofício ou a requerimento, avaliar a
conveniência de manutenção de tais critérios, por decisão
fundamentada, se constatada relevância econômica, social e/ou
jurídica”.
15
execuções por pagamento integral ou com o uso das técnicas, aplicáveis, de
conciliação e mediação, observando-se, em cada modalidade de pagamento, a
atenção às preferências legais, conforme disciplinado pelo Tribunal Regional
respectivo.
IV - gestantes;
VI - credores com os quais haja acordo que preveja redução da dívida original
em pelo menos 30% (trinta por cento).
16
da CGJT de 19 de agosto de 2022 e o prazo máximo de 180 dias equivale ao
dia 19 de fevereiro de 2023.
A saber:
Art. 13. O clube ou pessoa jurídica original poderá efetuar o pagamento das
obrigações diretamente aos seus credores, ou a seu exclusivo critério:
17
Art. 161. Até que seja desenvolvido fluxo específico no Sistema PJe em uso
na Justiça do Trabalho, a execução provisória tramitará na classe
Cumprimento Provisório de Sentença “CumPrSe” (157).
18
Corregedoria Geral da Justiça do Trabalho – CPCG-JT prevê a possibilidade
de instauração do regime especial de execução forçada (REEF).
19
É importante destacar que o Juiz do Trabalho, caso já existam bens
penhorados na data da instauração do REEF, poderá recusar a habilitação de
créditos na execução reunida, sem prejuízo da solicitação a outra Vara do
Trabalho, de processo em fase de execução definitiva em face do mesmo
devedor (art. 154, §3º, da CPCG-JT).
20
apenas quanto aos atos praticados durante o REEF (§ 2º do art. 155 da CPCG-
JT).
Como o §2º do art. 156 da CPCG-JT foi suprimido, além do fato de que
hodiernamente a previsão de pagamento parcial ou conciliação dizer respeito a
processo em face de execução definitiva não submetido ao REEF, a crítica que
existia em face da possibilidade de desrespeito ao princípio da par conditio
creditorum não mais se sustenta.
21
trabalhistas, aqui incluídos os típicos e os decorrentes de acidente de trabalho
e, na sequência, o imposto de renda, a contribuição previdenciária, as multas
administrativas impostas pelos órgãos de fiscalização do trabalho e as custas
processuais.
22
até seu integral cumprimento, podendo o pagamento ser fixado em período e
montante variáveis, respeitado o prazo máximo de seis anos para a quitação
integral da dívida (inciso II do art. 151 da CPCG-JT).
23
instauração do PEPT poderá ser apreciado de forma preliminar (art. 151 da
CPCG-JT).
24
demonstração pelo devedor da sua incapacidade financeira de arcar com o
acréscimo de novos processos em fase de execução definitiva no prazo
originariamente assinalado.
25
devedor requerente, devendo observar as diretrizes constantes nesta
Consolidação (§ 1º do art. 152-A da CPCG-JT).
26
periodicamente, considerando, nos dois casos, o montante da dívida total
consolidada, bem como os correspondentes créditos previdenciários e fiscais;
IV – acolher o processo judicial que servirá como piloto, indicado pelo juízo
centralizador de execução, para a prática dos atos jurisdicionais posteriores à
aprovação do PEPT, no qual serão concentrados todos os atos referentes ao
cumprimento do plano;
27
PEPT ou REEF não elegíveis na ordem de preferência ou que não sejam
objeto de acordo;
TRT da 1ª Região
TRT da 4ª Região
TRT da 5ª Região
28
Quando se tratar de entidade de prática desportiva constituída nos
termos do art. 2º, II, da Lei nº 14.193/2021, para efeitos de PRE, deverá ser
apresentado o fluxo de caixa e a sua previsão por 3 anos, bem como indicadas
as receitas ordinárias e extraordinárias, incluindo todas as formas de ganho de
capital.
4. Disposições gerais
29
Art. 47. A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da
situação de crise econômico-financeira do devedor, a fim de permitir a
manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos
interesses dos credores, promovendo, assim, a preservação da empresa, sua
função social e o estímulo à atividade econômica.
30
São eles os empresários individuais e as sociedades empresárias, nas
suas diversas formas jurídicas, como, por exemplo, o microempreendedor
individual, o empresário individual, a sociedade limitada unipessoal, a
sociedade por quotas de responsabilidade limitada e a sociedade por ações.
A saber:
31
Somam-se a todos os empresários e sociedades empresárias citados
acima os produtores rurais com registro nas Juntas Comerciais. Dada a
incipiência da atividade rural como uma ocupação empresária, o art. 971 do
Código Civil facultou ao ruralista que atua na agropecuária ou no extrativismo
de maneira profissional e habitual a possibilidade de optar pelo tratamento
como empresário. Se ele quiser se inscrever no registro mercantil e atender os
demais requisitos do art. 48 da LRF, poderá requerer recuperação judicial.
Caso contrário, não.
Art. 971. O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal profissão,
pode, observadas as formalidades de que tratam o art. 968 e seus
parágrafos, requerer inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da
respectiva sede, caso em que, depois de inscrito, ficará equiparado, para
todos os efeitos, ao empresário sujeito a registro.
32
Assim é que no rol das pessoas excluídas da recuperação judicial
temos primeiro as empresas públicas e sociedades de economia mista,
valendo ressaltar que está sob julgamento no STF o RE nº 1.249.945/MG, com
repercussão geral reconhecida (Tema de Repercussão Geral nº 1101), que
trata da possibilidade excepcional de aplicação do regime de falência e
recuperação judicial às empresas estatais que exploram atividade econômica
de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, na
maneira do art. 173, § 1º, inciso II, da Constituição Federal.
A saber:
33
parágrafo único, do Código Civil (já acima transcrito, inclusive), e também não
podem se valer das regras de proteção da recuperação judicial. São os
chamados profissionais intelectuais, tenham ou não empregados, e estejam ou
não organizados em sociedades, como é o caso dos profissionais liberais,
artistas, escritores e técnicos com alguma formação profissional.
Art. 966. (...) Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce
profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o
concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão
constituir elemento de empresa.
Nada obstante, temos que ter em mente que essa nomeação não
altera a representação do devedor em Juízo, o qual normalmente segue na
condução da atividade empresarial e continua com legitimidade para defender
seus interesses. Ou seja, ao contrário do que ocorre na quebra, o
administrador da recuperação não tem a atribuição de assumir a representação
judicial do devedor.
34
fiscalização do Comitê, se houver, e do administrador judicial, salvo se
qualquer deles:
III – houver agido com dolo, simulação ou fraude contra os interesses de seus
credores;
35
5. Créditos sujeitos à recuperação judicial
36
Dito isso, a conclusão é de que o trabalhador que, ao tempo do pedido
de recuperação judicial do devedor, não possui créditos líquidos, deve ter em
mente que pode prosseguir normalmente com sua reclamatória trabalhista,
pois, como veremos logo adiante, ela não é atingida pela ordem de suspensão
de ações e execuções dada pelo Juízo da Vara Empresarial quando do
processamento da recuperação judicial, no modo do art. 52, inciso III, da LRF.
37
recuperação judicial ou na falência, e, uma vez reconhecido líquido o direito,
será o crédito incluído na classe própria.
38
Por um lado, não há dúvida alguma de que o prosseguimento da
execução na Justiça do Trabalho entrega ao reclamante titular de crédito
extraconcursal um arsenal de ferramentas jurídicas voltadas para a sua
satisfação mais célere, que vão desde a simples penhora online até a
desconsideração da personalidade jurídica da parte em recuperação judicial.
§7º-B. O disposto nos incisos I, II e III do caput deste artigo não se aplica às
execuções fiscais, admitida, todavia, a competência do Juízo da recuperação
judicial para determinar a substituição dos atos de constrição que recaiam
sobre bens de capital essenciais à manutenção da atividade empresarial até
o encerramento da recuperação judicial, a qual será implementada mediante
a cooperação jurisdicional, na forma do art. 69 da Lei nº 13.105, de 16 de
março de 2015 (Código de Processo Civil), observado o disposto no art. 805
do referido Código.
39
guarda muita subjetividade sobre tal conceito e como a decisão final sobre a
essencialidade de um bem de capital da recuperanda cabe ao Juiz da Vara
Empresarial, as decisões são variadas e voltadas ao caso concreto.
40
suspensão das ações e execuções decorrentes da decisão que defere o
processamento da recuperação judicial não atinge as execuções fiscais.
A resposta deve ser iniciada pelo final, pois, embora até pareça
engenhoso entender pelo prosseguimento da execução nos próprios autos da
reclamatória trabalhista, por conta da natureza fiscal tributária do imposto de
renda, esta talvez seja a solução hermeneuticamente menos adequada.
41
13.149/2015, observado o procedimento previsto nas Instruções Normativas
da Receita Federal do Brasil.
42
constrição e alienação de bens (AgRg no CC nº 122.412/RJ, julgado em
16/10/2013).
43
Art. 6º. (...)
§7º-B. O disposto nos incisos I, II e III do caput deste artigo não se aplica às
execuções fiscais, admitida, todavia, a competência do Juízo da recuperação
judicial para determinar a substituição dos atos de constrição que recaiam
sobre bens de capital essenciais à manutenção da atividade empresarial até
o encerramento da recuperação judicial, a qual será implementada mediante
a cooperação jurisdicional, na forma do art. 69 da Lei nº 13.105, de 16 de
março de 2015 (Código de Processo Civil), observado o disposto no art. 805
do referido Código.
44
6.2. Crédito fiscal não tributário
O art. 39, §2º, da Lei nº 4.320/64 traz alguns exemplos de crédito fiscal
não tributário, elencando como tais empréstimos compulsórios, preços de
serviços públicos, indenizações, foros, laudêmios, alugueis, taxas de ocupação
e, no que mais nos interessa aqui, as custas processuais.
45
Embora a adoção de imediato da segunda conclusão possa ser
pensada a princípio, não há muito sentido prático e jurídico por três razões.
Art. 1º Determinar:
46
nos próprios autos da reclamatória trabalhista, o que, a propósito, é admitido
pela Jurisprudência do STJ, conforme CC nº 116.594/GO, julgado em
19/03/2012.
47
Art. 5º Não são exigíveis do devedor, na recuperação judicial ou na falência:
48
que eventual crédito excedente se sujeita aos efeitos da recuperação judicial
como quirografário, caso não possua outra garantia.
Nas duas situações acima descritas, o art. 49, §3º, da LRF ainda
determina que, caso o bem alienado fiduciariamente, arrendado ou vendido à
recuperanda seja bem de capital imprescindível à manutenção da atividade
empresarial, não poderá ser retomado ou retirado do seu estabelecimento
durante o chamado stay period, o período de suspensão das ações e
execuções, que será abordado adiante.
A quinta espécie de crédito é a prevista no art. 49, §4º, e art. 86, inciso
II, ambos da LRF. São os valores entregues ao devedor em decorrência de
adiantamento de contrato de câmbio para exportação.
49
objeto de renegociação entre a instituição financeira e o produtor rural antes da
recuperação.
§9º Não se enquadrará nos créditos referidos no caput deste artigo aquele
relativo à dívida constituída nos 3 (três) últimos anos anteriores ao pedido de
recuperação judicial, que tenha sido contraída com a finalidade de aquisição
de propriedades rurais, bem como as respectivas garantias.
50
Art. 79. Denominam-se atos cooperativos os praticados entre as cooperativas
e seus associados, entre estes e aquelas e pelas cooperativas entre si
quando associados, para a consecução dos objetivos sociais.
Resumo da Aula 1
51
gerenciamento de execuções, com economia e racionalidade de atos
processuais, além de segurança jurídica para as partes envolvidas.
52
AULA 2
Recuperação Judicial – Parte II (Pedido e
Processamento da Recuperação Judicial)
53
7.1.1. Suspensão das execuções e medidas constritivas
De acordo com o art. 6º, inciso II, e com o art. 52, inciso III, da LRF, o
deferimento do processamento da recuperação judicial implica, no tocante aos
créditos a ela submetidos, na suspensão das execuções que tramitam contra o
devedor, a qual deverá ser comunicada por ele próprio aos Juízos em que ditas
demandas se encontram, por força do art. 52, §3º, da LRF.
54
Em resumo, ao impor moratória legal aos credores e trancar medidas
judiciais de constrição patrimonial, o Juiz da Vara Empresarial protege de modo
temporário a empresa em crise, permite ao devedor uma certa reorganização
negocial e obriga certos credores a ingressarem em processo concursal para
negociar coletivamente com aquele a melhor alternativa para a satisfação dos
seus créditos.
55
art. 6º, §4º, da LRF. O dispositivo agora, além de não contar mais com as
expressões peremptórias de impossibilidade de dilação dos cento e oitenta
dias, passou a autorizar uma única prorrogação desse prazo por outros cento e
oitenta, desde que o devedor não haja concorrido com a superação do lapso
temporal inicial.
Art. 61. Proferida a decisão prevista no art. 58 desta Lei, o juiz poderá
determinar a manutenção do devedor em recuperação judicial até que sejam
cumpridas todas as obrigações previstas no plano que vencerem até, no
máximo, 2 (dois) anos depois da concessão da recuperação judicial,
independentemente do eventual período de carência.
56
II - as suspensões e a proibição de que tratam os incisos I, II e III do caput
deste artigo perdurarão por 180 (cento e oitenta) dias contados do final do
prazo referido no §4º deste artigo, ou da realização da assembleia-geral de
credores referida no §4º do art. 56 desta Lei, caso os credores apresentem
plano alternativo no prazo referido no inciso I deste parágrafo ou no prazo
referido no §4º do art. 56 desta Lei.
57
7.1.1.1. Exceções à suspensão das execuções e medidas
constritivas
Também deve ser realçado que o stay period não paralisa eventual
pretensão do credor trabalhista de imputar responsabilidade secundária a
terceiro responsável solidária ou subsidiariamente. Portanto, como veremos
adiante, é possível o prosseguimento normal das execuções trabalhistas em
face do tomador de serviços, de empresas integrantes do grupo econômico,
dos sucessores trabalhistas, dos sócios, etc., conforme decidido há tempo pelo
STJ no REsp nº 1.333.349/SP, julgado em 26/11/2014 (Tema nº 885 da
tabela de recursos repetitivos do STJ).
58
§ 2º É permitido pleitear, perante o administrador judicial, habilitação,
exclusão ou modificação de créditos derivados da relação de trabalho, mas
as ações de natureza trabalhista, inclusive as impugnações a que se refere o
art. 8º desta Lei, serão processadas perante a justiça especializada até a
apuração do respectivo crédito, que será inscrito no quadro-geral de credores
pelo valor determinado em sentença.
59
Este Tribunal Regional é exemplificativamente acompanhado pela
jurisprudência não sumulada da Seção Especializada em Execução do TRT da
4ª Região (AP nº 0001369-86.2013.5.04.0341, julgado em 19/05/2022) e
por vários acórdãos de Câmaras do TRT da 12ª Região (por todas, a 6ª
Câmara, AP nº 0084700-39.2000.5.12.0004, julgado em 03/02/2022).
60
suspensa a partir do marco acima, retomando o seu curso ao final do prazo de
suspensão positivado no art. 6º, §§4º e 4º-A, da LRF, independentemente de
pronunciamento judicial.
Art. 51. A petição inicial de recuperação judicial será instruída com: (...)
61
Art. 22. Ao administrador judicial compete, sob a fiscalização do juiz e do
Comitê, além de outros deveres que esta Lei lhe impõe:
III – a advertência acerca dos prazos para habilitação dos créditos, na forma
do art. 7º, § 1º, desta Lei, e para que os credores apresentem objeção ao
plano de recuperação judicial apresentado pelo devedor nos termos do art. 55
desta Lei.
62
É por isso que para nós um dos efeitos anexos ao processamento da
recuperação judicial é, quase sempre, a expedição de certidão de crédito a
pessoa trabalhadora e aos demais credores sujeitos à recuperação, como
advogados, pelos seus honorários sucumbenciais, e auxiliares do Juízo, pelos
seus honorários periciais, emolumentos, despesas, etc.
Art. 9º A habilitação de crédito realizada pelo credor nos termos do art. 7º, §
1º, desta Lei deverá conter:
63
II – a especificação dos títulos e valores integrantes da sanção jurídica, das
multas, dos encargos fiscais e sociais (imposto de renda e contribuição
previdenciária), dos honorários advocatícios e periciais, se houver, e demais
despesas processuais;
Contudo, ressalte-se que, frente ao que foi visto quanto aos créditos
excluídos da recuperação judicial, o normativo poderia ser atualizado no inciso
II do §2º, quando se considera que a execução da contribuição previdenciária e
das custas processuais não é afetada pela recuperação judicial e, portanto,
não deveria constar da certidão de créditos. Todavia, como peça executória a
especificar todos os títulos e valores integrantes da ação trabalhista a certidão
na forma como prevista não impede ou mesmo prejudica a créditos que não
foram afetados pela recuperação judicial.
64
7.2.1. Juros e correção monetária na recuperação judicial
Esse artigo, que prevê que contra a massa falida não são exigíveis
juros vencidos após a decretação da quebra, se o ativo não bastar para o
pagamento dos credores subordinados, não tem nenhuma aplicação na
recuperação judicial.
Art. 124. Contra a massa falida não são exigíveis juros vencidos após a
decretação da falência, previstos em lei ou em contrato, se o ativo apurado
não bastar para o pagamento dos credores subordinados.
65
automática de juros e correção monetária na recuperação e que o seu art. 9º,
inciso II, que estabelece que a certidão de habilitação de crédito deve estar
atualizada até a data da distribuição da petição inicial da recuperação é regra
de natureza meramente procedimental.
Art. 9º A habilitação de crédito realizada pelo credor nos termos do art. 7º, §1º
, desta Lei deverá conter: (...)
66
O centro jurídico da discussão se situa na natureza jurídica do depósito
recursal, se apenas de garantia de futura execução, ou se de antecipação do
valor de condenação vindoura.
Art. 899. (...) §1º Sendo a condenação de valor até 10 (dez) vezes o salário-
mínimo regional, nos dissídios individuais, só será admitido o recurso
inclusive o extraordinário, mediante prévio depósito da respectiva
importância. Transitada em julgado a decisão recorrida, ordenar-se-á o
levantamento imediato da importância de depósito, em favor da parte
vencedora, por simples despacho do juiz.
67
Orientação Jurisprudencial nº 84 da SEEx do TRT da 4ª Região. Liberação de
valores depositados. Massa falida. Empresa em recuperação judicial. Os
valores apreendidos judicialmente na reclamatória trabalhista antes da
decretação da falência ou do deferimento do pedido de recuperação judicial,
deixam de integrar o patrimônio da empresa ou da massa falida, sendo
cabível a sua liberação ao credor.
68
Outrossim, os princípios da par conditio creditorum e da preservação
da empresa nos mostram em caráter finalístico que não podemos nos prender
à miopia da resolução de uma única reclamatória trabalhista, em detrimento do
restante do grave cenário. Ademais, o pagamento de um trabalhador pode ter o
efeito colateral da inadimplência em relação aos demais. A negativa de liberar
o depósito para o caixa da empresa pode levar à quebra e ao prejuízo da
coletividade. Por isso, entende-se ser mais adequada a jurisprudência dos
Tribunais Superiores, que entendem pela liberação dos depósitos à
recuperanda.
69
Consolidação de Provimentos da Corregedoria Geral da Justiça do Trabalho
estipula que devemos suspender e arquivar provisoriamente a reclamatória
trabalhista ou ação de indenização por acidente de trabalho até o
encerramento da recuperação ou da falência em que ela eventualmente tenha
sido convolada. É o que ocorrerá, por exemplo, logo depois da expedição das
certidões de créditos, com as ações que resultaram em acordos sem
contribuição previdenciária e com dispensa de custas processuais.
A dúvida que pode causar esse artigo diz respeito aos processos
arquivados provisoriamente e que poderão ter sua execução extinta e ser
encaminhados em definitivo ao arquivo. Referido artigo parece sugerir que isso
se dará com o encerramento da recuperação judicial ou da falência caso tenha
ocorrido a convolação, mas esses termos guardam, no primeiro caso, certa
imprecisão.
70
Lembrando que o arquivamento definitivo da reclamatória
trabalhista ainda está condicionado ao efetivo pagamento, na
recuperação judicial, de outros créditos oriundos da nossa ação,
bem como à quitação, em nossos próprios autos, dos créditos
não sujeitos ao processo recuperacional.
71
7.2.4. Reserva de crédito
Art. 10. Não observado o prazo estipulado no art. 7º, § 1º, desta Lei, as
habilitações de crédito serão recebidas como retardatárias.
72
7.3. Classificação dos créditos sujeitos à recuperação
judicial
73
real; no terceiro, os quirografários, com privilégio especial, com privilégio geral
ou subordinados e; no quarto, os pertencentes a microempresa ou empresa de
pequeno porte.
Previsto no art. 20-B, inciso IV, da LRF, esse procedimento cria para o
devedor a possibilidade de negociar com seus credores, inclusive trabalhistas,
ou até mesmo com grupos ou classes deles, soluções de curto prazo para a
crise econômico-financeira da empresa, evitando a iminente judicialização da
recuperação judicial.
74
Art. 20-B. Serão admitidas conciliações e mediações antecedentes ou
incidentais aos processos de recuperação judicial, notadamente: (...)
75
que deve ser comunicado pelo devedor nas reclamatórias trabalhistas nesta
fase e observado pela Justiça do Trabalho.
Por último, e para fins de registro, vale mencionar que, logo depois da
publicação da lei da reforma recuperacional e falimentar, houve uma incipiente
dúvida hermenêutica na doutrina trabalhista sobre eventual competência dos
CEJUSCS da Justiça do Trabalho para dito procedimento de mediação pré-
processual, quando envolvesse créditos dos trabalhadores.
76
Resumo da aula 2
77
Notou-se ainda que, nessas situações, há de se dar especial atenção
aos bens constritos, os quais não podem ser bens de capital essenciais à
continuidade da atividade econômica da recuperanda e que, se assim o forem,
podem ser objeto de comando de substituição pelo Juiz da Vara Empresarial.
78
AULA 3
Recuperação Judicial – Parte III (Plano de
Recuperação Judicial e Responsabilidades na
Recuperação Judicial)
79
Art. 55. Qualquer credor poderá manifestar ao juiz sua objeção ao plano de
recuperação judicial no prazo de 30 (trinta) dias, contado da publicação da
relação de credores de que trata o § 2º do art. 7º desta Lei.
Isso quer dizer que não há vedação legal para que o plano preveja a
novação e o parcelamento dos créditos trabalhistas, o que pode incluir deságio,
antecipação de parcelas com descontos, exclusão ou substituição dos índices
de juros e correção monetária, realização de leilões reversos quando houver
saldo no fluxo de caixa, etc.
Art. 54. O plano de recuperação judicial não poderá prever prazo superior a 1
(um) ano para pagamento dos créditos derivados da legislação do trabalho ou
decorrentes de acidentes de trabalho vencidos até a data do pedido de
recuperação judicial.
§ 1º. O plano não poderá, ainda, prever prazo superior a 30 (trinta) dias para
o pagamento, até o limite de 5 (cinco) salários-mínimos por trabalhador, dos
créditos de natureza estritamente salarial vencidos nos 3 (três) meses
anteriores ao pedido de recuperação judicial.
80
II - aprovação pelos credores titulares de créditos derivados da legislação
trabalhista ou decorrentes de acidentes de trabalho, na forma do § 2º do art.
45 desta Lei; e
81
8.2. Assembleia geral de credores
Com efeito, não existindo oposição por parte de nenhum deles, resta
esvaziada a atribuição da assembleia geral de apreciação do plano e, em
conformidade com o art. 58 da LRF, cabe ao Juiz da Vara Empresarial
homologá-lo diretamente, concedendo a recuperação judicial.
82
não deve ultrapassar os cento e cinquenta dias contados do deferimento de
processamento da recuperação judicial, como manda o §1º do art. 56 da LRF.
83
IMPORTANTE:
§ 1º Em cada uma das classes referidas nos incisos II e III do art. 41 desta
Lei, a proposta deverá ser aprovada por credores que representem mais da
metade do valor total dos créditos presentes à assembleia e,
cumulativamente, pela maioria simples dos credores presentes.
O credor não terá direito a voto e não será considerado para fins de
verificação de quórum de deliberação se o plano de recuperação judicial não
84
alterar o valor ou as condições originais de pagamento de seu crédito (§ 3º do
art. 45 da LRF).
85
credores sujeitos à recuperação judicial às estipulações do plano aprovado,
tendo sido vencedores ou vencidos na assembleia geral.
Art. 61. Proferida a decisão prevista no art. 58 desta Lei, o juiz poderá
determinar a manutenção do devedor em recuperação judicial até que sejam
cumpridas todas as obrigações previstas no plano que vencerem até, no
máximo, 2 (dois) anos depois da concessão da recuperação judicial,
independentemente do eventual período de carência.
86
§2º Decretada a falência, os credores terão reconstituídos seus direitos e
garantias nas condições originalmente contratadas, deduzidos os valores
eventualmente pagos e ressalvados os atos validamente praticados no
âmbito da recuperação judicial.
87
Nada obstante, essa hipótese é muito rara de ocorrer na prática, tendo
em vista que provavelmente outros credores buscarão o caminho da falência,
mantendo ou fazendo que se retome a suspensão da execução nas
reclamatórias trabalhistas em geral.
88
art. 56, §4º, e o art. 73, inciso III, da LRF, e não mais permite a convolação
automática em falência.
III - quando não aplicado o disposto nos §§ 4º, 5º e 6º do art. 56 desta Lei, ou
rejeitado o plano de recuperação judicial proposto pelos credores, nos termos
do § 7º do art. 56 e do art. 58-A desta Lei;
89
Art. 73. O juiz decretará a falência durante o processo de recuperação
judicial:
III - quando não aplicado o disposto nos §§ 4º, 5º e 6º do art. 56 desta Lei, ou
rejeitado o plano de recuperação judicial proposto pelos credores, nos termos
do § 7º do art. 56 e do art. 58-A desta Lei;
90
Ativo circulante são bens que podem ser convertidos em
dinheiro em curto espaço de tempo e que normalmente são
destinados à comercialização pelo empresário, no
desenvolvimento da sua atividade econômica. São exemplos as
matérias-primas e as mercadorias. Já o ativo não circulante
representa o contrário: bens que não podem transformados em
dinheiro em curto espaço e que normalmente são destinados à
produção. São, dentre outros, as unidades produtivas isoladas,
os demais bens de capital e a propriedade intelectual.
Art. 60-A. A unidade produtiva isolada de que trata o art. 60 desta Lei poderá
abranger bens, direitos ou ativos de qualquer natureza, tangíveis ou
intangíveis, isolados ou em conjunto, incluídas participações dos sócios.
91
Falando em fraude na alienação de unidade produtiva isolada, vale
registrar acórdão da 7ª Turma do TST (RR nº 2383-89.2010.5.02.0075,
julgado em 20/4/2022), em que houve o reconhecimento de fraude e, por
conseguinte, de sucessão trabalhista da adquirente, por conta da transferência
de todos os ativos da recuperanda para ela, subvertendo a lógica do processo
de recuperação judicial.
92
a aquisição de todos os estabelecimentos da primeira ré (premissa
insuscetível de modificação nesta seara, pelo óbice da Súmula nº 126 do
TST), subverte toda lógica contida no mencionado dispositivo legal e na
operação que ele representa . No bojo do julgamento da ADI nº 3.934/DF, em
que foi declarada a constitucionalidade do artigo 60, parágrafo único, da Lei
nº 11.101/2005, o Supremo Tribunal Federal esclareceu: "Do ponto de vista
teleológico, salta à vista que o referido diploma legal buscou, antes de tudo,
garantir a sobrevivência das empresas em dificuldades - não raras vezes
derivadas das vicissitudes por que passa a econômica globalizada -,
autorizando a alienação de seus ativos, tendo em conta, sobretudo, a função
social que tais complexos patrimoniais exercem , a teor do disposto no art.
170, III, da Lei Maior. (...) O referido processo tem em mira não somente
contribuir para que a empresa vergastada por uma crise econômica ou
financeira possa superá-la, eventualmente, mas também busca preservar, o
mais possível, os vínculos trabalhistas e a cadeia de fornecedores com os
quais ela guarda verdadeira relação simbiótica ." (ADI 3934, Relator(a):
RICARDO LEWANDOWSKI, Tribunal Pleno, julgado em 27/05/2009, DJe-208
DIVULG 05-11-2009 PUBLIC 06-11-2009 EMENT VOL-02381-02 PP-00374
RTJ VOL-00216-01 PP-00227) (grifo nosso). Em interpretação dos aludidos
fundamentos, não é crível, portanto, que os efeitos da blindagem possam
alcançar situações em que houve a transmissão de todos os bens da
empresa em recuperação judicial para a adquirente, a fulminar a continuidade
de suas atividades. Por isso, a compreensão literal, mais adequada ao caso,
revela que esse resultado - afastamento de eventual sucessão do
arrematante nas obrigações anteriores do devedor - só acontecerá quando a
aquisição se referir a filiais ou unidades produtivas isoladas , pois, somente
assim, restaria garantido o princípio da preservação da empresa, em exata
aplicação do artigo 47 da Lei de Recuperação Judicial. Embora o conceito de
UPI seja indeterminado - diferente do relacionado à filial, amplamente tratado
como o estabelecimento secundário que possui relação de dependência e
subordinação com a matriz - é certo que ele também está atrelado ao
destacamento de parcela do patrimônio do devedor com destinação
produtiva. Nesse contexto, não se amolda à hipótese normativa a situação
dos autos; neles, demonstrou-se que "a Independência S/A alienou todos os
estabelecimentos que possuía para a agravante, menos um (o de Santana de
Parnaíba que, posteriormente, acabou sendo arrendado para a agravante),
resultando a transação, então, na completa transferência de todo o ativo para
a recorrente ". Ressalte-se que não se trata, aqui, de perscrutar acerca da
validade do plano de recuperação judicial, que, como visto, já foi homologado
pela autoridade competente, mas, apenas, de aferir a possibilidade de
incidência da exceção legal prevista em lei, em face do descumprimento das
condições necessárias para tanto (obtenção do regular enquadramento
jurídico). Por coerência, então, com os conceitos legais e doutrinários
declinados, é impossível determinar a blindagem patrimonial do adquirente,
pelas obrigações trabalhistas anteriores à alienação, quando comprovado o
esvaziamento patrimonial da empresa recuperanda, em prejuízo do que
prescreve o artigo 60, parágrafo único, da Lei nº 11.101/2005. Não socorre à
ré, ainda, a alegação da necessidade de interpretação conjunta desse
dispositivo com o artigo 141, caput e II, do mesmo arcabouço legal, tendo em
vista que o último se aplica, unicamente, no âmbito da falência. Logo, deve
prevalecer, no presente caso, a regra geral prevista nos artigos 10 e 448 da
CLT, com o reconhecimento da sucessão empresarial . Saliente-se, por fim,
que esta Corte Superior já firmou posicionamento no sentido de que somente
a inequívoca dissonância entre a decisão transitada em julgado e aquela
proferida em sede de execução, caracteriza afronta à coisa julgada
93
(Orientação Jurisprudencial nº 123 da SbDI-II do TST), o que não é a ocasião
dos autos. Incólumes os demais artigos indicados pela parte. Por todo o
exposto, deve ser mantida a decisão regional. Recurso de revista não
conhecido" (RR-2383-89.2010.5.02.0075, 7ª Turma, Relator Ministro Claudio
Mascarenhas Brandao, DEJT 13/05/2022).
94
§1º As microempresas e as empresas de pequeno porte, conforme definidas
em lei, poderão apresentar plano especial de recuperação judicial, desde que
afirmem sua intenção de fazê-lo na petição inicial de que trata o art. 51 desta
Lei.
95
ultrapassarem os quóruns do art. 45 da LRF, contados por cada uma das
quatro classes.
96
Art. 6º-C. É vedada atribuição de responsabilidade a terceiros em decorrência
do mero inadimplemento de obrigações do devedor falido ou em recuperação
judicial, ressalvadas as garantias reais e fidejussórias, bem como as demais
hipóteses reguladas por esta Lei.
Todavia, essa mesma regra não pode ser imposta aos Juízos de
origem dos credores que se sujeitam à recuperação judicial, mas que, por
algum motivo particular, pretendem também seguir com a discussão da
responsabilidade de terceiros nesses Juízos.
97
O mesmo podemos afirmar quando a pretensão for de imputação de
responsabilidade aos sócios da recuperanda: caso entendamos pela aplicação
da chamada teoria menor ou objetiva da desconsideração da personalidade
jurídica da recuperanda, o art. 6-C da LRF não representa óbice à utilização do
art. 28, §5º, do Código de Defesa do Consumidor.
À vista disso, é preciso atenção para o fato de que não se está sequer
diante de terceiro no sentido processual, mas sim de verdadeira parte, razão
98
porque, também por esse argumento, o art. 6-C da LRF anteriormente
examinado não encontra qualquer campo de aplicação nestes casos.
99
impede o prosseguimento da execução trabalhista contra os devedores
subsidiários.
100
A segunda possibilidade de redirecionamento da execução trabalhista
contra terceiros quando a devedora é recuperanda ocorre nas situações em
que esses terceiros ainda não constam no título executivo por ocasião da
decisão de suspensão das execuções pelo Juízo da Vara Empresarial.
101
que não estiverem abrangidos pelo plano de recuperação, que é o caso dos
bens dos devedores coobrigados.
102
16 de março de 2015 (Código de Processo Civil), não aplicada a suspensão
de que trata o § 3º do art. 134 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015
(Código de Processo Civil).
E aqui essa hermenêutica fica ainda mais clara quando o artigo de lei
afirma textualmente que a desconsideração da personalidade jurídica só pode
ser decretada pelo Juízo falimentar se estiverem presentes os elementos do
art. 50 do Código Civil: é um comando dirigido ao Juiz da Vara Empresarial,
que não embaraça, por si só, a atuação da Justiça do Trabalho nas
reclamatórias trabalhistas singulares.
103
Essa compreensão podemos ver na Súmula nº 54, inciso II, do TRT da
3ª Região e na Orientação Jurisprudencial nº 28, inciso VII, da Seção
Especializada do TRT da 9ª Região, bem como no entendimento atual de
várias Turmas do TST, a exemplo da 3ª Turma, no acórdão do AIRR nº 3-
47.2017.5.02.0011, julgado em 16.10.2019, e da 7ª Turma, no acórdão do
RR nº 550-76.2014.5.02.0081, julgado em 16/2/2022.
104
12. Efeitos da recuperação judicial sobre os
contratos de trabalho ativos
105
Na hipótese de haver resilição contratual motivada pela vontade da
recuperanda ou do trabalhador, todos os direitos decorrentes da modalidade de
extinção são devidos, incluindo a multa do art. 477, §8º, da CLT, em caso de
atraso no pagamento. Ao contrário da quebra, em que essa multa não é devida
por conta de a massa falida não poder dispor de nenhuma parte do seu
patrimônio, na recuperação judicial há a incidência de tal penalidade, conforme
podemos notar na Súmula nº 33 do TRT da 1ª Região e na Súmula nº 26 do
TRT da 17ª Região.
Resumo da aula 3
106
Nesta aula, estudou-se algumas características do plano de
recuperação judicial, principalmente os prazos para pagamento dos
trabalhadores e o deságio que ele pode prever para esses créditos, caso a
proposta para o seu adimplemento ocorra em até um ano da data da decisão
que conceder a recuperação.
107
Até a próxima aula!
108
AULA 4
Falência - Parte I (Conceitos, Sujeitos,
Competência e Classificações dos Créditos)
109
§ 1º O processo de falência atenderá aos princípios da celeridade e da
economia processual, sem prejuízo do contraditório, da ampla defesa e dos
demais princípios previstos na Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015
(Código de Processo Civil).
Mas não são só estas formas jurídicas empresariais que estão sujeitas
à quebra.
110
13.3. Pessoas excluídas da falência
111
exceção que órgão regulador destas últimas é a Agência Nacional de Saúde
Suplementar.
112
Quanto à indivisibilidade, apenas um alerta. As ações promovidas pelo
falido, isto é, aquelas demandas em que ele figure no polo ativo processual,
seguirão tramitando sem qualquer suspensão ou modificação de competência
nos respectivos Juízos de origem, salvo se forem disciplinadas pela lei
falimentar. As novas ações movidas pela massa falida contra terceiros também
seguem a mesma regra de distribuição processual, o que significa dizer apenas
as ações promovidas por terceiros em face da massa falida é que são atraídas
para o Juízo da Vara Empresarial.
113
14. Créditos sujeitos à falência
Para evitar que esses bens sejam liquidados e que seu produto seja
utilizado para satisfazer os credores da massa, os seus terceiros proprietários
estão autorizados pelo caput do art. 85 da LRF a apresentarem pedido de
114
restituição perante o Juízo da Vara Empresarial, para discutir a titularidade dos
ativos e retomar-lhes a posse.
Todavia, prefere-se incluí-los por aqui, uma vez que, dentre eles, há
sim uma série de verdadeiros credores do falido, com a única diferença de que
os seus créditos estão garantidos pela propriedade resolúvel de certos bens,
como já foi tratado no tópico dos créditos excluídos da recuperação judicial.
115
boa-fé, e quando estivermos diante de tributos passíveis de retenção na fonte,
como é o caso do imposto de renda e da contribuição previdenciária incidente
sobre salários pagos aos trabalhadores e retidos pelo devedor, sem repasse à
Fazenda Pública.
116
14.1.2. Créditos extraconcursais
I – (revogado);
§1º As despesas referidas no inciso I-A do caput deste artigo serão pagas
pelo administrador judicial com os recursos disponíveis em caixa.
§2º O disposto neste artigo não afasta a hipótese prevista no art. 122 desta
Lei.
117
Como é fácil perceber, os incisos do art. 84 da LRF estão distribuídos
em ordem de precedência, o que significa que os créditos previstos no inciso I-
A devem ser pagos antes dos positivados no I-B, que são pagos com
preferência sobre os do I-C e assim por diante.
118
tratamento paritário com a remuneração do administrador judicial e auxiliares e
os reembolsos aos membros do comitê de credores.
119
14.1.3. Créditos concursais
IV - (revogado);
V - (revogado);
b) os saldos dos créditos não cobertos pelo produto da alienação dos bens
vinculados ao seu pagamento; e
VII - as multas contratuais e as penas pecuniárias por infração das leis penais
ou administrativas, incluídas as multas tributárias;
120
constituídos antes da decretação de quebra ou antes da distribuição do pedido
da recuperação judicial, se esta tiver sido convolada em falência, concorrendo
em paridade entre si e também com outros créditos equiparados aos
trabalhistas por força de entendimentos jurisprudenciais e legislações
especiais.
121
A natureza alimentar dos honorários de advogado foi consagrada pelo
STF na sua Súmula Vinculante nº 47 e, posteriormente, pelo CPC, no seu
art. 85, §14. À luz desse entendimento do Supremo, o STJ pacificou a matéria
quanto à classificação dos honorários advocatícios na falência, estabelecendo
no REsp Repetitivo nº 1.152.218/RS, julgado em 07/05/2014, que eles
devem ser ranqueados no inciso I do art. 83 da LRF. Por conseguinte,
compreende-se que esses créditos estão igualmente sujeitos à limitação de
cento e cinquenta salários mínimos, posição esta que foi avalizada pela 3ª
Turma do STJ no REsp nº 1.649.774/SP, julgado em 12/02/2019.
122
Concorrem em condições de igualdade com os trabalhadores, os
representantes comerciais, por força de alteração na redação do art. 44 da Lei
nº 4.886/65, pela Lei nº 14.195/21.
Art. 186. O crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for sua
natureza ou o tempo de sua constituição, ressalvados os créditos decorrentes
da legislação do trabalho ou do acidente de trabalho.
123
Dentro da classe dos créditos tributários, os incisos do art. 187
do CTN e os incisos do parágrafo único do art. 29 da Lei nº
6.830/80 ordenavam que se pagasse primeiro os créditos da
União, depois e em concurso os créditos dos Estados e Distrito
Federal e, finalmente e pro rata, os créditos dos municípios.
Todavia no julgamento da ADPF nº 357, ocorrido em
24/06/2021, o STF julgou inconstitucionais esses dispositivos.
124
O disposto nos incisos I, II e III do caput deste artigo não se aplica às
execuções fiscais, admitida, todavia, a competência do Juízo da recuperação
judicial para determinar a substituição dos atos de constrição que recaiam
sobre bens de capital essenciais à manutenção da atividade empresarial até
o encerramento da recuperação judicial, a qual será implementada mediante
a cooperação jurisdicional, na forma do art. 69 da Lei nº 13.105, de 16 de
março de 2015 (Código de Processo Civil), observado o disposto no art. 805
do referido Código.
125
antes da vigência da Lei n. 14.112/2020, e desde que não haja pedido de
constrição no Juízo executivo.
(...)
(...)
(...)
126
passam a disputar, em concurso e pro rata com os créditos que elencamos no
parágrafo anterior, o produto da venda dos ativos da massa falida.
127
14.1.3.1. Cessão de crédito
128
judiciais decorrentes de litígio com o devedor necessário para reconhecer seu
crédito.
Resumo da aula 4
129
decretação de falência, limitados a cinco salários-mínimos por trabalhador.
Mais abaixo, depois dos financiadores de eventual recuperação judicial
antecedente e dos pedidos de restituição em dinheiro, estão os créditos dos
trabalhadores constituídos depois da decretação da falência.
130
AULA 5
Falência – Parte II (Procedimento da Falência e
Responsabilidades na Falência)
II – executado por qualquer quantia líquida, não paga, não deposita e não
nomeia à penhora bens suficientes dentro do prazo legal;
III – pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de plano de
recuperação judicial:
b) realiza ou, por atos inequívocos, tenta realizar, com o objetivo de retardar
pagamentos ou fraudar credores, negócio simulado ou alienação de parte ou
da totalidade de seu ativo a terceiro, credor ou não;
131
e) dá ou reforça garantia a credor por dívida contraída anteriormente sem
ficar com bens livres e desembaraçados suficientes para saldar seu passivo;
132
previstas no plano de recuperação judicial durante o período de fiscalização
que, como vimos anteriormente, pode durar até dois anos contados da
concessão da recuperação, na forma do art. 61 da LRF. Passados esses dois
anos, o descumprimento do plano não motivará a convolação da recuperação
judicial em falência, mas permitirá que o credor, já com o crédito novado,
apresente pedido falimentar autônomo.
133
16.3. Efeitos da decretação de falência
134
tudo de acordo com jurisprudência do STF (AgRr no CC nº 95.001/BA,
julgado em 29/04/2009).
Além disso, com todas as ressalvas que foram feitas quando se tratou
da classificação dos créditos na falência, aqui também acabam sendo afetadas
as execuções de contribuição previdenciária decorrente de condenação
trabalhista, de custas processuais e de multas administrativas impostas pela
fiscalização do trabalho. Esses créditos fiscais e outros de mesma natureza,
por ordem do art. 7º-A da LRF, estarão sujeitos ao incidente de classificação
do crédito público, o qual também provoca o efeito da suspensão.
135
esses incidentes. Para chegar a essa etapa processual, nunca é demais
lembrar, a massa falida está dispensada pela Súmula nº 86 do TST do
recolhimento de custas e do depósito recursal, bem como da garantia do juízo
demandada pelo art. 884 da CLT, esta por força de jurisprudência unânime
em todos os Tribunais trabalhistas.
VI - o encerramento da falência nos termos dos arts. 114-A ou 156 desta Lei.
136
16.4. Verificação e habilitação dos créditos na falência
137
fins de apuração e futuro recolhimento de imposto de renda, tudo isso
acrescido de correção monetária e juros, estes somente até a data da
decretação da falência. De forma muito semelhante, a Consolidação de
Provimentos de Provimentos da Corregedoria Geral da Justiça do Trabalho
reprisa tais elementos obrigatórios no seu art. 112, §2º.
138
Art. 163. Nas reclamações trabalhistas ajuizadas contra massa falida,
apurados os valores devidos a título de contribuições sociais, será expedida
certidão de habilitação de crédito previdenciário, que deverá conter:
II - número do processo;
III - identificação das partes, com a informação dos números do CPF e CNPJ;
Art. 164. À certidão de que trata o artigo anterior será anexada cópia dos
seguintes documentos:
I - petição inicial;
139
prazo decadencial de três anos para a habilitação do crédito na falência,
bastante relevante aos credores trabalhistas.
140
Tratava-se de sentença de caráter meramente terminativo, que não
impedia que o credor não atendido na falência retornasse para a sua execução
singular originária para prosseguir com atos expropriatórios contra o falido ou
eventuais terceiros responsáveis.
VI - o encerramento da falência nos termos dos arts. 114-A ou 156 desta Lei.
III - o executado obtiver, por qualquer outro meio, a extinção total da dívida;
141
execução, pela verificação de uma das hipóteses contempladas nos incisos II,
III, IV e V do artigo 924 do CPC, por se achar exaurida a prestação
jurisdicional.
142
sua habilitação e ainda tenha que pagar custas, de acordo com o art. 10, §§3º
e 4º, da LRF.
Art. 10. Não observado o prazo estipulado no art. 7º, §1º, desta Lei, as
habilitações de crédito serão recebidas como retardatárias. (...)
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Orientação Jurisprudencial nº 28 da Seção Especializada em Execução do
TRT da 9ª Região. (...) III - Falência e Recuperação Judicial. Reserva de
crédito. Valor estimado. A reserva de crédito na recuperação judicial ou na
falência (artigo 6º, § 3º, da Lei 11.101/2005) exige a presença de requisitos
que justifiquem o exercício do poder de cautela do juiz, sendo prescindível
decisão com trânsito em julgado.
Art. 109. O estabelecimento será lacrado sempre que houver risco para a
execução da etapa de arrecadação ou para a preservação dos bens da
massa falida ou dos interesses dos credores.
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recomenda a alienação em bloco dos móveis e imóveis e, só em último caso, a
venda de cada um deles individualmente.
Art. 139. Logo após a arrecadação dos bens, com a juntada do respectivo
auto ao processo de falência, será iniciada a realização do ativo.
Art. 140. A alienação dos bens será realizada de uma das seguintes formas,
observada a seguinte ordem de preferência:
145
Assim como mencionamos no capítulo da recuperação judicial, o art.
141, inciso II, da LRF protege expressamente apenas quem arremata sem
fraude os ativos da massa falida, inclusive afirmando o seu §2º que os
empregados do falido que forem por ele contratados o serão mediante novos
contratos de trabalho, sem o advento da sucessão trabalhista. Porém, em
nenhuma passagem da LRF há previsão semelhante para o locatário ou
arrendatário.
Para finalizar, questão interessante que foi introduzida no art. 142, §2º-
A, da LRF pela lei da reforma recuperacional e falimentar é a de que a
alienação dos ativos da massa falida deve ser feita independentemente de a
conjuntura do mercado no momento da venda ser favorável ou desfavorável,
dado o caráter forçado da venda, e não estará sujeita à aplicação do conceito
de preço vil.
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18. Pagamento aos credores
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provisória das atividades do falido. Eles estão elencados no inciso I-D do art.
84 da LRF.
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dos pagamentos feitos aos credores, e as responsabilidades com que
continuará o falido, tudo no modo do art. 155 da LRF.
De posse desse relatório, o art. 156 da LRF prevê que o Juiz da Vara
Empresarial então proferirá a sentença de encerramento da falência, com
publicação de edital e intimação das Fazendas Públicas, além de determinação
de baixa do CNPJ do falido junto à Receita Federal do Brasil.
Art. 156. Apresentado o relatório final, o juiz encerrará a falência por sentença
e ordenará a intimação eletrônica às Fazendas Públicas federal e de todos os
Estados, Distrito Federal e Municípios em que o devedor tiver
estabelecimento e determinará a baixa da falida no Cadastro Nacional da
Pessoa Jurídica (CNPJ), expedido pela Secretaria Especial da Receita
Federal do Brasil.
III - (revogado);
IV - (revogado);
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V - o decurso do prazo de 3 (três) anos, contado da decretação da falência,
ressalvada a utilização dos bens arrecadados anteriormente, que serão
destinados à liquidação para a satisfação dos credores habilitados ou com
pedido de reserva realizado;
VI - o encerramento da falência nos termos dos arts. 114-A ou 156 desta Lei.
150
expressa do art. 191 do CTN, lei com força complementar, precisam ser
necessariamente quitados para serem extintos, não sendo atingidos pelo art.
158 da LRF, lei de caráter ordinário.
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contra o solidariamente coobrigado, até por força de interpretação analógica do
art. 127 da LRF.
152
A legitimidade da execução na Justiça do Trabalho de bens que,
a despeito de não integrarem a massa falida, pertencem a
pessoa jurídica do mesmo grupo econômico de sociedade
submetida a procedimento falimentar era objeto do Tema de
Repercussão Geral nº 878 do STF. Entretanto, em 18/03/2016 o
Supremo entendeu ser de natureza infraconstitucional a
controvérsia e desafetou a repercussão geral dessa temática.
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responsabilidade dos sócios, leia-se o art. 28, §5º do Código de Defesa do
Consumidor.
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dos contratos de trabalho subsistem sem qualquer alteração mesmo no caso
de falência, na forma do art. 449 da CLT.
Essa multa e também a do art. 467 da CLT não são devidas pela
massa falida, por força da conhecida Súmula nº 388 do TST.
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Resumo da aula 5
Espera-se que o curso tenha sido proveitoso e que ele seja um auxílio
na prática jurisdicional diária.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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______. Reforma da lei de recuperação judicial e impactos na
execução trabalhista. Youtube, 25 mar. 2021. Disponível em
www.youtube.com/watch?v=YeOPneYod40, acesso em 26 fev. 2023.
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