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RESPONSÁVEIS DE CONTEÚDO:

André Luiz Mafra de Medeiros – Engenheiro Eletricista


Diretor Técnico

Amanda Soares Chulú – Engenheira Eletricista


Redação/Pesquisa

Alessandro Costa Pinto – Engenheiro Eletricista


Suporte Técnico

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SUMÁRIO

1. PROJETOS ELÉTRICOS................................................................................. 4
2. O QUE É UMA PLANTA BAIXA ARQUITETONICA? ..................................... 4
3. O QUE É O QUADRO DE CARGAS? ............................................................. 7
4. COMO LER E INTERPRETAR DIAGRAMAS ELÉTRICOS .......................... 7
4.1 DIAGRAMA UNIFILAR: .............................................................................. 8
4.2 DIAGRAMA TRIFILAR: ............................................................................. 9
4.3 DIAGRAMA MULTIFILAR: ...................................................................... 10
4.4 DIAGRAMA FUNCIONAL ....................................................................... 11
5 O QUE É MEMORIAL DESCRITIVO? .......................................................... 12
6 O QUE SÃO AS NOTAS TÉCNICAS ........................................................... 13
7 NORMAS UTILIZADAS ................................................................................. 14
8 PARA QUE SERVE A ESCALA CARTOGRÁFICA EM PROJETOS? ........ 15
9 TIPOS DE SIMBOLOGIAS MAIS USADAS EM PROJETOS ELÉTRICOS 15
10 COMO LANÇAR E DISTRIBUIR OS PONTOS DE ILUMINAÇÃO? ........... 17
10.1 LÂMPADAS DE LED ............................................................................ 18
10.2 PROJETO LUMINOTÉCNICO ............................................................ 19
10.3 ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA ....................................................... 20
11 COMO LANÇAR E DISTRIBUIR OS PONTOS DE TOMADAS? ................ 20
11.1 LOCALIZAÇÃO E QUANTIDADE ....................................................... 20
11.2 PREVISÃO DE CARGA PARA OS PONTOS DE TOMADAS ........... 22
12 QUAIS OS SOFTWARES MAIS UTILIZADOS PARA PROJETOS
ELÉTRICOS? ....................................................................................................... 23
13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................... 25

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1. PROJETOS ELÉTRICOS

O planejamento das instalações elétricas é chamado de projeto elétrico e é


composto por documentos e desenhos técnicos acerca de uma determinada
instalação.
Compõem um projeto elétrico: planta baixa, quadro de cargas, diagramas,
notas técnicas, legenda, lista de materiais, memorial descritivo, memória de
cálculo e especificações técnicas, documentos estes que serão explicados nas
páginas seguintes.
Existem diversos projetos específicos para cada necessidade, como projeto
de padrão de energia, projeto luminotécnico e projeto das instalações elétricas de
baixa tensão. Neste material iremos estudar sobre o projeto das instalações
elétricas internas de baixa tensão, ou seja, projetos elétricos prediais. Nestes, são
determinados os fatores necessários à execução das instalações internas
residenciais e comerciais: pontos de tomadas, lâmpadas, passagem dos
eletrodutos e condutores, dimensionamento de cabos, dispositivos de
proteção, etc.
A elaboração de um projeto elétrico é essencial para uma instalação
adequada à necessidade de cada local, a fim de obter segurança, qualidade,
redução no tempo de execução e redução de gastos não só com material, pois
uma instalação elétrica bem feita afeta diretamente na conta de energia elétrica e
na vida útil dos aparelhos.

2. O QUE É UMA PLANTA BAIXA ARQUITETONICA?

No planejamento de uma obra o primeiro projeto a ser elaborado é o


arquitetônico, pois dele derivam os demais projetos: elétrico, hidrossanitário,
estrutural, etc.
O projeto arquitetônico é a base para elaboração do projeto elétrico, pois
através dele que é possível ter uma noção de onde serão necessários pontos de
energia elétrica, conforme cômodos e eletrodomésticos representados.
Juntamente com as plantas de corte, fachada e situação da obra, a planta
baixa arquitetônica é um item que compõe o projeto arquitetônico. Planta baixa é
a representação da visão de cima do local e é necessária em todos os projetos. É
como se olhasse de um avião sobrevoando uma casa sem telhados, podendo
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observar os locais das paredes, portas e janelas (conhecidas também como
esquadrias), móveis e demais representações que simulem uma foto do local,
conforme pode ser observado na Figura 1 a seguir.

Figura 1 -Planta baixa de uma residência simples


Fonte: ConstruindoDECOR, 2019.

Já as plantas de cortes (Figura 2) são vistas laterais do local e são


necessários para se conhecer os detalhes da obra, tais como a altura das paredes
e consequentemente se naquele local poderá existir uma tomada alta no projeto
elétrico, por exemplo.

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Figura 2 - Exemplos de cortes em projetos
Fonte: Tua casa, 2019.

Através da fachada (vista frontal) e planta situação (localização exata do


endereço) é possível analisar o local adequado para o ponto de entrega de
energia elétrica pela concessionária, bem como o local exato de descida e
percurso dos cabos e eletrodutos até o quadro de medição, levando-se em conta
as cintas, vigas, esquadrias e todos os empecilhos existentes para serem
desviados. A FIGURA 3 e FIGURA 4 são exemplos destes tipo de desenhos.

Figura 3 - Vista frontal


Fonte: Ew7, 2019.

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Figura 4 - Planta situação
Fonte: A arquiteta, 2019.

3. O QUE É O QUADRO DE CARGAS?

É basicamente uma tabela que contém o resultado obtido através dos


cálculos detalhados na memória de cálculo. Elaborado a partir do levantamento de
cargas, o quadro de cargas (Figura 5), como mostra a imagem a seguir, especifica
as características de cada circuito elétrico: demanda, carga instalada, equilíbrio de
fases, bitola dos cabos e dispositivo de proteção mais eficaz para cada tipo de
carga, seja ela resistiva, indutiva ou capacitiva.

Figura 5 - Quadro de cargas de um projeto elétrico


Fonte: QI Suporte – Alto QI, 2019.

4. COMO LER E INTERPRETAR DIAGRAMAS ELÉTRICOS

Primeiramente é importante saber que os diagramas são desenhos


técnicos que utilizam símbolos para representar os componentes das
instalações elétricas. Com a finalidade de definir as características da instalação,
os diagramas contêm a representação dos dispositivos de proteção e condutores

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elétricos. São utilizados principalmente para representar os quadros (que podem
ser de distribuição, medição, automação...)
O diagrama é essencial num projeto elétrico, pois o mesmo facilita a
manutenção e é fundamental para a segurança nas instalações, tanto é que o item
10.2.3 da NR 10 refere-se à obrigatoriedade do diagrama nas instalações de
empresas:

"As empresas estão obrigadas a manter esquemas unifilares atualizados


das instalações elétricas dos seus estabelecimentos com as
especificações do sistema de aterramento e demais equipamentos e
dispositivos de proteção." (D.O.U, 2004)

Existem vários tipos de diagramas, que são: unifilares, trifilares,


multifilares e funcionais, cabe ao projetista utilizar o mais adequado ao projeto
ou utilizar mais de um modelo, se necessário.

4.1 DIAGRAMA UNIFILAR:

Feito com base na planta baixa arquitetônica, esse é o modelo mais


conhecido. É a especificação através de um só traço que representa de forma
simplificada a instalação desde a sua alimentação até os quadros, como é
possível observar na Figura 6.

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Figura 6 - Diagrama unifilar
Fonte: QI Suporte – Alto QI, 2019.

4.2 DIAGRAMA TRIFILAR:

Como o próprio nome já indica, é parecido com o diagrama unifilar, porém


demostra as três fases da instalação elétrica e é mais utilizado em circuitos de
comando para motores trifásicos, como pode ser visto na Figura 7 abaixo.

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Figura 7 - Diagrama trifilar
Fonte: Portal da Engenharia, 2019.

4.3 DIAGRAMA MULTIFILAR:

Por ser mais detalhado e mostrar tudo acerca da instalação, esse modelo é
menos utilizado, pois pode ficar muito complicado para representar instalações
mais complexas. Nele é detalhado até o posicionamento exato dos condutores,
como podemos observar na Figura 8.

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Figura 8 - Diagrama multifilar
Fonte: QI Suporte – Alto QI, 2008.

4.4 DIAGRAMA FUNCIONAL

É um esquema de ligação utilizado para representar simplificadamente uma


parte específica da instalação de forma bem clara, pode ser usado, por exemplo,
para mostrar como é feita a instalação de um interruptor juntamente com uma
lâmpada, mostrando onde liga o fio neutro, a fase e onde essa deve ser
interrompida, como pode ser visto na.Figura 9

Figura 9 - Diagrama funcional


Fonte: Gambiarrista, 2019.

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Comparando:

Figura 10 - Comparativo dos diagramas multifilar e unifilar


Fonte: Portal da Engenharia, 2019.

Portanto, para ler e interpretar um diagrama elétrico, primeiramente deve-se


conhecer os símbolos dos componentes utilizados e seus respectivos significados.
Depois, analisar o "desenho" como um todo, interpretando onde irá ficar cada
componente e o caminho que a corrente vai percorrer a partir da alimentação de
energia.

5 O QUE É MEMORIAL DESCRITIVO?

Como o próprio nome já indica, é um documento anexo ao projeto que tem


a finalidade de descrever minuciosamente em forma de texto, como foi feito o
projeto. É como um relatório que relata todos os ocorridos, afinal são vários os
cálculos, desenhos e documentos que devem ser elaborados para um projeto
elétrico completo e de qualidade.
E como possuem vários cálculos, é interessante deixar a MEMÓRIA DE
CÁLCULO no projeto. A memória de calculo nada mais é do que a apresentação
detalhada dos cálculos feitos para o dimensionamento do projeto, ou seja,
estamos provando o resultado apresentado em projeto, trazendo confiabilidade ao
projeto e entendimento a quem for executa-lo.
Conforme projeto arquitetônico e área de atuação de cada projeto devem
ser feito o dimensionamento dos componentes elétricos e para isso são
necessários alguns cálculos, que podem ser apresentados na memória de cálculo,

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que nada mais é que a apresentação detalhada dos cálculos feitos para obter o
dimensionamento dos dispositivos indicados no quadro de cargas e diagramas
que compõem o projeto.
É importante para atestar a confiabilidade do sistema projetado, bem como
identificar possíveis erros e facilitar para que outro profissional entenda o porquê
de determinado componente ter sido indicado.
No geral, a grande maioria dos softwares profissionais já fazem estes
cálculos, porém também são validos os cálculos feitos ―manualmente‖, como o
Excel por exemplo.
Portanto, o memorial descritivo serve como um ―manual‖ contendo as
orientações para o entendimento e execução do projeto em questão.
Outro item que é necessário colocar no Memorial Descritivo é a
ESPECIFICAÇÃO TECNICA dos materiais que foram projetados.
As especificações técnicas servem para não haver dúvidas quanto às
características dos materiais a serem utilizados na execução da instalação, tais
como especificação do material de fabricação ou da norma que este deve atender,
e às vezes até a marca do produto, com base nas normas técnicas e
especificações dos fabricantes acerca dos dispositivos elétricos a serem
utilizados.
Em resumo, as especificações técnicas complementam o que foi
―desenhado‖ projeto.

6 O QUE SÃO AS NOTAS TÉCNICAS

NOTAS TÉCNICAS são todas as observações e orientações que devem


ser seguidas na execução do projeto, conforme normas técnicas e utilização de
cada projeto. Deve conter apenas o que será útil e relevante a quem for ler o
projeto.
Podem ser inseridas nas pranchas que compõem o projeto (normalmente
isso ocorre com as notas mais relevantes), no memorial descritivo ou nas
especificações técnicas do projeto.

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7 NORMAS UTILIZADAS

As normas técnicas são como manuais e devem ser seguidas na


elaboração de todo projeto, pois elas são resultado de análises técnicas
realizadas. As NBR's (Normas Brasileiras de Regulamentação) são regidas pela
ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), que possui um site onde é
possível verificar todas as normas vigentes, bem como as atualizações que
ocorrem ao longo do tempo.
Para a elaboração de projetos elétricos de baixa tensão devemos
considerar várias normas, sendo que a primeira é a mais utilizada:
 NBR 5410/2004 versão corrigida 2008: descreve todos os parâmetros
sobre as instalações elétricas de baixa tensão, tornando-se o
documento mais importante para a elaboração de um projeto elétrico;
 NR 10/1978, atualizada em 2016: segurança em instalações e serviços
em eletricidade (essa é uma norma bem ampla e necessária, por isso
temos um curso exclusivo de NR 10 em nosso site);
 NBR 5444/1989: apesar de cancelada em 2014, essa NBR continua
sendo considerada para símbolos gráficos para instalações elétricas
prediais;
 NBR 14136/2012, errata 4/2013: plugues e tomadas para uso
doméstico e análogo até 20 A/250 V em corrente alternada —
Padronização;
 NBR ISO 8995-1/2013 (substitui a NBR 5413/1992): Iluminação de
ambientes de trabalho - Parte 1 – Interior: Essa norma consiste no
estudo acerca da iluminação para locais de trabalho, levando-se em
consideração todos os fatores que possam influenciar no desempenho
das atividades, bem como na qualidade visual, comodidade e
segurança. (ABNT, 2013) Como ela detalha bastante esse assunto, é
mais utilizada para projetos luminotécnicos.
 NBR 10898/2013: Sistema de iluminação de emergência.
Também é importante considerar as normas da concessionária local de
energia (Cemig, Coelba, Eletropaulo, etc) ainda que seja um projeto somente das
instalações internas, pois é imprescindível saber a forma de alimentação dos
quadros para fazer o dimensionamento da instalação.
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8 PARA QUE SERVE A ESCALA CARTOGRÁFICA EM PROJETOS?

Segundo PEREIRA (2019), a escala cartográfica ―é a relação entre a


realidade e o que está sendo representado no papel‖.
Nos projetos de engenharia, a escala é utilizada para representar os locais
das obras, para que não se percam as referências de espaço, já que desenhar em
medidas reais é inviável. Por exemplo, ao invés de desenhar uma casa com 30
metros de comprimento por 15 metros de largura em medidas reais, podemos
utilizar a escala 1:100 (um para cem), ou seja, para cada centímetro considerar
100, então ao desenhar esse projeto pode-se considerar apenas 30 por 15
centímetros, já que cada centímetro desenhado representa 100 centímetros, ou
seja, 1 metro.
A ferramenta utilizada para fazer essa conversão de forma simples e rápida
é chamada de escalímetro, que se assemelha a uma régua, conforme Imagem 1
abaixo.

Imagem 1 - escalímetro
Fonte: Total Construção, 2019.

Para utilizar o escalímetro basta colocar a ferramenta por cima do papel


impresso, conforme escala indicada no projeto e depois observar em que medida
parou.

9 TIPOS DE SIMBOLOGIAS MAIS USADAS EM PROJETOS ELÉTRICOS

Para representar os componentes da instalação são utilizados


símbolos/representações gráficas nos projetos e esses são identificados na
legenda que é colocada em todo projeto. Existem vários símbolos para um
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mesmo componente, cada projetista desenha do seu jeito, porém, a NBR 5444 foi
criada em 1989 e cancelada sem substituição em 2014, por ser bastante antiga e
desatualizada, mas ainda assim continua sendo utilizada pelos projetistas
brasileiros, uma vez que as normas recomendadas pela ABNT ainda estão em
outro idioma (NBR IEC 60617 e 60417).
Na Figura 11 a seguir, uma legenda com alguns dos símbolos mais
utilizados.

Figura 11 - Legenda em um projeto elétrico


Fonte: Arquivo pessoal, 2019.

Como é possível observar, normalmente as tomadas são representadas por


setas, que são diferenciadas conforme a altura do piso até o ponto em que serão
instaladas.
Junto dos símbolos dos componentes/peças são colocados os dados
necessários - de forma resumida para não "poluir" a prancha - como por exemplo,
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número do circuito, ao longo dos "cabos" colocam-se as indicações de bitola dos
cabos, quantas fases irão passar, etc.
10 COMO LANÇAR E DISTRIBUIR OS PONTOS DE ILUMINAÇÃO?

Conforme estabelece o item 4.2.1.2.2 da NBR 5410: ―as cargas de


iluminação devem ser determinadas como resultado da aplicação da ABNT NBR
5413‖ (substituída em 2013 pela NBR ISO 8995-1, que trata especificamente da
―Iluminação de ambientes de trabalho‖).
A NBR 5410/2008 estabelece que ―em cada cômodo ou dependência deve
ser previsto pelo menos um ponto de luz fixo no teto, comandado por interruptor‖ –
salvos os casos em que não é possível essa fixação (item 9.5.2.1.1) – e que os
pontos de iluminação sejam dispostos conforme a área do local a ser iluminado,
como veremos a seguir, em um trecho do item 9.5.2.1.2:

a) em cômodos ou dependências com área igual ou inferior a 6 m2, deve


ser prevista uma carga mínima de 100 VA;
b) em cômodo ou dependências com área superior a 6 m2, deve ser
prevista uma carga mínima de 100 VA para os primeiros 6 m2, acrescida
de 60 VA para cada aumento de 4 m2 inteiros.

Em resumo, a Tabela 1 demonstra a aplicação desta regra:

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Tabela 1 - Previsão de carga - iluminação
Fonte: slideplayer/ Profa. Dra. Ana Carolina Canoas Asada, 2019.

Além de definir os pontos de iluminação também devem ser indicados seus


respectivos interruptores - que podem ser simples, paralelo (ou three way),
sensores de presença, fotocélulas, etc e podem conter 1, 2 ou mais teclas - todos
com a indicação do ponto de comando fazendo uma referência à lâmpada que
este irá apagar, bem como os circuitos as quais pertencem.
Ainda no item 9.5.2.1.2 da 5410, existe uma observação muito importante:
―os valores apurados correspondem à potência destinada a iluminação para efeito
de dimensionamento dos circuitos, e não necessariamente à potência nominal das
lâmpadas‖, pois além de ser dada em Watts(W), não é a potência elétrica de cada
lâmpada que determina a intensidade da iluminação, como muitos leigos
acreditam, e sim a quantidade de lúmens.

10.1 LÂMPADAS DE LED

É importante ressaltar também que na NBR 5410 os valores de potência


mínima para cada ambiente foram estabelecidos levando-se em consideração as
tecnologias vigentes na época da elaboração da norma (lâmpadas
incandescentes, por exemplo), mas atualmente existem produtos com eficiência
energética bem maior, como é o caso das lâmpadas de LED, o que torna
desnecessária tanta potência elétrica já que uma lâmpada de 100W
incandescente equivale, em média, à uma de 15W LED, como podemos ver na
tabela a seguir.

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Tabela 2 - Equivalência entre lâmpadas
Fonte: http://senhorpardal.com.br, 2016.

Para esta tabela vale uma observação: os números acima podem variar de
um fabricante para outro, uma vez que uma lâmpada com mesma potência elétrica
pode ter quantidade de lúmens variável entre fabricantes, por isso a tabela acima
é apenas uma média de valores.

10.2 PROJETO LUMINOTÉCNICO

Ainda que a norma exija no mínimo um ponto de iluminação por cômodo,


deve ser levada em consideração a necessidade de cada ambiente, bem como
acabamento estético que o cliente deseja, o que muitas vezes ocasiona em um
número maior de luminárias num mesmo cômodo.
Para esse sistema de iluminação mais detalhado e eficaz pode ser feito o
projeto luminotécnico, que é um complemento ao projeto das instalações elétricas
internas e tem por finalidade determinar características ―como modelo e
quantidade de luminárias a serem utilizadas proporcionando eficiência energética,
qualidade visual e iluminação adequada a cada ambiente levando-se em conta a
capacidade de investimento do cliente.‖ (CHULÚ, et al,2016)
No projeto luminotécnico são especificados os pontos e dimensionamento
referentes à iluminação que cada ambiente requer, conforme cálculos realizados
levando-se em consideração fatores como temperatura de cor e fluxo luminoso/
quantidade de lúmens necessários, dentre vários outros aspectos que são
tratados na NBR ISO 8995.

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10.3 ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA

Também devem ser previstos os pontos para iluminação de emergência,


que normalmente ocorrem por meio de tomadas que irão recarregar as pilhas (ou
baterias) das luminárias e na falta de energia elétrica, as luminárias funcionarão
automaticamente através da fonte de energia que vêm nas próprias luminárias..

11 COMO LANÇAR E DISTRIBUIR OS PONTOS DE TOMADAS?

11.1 LOCALIZAÇÃO E QUANTIDADE

Os pontos de tomadas são definidos conforme a utilização do ambiente e


aparelhos a serem utilizados em determinado local, observando-se no mínimo os
seguintes critérios da NBR 5410:

―a) em banheiros, deve ser previsto pelo menos um ponto de tomada,


próximo ao lavatório (...);
b) em cozinhas, copas, copas-cozinhas, áreas de serviço (...) e locais
análogos, deve ser previsto no mínimo um ponto de tomada para cada
3,5 m, ou fração, de perímetro, sendo que acima da bancada da pia
devem ser previstas no mínimo duas tomadas de corrente, no mesmo
ponto ou em pontos distintos;
c) em varandas, deve ser previsto pelo menos um ponto de tomada;
NOTA Admite-se que o ponto de tomada não seja instalado na própria
varanda, mas próximo ao seu acesso, quando a varanda, por razões
construtivas, não comportar o ponto de tomada, quando sua área for
inferior a 2 m2 ou, ainda, quando sua profundidade for inferior a 0,80 m.
d) em salas e dormitórios devem ser previstos pelo menos um ponto de
tomada para cada 5 m, ou fração, de perímetro, devendo esses pontos
ser espaçados tão uniformemente quanto possível;
NOTA Particularmente no caso de salas de estar, deve-se atentar para a
possibilidade de que um ponto de tomada venha a ser usado para
alimentação de mais de um equipamento, sendo recomendável equipá-lo,
portanto, com a quantidade de tomadas julgada adequada.
e) em cada um dos demais cômodos e dependências de habitação
devem ser previstos pelo menos:
- um ponto de tomada, se a área do cômodo ou dependência for igual ou
inferior a 2,25 m2. Admite-se que esse ponto seja posicionado

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externamente ao cômodo ou dependência, a até 0,80 m no máximo de
sua porta de acesso;
- um ponto de tomada, se a área do cômodo ou dependência for superior
a 2,25 m2
e igual ou inferior a 6 m2;
- um ponto de tomada para cada 5 m, ou fração, de perímetro, se a área
do cômodo ou dependência for superior a 6 m2, devendo esses pontos
ser espaçados tão uniformemente quanto possível.‖

Conforme determina a norma, a Tabela 3 demonstra a aplicação dessas


regras em que estabelece a quantidade mínima de pontos de tomadas para cada
cômodo:

Tabela 3 - Quantidade mínima de tomadas por cômodo


Fonte: slideplayer/ Profa. Dra. Ana Carolina Canoas Asada, 2019.

É importante ressaltar que "um ponto de tomada pode conter uma ou mais
tomadas de corrente‖ (ABNT, 2008) e além do que prevê a norma, as tomadas
devem existir conforme localização da carga a ser utilizada, demonstrando um dos
motivos pelo qual é de suma importância um projeto arquitetônico bem elaborado
e com riqueza de detalhes.

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11.2 PREVISÃO DE CARGA PARA OS PONTOS DE TOMADAS

Existem dois tipos de tomadas: TUG e TUE. As Tomadas de Uso Geral


(TUG) como o próprio nome já indica, são para o uso de aparelhos elétricos
diversos com baixa potência elétrica, e as Tomadas de Uso Específico (TUE) têm
por finalidade algum aparelho em específico, quando este tem uma potência
elétrica maior, o que requer um circuito especial e geralmente exclusivo para
determinada finalidade. Sendo assim, devem ser seguidas as seguintes
exigências da norma:

―(...)
c) quando um ponto de tomada for previsto para uso específico, deve ser
a ele atribuída uma potência igual à potência nominal do equipamento a
ser alimentado ou à soma das potências nominais dos equipamentos a
serem alimentados. (...)
d) os pontos de tomada de uso específico devem ser localizados no
máximo a 1,5 m do ponto previsto para a localização do equipamento a
ser alimentado;
e) os pontos de tomada destinados a alimentar mais de um equipamento
devem ser providos com a quantidade adequada de tomadas.‖ (ABNT,
2008)

Quanto às potências atribuíveis aos pontos de tomada, a NBR 5410


estabelece o seguinte:

―A potência a ser atribuída a cada ponto de tomada é função dos


equipamentos que ele poderá vir a alimentar e não deve ser inferior aos
seguintes valores mínimos:
a) em banheiros, cozinhas, copas, copas-cozinhas, áreas de serviço,
lavanderias e locais análogos, no mínimo 600 VA por ponto de tomada,
até três pontos, e 100 VA por ponto para os excedentes, considerando-se
cada um desses ambientes separadamente. (...)
b) nos demais cômodos ou dependências, no mínimo 100 VA por ponto
de tomada.‖

A Tabela 4 a seguir, demonstra a previsão de carga conforme norma descrita


acima:

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Tabela 4 - Previsão de carga - tomadas
Fonte: slideplayer/ Profa. Dra. Ana Carolina Canoas Asada, 2019.

Conforme destacado com * na tabela acima, foi aumentado o número de


tomadas na sala e dormitórios, já que no cálculo da quantidade mínima o
resultado foi três e na previsão de carga foram consideradas quatro tomadas (que
pode ser devido à quantidade de paredes para ter mais opção na utilização),
mostrando que podemos adequar a norma às necessidades de cada local, desde
que obedeça aos critérios mínimos.

12 QUAIS OS SOFTWARES MAIS UTILIZADOS PARA PROJETOS


ELÉTRICOS?

Existem vários softwares para elaboração de projetos, podendo ser gratuito


ou pago, online ou físico, o mais conhecido de forma geral na engenharia é o
AutoCad, mas existem várias outras opções para substituí-lo e principalmente
complementá-lo, pois o uso de aplicativos adicionais otimiza muito o tempo e a
praticidade na elaboração de projetos, já que muitas vezes existem até
desenhos/blocos prontos com detalhes. Cabe ao projetista escolher o software
que mais se adapta à sua área de atuação e disponibilidade de recursos
financeiros.
Geralmente esses softwares profissionais são pagos e para utilizá-los é
necessário baixar a instalação pelo site ou CD de instalação, e sua chave de
acesso é parecida com um pen-drive, que deve estar plugado no computador a
ser utilizado. Além do acesso através desse "pen-drive", o programa também pode

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ser utilizado de forma compartilhada na rede, conforme foi feita a adesão do
software. Em ambos os casos é necessário o pagamento para liberação da chave
de acesso.
Para projetos elétricos, por exemplo, os softwares podem variar suas
funções conforme cada empresa e pacote contratado, mas normalmente os
programas profissionais possuem as funções de dimensionamento de circuitos,
distribuição automática de eletrodutos e fiação, geração de quadros de cargas,
diagramas, planilha Sinapi e Setop, lista de materiais, cadastramento de produtos,
ferramentas para projetos de SPDA e cabeamento estruturado, bem como normas
necessárias à elaboração e regulamentação das instalações elétricas, entre elas
as normas de distribuição das concessionárias de energia, por exemplo.
Os softwares profissionais próprios para instalações elétricas em baixa
tensão mais conhecidos são o Pró-Elétrica, CAD Proj e Alto QI/Lumine que são os
mais utilizados para projetos de instalações elétricas prediais e o DiaLux para
projetos luminotécnicos, todos são pagos.
Porém atualmente existem muitos aplicativos para baixar em smartphones
ou utilizar de forma online e gratuita, através de sites, como por exemplo o Woca
da Ocalev que permite utilizar algumas funções gratuitamente.
Portanto, são várias as opções para facilitar a elaboração de projetos
elétricos, cabe ao profissional se qualificar e estar sempre atualizado com o que
há de melhor no mercado, pois a qualificação profissional é fundamental para a
execução de um serviço com qualidade e segurança, conforme normas técnicas e
orientações de fabricantes.

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13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) https://www.abntcatalogo.com.br/


NBR 5410/2004: Instalações elétricas de baixa tensão;
NR 10/2016: Segurança em instalações e serviços em eletricidade;
NBR 5444/1989: Símbolos gráficos para instalações elétricas prediais;
NBR 14136/2012, errata 4/2013: Plugues e tomadas para uso doméstico e análogo até 20
A/250 V em corrente alternada — Padronização;
NBR ISO 8995-1/2013: Iluminação de ambientes de trabalho - Parte 1 - Interior;
NBR 5413
NBR 10898/2013: Sistema de iluminação de emergência.
Diário Oficial da União (D.O.U, 2004), item 10.2.3 da NR 10
Autodesk
Multiplus/ Pró eletrica
CAD Proj
QI suporte – Alto QI, 2019
Woca/Ocalev
construindodecor, 2019.
Tua casa, 2019
EW7, 2019.
A arquiteta, 2019.
SKZ engenharia, 2019.
Portal da engenharia, 2019.
Gambiarrista, 2019.
Pereira (2019) blog do ENEM
Total construção, 2019.
SEL Instalações Elétricas 1 aula 4 - Projeto de instalações elétricas... continuação Profa.
Dra. Ana Carolina Canoas Asada sala 95. Disponível em
https://slideplayer.com.br/slide/12202279/ acesso em 24 dez 2019 às 18h00min
Equivalência entre lâmpadas de LED e convencional
http://edificasarevendedora.com.br/equivalencia-entre-lampadas-de-led/
Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (CREA MG)
http://servicos.crea-mg.org.br/natcgi/atendeweb.exe

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Normas da ABNT para montar pranchas de projetos
posted on 17 de janeiro de 2014 by Daniel Henrique Arantes
https://cad.cursosguru.com.br/normas-da-abnt-para-montar-pranchas-de-projetos/

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