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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
PREDIAIS
AULA 2
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CONVERSA INICIAL
Olá, seja bem-vindo a mais uma aula de instalações elétricas prediais. Anteriormente aprendemos
alguns conceitos básicos relacionados às instalações de baixa tensão, mas o pontapé inicial para
Existem várias etapas introdutórias antes de pensarmos em qual será o condutor mais adequado
ou qual disjuntor adotar para certa carga. Dentre esses procedimentos, estudaremos os ambientes da
5410.
Vamos nos basear nos critérios da norma para estabelecer os circuitos de iluminação e tomadas,
Um projeto de instalações elétricas prediais se inicia pelo estudo do ambiente. Já vimos que, para
uma iluminação adequada, é importante conhecer a cor do teto, as paredes e os objetos no seu
interior. Mas, se você parar para pensar, vai perceber que a maioria dos projetos são solicitados ainda
Muitas vezes o engenheiro recebe uma solicitação de projeto sem saber dos planos
arquitetônicos ou decorativos para uma obra específica. Idealmente, é necessário conhecer o tipo de
uso do cômodo, assim como o mobiliário que será instalado, a cor da pintura e até mesmo os objetos
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Mas por quê? Imagine um dormitório totalmente vazio; você, como projetista, irá definir o local
de instalação das tomadas. Como havia uma grande parede vazia, dois dos pontos previstos para o
cômodo ficaram ali definidos. Apenas depois da instalação você é avisado de que o cliente decidiu
colocar ali o guarda-roupas do casal (closet), e será necessário realocar os pontos de tomada. E aí,
como fazer? Por isso é importante conhecer todos os detalhes antes de iniciar uma obra.
Obras com um projeto luminotécnico que conheça todas as necessidades para tomadas são
vantajosas no início de um projeto elétrico. Mas, como já falamos, nem sempre temos essas
informações detalhadas com antecedência. Assim, quem nos dá base e referências para elaborar um
projeto que atenda aos critérios mínimos de utilização é a NBR 5410 – Instalações elétricas de baixa
tensão.
Uma das primeiras etapas que surgem ao iniciar um projeto é o que chamamos de previsão de
cargas. Num projeto residencial, as cargas são basicamente tomadas, iluminação e algumas cargas de
maior consumo, como chuveiros e fornos. Já no caso de instalações industriais, devemos considerar
Essa previsão consiste em estimar as cargas que se destinarão aos ambientes, como a potência
Isso se deve a uma análise de estimativa para propor – tanto para as tomadas quanto para a
iluminação – os valores mínimos necessários para que uma instalação não fique subdimensionada ao
usuário. Vale ressaltar que o projetista tem total liberdade para utilizar mais do que os valores
mínimos estipulados pela norma.
1.1 GENERALIDADES
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A conversão da potência ativa ou útil ( ), dada em W, para a potência aparente ( ), em VA, deve
(1)
Sendo:
– rendimento ou eficiência;
– fator de potência.
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Assim, vamos relembrar o cálculo de área de algumas formas geométricas que podem aparecer
em projetos arquitetônicos.
É a mais elementar das formas para o cômodo de uma residência, e isso se deve à resistência
estrutural que uma construção requer. Ainda assim, podemos nos deparar com ambientes não
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(2)
Sendo:
– comprimento do cômodo, em m.
basta somar as medidas de todos os lados. Utilizando a área demarcada na Figura 2 como exemplo,
Note que a área pode ser obtida pela soma de dois retângulos, como se fossem separados.
Trapézio é uma figura plana de quatro lados, e dois deles são paralelos, chamados de bases (uma
menor que a outra). Chamamos a distância entre as bases de altura, e os outros dois lados formam
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(3)
Sendo:
– a base maior, em m;
– a base menor, em m;
Utilizaremos como exemplo o “consultório” da Figura 3, cuja área é dada pela soma da área do
Algumas construções que buscam um design moderno e com aspecto decorativo utilizam
ambientes com paredes curvas, assim como um saguão de hotel ou um hall de entrada de um salão
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(4)
Sendo:
– raio da circunferência, em m.
O perímetro ( ), por sua vez, é o comprimento da linha que contorna a circunferência, podendo
ser calculado por:
(5)
Novamente vamos utilizar a área demarcada como exemplo, agora da Figura 4, e note que, por
ser a metade de uma circunferência, o valor da área também será a metade. Desse modo, a área total
do ambiente será dada pela área do semicírculo adicionada à área retangular que compõe o
ambiente:
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O perímetro da parte circular, assim como a área, será a metade de uma circunferência completa
O item 4.2.1.2.2 da NBR 5410 estipula que as cargas destinadas à iluminação de determinado
ambiente devem resultar de um projeto luminotécnico que atenda à NBR 5413 – Iluminância de
interiores. Essa norma foi cancelada em 2013 e, desde então, foi substituída pela NBR ISO/CIE 8995-1,
que já estudamos.
Conforme vimos há pouco, a NBR 5410 estipula que sejam adotados valores mínimos para a
Com relação ao número de pontos, o item 9.5.2.1.1 da norma prevê pelo menos um ponto de luz,
comandado por interruptor, para cada cômodo ou dependência do local de instalação. Mas o
projetista tem liberdade para definir a quantidade de pontos de luz, seja para fins decorativos ou para
Os pontos devem estar fixos no teto, mas a norma abre uma ressalva que admite que o ponto de
luz seja instalado na parede para espaços pequenos, onde a instalação no teto seja de difícil execução
Além disso, para hotéis, motéis ou ambientes similares, é permitida a substituição do ponto de
luz fixo no teto por uma tomada com potência mínima de 100 VA, comandada por interruptor de
parede.
Quanto aos interruptores para uso doméstico e análogos, a norma sugere que se atenda à NBR
6527, mas em 2004 ela foi cancelada e substituída pela NBR NM 60669-1 – Interruptores para
instalações elétricas fixas domésticas e análogas.
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potência atribuída para iluminar um cômodo deve ser definido sob dois critérios:
1. Para cômodos ou dependências com área de até 6 m2, deve ser prevista uma carga mínima de
100 VA;
2. Para cômodos com área superior a 6 m2, deve ser prevista uma carga de 100 VA para os
Vale ressaltar que os valores previstos para as cargas de iluminação apenas servirão para efeito
A última atualização da NBR 5410 foi em 2004 e, por essa razão, alguns dos parâmetros usados
como base foram atualizados. Um exemplo disso é o valor mínimo de 100 VA para um ponto de luz.
Esse valor se baseia no uso de lâmpadas incandescentes mas, como sabemos, desde 2016 sua venda
foi proibida. Atualmente, uma lâmpada de LED ou fluorescente compacta consomem muito menos
energia para produzir um fluxo luminoso semelhante, mas, como ainda não há uma versão da norma
Outra observação importante é a omissão da norma com relação à instalação de pontos de luz
para ambientes descobertos, assim como jardins, sacadas, garagens e corredores externos. Nesses
casos, o projetista irá definir os pontos conforme julgar necessário.
Figura 5.
Figura 5 – Planta residencial apenas com a alocação dos pontos de luz e interruptores de
comando
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Pelos valores indicados na planta, podemos ver que a área do banheiro, da área de serviços e da
varanda é menor que 6 m2, por isso a potência atribuída é de 100 VA. Já a área do dormitório 2 e da
cozinha é superior a 6 m2, mas, de acordo com o item b dos critérios citados, para acrescentar 60 VA
é necessário que a área adicional contenha 4 m2 inteiros. Sendo assim, a potência atribuída a esses
cômodos ainda é de 100 VA cada.
280 VA, e o cálculo foi feito partindo a área do ambiente em uma parte com os primeiros 6 m2 e as
Assim, temos:
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Note que no dormitório 1, apesar de a potência ter aumentado pelo critério da área, não foi
necessário adicionar um ponto de luz. A norma não determina que sejam divididos em mais de um
ponto – essa escolha fica a cargo do projetista.
Como na iluminação, as tomadas para uma instalação elétrica devem respeitar um número
mínimo de pontos, de modo que adaptações para atender às necessidades do usuário não sejam
necessárias.
Conforme falamos no tema anterior, a NBR 5410 teve sua última revisão publicada em 2004, com
uma correção feita em 2008. Antes disso, a versão válida era a de 1997, que separava as tomadas em
dois tipos: tomada de uso geral (TUG) e tomada de uso específico (TUE). Esses termos não se
encontram mais na versão atual da norma, que agora, no item 3.4.5, define todas as conexões de um
equipamento com uma linha elétrica como “ponto de utilização”.
Esse ponto pode ainda ser classificado em função da tensão utilizada, da natureza da carga
(ponto de luz, aquecedor, ar-condicionado etc.) e do tipo de conexão (tomada ou ligação direta). A
norma também destaca que uma linha elétrica pode ter um ou mais pontos de utilização, ou seja,
pontos em derivação. Além disso, o mesmo ponto de utilização pode alimentar um único ou vários
equipamentos simultaneamente, conforme a Figura 6.
Figura 6 – Pontos de utilização na mesma linha elétrica (a) e pontos de utilização com mais de um
equipamento (b)
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Segundo o item 3.4.6 da NBR 5410, um ponto de tomada é apenas um ponto de utilização, e a
conexão de um ou mais equipamentos é feita pela “tomada de corrente”. Vale lembrar que um ponto
de tomada pode conter uma ou mais tomadas de corrente, podendo ser classificado em função:
Do tipo de equipamento a ser alimentado se este usar exclusivamente o ponto (chuveiro, ar-
condicionado etc.);
Agora que sabemos distinguir os tipos de conexão com uma linha elétrica, podemos tratar da
quantidade de pontos de tomada indicados como valores mínimos pela norma para cada tipo de
ambiente e sua utilização. O item 4.2.1.2.3 da NBR 5410 determina que, em halls, sótãos, salas de
manutenção e salas de equipamentos – como casas de máquinas, salas de bombas, barriletes e locais
Além desses locais, os demais pontos de tomada devem ser determinados e dimensionados de
acordo com o item 9.5.2.2.1, que apresenta os seguintes critérios:
Em banheiros, deve haver ao menos um ponto de tomada instalado junto ao lavatório, desde
que atendidas as restrições relacionadas às instalações em locais com banheira ou chuveiro
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locais análogos, devido à alta demanda de equipamentos, deve haver no mínimo um ponto de
tomada para cada 3,5 m (ou fração) de perímetro. Também devem ser previstas ao menos duas
Em varandas, deve haver ao menos um ponto de tomada. Se, por razões construtivas, não for
possível instalá-lo no próprio local, admite-se sua instalação em local próximo a seu acesso;
Salas e dormitórios devem ter ao menos um ponto de tomada para cada 5 m (ou fração) do
perímetro do cômodo, devendo ser espaçadas do modo mais uniforme possível. Especialmente
Um ponto, caso a área do cômodo seja inferior a 6 m2; mas, se a área do ambiente for inferior a
2,25 m2 e não for possível instalá-lo no local, pode ser instalado externamente, até no máximo
Um ponto a cada 5 m (ou fração) do perímetro do cômodo, devendo ser espaçado do modo
Como na maioria das vezes não conhecemos todos os equipamentos que serão ligados na
instalação, a NBR 5410 prevê valores de potências para o dimensionamento mínimo dos circuitos.
Cada ambiente tem sua característica de uso, e o projetista tem a liberdade de propor maiores
copas, copas-cozinhas, áreas de serviço, lavanderias e locais análogos. Se o número total desses
ambientes for de até 6 pontos, deve-se prever para cada um a potência de, no mínimo, 600 VA
para os primeiros três pontos e mais 100 VA por ponto excedente. Caso o número total de
pontos seja maior que 6, então deve-se prever a potência de, no mínimo, 600 VA para os
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primeiros dois pontos e mais 100 VA por ponto excedente – isso para cada ambiente
separadamente;
Para os demais cômodos, deve-se prever no mínimo 100 VA por ponto de tomada.
Além desses, o item 4.2.1.2.3 da norma ainda prevê um ponto de tomada com potência de no
mínimo 1000 VA para halls de serviço, salas de manutenção e salas de equipamentos, como casas de
Para usar alguns desses critérios como exemplo, vamos analisar a planta da Figura 7, que já tem
Se usarmos o dormitório 1 como exemplo, a norma exige no mínimo um ponto a cada 5 m (ou
Note que, diferente da iluminação (que exige os acréscimos de área em blocos de 4 m2 inteiros),
o número de tomadas será arredondado sempre para cima, pois a norma inclui a fração de um trecho
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de 5 m como exigência para aumentar um ponto. Observe também que o projetista, além de prever
os três pontos exigidos como mínimo, ainda determinou que um deles terá duas tomadas de
corrente.
Essa liberdade de escolha é totalmente possível, desde que respeite os limites mínimos. É
possível observar a mesma atitude nos pontos da cozinha, por exemplo. Pelos critérios da norma, o
Quanto às potências atribuídas, podemos ver que a cozinha, o banheiro e a área de serviço
somam um total de 9 pontos. Portanto, o mínimo previsto deve ser 600 VA para os dois primeiros
pontos, e mais 100 VA para cada ponto adicional; sendo assim, 1900 VA no total.
A norma foi atendida, mas devemos nos atentar aos pontos destinados a equipamentos já
especificados; ou seja, aquele ponto será de uso exclusivo dessa carga. Nesse caso, é fundamental
que o ponto receba a indicação do tipo da carga e sua potência nominal, para o devido
Uma instalação pode ser separada em partes, sendo algumas delas de responsabilidade da
concessionária de energia, e outras do consumidor. A rede de média e baixa tensão tem uma
normativa própria e só pode ser manipulada por funcionários ou prestadores de serviço da
concessionária.
4.1 CIRCUITOS
consumidor, assim como o restante das instalações. Dessa forma, os circuitos internos da unidade
consumidora se dividem em circuitos de distribuição e circuitos terminais, conforme a Figura 8.
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dispositivos de proteção da entrada, devemos iniciar a análise de trás para frente. Desse modo, após
os cálculos iniciais de área e perímetro dos ambientes da edificação, e depois de definir o número de
pontos e potências das tomadas e iluminação, cabe ao projetista separar os circuitos elétricos.
O item 4.2.5 da NBR 5410 descreve os critérios gerais para fazer a melhor distribuição das cargas
em circuitos terminais. Podemos definir um circuito terminal como a linha elétrica que alimenta
Uma instalação pode ser dividida em quantos circuitos forem necessários, e a cada circuito
Figura 9 – Exemplo de diagrama unifilar de uma instalação com cinco circuitos terminais
A divisão dos circuitos segue algumas recomendações da NBR 5410, cujo item 4.2.5.5 diz que os
circuitos terminais devem ser individualizados de acordo com a função da carga. Isso significa que,
para a carga específica, deve haver um circuito individual, assim como devem ser separados os
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A exceção a essa regra é descrita no item 9.5.3.3, que permite o uso de um circuito comum para
pontos de tomada e de iluminação, desde que a corrente total das cargas desse circuito não seja
maior que 16 A, e também que esse circuito não contenha todos os pontos de iluminação ou de
tomada da instalação.
As particularidades devem sempre ser analisadas caso a caso, mas genericamente seguimos duas
Deve-se adotar um circuito individual para um ponto de utilização que tenha corrente nominal
superior a 10 A. Ou seja, para o ponto de alimentação de uma carga cuja corrente ultrapasse esse
limite, deve-se prever um circuito exclusivo, com seu respectivo dispositivo de seccionamento e
Também devem ser previstos circuitos individuais para ambientes como cozinha, área de serviço,
lavanderias e locais análogos. Além disso, é fundamental que as cargas sejam sempre bem
Para exemplificar a divisão dos circuitos, assim como sua representação em projetos, usaremos
uma fusão da Figura 5 com a Figura 7, unindo os pontos de iluminação e tomadas dessa instalação.
Para que a figura não tenha muita informação, retiramos as cotas das dimensões dos ambientes,
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Figura 10 – Exemplo de projeto com a indicação dos circuitos que alimentam as cargas
empresa contratante, é costume enviar esses memoriais em forma de relatório. Além disso, costumam
ser exigidos quando se solicita a ligação de novas unidades consumidoras ou o aumento de cargas
para as concessionárias de energia do Brasil.
Planta da localização;
Tensão de atendimento;
Planta baixa com detalhes do quadro de medição e proteção geral, além do caminho dos
Aterramento;
Recomendações de técnicas;
Quadro de cargas;
Cálculo luminotécnico;
Cálculo da demanda.
Além disso, um relatório também pode apresentar cálculos orçamentários de acordo com a
Apesar de não haver um modelo único para esse tipo de relatório, é comum que as
concessionárias disponibilizem um modelo de formulário ou uma normativa com orientações de
De qualquer maneira, ainda que não seja obrigatório, é muito importante manter o registro de
tudo, e um dos itens mais importantes dessa lista é o quadro de cargas. Esse quadro não é daqueles
usados na instalação como vimos; na verdade, trata-se de uma tabela que contém as principais
informações do projeto, de forma resumida. É muito útil para orientar a equipe de execução e permite
acompanhar o projeto de forma mais simples.
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Também não há um modelo único para essa planilha, que também pode ser separada em partes,
Esquema de ligação;
Método de instalação;
Local de instalação;
Tensão nominal;
Fator de potência;
Antes de iniciarmos o cálculo de corrente, vamos lembrar alguns conceitos importantes sobre
Sabemos que tanto a tensão quanto a corrente utilizada no setor de distribuição de energia são
senoidais, com frequência de , que é o padrão brasileiro. Outros países, como o Paraguai,
utilizam a energia em . Isso é decidido desde a geração, ainda na usina, e se relaciona à
Um sinal alternado, idealmente, deve apresentar o semiciclo positivo igual ao semiciclo negativo,
apenas com sinais opostos, fazendo com que o valor médio seja nulo. Por isso, precisamos utilizar
outras formas de quantificar a tensão ou a corrente quando utilizamos um sistema CA. Dois dos
principais parâmetros de um sinal alternado são o valor de pico e o valor eficaz (ou RMS), conforme
a Figura 11.
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O termo RMS vem do inglês root mean square e quer dizer “raiz média quadrática”. Esse valor é
usado para representar uma fonte CA como equivalente a uma fonte CC que dissiparia a mesma
potência numa carga resistiva.
O cálculo para obter o valor RMS (ou eficaz) de um sinal senoidal é dado por:
(6)
(7)
O mesmo cálculo pode ser feito se encontrarmos o valor eficaz da corrente e se esta for senoidal.
Como a potência aparente é dada pelo produto dos valores eficazes da tensão e da corrente,
podemos também encontrar a corrente eficaz:
(8)
Todos os procedimentos estudados até o momento têm por objetivo dimensionar os elementos
dos circuitos, como condutores, eletrodutos e dispositivos de proteção. Iniciamos nosso projeto
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circuitos. Agora daremos início à etapa de dimensionamento, começando pelo cálculo da corrente de
para “corrente de projeto”, devemos evitá-la para não a confundirmos com a “corrente de pico”, para
a qual usamos essa nomenclatura.
Como vimos no Tema 1, a potência que devemos utilizar para efeito de cálculos deve ser sempre
a potência aparente, dada em VA. Se for fornecida a potência em watts, é necessário convertê-la pela
Vale lembrar que o rendimento, ou eficiência ( ), é uma relação entre a potência de entrada e a
potência de saída de um equipamento. Geralmente esse dado é obtido por testes de fábrica e é
tensão informada. Por isso, há uma pequena diferença nos cálculos, devido à existência de cargas
Saiba mais
corrente. Isso serve para lâmpadas incandescentes, fornos elétricos, chuveiros, aquecedores, entre
outras cargas que funcionam por meio de resistências.
Para esse tipo de circuito, a corrente de projeto pode ser obtida por:
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(9)
A tensão entre duas fases é o que chamamos de tensão de linha ( ), e para esse tipo de circuito
(10)
Os circuitos trifásicos podem (ou não) apresentar o condutor de neutro. Se um circuito trifásico
tiver a mesma impedância e o mesmo valor de tensão entre as três fases, temos um sistema
Por isso, se conectarmos uma carga trifásica equilibrada, a corrente que circula pelo neutro (se
houver) é nula, já as correntes nas fases são idênticas e podem ser calculadas pelas expressões:
(11)
tensão entre as fases, o sistema será desequilibrado (ou desbalanceado). Nesse caso, a corrente que
circula pelo neutro será a soma das correntes-linha, calculada individualmente usando a impedância e
a tensão de linha.
Para evitar diferentes medidas de condutores, devido às diferentes correntes em cada fase,
procuramos fazer a melhor distribuição possível das cargas. Desse modo, adotamos um circuito
equilibrado para calcular a corrente de projeto.
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Agora, para exemplificar o que aprendemos até aqui, usaremos a previsão de cargas
Começamos pelo Circuito 1, que diz respeito à iluminação do dormitório 1, banheiro, área de
serviço e cozinha. Antes de calcular a corrente de projeto desse circuito, é necessário somar todas as
cargas de iluminação previstas e obter a potência total do circuito. Se observarmos os pontos de luz
na Figura 10, chegamos ao total de 460 VA e, considerando uma tensão de fase de 127 V, a corrente
de projeto será:
CIRCUITO POTÊNCIA
TENSÃO CORRENTE DE
LOCAL ESQUEMA FASES
(V) QTDE x POT TOTAL PROJETO (A)
Nº DESCRIÇÃO
(VA) (VA)
Dormitório 1 1 x 160
Banheiro 1 x 100
1 Iluminação F+N+T 127 460 A 3,62
Área de serv. 1 x 100
Cozinha 1 x 100
Dormitório 2 1 x 100
Varanda 1 x 100
Dormitório 1 4 x 100
Banheiro 1 x 600
Sala 6 x 100
4 TUG F+N+T 127 700 A 5,51
Varanda 1 x 100
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Área de
6 UG F+N+T 127 2 x 100 200 A 1,57
Serv.
Lavadora 1 x 2000
10 TUE F+F+T 220 4000 A+B 18,18
Secadora 1 x 2000
Vale ressaltar que o quadro de cargas pode conter outros tipos de informação. Conforme
evoluímos nosso aprendizado, inserimos mais colunas com os detalhes do restante da instalação.
FINALIZANDO
Chegamos ao fim desta aula e já podemos dizer que começamos a elaborar um projeto de
instalações elétricas.
Estatisticamente, muitas residências brasileiras não estão de acordo com as normas. O que você
Faça um levantamento da sua residência, desenhe a planta baixa e reproduza todos os passos
que abordamos nesta aula. O objetivo é identificar sua capacidade de avaliação, como um engenheiro
que faz uma vistoria técnica. Será que sua residência passa no teste?
Não se esqueça de registrar tudo. Comece a preparar uma planilha que te auxilie nas contas e a
organizar as informações.
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REFERÊNCIAS
CREDER, H. Instalações elétricas. Atualização e revisão de Luiz Sebastião Costa. 16. ed. Rio de
GEBRAN, A. P.; RIZZATO, F. A. P. Instalações elétricas prediais. Porto Alegre: Bookman, 2017.
LIMA FILHO, D. L. Projetos de instalações elétricas prediais. 12. ed. São Paulo: Érica, 2011.
PLACA de identificação de motores elétricos de indução de gaiola. RDT RAGEMG, [S.l.], ago.
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