Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Direito Ambiental
SUMÁRIO
ADIs 7200 e 7204 (17/02/2023) e ADI 7203 (28/02/2023): São constitucionais leis
estaduais que proíbam os órgãos policiais e ambientais de destruir e inutilizar bens
particulares apreendidos em operações e fiscalizações ambientais?
@stfemfoco 1
BOLETIM DE FEVEREIRO DE 2023
Direito Ambiental
O caso
@stfemfoco 2
BOLETIM DE FEVEREIRO DE 2023
Direito Ambiental
separação dos poderes (art. 2º, da CF); (iii) interferência nas atribuições
privativas do Poder Executivo pela criação de atribuições e obrigações a órgão
da administração pública estadual por lei de inciativa parlamentar (art. 61, § 1º,
II, a e e ; 63, caput , I, 84, II e VI, “a”); (iv) afronta à vedação de aumento de
despesa sem prévia dotação orçamentária (art. 167, I, da CF).
@stfemfoco 3
BOLETIM DE FEVEREIRO DE 2023
Direito Ambiental
Por outro lado, também foi salientado pelo ministro os arts. 27-A, 28-A e 29-A,
da mesma norma, incluídos pela Lei nº 9.712/1998, os quais dispõem sobre a
defesa agropecuária, instituindo o Sistema Unificado de Atenção à Sanidade
Agropecuária – SUASA.
@stfemfoco 4
BOLETIM DE FEVEREIRO DE 2023
Direito Ambiental
Dessa forma, em matéria ambiental, compete à União editar normas gerais (art.
24, § 1º) e aos Estados e ao Distrito Federal editarem disciplina própria no
espaço deixado pela legislação federal, agindo em caráter complementar ou
supletivo (art. 24, §§ 2º e 3º).
O caso
@stfemfoco 5
BOLETIM DE FEVEREIRO DE 2023
Direito Ambiental
A PGR (ADI 7204), por sua vez, alegou que as medidas de destruição/inutilização
de instrumentos empregados para a prática de infrações ambientais se trata de
prerrogativa conferida aos Janaína
agentes deSalles
fiscalização, logo violaria os artigos 24 e 225
Rigitano
da Constituição Federal. janasalles01@gmail.com
285.834.298-98
De igual modo, na ADI 7203, a Procuradoria-Geral da República sustentou que
a lei estadual de Rondônia (Lei 5299/2022) violou os arts. 24, inciso VI e § 1º,
22, inciso I e 225 da Constituição Federal, em específico violou a competência
privativa da União para legislar sobre direito penal e processual penal.
Em seu voto nas ADIs 7200 e 7204 (julgadas em conjunto), o relator, ministro Luís
Roberto Barroso, sustentou que a lei estadual de Roraima (Lei 1701/22) incorreu em
inconstitucionalidade formal ao violar a competência privativa da União para legislar
@stfemfoco 6
BOLETIM DE FEVEREIRO DE 2023
Direito Ambiental
sobre direito penal e processual penal (art. 22, I, da CF) e para editar normas gerais
de proteção ao meio ambiente (art. 24, VI, CF).
Por sua vez, o relator da ADI 7203, ministro Gilmar Mendes, entendeu que a lei
Lei 5.299/2022, de Rondônia, também deixou de observar a competência
privativa da União para legislar sobre direito penal, pois, salvo nas hipóteses que
possuem legislação especial, os bens
Janaína apreendidos
Salles estão sujeitos a perdimento
Rigitano
janasalles01@gmail.com
em favor da União, como efeito secundário extrapenal da condenação e,
285.834.298-98
portanto, não é da competência estadual a disciplina de relações jurídicas
relativas a tais bens, dado que eles passam a integrar o patrimônio da União.
A seu ver, “ao impor a destinação a ser dada aos produtos e instrumentos
utilizados na prática infracional apreendidos em operações de fiscalização
ambiental, usurpa a competência privativa da União para legislar sobre produtos
ou instrumentos de crime, matéria de direito penal e processual penal”.
Por fim, o Plenário do STF, nos julgamentos das ADIs 7200 e 7204
(17/02/2023) e ADI 7203 (28/02/2023), considerou que a respectiva norma
estadual vulnerou o próprio direito fundamental ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado (art. 225, CF), pois acabou por permitir a prática de
novas infrações ambientais, ao impedir a plenitude do poder de polícia ambiental.
@stfemfoco 7
BOLETIM DE FEVEREIRO DE 2023
Direito Ambiental
Foi fixada a seguinte tese de julgamento nas ADIs 7200 e 7204 (julgadas em
conjunto): “É inconstitucional lei estadual que proíbe os órgãos policiais e
ambientais de destruir e inutilizar bens particulares apreendidos em operações,
por violação da competência privativa da União para legislar sobre direito penal
e processual penal, para editar normas gerais de proteção ao meio ambiente
(arts. 22, I, e 24, VI e § 1º, da CF/1988) e por afronta ao direito ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado (art. 225, caput, da CF/1988)”.
@stfemfoco 8