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PATOLOGIAS
EMENTA
Principais Patologias das Obras de Engenharia Civil: Causas Geradoras, Consequências Futuras da não
Eliminação das Causas Geradoras, Terapias mais Adequadas, Medidas de Controle de Materiais e Mão de
Obra e de Manutenção.
CONTEUDO PROGRAMÁTICO
1. Conceitos, Definições e Terminologia
2. Principais Patologias
2.1. Patologias das Alvenarias e Revestimento de Fachadas de Edifícios
2.2. Patologias dos Revestimentos de Piso (argamassa e cerâmica) e Revestimentos de Piscinas
2.3. Patologias das Estruturas de Concreto Armado de Edifícios
3. Critérios de Avaliação do Quadro Patológico
3.1. Diagnóstico Preliminar
3.2. Ensaios Tecnológicos para auxiliar no Diagnóstico
4. Recuperação e Reforço de Estruturas
4.1. Materiais Destinados à Recuperação e Reforço
4.2. Técnicas de Recuperação e Reforço
5. Inspeção Periódica e Manutenção
BIBLIOGRAFIA
1. BÁSICA
1.1. ANDRADE PERDRIX, Maria Del Carmen. Manual para diagnóstico de obras deterioradas porcorrosão de
armaduras. São Paulo, SP: PINI, 1992. 1.2. CAPORRINO, Cristiana Furlan. Patologia das anomalias em alvenarias e
revestimentos argamassados. São Paulo: Pini, 2015.
1.3. CASCUDO, Oswaldo. O controle da corrosão de armaduras em concreto: inspeção e técnicas eletroquímicas. São
Paulo, SP: Pini, 1997. 1.4. SOUZA, Vicente Custodio Moreira De; RIPPER, Thomaz. Patologia, recuperação e
reforço de estruturas de concreto. São Paulo: Pini, 2009.
2. COMPLEMENTAR
2.1. SANTOS, Débora De Gois. Construção civil: projeto, execução e manutenção. São Cristovão: UFS, 2009.
2.2. TAVARES, Alice; COSTA, Aníbal; VARUM, Humberto. Edifícios de adobre: manual demanutenção. Porto:
Publindústria, 2014.
2.3. UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA. Recuperação de laje de cobertura de reservatórios de água
potável, danificados por corrosão de armaduras. Boa Vista: [s.n], 1994
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Patologias
(Ref TCC eng civil, 2-19, Cinthia Lorena)
Conceito de patologia
A patologia construtiva pode ser descrita como um conjunto de anomalias patológicas que surgem
durante a fase de execução, ou ainda adquiridas no decorrer da vida útil, que podem vir a afetar o
desempenho das edificações (PINA, 2013).
As patologias construtivas referem-se a
não conformidades decorrentes de falhas no projeto,
má execução,
utilização de materiais inadequados,
ausências de manutenção ou erros na fabricação.
Todos esses fatores ocasionam lesões na edificação comprometendo o seu desempenho e
durabilidade (ABNT NBR 15575-1:2013).
Conceito de sintomatologia
Por muitas das vezes, os problemas patológicos podem ser identificados quando a estrutura
apresenta determinadas manifestações externas, ou seja, “sintomas” que permitem a dedução de diversos
fatores, tais como:
origem,
mecanismos e
possivelmente as suas consequências.
A Figura 2.6 apresenta um gráfico com a incidência dos sinais externos são mais recorrentes nas
diversas obras.
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Figura 2.1 – Estatística dos sintomas mais recorrentes nas edificações
Conceito de desempenho
condições plenas de utilização durante sua vida útil, não podendo apresentar danos que
comprometam em parte ou totalmente o uso para o qual foi projetada.” (ABNT NBR
6118:2014, p. 13).
O desempenho está ligado ao comportamento da edificação, quando esta se encontra em uso
(ABNT NBR 15575-1:2013).
O desempenho está intimamente ligado às condições mínimas para a habitação dos usuários, ou
seja, o conceito de desempenho pode mudar dependendo das exigências de cada indivíduo.
A temperatura, umidade, local da construção, intempéries são alguns fatores que comprometem o
desempenho. A habitabilidade dos usuários durante o tempo proposto para a edificação é baseado em
alguns critérios de desempenhos, sendo: estabilidade estrutural, resistência ao fogo, conforto térmico e
acústico, durabilidade e entre outros.
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Conceito de vida útil
A vida útil de uma estrutura corresponde ao tempo de duração da mesma dentro dos limites de
projeto admissíveis, mantendo suas características de durabilidade, habitabilidade, segurança e aparência.
De acordo com a NBR 15575-1 (ABNT, 2013, p. 10), a vida útil pode ser conceituada como:
De acordo com a NBR 15575-1 (ABNT, 2013, p. 10), o conceito de vida útil de projeto
corresponde ao:
Período estimado de tempo para o qual um sistema é projetado a fim de atender aos
requisitos de desempenho estabelecidos nesta Norma, considerando o
atendimento aos requisitos das normas aplicáveis, o estágio do
conhecimento no momento do projeto e supondo o atendimento da
periodicidade e correta execução dos processos de manutenção
especificados no respectivo Manual de Uso, Operação e Manutenção
(a VUP não pode ser confundida com tempo de vida útil, durabilidade, prazo de
garantia legal ou contratual).
sem manutenção em função do tempo. Analisando tal figura, fica evidente que as obras com
manutenção apresentam uma curva ascendente menos acentuada que as obras sem manutenção. Nessas a
curva de declínio de desempenho em função do tempo é mais acentuado, o que possivelmente levará ao
desgaste total da obra mais cedo diminuindo a vida útil por não atender ao desempenho requerido.
Conceito de durabilidade
Conceito de manutenção
A manutenção pode ser definida como um conjunto de procedimentos ou técnicas que objetivam
preservar as instalações e os equipamentos de uma edificação. O objetivo principal é manter boas condições
de operacionalidade (KLEIN, 1999).
A manutenção é um conjunto de atividades que são executadas durante toda a vida da edificação,
com o intuito de conservar a operacionalidade dos sistemas e garantir a segurança dos usuários quanto às
suas necessidades (ABNT NBR 15575-1:2013).
Uma edificação é constituída de diversos sistemas ou componentes, dentre os quais podemos citar:
fundações, estruturas, coberturas e instalações (ABNT NBR 15575-1:2013). A deterioração de apenas um
componente, pode comprometer grande parte do conjunto funcional da estrutura, devido a isso, a
execução da manutenção é imprescindível para assegurar o bom funcionamento da construção. Usualmente
a manutenção pode ser classificada em dois tipos, podendo ser: preventiva ou corretiva.
1.1
CAUSAS E
As causas e origens das patologias construtivas podem ser as mais diversas, entre as quais
podemos destacar, a degradação da edificação por conta do desgaste natural, as falhas provenientes de
natureza humana, e a ocorrência de desastres naturais e em conjunto os desastres humanos (PINA, 2013).
Com base em Gonçalves (2015), os principais problemas patológicos surgem, em virtude de:
a) falhas na concepção e projeto;
b) utilização da materiais inadequados;
c) execução inadequada;
d) ausência de manutenção e má utilização;
e) desgaste e desastres naturais.
É perceptível que as anomalias construtivas, podem decorrer de falhas em todas as etapas de um
ciclo construtivo (projeto, execução e utilização). Além disso, tem-se a influência dos fatores externos à
edificação, como os desgastes por agentes da natureza e em casos mais extremos, os desastres naturais.
(KLEIN, 1999).
Na Europa, grande parte dos acidentes em estruturas de concreto armado foram em virtude de
falhas nos projeto. Os dados foram compilados de alguns países europeus, sendo eles: Bélgica, Inglaterra,
Dinamarca, Alemanha e Romênia (KLEIN, 1999). A Tabela 2.1 apresenta as demais origens causadoras de
acidentes nas obras de concreto armado.
No Brasil, as estatísticas comprovam que grande parte das manifestações patológicas são em
decorrência de falhas na construção/execução, seguido dos erros na concepção dos projetos. Muitas
construtoras não se atentam na qualidade da mão de obra dos funcionários, e pouco se tem de políticas que
visam o aprimoramento desta mão de obra. Em muitas situações, há a ocorrência de manipulação dos
materiais, com o intuito de diminuir os custos operacionais. A Figura 2.8 ilustra as principais origens das
manifestações patológicas no Brasil.
A fase da concepção dos projetos corresponde ao momento em que a edificação é gerada, logo a
errada concepção desta etapa pode comprometer as demais fases construtivas (PINA, 2013). Na etapa da
concepção, temos a elaboração de diversos documentos importantes, sendo eles: estudo preliminar,
anteprojeto e projeto executivo. Tais estudos definem as características da edificação, os materiais a
serem utilizados, os sistemas construtivos, a viabilidade técnica e econômica do projeto e entre
diversos outros fatores que em conjunto geram uma edificação de bom desempenho e durabilidade.
Segundo Couto (2007 apud GONÇALVES, 2015), os problemas patológicos que decorrem de erros
na concepção e projeto, são originados principalmente por:
a) definições de cargas e combinações errôneas;
b) ausência de investigação geotécnica, ocasionando assim os recalques no solo;
c) falha nos dimensionamentos das peças estruturais, espessura de cobrimento inadequada;
d) ausência de compatibilização dos projetos, tais quais: arquitetônico, estrutural, elétricos e
outros;
e) especificação incorreta de materiais;
f) especificações de detalhes construtivos de difícil execução.
A Tabela 2.2 apresenta um resumo dos agentes que contribuem para o surgimento das
patologias construtivas decorrente de falhas na concepção e projetos.
adequada dos materiais que serão utilizados. Em diversos casos, há a ocorrência de problemas
patológicos em virtude da utilização de materiais sem especificações ou com especificações que não são
adequadas.
O crescente aumento de novos materiais no mercado, que nem sempre são testados ou que possuem
deficiência de informações técnicas, pode aumentar a probabilidade do surgimento de manifestações
patológicas nas construções. E além disso, outro ponto a ser destacado é a ausência de um
controle de qualidade, visto que muitas vezes não são realizadas as avaliações necessárias para
averiguar o comportamento do material na função que este irá desempenhar (OLIVEIRA, 2013).
dos materiais por parte dos profissionais, em muitos casos é possível que um
determinado material possa mudar as propriedades de outro material quando estes
entram em contato.
As condições de entrega, de recebimento, de armazenamento e de transporte dos materiais são
fatores que podem ocasionar a contaminação dos mesmos, situação esta que maximiza o surgimento
de anomalias nas construções (OLIVEIRA, 2013).
As patologias podem surgir também devido à baixa qualidade dos materiais fornecidos pelas
indústrias e salienta que a ausência de normas de diversos materiais e procedimentos comprometem a
qualidade do produto final (PINA, 2013).
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Como foi exposto anteriormente, são diversos os fatores que podem contribuir para a incidência das
patologias a respeito da utilização de materiais. A Tabela 2.3 resume os principais agentes causadores de
patologias devido a utilização de materiais inadequados.
Erros na execução
Outro fator relevante que contribui para a má execução nas obras, é a ausência de uma
O gerenciamento eficiente de uma obra envolve desde o recebimento dos materiais e equipamentos
até a execução das etapas construtivas. É necessário que haja uma padronização das etapas construtivas de
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forma que a execução seja realizada de forma eficiente e eficaz, e que permita a observância da mão de obra
(OLIVEIRA, 2013).
Diversos funcionários que trabalham com a execução das obras, por muitas vezes não se atentam ao
cronograma físico da construção, o que por consequência ocorre a interferência negativa em outras etapas
construtivas. Um exemplo típico desta situação é a interferência no tempo de cura do concreto ou do
revestimento argamassado.
A grande maioria das patologias construtivas que acometem as edificações surgem devidos aos
agentes citados anteriormente, contudo a ausência de manutenção preventiva e a má utilização por parte
dos usuários também contribui para o surgimento desses problemas. Mesmo que as etapas de concepção e
execução sejam realizadas de modo adequado, a ausência de um programa de manutenções e a utilização
inadequada da edificação, contribuem para que a estrutura possa vir a apresentar manifestações patológicas
(OLIVEIRA, 2013).
Muitos problemas que acometem as edificações são originadas pela má utilização por parte dos
usuários, as deteriorações iniciam-se quando algumas alterações são realizados na edificação sem a consulta
ao manual de uso, operação e manutenção.
Cita-se a seguir as principais alterações realizadas nas edificações:
a aplicação de sobrecargas não previstas em projeto,
alterações na estrutura por meio de reformas,
utilização de produtos que deterioram os materiais constituintes da edificação,
ausência de manutenções preventivas e entre outros (PINA 2013).
Além dos itens já citados anteriormente, as anomalias construtivas podem surgir em virtude de
desastres naturais e também desastres humanos. Na maioria dos casos envolvendo desgastes naturais, as
construções são projetadas com materiais e técnicas específicas visando atenuar a influência das ações
externas para que assim o envelhecimento e a deterioração da estrutura seja desacelerado.
Existem casos imprevisíveis que englobam os desastres naturais e humanos, e em tais situações há
o comprometimento estrutural da edificação ou até mesmo a destruição total da construção. Em regiões com
construções sujeitas à possibilidades de desastres, muitas das vezes são realizados procedimentos ou
técnicas a fim de minimizar os impactos recebidos.
Um exemplo de engenharia aplicada aos desastres naturais são as construções japonesas, visto que
a incidência de sismos no Japão é elevada, muitos estudos foram realizados a fim de se obter uma técnica
construtiva que ao ser empregada, evitaria a o colapso da estrutura. A Tabela 2.6 apresenta o resumo dos
principais agentes causadores de patologias devido aos desgastes naturais e desastres naturais e humanos.
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Tabela 2.5 – Agentes causadores devido à desastres/desgastes naturais e humanos
CAUSA FASE AGENTE
Gravidade
Variação de temperatura
Ações físicas Vento (pressão, abrasão, vibração)
Presença de água (chuva, neve, umidade do solo,...)
Efeitos diferidos (retração, fluência, relaxação)
Oxidação
Natural Carbonatação
Presença de água e sais
Ações químicas
Chuva ácida
Reações eletroquímicas
Radiação solar (ultra-violeta)
Vegetais (raízes, bolores, fungos)
Ações biológicas
Animais (vermes, insetos, roedores, pássaros)
Sismos, ciclones, tornados
Natural Trovoadas, cheias, tempestades, tsunamis
Desastre
Avalanches, deslizamentos, erupções vulcânicas
de causas humanas Fogo, explosão, choque, inundação
Fonte: Silva (2002).
As fissuras e trincas são consideradas as “enfermidades” que mais ocorrem do ponto de vista dos
usuários, pois suas características chamam a atenção (SOUZA E RIPPER, 1998 apud MACEDO, 2017).
O surgimento de fissuras e trincas em determinada construção aponta que a estrutura se encontra
em um estado de instabilidade, podendo ter seu desempenho comprometido visto que as aberturas
possibilitam a entrada de umidade, implica de forma negativa na acústica e prejudica a durabilidade
(KLEIN, 1999).
É importante ressaltar a diferença entre termos “fissura”, “trinca” e “rachadura”, pois é
comum ocorrer conflitos entre as nomenclaturas e consequentemente falhas no momento de identificar a
patologia (GONÇALVES, 2015).
A fissura é uma abertura estreita com pequena profundidade, manifestada na superfície de
materiais frágeis sem que ocorra a separação em partes isoladas. A trinca já corresponde a uma
abertura uniforme, de maior profundidade sem causar separação de sólidos (KLEIN, 1999).
A fissura corresponde a um “seccionamento na superfície ou em toda seção transversal de um
componente, com abertura capilar, provocado por tensões normais ou tangenciais.”
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As trincas são semelhantes às fissuras, diferindo apenas no tamanho da abertura seccionada,
maior ou igual a 0,6 mm (ABNT NBR 15575-2:2013, p. 02 - 03).
Para as argamassas de revestimento cumprirem suas funções de modo eficiente, é necessário que as
mesmas possuam as seguintes propriedades inerentes: aderência, capacidade de absorver deformações, baixa
permeabilidade à água, durabilidade, propriedades requeridas pelo sistema de vedação, características
superficiais e resistência mecânica, principalmente superficial (PEREIRA JUNIOR, 2010).
A deterioração das argamassas de revestimento pode ocorrer através de três processos: físicos-
mecânicos, químicos e biológicos. Contundo, na maioria dos casos os ataques ocorrem devido ao um
conjunto de causas, além dos fatores internos a própria argamassa.
Diversas são as causas que podem contribuir para o surgimento das patologias nos revestimentos
argamassadas, essas mesmas podem ser classificadas em cinco grupos característicos,
causas decorrentes da utilização de material inadequado,
decorrentes do traço incorreto da argamassa,
decorrentes do modo incorreto de aplicação da argamassa,
decorrentes da aplicação de certas pinturas
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e causas externas ao revestimento (CINCOTTO, 1988 apud SEGAT, 2005).
As Figuras 2.10 e 2.11 apresentam os sintomas mais recorrentes nos revestimentos argamassados
da Universidade Federal de Roraima.
(a) (b)
Fonte: Autoria própria (2019).
(a) (b)
Fonte: Autoria própria (2019).
As Figuras 2.12 e 2.13 apresenta alguns sintomas recorrentes das manifestações patológicas que
acometem os revestimentos cerâmicos.
(a) (b)
Fonte: Autoria própria (2019).
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Figura 2.8 – (a) Deterioração das juntas e (b) trincamento do placa cerâmica
(a) (b)
Fonte: Autoria própria (2019).
1.1.1.2 Eflorescências
As eflorescências são depósitos salinos esbranquiçados que surgem nas superfícies das placas
cerâmicas, podendo ter características pulverulentas ou possuir a forma de crostas duras e insolúveis em
água. O fenômeno é aparente e de aspecto inconveniente, contudo é possível que o problema se localize no
interior da placa cerâmica, ou seja, abaixo da superfície do revestimento cerâmico (ROSCOE, 2008).
O assentamento de placas cerâmicas em regiões que não tiveram um bom tratamento de
impermeabilização, pode proporcionar à passagem de água provocada pela absorção, contribuindo assim
para a introdução de substâncias agressivas no concreto e argamassas a partir do solo. Além disso pode
transportar e dissolver sais solúveis e quando estes sobem a superfície através das juntas, pode apresentar-se
como depósitos esbranquiçados (FIORITO, 1994 apud RHOD, 2011).
Quando ocorre a cristalização desses sais solúveis na superfície do revestimento cerâmico, tem-se a
eflorescência mais conhecida e visível amplamente. Quando a cristalização ocorre internamente ao material,
dá-se o nome de cripto-eflorescência e nesse caso a identificação é de fato dificultoso (ROSCOE, 2008).
“As trincas são rupturas que ocorrem no corpo da placa cerâmica, devido à ação de esforços que
provocam a separação de suas partes e que apresentam aberturas maiores que 1 mm, já a fissuração e o
gretamento apresentam aberturas inferiores a 1 mm, presentes na superfície da placa.” (BARROS et al.,
1997 apud RHOD, 2011, p. 29). As principais causas que ocasionam o surgimento de trincas, fissuras e
gretamento segundo Campante e Baia (2003 apud RHOD, 2011) são:
a) dilatação e retração das placas cerâmicas: se dá pela variação de temperatura ou de
umidade, ocasionado um estado de tensões internas nas placas. Quando ocorre a passagem dos
limites de resistência da placa geram-se as fissuras e trincas, quando as tensões ultrapassam a
resistência do esmalte, gera-se o gretamento;
b) deformação estrutural excessiva: a deformação excessiva não é totalmente absorvida e devido a
isso, pode surgir as trincas, fissuras e gretamento;
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c) ausência de detalhes construtivos: os detalhes construtivos que englobam: as vergas,
contravergas, pingadeiras, platibandas e juntas de movimentação contribuem para a dissipação
de tensões que chegam no revestimento. Devido a isso, quando se tem a ausência desses
elementos de dissipação, tem grande chance do aparecimento de fissuras, trincas e gretamento;
d) retração da argamassa de fixação.
A deterioração das juntas ocorre pela perda da estanqueidade e pelo envelhecimento do material de
preenchimento, quando isso ocorre todo o desempenho do revestimento cerâmico é comprometido, visto que
as juntas são responsáveis pela estanqueidade das placas e pela absorção de deformações (CAMPANTE E
BAIA, 2003 apud RHOD, 2011).
A perda da estanqueidade das juntas pode ocorrer após a sua etapa de execução, por meio de
mecanismos de limpeza impróprios, visto que esses mecanismos pode ocasionar o desgaste do material de
preenchimento, atrelado a isso, tem-se a incidência dos ataques atmosféricos, as movimentações estruturais e
solicitações mecânicas. Quando esta junta se encontra deteriorada em função do surgimentos de fissuras, a
mesma pode se tornar porta de entrada para a passagem de água, assim ocasionando a contaminação dos
demais elementos (ROSCOE, 2008).
A fundação é o elemento estrutural que tem por finalidade realizar a transferência de forma segura
das cargas provenientes da estrutura para a camada resistente do solo. A correta concepção do projeto, a
execução responsável e a realização das manutenções periódicas, são fatores que contribuem para o bom
comportamento das fundações, garantindo segurança e desempenho.
Os principais sintomas que surgem nas construções quando a fundação fica comprometida são:
fissuras, trincas, desalinhamentos e desaprumos. Quando esses sintomas são identificados em uma
determinada edificação, são realizadas análises para acompanhar a evolução do problema patológico para
posteriormente determinar a melhor opção de remediação. Existem casos que tratamentos superficiais já
garantem sua recuperação, em contra partida existem casos em que é necessária a utilização de medidas que
geram custos elevados para as construtoras.
As manifestações patológicas que acometem as fundações, podem surgir em decorrências de vários
fatores ou até mesmo por associação de outras falhas. Segundo Milititsky, Consoli E Schnaid (2008), as
prováveis causas de patologias na fundações, são:
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a) ausência ou insuficiência de investigações geotécnicas;
b) falhas na interpretação dos dados geotécnicos;
c) determinação errônea dos esforços provenientes da estrutura;
d) utilização de modelos de cálculos ineficientes;
e) alteração das cargas provenientes da estrutura, devido a mudança de utilização;
f) má execução por parte da mão de obra, utilização de materiais inadequados, ausência de
fiscalização;
g) ações imprevisíveis, agressividade ambiental, deslizamentos de terra, enchentes, construção de
edificações próximas.
Figura 2.9 – (a) Assentamento em bolsão de argila e (b) assentamento em matacões e em solos com baixa
resistência
(a) (b)
Fonte: Milititsky, Consoli e Schnaid (2008).
Figura 2.10 – Situações de recalques devido: (a) e (b) interseção do bulbo de tensões
(a) (b)
Fonte: adaptado (MILITITSKY, CONSOLI E SCHNAID, 2008).
Em regiões com drenagem superficial deficiente e infiltrações provenientes das redes hidro
sanitárias, existe a possibilidade do comprometimento do solo devido ao excesso de umidade ou saturação
total, podendo ocasionar escorregamentos e problemas de estabilidade e suporte da fundação. Além disso a
presença de vegetação pode alterar significativamente a umidade do solo, as raízes próximas as fundações
realizam o consumo de grande parte da água presente na área, proporcionando o surgimento de recalques
por adensamento. A Figura 2.16 apresenta as condições de vegetações
Além dos itens citado anteriormente, existem diversos outros fatores que contribuem para o
surgimentos de problemas patológicos na fundação. Aliás, existem situações em que os recalques
diferenciais ocorrem na superfície do terreno, com o afundamento do solo e deformações das camadas do
subsolo. A ocorrência desses recalques é semelhante à ocorrência para os recalques na camada de
assentamento da fundação.
As pinturas são imprescindíveis para o acabamento das construções, possuem diversas composições
e são utilizadas em diversas localidades da edificação. Além de garantir boa estética, possuem propriedades
impermeabilizantes que garantem o bom funcionamento das superfícies. A sua aplicação pode ser nos mais
diversos substratos, sendo eles: pisos de madeira e cimentícios, revestimentos argamassados, alvenarias
(vedação e estrutural), estruturas de concreto, telhas, peças metálicas e de madeiras.
A pintura pode ser associada a um sistema que abrange um conjunto de camadas com funções
específicas, esse sistema é constituído basicamente de: tintas para fundo, massas de nivelamento e tintas
para acabamento, todos formulados a partir da mesma resina. Na construção imobiliária, as resinas mais
utilizadas são: PVA’s, acrílicas e alquídicas, já nas construções industriais, as mais utilizadas são:
epoxídicas, de poliéster e de borracha clorada. Essencialmente o sistema de pintura possui quatro funções
básicas, são elas: proteger o substrato, garantir a estética, contribuir para a higiene do ambiente e proteger as
áreas internas da construção.
Com base no XXXXXX, as definições e as funções dos constituintes do sistema de pintura são:
a) fundo preparador (ou primer): é definida como uma substância líquida, que possui em sua
constituição: pigmentos, resinas, solventes (ou água) e aditivos. É a primeira camada a ser
aplicada no substrato, responsável em preparar a base para posteriormente ser recebida a massa
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e/ou tinta. As funções principais são: melhorar a aderência, isolar quimicamente o primer do
substrato, uniformizar e diminuir a absorção, diminuir o consumo da tinta final e proteger
contra a corrosão dos metais;
b) massa de nivelamento: é definido como um material pastoso, que possui em sua constituição:
cargas inertes, resinas e solventes (ou água). A massa tem a função de proporcionar uma
superfície lisa e corrigir irregularidades;
c) tinta de acabamento: material líquido, composto de resinas, solventes (ou água), pigmentos e
aditivos. Após a aplicação e a cura da película, esta se converte em sólida, aderente e flexível. A
principal função é dar o acabamento final.
As patologias nas pinturas podem estar associadas à interface da pintura com o substrato ou na
própria película da pintura. E as causas mais prováveis para o surgimento dessas anomalias, são:
a) preparo inadequado do substrato ou a ausência de preparação;
b) umidade excessiva na base;
c) fórmula inadequada de tinta;
d) condições do ambiente externo: temperatura, umidade e ventos;
e) falha na escolha do tipo de pintura, sem o estudo da exposição e sem a análise de
compatibilidade com o substrato;
f) diluição excessiva de tinta;
g) substratos que apresentam instabilidade e contaminação;
h) tintas fornecidas com fórmula inadequada.
As principais manifestações patológicas que incidem sobre as pinturas são: bolhas, calcinação,
desagregamento, descascamentos, eflorescências, descolamentos da película, manchas de chuvas
irregulares e fungos. As Figuras 2.17 e 2.18 ilustram como as manifestações se apresentam nas
construções.
Figura 2.12 – (a) Descolamento e (b) bolhas
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(a) (b)
Fonte: Autoria própria (2019).
(a) (b)
Fonte: Autoria própria (2019).
O Quadro 2.2 expõe as patologias mais comuns que acometem os sistemas de pinturas, apresentando os
aspectos observados em uma vistoria e apontando as possíveis causas.
começa o estufamento
da superfície, causando
um esfarelamento do Não hidratação correta da cal; por excesso de cal na
Calcinação
reboco com facilidade, preparação do reboco.
aparecendo um pó bem
fino, semelhante ao sal
(a) (b)
Fonte: Autoria própria (2019).
(a) (b)
Fonte: Autoria própria (2019).
Abaixo, Quadro 2.3 lista as patologias mais recorrentes nas alvenarias, apresentando as
configurações típicas e as possíveis causas que contribuem para o surgimento.
Quadro 2.3 – Patologias em alvenaria de vedação e alvenaria estrutural
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Pode-se definir patologia do concreto armado como a ciência que objetiva determinar as origens,
causas e mecanismos das manifestações patológicas que acometem as estruturas de concreto armado.
Ressaltando que os problemas patológicos podem ser ocasionados por diversos fatores e além disso tais
problemas podem gerar danos mais superficiais ou até mesmo podem levar a estrutura ao colapso
(HELENE, 1992).
Para realizar a identificação das anomalias em uma estrutura de concreto armado é necessário
observar as manifestações que geralmente surgem nas superfícies. As manifestações em regiões ocultas só
são detectadas em inspeções específicas.
Nas construções executadas em concreto armado, as fissuras podem surgir nas diversas etapas
construtivas da obra, podendo se manifestar depois horas, dias e anos. O surgimento destas fissuras podem
possuir diversas causas e consequentemente o seu diagnóstico se torna trabalhoso (GONÇALVES, 2015).
Os profissionais do ramo da construção civil devem se conscientizar que a incidência de patologias
construtivas pode diminuir, conhecendo o comportamento dos materiais e dos componentes da estrutura
(THOMAZ, 1989 apud MACEDO, 2017).
As estruturas de concreto armado normalmente fissuram por vários motivos, principalmente nas
regiões tracionadas onde se encontram as armaduras, contudo a NBR 6118 (ABNT, 2014) especifica que
essas aberturas devem estar nos limites, para garantir a segurança e evitar a penetração de agentes agressivos
diminuindo a possibilidade de corrosão da armadura. Segundo a NBR 6118: (ABNT, 2014), as estruturas de
concreto armado não devem possuir aberturas na sua superfície superiores a:
a) 0,1 mm – para peças não protegidas em atmosfera agressiva;
b) 0,2 mm – para peças não protegidas em meio não agressivo;
c) 0,3 mm – para peças protegidas (internas).
Com base em Helene (2001, apud GONÇALVES, 2015), existem alguns mecanismos que
deterioram as estruturas de concreto armado, nos quais podemos citar:
a) mecanismos de deterioração relativos ao concreto: reações superficiais deletérias, expansão por
sulfatos ou magnésio, expansão por reação álcali-agregado e lixiviação;
b) mecanismos de deterioração relativo à armadura: corrosão por elevado teor do íon cloro
(cloreto) e corrosão devido a carbonatação;
c) mecanismos de deterioração da estrutura propriamente dita: movimentações térmicas, impactos,
ações cíclicas (fadiga), deformação lenta (fluência), ações mecânicas e outros.
Segundo Helene (1992), os sintomas mais recorrentes em estruturas de concreto armado são:
fissuras, trincas, eflorescências, flechas excessivas, manchas no concreto aparente, corrosão das armaduras e
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ninhos de concretagem. A Figura 2.21 apresenta a distribuição relativa das anomalias patológicas em
estruturas de concreto armado aparente.
São várias as conformações de fissuras que infligem as lajes e diversas são as causas que podem
contribuir para o seu surgimento. Com base na literatura de Helene (1992), serão abordadas as
manifestações típicas de fissuras nas lajes:
a) fissura de flexão e fissura de flexão em balanço: surgem em decorrência de desforma precoce;
sobrecargas não previstas, armaduras insuficientes ou mal posicionadas e comprimentos de
ancoragens insuficientes;
b) fissura de momentos volventes: surgem devido a insuficiência de proteção térmica e da
ausência/insuficiência de armadura nos cantos da laje;
c) fissura de retração hidráulica e contração térmica: surgem devido a cura inadequada, excesso de
água de amassamento, excesso de calor de hidratação e proteção térmica inadequada;
d) fissura devido à punção: surgem em decorrência do excesso de carga concentrada, concepção de
laje muito delgada, concreto com resistência inadequada, insuficiência de armadura e mal
posicionamento.
As Figuras 2.22 e 2.23 apresentam as conformações das fissuras comentadas anteriormente.
Figura 2.17 – (a) Fissuras de flexão e (b) fissuras de retração hidráulica e contração térmica
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(a) (b)
Fonte: Helene (1992).
Figura 2.18 – (a) Fissuras de flexão em balanço, (b) fissuras de momentos volventes e (c) fissuras devido à
punção
São várias as conformações de fissuras que infligem os pilares e diversas são as causas que podem
contribuir para o seu surgimento. Com base na literatura de Helene (1992), serão abordadas as
manifestações típicas de fissuras nos pilares:
a) fissuras de assentamento plástico: surgem em decorrência de concretagem simultânea dos
elementos estruturais (laje, viga e pilar), concreto com excessiva fluidez, utilização de fôrmas
não estanques e adensamento inadequado do concreto;
b) fissura de falsa pega ou de pega: surgem devido a utilização de cimento com excesso de gesso
anidro, lançamento atrasado do concreto e calor excessivo e umidade baixa relativa;
c) fissura de junta de concretagem: surge devido ao excesso de nata de cimento (exsudação) ou
sujeira no topo do pilar;
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d) fissuras de flambagem de armadura: surgem em decorrência do mau adensamento do concreto,
utilização de concreto com resistência insuficiente, concepção errônea de carga superior e mau
posicionamento/insuficiência de estribos.
A Figura 2.24 apresenta as conformações das fissuras que incidem sobre os pilares.
Figura 2.19 – (a) Fissura de assentamento plástico, (b) fissura de falsa pega, (c) fissura de junta de
concretagem e (d) fissura de flambagem
São várias as conformações de fissuras que infligem as vigas e diversas são as causas que podem
contribuir para o seu surgimento. Com base na literatura de Helene (1992), serão abordadas as
manifestações típicas de fissuras nas vigas:
a) fissuras de flexão: surgem devido a insuficiência de armadura, ancoragem inadequada, mal
posicionamento da armadura no projeto/execução e sobrecargas não previstas;
b) fissuras de cisalhamento: decorrem principalmente por sobrecargas não previstas, mal
posicionamento e insuficiência de estribos e concreto com resistência insuficiente;
c) fissuras de flexão na parte superior (marquises e balcões): surgem devido a sobrecargas não
previstas, insuficiência de armadura, insuficiência de ancoragem e mal posicionamento das
armaduras no projeto/execução;
d) fissuras de flexão e escorregamento da armadura: surgem em decorrência da má aderência da
armadura no concreto, insuficiência de ancoragem, concreto com resistência inadequada e
sobrecargas não previstas;
e) fissuras de torção: ocorrem devido a sobrecargas não previstas, insuficiência de armadura,
quando não se considera a torção de compatibilidade e mal posicionamento da armadura no
projeto/execução;
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f) fissuras de retração hidráulicas ou de movimentação térmica: decorrem principalmente da
contração térmica devido a gradientes de temperatura diários ou sazoniais e da cura inadequada
do concreto.
As Figuras 2.25 e 2.26 apresentam as conformações das fissuras que incidem sobre as vigas.
Figura 2.20 – (a) Fissuras de flexão, (b) fissuras de cisalhamento e (c) fissuras de flexão na parte superior
(marquises e balcões)
Figura 2.21 – (a) Fissuras de flexão e escorregamento da armadura, (b) fissuras devido à torção e (c) fissuras
de retração hidráulicas ou de movimentação térmica
O concreto armado corresponde a junção dos materiais, concreto e aço. Se trata da junção mais
utilizada na construção civil. Basicamente, o concreto é constituído por: aglomerante, agregados graúdos e
miúdos, água e aditivos, esse conjunto oferece ao aço proteções químicas, físicas e elétricas. Segundo Klein
(1999), a proteção dada à armadura, pelo concreto, pode ser diminuída e às vezes, eliminada pelos seguintes
fatores:
É conhecido popularmente como “broca” ou bicheira”, pois ocasiona a formação de buracos nas
estruturas de concreto armado. Segundo Helene (1992), essa patologia é proveniente das seguintes causas:
lançamento e adensamento inadequados, taxa excessiva de armadura, dimensão máxima do agregado graúdo
inadequada e falhas na dosagem do concreto. É um problema decorrente principalmente de problemas na
concretagem atrelado à execução.
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Além disso, os ninhos de concretagem podem ser ocasionados pela corrosão das amaduras, visto
que há a ocorrência da expansão volumétrica do aço devido a geração de óxido ferroso. A expansão das
barras pode ocasionar o fissuramento e posteriormente a desagregação de partes do concreto, conforme
ilustra a Figura 2.29 (ZUCHETTI, 2015).
“Quando uma edificação fica doente, ou apresenta algum problema em sua integridade, podem
surgir sinais externos, sintomas, indicando que algo não está correto. Algumas vezes esses sinais externos
demoram a aparecer e outras podem ser imperceptíveis à maioria dos leigos.” (TUTIKIAN E PACHECO,
2011, p. 05). Para realizar a identificação das causas, origens, mecanismos das patologias construtivas, os
profissionais utilizam procedimentos de investigação que abrangem diversas etapas. Lichtenstein (1986),
propõe para um método genérico que envolve três etapas:
a) levantamento de subsídios;
b) diagnóstico da situação;
c) definição da conduta.
Para efetuar o diagnóstico de manifestações na construção, em primeiro momento é realizada uma
inspeção visual com o intuito de se obter um levantamento de dados das possíveis anomalias, suas
localizações e intensidades. Após isso é necessária à realização de análises específicas e ensaios
laboratoriais para auxiliar no diagnóstico (TUTIKIAN E PACHECO, 2013).
Além disso, é realizado um estudo sobre edificação com o objetivo de se obter dados da própria
história da construção. Nessa etapa do levantamento dos subsídios, a investigação envolve pessoas que
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trabalharam na construção e além da realização das análise dos documentos formalizados
(LICHTENSTEIN, 1986).
Após a obtenção de todos os dados referente à anomalia em questão, é analisada a influência da
mesma no comportamento global da estrutura, isso exige uma grande experiência do profissional, pois se faz
necessário o estudo aprofundado do comportamento estrutural frente aos diversos agentes agressivos
(TUTIKIAN E PACHECO, 2013).
Posterior à análise dos dados é possível definir um diagnóstico do problema, contudo, além do
diagnóstico o profissional deve apresentar o prognóstico, onde serão expostas as consequências caso não
seja realizada a terapia para a patologia em questão. E por fim, devem ser especificadas as propostas de
remediação. A Figura 2.30 apresenta um fluxograma dos procedimentos a serem realizados em uma possível
intervenção.
ENFERMIDADE
SINTOMATOLOGIA
(manifestação patológica)
ESTUDO DO ENFERMO
(histórico)
DIAGNÓSTICO
PROGNÓSTICO
OTIMISTA PESSIMISTA
TERAPÊUTICA DEMOLIÇÃO
(técnica adequada à correção de
um problema específico)
Fonte: Campagnolo e Silva Filho (1999).
1.2.1.2 Anamnese
Após a realização da inspeção visual na obra, segue-se para a segunda etapa do levantamento de
subsídios, que corresponde ao entendimento da história da construção e a história do problema em questão.
A palavra anamnese significa recordar, refere-se a um procedimento que visa levantar as informações da
evolução da manifestação, assim como acompanhar o desempenho da edificação no decorrer da sua vida
útil. Os dados históricos podem ser obtidos através de duas fontes: entrevistas com pessoas que participaram
da construção e análise de documentos oficiais (LICHTENSTEIN, 1986).
A partir da inspeção preliminar, pode ser necessária uma averiguação mais criteriosa da estrutura.
Em função da natureza da anomalia podem ser realizados ensaios que visem complementar as informações
obtidas na vistoria visual (TUTIKIAN E PACHECO, 2013).
Algumas manifestações patológicas por possuírem características bastante especificas, por meio da
inspeção visual já é possível a determinação de um diagnóstico final. Porém, existem situações em que é
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necessário o estudo mais aprofundado das manifestações, com isso é realizado ensaios complementares, com
o intuito de ampliar os conhecimentos nos segmentos físicos, químicos e biológicos (LICHTENSTEIN,
1986).
Os ensaios complementares podem ser divididos em: ensaios em laboratório e ensaios “in loco”. É
fundamental conhecer o que cada exame irá proporcionar de resultados úteis para o diagnóstico, visto que se
os ensaios forem realizados de maneira imprópria podem fornecer falsos resultados. Além disso, é
importante destacar que os ensaios possuem limitações quanto à sua realização e ao fornecimento de
resultados (LICHTENSTEIN, 1986).
Nesta etapa é efetuada uma avaliação a fim de saber se é necessário ou não a intervenção na
manifestação patológica. Nesse caso a definição da conduta, consiste na realização de medidas de
intervenção e nos estudos de indicações de terapêuticas (OLIVEIRA, 2013).
1.2.3.1 Prognóstico
1.2.3.2 Terapêutica