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Materiais de Construção Civil: estudo sobre a impermeabilização

de estruturas
Lucas Candido Miguela e Lucas Henrique Alves da Rosa Grossb
a
Graduando em Engenharia Civil pela UniOpet, Auxiliar de Engenharia na empresa Lyx Engenharia, Técnico em Edificações
pelo Colégio Estadual do Paraná (2016), lcm.lucasmiguel@gmail.com;
b
Graduando em Engenharia Civil pela UniOpet, Oficial do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Paraná, Bacharel em
Segurança Pública pela Academia Policial Militar do Guatupê (2015), lucas.gross@bm.pr.gov.br.

Resumo
A permeabilidade dos elementos construtivos se caracteriza como um dos
principais fatores que propiciam a proliferação de patologias nas construções. Com
base nesta problemática, a impermeabilização se conceitua como o serviço executado
em áreas que requeiram estanqueidade, áreas que estão vulneráveis a infiltrações e
a ações do ambiente. Esses serviços são normatizados pela NBR 9574:2008
(execução de impermeabilização) e pela NBR 9575:2010 (Impermeabilização –
seleção e projeto), as quais especificam os tipos e a forma de executar a
impermeabilização. Neste trabalho, apresentam-se os diversos tipos de sistemas de
impermeabilização de estruturas, suas principais características esperadas e a forma
como os fluidos (em especial a água) influenciam nas características físicas das
edificações. Ainda foi abordada com destaque a impermeabilização por aplicação de
manta asfáltica, seu processo de execução e ensaio de controle, bem como foi
realizado um estudo de caso em uma obra que implementou esta técnica, sendo
acompanhado todo o processo de execução.

Palavras chave: impermeabilização, manta asfáltica, estanqueidade.

Civil Construction Materials: a study on waterproofing structures

Abstract
The permeability of the constructive elements is characterized as one of the main
factors that propitiate the proliferation of pathologies in the constructions. Based on
this problem, waterproofing is conceptualized as the service performed in areas that
require watertightness, areas that are vulnerable to infiltration and environmental
actions. These services are regulated by NBR 9574:2008 (waterproofing execution)
and by NBR 9575:2010 (Waterproofing - selection and design), which specify the types
and how to perform the waterproofing. In this work, we present the different types of
waterproofing systems, their main expected characteristics and the way in which fluids
(especially water) influence the physical characteristics of buildings. The application of
an asphalt blanket, its execution process and control test was also discussed, as well
as a case study in a construction that implemented this technique, being followed the
whole execution process.

Key-words: waterproofing, asphalt blanket, watertightness

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1. Introdução.

Na atualidade, é notado um relevante crescimento dos padrões de qualidade


exigidos no ramo de mercado da Construção Civil, tendo em vista a publicação de
diversas normas nacionais e internacionais que tem por escopo versar sobre as
técnicas construtivas e estabelecer maneiras de aprimoramento da eficiência das
diversas características esperadas nas edificações. Como reflexo deste avanço
normativo, observa-se crescente preocupação por parte das construtoras quanto ao
aprimoramento de seus serviços executados, com foco na melhoria da qualidade final.
Tendo como base o supramencionado, e sabendo que a água, em qualquer de
seus estados físicos observados na natureza (gasoso, líquido e sólido), se apresenta
como uma das principais responsáveis pelas patologias às quais as edificações são
acometidas, relevantes estudos de sistemas e técnicas construtivas tem sido
desenvolvidos ao longo dos tempos com vistas à diminuição e até mesmo a
neutralização dos efeitos deteriorantes e agressões causados pela infiltração de
líquidos nas estruturas.
No território brasileiro, além das diversas doutrinas desenvolvidas sobre o universo
da construção civil, destacam-se como relevantes referências as Normas Brasileiras
(NBR), recebendo especial atenção a NBR nº 9574:2008 (Execução de
Impermeabilização) e a NBR nº 9575:2010 (Impermeabilização – Execução e projeto),
que versam exclusivamente sobre o escopo deste trabalho.
Sendo assim, diante de toda a problemática apresentada, torna-se imprescindível
a escolha adequada dos métodos de impermeabilização de estruturas a ser adotado
e o desenvolvimento de um bom projeto de impermeabilização no momento de
implantação e execução das obras relativas a uma edificação.

2. Definições pertinentes.

A impermeabilização de estruturas é definida de forma extremamente sucinta e


clara por Yazigi (2013) como sendo a “proteção das construções contra a infiltração
de água”. Já, de maneira mais técnica e aprofundada, a NBR 9575 (2010) define os
Sistemas de Impermeabilização como “conjunto de produtos e serviços (insumos)
dispostos em camadas ordenadas, destinado a conferir estanqueidade a uma
construção”, e quanto ao termo estanqueidade, a mesma norma conceitua como:

Propriedade de um elemento (ou de um conjunto de componentes) de impedir


a penetração ou passagem de fluidos através de si. A sua determinação está
associada a uma pressão-limite de utilização (a que se relaciona com as
condições de exposição do elemento ao fluido).

Desta maneira, Firmino (2013) faz a união destes conceitos fundamentais e traz a
simples definição de que a impermeabilização é o “envelope da edificação”, sendo o
sistema que tem como principal atributo a capacidade de proteger a edificação das
condições proporcionadas pelo meio em que está edificada. O mesmo autor ainda
elenca que os sistemas de impermeabilização têm o objetivo de atender a três grandes
aspectos, podendo estes existirem juntos ou separadamente, quais sejam:

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- Durabilidade da edificação;
- Conforto e usabilidade;
- Proteção ao meio ambiente.

3. Principais características e propriedades dos materiais


impermeabilizantes.

As principais características dos materiais utilizados nos Sistemas de


Impermeabilização, são aquelas que conferem ao conjunto a capacidade de atender
aos objetivos anteriormente citados. A seguir, vejamos as características que
conferem aos materiais cada uma das propriedades esperadas.

3.1. Durabilidade da edificação

De acordo com Queruz (2007), as patologias encontradas em dadas edificações


devem ser compreendidas como consequência do processo de um agente qualquer
sobre um determinado componente, sistema ou mesmo sobre o conjunto edificado, e
que gera um ou mais danos. Deste raciocínio, se justifica a importância dos sistemas
de impermeabilização no tocante à manutenção da durabilidade das edificações,
tendo em vista que a água e os fluidos em geral se caracterizam sabidamente como
agentes extremamente agressivos às estruturas.

3.2. Conforto e usabilidade

Para Soares (2014), as características de conforto das edificações, em sua


plenitude, têm se mostrado como uma exigência em constante crescimento. Desta
maneira, problemas como umidade, infiltrações e vazamentos, tem se tornado
condenáveis, tanto pela ótica de que tais problemas podem causar desconforto e
problemas de saúde nos usuários da edificação, quanto pelo fator estético e pela
possibilidade destes problemas acarretarem danos estruturais que afetem a
usabilidade da edificação.
Tendo como fundamento o supra exposto, fica ainda mais evidente a necessidade
de implantação de um sistema de impermeabilização eficaz e bem dimensionado.

3.3. Proteção ao meio ambiente

Este aspecto dos sistemas de impermeabilização implementados na construção de


edificações tem grande tendência em ganhar elevada importância no futuro, com o
crescimento dos ideais de sustentabilidade e de proteção ambiental, segundo aponta
Soares (2014).
Quanto a este fator, o citado autor exemplifica o tratamento de impermeabilização
de lagoas de dejetos industriais a fim de se evitar a contaminação do solo e de
potenciais aquíferos subterrâneos.

3.4. Características do Sistema de Impermeabilização segundo a NBR 9575:2010

A NBR 9575:2010 ainda traz outros requisitos gerais que devem ser atendidos
pelos sistemas de impermeabilização adotados nas edificações, sendo que alguns

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deles convergem com as definições e características abordadas anteriormente, quais
sejam:

A impermeabilização deve ser projetada de modo a:


a) evitar a passagem de fluidos evapores nas construções, pelas partes que
requeiram estanqueidade, podendo ser integrados ou não outros sistemas
construtivos, desde que observadas normas específicas de desempenho que
proporcionem as mesmas condições de estanqueidade;
b) proteger os elementos e componentes construtivos que estejam expostos
ao intemperismo, contra a ação de agentes agressivos presentes na
atmosfera;
c) proteger o meio ambiente de agentes contaminantes por meio da utilização
de sistemas de impermeabilização;
d) possibilitar sempre que possível acesso à impermeabilização, com o
mínimo de intervenção nos revestimentos sobrepostos a ela, de modo a ser
evitada, tão logo sejam percebidas falhas do sistema impermeável, a
degradação das estruturas e componentes construtivos. (NBR 9575, 2010)

4. Mecanismos de atuação das águas nas construções.

A água é um dos maiores causadores de patologias, de forma direta ou indireta,


quer se encontre no estado de gelo, no líquido ou mesmo enquanto vapor de água.
Pode ser vista como um agente de degradação ou como meio para a instalação de
outros agentes, de acordo com Soares (2014, apud. QUERUZ, 2007).
Desta maneira, é notório o entendimento de que a proteção da construção contra
a água (como agente de degradação), se torna essencial para a sua durabilidade e
segurança.
Ademais, Soares (2014) determina que o conhecimento das causas de umidade
nas edificações é essencial para a determinação do projeto e do tipo de sistema de
impermeabilização a ser adotado. As formas em que os fluidos podem atuar estão
resumidas na seguinte tabela:

IMPOSIÇÃO FORMA DE ATUAÇÃO


ÁGUA SOB PRESSÃO UNILATERAL OU BILATERAL
ÁGUA DE PERCOLAÇÃO CHUVA, LAVAGEM
UMIDADE DO SOLO ÁGUA CAPILAR
AGUA DE CONDENSAÇÃO SAUNAS, CAMARAS FRIGORÍFICAS
Fonte: Freire (2007)
Tabela 01 – Atuação dos Fluidos

Tendo em vista as maneiras como os fluidos podem atuar nos elementos


construtivos exposta pela Tabela 01, veremos a seguir uma ilustração da maneira
como uma mesma edificação pode sofrer com a ação dos fluidos. Ademais, Soares
(2014), estabelece que as diferentes formas com que a água age na edificação
determina o tipo do sistema de impermeabilização que deverá ser adotado para a
solução do problema, conforme veremos na sequência.

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Figura 01 – Atuações dos fluidos em uma mesma edificação
Fonte: Soares (2014).

5. Tipos de impermeabilização.

De acordo com o estabelecido pela NBR 9575:2010 em seu item 4.1, “os tipos de
impermeabilização são classificados segundo o material constituinte principal da
camada impermeável”.
A supramencionada norma ainda os classifica os materiais como: asfálticos,
cimentícios e poliméricos. Para cada classificação abordada, existem materiais
específicos, sendo estes:

5.1. Cimentícios

a) argamassa com aditivo impermeabilizante;


b) argamassa modificada com polímero;
c) argamassa polimérica;
d) cimento modificado com polímero.

5.2. Asfálticos

a) membrana de asfalto modificado sem adição de polímero;


b) membrana de asfalto elastomérico;
c) membrana de emulsão asfáltica;
d) membrana de asfalto elastomérico, em solução;
e) manta asfáltica.

5.3. Poliméricos

a) membrana elastomérica de policloropreno e polietileno clorossulfonado;


b) membrana elastomérica de poliisobutileno isopreno (1.1.R), em solução;
c) membrana elastomérica de estireno-butadieno-estireno (S.B.S.);
d) membrana elastomérica de estireno-butadieno-estireno-ruber (S.B.R.);
e) membrana de poliuretano;
f) membrana de poliuréia;

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g) membrana de poliuretano modificado com asfalto;
h) membrana de polímero acrílico com ou sem cimento;
i) membrana acrílica para impermeabilização;
j) membrana epoxídica;
k) manta de acetato de etilvinila (E.V.A.);
l) manta de policloreto de vinila (P.V.C.);
m) manta de polietileno de alta densidade (P.E.A.D.);
n) manta elastomérica de etilenopropilenodieno-monômero (E.P.D.M.);
o) manta elastomérica de poliisobuti leno isopreno (1.1. R).

5.4. Manta asfáltica

Dentre todos os materiais empregados nos sistemas de impermeabilização


classificados pela NBR 9575:2010, neste trabalho será desenvolvido um estudo
aprofundado sobre a manta asfáltica, material da classe dos asfálticos.
De acordo com Soares (2014), as mantas asfálticas são os produtos
impermeabilizantes mais rotineiramente utilizados no Brasil, compondo o método de
impermeabilização mais difundido no país devido ao conhecimento da aplicação pela
mão de obra e a disponibilidade encontrada do material no mercado.
Ainda de acordo com o mesmo autor, as mantas asfálticas, por serem pré-
fabricadas, são componentes de um sistema considerado industrializado. Sendo
essas mantas compostas à base de asfaltos modificados com polímeros e armados
com estruturantes especiais, com o desempenho dependente da composição desses
dois componentes.
Soares (2014) ainda aborda uma classificação específica das mantas, de acordo
com o Serviço Brasileiro de Resposta Técnica, vejamos:

I – Quanto à adição na massa:


a) Elastoméricas;
b) Plastoméricas.

II – Conforme o tipo de estruturante interno:


a) Glass – véu de fibra de vidro;
b) Poliéster;
c) Polietileno – filme de polietileno de alta resistência.

III – Acabamento externo da manta:


a) Exigência de proteção mecânica;
b) Não exigência de proteção mecânica.

5.4.1. Padronização quanto à execução da aplicação da Manta Asfáltica

Quanto à execução de obras envolvendo a utilização da manta asfáltica, a NBR


9574:2008 normatiza a execução, com a determinação de três etapas principais:

a) Preparação do substrato;
b) Aplicação do tipo de impermeabilização;
c) Proteção do tipo de impermeabilização.

Abaixo, veremos as características principais de cada etapa do processo.

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5.4.1.1. Preparação do substrato

Com relação à fase de preparação do substrato onde a manta será aplicada, a NBR
9574:2008 define o seguinte:

O substrato deve se encontrar firme, coeso, seco, regular, limpo, isento de


corpos estranhos, restos de fôrmas, pontas de ferragem, restos de produtos
desmoldantes ou impregnantes, falhas e ninhos, com declividade nas áreas
horizontais de no mínimo 1 % em direção aos coletores de água. Para calhas
e áreas internas é permitido o mínimo de 0,5 %. Cantos devem estar em meia
cana e as arestas arredondadas.

5.4.1.2. Aplicação do tipo de impermeabilização

A NBR 9574:2008 estabelece uma sequência de passos que devem ser atendidos
com relação à aplicação da manta, conforme o tipo de aplicação pretendida, podendo
ocorrer das seguintes maneiras:

a) Aplicação com “Primer”:

Aplicar uma demão do produto de imprimação (primer) com rolo de lã de


carneiro, trincha ou brocha, de forma homogênea, aguardando sua total
secagem, exceto para os casos de mantas não aderidas ao substrato.
Recomenda-se que a aplicação das mantas asfálticas seja efetuada em
temperaturas ambientes acima de 5°C, salvo orientação específica do
fabricante.
Desenrolar as bobinas, alinhando-as e rebobinando-as novamente, sobre
o substrato a ser impermeabilizado. O consumo, manuseio, ferramentas e
instruções de segurança devem seguir as recomendações do fabricante.
Aplicada com chama de maçarico a GLP. O maçarico a ser utilizado na
aplicação deve ser com gatilho controlador de chama, haste de 50 cm, bocal
de 2”.
Direcionar a chama do maçarico de forma a aquecer simultaneamente o
substrato imprimado e a face de aderência da manta. Pressionar a manta do
centro em direção às bordas, de forma a expulsar eventuais bolhas de ar.
As sobreposições devem ser de no mínimo 10 cm, executando o
selamento das emendas com roletes, espátulas ou colher de pedreiro de
pontas arredondadas.

b) Aplicada com asfalto a quente:

Aquecer o asfalto de forma homogênea em equipamento adequado numa


temperatura compreendida entre 180°C a 220 °C para o asfalto sem a adição
de polímeros e 160 °C a 180 °C para o asfalto com a adição de polímeros.
Aplicar uma demão do asfalto aquecido na temperatura mínima de 160°C,
com o uso de meada de fios de juta, no substrato imprimado numa distância
máxima de 1,00 m à frente da bobina.
O asfalto deve ser aplicado no substrato e face inferior da bobina.
Pressionar a manta do centro em direção às bordas, de forma a expulsar
eventuais bolhas de ar.
As sobreposições devem ser de no mínimo 10 cm, executando o
selamento das emendas através da aplicação de banho de asfalto, com o uso
de meada de fios de juta, pressionando as emendas com roletes, espátulas
ou colher de pedreiro de pontas arredondadas.

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c) Aplicada com adesivos:

Aplicar uma camada homogênea de adesivo no substrato imprimado e na


face da manta asfáltica a ser aderida ao substrato.
Aguardar o tempo de pega do adesivo e pressionar a manta contra o
substrato, pressionando do centro em direção às bordas, para eliminação das
eventuais bolhas de ar.
As sobreposições devem ser de no mínimo 10 cm, executando o
selamento das emendas com roletes, espátulas ou colher de pedreiro de
pontas arredondadas.

d) Auto-adesivas:

Remover o elemento antiaderente, promovendo a adesão inicial ao


substrato, e continuar o processo removendo o filme e aderindo a manta
simultaneamente.
Executar o processo lentamente e pressionar do centro em direção às
bordas, de forma a expulsar eventuais bolhas de ar.
As sobreposições devem ser de no mínimo 10 cm, pressionando as
emendas fortemente com roletes metálicos.

5.4.1.3. Proteção do tipo de impermeabilização

No tocante ao ultimo passo do processo de execução da impermeabilização por


manta asfáltica, a NBR 9574:2008 orienta que seja realizada a proteção mecânica
estruturada com tela de fios de arame galvanizado ou plásticos nas áreas verticais.
Nas áreas horizontais, a proteção mecânica, armada ou não, deve ser executada
sobre camada separadora e/ou drenante, nos locais onde exista possibilidade de
agressão mecânica. Deve-se, ainda, buscar a proteção contra raios ultravioleta,
exceto para as mantas auto protegidas.

6. Ensaios de controle.

Segundo exposto por Yazigi (2013), bem como padronizado pela NBR 9574:2008,
após a conclusão da impermeabilização, é necessário realizar o teste de lâmina de
água, por um período mínimo de 72 horas, para a verificação da estanqueidade à
água da impermeabilização por comparação do nível inicial e final da lâmina de água.

7. Exemplo da aplicação de materiais impermeabilizantes em obras –


estudo de caso.

Para ilustrar os conceitos e as definições apresentadas até o momento, foi realizada


uma visita a uma obra que se encontrava em fase de execução do método de
impermeabilização por meio de mantas asfálticas.
Dados da obra visitada:

- Endereço: Rua José Kleina, nº 515;


- Bairro: Tanguá;
- Município: Almirante Tamandaré/PR;
- Empreendimento: X-9 Nashville;
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- Empresa responsável: Lyx Engenharia;
- Empreiteiro que realizou o serviço: Franzil construção Civil ME;
- Estrutura impermeabilizada: laje de ático.

Durante a visita ao local, foram observadas todas as fases do processo de


aplicação da impermeabilização na estrutura.
Na imagem abaixo, verificamos o substrato já regularizado para a aplicação do
“primer”, conforme verificado no item 5.4.1.2 a) anteriormente abordado.

Figura 02 – Regularização do substrato para aplicação do “primer”


Fonte: o autor (2018).

Após a aplicação do “primer” é feita a colagem da manta, com o auxilio de um


maçarico de chamas de GLP e uma colher de pedreiro, conforme observado na
seguinte imagem:

Figura 03 – Colagem da manta asfáltica


Fonte: o autor (2018).

Alguns cuidados devem ser tomados no momento da aplicação do material: atentar


para que os cantos estejam arredondados e que ocorra o transpasse de
aproximadamente 10 cm de uma manta sobre a outra conforme especificado pela
NBR 9754:2008.

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Após a colagem total da manta no substrato, deve ser feito o teste de
estanqueidade, enchendo o ambiente com uma película de água por 72 horas para
verificação e análises de vazamentos, conforme descrito no item 6 deste trabalho.
Na imagem a seguir, verificamos a finalização do processo de aplicação da manta
asfáltica no ambiente em estudo.

Figura 04 – Finalização da colagem da manta asfáltica


Fonte: o autor (2018).

Após o ensaio de controle, não ocorrendo nenhum tipo de vazamento ou avaria, é


realizada a proteção mecânica da manta com um contra piso. É importante a utilização
da película separadora entre o contra piso e a manta para que a pequenas partículas
componentes do agregado constituinte da argamassa utilizada no contra piso não
danifiquem nem perfurem a manta no momento da aplicação ou até mesmo nas
dilatações térmicas sofridas naturalmente pelo material por estar exposto às
intempéries. A imagem a seguir ilustra o contra piso sendo executado sobre a camada
de impermeabilização.

Figura 05 – Execução do contra piso


Fonte: o autor (2018).

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7.1. Utilização de manta asfáltica na obra em estudo

O estudo de caso elaborado neste trabalho propiciou a clara observação das


principais características dos materiais e sistemas impermeabilizantes, principalmente
a manta asfáltica, no sentido de suas características, propriedades e peculiaridades
no tocante à sua aplicação e implementação.
Na obra visitada, observou-se que a manta asfáltica foi escolhida, dentre toda a
gama de materiais impermeabilizantes disponíveis no mercado, pelas características
construtivas do local que foi impermeabilizado, as quais favoreceram a utilização do
material em questão por conta da sai excelente trabalhabilidade e resistência, onde
após a aplicação do acabamento (proteção mecânica – contra piso), proporciona
ótimas características de estanqueidade e acabamento.

8. Referências.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 9575:


Impermeabilização: Seleção e Projeto. Rio de Janeiro, 2010.

___________ NBR 9574: Execução de Impermeabilização. Rio de Janeiro, 2008.

FREIRE, M. A. Métodos executivos de impermeabilização de um


empreendimento comercial de grande porte. 2007. 72f. Monografia (Graduação em
Engenharia Civil) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2007.

QUERUZ, Francisco. Contribuição para identificação dos principais agentes e


mecanismo de degradação em edificações da Vila Belga. Santa Maria – RS. 2007.
150 p.

SOARES, Felipe Flores. A importância do projeto de impermeabilização em obras


de construção civil. 2014. 192f. Monografia (Graduação em Engenharia Civil) –
Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2014.

YAZIGI, Walid. A técnica de edificar. 12. ed. São Paulo: SindusConSP, 2013. 824 p.

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