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Resumo Abstract
Nesse trabalho apresenta-se um estudo comparati- This paper compares rigid-frame vertical bracing
vo entre os sistemas de estabilizações verticais em pórti- systems against “K” or “X” truss systems, according to
cos rígidos e os sistemas em treliças em ‘K’ e em ‘X’. A height variation. The adopted models used were based
eficiência estrutural é analisada através do relacionamen- on technical information from a standard project.
to entre o número de pavimentos com os deslocamentos Structural efficiency was analyzed by comparison of the
horizontais, esforços solicitantes e os perfis adotados no ratio of the number of pavements to their horizontal
dimensionamento dos modelos. Nos sistemas rígidos, os dislocation, structural strain and perfiles adopted in
esforços solicitantes e os deslocamentos horizontais são dimension models. In the rigid-frame vertical bracing
maiores do que nos sistemas contraventados. Nesse caso, systems, structural strain and horizontal dislocation
leva-se a estruturas mais pesadas e, portanto, menos eco- were greater than in the truss systems. The rigid-frame
nômicas. A partir de 24 pavimentos, para se garantirem vertical bracing system also requires more steel,
deslocamentos aceitáveis nos modelos rígidos, a rigidez providing for a heavy, less economic structure. After 24
necessária do sistema fica impraticável. Usaram-se as te- floors, the rigid-frame vertical bracing system becomes
orias linear e não-linear (Efeito P-∆) para análise compa- impractible, since at this point it no longer meets
rativa dos modelos adotados. Nesse contexto, verificou- acceptable dislocation standards. For structural
se que a análise não-linear é fundamental para os mode- calculations, comparisons between the linear and non-
los com maior número de pavimentos, pois proporciona linear analysis (P-∆ effect) were used. It was concluded
resultados de esforços e deslocamentos mais coerentes. that non-linear analysis should be considered in the
design of buildings, particularly those very tall, since it
Palavras-chaves: Contraventamentos, pórticos rígidos,
indicates true strain and major structural displacement.
treliças, edifícios, aço.
This paper proves that there are advantages in using
the truss systems for multiple-story buildings and that it
is necessary to analyse the P-∆ effect for more efficient
building design.
Keywords: Bracing, trusses, frames, building, steel.
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1. Introdução bulares e os sistemas com núcleo rígido mentos foi baseada na variação da ação
em concreto ou em aço. do vento com a altura, da influência das
Com a globalização da economia, a proporções e forma da edificação e da
automação industrial, as informatizações variação do coeficiente de arrasto no cál-
dos procedimentos de projetos de enge- 2. Materiais e Métodos culo do vento segundo a Norma Brasi-
nharia e com o atual déficit habitacional, Projeto Arquitetônico leira NBR 6123/90. Escolheram-se, para
o mercado das estruturas metálicas vem análises, os modelos de 8, 16, 24, 36 e 48
crescendo. Para que as estruturas tor- Utilizou-se um projeto arquitetôni-
pavimentos.
nem-se competitivas, deve-se buscar a co padrão baseado no Edifício Piemonte
melhor solução que atenda as condições (Prestes,2000). Esse edifício possui 8 pa- As Figuras 1, 2 e 3 mostram os mo-
de segurança e de economia. O projeto vimentos com dimensões de 62.83m de delos rígidos, treliçado em 'K' e em 'X'
de menor custo é o mais atraente e é o comprimento, 15m de largura e 3.3m de para o modelo de 8 pavimentos.Os de-
que melhor compete com outros materi- altura de piso a piso. A estabilidade mais modelos representam a mesma con-
ais e com as novas tecnologias constru- transversal da obra foi garantida por meio figuração, apenas variando a altura. Para
tivas, desde que alie as condições de de quatro pórticos rígidos e a longitudi- o modelo rígido, a estrutura foi gerada
eficiência e segurança. Diversos fatores nal, por meio de um pórtico contraventa- com nós rígidos, ou seja, engastados e,
influenciam o custo final da estrutura em do em delta na região dos elevadores. para os modelos treliçados, as colunas
aço. Entre eles, salientam-se a seleção foram geradas contínuas e só as vigas e
Como a estabilização transversal é
do sistema estrutural; o projeto dos ele- as diagonais foram adotadas birrotuladas.
a mais crítica, devido às características
mentos individuais; o projeto e o deta- geométricas do projeto, optou-se pela Os modelos foram dimensionados
lhamento das ligações; o processo de análise do sistema somente nessa dire- como vigas-colunas, ou seja, à flexão e à
fabricação e o sistema de montagem; as ção. Os pórticos analisados foram os compressão, apesar de os modelos con-
especificações para fabricação e monta- centrais, por serem os mais rígidos e re- traventados possuírem suas ligações
gem e os sistemas de proteção ao fogo e presentarem a situação mais crítica, pois rotuladas e, em teoria, não liberarem mo-
à corrosão (Bellei, 1998). Dentro da sele- absorvem as maiores ações devido ao mentos; na prática, as ligações não po-
ção do sistema estrutural adequado, Ta- vento. Considerou-se a estrutura simé- dem ser consideradas totalmente engas-
ranath (1988) afirma que a eficiência des- trica para evitar análises dos efeitos da tadas e totalmente rotuladas, portanto
se sistema está relacionada ao consumo torção na edificação. os dois modelos liberam, em suas liga-
de aço. O consumo de aço extra está re- ções, os dois esforços.
lacionado com a parcela de peso total da
estrutura necessária ao enrijecimento, Modelos Estruturais
para resistir às cargas laterais, ou seja, Cargas estruturais
Para os sistemas de estabilizações
com o sistema vertical de estabilização.
verticais, adotaram-se modelos rígidos, As Tabelas 1 e 2 mostram as cargas
Os sistemas de estabilizações da em treliças (em 'K' e em 'X') para alturas estruturais usadas no dimensionamento
edificações ou contraventamentos ga- váriadas. A escolha do número de pavi- da estrutura para os vários modelos.
rantem a rigidez da estrutura quanto à
solicitação de cargas horizontais ou ex- V15 V16 N25 N26 N27
pretende que este mesmo efeito seja atin- P20 P21 P22 330
N4 N5 N6
gido. Os sistemas de contraventamen- V1 V2
tos verticais podem ser obtidos através P17 P18 P19 330
N1 N2 N3
de vários tipos de modelos, como, por
750 750
exemplos: os sistemas em pórticos rígi- 1500
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V53 V54 V55 V56 N39 N40 N41 N42 N43 Para todos os modelos, as cargas
P22 D85 D86 P23 D87 D88 P24 330
de vento foram calculadas segundo a
N36
V49 V50 V51 V52 N34 N35 N37 N38
norma NBR6123/90 e as cargas da casa
P19 D81 D82 P20 D83 D84 P21 330 de máquinas e do reservatório de água
N31
V45 V46 V47 V48 N29 N30 N32 N33
foram consideradas nos nós da cobertu-
P16 D77 D78 P17 D79 D80 P18 330 ra, sendo, no nó central, adotado 50%
N26
V41 V42 V43 V44 N24 N25 N27 N28
da carga total e, nos nós de extremidade,
P13 D73 D74 P14 D75 D76 P15
N21
330 25%, mantendo, assim, a simetria.
V37 V38 V39 V40 N19 N20 N22 N23
26 40
D66 D58
P4 P5 P6 330
N4 N5 N6 N7 N8
somatório das forças horizontais no an-
dar; ∆ é o deslocamento de primeira or-
V25 V26 V27 V28
D57 D65
P1 P2 P3 330
N1 N2 N3
dem dos pavimentos e i é o pavimento
750 750
em que se está trabalhando.
1500
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dos encontrados na análise linear, mas
somente o gráfico do momento fletor
máximo é mostrado, por ser este o es-
forço nas barras determinante para os
cálculos.
O modelo rígido possui desloca-
mentos maiores que os modelos contra-
ventados, por isso é chamado de pórti-
co deslocável.
4. Conclusões
1. O sistema rígido, quando comparado Gráfico 1 - Número de Pavimentos X Deslocamento - por análise linear e não linear -
com o sistema contraventado, está modelo rígido.
sujeito a maiores esforços solicitan-
tes e deslocamentos horizontais, le-
vando-se a um consumo maior de aço.
2. Durante o processo de dimensiona-
mento, verificou-se que, na medida em
que se aumenta a altura do edifício, o
aumento da rigidez para modelos rígi-
dos ocorre com o aumento da rigidez
das vigas e, para os modelos contra-
ventados, com o aumento da rigidez
das diagonais.
3. Quando foram comparados os mode-
los de carga de vento concentrada nos Gráfico 2 - Momento Fletor Máximo X Número de Pavimentos - por análise linear e não
linear - modelo rígido.
nós e os modelos com carga de vento
linearmente distribuída na estrutura,
este último modelo apresentou esfor-
ços e deslocamentos maiores. Isso
significa que o modelo de vento line-
armente distribuído é mais crítico e
mais real.
4. Na medida em que se aumenta a altura
da edificação, os modelos rígidos tor-
nam-se incompatíveis com a prática,
pois, os perfis dimensionados ficam
fora dos limites aceitáveis.
5. O modelo contraventado em Delta é
Gráfico 3 - Momento Fletor Máximo X Número de Pavimentos - para os vários modelos.
mais leve que o modelo em X por apre-
sentar um terceiro apoio na viga; as-
sim, reduzem-se os esforços e o peso
da estrutura.
6. No dimensionamento de edifícios de
andares múltiplos, principalmente os
mais altos, a análise não linear (efeito
P-∆) é a mais indicada, já que os seus
esforços e deslocamentos são maio-
res do que os obtidos pela análise li-
near. Portanto uma estrutura dimensi-
onada em análise linear muitas vezes
não estará dentro dos limites daque-
les da análise não linear. Gráfico 4 - Número de Pavimentos X Deslocamento - para os vários modelos.
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parados com os cálculos de análise
não linear realizados pelo Método dos
Elementos Finitos através do progra-
ma computacional Ansys (5.6).[Taba-
relli, 2002].
Referências
Bibliográficas
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Revista da Escola de Minas, v.53, n.13,
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Graw - Hill, 1988. 739 p.
[4] TABARELLI, A. Análise comparativa de
sistemas verticais de estabilização e a
Gráfico 5 - Consumo de Aço para os vários modelos. influência do efeito P-∆ no dimensiona-
mento de edifícios de andares múlptiplos
em aço. Universidade Federal de Ouro
7. Por exigir apenas uma iteração, o Mé- pela NBR 8800/86. Os resultados obti- Preto, 2002. 139p. (Dissertação de
todo Canadense de análise do efeito dos pelo método da carga fictícia apre- Mestrado).
P-∆ é mais simples do que o utilizado sentam um erro de 3%, quando com-
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