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Análise Institucional:

Revisão Conceitual e
Nuances da Pesquisa-
Intervenção no Brasil

André Rossi e
Eduardo Passos
Itinerário histórico da A.I a partir da
década de 60

Construção do Conceito de Instituição


(Lapassade)

A relação do Instituído-Instituinte como


forma dialética

Revisando nossa útima aula


“Forma que produz e reproduz as relações sociais ou
forma geral das relações sociais, que se instrumenta
em estabelecimentos e/ou dispositivos… E isto é a
instituição, este produto da sociedade instituinte em
tal momento de sua história” (Lapassade)

“Lógicas, são árvores de composição lógicas que,


segundo a forma e o grau de formalização que
adotem, podem ser leis, podem ser normas e,
quando não estão enunciadas de maneira
manifesta, podem ser pautas, regularidades de
comportamento” (Baremblitt)

Há também a possibilidade de compreensão da instituição


enquanto algo mais fluido - “produção, atividade, algo
não localizável empiricamente, uma espécie de ics político
que instituí novas realidades, sempre dividindo, sempre
separando” (Deleuze e Gutarri)
Os conceitos da A.I, desde sua gênese na
década de 1960, “têm uma vocação
operacional clara e sua ligação com a
prática muitas vezes não gerou a
necessidade de delimitações conceituais
rígidas"
Uma leitura
histórica e
epistemológica
A partir das 'correntes históricas, quais conceitos
podem ser mais marcantes para a A.I?
Psicoterapia Institucional (Guattari):
Analisador e Transversalidade
A Transversalidade

Nasce com múltiplas referências, sobretudo como


tentativa de superação, nas organizações
psiquiátricas, da hierarquia vertical e da igualdade
horizontal, introduzindo no pensamento institucional
outras formas de relação entre os grupos - o que
designou de grupos sujeito e grupos sujeitados

Clínica e Política se tornam Inseparáveis;

O tema da subjetividade ganha lugar no discurso


institucionalista com o conceito de transversalidade
Psicoterapia Institucional (Guattari):
Analisador e Transversalidade
O Analisador

“Aquele ou aquilo que provoca análise, quebra,


separação, explicitação dos elementos de dada
realidade institucional, que aparece especialmente
nos questionamentos de hierarquia e especialismo”

Comporta dois níveis, atravessado pelo campo de


análise e o de intervenção. Ele pode ser tomado
tanto como evento que denuncia quanto aquele
portador da potência da mudança
Pedagogia Institucional
(Lourau e Lapassade) - Instituído/Instituinte

‘Formas’, produtos históricos


de uma sociedade instituinte
que produzem e reproduzem
as relações sociais e se
instrumentalizam em
Formas Processos estabelecimento e/ou
(Instituído) (Instituinte)
dispositivos
Psicossociologia (Moreno e
Lewin): Campo como conceito
A união entre teoria e ação

Impossibilidade de neutralidade
A 'inovação'
Lewiniano - o T-Group
A mudança da discussão da técnica
em favor da discussão sobre os
efeitos que a técnica produzia

Não colocava em análise suas condições de


possibilidade
Críticas ao modelo de campo
A A.I choca-se com a teoria dos grupos uma vez
que “onde a técnica grupalista naturaliza o
grupo, o institucionalismo o tomava como
instituição, isto é, produção de uma sociedade
instituinte, denunciando seu utilitarismo
quanto aos objetivos prévios e sua falta de
análise quanto à encomenda da intervenção”.
A.i em Ato ou A.I
Socioanálise Generalizada
A A.I em três
categorias

A.I Retrita
A Socioanálise...

Parte dos pedidos feitos pelas organizações-


cliente ao grupo pesquisador-interventor, Tendência à provocação de crise,
considerando as implicações sociopolíticas apostando em seu potencial crítico; Na A.I,
que atravessa a relação grupo- a restituição cada vez mais preconizada
cliente/grupo-interventor
Análise da encomenda,
da demanda e da oferta
e de Encom
lis end
á
An a
Desdobra o pedido de análise feito pela organização. A análise da
encomenda gera a demanda como o seu desdobramento problemático,
expondo o emaranhado de forças contido no pedido de análise

Sentido Contratual A demanda é produzida


(e não desvelada) no
Sentido Psicológico
encontro entre grupo

“Não tomar naturalmente a encomenda da intervenção é fazer uma pausa que permita a entrada do
operador crítico”
O trabalho de A.I. se inicia quando dinâmicas não
observadas se expressam, justamente ao pedido
explícito de intervenção. A atitude crítica faz
aparecer as demandas de intervenção que nunca são
espontâneas, mas produzidas tanto no encontro
analíticop quanto previamente a ela

A Questão Fundamental - Quem é meu


Cliente?
Análise da encomenda,
da demanda e da oferta
lise de Ofer
ná ta
A

Pode ser anterior, mas também pode se dar ao mesmo tempo que a análise
da encomenda. Ela coloca em análise o próprio grupo-interventor como
instituição que propõe um serviço, problematizando o modo como as
intervenções podem gerar um especialismo e produzir ou modular as
encomendas de intervenção que lhe são propostas
Os Campos de Intervenção e de
Análise

O campo de intervenção O campo de análise não pode ser entendido


constitui-se na prática da como separado - apesar de ser, por vezes, feito
própria intervenção, ou seja, em reuniões e supervisões do grupo interventor
- nem como a parte teórica que será aplicada na
na ida ao campo
prática;
A Análise da Implicação
Implicação Institucional

Implicação Prática Implicação Paradigmática

Implicação Sintagmática Implicação Simbólica

Transferência e
Contratransferência
na Psicanálise

"Transferência e contratransferência institucional, onde


pensa-se numa problemática grupal e institucional,
embora mantivesse a preocupação com os vínculos e uma
atitude epistemológica de não neutralidade"
Instituição
Institucionalização
Paradigma Implicação
dos Intervenção
"Quatros I"
"Intervir não é observar de fora um objeto dado, mas
construí-lo de dentro, ao mesmo tempo construindo a si
mesmo no momento da intervenção"
O Conceito de instituição diz respeito a uma realidade
que cruza as organizações e estabelecimentos, sendo
um emaranhado de forças, que produz um não dito
institucional. Esse não dito é identificado pelo ics.
institucional, que sempre esteve implícito na análise
dos vínculos, das transferências e contratransferências
instituídas

Sociedades e instituições: BAREMBLITT, G. F.


Compêndio de Análise Institucional e outras
correntes: teoria e prática. Rio de Janeiro: Rosa dos
Ventos, 1992. – Capítulo 2.

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