Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Estruturalista da
Administração
Erica Sarraf Fernandes Biondo
A Abordagem Estruturalista
da Administração
Introdução
Neste conteúdo, serão apresentados os fatores que contribuíram para o surgimento
da teoria estruturalista e a sua importância para a Administração. Nesse sentido,
veremos que essa corrente teórica representou certo avanço em relação à teoria
burocrática de Max Weber, bem como teve uma aproximação com a teoria das
relações humanas de Elton Mayo, ocasionando uma visão relativamente crítica da
organização formal.
Objetivos da Aprendizagem
• analisar a importância e as origens da teoria estruturalista no contexto atual
da administração das organizações;
• analisar a atual sociedade de organizações; as tipologias organizacionais
para estudos comparativos das organizações; os conflitos e sua influência
na administração das atuais organizações.
2
Teoria estruturalista
Chiavenato (2014) afirma que, no fim da década de 1950, a teoria das relações
humanas entrou em declínio. A oposição entre a teoria clássica e a teoria das relações
humanas criou um impasse dentro da Administração que nem mesmo a teoria da
burocracia teve condições de superar.
3
1. A oposição que surgiu entre a teoria clássica e a teoria
das relações humanas
Elas são incompatíveis entre si. Então, tornou-se necessária uma posição mais
ampla, compreensiva e que integrasse os aspectos que eram considerados
por uma e omitidos por outra, e vice-versa. A teoria estruturalista pretendeu
ser uma síntese da teoria clássica (formal) e da teoria das relações humanas
(informal), inspirando-se na abordagem de Max Weber e, até certo ponto, nos
trabalhos de Karl Marx.
4
Embora tivesse escrito sobre a burocracia décadas antes, foi somente
com a tradução do alemão para o inglês, em 1947, que Max Weber –
considerado o fundador do movimento que se iniciou na sociologia
– passou a ser conhecimento e discutido nos meios acadêmicos e
empresariais. A abordagem estruturalista é um movimento que provocou
o surgimento da sociologia das organizações e que iria criticar e reorientar
os caminhos da teoria administrativa.
Para Taylor e Fayol, o homem era um ser econômico. Já para Elton Mayo, o homem seria
um ser social. No entanto, para a teoria estruturalista, segundo Chiavenato (2014), o
foco está voltado para o homem organizacional, ou seja, aquele que cumpre diferentes
papéis, em inúmeras organizações. De acordo com Chiavenato (2014), para ser bem-
sucedido, esse homem organizacional precisa ter as seguintes características:
5
Sociedade de organizações Tipologias de organizações
Organizações contemporâneas
Para os estruturalistas, a sociedade moderna e industrializada é uma sociedade de
organizações, das quais o homem passa a depender para nascer, viver e morrer. De
acordo com Chiavenato (2014, p. 288):
6
das interações entre os grupos sociais – iniciado pela teoria das relações
humanas – para as interações entre as organizações sociais. Da mesma
forma como os grupos sociais interagem entre si, as organizações
também interagem entre si.
7
Da natureza
Do trabalho
Do capital
Da organização
As organizações
Chiavenato (2014) afirma que, de acordo com a abordagem estruturalista, as
organizações são sistemas complexos, e suas características são permanentes. Elas
possuem uma estrutura interna e interagem com outras, em um contexto no qual são
criadas como unidades sociais, intencionalmente construídas e reconstruídas, para
que assim possam atingir objetivos específicos.
8
Por sua vez, Lacombe e Heilborn (2015, p. 21) explicam que as organizações são a
forma que assume toda associação humana para atingir um objetivo comum. Edgard
Schein (apud Lacombe, 2006, p. 118) define as organizações como a “coordenação
racional das atividades de certo número de pessoas, que desejam alcançar um
objetivo comum e explícito, mediante a divisão das funções e do trabalho, por meio
da hierarquização da autoridade e da responsabilidade”.
Organização formal
Organização informal
9
Nos próximos tópicos, vamos perceber que o equilíbrio entre as duas formas de organização
(formal e informal) resultou em uma análise mais aprofundada das organizações.
Chiavenato (2014) relata ainda que a análise das organizações, do ponto de vista
estruturalista, é realizada a partir de uma abordagem múltipla, que envolve principalmente:
Tipologias de organizações
Nunca haverá duas organizações idênticas, elas sempre serão díspares e apresentarão
grande multiplicidade. Porém, podem apresentar algumas características que
permitem classificá-las em certos grupos ou tipologias, denominados tipologias de
organizações. Para facilitar a análise comparativa das organizações, muitos estudiosos
do estruturalismo desenvolveram tipologias de organizações (CHIAVENATO, 2014).
10
Como já mencionado, Chiavenato (2014, p. 286) afirma que o estruturalismo sofreu
forte influência da Filosofia, da Psicologia (Gestalt), da Antropologia (Nicolas Bourbaki)
e da Linguística, chegando até a teoria das organizações (Thompson, Etzioni e Blau). No
âmbito das ciências sociais, teve influência das ideias de Lévi-Strauss (estruturalismo
abstrato), de Gurwitch e Radcliff-Brown (estruturalismo concreto) e de Karl Marx
(estruturalismo dialético). Vamos estudar com mais detalhes algumas delas:
Organiza- Envolvi-
Poder Controle Exemplos
ções mento
Campos de
Prêmios ou
Coercitivas Força física Alienativo concentração,
punições
entre outros.
Incentivos
econômicos
Utilitário Material Calculista Comércio
e vantagem
desejada
Igrejas,
Objetivos e
universidades,
Normativas Consenso métodos da Moral
hospitais, entre
organização
outros
11
Segundo Chiavenato (2014), Blau e Scott apresentam uma tipologia de organizações
voltada para esses benefícios, apresentando quatro categorias de participantes que
se beneficiam com uma organização formal, a saber:
Organizações de serviços
Organizações de Estado
12
Reflita
A administração considera nossa sociedade composta por
infinitas organizações, cada uma com seu papel diferente
na comunidade. Cada um de nós exerce muitos papéis nas
organizações de que participa. Agora, pense nas características
dos papéis que o homem organizacional desempenha nas
organizações, a fim de ser bem-sucedido, ou seja, a flexibilidade,
a tolerância emocional, a capacidade de adiar as recompensas
e o permanente desejo de realização. Nas organizações atuais,
isso acontece? Você concorda? Sim ou não? Por quê?
Objetivos organizacionais
Chiavenato (2014) informa que a definição de objetivos é intencional, mas nem sempre
racional. Trata-se de um processo de interação entre a organização e o ambiente.
13
Objetivos da O ponto de referência é a sociedade em geral, preenchendo as
1 necessidades da sociedade. Exemplo: manter a ordem pública.
sociedade
Ambiente organizacional
As organizações existem em um contexto social, político e econômico, denominado
de ambiente, dependendo umas das outras para seguir seu caminho e atingir seus
objetivos. Essa interação, entre organização e ambiente, é fundamental para a
compreensão do estruturalismo.
14
Os estruturalistas criticaram o fato de que conhecemos muito a respeito de interação
entre pessoas, alguma coisa sobre interação entre grupos e pouquíssimo sobre
interação entre organizações e seus ambientes. Os estruturalistas ultrapassaram as
fronteiras da organização para ver o que existe externamente ao seu redor: as outras
organizações que formam a sociedade. (CHIAVENATO, 2014).
Estratégia organizacional
Os estruturalistas também desenvolveram conceitos de estratégia organizacional,
quando começaram a focar no ambiente e nas suas relações com a organização, ou
seja, a estratégia seria a maneira de a organização lidar com as adversidades desse
ambiente, com o qual cada organização precisa desenvolver estratégias para lidar.
Essas estratégias foram definidas por Chiavenato (2014) como: competição, ajuste,
coopção ou coalização.
15
Competição
Coalização
Conflitos organizacionais
Para Chiavenato (2014, p. 304),
16
Figura 6: Os conflitos na organização
Fonte: Plataforma Deduca (2018).
Chiavenato (2014, p. 304) diz também que conflito e cooperação são elementos
integrantes da vida em organização. Esses elementos são abordados pelas
recentes teorias administrativas, o que não existia nas teorias anteriores, sendo hoje
considerados da seguinte maneira: “cooperação e confronto como dois aspectos da
atividade social, ou, melhor ainda, dois lados de uma mesma moeda”. (CHIAVENATO,
2014, p. 304). Para esse autor, “o propósito da administração deve ser o de obter
cooperação e sanar os conflitos, ou seja, criar condições em que o conflito possa
ser controlado e dirigido por canais úteis e produtivos”. (CHIAVENATO, 2014, p. 304).
17
Conclusão
Aprendemos, neste conteúdo, sobre teorias administrativas. Em resumo, temos:
Saiba mais
Saiba mais sobre o tema lendo o artigo do professor Fernando
C. Prestes Motta, no link a seguir: http://www.scielo.br/scielo.
php?pid=S0034-75901970000400002&script=sci_arttext.
18
Referências
CHIAVENATO, I. Introdução à teoria geral da administração. 9. ed. São Paulo:
Manole, 2014.
19